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Presidência da República

Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE 2010.

Regulamenta a cobrança, fiscalização,


(Vide Decreto nº 6.006, de 2006)
arrecadação e administração do Imposto sobre
(Vide Decreto nº 92.560, de 1986)
Produtos Industrializados - IPI.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o


art. 84, inciso IV, da Constituição

DECRETA:

Art. 1o O Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI será cobrado, fiscalizado,


arrecadado e administrado em conformidade com o disposto neste Regulamento.

...................

CAPÍTULO II

DA SUSPENSÃO DO IMPOSTO

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 40. Somente será permitida a saída ou o desembaraço de produtos com


suspensão do imposto quando observadas as normas deste Regulamento e as medidas de
controle expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Art. 41. O implemento da condição a que está subordinada a suspensão resolve a


obrigação tributária suspensa.

Art. 42. Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a


suspensão, o imposto tornar-se-á imediatamente exigível, como se a suspensão não
existisse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 9º, § 1º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 37, inciso II).

§ 1o Se a suspensão estiver condicionada à destinação do produto e a este for dado


destino diverso do previsto, estará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do
imposto e da penalidade cabível, como se a suspensão não existisse.

§ 2o Cumprirá a exigência:

I - o recebedor do produto, no caso de emprego ou destinação diferentes dos que


condicionaram a suspensão; ou
II - o remetente do produto, nos demais casos.

Seção II

Dos Casos de Suspensão

Art. 43. Poderão sair com suspensão do imposto:

I - o óleo de menta em bruto, produzido por lavradores, com emprego do produto


de sua própria lavoura, quando remetido a estabelecimentos industriais, diretamente ou
por intermédio de postos de compra (Decreto-Lei no 400, de 1968, art. 10);

II - os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a


industrial, diretamente a exposição em feiras de amostras e promoções semelhantes
(Decreto-Lei nº 400, de 1968, art. 11);

III - os produtos remetidos pelo estabelecimento industrial, ou equiparado a


industrial, a depósitos fechados ou armazéns-gerais, bem como aqueles devolvidos ao
remetente (Decreto-Lei nº 400, de 1968, art. 11);

IV - os produtos industrializados, que contiverem matéria-prima, produto


intermediário ou material de embalagem importados submetidos ao regime aduaneiro
especial de que tratam os incisos II e III do art. 78 do Decreto-Lei nº 37, de 1966
(drawback - suspensão, isenção), remetidos diretamente a empresas industriais
exportadoras para emprego na produção de mercadorias destinadas à exportação direta
ou por intermédio de empresa comercial exportadora, atendidas as condições
estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;

V - os produtos, destinados à exportação, que saiam do estabelecimento industrial


para (Lei no 9.532, de 1997, art. 39):

a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de exportação nos


termos do § 1o (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, inciso I);

b) recintos alfandegados (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, inciso II); ou

c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação (Lei nº


9.532, de 1997, art. 39, inciso II);

VI - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem


destinados à industrialização, desde que os produtos industrializados sejam enviados ao
estabelecimento remetente daqueles insumos;

VII - os produtos que, industrializados na forma do inciso VI e em cuja operação


o executor da encomenda não tenha utilizado produtos de sua industrialização ou
importação, forem remetidos ao estabelecimento de origem e desde que sejam por este
destinados:

a) a comércio; ou
b) a emprego, como matéria-prima, produto intermediário e material de
embalagem, em nova industrialização que dê origem a saída de produto tributado;

VIII - as matérias-primas ou os produtos intermediários remetidos por


estabelecimento industrial, para emprego em operação industrial realizada fora desse
estabelecimento, quando o executor da industrialização for o próprio contribuinte
remetente daqueles insumos;

IX - o veículo, aeronave ou embarcação dos Capítulos 87, 88 e 89 da TIPI, que


deixar o estabelecimento industrial exclusivamente para emprego em provas de engenharia
pelo próprio fabricante, desde que a ele tenha de voltar, não excedido o prazo de permanência
fora da fábrica, que será de trinta dias, salvo motivos de ordem técnica devidamente
justificados, e constará da nota fiscal expedida para esse fim;

X - os produtos remetidos, para industrialização ou comércio, de um


estabelecimento industrial ou equiparado a industrial para outro da mesma firma;

XI - os bens do ativo permanente (máquinas e equipamentos, aparelhos,


instrumentos, utensílios, ferramentas, gabaritos, moldes, matrizes e semelhantes)
remetidos pelo estabelecimento industrial a outro estabelecimento da mesma firma, para
serem utilizados no processo industrial do recebedor;

XII - os bens do ativo permanente remetidos pelo estabelecimento industrial a


outro estabelecimento, para serem utilizados no processo industrial de produtos
encomendados pelo remetente, desde que devam retornar ao estabelecimento
encomendante, após o prazo fixado para a fabricação dos produtos;

XIII - as partes e peças destinadas a reparo de produtos com defeito de fabricação,


quando a operação for executada gratuitamente por concessionários ou representantes,
em virtude de garantia dada pelo fabricante;

XIV - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de


embalagem, de fabricação nacional, vendidos a (Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992,
art. 3o):

a) estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à


exportação; ou

b) estabelecimento comercial, para industrialização em outro estabelecimento da


mesma firma ou de terceiro, de produto destinado à exportação; e

XV - produtos para emprego ou consumo na industrialização ou elaboração de


produto a ser exportado, adquiridos no mercado interno ou importados (Lei no 11.945,
de 2009, art. 12).

§ 1o No caso da alínea “a” do inciso V, consideram-se adquiridos com o fim


específico de exportação os produtos remetidos diretamente do estabelecimento
industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e
ordem da empresa comercial exportadora (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, § 2º).

§ 2o No caso do inciso XIV do caput:


I - a sua aplicação depende de prévia aprovação, pelo Secretário da Receita Federal do
Brasil, de plano de exportação, elaborado pela empresa exportadora que irá adquirir as
matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem objeto da
suspensão;

II - a exportação dos produtos pela empresa adquirente das matérias-primas, dos produtos
intermediários e dos materiais de embalagem fornecidos com suspensão do imposto deverá ser
efetivada no prazo de até um ano, contado da aprovação do plano de exportação, prorrogável
uma vez, por idêntico período, na forma do inciso I deste parágrafo, admitidas novas
prorrogações, respeitado o prazo máximo de cinco anos, quando se tratar de exportação de bens
de capital de longo ciclo de produção; e

III - a Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá instruções complementares


necessárias a sua execução.

§ 3o No caso do inciso X do caput, a suspensão do imposto não se aplica às saídas


de cigarros do Código 2402.20.00 da TIPI, de fabricação nacional ou importados,
excetuados os classificados no Ex 01, dos estabelecimentos industriais ou equiparados quando
destinados aos estabelecimentos de que trata o § 7o do art. 9o (Lei no 11.933, de 28 de abril de
2009, art. 9o).

§ 3º No caso do inciso X do caput, a suspensão do imposto não se aplica às saídas


de cigarros e cigarrilhas dos Códigos 2402.20.00, excetuados os classificados no Ex 01,
e 2402.10.00, da TIPI, de fabricação nacional ou importados, dos estabelecimentos industriais
ou equiparados quando destinados aos estabelecimentos de que trata o § 7º do art. 9º (Lei nº
11.933, de 2009, art. 9 º e Lei nº 12.402, de 2011, art. 6º, caput, inciso I). (Redação dada pelo
Decreto nº 7.990, de 2013) (Produção de efeito)

§ 4o No caso do inciso XV do caput:

I - as aquisições no mercado interno podem ser combinadas, ou não, com as


importações (Lei nº 11.945, de 2009, art. 12, caput);

II - a suspensão aplica-se também:

a) a produtos, adquiridos no mercado interno ou importados, para emprego em


reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado (Lei nº
11.945, de 2009, art. 12, § 1º, inciso I); e

b) às aquisições no mercado interno ou importações de empresas denominadas


fabricantes-intermediários, para industrialização de produto intermediário a ser diretamente
fornecido a empresas industriais-exportadoras, para emprego ou consumo na
industrialização de produto final destinado à exportação (Lei nº 11.945, de 2009, art. 12, §
1º, inciso III, e Lei no 12.058, de 13 de outubro de 2009, art. 17);

III - a suspensão beneficia apenas a pessoa jurídica habilitada pela Secretaria de


Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(Lei nº 11.945, de 2009, art. 12, § 2º, e Lei nº 12.058, de 2009, art. 17) ; e

IV - a Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior


disciplinarão o benefício em ato conjunto (Lei nº 11.945, de 2009, art. 12, § 3º).
Art. 44. As bebidas alcoólicas e demais produtos de produção nacional,
classificados nas Posições 22.04, 22.05, 2206.00 e 22.08 da TIPI, acondicionados em
recipientes de capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, sairão
obrigatoriamente com suspensão do imposto dos respectivos estabelecimentos produtores, dos
estabelecimentos atacadistas e das cooperativas de produtores, quando destinados aos
seguintes estabelecimentos (Lei no 9.493, de 1997, arts. 3o e 4o):

I - industriais que utilizem os produtos mencionados no caput como matéria-


prima ou produto intermediário na fabricação de bebidas;

II - atacadistas e cooperativas de produtores; e

III - engarrafadores dos mesmos produtos.

Art. 45. Sairão com suspensão do imposto os produtos sujeitos ao regime geral de
tributação de que trata o art. 222:

I - do estabelecimento industrial, quando destinados aos estabelecimentos


comerciais equiparados a industrial de que tratam os incisos XI, XII e XIII do art. 9 o
(Lei no 10.833, de 2003, art. 58-H, caput e § 3º, Lei no 11.727, de 2008, art. 32, e Lei no
11.827, de 2008, art. 1o);

II - do estabelecimento comercial equiparado a industrial, na forma do inciso XIII


do art. 9º, quando destinados aos estabelecimentos equiparados a industrial de que
tratam os incisos XI e XII daquel artigo (Lei nº 10.833, de 2003, art. 58-H, caput e §§
1º e 3º, Lei nº 11.727, de 2008, art. 32, e Lei nº 11.827, de 2008, art. 1º); e

III - do estabelecimento importador, quando destinados aos estabelecimentos


equiparados a industrial de que tratam os incisos XIV e XV do art. 9o (Lei nº 10.833, de
2003, art. 58-H, caput e § 3º, Lei nº 11.727, de 2008, art. 32, e Lei nº 11.827, de 2008,
art. 1º).

Parágrafo único. A suspensão de que trata este artigo não se aplica ao imposto
devido pelos estabelecimentos industrial, encomendante ou importador no caso do § 2o
do art. 25 (Lei nº 10.833, de 2003, art. 58-H, e Lei nº 11.827, de 2008, art. 1º).

Art. 46. Sairão do estabelecimento industrial com suspensão do imposto:

I - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem,


destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de
produtos classificados nos Capítulos 2 a 4, 7 a 12, 15 a 20, 23 (exceto Códigos
2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex-01 no Código 2309.90.90), 28 a 31, e 64, no Código
2209.00.00, e nas Posições 21.01 a 2105.00, da TIPI, inclusive aqueles a que corresponde a
notação “NT” (Lei no 10.637, de 2002, art. 29, e Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, art. 25);

II - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem,


quando adquiridos por estabelecimentos industriais fabricantes, preponderantemente, de
partes e peças destinadas a estabelecimento industrial fabricante de produto classificado
no Capítulo 88 da TIPI (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 1º, inciso I, alínea “b”);
III - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem,
quando adquiridos por pessoas jurídicas preponderantemente exportadoras (Lei nº
10.637, de 2002, art. 29, § 1º, inciso II); e

IV - os materiais e os equipamentos, incluindo partes, peças e componentes,


destinados ao emprego na construção, conservação, modernização, conversão ou reparo
de embarcações pré-registradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro - REB,
instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997, quando adquiridos por estaleiros
navais brasileiros (Lei no 9.493, de 1997, art. 10, e Lei no 11.774, de 17 de setembro de
2008, art. 15).

§ 1o O disposto nos incisos I e II do caput aplica-se ao estabelecimento industrial


cuja receita bruta decorrente dos produtos ali referidos, no ano-calendário
imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido superior a sessenta por cento de sua
receita bruta total no mesmo período (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 2º).

§ 2o Para fins do disposto no inciso III do caput, considera-se pessoa jurídica


preponderantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação
para o exterior, no ano-calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido
superior a setenta por cento de sua receita bruta total de venda de bens e serviços no
mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições sobre a venda (Lei nº
10.637, de 2002, art. 29, § 3º, e Lei no 11.529, de 22 de outubro de 2007, art. 3o).

§ 3o O percentual de que trata o § 2 o fica reduzido a sessenta por cento no caso de


pessoa jurídica em que noventa por cento ou mais de suas receitas de exportação
houverem sido decorrentes da exportação dos produtos (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29,
§ 8º, e Lei nº 11.529, de 2007, art. 3º):

I - classificados na TIPI:

a) nos Códigos 0801.3, 25.15, 42.02, 50.04 a 50.07, 51.05 a 51.13, 52.03 a 52.12,
53.06 a 53.11;

b) nos Capítulos 54 a 64;

c) nos Códigos 84.29, 84.32, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01,


87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06; e

d) nos Códigos 94.01 e 94.03; e

II - relacionados nos Anexos I e II da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002.

§ 4o Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão (Lei nº


10.637, de 2002, art. 29, § 7º):

I - atender aos termos e às condições estabelecidas pela Secretaria da Receita


Federal do Brasil (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 7º, inciso I); e

II - declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atendem a


todos os requisitos estabelecidos (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 7º, inciso II).
§ 5o No caso do inciso IV do caput , a suspensão converte-se em alíquota zero
após a incorporação ou utilização dos bens adquiridos na construção, conservação,
modernização, conversão ou reparo das embarcações para as quais se destinarem,
conforme regulamento específico (Lei nº 9.493, de 1997, art. 10, § 2º, e Lei no 11.774,
de 2008, art. 15).

Art. 47. Na hipótese do inciso VII do art. 27, a aquisição de mercadoria nacional
por qualquer dos beneficiários do regime, para ser incorporada ao produto a ser
exportado, será realizada com suspensão do imposto (Lei nº 10.833, de 2003, art. 59, §
1º).

Art. 48. Serão desembaraçados com suspensão do imposto:

I - os produtos de procedência estrangeira importados diretamente pelos


concessionários das lojas francas de que trata o Decreto-Lei no 1.455, de 1976, nas
condições nele referidas e em outras estabelecidas pelo Secretário da Receita Federal do
Brasil (Decreto-Lei no 1.455, de 1976, art. 15, § 2o, e Lei no 11.371, de 2006, art. 13);

II - as máquinas, os equipamentos, os veículos, os aparelhos e os instrumentos,


sem similar nacional, bem como suas partes, peças, acessórios e outros componentes, de
procedência estrangeira, importados por empresas nacionais de engenharia, e destinados
à execução de obras no exterior, quando autorizada a suspensão pelo Secretário da
Receita Federal do Brasil (Decreto-Lei no 1.418, de 3 de setembro de 1975, art. 3o);

III - os produtos de procedência estrangeira que devam sair das repartições


aduaneiras com suspensão do Imposto de Importação, nas condições previstas na
respectiva legislação; e

IV - as matérias-primas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem,


importados diretamente por estabelecimento de que tratam os incisos I a III do caput do
art. 46 (Lei nº 10.637, de 2002, art. 29, § 4º).

Seção III

Dos Regimes Especiais de Suspensão

Art. 49. A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá instituir regime especial
de suspensão do imposto para implementar o disposto no art. 26 (Lei no 4.502, de 1964,
art. 35, § 2o, e Lei no 9.430, de 1996, art. 31).

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