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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.
IPI
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
3. REMESSA PARA INDUSTRIALIZAÇÃO POR CONTA E ORDEM DO ADQUIRENTE
3.1. Emissão de nota fiscal pelo estabelecimento fornecedor
3.2. Emissão de nota fiscal pelo estabelecimento autor da encomenda
3.3. Emissão de nota fiscal pelo estabelecimento industrializador
4. INDUSTRIALIZAÇÃO EFETUADA POR MAIS DE UM ESTABELECIMENTO DE
INDUSTRIALIZADOR ANTES DE RETORNAR AO AUTOR DA ENCOMENDA
4.1. Emissão de nota fiscal pelos primeiros estabelecimentos industrializadores
4.2. Emissão de nota fiscal pelo estabelecimento industrializador final
5. REMESSA DIRETA DOS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS A ESTABELECIMENTO
ADQUIRENTE POR CONTA E ORDEM DO ENCOMENDANTE
5.1. Emissão da nota fiscal pelo estabelecimento autor da encomenda
5.2. Emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrializador
6. AQUISIÇÃO DA MERCADORIA PELO INDUSTRIALIZADOR SEM RETORNAR AO
ENCOMENDANTE
6.1. Emissão de nota fiscal pelo estabelecimento industrializador
6.2. Emissão da nota fiscal pelo estabelecimento autor da encomenda
7. PREÇO DA OPERAÇÃO. NOTAS FISCAIS EMITIDAS EM NOME DO ENCOMENDANTE
8. CRÉDITOS
9. SUSPENSÃO DO IPI. INAPLICABILIDADE
10. CONTRIBUINTES OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL
1. INTRODUÇÃO
A industrialização por encomenda caracteriza-se como uma operação em que, determinado estabelecimento remete
insumos (matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem) a um estabelecimento industrial, para que este
submeta estes insumos a um processo industrial e retorne esses produtos industrializados ao estabelecimento
encomendante.
A prática mais frequente neste tipo de operação, é a situação em que o próprio estabelecimento encomendante remete
os insumos ao estabelecimento industrial e este retorna o produto acabado ao estabelecimento encomendante. Porém,
existem tratamentos diferenciados na legislação do IPI, em relação a esta operação, os quais serão analisadas nesta
matéria.
2. CONCEITO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Em consonância com o artigo 4° do RIPI/2010, caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza,
o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:
a) a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova
(transformação);
b) a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou
a aparência do produto (beneficiamento);
c) a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma,
ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem);
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d) a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da
original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou
reacondicionamento); ou
e) a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure
o produto para utilização (renovação ou recondicionamento).
São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a
localização e condições das instalações ou equipamentos empregados, parágrafo único do artigo 4° do RIPI/2010.
Nas operações em que um estabelecimento mandar industrializar produtos, com matéria-prima, produto intermediário e
material de embalagem, adquiridos de terceiros, os quais, sem transitar pelo estabelecimento adquirente, forem
entregues diretamente ao industrializador, serão observados os procedimentos descritos no artigo 493 do RIPI/2010,
conforme descrito neste tópico.
Nos termos do artigo 493, inciso I, do RIPI/2010, o estabelecimento remetente das matérias-primas, dos produtos
intermediários e dos materiais de embalagem, deverá:
1 - com a qualificação do destinatário industrializador pelo nome, endereço e números de inscrição no CNPJ e no Fisco
estadual;
4 - CFOP: 5.122/6.122 ou 5.123/6.123 - Venda de produção do estabelecimento remetida para industrialização, por conta
e ordem do adquirente, sem transitar pelo estabelecimento do adquirente.
3 - a indicação, pelo número, pela série, se houver, e pela data da nota fiscal referida na alínea “a”; e a declaração de ter
sido o imposto destacado na mesma nota, se ocorrer essa circunstância;
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4 - CFOP: 5.924/6.924 - Remessa para industrialização por conta e ordem do adquirente da mercadoria, quando esta
não transitar pelo estabelecimento do adquirente.
Não há previsão na legislação do IPI sobre a emissão de nota fiscal de “Remessa Simbólica para Industrialização” pelo
encomendante.
Nesse caso, deverá ser observada a legislação Estadual, quanto a obrigatoriedade de emissão desta nota, em havendo
a obrigatoriedade da emissão, a mesma será emitida sem a tributação do IPI, no CFOP: 5.949/6.949.
Conforme artigo 493, inciso II, do RIPI/2010, na saída dos produtos resultantes da industrialização, o estabelecimento
industrial deverá emitir nota fiscal em nome do encomendante:
3 - o valor total cobrado pela operação, com destaque do valor dos produtos industrializados ou importados pelo
estabelecimento, diretamente empregados na operação, se ocorrer essa circunstância, e o destaque do imposto, se este
for devido;
4 - CFOP: 5.925/6.925, para documentar o retorno da mercadoria recebida para industrialização por conta e ordem do
adquirente da mercadoria, quando aquela não transitar pelo estabelecimento do adquirente, e 5.125/6.125, para
acobertar a cobrança da industrialização efetuada para outra empresa quando a mercadoria recebida para utilização no
processo de industrialização não transitar pelo estabelecimento adquirente da mercadoria.
Se os produtos em fase de industrialização tiverem de transitar por mais de um estabelecimento industrializador, antes
de serem entregues ao encomendante, serão observados os procedimentos descritos no artigo 494 do RIPI/2010.
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Conforme artigo 494, inciso I, do RIPI/2010, cada estabelecimento industrializador emitirá na saída dos produtos
resultantes da industrialização:
4 - CFOP: 5.949/6.949.
1 - com a indicação da nota fiscal com que os produtos foram recebidos e a qualificação de seu emitente;
2 - a indicação da nota fiscal com que os produtos saírem para o industrializador seguinte e a qualificação deste,
conforme alínea “a”;
3 - o valor total cobrado pela operação, com destaque do valor dos produtos industrializados ou importados pelo
estabelecimento, diretamente empregados na operação, se ocorrer essa circunstância; e o destaque do imposto, se este
for devido.
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Nos termos do artigo 494, inciso II, do RIPI/2010, o industrializador final emitirá nota fiscal em nome do encomendante:
3 - o valor total cobrado pela operação, com destaque do valor dos produtos industrializados ou importados pelo
estabelecimento, diretamente empregados na operação, se ocorrer essa circunstância, e o destaque do imposto, se este
for devido.
Na remessa dos produtos industrializados, efetuada pelo industrializador, diretamente a outro estabelecimento da firma
encomendante, ou a estabelecimento de terceiros, serão observados os procedimentos previstos no artigo 495 do
RIPI/2010, conforme segue:
Nos termos do artigo 495, inciso I, do RIPI/2010, o estabelecimento encomendante deverá emitir nota fiscal em nome do
estabelecimento destinatário, com destaque do imposto, se este for devido, e a declaração “O produto sairá de ..............
..........., sito na Rua ........................., no ........, na cidade de ................”; no CFOP: 5.102/6.102 - Venda de mercadoria
adquirida ou recebida de terceiros, por exemplo.
Nos termos do artigo 495, inciso II, do RIPI/2010, o estabelecimento industrializador deverá emitir nota fiscal em nome do
estabelecimento encomendante:
1 - com a declaração “Remessa Simbólica de Produtos Industrializados por Encomenda”, no local destinado à natureza
da operação;
2 - a indicação da nota fiscal que acompanhou as matérias-primas recebidas para industrialização, e a qualificação de
seu emitente;
3 - o valor total cobrado pela operação, com destaque do valor dos produtos industrializados ou importados pelo
estabelecimento, diretamente empregados na operação, se ocorrer essa circunstância, e o destaque do imposto, se este
for devido;
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5 - CFOP: 5.902/6.902, para acobertar o retorno de mercadoria utilizada na industrialização por encomenda, e
5.124/6.124, para acobertar a cobrança da industrialização efetuada para outra empresa.
Não há previsão na legislação do IPI sobre a emissão de nota fiscal de “Remessa por conta e ordem” do autor da
encomenda ao estabelecimento adquirente.
Nesse caso, deverá ser observada a legislação estadual, quanto a emissão desta nota, em havendo a obrigatoriedade
da emissão, a mesma será emitida sem a tributação do IPI, no CFOP: 5.949/6.949.
Quando o produto industrializado, antes de sair do estabelecimento industrializador, for por este adquirido, serão
observados os procedimentos previstos no artigo 496 do RIPI/2010, conforme segue:
Conforme previsto no artigo 496, inciso I, do RIPI/2010, o industrializador emitirá nota fiscal em nome do encomendante:
1 - com a qualificação do remetente dos produtos recebidos e a indicação da nota fiscal com que estes foram recebidos;
3 - o valor total cobrado pela operação, com destaque do valor dos produtos industrializados ou importados pelo
estabelecimento, diretamente empregados na operação, se ocorrer essa circunstância; e o destaque do imposto, se este
for devido;
Conforme previsto no artigo 496, inciso II, do RIPI/2010, o estabelecimento encomendante deverá emitir nota fiscal em
nome do adquirente:
3- CFOP: de acordo com a operação praticada. Como exemplo, tem-se o CFOP 5.102 – Venda de mercadoria adquirida
de terceiros.
Em relação às notas fiscais emitidas em nome do encomendante, o preço da operação, para destaque do imposto, será
o valor total cobrado pela operação, acrescido do valor das matérias-primas, dos produtos intermediários e dos materiais
de embalagem fornecidos pelo autor da encomenda, desde que os produtos industrializados não se destinem a
comércio, a emprego em nova industrialização ou a acondicionamento de produtos tributados, salvo se se tratar de
matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem usados, conforme disciplinado pelo artigo 497 do
RIPI/2010 .
8. CRÉDITOS
O estabelecimento encomendante da industrialização por encomenda, poderá se creditar do imposto relativo a matéria-
prima, produto intermediário e material de embalagem, quando remetidos a terceiros para industrialização sob
encomenda, sem transitar pelo estabelecimento adquirente, conforme artigo 226, inciso II, do RIPI/2010.
Poderá também haver o crédito pelo estabelecimento encomendante do imposto destacado em nota fiscal relativa a
produtos industrializados por encomenda, recebidos do estabelecimento que os industrializou, em operação que dê
direito ao crédito, conforme artigo 226, inciso IV, do RIPI/2010.
Não se aplica a suspensão do valor do IPI previsto nos incisos VI e VII do artigo 43 do RIPI/2010 às operações
triangulares de industrialização previstas nesta matéria, uma vez que o requisito para aplicação de tal benefício é de que
os produtos industrializados sejam enviados ao estabelecimento remetente daqueles insumos, o que não ocorre nos
casos apresentados.
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A empresa optante pelo Simples Nacional que praticar qualquer das operações mencionadas nesta matéria, seja na
condição de industrializador, conforme artigo 8° do RIPI/2010, ou de encomendante a qual ficará equiparada ao
industrial, conforme artigo 9°, inciso IV, do RIPI/2010, deverá ter suas saídas tributadas pelo Anexo II da Lei n° 123/2006,
em relação as receitas auferidas.
A referida tributação se justifica também pelo entendimento proferido pela Receita Federal do Brasil na Solução de
Consulta COSIT n° 212/2014, que prevê a tributação pelo Anexo II da Lei n° 123/2006 nos casos de equiparação
industrial que menciona.
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