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ANÁLISE DAS VENDAS À ORDEM (TRIANGULAR) REMETIDAS PARA

INDUSTRIALIZAÇÃO

EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS NOS RETORNOS DE MERCADORIAS

Podemos observar neste anexo que o contribuinte tem a obrigatoriedade de


emitir a nota fiscal em retornos de mercadorias enviados para industrialização com
desta do imposto, ora, o retorno supracitado deve estar atrelado a uma remessa de
mercadoria por conta do destaque do imposto e entre outros requisitos. Estaremos
analisando alguns artigos intento de montar a operação triangular, numa situação
em que a mercadoria retorna ao ADQUIRENTE ORIGINÁRIO, vamos descartar a
hipótese de que a mercadoria foi entregue ao destino final (comprador) nesse
trabalho.

DA EMISSÃO DE NOTA FISCAL NA ENTRADA DE MERCADORIAS

Art. 33. Os estabelecimentos, excetuados os de produtores


agropecuários, emitirão Nota Fiscal sempre que no estabelecimento entrarem bens
ou mercadorias, real ou simbolicamente (Conv. SINIEF s.n./70, art. 54, na redação
do Ajuste SINIEF 03/94):

II - em retorno, quando remetidos por profissionais autônomos ou


avulsos, aos quais tenham sido enviados para industrialização;

Nota
1.925 – Retorno de mercadoria remetida para industrialização por conta e ordem do
adquirente da mercadoria, quando esta não transitar pelo estabelecimento do
adquirente

EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS NAS VENDAS À ORDEM

Nas vendas à ordem deverá ser emitida a nota fiscal, uma vez que cabe o
destaque do imposto e por outros motivos legais.

DAS OPERAÇÕES DE VENDAS À ORDEM OU PARA ENTREGA FUTURA

Art. 62. Nas vendas à ordem ou para entrega futura, poderá ser
emitida Nota Fiscal, para simples faturamento, vedado o destaque do imposto
(Conv. SINIEF S.N./70, art. 40, na redação do Ajuste SINIEF Nº 01/87).

§ 1º Na hipótese deste artigo, o imposto será destacado e recolhido por


ocasião da efetiva saída das mercadorias.

§ 3º No caso de venda à ordem, por ocasião da entrega global ou


parcial das mercadorias a terceiros, deverá ser emitida Nota Fiscal:
PARTE 1

I - pelo adquirente originário, com destaque do imposto, quando


devido, em nome do destinatário das mercadorias, consignando-se além dos
requisitos exigidos, nome do titular, endereço e números de inscrição, estadual e no
CGC, do estabelecimento que irá promover a remessa das mercadorias;

Em nossa operação, Adquirente originário = COMPRADOR

Entende-se;

5901 (Para industrializador) ou;


5122 (Vendida a mercadoria e entregue pelo industrializador ao
destinatário/comprador)

Nesta parte retrata que o adquirente vende a mercadoria, mas podemos


entender a situação de duas formas quando ele menciona “destinatário das
mercadorias” e “do estabelecimento que irá promover a remessa das
mercadorias”, numa primeira situação, a mercadoria é enviada para a
industrialização com previsão do retorno do produto acabado, já na segunda
situação, o adquirente originário faz a venda dessa mercadoria ao
CONSUMIDOR/COMPRADOR FINAL sem que essa mercadoria entre em seu
estabelecimento. Quando observamos o RETORNO nos tópicos anteriores, ao qual
retrata que deve haver o destaque do impostos, da mesma forma, deve haver uma
remessa para a industrialização por parte do adquirente.

Em que momento o ADQUIRENTE ORIGINÁRIO emite a nota fiscal numa venda


à ordem? Apenas pela remessa para industrialização (Não foi vendida a mercadoria
e vai retornar) ou pela venda da mercadoria (Comprador final e /ou que não fosse
industrializar, ou que o industrializado entregasse para o consumidor final).

Nota
5.901 – Remessa para industrialização por encomenda

5.122 – Venda de produção do estabelecimento remetida para industrialização, por


conta e ordem do adquirente, sem transitar pelo estabelecimento do adquirente

PARTE 2

II - pelo vendedor remetente:

a) em nome do destinatário, para acompanhar o transporte das


mercadorias, sem destaque do imposto, na qual além dos requisitos exigidos,
constarão, como natureza da operação, "Remessa por Conta e Ordem de
Terceiros", o número, a série e subsérie e a data da Nota Fiscal de que trata o inciso
anterior, e o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e no CGC, do
seu emitente;
Destinatário = INDUSTRIALIZADOR

5924 (Remessa para industrialização sem transitar no comprador)

b) em nome do adquirente originário, com destaque do imposto,


quando devido, na qual, além dos requisitos exigidos, constarão, como natureza da
operação "Remessa Simbólica - Venda à Ordem", o número, a série e subsérie da
Nota Fiscal prevista na alínea anterior.

Adquirente originário = COMPRADOR

5122 (Vendida a mercadoria e entregue pelo industrializador ao


destinatário/COMPRADOR).

EMISSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS NAS REMESSAS PARA


INDUSTRIALIZAÇÃO

Nas remesas para industrialização também deverá ser emitida a nota fiscal,
uma vez que cabe o destaque do imposto e por outros motivos legais.

DAS OPERAÇÕES DE REMESSA PARA INDUSTRIALIZAÇÃO

Art. 64. Nas operações em que um estabelecimento mandar


industrializar mercadorias, com fornecimento de matérias-primas, produtos
intermediários e material de embalagens, adquiridos de outro, os quais, sem
transitar pelo estabelecimento adquirente, forem entregues pelo fornecedor
diretamente ao industrializador, observar-se-á o disposto neste artigo (Conv.
SINIEF S.N./70, art. 42).

§ 1º O estabelecimento fornecedor deverá:

I - emitir Nota Fiscal em nome do estabelecimento adquirente, da qual,


além das exigências previstas no art. 21, constarão também o nome, o endereço e
os números de inscrição, estadual e no CGC, do estabelecimento em que os
produtos serão entregues, bem como a circunstância de que se destinam à
industrialização;

Adquirente = COMPRADOR

5122 (Vendida a mercadoria e entregue pelo industrializador ao


destinatário/COMPRADOR).

III - emitir Nota Fiscal, sem destaque do imposto, para acompanhar o


transporte das mercadorias ao estabelecimento industrializador, mencionando, além
das exigências previstas no art. 21, o número, a série e subsérie e a data da Nota
Fiscal referida no inc. I e o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e
no CGC, do adquirente, por cuja conta e ordem a mercadoria será industrializada.

Destinatário = INDUSTRIALIZADOR

5924 (Remessa para industrialização sem transitar no comprador)

§ 2º O estabelecimento industrializador deverá:

I - emitir Nota Fiscal, na saída do produto industrializado com destino


ao adquirente, autor da encomenda, da qual além das exigências previstas no art.
21, constarão o nome, o endereço e os números de inscrição, estadual e no CGC,
do fornecedor e o número, a série e subsérie e a data da Nota Fiscal por este
emitida, o valor da mercadoria recebida para industrialização (5925) e o valor
total cobrado do autor da encomenda (5125), destacando-se deste, o valor das
mercadorias empregadas;

Entende-se;

5925 (Pelo valor da mercadoria recebida para industrializar) e;


5125 (Pelos serviços prestados e material aplicado no processo)

Note que o legislador cita no Inciso I, duas situações; (1) o valor da


mercadoria recebida para industrialização (5925), e o (2) valor total cobrado do autor
da encomenda (5125),

Nota
5.925 – Retorno de mercadoria recebida para industrialização por conta e ordem do
adquirente da mercadoria, quando aquela não transitar pelo estabelecimento do
adquirente

5.125 – Industrialização efetuada para outra empresa quando a mercadoria recebida


para utilização no processo de industrialização não transitar pelo estabelecimento
adquirente da mercadoria

Fundamento Legal
Anexo XV, do RICMS/MS.

Considerações finais

A legislação do estado do Mato Grosso do Sul sempre foi atenta quanto à


cobrança do imposto (ICMS), inclusive no tocante do destaque do referido imposto
nos respectivos documentos fiscais.
Quando se trata de uma operação complexa, a saber, às vendas à ordem
e/ou operação triangular com mercadoria remetida para industrialização, o legislador
se atrapalhou, indiretamente tornou confusa e dúbia os preceitos legais envolvendo
esse tipo de operação, pois pode ser notado quando discorrido nos tópicos
anteriores.

A legislação do estado de São Paulo (Art. 406, do RICMS-SP/2000) é precisa


e clara nesse tipo de operação, onde abrange toda a operação, iniciando no
fornecedor, passando para o industrializador, conseguinte, o comprador enviando a
remessa simbólica, recebendo o retorno da remessa simbólica e cobrança dos
serviços prestador pelo industrializador, ao qual fecha a operação com perfeição.
(Anexo o esqueleto da operação).

Atenciosamente,

Vanderlei Arraes Thibes


Contador
Operação Fiscal Triangular

S.F: CFOP 5.122 (1)


Fornecedor Adquirente
E.C: CFOP 1.122 (1) (Comprador/Encomendante)

S.F: CFOP 5.924 E.I: CFOP 1.924 (2) S.C: CFOP 5.901 E.I: CFOP 1.901 (2)

S.I: 5.925 E.C: 1.925 (3)

S.I: 5.125 E.C: 1.125 (4)

Industrializador

Legenda
S.F = Saída no Fornecedor
E.C: = Entrada no Comprador
S.C = Saída no Comprador
E.I = Entrada no Industrializador
S.I = Saída no Industrializador

1
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL – OPERAÇÃO TRIANGULAR NO COMPRADOR/ENCOMENDANTE (PELO MAPA PERIÓDICO)

Pela COMPRA do produto adquirido (1.122)


D= Compra Produtos (C)
C= Caixa/Banco (A)
Valor: 1.000,00
* A mercadoria já pertence ao adquirente (Seu estoque), uma vez que já se transferiu o risco.

Pela REMESSA do produto para a Industrialização (5.901)


D= Mercadorias remetidas para Industrialização (Contas de Compensação Ativas)
C= Mercadorias remetidas para Industrialização (Contas de Compensação Passivas)
Valor: 1.000,00
* O adquirente remete seu produto ao parceiro industrializador para o beneficiamento do mesmo.

Pelo RETORNO do produto remetido para a Industrialização (1.925)


D= Mercadorias remetidas para Industrialização (Contas de Compensação Passivas)
C= Mercadorias remetidas para Industrialização (Contas de Compensação Ativas)
Valor: 1.000,00
* O industrializado devolve o produto acabado do adquirente, pronto para a venda.

Pelos dispêndios cobrados para a industrialização do produto (1.125)


D= Gasto com Industrialização (C)
C= Caixa/Banco (A)
Valor: 100,00
* O adquirente paga pelos serviços prestados ao industrializador.

Legenda
A = Ativo
C= Custos

Vanderlei Arraes Thibes


Contador

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