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Procedimentos de devolução: físico e

documental
Futuro técnico em logística, é comum ocorrer a emissão de uma Nota
Fiscal de saída de uma mercadoria, e ela retornar ao seu estabelecimento
por não ter sido aceita pelo destinatário, por motivos diversos, até mesmo
pelo destinatário não ter sido encontrado.

Podemos citar inúmeros exemplos dessas situações: mudança de


endereço; dados incorretos na nota fiscal; dia de entrega não agendado;
erro no envio da mercadoria (mercadoria trocada); mercadoria e/ou Nota
Fiscal em desacordo com o pedido solicitado; mercadoria avariada;
indisponibilidade para recebimento (ex.: feriado local); entre outros casos
em que a mercadoria retorna ao estabelecimento sem ser entregue ao
destinatário.

Essas situações se enquadram no conceito de operação de retorno


de mercadoria não entregue. Nessa operação, a mercadoria não chega a
entrar fisicamente e contabilmente no estabelecimento do destinatário
(cliente), na prática, o recebedor apenas efetua, no ato da entrega, a recusa
no verso da primeira via da Nota Fiscal que acobertou a operação, isso
quando o destinatário é encontrado. Caso o destinatário não seja
encontrado, a recusa é registrada no verso da Nota Fiscal pelo próprio
transportador.

Retorno de mercadoria não entregue


Em uma determinada loja de vestuário, o conferente compara a NF de
compra com o seu controle de pedido, e observa que o fornecedor enviou o
dobro de mercadorias do que foi solicitado. O conferente, atento ao
problema que isto pode gerar e aos procedimentos da loja, recusa a
mercadoria na hora e o pedido retorna ao fornecedor com a mesma NF sem
entrar no estoque da loja.

Casos como esse ocorrem muito quando vendedores de marcas de


roupas faturam pedidos maiores para fechamento de metas. Se o
conferente aceita a mercadoria, ocorreriam problemas que poderiam ser
evitados, pois, em alguns casos, junto com a mercadoria, também vêm os
boletos bancários para pagamento. Por outro lado, havendo a recusa, o
boleto é anulado, se evita o descarregamento e os tramites posteriores de
devolução, que podem gerar desgaste comercial.

A operação de devolução de mercadoria tem por objetivo anular


todos os efeitos de uma operação anteriormente praticada, inclusive os
tributários. Deste modo, na devolução, o destinatário recebe a mercadoria e
posteriormente a devolve ao remetente, em virtude de irregularidades
constatadas nas mercadorias ou mesmo nas condições negociadas.

Devolução de mercadoria a posteriori


Em uma determinada loja de vestuário, o conferente recebe as caixas,
pois as quantidades especificadas na NF batem com a quantidade do
controle de pedidos e com a quantidade de volumes, porém, após a
abertura das caixas, observa que houve problemas em relação aos pedidos.
A quantidade de volumes estava correta, mas as grades de cores e os
tamanhos vieram diferentes do solicitado e do que estava na NF.

No pedido constava: 30 camisas brancas – 10 P, 10 M e 10 G.

30 camisas pretas – 10 P, 10 M e 10 G.
Ao conferir a NF, o conferente observou que havia os volumes
conforme a quantidade e os valores corretos, mas, ao abrir as caixas a
posteriori, observa que nas caixas havia:

30 camisas vermelhas – Todas G.

30 camisas pretas – 20 M e 10 G.

Neste caso, a loja precisará fazer os tramites de devolução da NF e da


mercadoria para não ficar com produtos diferentes da solicitação.

Na prática, a operação de devolução é muito utilizada para corrigir


distorções decorrentes do pedido de compra e/ou venda emitidos errados,
erros que vão desde os dados da empresa (endereço, CNPJ, inscrição
estadual etc.) até a mercadorias comercializadas (quantidade, qualidade
insatisfatória, tipo de mercadoria, preço etc.).

Como proceder documentalmente


A recusa da mercadoria pode ocorrer de duas formas: ou o destinatário
emite uma Nota Fiscal de devolução de compras, ou o destinatário recusa a
mercadoria no verso da própria NF, destacando os motivos que o levaram a
isso.

Na segunda hipótese, o emitente da NF irá emitir uma NF de entrada


para receber a mercadoria devolvida.

Importante

Como houve a circulação da mercadoria, a NF


original não poderá ser cancelada.

Caso a NF de devolução emitida pelo


comprador seja eletrônica, esta deverá, como
todas as NF-e, ser previamente autorizada pelo
Fisco e enviada para o destinatário da NF-e que
deu origem à NF-e de devolução.

Observação para devolução de troca a posteriori

É importante que o prazo para retorno se verifique


dentro do prazo de 45 dias, contados da saída da
mercadoria no caso de devolução por troca.

Reforçando as diferenças entre as operações, o tratamento fiscal de


devolução de mercadoria é caracterizado quando o estabelecimento
destinatário recebe a mercadoria e posteriormente a devolve por
determinado motivo.

Denomina-se operação de retorno de mercadoria não entregue


aquela em que a mercadoria retorna ao estabelecimento do fornecedor ou
remetente, qualquer que seja o motivo, sem que tenha sido recebida pelo
destinatário.

Não se pode confundir essa operação


com a operação de devolução de mercadorias,
visto que na operação de devolução a
mercadoria é entregue ao destinatário que, por
motivos geralmente de ordem comercial, não
aceita mantê-la em seu poder, promovendo o
retorno ao estabelecimento remetente,
mediante emissão de Nota Fiscal, com a
tributação pertinente.
Portanto, retorno de mercadoria não entregue e devolução de
mercadorias são tratamentos distintos.

A recusa de uma devolução de mercadoria pelo fornecedor não


cancela os efeitos da devolução da mercadoria, ou seja, para fins contábeis
e fiscais a emissão da Nota Fiscal de devolução cancelou os efeitos da
operação de compra, independentemente de o fornecedor ter ou não aceito
a devolução. A mercadoria deve ser retornada ao estoque mediante
emissão de Nota Fiscal de compra com os respectivos CFOPs desta
operação.

Informações para emissão da nota fiscal


Natureza da operação: devolução.

Código fiscal:

Quando for mercadoria adquirida para industrialização:

CFOP – 5.201: operações no estado.

CFOP – 6.201: operações em outros estados.

Quando for mercadoria adquirida para comercialização:

CFOP – 5.202: operações no estado.

CFOP – 6.202: operações em outros estados.

Quando for mercadoria adquirida para ativo fixo ou consumo


próprio:

CFOP – 5.553 e 5.556: operações no estado.

CFOP – 6.553 e 6.556: operações em outros estados

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