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Indicadores e Taxas: IPA-10 (FGV) = 1,79% (Abr/21) | TJLP (Bacen) = 0,3842% (Mai/21) | IPC-M (FGV) = 0,44% (Abr/21) | INCC-DI (FGV) = 0,90% (Abr/21) | IPC
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Resumo:
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W Analisaremos no presente Roteiro de Procedimentos os aspectos contábeis relacionados à industrialização por encomenda, tanto sob a óptica da
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empresa encomendante, quanto da empresa executora da encomenda. Para tanto, utilizaremos como base os princípios contábeis aceitos
atualmente no Brasil.
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1) Introdução:
Devido a fatores como dificuldades técnicas, falta de espaço ou até mesmo por conveniência, tornou-se comum na atividade industrial alguma etapa do
processo produtivo ser realizada por terceiros. Na seara tributária essa operação ficou tipificada como "industrialização por encomenda", e se resume na
remessa de insumos (matérias-primas, produtos intermediários e/ou materiais de embalagens) e/ou produtos semiacabados por um estabelecimento
(denominado autor da encomenda ou encomendante) para outro industrializar (denominado executor da encomenda) um dado produto final ou outro
semiacabado. É o caso típico da remessa de barras de ferro para terceiro industrializar peças automobilísticas por conta e ordem do encomendante.
Após a industrialização, o estabelecimento contratado (o executor da encomenda) retorna simbolicamente os insumos e fisicamente o produto
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final/semiacabado ao estabelecimento encomendante. Os insumos retornam simbolicamente, pois após a industrialização eles deixam de existir, em nosso
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exemplo as barras de ferro deixam de existir se transformando em peças automobilísticas, estas sim que retornaram fisicamente ao encomendante.
Na remessa para industrialização emite-se uma Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), normalmente, sem a tributação do ICMS e do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), pois as legislações desses tributos concedem suspensão nessa operação. Na NF-e de retorno, cita-se o documento fiscal de
remessa e os respectivos insumos que integram o produto final, assim como frações não utilizadas, além de constar materiais e os valores agregados pela
industrialização. Regra geral, o valor agregado será tributado pelo ICMS e pelo IPI e dará direito a crédito das contribuições PIS/Pasep e Cofins, quando o
contribuinte estiver enquadrado na modalidade não cumulativa de apuração dessas contribuições, salvo a existência de benefício fiscal na operação.
Contabilmente, a empresa encomendante não precisa registrar a baixa dos insumos e/ou produtos semiacabados dos seus estoques quando da saída da
NF-e de remessa para o estabelecimento executor da encomenda. Da mesma forma, o executor da encomenda também não precisará registrar em sua
escrituração contábil a entrada dos materiais recebidos para industrialização.
Porém, nossa Equipe Técnica recomenda que tanto a empresa autora da encomenda, quanto à executora da industrialização registrem a operação em
contas de compensação, conforme estudado no presente trabalho.
Feito esses breves comentários, passaremos a analisar nos próximos capítulos os aspectos contábeis relacionados à industrialização por encomenda,
tanto sob a óptica da empresa encomendante, quanto da empresa executora da encomenda. Para tanto, utilizaremos como base os princípios contábeis
aceitos atualmente no Brasil.
Base Legal: Art. 43, caput, VI do RIPI/2010; Art. 402, caput do RICMS/2000-SP e; Portaria CAT nº 22/2007 (Checado pela Valor em 01/06/20).
https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=486 1/7
13/05/2021 Industrialização por encomenda
2) Conceitos:
2.1) Industrialização:
De acordo com o Regulamento do IPI (RIPI/2010), aprovado pelo Decreto nº 7.212/2010 (1), caracteriza-se como sendo industrialização qualquer
operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como:
a. a que, exercida sobre matérias-primas ou produtos intermediários, importe na obtenção de espécie nova (transformação);
b. a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto
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(beneficiamento);
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E c. a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma
classificação fiscal (montagem);
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O d. a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a
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T embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); ou
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T e. a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização
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(renovação ou recondicionamento).
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Importante destacar que, são irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a
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localização e condições das instalações ou equipamentos empregados.
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Nota Valor Consulting:
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S (1) Interessante nosso leitor ter em mente que, o conceito e as modalidades de industrialização constantes no RIPI/2010, estão em
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A conformidade com as normas que dispõem sobre o ICMS da maioria dos Estados. No Estado de São Paulo, por exemplo, enquadramos a
definição de industrialização no artigo 4º do RICMS/2000-SP.
Base Legal: Art. 4º do RIPI/2010 e; Art. 4º do RICMS/2000-SP (Checado pela Valor em 01/06/20).
2.2) Estoques:
Para fins contábeis estoques são ativos:
Os custos incorridos para cumprir o contrato com o cliente, que não resultam em estoques (ou ativos dentro do alcance de outro pronunciamento), devem
ser contabilizados de acordo com a NBC TG 47 – Receita de Contrato com Cliente.
Por fim, lembramos que os estoques devem ser mensurados e apresentados no Balanço Patrimonial (BP) pelo valor de custo ou pelo valor realizável
líquido, dos 2 (dois) o menor.
3) Tratamento contábil:
Primeiramente, cabe nos registrar que a empresa encomendante não precisa registrar a baixa dos insumos e/ou produtos semiacabados dos seus
estoques quando da saída da NF-e de remessa para o estabelecimento executor da encomenda, pois ela ainda mantém a propriedade Assine nossa
dos materiais,
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sendo transferido apenas à posse temporária dos mesmos. Da mesma forma, o executor da encomenda também não precisará registrar em sua
escrituração contábil a entrada dos materiais recebidos para industrialização.
Porém, nossa Equipe Técnica recomenda que tanto a empresa autora da encomenda, quanto à executora da industrialização registrem a operação em
contas de compensação.
https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=486 2/7
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3.1) Remessa para industrialização:
A título de exemplo, imaginemos que a Vivax Indústria e Comércio de Eletrônicos Ltda., pessoa jurídica com sede no Município de Campinas/SP, remeta
50Kg (cinquenta quilogramas) de polímeros para a empresa Figueira Injetados Ltda. para fabricação de 1.000 (um mil) peças plásticas a serem aplicadas
futuramente em seus produtos finais.
Considerando que o valor do quilo de polímero seja R$ 30 (trinta reais), teremos a seguinte contabilização por parte da empresa Vivax (2):
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E Pela remessa de 50Kg de polímeros para a empresa Figueira Injetados, a título de industrialização em terceiro, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Materiais remetidos para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00 (3)
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C - Remessas para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
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A Legenda:
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O CCA: Conta de Compensação Ativa; e
CCP: Conta de Compensação Passiva.
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S Notas Valor Consulting:
(2) Valores meramente ilustrativos. Estamos considerando que o ICMS e o IPI incidente sobre a remessa estão suspensos.
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S (3) Valor da remessa = Qtd. remetida X valor do quilo ==> Valor da remessa = 1.000 X R$ 30,00 ==> Valor da remessa = R$ 30.000,00.
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Assim, por ocasião da entrada dos materiais no estabelecimento, o estabelecimento executor da encomenda registrará os mesmos a débito de "Conta de
Compensação Ativa (CCA)" e a crédito de "Conta de Compensação Passiva (CCP)", constando no histórico o nome do cliente e o número da NF-e
correspondente à operação. É possível, ainda, as contas de compensação identificarem o cliente a que pertence o estoque, além do item correspondente.
Continuando nosso exemplo, supondo que a Figueira Injetados também tenha optado em controlar os materiais recebidos em contas de compensação,
teremos o seguinte lançamento contábil quando do recebimento da NF-e de remessa para industrialização:
Pela entrada de 50Kg de polímeros remetidos pela empresa Vivax, para fabricação de peças plásticas sob encomenda, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Entradas para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
C - Materiais remetidos para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
Legenda:
CCA: Conta de Compensação Ativa; e
CCP: Conta de Compensação Passiva.
https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=486 3/7
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Registra-se que, a contrapartida dos débitos mencionados nas letras "a.ii" e "b.ii" será a conta de "Fornecedores (PC)", pelo montante do valor agregado
integral.
Dando continuidade ao nosso exemplo, suponhamos que a empresa Figueira Injetados tenha cobrado a importância de R$ 15.000,00 (quinze mil reais)
para a fabricação das 1.000 (um mil) peças plásticas encomendadas. Assim, a Vivax deverá efetuar os seguintes lançamentos contábeis quando da
entrada das NF-e de retorno e de cobrança dos serviços executados em seu estabelecimento (4):
Pela retorno simbólico de 50Kg de polímeros anteriormente remetido para a empresa Figueira Injetados, conf. NF-e retorno nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Remessas para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
C - Materiais remetidos para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
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Pela cobrança dos serviços prestados pela empresa Figueira Injetados para fabricação de 1.000 peças plásticas, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
O D - Estoques - Produtos semiacabados (AC) _ R$ 15.000,00
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E C - Fornecedores (PC) _ R$ 15.000,00
C Legenda:
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N AC: Ativo Circulante;
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A CCA: Conta de Compensação Ativa;
T CCP: Conta de Compensação Passiva; e
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PC: Passivo Circulante.
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S Nota Valor Consulting:
(4) Não estamos considerando eventuais créditos fiscais de ICMS, IPI, PIS/Pasep e Cofins que por ventura a empresa tenha direito, tendo em
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U vista o foco do presente Roteiro ser demonstrar a contabilização da operação em contas de compensação e de estoque. Assim, nosso leitor
S
C deverá verificar na legislação de cada tributo a possibilidade de creditamento.
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Dando continuidade ao nosso exemplo, a Figueira Injetados deverá efetuar os seguintes lançamentos contábeis quando da saída das NF-e de retorno e
de cobrança dos serviços executados (5):
Pelo retorno simbólico de 50Kg de polímeros anteriormente recebidos da empresa Vivax para fabricação de peças plásticas por encomenda, conf. NF-e nº
XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Materiais remetidos para industrialização (CCP) _ R$ 30.000,00
C - Entradas para industrialização (CCA) _ R$ 30.000,00
Pelo registro da receita pela fabricação de 1.000 peças plásticas para a empresa Vivax, conf. NF-e nº XXX.XXX de DD/MM/AA:
D - Clientes (AC) _ R$ 15.000,00
C - Receita Bruta de Vendas de Mercadorias e Serviços - Industrialização por encomenda (CR) _ R$ 15.000,00
(5) Não estamos considerando eventuais débitos fiscais de ICMS, IPI, PIS/Pasep e Cofins que por ventura a operação esteja sujeita, tendo
em vista o foco do presente Roteiro ser demonstrar a contabilização da operação em contas de compensação e de receita. Assim, nosso
leitor deverá verificar na legislação de cada tributo se a operação será gravada pelo respectivo tributo.
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 06/10/2016 pelo(a) Valor Consulting e está atualizado até a doutrina e legislação vigente em 01/06/2020 (data da
sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência das alterações doutrinárias e legais.
Lembramos que não é permitido a utilização dos materiais aqui publicados para fins comerciais, pois os mesmos estão protegidos por direitos
autorais. Também não é permitido copiar os artigos, materias e arquivos do Portal Valor Consulting para outro site, sistema ou banco de dados para
fins de divulgação em sites, revistas, jornais, etc. de terceiros sem a autorização escrita dos proprietários do Portal Valor Consulting.
A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida, desde que indicada a fonte:
"Valor Consulting. Industrialização por encomenda (Área: Manual de lançamentos contábeis). Disponível em:
https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=486. Acesso em: 13/05/2021."
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Colegiado uniformiza entendimento para considerar gastos com casas de repouso
N como dedutíveis no IRPF
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A Turma Regional de Uniformização dos Juizados Especiais da 4ª Região (TRU/JEFs), por maioria, decidiu dar
provimento a um pedido de uniformização de interpretação de lei que diz respeito à dedução do Imposto de
Renda quanto à gastos com casasde repouso para o cuidado de idosos. O julgamento do colegiado ocorreu em
B sessão telepresencial realizada no final de abril (30/4). A TRU entendeu que a dedução de despesas com saúde
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S aplica-se a entidades que (...)
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Notícia postada em: 12/05/2021.
Área: Direito tributário - Geral
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