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Industrialização por conta e ordem de terceiro

Leia esse artigo para saber mais sobre a industrialização, entender como funciona a terceirização
e quais são as notas fiscais que envolvem esse processo.

Por Redação

Industrialização é o processo de transformação de um para consumo/comercialização.

produto. Algumas indústrias executam todo o processo
produtivo internamente. Já outras terceirizam parte da
produção ou a produção inteira. Quando há essa
Industrialização por conta e
ordem de terceiro
terceirização, é quando acontece a industrialização por
conta e ordem de terceiro.

Aprenda neste artigo mais sobre a industrialização, Algumas indústrias optam por delegar à um terceiro parte
entenda como funciona a terceirização e quais são as do seu processo produtivo. É nesta hora que o processo de
notas fiscais que envolvem o processo por completo. industrialização por conta e ordem de terceiro entra em
ação.

Desta forma, teremos basicamente duas figuras

A Industrialização envolvidas. De um lado nós teremos a indústria que quer
terceirizar parte do seu processo produtivo e do outro lado
O decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, diz que
nós teremos o terceiro, aquele que executará parte da
industrialização é qualquer operação que modifique a produção de alguém.
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação
ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo. Todo o processo de trabalho acontecerá da seguinte
maneira:
Como afirmado acima, industrializar nada mais é que
transformar um insumo (matérias-primas, produtos
intermediários ou materiais de embalagens) em produto
1. A indústria enviará para o terceiro o insumo necessário CST 50 – Suspensão
para a transformação. Uma NF-e de Remessa para
industrialização por encomenda deve ser emitida. CST PIS/COFINS 08 – Operação sem incidência da
contribuição

2. O terceiro realizará a transformação necessária.

CST IPI 53 – Saída não-tributada

3. O terceiro deve devolver o insumo que sobrou através de

Quando o emitente for do Lucro Real ou Presumido
uma NF-e de Retorno de mercadoria recebida para
industrialização e não aplicada no referido processo.

O papel do terceiro
4. O terceiro deve ainda devolver virtualmente o insumo
que ele consumiu através de uma NF-e de Retorno de
mercadoria utilizada na industrialização por
O terceiro irá receber o insumo, efetuar as transformações
encomenda.
necessárias, devolver o produto transformado, devolver
5. E por último, o terceiro cobrará o seu serviço e outros virtualmente o insumo utilizado e ainda cobrar pelo

insumos que ele empregou através de uma NF-e de serviço.

Industrialização efetuada para outra empresa.

Veremos a seguir o processo mais detalhado.
Este é o fluxo básico de trabalho.

1. Devolvendo a matéria prima que

O papel da indústria
Em nosso artigo, o papel da indústria será o de
disponibilizar para o terceiro o insumo necessário para
executar o serviço.
Para isto, ela deve emitir uma NF-e de Remessa para
industrialização por encomenda.
Esta é a primeira NF-e emitida no processo. Ela serve para
transferir o insumo do estoque da indústria para o estoque
do terceiro. Será utilizada também no transporte.
Abaixo as orientações para a emissão desta NF-e:
não foi utilizada
O terceiro receberá da indústria o insumo necessário para
efetuar a industrialização. Nem sempre todo o insumo
enviado é utilizado. Neste caso, o terceiro deve devolver o
insumo restante para a indústria através de uma NF-e de
Retorno de mercadoria recebida para industrialização e
não aplicada no referido processo.
Em alguns processos produtivos o insumo sempre é
consumido totalmente, portanto, dependendo de sua
operação, nem sempre você fará esta NF-e.
Natureza da Retorno de mercadoria recebida para
operação industrialização e não aplicada no
referido processo

Natureza da Remessa para industrialização por

CFOP 5903 / 6903 – Retorno de mercadoria
operação encomenda
recebida para industrialização e não
aplicada no referido processo
CFOP 5901 / 6901 – Remessa para
industrialização por encomenda
CSNOSN 400 – Não tributada pelo Simples
Nacional
CSNOSN 400 – Não tributada pelo Simples
Nacional
CST PIS/COFINS 99 – Outras Operações

CST PIS/COFINS 99 – Outras Operações

CST IPI 53 – Saída não-tributada

CST IPI 53 – Saída não-tributada

Quando o emitente for do Simples Nacional

Quando o emitente for do Simples Nacional

Natureza da Retorno de mercadoria recebida para

operação industrialização e não aplicada no
Natureza da Remessa para industrialização por
referido processo
operação encomenda

CFOP 5901 / 6901 – Remessa para

industrialização por encomenda
 CFOP 5903 / 6903 – Retorno de mercadoria CST IPI 53 – Saída não-tributada
recebida para industrialização e não
aplicada no referido processo Quando o emitente for do Lucro Real ou Presumido

CST 50 – Suspensão
Uma sugestão é adicionar estes dados no campo

CST PIS/COFINS 08 – Operação sem incidência da observações: “Retorno referente a nota fiscal nº xxxxx”.
contribuição

CST IPI 53 – Saída não-tributada 3. Recebendo pelo serviço executado

Quando o emitente for do Lucro Real ou Presumido
2. Devolvendo a matéria prima
utilizada na industrialização
O terceiro precisa ainda indicar para a indústria o quanto
ele utilizou do insumo no processo produtivo. Esta
indicação é feita através de uma NF-e de Retorno de
O terceiro precisa receber pelo serviço prestado. Para isto,
o terceiro emitirá uma NF-e de Industrialização efetuada
para outra empresa.
Esta NF-e não movimentará o estoque. Ela será usada
apenas para gerar a cobrança e tributar devidamente os
impostos.
Esta é uma NF-e obrigatória. Você sempre a emitirá no

mercadoria utilizada na industrialização. processo de industrialização por conta e ordem de

Esta é uma espécie de retorno virtual do insumo, pois, na
verdade, ele já não existe mais da forma na qual ele foi
enviado.
terceiro. Afinal de contas, você não vai querer trabalhar de
graça, certo?!
Veja abaixo como o serviço de industrialização é tributado:

Esta é uma NF-e obrigatória. Você sempre a emitirá no Natureza da Industrialização efetuada para outra
processo de industrialização por conta e ordem de operação empresa

terceiro.
CFOP 5124 / 6124 – Industrialização efetuada
para outra empresa
Veja abaixo como emitir esta NF-e:

CSNOSN 900 – Outros

Natureza da Retorno de mercadoria utilizada na
operação industrialização por encomenda CST PIS/COFINS 99 – Outras Operações

CFOP 5902 / 6902 – Retorno de mercadoria CST IPI 53 – Saída não-tributada

utilizada na industrialização por
encomenda
Quando o emitente for do Simples Nacional

CSNOSN 400 – Não tributada pelo Simples

Nacional Natureza da Industrialização efetuada para outra
operação empresa
CST PIS/COFINS 99 – Outras Operações
CFOP 5124 / 6124 – Industrialização efetuada
CST IPI 53 – Saída não-tributada para outra empresa

Quando o emitente for do Simples Nacional CST 51 – Diferimento

CST PIS/COFINS 01 – Operação tributável com alíquota

Natureza da Retorno de mercadoria utilizada na básica
operação industrialização por encomenda

CST IPI 53 – Saída não-tributada

CFOP 5902 / 6902 – Retorno de mercadoria
utilizada na industrialização por
Quando o emitente for do Lucro Real ou Presumido
encomenda

CST 50 – Suspensão Em algumas ocasiões, além dos insumos enviados

previamente pela indústria, o terceiro poderá ter a
CST PIS/COFINS 08 – Operação sem incidência da
necessidade de empregar novos insumos adquiridos por
contribuição
ele mesmo.
Por exemplo, uma facção que recebe camisetas de uma
indústria para ser costurada, pode usar a linha adquirida
por ela mesmo e depois querer cobrar de indústria.
A cobrança destes insumos adicionais também pode ser
feita nesta mesma NF-e de cobrança pelo serviço. A
diferença é que o seu serviço terá o ICMS diferido
enquanto os outros insumos terão a cobrança do ICMS
normalmente.
Eis abaixo a tributação para os insumos adicionais que
serão cobrados da indústria:
Natureza da Industrialização efetuada para outra
operação empresa
CFOP 5124 / 6124 – Industrialização efetuada
para outra empresa
Tributação Tribute normalmente como se fosse
uma venda.
Atenção aos nomes dos produtos
Normalmente existe uma confusão quanto ao nome dos
produtos que cada NF-e deve conter.
A regra é simples:
a. Nas notas de retorno, você utilizará o mesmo produto
que você recebeu da indústria.
Conseguiu entender como funciona a industrialização por
b. Na nota de cobrança do serviço, você utilizará o nome
do produto que você gerou.
Vamos pensar na indústria têxtil, no qual terceirizou a
industrialização de camiseta e a mesma enviou como
insumo o tecido.
a. As notas de retorno devem utilizar o tecido.
b. A nota de cobrança deve utilizar a camiseta.
Acontece que em alguns processos, você fará alguma
mudança no insumo e o devolverá novamente. Neste caso,
tanto as notas de retorno quanto a nota de cobrança
utilizarão o mesmo produto.
Podemos citar como exemplo ainda a indústria têxtil,
onde pode enviar camisetas para receber um acabamento
qualquer. É o caso onde o insumo é o próprio produto que
será retornado.
Referências
Apesar de detalharmos todo o processo de emissão das
notas que envolvem uma Industrialização por conta e
ordem de terceiro, é importante que você consulte o seu
contador.
Outras fontes:
Regulamento ICMS SC, anexo 3, capítulo II, artigo 8o,
inciso X
Regulamento ICMS SC, anexo 2, capítulo IV, artigo 27o,
incisos I e II
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