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MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E

AUDITORIA 3/13

PROFESSOR: JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA MARTINS

DISCIPLINA: PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E
AUDITORIA 3/13

PROF. JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA MARTINS


Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1

1.1 EMENTA 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1
1.3 OBJETIVOS 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 2
1.5 METODOLOGIA 2
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 3
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 4

2. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 5

2.1 INTRODUÇÃO 5
2.2 A INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO E O PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 5

3. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 10

3.1 NOÇÕES SOBRE O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 10


3.2 A DEFINIÇÃO LEGAL DE TRIBUTO 10
3.3 AS ESPÉCIES DE TRIBUTOS BRASILEIROS 11
3.3.1 IMPOSTOS 11
3.3.2 TAXAS 11
3.3.3 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA 12
3.3.4 CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS 12
3.3.5 EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS 13
3.3.6 A NATUREZA JURÍDICA DO TRIBUTO 13
3.3.7 NOÇÕES DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 13
3.4 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (OT) 16
3.4.1 ELEMENTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 16
3.4.2 FATO GERADOR 16
3.4.3 SUJEITO PASSIVO 17
3.4.4 CRÉDITO TRIBUTÁRIO 18
3.4.5 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 18
3.4.6 MODALIDADES DE LANÇAMENTO 18
3.5 CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS TRIBUTOS FEDERAIS 19
3.5.1 IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS – IRPJ 19
3.5.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL 21
3.5.3 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP 21
3.5.4 CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS 22

4. IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA 24

4.1 CONCEITO E FATO GERADOR 24

ii
4.1.1 A TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS 25
4.2 SISTEMAS DE APURAÇÃO DO LUCRO 27
4.3 LUCRO CONTÁBIL E FISCAL 28
4.3.1 LUCRO CONTÁBIL 28
4.3.2 LUCRO FISCAL 28
4.4 LUCRO REAL 28
4.4.2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) 34
4.4.3 JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 34
4.5 LUCRO PRESUMIDO 36
4.5.1 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CSLL) 38
4.6 LUCRO ARBITRADO 38
4.6.1 ATIVIDADES MISTAS 39

5. PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL – PIS 40

5.1 PIS – SISTEMA CUMULATIVO 40


5.2 PIS – SISTEMA NÃO CUMULATIVO 40

6. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE


SOCIAL – COFINS 42

6.1 COFINS – SISTEMA CUMULATIVO 42


6.2 COFINS – SISTEMA NÃO CUMULATIVO 42

7. INCORPORAÇÃO, CISÃO E FUSÃO – SOCIEDADES 51

8. EXERCÍCIOS 59

8.1 EXERCÍCIO DE LUCRO PRESUMIDO 59


8.2 EXERCÍCIO DE LUCRO REAL 61
8.3 EXERCÍCIO DE LUCRO REAL E LUCRO PRESUMIDO 62
8.4 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO: IRPJ/CSLL/PIS E COFINS 70
8.5 QUESTÕES COMPLEMENTARES 77
8.6 EXERCÍCIO DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 84
8.7 EXERCÍCIOS DE INCORPORAÇÃO, CISÃO E FUSÃO 85

9. CÓPIA DAS TRANSPARÊNCIAS 90

iii
1

1. Programa da disciplina

1.1 Ementa
Noções de Sistema Tributário Nacional. Os principais tributos federais.
Planejamento tributário. Imposto de renda da pessoa jurídica. Lucro contábil e
fiscal. PIS – Programa de Integração Social. COFINS – Contribuição Social para
financiamento da Seguridade Social. Casos Práticos.

1.2 Carga horária total


24 horas/aula.

1.3 Objetivos
Familiarizar os participantes com os conceitos de Planejamento Tributário.
Compreender a legislação tributária aplicável ao imposto de renda da pessoa
jurídica – IRPJ e às contribuições sociais do PIS e da COFINS;
Transmitir aos participantes a sistemática de cálculo do IRPJ, da CSLL, do PIS e
da COFINS;
Preparar os alunos para planejar a melhor opção de carga fiscal envolvendo os
tributos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS.
Conhecer casos específicos de redução da carga tributária por meio de ação
administrativa e operacional.

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1.4 Conteúdo programático

Sistema Tributário Nacional Noções sobre o sistema tributário nacional


Definição e espécies de tributos
A obrigação tributária
Características dos tributos federais
Princípios Constitucionais Tributários
PIS
COFINS
Planejamento Tributário Fundamentos do Planejamento Tributário
A interpretação da legislação e o planejamento
fiscal
Elisão fiscal
Fraude
Imposto de Renda das Conceituação
Pessoas Jurídicas Sistemas de apuração do lucro
Lucro contábil e lucro fiscal
Lucro real
Lucro presumido e lucro arbitrado
Juros sobre o capital próprio
Perdas no Recebimento de Créditos
Casos Práticos
Contribuição social sobre o lucro
PIS e COFINS Conceituação
Aspectos Legais
Aspectos Fiscais
Bases de cálculo
Contabilização
Casos Práticos
Incorporação Fusão e Cisão Conceituação
de Sociedades Aspectos Legais
- protocolo – justificação
- laudo de avaliação
- assembleia geral extraordinária
Aspectos Fiscais
- tratamento do prejuízo fiscal
- tratamento da reserva de reavaliação
Valorização do Patrimônio Líquido
- a valor de mercado
- a valor contábil
Contabilização
Casos Práticos

1.5 Metodologia
Exposição dialogada dará suporte aos debates, estudos de casos e exercícios.

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1.6 Critérios de avaliação


O grau total que pode ser atribuído ao aluno, referente à avaliação de primeira
chamada, obedecerá à seguinte ponderação:

- até 30% referentes a trabalhos ou às atividades realizadas em equipe;


- o percentual restante, referentes à avaliação individual, sob a forma de prova
sem consulta, a ser realizada após o término da disciplina.

Os alunos reprovados na avaliação de primeira chamada, terão como grau máximo


7 (sete) em avaliação de segunda chamada.

1.7 Bibliografia recomendada


HIGUCHI, Hiromi; HIGUCHI, Fábio Hiroshi; HIGUCHI, Celso Hiroshi. Imposto de
Renda das Empresas: Interpretação e Prática. São Paulo: IR Publicações Ltda,
2012.

TEBECHRANI, Alberto; CAMPOS, Fortunato Bassani. MACHADO, José Luiz Ribeiro;


CAMPOS, José Maria de; SILVA, Alfredo da. Regulamento do Imposto de Renda
– 2000. São Paulo: Atlas, 2006.

IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARTINS, Eliseu; GELBCKE, Ernesto Rubens. Manual de


Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2012.

NEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo E. V. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica


– 2000. São Paulo: Frase, 2010.

TAVARES, P. R. Tavares. Comentários ao Código Tributário Nacional. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 1996.

PEREIRA, César A. Guimarães. Elisão Tributária e Função Administrativa. São Paulo:


Dialética, 2001.

ALMEIDA, Necyr de. IRPJ e Omissão de Receitas. São Paulo: Dialética, 2008.

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Curriculum vitae do professor


José Carlos de Almeida Martins é Pós-graduado em Ciências Contábeis,
Auditoria e Controladoria, pela Universidade Gama Filho. É Contador, Tributarista e
Administrador de Empresas, possuindo mais de 30 anos de experiência em
importantes empresas nacionais e internacionais de auditoria. É professor dos
programas de Pós-Graduação e MBA da Fundação Getulio Vargas, da Fundação
Oswaldo Aranha e da Universidade Cândido Mendes nas disciplinas: Planejamento
Tributário, Auditoria Tributária, Contabilidade para Executivos e Contabilidade
Avançada. É Sócio Diretor de Auditoria da BKR - Lopes, Machado Auditores S/C.

Planejamento Tributário
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2. Planejamento Tributário

2.1 Introdução
Hoje em dia com a alta carga tributária incidente sobre as empresas brasileiras, o
Planejamento Tributário, visando à redução lícita dessa carga tributária, é de
preponderante importância para a gestão das empresas.

Os tributos, via de regra, afetam de forma relevante o custo dos produtos das
empresas, as quais, para atingirem seu objetivo de lucro, têm que repassá-los no
preço de venda, o que pode lhes comprometer a competitividade de mercado,
afetando até mesmo a sua continuidade.

Portanto, a fim de atingir seu objetivo social, o empresário moderno tem de estar
atualizado com as oportunidades legais de pagar o menor tributo possível. Daí a
importância desse módulo de Planejamento Tributário.

2.2 A Interpretação da Legislação e o Planejamento


Tributário
Seguem-se as considerações do livro Direito Tributário, de Nilton Latorraca – 13.
ed. – Editora Atlas, a respeito do tema Planejamento Tributário.

A obrigação tributária é ex-lege, razão pela qual a vontade da partes é irrelevante


para modificá-la, uma vez ocorrido o fato gerador. Isso não impede, porém, que
o contribuinte se antecipe à ocorrência do fato gerador com o objetivo de projetá-lo
e dimensioná-lo. Assim procedendo, o contribuinte tem a possibilidade de adotar,
entre as opções legais disponíveis, as que lhe forem mais convenientes.

Costuma-se, então, denominar de Planejamento Tributário a atividade empresarial


que, desenvolvendo-se de forma estritamente preventiva, projeta os atos e fatos
administrativos com o objetivo de informar quais os ônus tributários em cada uma
das opções legais disponíveis.

Objeto do planejamento tributário é, em última análise, a economia tributária.


Cotejando as várias opções legais, o administrador obviamente procura orientar os
seus passos de forma a evitar, sempre que possível, o procedimento mais oneroso
do ponto de vista fiscal.

Planejamento Tributário
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Eis por que o caráter preventivo do planejamento tributário é essencial à definição


da matéria, não só no sentido técnico, como também do ponto de vista legal.

O planejamento tributário busca a economia de impostos – o tax saving dos


americanos – , sugerindo a escolha da opção legal menos onerosa. Há um aspecto
de tempo, porém, que é fundamental em matéria de economia de impostos. No
planejamento tributário, por isso, a primeira tarefa consiste em:

prever a situação de fato que, ocorrendo em concreto, acarreta consequências


jurídicas, fazendo nascer a obrigação tributária – fato gerador ou fato imponível;
identificar o período anterior à ocorrência do fato gerador da obrigação tributária
e o período posterior a essa ocorrência.

O contribuinte que pretenda planejar, com vista à economia de impostos, terá de


dirigir a sua atenção para o período anterior à ocorrência do fato gerador e nesse
período adotar as opções legais disponíveis. Isso porque, quando visa evitar ou
retardar a ocorrência do fato gerador, a economia de impostos só é legítima se as
providências para minimizar ou para evitar o ônus tributário antecederem a
ocorrência do Fato Gerador da obrigação tributária e observarem estritamente as
alternativas legais.

O contribuinte deve, portanto, ter como ponto de referência o fato gerador da


obrigação tributária para, sem seguida, situar-se em relação à época da sua
ocorrência; a natureza das providências legalmente possíveis variará em função
dessa previsão.

Ocorrendo o fato gerador do imposto, nasce a obrigação tributária; o contribuinte


não tem alternativa senão pagar o imposto devido. Nessas circunstâncias,
caracterizará sonegação toda a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou a
retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade
fazendária:

a. da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou


circunstâncias materiais;
b. das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação
tributária principal ou crédito tributário correspondente.

A sonegação, portanto, pressupõe necessariamente a ocorrência do fato gerador.


Só há sonegação quando alguém tenta simular, esconder ou descaracterizar
(sonegar) o fato gerador (já ocorrido); ou ainda simular condições pessoais
suscetíveis de afetar a obrigação tributária.

O contribuinte que pretender planejar em matéria tributária terá, portanto, que


adotar um procedimento preventivo, a saber:

deverá antecipar-se ao fato, prevendo a sua ocorrência;

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adotará um procedimento lícito para evitar a ocorrência do fato gerador da


obrigação tributária, ou adotará uma alternativa legal que esteja ao seu alcance
para reduzir a carga tributária.

É importante frisar, contudo, que o procedimento, além de preventivo, há de ser


lícito e não defeso em lei. Do contrário, mesmo agindo preventivamente, o
contribuinte pode cometer fraude, ato simulado ou abuso de forma jurídica.

FRAUDE

É toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou


parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a
excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o
montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento.

A fraude se distancia da legítima economia de impostos justamente porque nessa o


contribuinte adota um procedimento lícito para evitar a ocorrência do fato gerador,
ou adota uma alternativa legal ao seu dispor para reduzir a carga tributária. Na
fraude, os meios são sempre ilícitos; a ação ou omissão é dolosa, isto é, o infrator
age deliberadamente contra a lei, com a intenção de obter o evento desejado. A
ação dolosa, geralmente, caracteriza-se pela distorção ilícita das formas jurídicas, e
acaba materializando-se na falsidade ideológica ou material.

Simulação

Já a definição legal de simulação está prevista nos Arts. 102 a 105, do CC.:

quando aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas das a


quem realmente se conferem, ou transmitem;

quando contiverem declaração, confissão, condição, ou cláusula não verdadeira;

quando os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados –


provas da idoneidade da data.

Poderão demandar a nulidade dos atos simulados os terceiros lesados pela


simulação, ou os representantes do poder público, a bem da Lei, ou da fazenda.

Quanto aos crimes de falsidade material ou ideológica, há a Lei nº 8.137, de 27 de


dezembro de 1990, que define os crimes contra a ordem tributária praticados tanto
por particulares (art. 1º e 2º) como por funcionários públicos (art. 3º),
prescrevendo-lhes penas de reclusão ou detenção e multa. Igualmente merecem
destaque os dispositivos da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, sobre crimes
de falsidade. Em seu artigo 64, a Lei nº 8.383/91 define que o gerente ou
administrador de instituição financeira ou assemelhada, que, de qualquer modo,
concorra para a abertura de conta ou movimentação de recursos sob nome: (i)
falso, (ii) de pessoa jurídica ou física inexistente e (iii) de pessoa jurídica liquidada
de fato, ou sem representação regular, responderá como co-autor de crime de

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falsidade, admitindo que as instituições financeiras ou assemelhadas solicitem ao


Departamento de Receita Federal confirmação de número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC).

A penalidade sobre informação falsa já estava prevista na Lei nº 8.134/90 (artigo


19); todavia era prevista para ser calculada sobre o valor efetivamente utilizado,
isto é, ocorrendo o fato. Não havendo o aproveitamento, não incidirá a penalidade.
A Lei nº 8.383/91 estabelece que basta a informação ser fornecida – condição
suficiente para que seja utilizável – para ser devida a multa.

A falsidade material corresponde à falsificação de documentos, papéis e livros. A


falsidade ideológica é assim definida em nosso Código Penal:

Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou


nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação, ou alterar a verdade sobre fato
juridicamente relevante.

Recapitulando: o planejamento tributário visa à economia de impostos de uma das


seguintes formas:

1. retardando ou impedindo a ocorrência do fato gerador;


2. reduzindo o montante do imposto devido.

No primeiro caso é essencial que seja evitada a ocorrência da situação prevista na


lei como fato gerador do imposto; a ação ou omissão deverá ser necessariamente
lícita e anterior à ocorrência do fato gerador.

A modalidade de economia referida no segundo caso diz respeito apenas ao cálculo


do imposto ou à determinação do valor tributável, e só será legítima se o
contribuinte puder escolher entre duas ou mais opções concedidas pela lei.

Pelo exposto, pode-se verificar que o planejamento tributário está vinculado a uma
das questões mais controvertidas em Direito Tributário, que é a da indagação de se
é lícito ao contribuinte adotar determinadas formas jurídicas com objetivos
unicamente tributários. Esse problema pode ser formulado nas seguintes questões
básicas:

Pode o contribuinte realizar um ato jurídico visando a objetivos unicamente


tributários?
Até que ponto o contribuinte é livre para adotar a forma jurídica mais
conveniente do ponto de vista tributário para instrumentar determinada
transação?

À primeira indagação certamente responderíamos de maneira afirmativa. De fato, a


lei não impedia, por exemplo, que o contribuinte fixasse o encerramento do
exercício social na data que lhe fosse mais conveniente do ponto de vista fiscal. E

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tanto era assim que a lei acabou sendo alterada com o objetivo de desvincular o
período-base do exercício social.

Tampouco é vedado realizar uma incorporação ou fusão de sociedades, ou


reavaliação de ativo com objetivos fiscais.

Não se trata, no caso, de simular determinada forma jurídica para instrumentar


inadequadamente uma realidade econômica. São atos para cuja realização a lei não
indaga qual a intenção; são atos jurídicos para os quais o elemento subjetivo é
irrelevante do ponto de vista fiscal. O agente pode visar a inúmeros objetivos
econômicos, sendo válido, inclusive, visar unicamente a uma economia fiscal, desde
que se sujeite à forma e à disciplina jurídica do negócio adotado.

Aqui a forma jurídica adotada é típica, o negócio realizado é válido e eficaz. A única
peculiaridade é que o objetivo econômico visado é a economia de impostos, o que
nos parece perfeitamente legal. É o conceito de negócio jurídico indireto.

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3. Sistema Tributário Nacional

3.1 Noções sobre o Sistema Tributário Nacional


Sistema significa conjunto de normas coerente e convenientemente ordenadas.
Conjunto de partes interrelacionadas, harmonicamente, de um todo.

Sistema Tributário é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam os tributos,


cujos objetivos e meios empregados, simultaneamente, resultam e denotam
coordenação e harmonia entre si, com o sistema econômico e com as finalidades
fiscais e extrafiscais da tributação.

O Sistema Tributário Nacional está disciplinado na Constituição da República


Federativa do Brasil, em seu Título VI, Capítulo I, nos artigos 145 a 162.

3.2 A Definição Legal de Tributo


Antes de iniciarmos o estudo dos tributos e das alternativas de planejamento
tributário existentes na atualidade é mister conceituar o objeto principal de nosso
assunto, isto é, apresentar a definição jurídica de tributo, conforme consta no art.
3º do Código Tributário Nacional:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se


possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

a. Prestação Pecuniária Compulsória => comportamento obrigatório

b. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir => em moeda, não comportando
o pagamento em produto, trabalho, serviço, etc.

c. Que não constitua sanção de ato ilícito =>ato ilícito = contrário à lei. O ato ilícito
gera a penalidade pecuniária ou não.

Por exemplo:
Um médico que mantém uma clínica de aborto, paga IR do valor recebido? Multa
pelo atraso de pagamento é tributo?

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d. Instituída em Lei => Conforme dispõe o art. 5º da Constituição Federal.

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude
de lei.

Logo, não haverá tributo, tão pouco a sua exigência, se não existir lei anterior para
tanto.

e. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada => Somente a


Administração Pública Direta ou Indireta (excluem-se as concessões e permissões
de serviço público, por exemplo, empresas de transporte, fornecimento de energia
elétrica) pode cobrar – exigir – o comportamento de pagar o tributo; fora dessa
condição, não estamos diante de um tributo.
Plenamente vinculada, significa que ao funcionário público não há discricionaridade
acerca da cobrança do tributo.

3.3 As Espécies de Tributos Brasileiros


Tributo é uma denominação genérica que se subdivide nas seguintes espécies:
Impostos, taxas, contribuições de melhoria, as contribuições parafiscais e os
empréstimos compulsórios.

3.3.1 Impostos

Importância que se paga ao Estado em função de várias atividades relacionadas a


sua manutenção, e não destinada a um serviço específico ou determinado.

Art. 16 CTN =>Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade específica, relativa ao contribuinte.

Por exemplo: Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto


sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Produtos
Industrializados ( IPI ), Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS), e Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

3.3.2 Taxas

Art. 77 do CTN =>As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tem como
fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto a sua disposição.

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O art. 79 do Código Tributário Nacional (CTN) assim definiu o que vem a ser
serviço específico e divisível como também a diferença entre utilização efetiva e
potencial:

Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:

I – utilizado pelo contribuinte:


a) efetivamente quando por usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos a sua
disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de


intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas;

III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de


cada um dos usuários.

Bilhete do Metrô => TARIFA


Carteira de Habilitação => TAXA
O Valor do Porte de Arma => TAXA

A Taxa não pode ter base de cálculo idêntica a dos impostos.(§ 2º do art. 145 da
CF/88).

Por exemplo: Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública (TCLLP), Taxa de


Iluminação Pública (TIP), Taxa de Incêndio, Taxa de água.

3.3.3 Contribuições de Melhoria

Art. 81 do CTN => A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições,
é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

3.3.4 Contribuições Parafiscais

São tributos de difícil conceituação no sistema tributário brasileiro, visto que


teoricamente seriam tributos que não visam a obtenção de receitas, mas regular ou
modificar a distribuição da riqueza nacional bem como outras finalidades
econômicas ou sociais. Atualmente respondem por uma grande fatia da
arrecadação tributária federal.

Tais contribuições são classificadas em três tipos, conforme art. 149 da Constituição
Federal:

Sociais: INSS, PIS, PASEP, COFINS, CPMF (revogada) e outras

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De Intervenção no Domínio Econômico: Contribuições para controle da


produção de açúcar, laranja, etc.

De Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: Contribuições


Sindicais, CREA, OAB.

3.3.5 Empréstimos Compulsórios

Art. 148 da CF/88 => A União, mediante lei complementar, poderá instituir
empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias,
decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no
caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

3.3.6 A Natureza Jurídica do Tributo

A natureza jurídica do tributo, isto é, o fato de ser um imposto, taxa ou


contribuição de melhoria, é determinada pelo seu fato gerador, sendo irrelevante a
destinação da receita e sua denominação.

3.3.7 Noções de Princípios Constitucionais Tributários

Para todo aquele que atua, direta ou indiretamente com a tributação é importante
conhecer os limites impostos ao Estado em seu poder de tributar.

O poder de tributar dos entes políticos da federação brasileira (União, Estados,


Distrito Federal e Municípios) está consagrado e delineado na CF, artigos 145 e
seguintes.

No entanto, esse poder não é ilimitado. Antes, deve observar os precisos e


indeclináveis LIMITES estabelecidos pela própria CF, em diversos preceitos e
princípios, sob a pena de inconstitucionalidade e nulidade dos atos.

Esses princípios, fundamentos de todo o sistema, ao limitarem o poder de tributar


das entidades federativas, consagram o Estado de Direito, assecuratório das
garantias individuais e do equilíbrio entre cidadãos e Estado.

São os seguintes os princípios tributários fixados na CF que devem,


necessariamente, ser observados pelo Estado no exercício de seu poder de tributar
(elencados na ordem numérica dos artigos):

a) Princípio da Personalização dos Impostos (Art. 145, § 1º)

Princípio exclusivamente atinente aos IMPOSTOS, pelo qual o imposto, na sua


instituição, deve levar em conta, sempre que possível, a pessoa do contribuinte
em razão de suas características e peculiaridades próprias.

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b) Princípio da Capacidade Contributiva (Art. 145, § 1º)

Decorrente do Princípio da Isonomia, ou Princípio da Igualdade Tributária, esse


princípio encerra a ideia de que o contribuinte do imposto deve contribuir para
o Estado na proporção de suas rendas, não podendo nunca a carga tributária
atingir a parte da renda necessária a sua manutenção básica.

A capacidade do contribuinte está ligada à capacidade de gerar riquezas, o


contribuinte deve participar dentro de suas possibilidades, sendo-lhe garantido
o mínimo indispensável à sua subsistência. E, note-se, tal limitação está
circunscrita apenas à espécie de tributos denominada imposto, não se lhe
aplicando às taxas e contribuições.

A não-observância desse princípio poderá ocasionar um tributo com efeito


confiscatório, o que é vedado pela CF.

c) Princípio da Legalidade Tributária (Art. 150, I)

Só é permitido criar ou aumentar tributos por meio da Lei.

Dentre todos, afigura-se esse, juntamente com o Princípio da Anterioridade, o


mais importante princípio que limita o poder de tributar.

As exceções ao referido princípio encontram-se no parágrafo 1º do art. 153 da


CF, que faculta ao Poder Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF.
Importante ressaltar, entretanto, que mesmo a faculdade estabelecida em
favor do Executivo deve observar as condições e os limites estabelecidos em
lei, o que robustece e afirma esse princípio.

d) Princípio da Irretroatividade da Lei (Art. 150, III, "a")

Pode-se dizer complementar do Princípio da legalidade, como assecuratório da


segurança jurídica. Segundo tal princípio, é vedado aos entes tributantes
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que os houver instituído ou aumentados.

Conclui-se, então, que rege a relação jurídico-tributária a lei vigente no


momento da concretização do fato gerador.

Entende-se que, no caso do fato gerador complexivo (por exemplo: Imposto


sobre a Renda) a legislação aplicável é aquela vigente na data que se completa
o respectivo ciclo de formação.

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e) Princípio da Anterioridade da lei (Art. 150, III, "b" e “c”)

Princípio em razão do qual veda-se a qualquer dos entes políticos:

b) cobrar tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada


a lei que o instituiu ou aumentou.

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b (EC 42/03).

Esse princípio não se confunde com o Princípio da Anualidade, suprimido do


nosso ordenamento jurídico com a Emenda Constitucional nº 1, de 1969.

São exceções expressas na Constituição ao Princípio da Anterioridade o II, IE,


IPI e IOF (parágrafo 1º do art. 153, CF). São também exceções o empréstimo
compulsório para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (art. 148, I); o imposto
extraordinário por motivo de guerra (art. 154, II); as contribuições sociais da
seguridade social, que poderão ser exigidas após noventa dias da publicação da
lei que as houver instituído ou modificado (art. 149 combinado com art. 195, §
6º, CF).

f) Princípio da Imunidade Tributária (Art. 150, VI)

Também chamada de não incidência juridicamente qualificada, a imunidade


tributária significa a supressão do poder de tributar, imposta pela Constituição,
quando se verificarem certos pressupostos, situações ou circunstâncias
previstos.

Refere-se somente aos impostos.

A CF veda à União, Estados e Municípios instituir imposto sobre (imunidade):

Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros ( os entes da federação)


Templos de qualquer culto
Patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, das entidades sindicais, das
instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos.
Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Planejamento Tributário
16

3.4 Obrigação Tributária (OT)


Conceito de extrema importância para todo aquele que esteja envolvido com o
dever de pagar tributo. A obrigação tributária é definida como decorrente do poder
jurídico pelo qual o Estado, exclusivamente com base na lei, pode exigir do
particular uma prestação positiva ou negativa.

Prestação Positiva - dar - ex.: pagamento


- fazer - ex.: declaração IR

Prestação Negativa - não fazer - ex.: tolerar fiscalização

A OT pode ser principal ou acessória.

Obrigação principal envolve pagamento de tributo ou penalidade (obrigação de dar


- § 1º do art. 113, do CTN).

Obrigação acessória envolve toda e qualquer obrigação que não signifique


pagamento (obrigação de fazer e não fazer - parágrafo 2º do art. 113, do CTN).

A OT surge com a ocorrência do fato gerador.

3.4.1 Elementos da Obrigação Tributária

Da definição surgem os seguintes elementos da OT:

(1) Sujeito Ativo – PJ de direito público (entidade federada) competente para


instituir e cobrar tributos.

(2) Sujeito Passivo – PF ou PJ obrigada ao cumprimento da prestação tributária.

(3) Objeto – o cumprimento de uma prestação positiva (dar ou fazer) ou negativa


(não fazer) determinada por lei.

(4) Fato gerador

3.4.2 Fato Gerador

Fato gerador é a situação de fato ou a situação jurídica que, ocorrendo, determina


a incidência do tributo ou a obrigação de fazer ou não fazer determinada prestação.

Como dito anteriormente, a OT surge com a ocorrência do gato gerador. A


obrigação tributária existe em abstrato na lei; no entanto, somente se concretiza
quando efetivamente ocorre o fato gerador. Dessa forma, apenas com o fato
gerador identificam-se os elementos da OT e a legislação tributária aplicável, pois,
antes de sua ocorrência, a OT não existe materializada em um caso concreto.

Planejamento Tributário
17

Os artigos 114 e 115 do CTN definem o fato gerador da OT principal e da OT


acessória, respectivamente.

É importante ressaltar que o fato gerador da OT principal é um fato econômico com


relevância jurídica (artigo 118), o que justifica a tributação de atividades ilícitas
(por exemplo: art. 767 do RIR – Dec. nº 85.450/80).

3.4.3 Sujeito Passivo

Como visto anteriormente, sujeito passivo da OT é a PF ou PJ obrigada ao


cumprimento da prestação tributária, principal ou acessória.

Quanto à OT principal, o CTN distinguiu duas espécies de sujeito passivo:

Contribuinte – quando tiver relação pessoal e direta com a situação que constituir o
fato gerador. Denominado sujeito passivo DIRETO, com
responsabilidade ORIGINÁRIA.

Responsável – quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação


decorrer da lei. Denominado sujeito passivo INDIRETO, com
responsabilidade DERIVADA.

A responsabilidade DERIVADA varia de grau, podendo ir de simples solidariedade à


substituição completa do contribuinte (substituto legal tributário).

Por isso, a sujeição passiva INDIRETA divide-se em sujeição por TRANSFERÊNCIAS


e SUBSTITUIÇÃO:

(a) Transferências – quando a OT, nascida originariamente contra uma pessoa


(sujeito passivo DIRETO), se transferir a outra (sujeito passivo INDIRETO), em
virtude de fato posterior. Existe em três modalidades:

(a.1) Solidariedade – quando duas ou mais pessoas forem simultaneamente


obrigadas pela mesma obrigação (arts. 124 e 125, do CTN).

(a.2) Sucessão – quando a OT se transferir em virtude do desaparecimento do


devedor original (arts. 129 a 133, do CTN).

(a.3) Responsabilidade de terceiros – quando a lei responsabilizar pessoa


diversa pelo pagamento do tributo, quando não pago pelo sujeito direito
(art. 134, do CTN).

(b) Substituição – quando, face à disposição legal expressa, a OT surgir


originariamente contra pessoa diferente daquela que esteja em relação direta
com a situação tributária. É a própria lei que substitui o sujeito passivo
(SUBSTITUTO LEGAL – art. 135, do CTN).

Planejamento Tributário
18

3.4.4 Crédito Tributário

Prescreve o art. 139 que o crédito tributário decorre da obrigação tributária


principal e tem a mesma natureza desta.

O crédito tributário é o instrumento que formaliza a relação jurídico-tributária,


possibilitando, assim, que o sujeito ativo (fisco) possa exigir do sujeito passivo
(contribuinte ou responsável) a obrigação tributária principal da qual decorre.

3.4.5 Lançamento Tributário

LANÇAMENTO é o ato administrativo pelo qual se formaliza a obrigação tributária


nascida abstratamente na lei e concretizada com a ocorrência do fato gerador.

O art. 142 do CTN define que compete privativamente à autoridade administrativa


constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.

Resumida e cronologicamente, pode-se dizer, então, que: (1) a obrigação tributária


existe in abstracto na lei; (2) concretiza-se com ocorrência do fato gerador; (3)
segue-se o lançamento, com o fim de promover o acertamento da relação jurídico-
tributária; (4) instrumentalizada a OT com o lançamento, surge o crédito tributário.

3.4.6 Modalidades de Lançamento

O CTN disciplina três modalidades de lançamentos, diferentes entre si em razão da


forma procedimental e do momento de pagamento do tributo em relação ao próprio
lançamento:

(1) Lançamento Misto ou por Declaração (Art. 147 do CTN)

Assim denominado em razão de o lançamento ser efetuado pelo Fisco com base
em declaração do sujeito passivo ou de terceiro. A ocorrência do fato gerador
apenas obriga o contribuinte a fornecer ao Fisco os dados necessários à
efetivação do lançamento (por exemplo: IR - PF).

(2) Lançamento Simples ou Direito (Art. 149 do CTN)

No qual toda iniciativa para efetivação do lançamento cabe ao Fisco. O


contribuinte em nada participa, pois que cabe somente ao Fisco apurar a
ocorrência do fato gerador e promover a cobrança do tributo devido. Também
denominado lançamento de ofício (por exemplo: IPTU).

Planejamento Tributário
19

(3) Lançamento por Homologação ou Autolançamento

Lançamento no qual, ocorrido o fato gerador, o contribuinte tem por lei


obrigação de antecipar o pagamento do tributo sem prévio exame da
autoridade administrativa. A eventual extinção do crédito tributário só ocorrerá
quando a autoridade competente homologar a atividade desempenhada pelo
contribuinte correspondente ao lançamento do tributo (por exemplo: ICMS).
Nessa modalidade, o pagamento antecipado do tributo extingue o crédito sob
condição resolutória.

O Fisco tem prazo decadencial de 5 (cinco) anos para homologar o lançamento


feito pelo contribuinte. Após esse prazo, salvo ocorrência de dolo, fraude ou
simulação, considera-se homologado o lançamento e extinto o crédito
tributário.

3.5 Características de alguns Tributos Federais

3.5.1 Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ

3.5.1.1. Base de cálculo:


3.5.1.1.1 - Lucro Real: Lucro Líquido do exercício ajustado pelas
adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação.
Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:
o cuja receita total, no ano-calendário anterior, seja superior ao
limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais), ou
proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12
meses;
o sejam instituições financeiras;
o com lucro, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;
o que tenham benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto;
o que tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de
estimativa no decorrer do ano-calendário; e

3.5.1.1.2 - Lucro Presumido: Forma simplificada para determinação


da Base de Cálculo, desobrigando os contribuintes, perante o fisco
federal de manter escrituração contábil.
O Lucro Presumido, para as atividades de comércio e indústria, é
determinado mediante a aplicação do percentual de 8% sobre o valor
da receita bruta mensal. Existem outros percentuais para atividades
específicas (Lei n.º 9.249/95).
Poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido
a pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior,

Planejamento Tributário
20

tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito


milhões de reais), ou proporcional ao número de meses de atividade
no ano-calendário anterior quando inferior a 12 meses.
3.5.1.1.3 - Lucro Arbitrado: Determinado mediante aplicação sobre o
valor da receita bruta, quando conhecido, dos percentuais fixados
para determinação do lucro presumido acrescidos de 20%.

3.5.1.2 - Alíquota:
3.5.1.2.1 - Geral: 15%; e
3.5.1.2.2 - Adicional: 10%.
A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a
R$ 20.000,00 ficará sujeita a incidência de adicional de imposto de
renda à alíquota de 10% (dez por cento).
3.5.1.3 - Periodicidade de apuração:
3.5.1.3.1. - Trimestral: As pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro real, presumido ou arbitrado deverão efetuar apuração
trimestral com períodos encerrados em 31 de março, 30 de junho, 30
de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário.
3.5.1.3.2 - Estimativa mensal: A pessoa jurídica, tributada com base
no lucro real, poderá optar por efetuar o pagamento e apuração do
imposto com base em estimativa mensal, mediante a aplicação,
sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos mesmos percentuais
utilizados para o lucro presumido.
3.5.1.4 - Prazo de recolhimento:
3.5.1.4.1 - Apuração trimestral: será pago em cota única, até o
último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período
de apuração.
o O contribuinte poderá optar pelo pagamento parcelado em até (03)
três cotas mensais, iguais e sucessivas. Nenhuma cota poderá ter
valor inferior a de R$ 1.000,00 (mil reais).
o As cotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa
SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia
do segundo mês subsequente ao do encerramento do período de
apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1%
no mês do pagamento.
3.5.1.4.2 - Apuração mensal: até o último dia útil do mês
subsequente àquele a que se referir:
3.5.1.4.3 - Saldo do imposto apurado em 31 de dezembro
(Declaração de Ajuste):
3.5.1.4.3.1 - Pago em cota única, até o último dia útil do mês
de março do ano subsequente, se positivo, corrigido pela taxa
de juros SELIC a partir de 1º de fevereiro até o último dia do

Planejamento Tributário
21

mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês do


pagamento.
3.5.1.4.3.2 - Compensado com o imposto a ser pago a partir
do mês de abril do ano subsequente, se negativo, assegurado
a alternativa de pedido de restituição.

3.5.2 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL

3.5.2.1 - Base de cálculo: Lucro líquido do exercício, ajustado, antes da


provisão para o Imposto de Renda.
No caso das pessoas jurídicas que houverem optado pelo pagamento do
imposto de renda por estimativa, a base de cálculo da contribuição é o valor
correspondente a 12% da receita bruta mensal (exceto para a atividade de
serviços, cujo percentual é 32%), acrescido dos demais resultados e ganhos
de capital.
3.5.2.2 - Alíquota: 9%.
3.5.2.3 - Periodicidade de apuração e prazo de recolhimento: Idênticos ao
do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas.

3.5.3 Contribuição para o PIS/PASEP

3.5.3.1 - Base de cálculo do PIS – Sistema Cumulativo:


3.5.3.1.1 - Pessoas jurídicas de direito privado: valor da receita bruta
mensal, correspondendo à totalidade das receitas auferidas, sendo
irrelevante o tipo de atividade e a classificação contábil adotada para
as receitas.
3.5.3.2 - Alíquota (PIS): 0,65%.

3.5.3.3 - Base de cálculo do PIS – Sistema Não Cumulativo:

3.5.3.3.1 - Pessoas jurídicas de direito privado: valor da receita bruta


mensal, correspondendo a totalidade das receitas auferidas, sendo
irrelevante o tipo de atividade e a classificação contábil adotada para
as receitas. Dão direito à crédito os insumos pagos na produção ou
comercialização de bens e serviços.

3.5.3.4 - Alíquota (PIS): 1,65%.

3.5.3.5 - Periodicidade de apuração (PIS): Mensal.

3.5.3.6 - Prazo de recolhimento (PIS): Até o último dia útil da quinzena


subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador.

Planejamento Tributário
22

3.5.3.7 - Base de cálculo (PASEP):


3.5.3.7.1 - Pessoas jurídicas de direito público interno (União,
Estados, Distrito Federal, Municípios e suas autarquias, inclusive as
fundações públicas): Receitas correntes arrecadadas e transferências
correntes e de capital recebidas.
3.5.3.7.2 - Empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
subsidiárias: Faturamento mensal.
3.5.3.7.3 - Fundações de direito privado e outras entidades previstas
no artigo 13 da MP n.º 1.858-6 de 29/06/99: folha de pagamento
mensal.
As entidades financeiras enquadradas como empresas públicas, são
contribuintes do PIS.
3.5.3.8 - Alíquotas (PASEP):

3.5.3.8.1 - Pessoas jurídicas de direito público/autarquias: 1%;


3.5.3.8.2 - Empresas públicas (faturamento): 0,65%; e
3.5.3.8.3 - Folha de pagamento: 1%.

3.5.3.9 - Periodicidade de apuração (PASEP): Mensal.

3.5.3.10 - Prazo de recolhimento (PASEP): Até o último dia útil da quinzena


subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador.

3.5.4 Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social


– COFINS

3.5.4.1 - Base de cálculo - Sistema Cumulativo: Valor da receita


bruta mensal, entendendo-se como tal, a totalidade das receitas
auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade
por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
3.5.4.2 - Alíquota: 3%.

o No caso das entidades financeiras que, até fevereiro/99, não


integravam a base de cálculo da COFINS, são admitidas as mesmas
deduções relativas a base de cálculo do PIS/PASEP, que consiste,
basicamente, nas despesas de captação e receita de terceiros.

3.5.4.3 - Base de cálculo – Sistema Não Cumulativo:

7.3.1. Pessoas jurídicas de direito privado: valor da receita bruta


mensal, correspondendo a totalidade das receitas auferidas, sendo
irrelevante o tipo de atividade e a classificação contábil adotada para
as receitas. Dão direito a crédito os insumos pagos na produção ou
comercialização de bens e serviços.

Planejamento Tributário
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3.5.4.4 - Alíquota: 7,6%.


3.5.4.5 - Periodicidade de apuração: Mensal;
3.5.4.6 - Prazo de recolhimento: Até o último dia útil da quinzena
subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador.

Planejamento Tributário
24

4. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica

4.1 Conceito e Fato Gerador


Não é nada fácil fazer a conceituação de renda, no sentido fiscal.

Com efeito, a renda é mais um fato econômico que jurídico. E, mesmo sob o
primeiro aspecto, a sua conceituação até agora está longe de ser pacífica,
permanecendo no terreno das questões abertas.

Conforme a doutrina, se a Economia depende do Direito para impor praticamente


suas conclusões, o Direito não depende da Economia, nem de qualquer ciência,
para se tornar obrigatório, razão pela qual o conceito de renda é fixado livremente
pelo legislador, segundo considerações pragmáticas, em função da capacidade
contributiva e da comodidade técnica de arrecadação.

Há quem defina renda como um incremento de valor dependendo do emprego de


capital ou da atividade humana, determinável em dinheiro, relativamente a um
sujeito e a um período dado.

Assim, a existência de uma renda ficaria na dependência de um patrimônio ou


capital, do exercício de uma atividade humana, recompensada em dinheiro ou
espécie, capaz de ser traduzida em moeda, entre dois momentos quaisquer.

Desse conceito decorre que uma determinada riqueza, para constituir renda, deve
reunir simultaneamente os três seguintes elementos:

provir de uma fonte patrimonial já pertencente ao próprio titular da renda;


ser periódica ou capaz de se reproduzir de tempos em tempos;
ser derivada de atividade do seu titular, visando o acréscimo de valor desse
patrimônio.

Desse modo, o dinheiro recebido por herança ou doação não é renda, por não
provir de uma fonte preexistente no patrimônio do indivíduo que a recebe; ao
contrário, o juro de um empréstimo é renda, por derivar de um patrimônio já
pertencente ao credor (o capital emprestado).

Para tal efeito, considera-se patrimônio tudo que é suscetível de produzir um


acréscimo de riqueza, e não apenas os bens materiais; assim, o trabalho é
patrimônio, porque produz salário, que por sua vez é renda (provento).

Planejamento Tributário
25

De concurso desses três elementos, resulta o conceito jurídico-tributário adotado


pela lei brasileira, segundo o qual constituem renda os ganhos derivados do capital,
do trabalho ou da combinação de ambos, e os demais proventos previstos em lei.

A conceituação é ampla, compreendendo tanto os ganhos das pessoas físicas como


os das pessoas jurídicas, de vez que estas últimas representam, a rigor, meros
agentes da arrecadação do imposto devido pelos seus titulares ou acionistas.

Já o conceito de proventos de qualquer natureza, que anteriormente era


empregado na terminologia administrativa para designar a remuneração dos
supervisores públicos, abarca a rigor, qualquer outra espécie de remuneração do
trabalho individual a que falte algum dos elementos do conceito doutrinário de
renda.

Daí porque o Código Tributário Nacional considerou como fato gerador do tributo:

A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho, ou da


combinação de ambos;
de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Vê-se que para a tributação não é necessário que os ganhos sejam efetivamente
percebidos pelo respectivo titular (disponibilidade econômica), bastando, isso sim,
que este haja adquirido o direito de crédito sobre os mesmos (disponibilidade
jurídica).

É ainda mister a ocorrência do período de formação da base de cálculo,


denominado período-base, ordinariamente de 1º de janeiro a 31 de dezembro do
ano civil, podendo também ser mensal.

Em síntese, o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza é o tributo


que incide sobre a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de riqueza
nova produzida pelo capital, pelo trabalho ou pela combinação de ambos, ou os
acréscimos patrimoniais derivados do trabalho individual quando utilizados pelo
trabalhador para si próprio.

4.1.1 A Tributação das Pessoas Jurídicas

Ao lado das pessoas jurídicas ou naturais existem formações ou instituições


humanas – coletividade de pessoas naturais – que o Direito reconhece como se
entes vivos ou visíveis fossem, e que, por isso mesmo, são denominadas pessoas
jurídicas.

São entidades abstratas, porque ficções do Direito, mas nem por isso deixam de ser
capazes de exercer direitos e contrair obrigações.

Planejamento Tributário
26

É pessoa jurídica a unidade criada pelo Direito, a resultante da agremiação


humana, constituída para obter, pelos meios patrimoniais, um ou mais fins, sendo
distinta dos indivíduos singulares que a compõe, e dotada da capacidade de possuir
e de exercer, adversus ommes, direitos patrimoniais próprios.

Geralmente são sociedades – civis ou comerciais – quando perseguem fins


econômicos; são associações ou instituições quando alheias a finalidades
economistas, portanto de fins ideais; são fundações quando se constituem em um
patrimônio destinado a alcançar fins altruísticos e não em uma associação de
pessoas simplesmente.

Qualquer que seja, porém, a forma que a pessoa jurídica revista, estará ela
representada a ideia de uma entidade coletiva.

No que se refere ao Direito Tributário, existem casos de entidades singulares que


podem ser a ela equiparadas, tendo em vista as finalidades pretendidas pelo Poder
Público.

É o que ocorre com as empresas individuais, que para efeito de tributação pelo
Imposto sobre a Renda, são consideradas como pessoas jurídicas.

As pessoas jurídicas de direito privado, por natureza ou por força de lei,


domiciliadas no Brasil, que tiverem lucros apurados de acordo com a legislação
vigente, sejam quais forem os seus fins ou nacionalidades, são contribuintes do
Imposto de Renda.

E, nessas condições, têm elas tributados esses lucros, apurados segundo


declaração que devem prestar à autoridade administrativa em formulário especial,
fornecido ou autorizado pelo Fisco.

No preenchimento dos formulários de declaração da pessoa jurídica, não havendo


coincidência entre o modelo oficial e o plano de contas da empresa, os títulos
contábeis devem ser ajustados de maneira que mais se aproximem da natureza e
função da conta, pois os textos, impressos não podem ser alterados. Sendo
impossível a adaptação de um título de conta ao texto oficial, e só nesse caso, deve
ser utilizada a linha correspondente a Outras Contas.

A tributação alcança as firmas e sociedades, registradas ou não, as filiais,


sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com sede no
estrangeiro, e, igualmente, aos comitentes domiciliados no exterior, quanto aos
resultados das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no Brasil.

Ficam sujeitas às normas e às alíquotas estabelecidas no Regulamento do Imposto


de Renda, as pessoas jurídicas que tenham predominância de capital estrangeiro ou
sejam filiais ou subsidiárias de empresas com sede no exterior.

Planejamento Tributário
27

A pessoa natural, pelo fato de ser comerciante, não deixa de ser tratada
individualmente, não perde a sua natureza original de pessoa física. Se a lei
silenciasse a respeito, o titular de empresa individual – de direito ou de fato –
automaticamente ficaria sujeito às formas de cumprimento das obrigações do
Imposto de Renda específicas das pessoas físicas, daí o sentido das equiparações
feitas pelo legislador tributário.
São consideradas legalmente como empresas individuais:

as firmas individuais;

as pessoas físicas que em nome individual explorem, habitual e


profissionalmente qualquer atividade econômica, de natureza comercial ou civil,
com fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens e serviços,
inclusive a compra e venda de imóveis; a construção de prédios para revenda ou
a incorporação de prédios em condomínio, com ou sem construção.

Com isso, quis o Legislador impedir ou limitar a concorrência desleal que se verifica
entre certas atividades econômicas e outras semelhantes por firmas regulares a
maior gravame, ao mesmo tempo em que desencoraja a especulação imobiliária
que avultou com a inflação.

As pessoas físicas equiparadas às pessoas jurídicas ficam na obrigação de se


inscreverem no Cadastro de Contribuintes: manterem os documentos e
comprovantes de receita e despesas para efeito de fiscalização; assim como
reterem o Imposto de Renda de fonte e possuírem Livro Caixa devidamente
escriturado.

As pessoas jurídicas estão obrigadas à apresentação de declaração de rendimentos,


mesmo que isentas do pagamento do imposto.

4.2 Sistemas de Apuração do Lucro


A legislação do Imposto de Renda no Brasil segue, em relação à tributação das
pessoas jurídicas, sistemática diversa da preconizada para as pessoas físicas.

De fato, estabelece a lei que, em princípio, as pessoas jurídicas serão tributadas de


conformidade com os lucros verificados anualmente, segundo o balanço.

Acontece que, nem sempre, há escrituração regular que permita o levantamento


das peças contábeis necessárias à demonstração dos lucros da empresa, razão pela
qual a legislação de regência configura três espécies de lucros, para fins de
tributação: Lucro Real, Lucro Presumido e Lucro Arbitrado, cuja conceituação
detalhada está apresentada adiante.

Planejamento Tributário
28

4.3 Lucro Contábil e Fiscal

4.3.1 Lucro Contábil

É o Lucro Líquido do exercício apurado de acordo com os Princípios de Contabilidade


Geralmente Aceitos e em conformidade com o artigo 187 da Lei nº 6.404/76.

É o Lucro Líquido do exercício após a provisão para imposto de renda e todas as


participações estatutárias, constituindo-se também na base de cálculo da reserva
legal e dos dividendos distribuídos aos acionistas/cotistas.

O Lucro Líquido do Exercício é um dos indicadores responsáveis da saúde


econômica e financeira das empresas, sendo base do seu crescimento patrimonial
(diminuição em caso de prejuízo).

4.3.2 Lucro Fiscal

Constitui-se na base de cálculo para o pagamento do imposto de renda das


empresas.

Conforme comentado acima, o Lucro Fiscal é representado pelos seguintes regimes


de tributação: Lucro Real, Lucro Presumido e Lucro Arbitrado.

Conceituaremos a seguir o Lucro Real, principal regime de tributação no Brasil.

4.4 Lucro Real


Conceito

Lucro Real é o lucro líquido do exercício apurado na escrituração comercial


ajustado pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação tributária.

O lucro real é apurado por meio da escrituração do Livro de Apuração do Lucro


Real - LALUR, em que são registrados os ajustes que devem ser efeitos ao lucro
líquido obtido da escrituração comercial.

Formas de Apuração

Trimestral (definitiva);
Anual; apuração mensal do imposto em bases estimadas (segundo os critérios
do lucro presumido), com ajuste ao final do período-base ou em bases reais
mensais. Todos os pagamentos efetuados mês a mês são considerados como
antecipação do imposto devido.

Planejamento Tributário
29

Alíquotas

- 15%, acrescida de adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo


acumulada que exceder a R$20.000 ao mês.

Adições ao Lucro Líquido

Existem certas regras na legislação do Imposto de Renda que limitam ou


impedem que certos custos ou despesas sejam tidos como dedutíveis na
apuração do lucro real.

Tais custos ou despesas ao serem registrados contabilmente reduzem o lucro


líquido. Para que essa redução não afete o lucro real, as despesas ou custos não
dedutíveis (indedutíveis) devem ser adicionados ao lucro líquido.

Exclusões do Lucro Líquido

Assim como as despesas devem atender certas condições e limites para que
sejam consideradas dedutíveis, existem certas regras que atribuem tratamento
especial para determinados tipos de receitas, conforme explicado anteriormente.

O tratamento diferenciado desses tipos de receitas visa permitir sua exclusão do


lucro real.

Do ponto de vista contábil, essas receitas integram o lucro da empresa por


constituírem resultado normal de suas operações. No entanto, para fins de
apuração do lucro real, os valores dessas receitas são excluídos, ficando fora da
tributação do imposto de renda.

A seguir alguns exemplos dessas receitas:

Rendimentos de Participações Societárias Avaliados pelo Valor do


Patrimônio Líquido

O resultado positivo da equivalência patrimonial é excluído do lucro do


exercício, visto que esse aumento de valor patrimonial já foi tributado quando
da apuração do imposto de renda sobre os lucros da empresa investida, não
devendo ser tributado novamente na investidora.

Lucros e Dividendos Recebidos

Decorrem de investimentos em participações societárias não avaliadas pelo


método da equivalência patrimonial. Devem, também, ser excluídos do lucro
do exercício por já terem sido tributados na investida.

Planejamento Tributário
30

Compensação de Prejuízos fiscais

Um item de compensação do lucro é o saldo de prejuízos fiscais anteriores.

Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido (e a contribuição social


sobre o lucro – CSL), depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas ou
autorizadas pela legislação do imposto de renda, poderá ser reduzido pela
compensação de prejuízos fiscais (e da base negativa da contribuição social), em
até, no máximo, trinta por cento. Consequentemente, o saldo de prejuízos fiscais
e da base negativa da CSL não compensados em função dessa limitação (30%
do lucro líquido ajustado), poderão ser utilizados nos anos-calendários
subsequentes, sem prazo de prescrição, sem atualização monetária e sem juros.

Condições Gerais de Dedutibilidade dos Custos e Despesas

Nem sempre os custos e despesas, efetivamente incorridos pela empresa, são


aceitos como redução do lucro líquido para fins de determinar o lucro real. Em
outras palavras, para certos tipos de despesas, que serão analisadas
detalhadamente em tópicos seguintes, as regras de tratamento estabelecidas
pela Lei Societária são diferentes daquelas estabelecidas na Legislação
Tributária. As despesas que, perante as normas do Imposto de Renda devem ser
desconsideradas, constituem as adições, também denominadas despesas não
dedutíveis.

Para que um custo operacional, ou uma despesa possa ser considerado


dedutível, é necessário o atendimento das seguintes condições:

ser necessário para que a empresa possa desenvolver normalmente sua


atividade;
ser um gasto normal;
ser um gasto usual;
não constituir inversão de capital.

Como regra geral, os gastos de aquisição de bens destinados à exploração do


objeto social devem ser contabilizados no Ativo Permanente. Portanto, não serão
aceitos como dedutíveis para fins do imposto de renda, os valores debitados a
despesa.

Estar devidamente comprovada e contabilizada.

Os pagamentos para aquisição de matérias-primas e materiais secundários


destinados à produção, bem como os demais gastos componentes do custo de
fabricação, devem estar devidamente documentados. O mesmo ocorre com
relação às despesas.

Além disso, os custos e despesas devem ser registrados na escrituração, em


forma contábil regular, com informações que permitam a identificação da
operação registrada com os documentos que lhes deram origem – faturas, notas
fiscais, recibos, etc., que deverão indicar com precisão o bem ou serviço
adquirido, seu valor e as partes envolvidas.

Planejamento Tributário
31

De acordo com o art. 21 da IN 11/96, na determinação do lucro real e na base


de cálculo da contribuição social sobre o lucro somente serão dedutíveis as
provisões para pagamento de férias de empregados, para pagamento do 13º
salário, e as provisões técnicas das Companhias de Seguro, Capitalização e
Previdência Privada. As demais provisões, quando necessárias à atividade da
empresa, são consideradas como adições temporárias ao lucro líquido.

Adições Temporárias ou Permanentes

Dentro desse contexto as adições ao lucro real podem ser de caráter temporário
ou permanente:

Temporárias: São aquelas despesas ou custos que, embora sejam


indedutíveis em um primeiro momento, quando atenderem
determinadas condições exigidas pela legislação, podem ser
excluídas na determinação do lucro real.

Como exemplo, citamos os tributos e contribuições em litígio


judicial, as provisões para garantia, devolução, IOF, etc., sendo
que com exceção das previstas acima (Provisão de Férias, 13º
salário e Técnicas) todas as demais são consideradas indedutíveis
até o momento de suas realizações (perda ou pagamento) ou na
hipótese de as mesmas serem revertidas contabilmente.

Permanentes: Seriam aquelas adições que, independente de qualquer evento


futuro a sua indedutibilidade já é líquida e certa; não cabendo,
assim, qualquer exclusão futura. Seria o caso, por exemplo, das
multas de natureza não compensatórias (multas por infrações
fiscais).

As diferenças apuradas entre o resultado contábil e o resultado fiscal,


proveniente de situações temporárias ensejam a apuração e contabilização do
imposto de renda diferido. É importante salientar que o conceito e registro do
imposto de renda diferido não alteram o montante de pagamento a ser efetuado
para a Receita Federal, trata-se de conceito contábil apenas.

Despesas com Tratamento Fiscal Específico

Muitas vezes, apesar de atenderem às condições de dedutibilidade descritas


anteriormente, os custos ou despesas não são dedutíveis, total ou parcialmente.

Nesses casos, a legislação do imposto de renda impõe outras condições ou


limites. Exemplo: Como regra geral as contribuições e doações não são
dedutíveis. Para que uma doação seja considerada dedutível é necessário,
dentre outros, seja destinada a projetos culturais de que trata a lei 8.313/91.

A legislação do Imposto de Renda impõe certas condições ou limites para que


uma despesa possa ser aceita fiscalmente.

Planejamento Tributário
32

Os custos e despesas considerados na apuração do lucro líquido e que não


atenderem às normas fiscais devem ser adicionados ao lucro líquido para
determinação do lucro real (lucro tributável).

Exemplos:

Perdas com créditos – dedutíveis conforme critérios específicos apresentados


abaixo.

Ajustes em investimentos por equivalência patrimonial – se receitas, não


tributados; se despesa, indedutíveis.

Depreciações – a legislação fiscal fixa as taxas permitidas para dedutibilidade.

Bens de pequeno valor – podem ser lançados direto à despesa, sendo


dedutíveis.

Provisões diversas – somente são dedutíveis as provisões para pagamento de


férias de empregados, para pagamento do 13º salário, e as provisões técnicas
das Companhias de Seguro, Capitalização e Previdência Privada.

Contribuições e doações – somente são dedutíveis as contribuições


compulsórias além de plano de saúde e aposentadoria, desde que concedidos
a todos os funcionários. Quanto às doações, vide tópico específico a seguir.

Multas – não são dedutíveis as multas por infrações fiscais, salvo as de


natureza compensatória e as impostas por infrações de que não resultem falta
ou insuficiência de pagamento de tributo.

Tributos e Contribuições em litígio judicial – os tributos e contribuições em


litígio judicial somente são dedutíveis como custo ou despesa operacional, no
período-base em que houver o desfecho da lide (a decisão final). Em
atendimento às práticas contábeis brasileiras, como qualquer diferença
temporária, a adição ao lucro líquido enseja o registro contábil do Imposto de
Renda Diferido.

Não é dedutível, entretanto, em qualquer hipótese, o imposto de renda


incidente sobre os resultados da pessoa jurídica.

Brindes – despesas indedutíveis.


Alimentação de administradores, sócios e acionistas – indedutíveis.

Gratificação à administradores, sócios e acionistas – indedutíveis.

Perdas por roubo e furto – perda dedutível somente se houver registro


policial.

Contribuição social sobre o lucro – despesa indedutível para o imposto de


renda.

Planejamento Tributário
33

Perdas Nos Recebimentos de Créditos

O artigo 9º da Lei 9.430/96 fixou critérios rígidos para dedução como despesas,
para determinação do lucro real, em relação as perdas no recebimento de créditos
decorrentes das atividades da pessoa jurídica. É importante observar que a antiga
provisão para devedores duvidosos não é mais, a partir de 1º de janeiro de 1997,
dedutível na base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o
lucro.

Em linhas gerais são dedutíveis os créditos enquadrados nas seguintes situações:

1. Em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em


sentença emanada do Poder Judiciário.

2. Créditos sem garantias:

Valor: Inadimplente há: Outras Condições:


até R$5.000,00 mais de 6 meses Nenhuma
até R$30.000,00 mais de 1 ano cobrança administrativa
acima de mais de 1 ano cobrança judicial
R$30.000,00

Os valores acima se referem a cada operação, entendida como operação o valor da


nota fiscal.

Com garantia, se vencidos há mais de 2 anos, desde iniciados e mantidos os


procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias.

3. Contra devedor declarado falido ou PJ declarada concordatária, relativamente à


parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar. Caso o
compromisso de pagar não seja honrado poderá também ser deduzida como
perda.

Os créditos deduzidos como perdas na determinação do lucro real deverão ser


escriturados a débito da conta de resultado e a crédito:

a. da própria conta que registra o crédito em se tratando de créditos sem garantia


e de valor até R$5.000,00;

Contribuições e Doações

Somente são admitidas:

a) As contribuições destinadas a custear seguros e planos de saúde e


benefícios complementares assemelhados aos da providência social,
instituído em favor de empregados e dirigentes da pessoa jurídica.

Planejamento Tributário
34

b) Doações efetuadas:

1. a projetos culturais conforme a lei 8.313/91:

2. às instituições de ensino e pesquisa e pesquisa autorizadas por lei


federal, até 1,5% do lucro operacional, antes de computada a dedução
mencionada no nº 3;

3. a entidades civis legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos,


que prestem serviços gratuitos em benefícios de empregados da pessoa
jurídica doadora e seus dependentes, até 2% do lucro operacional antes
de computada sua dedução.

Somente são dedutíveis as doações a entidade donatária que,


cumulativamente, comprove finalidade não lucrativa, aplique seus excedentes
financeiras em educação e assegure a destinação do seu patrimônio a outra
escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder público.

Lucro Real em Bases Estimadas

No cálculo do imposto mensal em bases estimadas, aplicar-se-ão as disposições


pertinentes a apuração do lucro presumido e dos demais resultados positivos e
ganhos de capital (vide Lucro Presumido adiante).

A base de cálculo da contribuição social trimestral será 12% sobre a receita


bruta trimestral acrescida dos demais resultados e ganho de capital (exceto para
a atividade de serviços que será de 32%).

4.4.2 Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

A CSLL é uma contribuição social prevista pela constituição federal tendo base de
cálculo, no caso do lucro real, quase idêntica ao imposto de renda (poucas são as
adições que são efetuadas no cálculo do IR, mas não integram o cálculo da CSLL).
Sobre a base de cálculo deve ser aplicada a alíquota de 9%.

4.4.3 Juros sobre o Capital Próprio

No Brasil, as empresas possuem três formas legais de remunerarem os


proprietários: dividendos, juros sobre capital próprio (JSCP) e honorários.

Do ponto de vista tributário, os dividendos não sofrem qualquer tributação quando


pagos ao passo que os JSCP são tributados em 15%. Já o pagamento de honorários
está sujeito à tributação com base na tabela de imposto de renda dos assalariados.
Mesmo assim, a melhor alternativa, do ponto de vista tributário, para a empresa e,
consequentemente, para o proprietário é o pagamento de JSCP.

Os juros sobre o capital próprio são calculados sobre as contas do patrimônio


líquido mediante a aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP – divulgada

Planejamento Tributário
35

pelo Banco Central do Brasil. Exclui-se do patrimônio líquido para fins de cálculo
dos juros, a reserva de reavaliação.

A dedutibilidade dos juros, depois de apurado conforme descrito acima, fica


condicionada à existência de lucros acumulados mais reserva de lucros ou lucros no
exercício em montante no mínimo superior a duas vezes o valor dos juros que se
deseja pagar.

Os juros sobre o capital próprio estão sujeitos à retenção do imposto de renda na


fonte à alíquota de 15%, na data do pagamento ou crédito ao beneficiário, e será
considerado:

a. antecipação do devido na declaração de rendimentos, em se tratando de


beneficiário pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou
arbitrado;

b. tributação definitiva, no caso de pessoa física ou pessoa jurídica isenta ou com


domicílio no exterior.

O cálculo dos juros sobre o capital próprio é realizado com base na aplicação da
taxa de juros de longo prazo, a TJLP, sobre o valor do patrimônio líquido apurado
no final do período base anterior, não sendo exigido pela legislação qualquer outra
formalidade. No entanto a fiscalização tem requerido que o estatuto ou contrato
social da empresa tenha previsão de tal pagamento. Em resumo:

JSCP = Patrimônio Líquido no final do exercício anterior * (x) TJLP do período


(* - ajustado pelos acréscimos no período corrente)

Limite: 50% do resultado do período antes dos juros ou 50% dos lucros
acumulados + reservas de lucros.

De conformidade com a legislação fiscal, para que sejam dedutíveis do lucro


líquido, o registro contábil dos juros sobre o capital próprio pago ou creditado deve
ser feito a débito de uma conta de despesa financeira e a crédito de receita
financeira ou de investimento para quem o recebe. Para fins contábeis, de acordo
com orientações da Comissão de Valores Mobiliários – CVM e do IBRACON –
Instituto de Auditores Independentes, os JSCP devem ser debitados aos Lucros
Acumulados, como distribuição de lucros.

Planejamento Tributário
36

4.5 Lucro Presumido


É a denominação da base de cálculo determinada segundo a forma simplificada
prevista nos artigos 15 e 29 da Lei 9.249/95 e artigo 1º da Lei 9.065/95.

Somente pode optar pela tributação com base no lucro presumido a empresa que
tenha auferido receita bruta total, acrescida das demais receitas e ganhos de
capital em montante não superior ao valor correspondente a R$78.000.000 no ano
calendário anterior. Essa opção será exercida pelo pagamento da 1° cota trimestral
do imposto e considerada definitiva pela entrega da declaração anual de rendas (Lei
9.430/96 e 12.814/2013).

Estão obrigadas ao regime de tributação com base no Lucro Real (ou Lucro
Arbitrado), não podendo optar, portanto pelo Lucro Presumido as empresas:

a - cuja receita bruta total, acrescida das demais receitas e dos ganhos de capital,
no ano-calendário anterior, tiver ultrapassado o limite correspondente a
R$48.000.000, ou o proporcional ao número de meses do período quando
inferior a doze meses.

Na receita bruta não se incluem:


as vendas canceladas;
os descontos incondicionais concedidos;
os impostos não cumulativos assim entendidos:
 o IPI
 o ICMS de Substituição Tributária.

b - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos


de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de
títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência
privada aberta;

c- que, autorizadas pela legislação tributária, queiram usufruir benefícios fiscais


relativos a isenção ou dedução do Imposto de Renda;

d- que tenham lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

e- que tenham utilizado balanço de suspensão ou redução no decorrer do ano


calendário.

O imposto de renda pago ou retido sobre as receitas incluídas na base de cálculo


será compensado com o valor do imposto devido trimestralmente.

Planejamento Tributário
37

O imposto de renda (e a contribuição social sobre o lucro) é calculado aplicando-se


o percentual de presunção sobre a receita bruta auferida e, somado a este total os
demais resultados e ganhos de capital.

Como receita bruta considera-se o produto da venda de bens nas operações de


conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações
de conta alheia, deduzindo-se as vendas canceladas, os descontos incondicionais,
as devoluções, e os impostos não cumulativos.

São considerados Demais Resultados e Ganhos de Capital, os resultados positivos


decorrentes de receitas não compreendidas na base de cálculo acima. As receitas
não tributadas no sistema de lucro real também não são tributadas no lucro
presumido (dividendos, etc.)

A pessoa jurídica tributada com base no Lucro Presumido é dispensada da


manutenção de escrituração comercial devendo, porém, manter livro caixa para o
registro de pagamentos e recebimentos, bem como, ao término do ano calendário,
escriturar o livro de registro de inventário de seus estoques.

O Lucro Presumido é determinado trimestralmente, mediante aplicação dos


seguintes percentuais sobre a receita bruta trimestral:

a - 1,6% - revenda de combustíveis;

b - 8% - serviços hospitalares e transporte de carga;

c - 32% - demais serviços;

d - 16% - serviços de transporte exceto de carga;

e - 32% - intermediação de negócios, administração de imóveis, locação ou


administração de bens móveis;
f - 8% - nos demais casos;

g - 8% - loteamentos de terrenos, incorporação imobiliária e venda de imóveis;

h - 16% - empresas da área financeira, seguradoras e previdência privada,


podendo ser deduzidas da receita bruta as despesas incorridas na
captação de rendas, despesas com obrigação por refinanciamentos,
despesas de cessão de créditos, de câmbio, perdas com renda fixa e
renda variável, cosseguro e resseguro cedidos, cancelamentos e
restituições de prêmios e provisões ou reservas técnicas;

No caso de atividade diversificada é aplicado o % correspondente a cada atividade.

A alíquota do imposto de renda é 15%, acrescida de 10% sobre a base de cálculo


acumulada no trimestre excede a R$60.000 (R$20.000 por mês).

Planejamento Tributário
38

4.5.1 Contribuição Social (CSLL)

A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, no caso de opção pelo
sistema de lucro presumido, é apurada por meio da aplicação do percentual de 12%
sobre a receita bruta para todas as atividades, exceto serviços, cujo percentual é
de 32%, adicionando-se à base de cálculo, as demais receitas. Sobre essa base de
cálculo é aplicada a alíquota da CSLL, que atualmente é de 9%.

EXEMPLO DE CÁLCULO DO LUCRO PRESUMIDO DE UMA INDÚSTRIA

R$ Trimestre
Faturamento 900.000
Pis, Cofins e IPI (150.000)
Devoluções (40.000)
Aluguel pago (12.000)
Folha de pagamento (345.000)
Receita bruta de aplicações financeiras 76.000
Juros sobre duplicatas descontadas (34.000)
IRRF sobre as aplicações financeiras (15.200)
Lucro na venda de imobilizado 100.000
Pró-labore dos administradores (430.000)
Compras de mercadorias (560.000)

4.6 Lucro Arbitrado


Em linhas gerais, o arbitramento de lucro é uma forma – critério – utilizado pela
autoridade tributária para determinação da base de cálculo no Imposto de Renda
devido pela pessoa jurídica, aplicável quando essa deixa de cumprir as obrigações
acessórias relativas na determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.

Embora essa facilidade continue existindo para a autoridade tributária, é permitido


à pessoa jurídica apresentar declaração de rendimento em formulário próprio,
fornecendo à administração os valores necessários à determinação de matéria
tributável, desde que conhecida a receita bruta.

Em síntese, a determinação da base de cálculo, pela autoridade tributária


ocorre quando:

o contribuinte, sujeito à tributação com base no lucro real, não mantiver na


forma das leis comerciais e fiscais em boa ordem e segundo as normas contábeis
recomendadas, o livro razão ou fichas de lançamento no diário, ou deixar de
elaborar as demonstrações financeiras;

o contribuinte que optar pela tributação com base no lucro presumido não
cumprir as obrigações acessórias relativas a sua determinação;

o contribuinte recusar-se a apresentar os livros ou documentos da escrituração à


autoridade tributária inclusive o livro caixa;

a escrituração mantida pelo contribuinte contiver vícios, erros ou deficiências que


a tornem imprestável identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive

Planejamento Tributário
39

bancária ou para determinar o lucro real ou presumido, ou revelar evidentes


indícios de fraude ou sonegação;

o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de apurar o


lucro de sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou
domiciliado no exterior.

O lucro arbitrado, quando conhecida a receita bruta do contribuinte, será mediante


aplicação dos percentuais abaixo, sobre a receita trimestral da respectiva atividade
econômica (IN 11/96 - art. 44).

I - 9,6% sobre a receita bruta auferida quando conhecida a receita bruta;

II. - 1,92% sobre a receita bruta trimestral de revenda de combustíveis derivados


de petróleo e álcool etílico carburante;

III - 38,4% - prestação de serviços pelas Sociedades Civis relativos ao exercício de


profissão legalmente regulamentadas.
- intermediação de negócios, administração, locação ou cessão de bens
imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza.
- outros serviços mencionados anteriormente.

IV - 9,6% sobre a receita bruta auferida na prestação de serviços hospitalares e


transporte de carga;

V - 19,2% sobre a receita bruta auferida nos demais serviços de transporte;

4.6.1 Atividades Mistas

Quando se tratar de empresas com atividade mista, ou seja, empresa que tenha
receitas operacionais provenientes da venda de bens e da prestação de serviços ou
ainda a venda de bens ou prestação de serviços com percentuais diferentes de
arbitramento, serão adotados percentuais específicos para cada uma delas.

Na falta de outros elementos a autoridade poderá, observadas as normas baixadas


pela Secretaria da Receita Federal, arbitrar o lucro com base no valor do ativo, do
capital social, do patrimônio líquido, da folha de pagamento de empregados, das
compras, do aluguel das instalações ou do lucro líquido auferido pelo contribuinte
em períodos-base anteriores.

Planejamento Tributário
40

5. Programa de Integração Social – PIS

5.1 PIS – Sistema Cumulativo


A contribuição social Programa de Integração Social- PIS foi instituída por meio da
Lei Complementar n°7, de 07 de setembro de 1970.

Posteriormente, em 27 de novembro de 1998, foi promulgada a lei 9.718, alterando


a base de cálculo da contribuição, de faturamento para receita bruta.

Sensível às reclamações dos empresários, quanto à injusta cumulatividade do PIS e


também da COFINS, com a tributação em cascata (tributo sobre tributo!!!), o
governo federal promulgou, em 30 de dezembro de 2002, a Lei 10637, alterando
então o sistema de cobrança para não cumulativo.

5.2 PIS – Sistema Não Cumulativo


O novo sistema trazido pela Lei n° 10.637, é na verdade parcialmente não
cumulativo, uma vez que não autoriza a dedução de todos os pagamentos feitos
nas operações anteriores.

Em 29 de dezembro de 2003, foi promulgada a Lei 10.833, trazendo também o


sistema de não cumulatividade para a COFINS. Como essas duas contribuições
possuem as mesmas bases de cálculo e as mesmas deduções de créditos, tendo
apenas as alíquotas como diferenças e, visando evitar a duplicidade, detalharemos
essa parte da matéria no item COFINS, comentado adiante.

O art. 2° da lei n° 9.715/98, alterada pelo art. 13 da MP n° 2. 158-35/01, dispõe


que a contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente pelas:

I - pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela


legislação do imposto de renda, inclusive as empresas públicas e as sociedades de
economia mista e suas subsidiárias;
II - entidades sem fins lucrativos discriminadas no art. 13 da MP n° 2. 158-35/01;
III - pessoas jurídicas de direito público interno.

A partir de 01-02-99, a base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP das


pessoas jurídicas com fins lucrativos é a determinada pela lei n° 9.718/98, cujo art.
20 dispõe que a contribuição devida pelas pessoas jurídicas de direito privado será
calculada com base no faturamento, enquanto o art. 3° define faturamento a
receita bruta da pessoa jurídica.

De acordo com o § 1° deste artigo 3°, a receita bruta é representada pela


totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de
atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
O § 2° diz que, para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a
que se refere o art. 2°, excluem-se da receita bruta:

Planejamento Tributário
41

I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre


Produtos Industrializados – IPI e o Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, quando cobrado pelo
vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto
tributário;
II - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados
como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado
positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os
lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição, que tenham sido computados como receita;
III- os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra
pessoa jurídica;
IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo (imobilizado e investimentos).

Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais


concedidos, o IPI e o ICMS cobrado pelo substituto tributário do revendedor de
mercadorias como ocorre com automóveis e refrigerantes. O PN n° 77/86 definiu
que o ICMS referente às operações próprias da empresa compõe o preço da
mercadoria, e, consequentemente, o faturamento, mas o ICMS relativo à
substituição tributária não integra a base de cálculo do contribuinte substituto.

A base de cálculo para o PIS das entidades sem fins lucrativos e das cooperativas, é
a folha de pagamento do mês.

De acordo com o artigo 8° da Lei 9715/98, a contribuição para o PIS (entenda-se


PIS – Sistema Cumulativo), será calculada com base nas seguintes alíquotas:

 0,65% sobre o faturamento;


 1,00% sobre a folha de pagamentos;
 1% sobre o valor das receitas correntes e das transferências correntes e de
capital recebidas.

As pessoas jurídicas enquadradas, para fins de imposto de renda, no sistema de


tributação do Lucro Presumido, devem recolher o PIS pelo sistema cumulativo com
base na alíquota de 0,65% aplicada sobre a receita bruta, enquanto que aquelas
enquadradas no sistema de tributação do Lucro Real, devem recolher o PIS à
alíquota de 1,65%, sobre a receita bruta, menos as deduções dos créditos (maiores
detalhes inseridos no item COFINS, adiante).

Planejamento Tributário
42

6. Contribuição Social para


Financiamento da Seguridade Social –
COFINS

6.1 Cofins – Sistema Cumulativo


A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social – COFINS, foi
instituída Lei Complementar n° 70, de 30 de dezembro de 1991, nos termos do
inciso I do art. 195 da Constituição Federal, e calculada sobre o valor do
faturamento mensal das pessoas jurídicas ou a elas equiparadas. A Lei nº 9.718
promulgada em 27 de novembro de 1998, alterou a base cálculo de faturamento
para receita bruta. A alíquota de 0,65% incide sobre a receita bruta a cada venda
de bens ou serviços, daí o sistema cumulativo.

O art. 1º da Lei Complementar 70/91 elegeu como sujeito passivo da obrigação


tributária da contribuição social sobre o faturamento as pessoas jurídicas em geral
e a elas equiparadas pela legislação do Imposto de Renda. No campo da não
incidência estão exclusivamente as pessoas físicas.

Dando continuidade à mudança para o sistema de cobrança não cumulativa,


iniciada com o PIS em dezembro de 2002, por meio da Lei 10.637, como resposta
às reclamações dos empresários para o término da injusta cumulatividade causada
pela tributação em cascata (tributo sobre tributo!!!), o governo federal promulgou,
em 29 de dezembro de 2003, a Lei 10833, alterando então o sistema de cobrança
de cumulativo para não cumulativo. Conforme pode ser visto adiante, algumas
atividades deverão continuar a apurar e recolher o PIS e a COFINS pelo sistema
cumulativo. Com a não cumulatividade da COFINS, sua alíquota foi aumentada de
3,0% para 7,6%. As pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado
estão no regime cumulativo de PIS e COFINS da Lei nº 9.718/98.

6.2 Cofins – Sistema Não Cumulativo


A Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, instituiu o regime não cumulativo
para as contribuições do PIS/PASEP, com alíquota de 1,65% enquanto a Lei nº
10.833, de 29 de dezembro de 2003, instituiu o regime não cumulativo de COFINS
com alíquota de 7,6%. A não cumulatividade é parcial porque não atinge toda
contribuição paga nas operações anteriores, para fins de dedução da base de
cálculo. No regime não cumulativo, com exceção das alíquotas, as normas
aplicáveis para o PIS e para a COFINS são idênticas.

A Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, instituiu a contribuição para o PIS/PASEP e


a COFINS incidentes na importação de bens e serviços do exterior, com alíquotas,
respectivamente, de 1,65% e 7,6%, com exceção de alguns bens que têm alíquotas

Planejamento Tributário
43

diferenciadas. Houve aumento da carga tributária porque nem toda contribuição


paga na importação tem crédito fiscal.

Permanecem no Sistema Cumulativo:

De acordo com o artigo 10 da Lei 10.833 de 2003, alterado pelo art. 21 da lei
10.865, de 2004, e pelo art. 5º da Lei nº 10.925, de 2004, permanecem no sistema
Cumulativo:

I - as pessoas jurídicas integrantes do sistema financeiro e equiparadas;

II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado;

III - as pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES;

IV - as pessoas jurídicas imunes a impostos;

V - os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e


municipais e as fundações referidas no art. 61 da Constituição;

VI - as sociedades cooperativas, exceto as de produção agropecuária e as de


consumo;

VII - as receitas decorrentes das operações:

a) de venda de álcool para fins carburantes;


b) sujeitas à substituição tributária da COFINS;
c) de venda de veículos usados;

VIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços de telecomunicações;

IX - as receitas de venda de jornais e periódico e de prestação de serviços das


empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

X - as receitas submetidas ao regime especial de que trata o art. 47 da Lei n.º


10.637, de 2002 (energia elétrica).

XI - as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31-10-2003:

XII - as receitas decorrentes de prestação de serviços de transporte coletivo


rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;

XIII - as receitas decorrentes de serviços:

a) prestados por hospital, pronto socorro, clínica médica, odontológica, de


fisioterapia e de fonoaudiologia e laboratório de anatomia patológica ou de
análises clínicas; e
b) de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia e de banco de sangue;

XIV - as receitas de prestação de serviços de educação infantil, ensinos


fundamental e médio e educação superior;

XV - as receitas de vendas de mercadorias pelas lojas francas;

Planejamento Tributário
44

XVI - as receitas de prestação de serviços de transporte aéreo coletivo de


passageiros, empresas de linhas aéreas domésticas e as da prestação de serviço de
transporte de pessoas por empresas de táxi aéreo;

XVII - as receitas da edição de periódicos e de informações neles contidas, que


sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia;

XVIII - as receitas de prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas


no RAB;

XIX - as receitas de prestação de serviços das empresas de call center,


telemarketing, tele cobrança e de teleatendimento em geral;

XX - as receitas da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de


obras de construção civil, até 31-12-2006;

XXI - as receitas auferidas por parques temáticos e de serviços de hotelaria e de


organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios
da Fazenda e do Turismo;

XXII - as receitas decorrentes da prestação de serviços postais e telegráficos


prestados pela EBCT;

XXIII - as receitas decorrentes de prestação de serviços públicos de concessionárias


operadoras de rodovias;

XXIV - as receitas decorrentes da prestação de serviços das agências de viagens e


de viagens e turismo;

XXV - as receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes


das atividades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de
direito de uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração,
assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de software,
compreendidas ainda como softwares ou páginas eletrônicas (art. 25 da Lei nº
11.051, de 2004). Não se aplica ao software importado;

XXVI - as receitas relativas às atividades de revenda de imóveis. Desmembramento


ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária e construção de prédio
destinado à venda, quando decorrentes de contratos de longo prazo firmados antes
de 31-10-2003 (art.. 43 da Lei nº 11.196, de 2005).

COFINS Não Cumulativa – Base de Cálculo:

O art. 1º da Lei nº 10.833/03 diz que a base de cálculo da COFINS não cumulativa
é o valor do faturamento, assim entendido o total das receitas auferidas pela
pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a
classificação contábil adotada para as receitas. Não integram a base de cálculo
estão as receitas de venda de ativo permanente.

O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação aos bens e serviços


adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no Brasil e aos custos e despesas pagos
ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no Brasil.

Segue-se a íntegra do art. 1º da Lei nº 10.833/03:

Planejamento Tributário
45

Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, com a


incidência não cumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim
entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de
sua denominação ou classificação contábil.

§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a


receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia
e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.

§ 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme


definido no caput.
§ 3º Não integram a base de cálculo a que se refere esse artigo as receitas:

I - isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à


alíquota 0 (zero);
II – não operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente;
III – auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias
em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição
de substituta tributária;

IV - de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº


10.865, de 2004)

V - referentes a:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda
que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação
de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados
de investimentos avaliados pelo custo de aquisição que tenham sido computados
como receita.

O inciso II do art. 3º da Lei n.º 10.833/03 permite calcular o crédito de COFINS


sobre os bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na
produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive
combustíveis e lubrificantes. Os parágrafos 20 e 30 da Lei 10833/03, dispõem que
não dará direito a crédito o valor de mão de obra paga a pessoa física e que o
direito ao crédito aplica-se exclusivamente, em relação:

I – aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País;


II – aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica
domiciliada no País.

Do Direito aos créditos no Sistema Não Cumulativo.

Segue-se a íntegra do art. 3º da Lei n.º 10.833/03:


Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar
créditos calculados em relação a:

I – bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos


produtos referidos.
a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o dessa Lei; e (Incluído pela Lei nº
10.865, de 2004);
b) no § 1o do art. 2o dessa Lei; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004);

II – bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na


produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive

Planejamento Tributário
46

combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o


da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao
concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas
posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004);

III – energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica;


IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica,
utilizados nas atividades da empresa;

V – valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de


pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de
Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte –
SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004);
VI – máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo
imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na
produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços; (Redação dada
pela Lei nº 11.196, de 2005);
VII – edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados
nas atividades da empresa;
VIII – bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado
faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nessa Lei;
IX – armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos
dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

§ 1o Observado o disposto no § 15 deste artigo e no § 1 o do art. 52 desta Lei,


o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do
art. 2o dessa Lei (, ou seja, 7,6%) sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.925,
de 2004) (Vide Lei nº 10.925, de 2004);

I – dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês;


II – dos itens mencionados nos incisos III a V e IX do caput, incorridos no
mês;
III – dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos
incisos VI e VII do caput, incorridos no mês;
IV – dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.

§ 2o Não dará direito a crédito o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de
2004);

I – de mão de obra paga a pessoa física; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de


2004);
II – da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da
contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou
utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero),
isentos ou não alcançados pela contribuição. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004)

§ 3o O direito ao crédito aplica-se, exclusivamente, em relação:

I – aos bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País;


II – aos custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica
domiciliada no País;
III – aos bens e serviços adquiridos e aos custos e despesas incorridos a
partir do mês em que se iniciar a aplicação do disposto nesta Lei.

§ 4o O crédito não aproveitado em determinado mês poderá sê-lo nos meses


subsequentes.

Planejamento Tributário
47

§§ 5o e 6o (Revogados pela Lei nº 10.925, de 2004)

§ 7o Na hipótese de a pessoa jurídica sujeitar-se à incidência não cumulativa


da COFINS, em relação apenas à parte de suas receitas, o crédito será apurado,
exclusivamente, em relação aos custos, despesas e encargos vinculados a essas
receitas.

§ 8o Observadas as normas a serem editadas pela Secretaria da Receita


Federal, no caso de custos, despesas e encargos vinculados às receitas referidas no
§ 7o e àquelas submetidas ao regime de incidência cumulativa dessa contribuição, o
crédito será determinado, a critério da pessoa jurídica, pelo método de:

I – apropriação direta, inclusive em relação aos custos, por meio de sistema


de contabilidade de custos integrada e coordenada com a escrituração; ou
II – rateio proporcional, aplicando-se aos custos, despesas e encargos comuns
a relação percentual existente entre a receita bruta sujeita à incidência não
cumulativa e a receita bruta total, auferidas em cada mês.

§ 9o O método eleito pela pessoa jurídica para determinação do crédito, na


forma do § 8o, será aplicado consistentemente por todo o ano-calendário e,
igualmente, adotado na apuração do crédito relativo à contribuição para o
PIS/PASEP não cumulativa, observadas as normas a serem editadas pela Secretaria
da Receita Federal.

§ 10. O valor dos créditos apurados de acordo com esse artigo não constitui
receita bruta da pessoa jurídica, servindo somente para dedução do valor devido da
contribuição.

§§ 11 e 12. (Revogados pela Lei nº 10.925, de 2004)

I - o valor das aquisições que servir de base para cálculo do crédito presumido
não poderá ser superior ao que vier a ser fixado, por espécie de produto, pela
Secretaria da Receita Federal – SRF; e
II - a Secretaria da Receita Federal expedirá os atos necessários para
regulamentá-lo.
§ 13. Deverá ser estornado o crédito da COFINS relativo a bens adquiridos
para revenda ou utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção
ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, que tenham sido furtados
ou roubados, inutilizados ou deteriorados, destruídos em sinistro ou, ainda,
empregados em outros produtos que tenham tido a mesma destinação. (Incluído
pela Lei nº 10.865, de 2004)

§ 14. Opcionalmente, o contribuinte poderá calcular o crédito de que trata o


inciso III do § 1o desse artigo, relativo à aquisição de máquinas e equipamentos
destinados ao ativo imobilizado, no prazo de 4 (quatro) anos, mediante a aplicação,
a cada mês, das alíquotas referidas no caput do art. 2o desta Lei (7,6%) sobre o
valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito avos) do valor de aquisição do
bem, de acordo com regulamentação da Secretaria da Receita Federal. (Incluído
pela Lei nº 10.865, de 2004)

§ 15. O crédito, na hipótese de aquisição, para revenda, de papel imune a


impostos de que trata o art. 150, inciso VI, alínea d da Constituição Federal,
quando destinado à impressão de periódicos, será determinado mediante a
aplicação da alíquota prevista no § 2o do art. 2o dessa Lei (Incluído pela Lei nº
10.865, de 2004)

Planejamento Tributário
48

§ 16. Opcionalmente, o contribuinte poderá calcular o crédito de que trata o


inciso III do § 1o desse artigo, relativo à aquisição de vasilhames referidos no inciso
IV do art. 51 desta Lei, destinados ao ativo imobilizado, no prazo de 12 meses, à
razão de 1/12 (um doze avos), ou, na hipótese de opção pelo regime de tributação
previsto no art. 52 desta Lei, poderá creditar-se de 1/12 (um doze avos) do valor
da contribuição incidente, mediante alíquota específica, na aquisição dos
vasilhames, de acordo com regulamentação da Secretaria da Receita Federal.
(Incluído pela Lei nº 10.925, de 2004)

§ 17. Ressalvado o disposto no § 2o deste artigo e nos §§ 1o a 3o do art. 2o dessa


Lei, na aquisição de mercadoria produzida por pessoa jurídica estabelecida na Zona
Franca de Manaus, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da
Superintendência da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA, o crédito será
determinado mediante a aplicação da alíquota de 4,6% (quatro inteiros e seis
décimos por cento) e, na situação de que trata a alínea b do inciso II do § 5o do art.
2o desta Lei, mediante a aplicação da alíquota de 7,60% (sete inteiros e sessenta
centésimos por cento). (Redação dada pela Lei nº 11.307, de 2006)

§ 18. O crédito, na hipótese de devolução dos produtos de que tratam os §§


1o e 2o do art. 2o desta Lei, será determinado mediante a aplicação das alíquotas
incidentes na venda sobre o valor ou unidade de medida, conforme o caso, dos
produtos recebidos em devolução no mês. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
(Vigência)

§ 19. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que


subcontratar serviço de transporte de carga prestado por: (Incluído pela Lei nº
11.051, de 2004)

I – pessoa física, transportador autônomo, poderá descontar, da Cofins devida


em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre o valor dos
pagamentos efetuados por esses serviços; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
II – pessoa jurídica transportadora, optante pelo SIMPLES, poderá descontar,
da Cofins devida em cada período de apuração, crédito calculado sobre o valor dos
pagamentos efetuados por esses serviços. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
(Vigência)

§ 20. Relativamente aos créditos referidos no § 19 deste artigo, seu montante


será determinado mediante aplicação, sobre o valor dos mencionados pagamentos,
de alíquota correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) daquela constante do
art. 2o dessa Lei. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (Vigência)

§ 21. Não integram o valor das máquinas, equipamentos e outros bens


fabricados para incorporação ao ativo imobilizado na forma do inciso VI do caput
desse artigo os custos de que tratam os incisos do § 2o desse artigo. (Incluído dada
pela Lei nº 11.196, de 2005)

Planejamento Tributário
49

A utilização do Credito

O valor do crédito da COFINS calculado na forma do art. 3º da Lei 10.833/03,


poderá ser descontado do valor da contribuição devido no mês. O crédito não
aproveitado em determinado mês poderá ser descontado nos meses subsequentes
pelo valor original, isto é, não tem incidência de juros pela taxa SELIC. As mesmas
regras de utilização do crédito de COFINS são aplicáveis para o PIS. A compensação
do saldo credor com outros tributos só é permitida em casos específicos.

Os créditos apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita


de exportação, venda para empresa comercial exportadora, com o fim específico de
exportação ou receita da prestação de serviços para residentes no exterior, que não
puderem ser utilizados na dedução do valor da contribuição a recolher, decorrentes
das demais operações no mercado interno, poderão ser compensados com débitos
próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados
pela Receita Federal, observada a legislação específica de compensação. Se até o
final de cada trimestre do ano-calendário não for possível utilizar o crédito, a
pessoa jurídica poderá solicitar ressarcimento em dinheiro (art. 6º da lei
10.833/03).

O art. 17 da Lei 11.033/04, dispõe que as vendas efetuadas com suspensão,


isenção, alíquota zero ou não incidência de PIS e COFINS não impedem a
manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Assim, a
indústria que vende produtos sem incidência da contribuição não perde o direito de
calcular o crédito sobre os insumos adquiridos.

Ocorrendo a hipótese daquele art. 17, o saldo credor de PIS e COFINS, apurados
em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita das vendas sem
incidência da contribuição, poderá ser compensado com débitos próprios da pessoa
jurídica relativos a outros tributos ou contribuições, na forma do art. 16 da Lei
11.116/05.

Os arts. 21 e 22 da IN 460, de 2004, alterados pela IN 563, de 2005, disciplinaram


a compensação ou o ressarcimento dos créditos de PIS e COFINS nos casos
permitidos. Fora dos casos elencados, o saldo credor da contribuição só poderá ser
utilizado para deduzir o valor da respectiva contribuição devida sobre as receitas
auferidas, não sendo permitida a compensação com outros tributos.

Receitas Financeiras

O Decreto 5.442, de 09-05-05, expedido com base no art. 27, § 2º , da lei


nº10.865, de 2004, reduziu, a zero, as alíquotas de PIS e COFINS incidentes sobre
as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de
incidência não cumulativa das duas contribuições, ainda que a não-cumulatividade
não seja total das receitas. A alíquota zero não se aplica aos juros sobre o capital
próprio.

As variações monetárias ativas em função da taxa cambial ou de índices ou


coeficiente aplicáveis por disposição legal ou contratual são consideradas, para
efeitos da legislação de PIS e COFINS, como receitas financeiras (art. 9º da Lei nº
9.718, de 1998).

Planejamento Tributário
50

A redução, a zero, das alíquotas não se aplica para as pessoas jurídicas do sistema
financeiro, para as tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado, para as optantes
pelo SIMPLES, para as imunes a impostos e para as sociedades cooperativas,
exceto as de produção agropecuária.

As pessoas jurídicas sem fins lucrativos, isentas do imposto de renda, tais como
associações, sindicatos dos empregadores, etc., gozam da redução da alíquota de
COFINS porque estão no regime não cumulativo. As entidades imunes a impostos
como instituições de educação estão sujeitas ao pagamento de COFINS à alíquota
de 3% porque estão no regime cumulativo.

Planejamento Tributário
51

7. Incorporação, Cisão e Fusão –


Sociedades

Incorporação

Aspectos Societários/Contábeis

A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são


absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (art.
227, Lei de S/A).

Documentos Societários

A legislação societária define como indispensáveis a sua consecução os


seguintes documentos:

a) Protocolo-Justificação, do qual constarão as condições, os motivos e o


interesse das partes na realização da operação. Esse documento será
elaborado pelos administradores das sociedades envolvidas. Quando a
sociedade incorporadora for também a controladora da companhia
incorporada, o protocolo-justificação deverá conter, além das demais
informações previstas pela lei, o cálculo das relações de substituição das
ações dos acionistas controladores com base no valor de PL das ações da
controladora e da controlada, avaliados os dois PL's de acordo com os
mesmos critérios e à mesma data, a preços de mercado (embora a
operação possa ser praticada por outros valores).

b) Atas das AGE's da incorporadora e da incorporada, nas quais ficará


consignada a aceitação dos sócios para os termos do Protocolo-Justificação,
e formalização a incorporação, com a consequente extinção da sociedade
incorporada. Na sua AGE, a incorporadora indicará os três peritos ou a
empresa especializada encarregada de avaliar o acervo incorporado, que
apresentarão o correspondente laudo avaliatório para a aprovação
assemblear. Como a incorporação é operação que pode ser levada a efeito
entre sociedades de qualquer tipo, as atas das AGE's ficam evidentemente
substituídas pela alteração do contrato social da incorporadora, que ateste
a deliberação dos sócios, na hipótese de não haver uma companhia
envolvida.

c) Laudo de Avaliação, elaborado por três peritos ou por empresa


especializada, no qual ficará consignado o valor do acervo líquido a ser
incorporado, o qual deverá ser, ao menos, igual ao valor do capital a
realizar (isto na hipótese de a operação implicar em aumento do capital
social da incorporadora).

Planejamento Tributário
52

O PL da sociedade incorporada pode ser avaliado por qualquer critério eleito


pelas partes (contábil, valor de mercado, rentabilidade futura, cotação das
ações, etc.), não havendo nenhuma exigência legal no sentido da observância
do valor de mercado. É importante observar que a avaliação do PL tem por
principal finalidade fixar a relação de troca de ações entre os acionistas da
incorporadora e da incorporada, não sendo, portanto, compulsória a
reavaliação dos ativos.

Para efeito didático, dividiremos o gênero incorporação em três espécies, a


saber:

1) Sociedades não ligadas;


2) Incorporada que participa da incorporada;
3) Incorporada que participa da incorporadora.

Sociedades não Ligadas

A operação de incorporação levada a efeito entre sociedades que não têm


ligação direta entre si, isto é, sem vínculo societário entre umas e outra, é
sempre procedida mediante o aumento do capital da incorporadora pelo
montante correspondente ao PL da incorporada.

Sociedades Ligadas

Incorporadora Participa da Incorporada

Nessa espécie de incorporação apenas ocorrerá aumento de capital da


incorporada na parcela do PL da incorporada que pertencer a outros
sócios.

O investimento da incorporadora na incorporada será extinto e


substituído pelo acervo líquido recebido. O ganho ou perda de capital
observado nessa operação terá o tratamento tributário previsto pelo art.
380 do RIR.

Incorporada Participa da Incorporadora

A operação de incorporação implicará, nesse caso, a extinção da


participação constante do ativo permanente da incorporada e a
consequente redução do seu acervo líquido. Dessa forma, a participação
que a incorporada detinha no capital da incorporadora será transferida
para os seus sócios.

Incorporação com Prévia Reavaliação de Ativos da Incorporada

Consoante dispõe a legislação fiscal (art. 388, RIR), enquanto mantida


em conta de reserva específica, a reavaliação procedida como medida
simultânea à operação de incorporação não afetará o lucro real (vide PN
82/78). O valor da reserva será considerado na determinação do lucro
real na forma prevista pelos §2º e §3º do art. 383 do RIR. Cabe
ressaltar que, quando a reavaliação incidir sobre bens imóveis, a
capitalização da reserva correspondente não acarreta a imediata
tributação do montante capitalizado.

Planejamento Tributário
53

Cisão

Aspectos Societários/Contábeis

A cisão é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu


patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já
existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o
seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão (art. 229,
Lei de S/A).

As regras definidas para as operações de incorporação aplicam-se à cisão com


versão de parcela do patrimônio em sociedade já existente.

Documentos Societários

Os documentos que devem suportar as operações de cisão são, basicamente,


os mesmos exigidos para a incorporação. É importante ressaltar, no entanto,
que, segundo entendemos, podem ser considerados na cisão apenas
elementos ativos ou, então, ativos e passivos desconexos, bastando apenas
que o valor cindido seja positivo.

Na hipótese de cisão com versão de parcela do patrimônio para sociedade


constituída para essa específica finalidade, a assembleia da cindida, ao
aprovar a operação, nomeará os peritos encarregados de proceder à avaliação
do patrimônio e funcionará também como assembleia de constituição da nova
companhia.

Da mesma forma como na incorporação, o gênero cisão pode ser também


dividido em três espécies, dentre outras:

1) Sociedades não ligadas;


2) Beneficiária participa da cindida;
3) Cindida participa da beneficiária.

Cisão para Sociedade Existente

Sociedades Não Ligadas

Conforme examinamos, quando cuidamos da incorporação, a cisão


processada entre sociedades não diretamente vinculadas é sempre
formalizada mediante um aumento do capital da sociedade beneficiária, no
montante correspondente ao acervo líquido cindido.

Cisão para Sociedade Existente: Sociedades Ligadas

Beneficiária da Cisão Participa da Sociedade Cindida

Como nas operações de cisão com versão de parcela do patrimônio para


sociedade já existente aplicam-se as regras prescritas para a incorporação,
cabem aqui as observações contidas nos itens anteriores.

Planejamento Tributário
54

Cindida Participa da Sociedade Beneficiária da Cisão

Nessa hipótese, a operação de cisão poderá ou não implicar a extinção da


participação constante do ativo permanente da cindida. Se o investimento
na beneficiária for o ativo escolhido para a cisão, a participação
correspondente será transferida para os sócios da cindida.

Fusão

É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 228 da Lei nº
6.404).

No caso de fusões as empresas que serão fusionadas deverão ter o patrimônio


líquido avaliado por peritos, valores esses que determinarão o recebimento para os
acionistas respectivos de um número de ações correspondente do valor do
patrimônio vertido. Nesse caso, o que importa é a adequada e justa avaliação do
patrimônio de cada empresa fusionada, pois o preço de emissão das ações da nova
empresa criada é igual para todos, ou seja, tanto para os de uma das empresas
fusionadas como para os acionistas das outras empresas fusionadas. Assim,
proporcionará uma porcentagem justa de participação na nova empresa aos
acionistas de todas as empresas fusionadas, que passam a ser acionistas da nova
empresa que emerge da fusão, com a extinção das anteriores.

Aspectos fiscais

Imposto de Renda

Fato Gerador

Com o advento da Lei 7.450/85, o tratamento tributário das operações de


incorporação e cisão de empresas, perante o IR, sofreu profunda alteração.
Com efeito, nos termos do seu art. 33, a operação de incorporação ou
cisão de empresas acarreta hoje o fato gerador do IR, devendo as
sociedades incorporadas ou cindidas levantar balanço e demonstração de
resultados e determinar o lucro real, sendo de sua responsabilidade o
recolhimento do tributo apurado.

Portanto o imposto devido é de responsabilidade das sociedades


incorporadas ou cindidas. Entretanto, tratando-se de operações que
importam em sucessão total ou parcial de direitos e obrigações, nos termos
do art. 169 do RIR, a pessoa jurídica que figurar como incorporadora ou
beneficiária de parcela do patrimônio de sociedade cindida fica responsável
pelo imposto devido pela pessoa jurídica incorporada ou cindida ainda não
pago ou declarado.

Planejamento Tributário
55

Aspectos Fiscais da Incorporação

Imposto de Renda

Ocorrendo a incorporação, a sociedade incorporada deverá observar


algumas exigências fiscais definidas na legislação tributária.

De acordo com a Lei nº 7.450/85 e Decreto-lei nº 2.323/87, a pessoa


jurídica incorporada deve levantar balanço e demonstração de resultados e
determinar o lucro real na data da ocorrência do evento, ou seja, na data
em que for deliberada e aprovada a incorporação. Para fins fiscais, poderá
ser utilizado o balanço de até 30 (trinta) dias antes do evento (AGE e Ata
de Reunião de Diretoria) sendo que a Declaração de Rendimentos deverá
ser entregue até o último dia útil do mês subsequente àquela data.

O imposto de renda, se devido, poderá ser pago integralmente até o último


dia do mês subsequente em que ocorrer a incorporação.

Responsabilidade Sucessória

Quanto à responsabilidade pelos débitos relativos aos tributos federais


devidos pela incorporada, tanto os apurados por ocasião da incorporação,
quanto aos referentes a períodos anteriores, o art. 5º do Decreto-lei nº
1.598/77 dispõe que respondem pelos tributos das pessoas jurídicas extintas
a pessoa jurídica que incorporar outra, na qualidade de responsável por
substituição.

Assim sendo, é recomendável que se proceda a uma apurada revisão de


procedimentos fiscais de sociedades a serem incorporadas.

Aplicação de Outras Normas Fiscais na Incorporação

Contribuição Social - Lei nº 7.689/89

Com a edição da Lei nº 7.689/88 institui-se a contribuição social destinada a


financiar a seguridade social, incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas.

A base de cálculo da contribuição devida pela sociedade incorporada será o


valor do resultado apurado no balanço levantado na data da incorporação,
antes dos ajustes efetuados para apuração do lucro real (art. 2º §1º, b). O
resultado somente será ajustado por:

a - Adição do resultado negativo (despesa) de equivalência patrimonial;


b - Adição do parcela da Reserva de Reavaliação realizada contra Lucros
Acumulados;
c - Adição do valor das provisões não dedutíveis na determinação do lucro
real, exceto a provisão para o imposto de renda;
d - Exclusão do resultado positivo (receita) de equivalência patrimonial;
e - Exclusão de lucros e dividendos de investimentos avaliados pelo custo de
aquisição;

Planejamento Tributário
56

f - Exclusão do valor corrigido monetariamente, das provisões indedutíveis


adicionadas no ano anterior, que tenham sido baixadas no curso do
período-base.

A alíquota incidente será de 8% sobre o lucro líquido ajustado conforme acima


demonstrado.

O recolhimento da contribuição poderá ser efetuado:

no último dia útil do mês em que ocorrer a operação (cisão ou


incorporação) – (Art. 18 da Lei nº 7.738/89) ou;

à opção do contribuinte, no último dia útil do mês subsequente ao da


operação (cisão ou incorporação) – (Art. 5º, §2º da Lei nº 7.689/88 c/c
Art. 19 da Lei nº 7.738/89).

Reservas de Reavaliação

As reservas de reavaliação transferidas terão, na sucessora, o mesmo


tratamento tributário que teriam na sucedida.

Lucro Inflacionário

Na incorporação o valor do lucro inflacionário acumulado na incorporada, é


considerado integralmente realizado;

Na cisão o valor do lucro inflacionário acumulado na cindida, é considerado


realizado na proporção da parcela vertida.

Prejuízo Fiscal

A IN SRF 7/81 dispõe que o prejuízo e o lucro real, da incorporadora e


incorporada, não serão compensáveis a qualquer tempo. Os prejuízos fiscais
da incorporada, remanescentes da declaração de incorporação, não são
aprováveis pela incorporadora.

Aspectos Fiscais da Cisão

Formalidades

As disposições da legislação tributária relativas às obrigações formais a serem


observadas pelas sociedades cindidas são as mesmas exigidas para o caso de
incorporação.

Responsabilidade Sucessória

No tocante à responsabilidade pelos débitos relativos aos tributos federais


devidos pela cindida (tanto os apurados por ocasião da cisão, quanto aos
referentes a períodos anteriores) o art. 5º do Decreto-lei nº 1.598/77 dispõe
que responde pelos tributos das pessoas jurídicas cindidas a pessoa jurídica
que incorporar parcela do patrimônio da sociedade cindida.

Planejamento Tributário
57

As beneficiárias serão responsáveis solidariamente pelo valor integral no caso


de absorção de parcelas de patrimônio de sociedade extinta por cisão (total).
Sendo parcial a cisão, serão solidárias a beneficiária e a cindida.

Aplicação das Normas Fiscais na Cisão

Aplicam-se as mesmas disposições contidas na legislação tributária relativas à


incorporação, observando-se que, no caso de haver cisão parcial, dispõe o art.
33 do DL 2341/87 que o lucro real apurado será integralmente tributado,
além da beneficiária não poder compensar prejuízos fiscais da cindida
relativos a períodos-base anteriores, nem o apurado por ocasião da cisão.

Poderá, no entanto, a cindida manter e compensar seus próprios prejuízos


proporcionalmente à parcela remanescente de seu patrimônio.

No tocante ao lucro inflacionário acumulado da cindida, a realização será


proporcional à parcela do ativo permanente cindido.

Aspectos Fiscais Comuns

ICMS

No que diz respeito à incorporação, apenas se verificará a incidência do ICMS


quando houver movimentação física de mercadorias. Em outros termos,
quando a operação não importar na transferência de mercadorias de um
estabelecimento para outro pertencente ao mesmo titular, não haverá que se
falar em tributação pelo imposto estadual, muito menos na emissão de
qualquer documento fiscal.

É nesse sentido o entendimento do fisco estadual (São Paulo), conforme se


depreende do teor das Respostas às Consultas nºs 6.401/74 e 11.396/77.

A incidência do ICMS nas operações de cisão fica igualmente vinculada à


ocorrência de movimentação física de mercadorias. Isto equivale dizer que
nos casos em que a cisão venha abranger um estabelecimento completo, não
se verificará a incidência do ICMS. Confira-se, a respeito, a Resposta à
Consulta nº 12.177/78.

Por outro lado, naquelas situações em que a cisão incida sobre um único
estabelecimento, dividindo-o em dois, entende o fisco, na mencionada
manifestação, ser devido o imposto, na medida em que os dois
estabelecimentos seriam distintos, havendo necessidade da transferência de
mercadorias de um para o outro.

IPI

Da mesma forma como com relação ao ICMS, também para o IPI temos de a
saída física dos produtos industrializados do estabelecimento industrial ou
equiparado é condição indispensável à incidência do imposto. Isso tanto para
a incorporação como para a cisão.

Não se verificando o trânsito físico dos bens, não há que se falar em


incidência do IPI. São taxativos, nesse sentido, os PN's 24/70 e 57/71.

Planejamento Tributário
58

Imposto Sobre Transmissão "Inter Vivos" de Bens Imóveis

A não incidência desse imposto, nos casos de incorporação ao patrimônio de


pessoa jurídica de bens imóveis nas operações de fusão, cisão e incorporação
de PJ, anteriormente de competência estadual (hoje municipal), está
claramente definida na Constituição Federal no seu art. 156, §2º inciso I.

Nesse artigo, no entanto, excetua-se a hipótese de haver versão ou


incorporação de bens imóveis por pessoa jurídica cuja atividade
preponderante seja a compra e venda, locação ou arrendamento mercantil
desse tipo de bem (por exemplo: sociedades de empreendimentos
imobiliários, construtoras, leasing, etc.)

Planejamento Tributário
59

8. Exercícios

8.1 Exercício de Lucro Presumido

I - Companhia XYZ
LUCRO PRESUMIDO - CIA. XYZ – EXERCÍCIO

Com base na Demonstração do Resultado de cada um dos trimestres abaixo da Cia. XYZ, calcule:
1) O valor da despesa de Imposto de Renda e de Contribuição Social Sobre o Lucro;
2) O valor do Imposto de Renda a pagar.

Trimestre findo em:


Demonstração do Resultado 31/03/X0 30/06/X0 30/09/X0 31/12/X0

Receita Bruta de Vendas 1.500.000 1.500.000 1.500.000 1.500.000


Menos: IPI 150.000
ICMS 200.000 200.000 200.000
Devoluções 70.000 70.000 70.000
Descontos incond. concedidos 50.000 50.000 50.000
Receita líquida 1.500.000 1.180.000 1.180.000 1.030.000
Custo da mercadorias vendidas 830.000 830.000 830.000 830.000
Lucro bruto 670.000 350.000 350.000 200.000
Despesas Operacionais 250.000 250.000 250.000 250.000
Receita financeira 50.000 50.000
Receita de aluguel 70.000
Resultado na venda de imobilizado 20.000

Lucro antes do Imposto de Renda e da


Contribuição Social 420.000 100.000 150.000 90.000
Despesa de Contribuição Social ? ? ? ?
Despesa de Imposto de Renda ? ? ? ?

Dados Adicionais:
- A Cia. XYZ é uma Indústria de Alumínio;
- Imposto de Renda Retido na Fonte sobre:
-Receita Financeira 10.000 10.000
-Receita de Aluguel 1.050

RESPOSTA: DESPESA DE IMP. RENDA 24.000 21.600 34.100 53.600


DESPESA DE C. SOCIAL 16.200 14.904 19.404 25.884
IMP. RENDA A PAGAR 24.000 21.600 24.100 42.550

Planejamento Tributário
60

LUCRO PRESUMIDO – IMPOSTO DE RENDA – RESOLUÇÃO

Trimestre findo em:


Descrição 31/03/X0 30/06/X0 30/09/X0 31/12/X0

Receita Bruta de Vendas


(-)Ajustes:

= Receita Bruta Ajustada - RBA


(x) Margem de Lucro Presumida
= Lucro Presumido s/ a RBA
(+) Demais Resultados e Ganhos de Capital:

= Base de Cálculo
Imposto de Renda – 15%
Adicional de I. Renda - 10%
= Despesa de Imposto de Renda
(-) Imposto de renda retido na fonte
(=) Imposto de renda a pagar:

LUCRO PRESUMIDO – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – RESOLUÇÃO

Trimestre findo em:


Descrição 31/03/X0 30/06/X0 30/09/X0 31/12/X0

Receita Bruta Ajustada – RBA (veja acima!!)


(x) Margem de Lucro Presumida
= Lucro Presumido s/ a RBA
(+) Demais Resultados e Ganhos de Capital:

= Base de Cálculo
(x) Alíquota da Contribuição social
(=) Despesa de Contribuição social

Planejamento Tributário
61

8.2 Exercício de Lucro Real

II - O Banco das Finanças calculou os seguintes valores relativos ao seu imposto de


renda do semestre findo em 30 de junho de 20x1:

IR PELO: JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO

Lucro Real 1.000 1.200 1.800 700 600 1.400

Luc.Presumido 1.200 1.100 1.400 1.200 1.000 900

PEDE-SE:

1. o menor valor de imposto de renda que o banco pode pagar durante o semestre –
informe o total para os 6 meses;
2. o total da despesa de imposto de renda que deveria constar da declaração de
imposto de renda do banco, relativa ao semestre findo em 30 de junho de 20x1;
3. o sistema de tributação adotado pelo banco das finanças, de forma que seja
atendida a legislação fiscal em vigor;
4. informar se há saldo de imposto de renda a pagar ou a receber em 30 de junho de
20x1. Se sim, informar qual o valor.

Planejamento Tributário
62

8.3 Exercício de Lucro Real e Lucro Presumido

III) A Empresa Maravilha S.A. comercializa artigos de cama e mesa e tem seu
faturamento e lucro bem distribuídos durante o exercício.

Com base na Demonstração do Resultado a seguir, considerando que os resultados


mensais são constantes e que o lucro contábil antes do imposto de renda é
praticamente igual ao lucro real, oriente a gerência da Maravilha sobre o melhor
regime da tributação a seguir em 20X2, ou seja, aquele que propiciará uma menor
carga tributária de imposto de renda e de contribuição social para a Empresa
Maravilha S.A.

Demonstração do Resultado
Exercício Findo em 31 de Dezembro de 20X1

R$

Receita bruta de vendas 4.158.333


Menos: - IPI (409.091)
- ICMS (529.412)
- ICMS – Substituição tributária (260.870)
- PIS (30.303)
- COFINS (157.895)
- Descontos financeiros (1) (225.806)
- Devoluções (488.372)
Receita líquida 2.056.584
CMV (656.584)
Lucro Bruto 1.400.000

Despesas Operacionais:
- Administrativas 180.000
- de Vendas 220.000
- Financeiras 620.000
- Impostos e Taxas 130.000
(1.150.000)
Receita financeira 250.000
Lucro Operacional 500.000

Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social 500.000

(1) – Descontos financeiros concedidos em função dos prazos de pagamento


concedidos aos clientes

Planejamento Tributário
63

RESPOSTA RESUMIDA
LUCRO LUCRO
REAL PRESUMIDO
Lucro Real 500.000
Lucro Presumido:
- Base de cálculo para IR 490.000
- Base de cálculo para CSL 610.000
Imposto de Renda (+ Adicional) 101.000 98.500
Contribuição Social 45.000 54.900
TOTAL IR + CLS 146.000 153.400

Planejamento Tributário
64

IV - A empresa ABC S.A. é uma indústria de plásticos. Com base nos dados a seguir,
proceda à apuração do Imposto de Renda, pela sistemática do Lucro Real e do
Lucro Presumido. Informe também o valor do lucro contábil passível de
distribuição aos sócios.

Demonstração do Resultado
Exercício Findo em 31 de Dezembro de 19X1
(em reais)
R$ Lucro Real L.Presumido
Integra a Base
Adição Exclusão de Cálculo??

Receita bruta ajustada 6.000.000


CMV 1.778.810
Lucro bruto 4.221.190

Despesas operacionais
Administrativas (inclui 5.000 de conta (670.000)
telefônica do sítio do diretor)
Vendas (311.190)
Financeiras (40.000)
Depreciação
Veículos (40.000)
Máquinas e equipamentos (80.000)
Mobília da residência do diretor (45.000)
(1.186.190)
Outras Receitas Operacionais
Receitas financeiras 60.000
Receita de dividendos 55.000
115.000

Lucro operacional 3.150.000

Prejuízo na venda de bens do imobilizado (120.000)


Resultado de equivalência patrimonial 320.000
Lucro antes da contribuição social e
do imposto de renda 3.350.000
Contribuição social (225.000)
Lucro antes do imposto de renda 3.125.000
Imposto de renda ?
Lucro líquido ?

Planejamento Tributário
65

DADOS ADICIONAIS
Lucro Real – Marque um X
R$ Adição Exclusão Compensação

1. Os diretores vivem de dividendos, não - - -


exercendo qualquer função na ABC -
2. Os veículos são de uso dos diretores - - - -
3. O Custo das Mercadorias Vendidas inclui:
- Salários e encargos sociais dos
funcionários da produção 240.000
- Prêmio de viagem ao exterior pago
somente para o sr. Rangel, gerente
da fábrica (ninguém mais tem direito) 80.000
4. As Despesas Administrativas incluem:
- Despesa com viagem de Diretor, seus
familiares e do Dog em férias 70.000
- Salários e encargos sociais dos
funcionários da administração 60.000
- Multa de trânsito 23.000
-Despesa de Leasing referente ao Iate
utilizado pela Diretoria 142.000
- Despesa com PIS em litígio judicial 120.000
5. As Despesas de Vendas incluem os gastos
com PIS e COFINS 221.190
6. Saldo de prejuízos fiscais e da base negativa
de contribuição social em 31.12.X6 1.000.000

Planejamento Tributário
66

Demonstração do Lucro Real – Parte “A” do LALUR


IR
LAIR (Lucro antes do IR)

Adições:

Exclusões:

Lucro antes da compensação do Prejuízo fiscal


Compensação do Prejuízo fiscal
Lucro Real
Imposto de Renda – 15%
Adicional do IR - 10%
Total do Imposto de renda

RESPOSTA RESUMIDA
LUCRO LUCRO
REAL PRESUMIDO
Adições 750.000
Exclusões 375.000
Lucro Real 2.500.000
Lucro Presumido
- Base de cálculo para IR 540.000
- Base de cálculo para CSL 780.000
Imposto de Renda (+ Adicional) 601.000 111.000
Contribuição Social 225.000 70.200
TOTAL IR + CLS 826.000 181.200
Lucro a distribuir (c/ contabilidade) 2.524.000 3.168.800

Planejamento Tributário
67

V - Com base na Demonstração do Resultado a seguir e nas Informações Adicionais da


Empresa Comercial Ltda., calcule a despesa de Imposto de renda tanto pelo Sistema
de Lucro Real como pelo Sistema Lucro Presumido, orientando a Administração da
Empresa sobre a alternativa que resulta em menor carga tributária. Informe ainda
quais os valores passíveis de distribuição aos sócios, nas situações em que a empresa
mantém Contabilidade e também não mantém Contabilidade.

Empresa Comercial Ltda.


Demonstração do Resultado
Exercício Findo em 31 de Dezembro de 19X0
R$ Lucro Real L.Presumido
Adição Exclusão Integra a BC??
Receita Bruta de Vendas 20.000.000
Menos: ICMS (2.400.000)
PIS (130.000)
COFINS (600.000)
Devoluções (400.000)
Descontos Incondicionais (100.000)

Receita Líquida de Vendas 16.370.000


Custo das Mercadorias Vendidas (4.200.000)
Lucro Bruto 12.170.000

Receita financeira 250.000


Despesa financeira (14.000)
Despesas Operacionais (10.180.000)
Resultado de Equivalência Patrimonial (600.000)
Despesas Não Operacionais :
- Aquisição de 2 máquinas (*) (280.000)
- Multa de trânsito (20.000)

Lucro antes do IR e da CSL 1.326.000


Contribuição Social sobre o Lucro
Lucro antes do Imposto de Renda
Imposto de Renda
Lucro Líquido do Exercício

(*) aquisição em 31/12/19x0.

Planejamento Tributário
68

Informações adicionais Lucro Real L.Presumido


Integra a
Adição Exclusão B. Cálculo?

1. O faturamento e demais receitas são bem


distribuídos durante o ano
2. As Despesas Operacionais incluem:
a. Gastos sem comprovantes - $120.000
b. Aluguel do apto. do diretor - $ 36.000
c. Assistência médica paga pela
empresa apenas p/ os gerentes - $ 60.000
d. Multas contratuais - $ 40.000
3. IRRF sobre receitas financeiras - $ 20%
4. Receita bruta do ano anterior - $25 milhões
5. Saldo de Prejuízos fiscais e de Base
Negativa de Contribuição Social - $838.000

Planejamento Tributário
69

Demonstração do Lucro Real – Parte A do LALUR Lucro Real


CSL IR
LAIR/CSL (Lucro antes do IR/Contribuição social)

Adições:

Exclusões:

Lucro antes da compensação do Prejuízo fiscal


Compensação do Prejuízo fiscal
Lucro Real
Imposto de Renda – 15%
Adicional do IR - 10%
Total do Imposto de renda

RESPOSTA RESUMIDA
LUCRO LUCRO
REAL PRESUMIDO
Adições 1.269.846
Exclusões 0
Lucro Real 1.709.400
Lucro Presumido
- Base de cálculo para IR 1.810.000
- Base de cálculo para CSL 2.590.000
Imposto de Renda (+ Adicional) 403.350 428.500
Contribuição Social 153.846 233.100
TOTAL IR + CLS 557.196 661.600
Lucro a distribuir (c/ contabilidade) 768.804 664.400
Lucro a distribuir (s/ contabilidade) - 418.400

Planejamento Tributário
70

8.4 Planejamento Tributário: IRPJ/CSLL/PIS e


COFINS

VI – A empresa comercial Água Pura Ltda. apurou os seguintes resultados contábeis


no trimestre findo em 31 de março de 19x0.

Receita bruta de vendas 10.000.000


Menos IPI (1.200.000)
ICMS (normal) (1.800.000)
Devolução (400.000)
Descontos incondicionais concedidos (300.000)
Receita líquida de vendas 6.300.000

Custo das mercadorias vendidas (2.520.000)


Lucro bruto 3.780.000

Despesas operacionais (2.800.000)

Receita financeira bruta 120.000


Lucro na venda do imobilizado 400.000
Lucro na venda de investimentos 600.000

Lucro antes do imposto de renda e da


contribuição social 2.100.000

Pede-se:

1) Assinale abaixo o valor do imposto de renda (IR) e da contribuição social (CS) pelo
sistema de lucro presumido.

IR CS
a( ) 400.000 268.840
B( ) 519.000 189.000
c( ) 436.000 188.280
D( ) 400.000 189.000

2) Assinale abaixo o valor do imposto de renda e da contribuição social pelo sistema de


lucro real.
IR CS
a( ) 519.000 189.000
B( ) 939.000 340.200
c( ) 400.000 189.000
D( ) 400.000 168.840

Planejamento Tributário
71

3) Considerando as respostas certas de 1) e 2), indique qual o sistema de tributação do


lucro, que resulta em menor carga tributária para a Água Pura.

VII – Exercício – Empresa Armação Ltda.

Com base nas informações abaixo, informe qual a forma de tributação menos onerosa
para a empresa Armação Ltda. no exercício de 19x2. A Armação é uma fábrica de
esquadrias de alumínio sediada em Brasília, e o seu faturamento é bem distribuído
durante o exercício.

19x1
Receita bruta 12.000.000
LAIR 1.000.000
Matérias primas adquiridas com crédito de PIS e COFINS 6.000.000
Valor da conta de energia elétrica 2.800.000
Aluguel do prédio da fábrica pago a Empresa dos Imóveis Ltda. 400.000
Depreciação das máquinas da indústria 240.000

Sistema
Cumulativo Não cumulativo
Alíquota do PIS 0,65% 1,65%
Alíquota da COFINS 3,0% 7,6%

Evidencie os cálculos dos tributos.

RESPOSTA RESUMIDA
LUCRO LUCRO
REAL PRESUMIDO
Adições
Exclusões
Lucro Real 1.000.000
Lucro Presumido
- Base de cálculo para IR 960.000
- Base de cálculo para CSL 1.440.000
Imposto de Renda (+ Adicional) 226.000 216.000
Contribuição Social 90.000 129.600
TOTAL IR + CLS 316.000 345.600
PIS e COFINS – Base de Cálculo 2.560.000 12.000.000
PIS – Valor da contribuição 42.240 78.000
COFINS – Valor da contribuição 194.560 360.000
TOTAL PIS + COFINS 236.800 438.000
CARGA TRIBUTÁRIA TOTAL 552.800 783.600

Planejamento Tributário
72

VIII – Como parte do Planejamento Tributário para o exercício a encerrar-se em 31 de


dezembro de 20x2, ajude o contador da Indústrias Reunidas ABC S.A. a escolher,
entre o sistema de Lucro Real e Lucro Presumido, aquele que resulta em menor
carga tributária, quando considerados os tributos: PIS, COFINS, IRJP e CSLL, em
conjunto. O faturamento da empresa é bem distribuído no exercício. Seguem alguns
dados contábeis do exercício findo em 20x1.

Industrias Reunidas ABC S.A.


Demonstração do Resultado
Exercício encerrado em 31 de dezembro de 20X1
Lucro Real Lucro Presumido
Ajustes a Integra a
R$ Adição Exclusão Rec. Bruta B. Cálculo

Receita Bruta de Vendas 12.690.000


Menos:
- Tributos faturados:
• IPI 280.000
• ICMS 550.000
• ICMS – Substituição Tributária 150.000
- Descontos incondicionais concedidos 120.000
- Devoluções de vendas 140.000
Receita Líquida 11.450.000
Custo de produtos Vendidos -4.580.000
Lucro Bruto 6.870.000

Receitas (despesas) Operacionais:


- Gerais e Administrativas -2.350.000
- De vendas -1.600.000
- Resultado Financeiro:
• Receita financeira 70.000
• Despesa financeira -720.000
-650.000
- Resultado de Equivalência Patrimonial -980.000
- Receita de Dividendos 230.000
- Impostos e taxas -140.000
- Depreciação -550.000
-6.040.000

Resultado Não Operacional:


- Lucro na venda de imobilizado 370.000

Lucro antes da Cont. Social e do I.Renda 1.200.000


- Contribuição Social
- Imposto de Renda
Lucro líquido do exercício

Planejamento Tributário
73

Informações adicionais:

a) Os seguintes itens encontram-se contabilizados anteriormente, como custos ou despesas operacionais:

Integra a Base de Cálculo do:


Lucro Lucro PIS PIS Não
R$ Real Presumido Cumulativo Cumulativo

1. Despesas sem comprovantes 250.000


2. Multas de trânsito 40.000
3. Despesa com PIS e COFINS em
discussão judicial 120.000
4. Matérias primas adquiridas de PJ no Brasil 6.000.000
5. Aluguel das instalações, pago ao Dr.
Murtinho, dono do imóvel da fábrica 300.000
6. Mão de obra dos empregados da produção 250.000
7. Depreciação das máquinas e equipamentos
da produção 180.000
8. Energia elétrica da fábrica 50.000
9. Multas p/ atraso na entrega dos produtos 145.000

b) c. A Companhia mantém registrado na parte


B do LALUR, saldo de prejuízos fiscais e base
negativa de Contribuição social no valor de 1.800.000

c) Uma ação judicial de COFINS foi transitada


em julgado em 20x4, tendo a Indústrias Reunidas
ABC se saído vencedora. Por não ser dedutível
enquanto existe a ação judicial, a empresa adi-
cionou ao LAIR, há 10 anos atrás, o valor de 174.286

d) Alíquotas: Sistema
Cumulativo Não cumulativo
PIS 0,65% 1,65%
COFINS 3,0% 7,6%

Planejamento Tributário
74

RESPOSTA RESUMIDA
LUCRO LUCRO
REAL PRESUMIDO
Adições 1.390.000
Exclusões 404.286
Lucro Real 1.530.000
Lucro Presumido
- Base de cálculo para IR 1.400.000
- Base de cálculo para CSL 1.880.000
Imposto de Renda (+ adicional) 358.500 326.000
Contribuição Social 137.700 169.200
TOTAL IR + CLS 496.200 495.200
PIS e COFINS – Base de Cálculo 5.770.000 12.000.000
PIS – Valor da contribuição 95.205 78.000
COFINS – Valor da contribuição 438.520 360.000
TOTAL PIS + COFINS 533.725 438.000
CARGA TRIBUTÁRIA TOTAL 1.029.925 933.200

Com base nas informações acima, DESENVOLVA a memória de cálculo para as


seguintes respostas:

a) Em relação ao Sistema de Lucro Real (valores em Reais – R$):

- O saldo do Lucro Real 1.530.000


- O total das adições ao LAIR 1.390.000
- O total das exclusões ao LAIR 404.286
- O valor da despesa de Imposto de Renda 358.500
- O valor da despesa de Contribuição Social 137.700

Memória de cálculo obrigatória

b) Em relação ao Sistema de Lucro Presumido (valores em Reais – R$):

- O total dos ajustes à receita bruta 690.000


- A receita bruta ajustada 12.000.000
- A base de cálculo do Imposto de Renda 1.400.000
- A base de cálculo da Contribuição Social 1.880.000
- O valor da despesa de Imposto de Renda 326.000
- O valor da despesa de Contribuição Social 169.200

Planejamento Tributário
75

Memória de cálculo obrigatória

c) Em relação ao Sistema Cumulativo (valores em Reais – R$):

- A receita bruta ajustada 12.000.000


- A base de cálculo do PIS 12.000.000
- A base de cálculo da COFINS 12.000.000
- O valor da despesa de PIS 78.000
- O valor da despesa de COFINS 360.000

Memória de cálculo obrigatória

d) Em relação ao Sistema Não Cumulativo (valores em Reais – R$):

- A receita bruta ajustada 12.000.000


- A base de cálculo do PIS 5.770.000
- A base de cálculo da COFINS 5.770.000
- O valor da despesa de PIS 95.205
- O valor da despesa de COFINS 438.520

Planejamento Tributário
76

Memória de cálculo obrigatória

e) Informe o valor total da carga tributária total, menos onerosa para a


Indústrias Reunidas ABC, incluindo os 4 tributos acima (IR-CSL-PIS-
COFINS)

Resposta: R$.........................

Memória de cálculo obrigatória

LUCRO REAL LUCRO


PRESUMIDO

IMPOSTO DE RENDA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
PIS
COFINS

TOTAL

f) Com base na única resposta certa incluída na letra “e”, indique qual o
Sistema de Tributação sobre o Lucro, que resulta em menor carga tributária
total (PIS/COFINS/IRPJ/CSLL) ?

a( )– Lucro Real;
b( ) – Lucro Presumido;
c( ) – Lucro Arbitrado;
d( )– Lucro Contábil;
e( ) – Lucro Distribuível

Planejamento Tributário
77

8.5 Questões Complementares


1. Assinale a resposta certa.

( ) Imposto é a espécie de tributo que tem como fato gerador dentre outros, o
exercício regular do poder de polícia.

( ) Contribuição de melhoria é o tributo instituído para fazer face ao custo de obras


públicas de que decorram valorização imobiliária.

( ) Taxa é a espécie de tributo que tem como fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.

( ) Contribuição parafiscal é a espécie de tributo que tem como objetivo a


manutenção de um Fundo para atualização técnica dos fiscais federais.

( ) Nenhuma das anteriores.

2. Embora mantenha Contabilidade, a Indústria de Tecidos Tenesse adota o Lucro


Presumido como forma de tributação. No 1º trimestre de 20x1 a Contabilidade da
Tenesse registrou os seguintes valores:

PIS (1) 3.250 Contribuição social (2) 5.400


COFINS (1) 15.000 Receita bruta 500.000
Imposto de Renda 6.000 Lucro líquido 18.000
(2)

(1) Sistema cumulativo


(2) Apurado pela sistemática do Lucro Presumido

O Lucro Presumido da Tenesse no referido trimestre foi de 40.000.

Responda as seguintes perguntas com base nas informações apresentadas.

(a) Assinale o valor máximo que os sócios da Tenesse podem retirar, sem
tributação de Imposto de Renda, nas suas pessoas físicas, considerando que a
Empresa NÃO mantém Contabilidade:

a. ( ) 18.000.
b. ( ) 6.000.
c. ( ) 9.000.
d. ( ) 10.350.
e. ( ) 5.400.

Planejamento Tributário
78

(b) Agora, considerando que a contabilidade da Tenesse MANTÉM Contabilidade e


que apresenta um lucro líquido de R$18.000, informe qual o valor máximo que
seus sócios podem sacar sem incidência de imposto de renda nas pessoas
físicas:

a. ( ) 10.350.
b. ( ) 6.000.
c. ( ) 75.000.
d. ( ) 119.000.
e. ( ) 18.000.

3. Assinale a resposta certa.

a. ( ) O lucro arbitrado é uma forma de tributação exclusivamente imposta às


empresas pela fiscalização.
b. ( ) No sistema de Lucro Real Anual a cada apuração os trimestres são
acumulados para fins de cálculo do Imposto de Renda e de Contribuição
Social.
c. ( ) As formas de tributação do Lucro Real podem ser trimestral e anual.
d. ( ) No Lucro Real trimestral o fisco presume a margem de lucro da atividade da
empresa.
e. ( ) O fato gerador da despesa de salários ocorre por ocasião do pagamento aos
funcionários.

4. Em relação ao prejuízo fiscal, está correto que:

a. ( )
pode ser compensado contra até 30% do Lucro Real futuro.
b. ( )
pode ser compensado para reduzir o Lucro presumido.
c. ( )
prescreve a cada 4 anos.
d. ( )
o prejuízo final de um exercício social pode ser usado integralmente contra a
Lucro Real do próximo exercício.
e. ( ) reduz os Lucros Acumulados incluídos no Patrimônio Líquido da Empresa.

5. A empresa Delta S/C é uma sociedade de prestação de serviços jurídicos, cujo


faturamento é bem dividido durante o ano. Seguem-se alguns dados registrados
em sua Contabilidade, relativos ao exercício encerrado em 31 de dezembro de
20X1:

Receita Bruta 10.000.000


Lucro antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social 2.000.000

- Não há adições ou exclusões a efetuar sobre o líquido


- A Delta não possui custos (créditos) que venham reduzir a base de cálculo do PIS
e da COFINS.

Planejamento Tributário
79

Com base nas informações apresentadas, responda:

a. A Delta fez um planejamento tributário e sua carga tributária total


(IR+CSLL+PIS+COFINS) é, portanto, a menos onerosa possível, conforme
permite a legislação fiscal (as formas legais permitidas estão incluídas na letra “c”
abaixo). De acordo com esse planejamento, indique o valor das despesas de
imposto de renda e contribuição social referentes ao trimestre findo em 31 de
dezembro de 20X1:

IRenda C.
Social

a ( ) 794.000 288.000
b ( ) 300.000 480.000
c ( ) 476.000 180.000
d ( ) 176.000 296.000
e ( ) 760.000 300.000

b. Considerando o mesmo raciocínio da letra “a”, indique a seguir o valor das


despesas de PIS e da COFINS, referentes ao exercício findo em 31 de dezembro
de 20X1:

PIS COFINS

a ( ) 180.000 288.000
b ( ) 165.000 760.000
c ( ) 476.000 776.000
d ( ) 65.000 300.000
e ( ) 760.000 65.000

c. Considerando o Planejamento Tributário feito pela Delta, representado pelas


respostas corretas a e b, assinale qual a forma de tributação menos onerosa que a
empresa deve adotar no exercício de 20X2:

a. ( ) Lucro Real Trimestral


b. ( ) Lucro Real Anual
c. ( ) Lucro Arbitrado
d. ( ) Lucro Presumido
e. ( ) Lucro Contábil

Planejamento Tributário
80

X- Testes de Fixação

1. As bases de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) são:

a) Lucro Líquido do Período-Base e Lucro Presumido.


b) Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.
c) Lucro Bruto, Lucro Líquido e Lucro Real.
d) Lucro Inflacionário e Ganhos em mercados de renda variável.
e) Lucro Arbitrado, Lucro Presumido e Lucro Líquido do Período-Base.

2. A Cia. de Armazenamento de Troféus apurou lucro real referente a determinado


trimestre equivalente a R$300.000,00. O imposto e adicional devidos pela Cia.
são, em R$:

a) 75.000,00.
b) 45.000,00.
c) 69.000,00.
d) 24.000,00.
e) 99.000,00.

3. Observe os dados a seguir, da Cia. MARB:

-
- R$
- Lucro líquido de exercício
(antes do imposto de 1.500,00
renda).....................
- Dividendos recebidos, já tributados, de
Investimentos avaliados pelo custo de
Aquisição 210,00
.................................................
- Despesas indedutíveis 1.050,00
.............................

Com base nos dados apresentados, a opção que contém o Lucro Real do período é,
em R$:

a) 3.420,00. b) 1.500,00. c) 2.340,00.


d) 60,00. e) 2.550,00.

Planejamento Tributário
81

4. Observe os dados a seguir, da Empresa Fábio, Karina e Cia. Ltda. relativos a um


determinado trimestre do ano-calendário:

R$

- Lucro líquido do trimestre (antes do 2.100.000


IR).......
- Total das Adições, conforme LALUR 600.000
.........
- Total de Exclusões, conforme LALUR ....... 1.050.000

O imposto devido pela Cia., com base no lucro real é:

a) 406.500.
b) 315.000.
c) 800.000.
d) 360.000.
e) 525.000.

5. Dados:

A) Lucro Líquido do período, antes do imposto de renda: .... R$1.000,00


B) Adições, registradas no LALUR....................................... R$4.000,00
C) Exclusões, registradas no LALUR.................................... R$10.000,00
D) Prejuízo fiscal, saldo de períodos de apuração anteriores. R$20.000,00

Com base nos dados apresentados, a pessoa jurídica apurou no período:

a) Prejuízo fiscal (real) de R$5.000,00.


b) Prejuízo fiscal (real) de R$25.000,00.
c) Prejuízo fiscal (real) de R$7.000,00.
d) Lucro Real (tributável) de R$1.000,00.
e) Lucro Real de R$7.000,00.

6. Assinale a opção INCORRETA.

a) O Lucro Real é o Lucro Líquido do período de apuração antes do IR, ajustado


pelas adições, exclusões e compensações prescritas ou autorizadas pela
legislação do imposto de renda.
b) Considera-se como lucro líquido do período de apuração, para fins de cálculo do
lucro real, a soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não
operacionais, das participações nos lucros e da provisão para o pagamento da
contribuição sobre o lucro.

Planejamento Tributário
82

c) A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter
escrituração completa e comprovada com observância das leis comerciais o dos
Princípios Contábeis.
d) O imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre
Serviços (ISS) não fazem parte da receita bruta da pessoa jurídica para fins de
cálculo do limite para opção pelo lucro presumido.

7. Calcule o Lucro Presumido da Cia. Comercial Kafa, relativo à sua receita bruta,
sabendo-se que, no trimestre:

Receita Bruta de Venda de Mercadorias: ................R$60.000,00


Receita Bruta de Prestação de Serviços: .................R$22.000,00

a) R$ 20.960,00.
b) R$ 6.560,00.
c) R$ 26.240,00.
d) R$ 11.840,00.
e) R$ 8.200,00.

8. Dados:

Prejuízo do período de apuração, antes do IR ............ R$ 20.000,00


Adições, conforme LALUR ....................................... R$ 48.000,00
Exclusões, conforme LALUR .................................... R$ 13.000,00
Prejuízo fiscal de período-base anterior ..................... R$ 8.000,00

Essa pessoa jurídica apresentou, no período:

a) prejuízo fiscal no valor de R$ 20.000,00.


b) lucro real no valor de R$ 10.500,00.
c) imposto devido com base no lucro real no valor de R$ 22.500,00.
d) prejuízo fiscal no valor de R$ 55.000,00.
e) lucro real no valor de R$ 7.000,00.

Planejamento Tributário
83

9. Uma pessoa jurídica cujo objeto social é a revenda de mercadorias teve seu
lucro arbitrado em um determinado trimestre do ano-calendário. Sabendo-se
que a receita bruta da atividade no período foi de R$50.000,00, o imposto
devido com base no lucro arbitrado, supondo-se que não haja qualquer outro
valor a ser acrescido à base de cálculo, é de (em R$):

a) 720,00.
b) 2.400,00.
c) 4.800,00.
d) 1.200,00.
e) 1.440,00.

10. Não são dedutíveis, como custo ou despesa operacional, na determinação do


lucro real:

a) os gastos com aquisição de bens do Ativo Permanente, cujo valor unitário seja
inferior a R$ 1.200,00;
b) Os salários e encargos sociais do pessoal da administração.
c) as importâncias destinadas a constituir provisão para pagamento de
remuneração correspondente ao 13º salário de sues empregados.
d) os tributos, exceto o imposto de renda e a contribuição social, no período de
apuração em que forem contabilizados pelo regime de competência.
e) as multas por infrações fiscais, exceto as de natureza compensatória e as
impostas por infrações de que não resultem falta ou insuficiência de pagamento
de tributo.

11. Assinale a opção INCORRETA.

a) são dedutíveis na apuração do lucro real, as despesas operacionais, pagas ou


incorridas, quando:

necessárias para a realização das transações ou operações exigidas pela


atividade da pessoa jurídica

usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da


empresa;

comprovadas por meio de documentação idônea;


b) para que as despesas sejam dedutíveis é necessário comprovar que
correspondem a bens e serviços efetivamente recebidos e utilizados pela
empresa em suas atividades.
c) os pagamentos efetuados por mera liberalidade da empresa não são dedutíveis
na base de cálculo do IRPJ.
d) para serem dedutíveis, é necessário que as despesas de propaganda sejam
diretamente relacionadas com a atividade explorada pela pessoa jurídica.
e) a pessoa jurídica que recebeu perdão de uma dívida que tinha para com outra
pessoa jurídica não está obrigada a oferecer tal receita à tributação com base
no lucro real.

Planejamento Tributário
84

8.6 Exercício de Juros Sobre o Capital Próprio


A Empresa XYZ pretende distribuir 100% do seu lucro líquido do exercício de 20x1
aos seus sócios. Considerando as informações a seguir e, com base na legislação
corrente, identifique a opção que resulta em menor carga tributária para a XYZ.
Lembre-se que os sócios da empresa nada entendem de Planejamento Tributário e
só querem mesmo é receber todo o lucro líquido em sua conta bancária.

1) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Capital Reservas de Lucros


Social Capital Acumulados Total
Saldo em 31/12/20x0 2.500.000 300.000 600.000 3.400.000
Lucro do exercício - - 200.000 200.000
Saldo em 31/12/20x1 2.500.000 300.000 800.000 3.600.000

2) A TJLP variou 18% no exercício de 20x1

Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31/12/20x1

Alternativa de Distribuição
Alternativa Como Dividendos Como JSCP Como Honorários

Receita operacional 838.000


Custo das vendas (334.970)
Lucro bruto 503.030

Despesas administrativas (200.000)


JSCP
Honorários
Despesa INSS
Lucro antes do IR/CSLL 303.030
IR / CSLL – 34% (103.030)

Lucro líquido (prejuízo) 200.000

Planejamento Tributário
85

8.7 Exercícios de Incorporação, Cisão e Fusão

Incorporação 1

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

ativos: 1.000.000 ativos: 800.000


passivos: 600.000 passivos: 400.000
capital: 400.000 50% de x capital: 400.000 50% de z
50% de y 50% de w

após incorporação

ativos:
passivos:
capital: % de
% de
% de
% de

Incorporação 2

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

investimentos em B: 300.000 ativos: 800.000


outros ativos: 700.000 passivos: 400.000
passivos: 600.000 capital: 400.000 75% de A
capital: 400.000 50% de X 25% de Z
50% de Y

após incorporação

Empresa A

Investimentos em B:
Ativos:
Passivos:
Capital % de
% de
% de

Planejamento Tributário
86

Incorporação 3

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

Investimentos em B: 300.000 ativos: 800.000


outros ativos: 1.000.000 passivos: 400.000
passivos: 600.000 capital: 400.000 75% de A
capital: 700.000 50% de X 25% de Z
50% de Y

após incorporação

Empresa A

Investimentos em B:
Ativos:
Passivos:
Capital: % de
% de
% de

Incorporação 4

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

ativos: 1.000.000 ativos: 800.000


passivos: 600.000 passivos: 900.000
capital: 400.000 50% de x capital: 400.000 50% de z
50% de y 50% de w
prejuízos: (500.000)

após incorporação

Empresa A

ativos:
"good will:
passivos:
capital:

Planejamento Tributário
87

Incorporação 5

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

Investimentos em B: 300.000 ativos: 800.000


outros ativos: 700.000 passivos: 400.000
passivos: 600.000 capital: 400.000 75% de A
capital: 400.000 50% de X 25% de Z
50% de Y

após incorporação

Empresa B

Investimentos em B:
Ativos:
Passivos:
Capital: % de
% de
% de

Incorporação 6

antes da incorporação

Empresa A Empresa B

estoques 500.000 Outros ativos 150.000


outros ativos 700.000 passivos 100.000
passivos 600.000 Pat. Líq:capital 200.000 75% de W
Patrimônio líq: capital 400.000 50% de X Prej.acumul. (150.000) 25% de Z
Lucros acumulados. 200.000 50% de Y

Dados adicionais:

(a)Valores não contabilizados - $:

Descrição A B
1. Valor da marca 150.000 400.000
2. Quadro do Picasso - 200.000
3. Processos trabalhistas praticamente perdidos 250.000 30.000

Planejamento Tributário
88

(b) A incorporação será feita a valores contábeis. Os dados adicionais de (a) tem como
objetivo apurar a participação % de cada acionista no capital após a reorganização

após incorporação

Empresa A

estoques
outros ativos
passivos
Patrimônio líq: capital % de
Lucros acumulados. % de
% de
% de

Incorporação 7

Dentre as opções legais de reorganização societária identifique a mais apropriada e


prepare o correspondente balanço ajustado. Informe ainda qual a participação percentual
dos acionistas de cada Empresa no capital final ajustado.

A B C A B C
ATIVO PASSIVO

Circulante Circulante

Caixa 5.000 10.000 20.000 Fornecedor 60.000 100.000 80.000


Bancos 45.000 90.000 80.000 Sal/enc. a pagar 40.000 20.000 70.000
Contas a receber 200.000 300.000 250.000 Financiamentos 30.000 300.000 50.000
Estoques 400.000 500.000 300.000 Contas a pagar 20.000 30.000 40.000
Despesas antecipadas 50.000 100.000 50.000 Impostos a pagar 50.000 150.000 60.000
700.000 1.000.000 700.000 200.000 600.000 300.000

RLP ELP

Depósito judicial 100.000 - 200.000 Financiamentos 400.000 600.000 1.100.000

PL
Permanente
Capital 300.000 500.000 350.000
Outros investimentos 120.000 - 200.000 Reservas 100.000 100.000 20.000
Imobilizado 680.000 1500.000 800.000 L. Acumulados 600.000 700.000 130.000

800.000 1.500.000 1.000.000 1.000.000 1.300.000 500.000

1.600.000 2.500.000 1.900.000 1.600.000 2.500.000 1.900.000

Planejamento Tributário
89

Dados adicionais:

B –Tem prejuízo fiscal de valor muito relevante.

C – O valor de mercado do seu imobilizado é 100% superior ao valor contábil.

A – Os estoques valem 50% a mais que o valor contábil.

Para qualquer cálculo de mais valia considere 25% a título de Imposto de Renda.

Os sócios decidiram que a reorganização societária será contabilizada com


base nos valores contábeis.

Planejamento Tributário
90

9. Cópia das Transparências

Planejamento Tributário
91

S OLUÇÕES

PROPOSTAS

Planejamento Tributário
92

LUCRO PRESUMIDO - CIA. XYZ - SOLUÇÃO

Trimestre findo em
31/03/X0 30/06/X0 30/09X0 31/12/X0
IMPOSTO DE RENDA (IRPJ):
Receita Bruta de Vendas 1.500.000 1.500.000 1.500.000 1.500.000
(-) Ajustes:
- IPI - - - -150.000
- Devoluções - -70.000 -70.000 -70.000
- Descontos incondicionais concedidos - -50.000 -50.000 -50.000
Receita Bruta Ajustada 1.500.000 1.380.000 1.380.000 1.230.000
% da atividade (Indústria) (x) 8% (x) 8% (x) 8% (x) 8%
Lucro Presumido s/ a atividade principal 120000 110400 110400 98400
Demais receitas:
- Receita Financeira - - 50000 50000
- Receita de Aluguel - - - 70000
- Resultado na Venda de Imobilizado - - - 20000

Base de Cálculo = Lucro Presumido 120000 110400 160400 238400


Imposto de Renda = Base Cálc. (x) 15% 18000 16560 24060 35760
Adicional IR = Base Cálc.(-) 60000 (x) 10% 6000 5040 10040 17840
Total da Despesa de Imposto de renda 24000 21600 34100 53600

(-) Imposto de renda retido na fonte 0 0 (10.000) (11.050)

(=) Imposto de renda a pagar 24000 21600 24.100 42.550

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CSSL):

Receita Bruta Ajustada 1500000 1380000 1380000 1230000


% da Base de Cálculo Presumida (x) 12% (x) 12% (x)12% (x) 12%
Soma 180000 165600 165600 147600
Demais receitas:
- Receita Financeira 50000 50000
- Receita de Aluguel 70000
- Resultado na Venda de Imobilizado 20000

Base de Cálculo Presumida da CSSL 180000 165600 215600 287600


Contribuição Social s/ o Lucro - 9% 16200 14904 19404 25884

Planejamento Tributário
93

EMPRESA MARAVILHA – SOLUÇÃO PROPOSTA

Sistema de Lucro Real


Imposto de Contribuição
Renda Social

Lucro antes do imposto de renda - $500.000 $500.000


Imposto de renda:
$500.000 x 15% 75.000 (x) 9%
(240.000)
260.000 x 10% (adicional) 26.000

Despesa de Imposto de Renda 101.000


Despesa de Contribuição Social 45.000

Sistema de Lucro Presumido


Imposto de Contribuição
Renda Social
Receita bruta de vendas 4.158.333
Ajustes:
- IPI -409.091
- ICMS - Substituição Tributária -260.870
- Devoluções -488.372
Receita bruta ajustada 3.000.000 3.000.000
% da atividade 8% 12%
240.000 360.000
Receita financeira 250.000 250.000
Lucro Presumido/Base Positiva de C. Social 490.000 610.000
Imposto de renda:
$490.000 (x) 15% 73.500
(240.000)
250.000 x 10% (adicional) 25.000
Contribuição social 9%
Despesa de Imposto de Renda 98.500

Despesa de Contribuição Social 54.900

Planejamento Tributário
94

Resumo
Lucro Lucro
Real Presumido
IR 101.000 98.500
CSL 45.000 54.900
146.000 153.400
Recomendação:
Conforme demonstrado, a Empresa Maravilha deve adotar como sistema
de tributação para o Imposto de Renda, o Lucro Real.

Planejamento Tributário
95

SOLUÇÃO - EXERCÍCIO V – EMPRESA


COMERCIAL LTDA.

Cont. Social I.Renda


Demonstração do lucro real (Parte “A” do LALUR) $ $
Lucro antes do IR/CSL (1) 1.326.000 1.172.154
Adições:
Contribuição social sobre o lucro líquido 153.846
Assistência Médica que beneficia apenas os gerentes 60.000 60.000
Aluguel apartamento do diretor 36.000 36.000
Multa de trânsito (Carro do diretor) 20.000 20.000
Resultado de equivalência patrimonial 600.000 600.000
Aquisição de ativo fixo 280.000 280.000
Gastos sem comprovantes 120.000 120.000

Total das adições (2) 1.116.000 1.269.846

Exclusões:

Total das exclusões (3) 0

SUB-TOTAL (1)+(2)-(3)= (4) 2.442.000 2.442.000


Compensação de Prejuízos Fiscais (30%,
Limitado ao valor do P.Fiscal) (5) (732.600) (732.600)
LUCRO REAL/BPCS (*) (4)-(5)= (6) 1.709.400 1.709.400
IMPOSTO DE RENDA:
- Alíquota – 15% (6) x 15% = (7) 256.410
- Adicional (6) - 240.000 x 10% = (8) 146.940

Total do imposto de renda (7) + (8) = (9) 403.350


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (6) x 9% 153.846 153.846
Total do imposto de renda + contribuição social 557.196
Lucro líquido (1) – (9) 768.804

Lucro Real é para o cálculo do Imposto de Renda e Base Positiva de


(*)
Contribuição Social é para a Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)

Planejamento Tributário
96

Imposto de Renda pelo Lucro Presumido


Receita Bruta de vendas 20.000.000
Ajustes: Devoluções (400.000)
Descontos incond. concedidos (100.000)
Receita Bruta Ajustada 19.500.000
% da atividade 8%
1.560.000
Receita financeira 250.000
Lucro Presumido 1.810.000
Imposto de renda 15% 271.500
Adicional (10% x (1.810.000 – 240.000)) 157.000
Total de imposto de Renda 428.500
Contribuição social ( (19.500.000 x 12%)
+ 250.000) x 9%) 233.100
Total de IR e CSLL 661.600
Lucro a distribuir (1.326.000 – 661.600) 664.400
Recomendação:
Conforme demonstrado, a Empresa Comercial Ltda deve adotar como sistema de tributação
para o Imposto de Renda, o Lucro Real.

Planejamento Tributário
97

IMPOSTO DE RENDA – EXERCÍCIO 4.1 -III–


EMPRESA ABC S.A.
LUCRO REAL
-SOLUÇÃO PROPOSTA-

$
DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL (Parte “A” do LALUR)
Lucro antes do Imposto de Renda – LAIR (3.350.000 – 225.000) =.......... 3.125.000
Adições:
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 225.000
Despesas do diretor (o diretor não exerce qq. função na ABC)
- Conta telefônica 5.000
- Depreciação do veículo 40.000
- Depreciação da mobília 45.000
- Despesa de leasing do IATE 142.000
- Despesa de viagem com a família em férias 70.000
Multa de trânsito 23.000
Curso de teatro no exterior para 1 dos gerentes 80.000
Despesa com PIS em questionamento judicial 120.000
Total das adições 750.000
Exclusões:
Receita de dividendos 55.000
Resultado de Equivalência Patrimonial – Receita 320.000
Total das Exclusões 375.000
SUB-TOTAL 3.500.000
Compensação de Prejuízos Fiscais (30% limitado ao valor do P. Fiscal) (1.000.000)
LUCRO REAL 2.500.000
IMPOSTO DE RENDA:
- Alíquota normal: 2.500.000 (x) 15% 375.000
- Adicional : (2.500.000 (-) 240.000) (x) 10% 226.000
TOTAL DO IMPOSTO DE RENDA 601.000

LUCRO LÍQUIDO A DISTRIBUIR (3.125.000 (-) 601.000) 2.524.000

Planejamento Tributário
98

IMPOSTO DE RENDA – EXERCÍCIO 4.1 III–


EMPRESA ABC S.A.
LUCRO PRESUMIDO
-SOLUÇÃO PROPOSTA-

Venda líquida 6.000.000


% da atividade (x) 8%
480.000
Demais resultados: Receita financeira 60.000
Lucro presumido total 540.000
Imposto de renda: (540.000 (x) 15% ) + ((540.000 (-) 240.000) (x) 10%) 111.000

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Venda líquida 6.000.000
% da atividade (x) 12%
720.000
Demais resultados: Receita financeira 60.000
Base presumida total 780.000
Contribuição social : 780.000 (x) 9% 70.200
Lucro a distribuir (3.350.000-111.000-70.200) 3.168.800

RESUMO
Lucro Real Lucro Presumido

Imposto de Renda 601.000 111.000

Contribuição Social 225.000 70.200

PIS

COFINS

TOTAL

Planejamento Tributário
99

Empresa Comercial Agua Pura


Solução Proposta

Imposto de Renda e Contribuição Social

Lucro Presumido
Imposto Contrib.
de Renda Social

Receita bruta de vendas 10.000.000


Ajustes: IPI -1.200.000
Devoluções -400.000
Desc. Incond. Conc. -300.000
8.100.000 8.100.000
Margem de lucro presumida 8% 12%
Lucro Presumido s/ as vendas 648.000 972.000
Demais resultados:
´-Receita financeira bruta 120.000 120.000
´-Lucro na venda de imobilizado 400.000 400.000
´-Lucro na venda de investimento 600.000 600.000

Lucro Presumido total 1.768.000 2.092.000


9%
Imposto de renda: 188.280
1768000 (x) 15% 265.200
-60000 VI - 1:
1.708.000 (x) 10% 170.800 Resposta
436.000 letra "c"

Lucro Real
Imposto Contrib.
de Renda Social

Lucro antes do I. Renda - LAIR 2.100.000 2.100.000


9%
Imposto de renda: 189.000
2.100.000 (x) 15% 315.000
-60000 VI - 2
2.040.000 (x) 10% 204.000 Resposta
519.000 letra "a"

Planejamento Tributário
100

Resumo
Lucro Lucro
Real Presumido

IR 519.000 436.000
CS 189.000 188.280
708.000 624.280

VI- 3 - Resposta: Lucro Presumido

Empresa Armação Ltda.


Solução Proposta

Lucro Lucro
presumido
real
IMPOSTO DE RENDA Imposto de Renda
1.000.000 x 15% 150.000 12.000.000 x 8%
(240.000) 960.000 x 15% = 144.000
760.000 x 10% 76.000 (240.000)
226.000 720.000 x 10% = 72.000
Contribuição social 216.000
1.000.000 x 9% 90.000 Contribuição social
IR + CSLL 316.000 12.000.000 x 12%
1.440.000 x 9% = 129.600
IR + CSLL 345.600

PIS/COFINS:
Receita Bruta Ajustada 12.000.000
(-) Créditos: Matérias primas (6.000.000)
Energia elétrica (2.800.000)
Aluguel do prédio (400.000)
Deprec. das máquinas (240.000)
= Base de cálculo 2.560.000

PIS: 2.560.000 x 1,65% 42.240 PIS: 12.000.000 x 0,65% 78.000

COFINS: 2.560.000 x 7,6% 194.560 COFINS:12.000.000 x 360.000


3,0%

CARGA TRIBUTÁRIA TOTAL 552.800 783.600

Conclusão: A melhor forma de tributação é a do Lucro Real.

Planejamento Tributário
101

Exercício Planejamento Tributário


Indústrias Reunidas ABC S.A.
Solução Proposta

Imposto de Renda e Contribuição social

Lucro Presumido
Imposto Contrib.
de Renda Social
Receita bruta vendas 12.690.000
Ajustes:
- IPI 280.000
- ICMS Sub Tributária 150.000
- Desc. Incondicionais 120.000
- Devoluções 140.000
Receita bruta ajustada (*)12.000.000 12.000.000
Margem de lucro 8% 12%
960.000 1.440.000
Receita Financeira 70.000 70.000
Lucro na venda de
imobilizado 370.000 370.000
Base de cálculo 1.400.000 1.880.000
9%
169.200
Imposto de renda:
1.400.000 x 15% = 210.000
-240.000
1.160.000 (x) 10% = 116.000
326.000

Lucro Real
Imposto Contrib.
De Renda Social

LAIR 1.200.000
Adições:
-Res. Eq. Patrimonial 980.000
-Desp. sem comprov 250.000
-Multas de transito 40.000
-PIS/COFINS - pro-
cesso judicial 120.000
1.390.000
Exclusões:
-Dividendos recebidos 230.000
-Cofins transitado em
Julgado 174.286
404.286

Planejamento Tributário
102

Lucro antes da com-


pensação do P.Fisc. 2.185.714
Compensação do PF 655.714

Lucro Real 1.530.000 1.530.000


(X) 9%
Contribuição social 137.700

Imposto de renda:
1.530.000 (x) 15% = 229.500
-240.000
1.290.000 (x) 10% = 129.000
358.500

PIS e COFINS Sistema Cumulativo


PIS COFINS

Receita Bruta AJUSTADA(*) 12.000.000 12.000.000

Base de cálculo 12.000.000 12.000.000


Alíquota (x) 0,65% (x) 3%
78.000 360.000

Sistema Não Cumulativo


PIS COFINS

Receita Bruta AJUSTADA (*) 12.000.000 12.000.000


Créditos:
-M.primas adquiridas
de PJ no Brasil -6.000.000 -6.000.000
-Depreciação -180.000 -180.000
-Energia elétrica -50.000 -50.000
5.770.000 5.770.000
Alíquota (x) 1,65% (x) 7,6%
95.205 438.520

Resumo
Lucro Lucro
Real Presumido

IR 358.500 326.000
CSLL 137.700 169.200
PIS 95.205 78.000
COFINS 438.520 360.000
1.029.925 933.200

Logo, Menor Carga Tributária: Lucro Presumido

Planejamento Tributário
103

QUESTÕES COMPLEMENTARES
SOLUÇÃO PROPOSTA

1. Contribuição de Melhoria é o tributo instituído para fazer face ao custo de obras


públicas de que decorra valorização imobiliária;

2. (a) letra “d” - 10.350 . Lucro presumido (-) PIS (-) COFINS (-) IRPJ (-) CSLL
= 40.000-3.250-15.000-6.000-5.400;
(b)letra “e” - 18.000 = Lucro líquido;

3. letra “c”

4. letra “a”

5. (a) – letra “d” - IRPJ – 776.000 e CSLL – 288.000

(b) – letra “d”: PIS – 65.000 e COFINS – 300.000

(c ) – letra “d” - Lucro Presumido

Memória de Cálculo do item “5” anterior:

Descrição Lucro Lucro


Real Presumido

LAIR – 2.000.000 (x) 15% = 300.000


( 60.000)
1.940.000 (x) 10% = 194.000
Imposto de renda 494.000 494.000
Contribuição social = 2.000.000(x) 9% 180.000

Receita bruta: 10.000.000 (x) 32% = 3.200.000 (x) 15% = 480.000


( 60.000)
3.140.000 (x) 10% = 314.000
Imposto de renda 794.000 794.000
Contribuição social: 3.200.000 (x) 9% = 288.000

PIS - Receita bruta – R$10.000.000 (x) 1,65% 165.000


Receita bruta – R$10.000.000 (x) 0,65% 65.000

COFINS - Receita bruta – R$10.000.000 (x) 7,6% 760.000


Receita bruta – R$10.000.000 (x) 3,0% 300.000
TOTAL 1.599.999 1.447.000

Planejamento Tributário
104

EXERCICIO DE JUROS SOBRE CAPITAL PROPRIO


SOLUCAO PROPOSTA

A Empresa XYZ pretende distribuir 100% do seu lucro líquido do exercício de


20x1 aos seus sócios. Considerando as informações adicionais a seguir e, com base
na legislação corrente, identifique a opção que resulta em menor carga tributária
para a XYZ. Lembre-se que os sócios da empresa nada entendem de Planejamento
Tributário e só querem mesmo é receber todo o lucro líquido em sua conta
bancária.

Informações adicionais:

1) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Capital Reservas de Lucros


Social Capital Acumulados Total
Saldo em 31/12/20x0 2.500.000 300.000 600.000 3.400.000
Lucro do exercício - - 200.000 200.000
Saldo em 31/12/20x1 2.500.000 300.000 800.000 3.600.000

2) A TJLP variou 18% no exercício de 20x1

SOLUCAO PROPOSTA

Calculo dos limites

1 ) 50% do Lucro do exercício – $200.000 2 = $100.000

50% dos Lucros Acumulados – $600.000 2 = $300.000

2) Variação da TJLP sobre o PL = $ 3.400.000 x 18% = $612.000

Calculo do valor bruto do JSCP

$200.000 0,85 = $235.294

Calculo do valor bruto dos Honorários

$200.000 0,725 = $275.862

Planejamento Tributário
105

Calculo do valor da despesa de INSS

$275.862 x 20% = $55.172

Demonstração do Resultado do Exercício findo em 31/12/20x1

Alternativa de Distribuição
Alternativa Como Dividendos Como JSCP Como Honorários

Receita operacional 838.000 838.000 838.000


Custo das vendas (334.970) (334.970) (334.970)
Lucro bruto 503.030 503.030 503.030

Despesas administrativas (200.000) (200.000) (200.000)


JSCP (235.294)
Honorários (275.862)
Despesa INSS (55.172)
Lucro antes do IR/CSLL 303.030 67.736 (28.004)
IR / CSLL – 34% (103.030) 23.030 -

Lucro líquido (prejuízo) 200.000 44.706 (28.004)

Planejamento Tributário
106

Solução Exercício Incorporação 6


(a)Incorporação à valores contábeis:
Descrição Empresa B Soma Ajustes de “A” após a
Empresa A Incorporação Incorporação
Ativo:
Estoques 500.000 500.000 0 500.000
Outros ativos 700.000 150.000 850.000 0 850.000
1.200.000 150.000 1.350.000 0 1.350.000
Soma
Passivo + PL
Passivos 600.000 100.000 700.000 0 700.000
PL: - capital 400.000 200.000 600.000 0 450.000
- l(p) acumul 200.000 (150.000) 50.000 0 200.000
1.200.000 150.000 1.350.000 0 1.350.000
Soma

(b) Cálculo da relação de ações:


A B
Descrição Participação no Capital
Acionistas de A Acionistas de B
600.000 50.000
P.Liquido Contábil
Ajustes a mercado:
●Valor da marca 150.000 400.000
●Quadro do Picasso - 200.000
●Proc.trab.perdidos (250.000) (30.000)
P.Liquido Ajustado 500.000 620.000 44,64% 55,36%
(1) (2) = (1) ÷ ((1) +(2)) = (2) ÷ ((1) +(2))

Planejamento Tributário
107

Exercício Incorporação 7 – Solução Proposta


(a)Incorporação à valores contábeis:
Saldos
A B C Soma Ajustes Consolidados
ATIVO D C

Circulante

Caixa 5.000 10.000 20.000 35.000 35.000


Bancos 45.000 90.000 80.000 215.000 215.000
Contas a receber 200.000 300.000 250.000 750.000 750.000
Estoques 400.000 500.000 300.000 1.200.000 1.200.000
Despesas antecipadas 50.000 100.000 50.000 200.000 200.000
700.000 1.000.000 700.000 2.400.000 - 2.400.000

RLP

Depósito judicial 100.000 - 200.000 300.000 300.000

Permanente

Outros investimentos 120.000 - 200.000 320.000 320.000


Imobilizado 680.000 1.500.000 800.000 2.980.000 2.980.000

800.000 1.500.000 1.000.000 3.300.000 - 3.300.000


1.600.000 2.500.000 1.900.000 6.000.000 - 6.000.000

Saldos
A B C Soma Ajustes Consolidados
PASSIVO D C

Circulante

Fornecedor 60.000 100.000 80.000 240.000 240.000


Sal/enc. a pagar 40.000 20.000 70.000 130.000 130.000
Financiamentos 30.000 300.000 50.000 380.000 380.000
Contas a pagar 20.000 30.000 40.000 90.000 90.000
Impostos a pagar 50.000 150.000 60.000 260.000 260.000
200.000 600.000 300.000 1.100.000 1.100.000

ELP

Financiamentos 400.000 600.000 1.100.000 2.100.000 2.100.000

PL

Capital 300.000 500.000 350.000 1.150.000 650.000 1.500.000 2.000.000


Reservas 100.000 100.000 20.000 220.000 120.000 100.000
L. Acumulados 600.000 700.000 130.000 1.430.000 730.000 700.000
1.000.000 1.300.000 500.000 2.800.000 1.500.000 1.500.000 2.800.000
1.600.000 2.500.000 1.900.000 6.000.000 1.500.000 1.500.000 6.000.000

Planejamento Tributário
108

(b) Cálculo da relação de ações:


A B C Soma
Descrição

Patrimônio Liquido Contábil 1.000.000 1.300.000 500.000


Ajustes a mercado:
●Imobilizado de “C” 800.000
●Imposto de renda – 25% (200.000)
600.000
●Estoques de “A” 200.000
●Imposto de renda – 25% (50.000)
150.000

Patrimônio Liquido Ajustado 1.150.000 1.300.000 1.100.000 3.550.000

Participação Acionária 32,39% 36,62% 30,99% 100,00%

(32,39% = 1150.000 ÷ 3550.000; 36,62% = 1.300.000 ÷ 3550.000;


30,99% = 1.100.000 ÷ 3550.000)

Planejamento Tributário
109

CASO PRÁTICO – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

1. A Cia. Fibra é uma subsidiária integral da FK Corporation (sediada na


Ásia) e produz fibras óticas no Brasil. Em 1999 ela adquiriu uma
participação de 98% no capital da Conectores S.A., estando os 2%
restantes em poder de acionistas brasileiros.

2. Atualmente, a matriz está insatisfeita com o desempenho das operações


no Brasil, pois considera como sendo de 5% a margem líquida mínima
sobre as vendas (lucro líquido / vendas líquidas), apurada pelo
resultado consolidado das duas empresas, para justificar a produção de
fibras óticas no Brasil.

3. Seguem as informações sobre a Fibra e sua controlada a Conectores e o


Consolidado da Fibra e da Conectores.

4. Informações sobre a controladora FIBRA S.A.

C O M PA N H IA FIB R A S .A .
2002

V end as, d ed uzid o s o IP I e d evo luçõ es 1 5 5 .2 8 6 .8 8 0


P IS E C O F IN S (5 .6 6 7 .9 7 1 )
V end as líq uid as 1 4 9 .6 1 8 .9 0 9
C usto d o s p ro d uto s vend id o s (1 1 6 .7 0 2 .7 4 9 )
L u cro b ru t o 3 2 .9 1 6 .1 6 0
D esp esas o p eracio nais (1 7 .0 8 1 .5 5 7 )
Resultad o d e eq uivalência p atrimo nial (4 .6 4 9 .7 4 6 )
L u cro a n t es d a t rib u t a çã o 1 1 .1 8 4 .8 5 7
C o ntrib uição so cial (1 .4 5 2 .0 4 6 )
Imp o sto d e rend a (4 .0 0 9 .4 6 0 )
L u cro líq u id o 5 .7 2 3 .3 5 1

C álculo d o IR e C S L:
A d içõ es:
REP 4 .6 4 9 .7 4 6
G ratificaçõ es d e ad minstrad o res 2 9 9 .2 3 8

a. Todas as suas vendas são destinadas para o mercado interno sendo


distribuído aos acionistas 80% dos lucros.
b. Seus quatro diretores são responsáveis também pela gestão da Conectores
S.A. e recebem, além dos honorários (pago pela Fibra), uma gratificação
correspondente a um % fixo das vendas.
c. Não há estoques de produtos adquiridos da Conectores S.A.

Planejamento Tributário
110

C O N EC TO R ES S .A .

2002

V end as, d ed uzid o s o IP I e d evo luçõ es 6 7 .0 8 1 .0 0 0


P IS E C O F IN S (2 .4 4 8 .4 5 7 )
V end as líq uid as 6 4 .6 3 2 .5 4 4
C usto d o s p ro d uto s vend id o s (6 3 .3 3 9 .8 9 3 )
L u cro b ru to 1 .2 9 2 .6 5 1
D esp esas o p eracio nais (6 .0 3 7 .2 9 0 )
L u cro a n tes d a trib u ta çã o (4 .7 4 4 .6 3 9 )
C o ntrib uição so cial -
Imp o sto d e rend a -
L u cro líq u id o (4 .7 4 4 .6 3 9 )

N ão há ad iço es o u exclusõ es p ara cálculo d o s trib uto s

5. Informações sobre a controlada CONECTORES S.A.

a. Possui um único cliente. A Cia. Fibra S.A.


b. Seu custo de produção e sua produtividade são considerados como
adequados.
c. Como pode ser observado, a alíquota efetiva de PIS e Cofins totaliza
3,65%.
d. A Fibra possui instalações próprias e ocupa cerca de 45% do seu espaço
útil.
e. As instalações da Conectores são alugadas diretamente do proprietário, sr.
Manoel Barbosa, o qual emite recibo como comprovante do aluguel, para a
Conectores.
f. Os acionistas brasileiros são os antigos proprietários da indústria e não
participam da gestão, recebendo diretamente da matriz no exterior uma
comissão de 1% sobre as vendas no Brasil até 2005.
g. Possui prejuízos fiscais acumulados e base negativa da CSL em 31 de
dezembro de 2001 no montante a R$4.250.000
h. Há expectativa de geração de lucros futuros somente se houver conquista
de mercados no exterior.
i. Possui pessoal próprio nas áreas administrativas e um estudo recente,
visando a unificação das funções administrativas (contabilidade, compras e
folha de pagamento) com a Cia. Fibra S.A., demonstrou a possibilidade de
uma redução líquida de R$200.000/ano em suas despesas operacionais.

Planejamento Tributário
111

6. Informações Consolidadas

COMPANHIA FIBRA S.A. E CONECTORES


2002

Vendas, deduzidos o IPI e devoluções 155,286,880


PIS E COFINS (8,116,428)
Vendas líquidas 147,170,452
Custo dos produtos vendidos (112,961,642
)
Lucro bruto 34,208,811
Despesas operacionais (23,118,847)
Resultado de equivalência patrimonial -
Lucro antes da tributação 11,089,964
Contribuição social (1,452,046)
Imposto de renda (4,009,460)
Participação dos minoritários 94,893
Lucro líquido 5,723,351

A DRE consolidada apresenta o resultado das duas companhias com eliminação das
transações que não representam negócios com terceiros (vendas intercompanhias)
e eliminação do resultado de equivalência patrimonial. O CPV consolidado é obtido
somando-se os CPV’s de cada empresa e eliminando-se as vendas da Conectores
para a Fibra que já estão no CPV da Fibra.

7. Objetivo do Trabalho:

Considerando as informações apresentadas, referentes às projeções para o


exercício de 2002, indique as ações que podem ser implantadas na área
tributária, o seu efeito e os possíveis problemas gerados, para que a
empresa atinja, ou melhor, supere a meta de rentabilidade desejada.
Quanto maior a rentabilidade obtida melhor será seu desempenho.

Considere os benefícios de registro de juros sobre o capital próprio, com


base nas seguintes informações:

Taxa da TJLP estimada para 2001 9%


Patrimônio Líquido da Fibra em 6.000.00
31.12.01 0

Utilizar valores em milhares de reais para fins de análise.

Planejamento Tributário
112

INCORPORAÇÃO/FUSÃO/CISÃO

S.A LTDA.

INCORPORAÇÃO

CONCEITO
UMA SOCIEDADE ABSORVE
OUTRA OU OUTRAS E LHES
SUCEDE EM TODOS OS
DIREITOS E OBRIGAÇÕES

Planejamento Tributário
113

FUSÃO (ART. 228 -


LEI 6.404)
ANTES

A
DEPOIS
B
C
FUSÃO

CONCEITO
DUAS OU + SOCIEDADES SÃO FUSIONADAS E
EXTINTAS, DANDO ORIGEM A UMA TERCEIRA
SOCIEDADE, QUE LHES
SUCEDE EM TODOS OS
DIREITOS E OBRIGAÇÕES

Planejamento Tributário
114

CISÃO (ART. 229 - LEI


6.404/76)
ANTES

DEPOIS
AB
A B

CISÃO
ART. 229 ‐
A Cisão é a operação pela qual a companhia 
transfere parcelas do seu patrimônio para 
uma ou mais sociedades, constituídas para 
esse fim ou já existentes, extinguindo‐se a 
companhia cindida, se houver versão de todo 
seu patrimônio, ou dividindo‐se o seu 
capital, se parcial a versão.

Planejamento Tributário
115

CISÃO
CARACTERÍSTICAS

Não acarreta obrigatoriedade a extinção da 
companhia cindida.
Divisão do capital social.
Sucessão nos direitos e obrigações
A cisão com versão de parcela do patrimônio em 
sociedade já existente obedece as disposições 
sobre incorporação.

FUSÃO, CISÃO E
INCORPORAÇÃO
• DOCUMENTOS

 PROTOCOLO‐JUSTIFICAÇÃO
LAUDO DE AVALIAÇÃO
 AGE

Planejamento Tributário
116

RAZÕES DE ORDEM ECONÔMICA

 Redução de custos administrativos
 Política distribuição de dividendos
 Garantia de fornecimento de matérias‐primas 
(verticalização)
 Know‐how
 Utilização de capacidade ociosa
 Fatores mercadológicos (rede de distribuição, 
equipe de venda, nome, etc.)

RAZÕES QUE ORIENTAM A INCORPORAÇÃO


E A CISÃO
• RAZÕES DE ORDEM FISCAL

IMPOSTO DE RENDA

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

COFINS

PIS

ICMS

Planejamento Tributário
117

REORGANIZAÇÃO
SOCIETÁRIA F-C-I-
A B = A I
EXTINTA

A B = C F
EXTINTA EXTINTA

A A C
CP CT

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

A Holding

B C

Planejamento Tributário
118

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

• “ADAS” e “IDAS” extintas (CNPJ, Insc. Estadual, Municipal,


etc.)

• As “ADAS” e “IDAS” perdem


 Prejuízo Fiscal
 Base Negativa da CSLL
• Modificação de controle societário e do ramo de atividade
(cumulativamente)
 Perda do P Fiscal e da Base Negativa da CSLL

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

• IR e CSLL:
Incorporada
Fusionada
Cindida

Planejamento Tributário
119

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

• Poderes do CADE -
Conselho Administrativo de
Defesa Econômica

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Delícia
Tropical S.A. - Manaus
PF = R$10bi

Coca - Cola
Inc.
Proposta?

Planejamento Tributário
120

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

Coca - Cola Delícia Tropical


INC S.A.
PF = R$10bi

Coca - Cola Delícia Tropical


Inc S.A.
EXTINTA

Nova razão social:


Coca -Cola Inc

REORGANIZAÇÃO SOCIETÁRIA

E os caminhões da Coca-Cola
continuam passeando
Coca-Cola

E o Público tomou
conhecimento?

Planejamento Tributário
121

INCORPORAÇÃO
 Art. 227 ‐ A incorporação é a operação pela qual
uma ou mais sociedades são absorvidas por outra,
que lhes sucede em todos os direitos e obrigações.

 Parágrafo 3º ‐ Aprovados pela assembleia geral da


incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação,
extingue‐se a incor‐porada, competindo à primeira
promover o arquivamento e a publicação dos atos
da incorporação.

INCORPORAÇÃO
• Lei 11.638 de 28/12/2007: Transformação, 
Incorporação, Fusão e Cisão ‐
Art.226....................................... § 3º Nas 
operações referidas no caput deste artigo, 
realizadas entre partes independentes e 
vinculadas à efetiva transferência de controle, 
os ativos e passivos da sociedade a ser 
incorporada ou decorrente de fusão ou cisão 
serão contabilizados pelo seu valor de mercado. 
(NR)

Planejamento Tributário
122

INCORPORAÇÃO
ASPECTOS FISCAIS

• O patrimônio líquido pode ser avaliado mediante critérios


eleitos pelas partes.
• O critério de avaliação tem por finalidade estabelecer a relação
de troca de ações entre as partes.
• Não há obrigatoriedade de adotar contabilmente os valores
que serviram de base para a avaliação. REVOGADO PELA LEI
11.638 de 28/12/2007!!!

INCORPORAÇÃO ENTRE EMPRESAS


INDEPENDENTES
Ativo A B A
Bancos 25.000 8.000 33.000
Contas a receber 15.000 7.000 22.000
16.000
Estoques 10.000 6.000 34.000
Imobilizado 30.000 4.000 -
105.000
Investimento em “B” - -
Passivo 80.000 25.000
Fornecedores 10.000 5.000 15.000

P. Líquido
Capital 50.000 16.000 70.000
Reservas 15.000 3.000 15.000
5.000
Lucros Acumulados 5.000 1.000 90.000
70.000 20.000 105.000
80.000 25.000 EXTINTA

Planejamento Tributário
123

INCORPORAÇÃO ENTRE EMPRESAS INVESTIDORA


E INVESTIDA

Ativo A B A
Bancos 13.000 8.000 21.000
Contas a receber 15.000 7.000 22.000
16.000
Estoques 10.000 6.000 34.000
Imobilizado 30.000 4.000 -
93.000
Investimento em “B” - 60% 12.000 -
Passivo 80.000 25.000
Fornecedores 10.000 5.000 15.000

P. Líquido
Capital 50.000 16.000 58.000
Reservas 15.000 3.000 15.000
5.000
Lucros Acumulados 5.000 1.000 78.000
70.000 20.000 93.000
80.000 25.000

Planejamento Tributário
124

P L A N E J A M E N T O 

T R I B U T Á R I O 

Planejamento Tributário
• Atividade empresarial estritamente preventiva

• Projeta atos e fatos administrativos

• Objetivo: redução da carga tributária

Planejamento Tributário
125

Definição Legal de Tributos
Tributo é toda a prestação pecuniária
compulsória, em moeda ou cujo valor nela se
possa exprimir, que não constitua sanção de
ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.

Espécies de  Tributos
• Taxas
• Impostos 
• Contribuição  de  melhoria
• Contribuições Parafiscais
• Empréstimos Compulsórios

Planejamento Tributário
126

Taxas ‐ Definição
• A taxa é a espécie de tributo que tem
como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia ou a utilização efetiva
ou potencial de serviço público
específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição

IMPOSTO
• O CTN define como imposto o tributo cuja
obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer
atividade específica, relativa ao
contribuinte.

Planejamento Tributário
127

Contribuição de Melhoria

• É o tributo instituído para fazer face ao custo de obras


públicas de que decorram valorização imobiliária. Tem
como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que a obra resultar
para cada um dos imóveis beneficiados

CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS
• São tributos que não visam a obtenção de receitas, 
mas sim regular ou modificar a distribuição da riqueza 
nacional bem como outras finalidades econômicas ou 
sociais.
• Tais contribuições, são classificadas em três tipos, 
conforme art. 149 da Constituição Federal:
 Sociais:  INSS, PIS, PASEP, COFINS,CSL, etc. 
 De Intervenção no Domínio Econômico: Contribuições para 
controle da produção de açúcar, laranja ...
 De Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas: 
Contribuições Sindicais, CREA, OAB ...

Planejamento Tributário
128

Princípio da Legalidade Tributária (Art. 150, I)

Em nome das garantias individuais previstas na CF, é


vedado à União, aos Estados e aos Municípios exigir ou
aumentar tributos sem lei que o estabeleça.
• As exceções ao referido princípio encontram‐se no
parágrafo 1º do art. 153 da CF, que faculta ao Poder
Executivo alterar as alíquotas do II, IE, IPI e IOF.

Princípio da Capacidade Contributiva 
• Decorrente do Princípio da Isonomia, ou Princípio da
Igualdade Tributária, esse princípio define a ideia de
que o contribuinte do IMPOSTO deve contribuir para
o Estado na proporção de suas rendas, não podendo
nunca a carga tributária atingir a parte da renda
necessária a sua manutenção básica.

Planejamento Tributário
129

Princípio da Igualdade Tributária (Art. 150, II
– Decorrente do princípio genérico de que todos são iguais
perante a lei.
– Importantíssimo esclarecer que esse princípio, para ter
validade, não pode pressupor uma igualdade absoluta.
Antes, refere‐se a uma igualdade relativa, em que
situações iguais sejam tratadas igualmente, com
igualdade.

Princípio da Irretroatividade da Lei (Art. 150, III, “a”)
• Segundo tal princípio, é vedado aos entes tributantes
cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.

• Conclui‐se, então, que rege a relação jurídico‐tributária


a lei vigente no momento da concretização do fato
gerador.

Planejamento Tributário
130

Princípio da Anterioridade da lei (Art. 150, III, "b“ e “c”)
• Princípio em razão do qual veda‐se a qualquer dos entes políticos
cobrar tributo
a) no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que o instituiu ou aumentou.
b) antes de decorridos noventa dias da data em que haja
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b.

Princípio da Anterioridade da lei (Art. 150, III, "b“ e “c”)
• São exceções expressas na Constituição ao Princípio da
Anterioridade o II, IE, IPI e IOF. São também exceções o
empréstimo compulsório para atender a despesas
extraordinárias e as contribuições sociais da seguridade
social, que poderão ser exigidas após noventa dias da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado
(art. 149 combinado com art. 195, § 6º, CF)

Planejamento Tributário
131

Princípio da Imunidade Tributária (Art. 150, VI

• A CF veda à União, Estados e Municípios instituir imposto sobre


(imunidade):
 Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros
 Templos de qualquer culto
 Patrimônio, renda ou serviços de partidos políticos, das
entidades sindicais, das instituições de educação e de
assistência social sem fins lucrativos
 Livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão

VIII  ‐ A TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS

Planejamento Tributário
132

Elementos da Obrigação Tributária
• Fato Gerador: é concretização da hipótese de incidência 
tributária prevista em lei. Pode fazer nascer uma obrigação 
(pecuniária) principal ou acessória

• Contribuinte ou Responsável: É o sujeito passivo da 
obrigação tributária

• Base de Cálculo: É o valor, definido em lei complementar, 
sobre o qual é aplicada a alíquota 

• Alíquota: É o percentual aplicado sobre a base de cálculo 
para determinar o montante do tributo

Imposto de Renda   
Conceito e Fato Gerador
A aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica:
• I - de renda, assim entendido o produto do
capital, do trabalho ou da combinação de
ambos;
• II - de proventos de qualquer natureza, assim
entendidos o acréscimo patrimonial não
compreendido no inciso anterior ;

Planejamento Tributário
133

Lucro Contábil

• É o Lucro Líquido do exercício apurado de acordo


com os Princípios de Contabilidade Geralmente
Aceitos e em conformidade com o artigo 187 da Lei
nº 6.404/76.
• É o Lucro Líquido do exercício após a provisão para
imposto de renda e todas as participações
estatutárias, constituindo‐se também na base de
cálculo da reserva legal e dos dividendos distribuídos
aos acionistas/cotistas.

Lucro Fiscal
• Constitui‐se na base de cálculo para o pagamento do imposto de
renda das empresas.

• Há atualmente no Brasil três sistemas de tributação do lucro,


válidos para o imposto de renda e para a contribuição social sobre
o lucro: Lucro Real, Lucro Presumido e Lucro Arbitrado.

• As alíquotas são únicas, não importando o sistema de tributação


adotado.

Planejamento Tributário
134

ALÍQUOTA DE IMPOSTO DE RENDA 
(PARA QUALQUER SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO S/ O LUCRO)

 15% ‐ PARA O LUCRO FISCAL APURADO;


ACRESCIDO DE:

 10% ‐ PARA O LUCRO FISCAL QUE SUPERAR


R$20.000 AO MÊS (PROPORCIONAL AO N° DE
MESES).

IMPOSTO DE RENDA

Exercício findo Imposto de Adicional de


em 31/12/19x0 Renda Imposto de Renda
R$ R$ R$

Lucro fiscal 2.000.000 (x 15%) 300.000


(240.000)
Valor excedente
a 240.000 1.760.000 (x 10%) 176.000

Total da despesa de Imposto de Renda


R$300.000 (+) R$176.000 = R$476.000

Planejamento Tributário
135

ALÍQUOTA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 
(PARA QUALQUER SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO S/ O LUCRO)

 9% SOBRE A BASE DE CÁLCULO.

 Ex: Base de Cálculo Positiva (~ Lucro Real) x 9% =


2.000.000 x 9% = 180.000

Sistemas de Apuração do Lucro das Empresas

Planejamento Tributário
136

LUCRO
PRESUMIDO
● SISTEMA SIMPLIFICADO DE TRIBUTAÇÃO

● O FISCO PRESUME O LUCRO DE CADA


ATIVIDADE DETERMINANDO OS %s
APLICÁVEIS

● IMPORTANTE ALTERNATIVA DE PLANEJAMENTO


TRIBUTÁRIO PARA PEQUENAS E MÉDIAS
EMPRESAS e PESSOAS FÍSICAS

LUCRO
PRESUMIDO
● IRRF – 27,5%

● Empresa da Atividade de Serviços:

- IR – 4,80% (15% x 32%)


- CSL - 2,88% (9% x 32%)
- PIS - 0,65%
- COFINS – 3,00%
- ISS - 5,00%
Total…….. 16,33% # 11,17%!!!!!!!!!

Planejamento Tributário
137

LUCRO
PRESUMIDO
EMPRESAS QUE NÃO PODEM OPTAR
PELO LUCRO PRESUMIDO
 ‐ RECEITA BRUTA TOTAL > QUE R$ 78 MILHÕES NO
EXERCÍCIO ANTERIOR;
 ‐ INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, SEGURADORAS,...
 ‐ BENEFICIÁRIAS DE INCENTIVO FISCAL  DO IR;
 ‐ QUE TENHAM LUCROS, RENDIMENTOS OU GANHO
DE CAPITAL PROVENIENTES DO EXTERIOR;
 ‐ QUE TENHAM SE UTILIZADO DE BALANÇO DE 
SUSPENSÃO OU REDUÇÃO NO ANO CALENDÁRIO;

LUCRO
PRESUMIDO
RECEITA BRUTA

• o produto da venda de bens nas operações de 
conta própria, o preço dos serviços prestados e o 
resultado auferido nas operações de conta alheia, 
deduzindo‐se as vendas canceladas, os descontos 
incondicionais, as devoluções, e os impostos não 
cumulativos.

Planejamento Tributário
138

LUCRO
PRESUMIDO
AJUSTES À RECEITA BRUTA

• Portanto, na receita bruta não se incluem:
• as vendas canceladas;
• os descontos incondicionais concedidos;
• os impostos não cumulativos assim entendidos:
– o IPI 
– o ICMS de Substituição Tributária.

LUCRO
PRESUMIDO
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

• Em apenas uma etapa da cadeia produtiva é 
necessário se arrecadar o valor das contribuições 
totais relativas a todas as etapas do processo 
produtivo.

Planejamento Tributário
139

LUCRO PRESUMIDO
IMPOSTO DE RENDA
MARGEM DE LUCRO POR ATIVIDADE:

• 1,6%  ‐ Revenda de Combustíveis
• 8,0%  ‐ Serviços Hospitalares / Transp. Carga
• 16,0% ‐ Serviços com faturamento anual de até  
(1)
$120.000, no ano anterior
• 32,0% ‐ Demais serviços
• 32,0% ‐ Intermediação de negócios, Adm. de  
imóveis, locação e adm. bens móveis
(1) – exceto para serviços hospitalares e de transporte e socied. de profissão   
legalmente regulamentadas

LUCRO PRESUMIDO
IMPOSTO DE RENDA
MARGEM DE LUCRO POR ATIVIDADE
(continuação):
• 8,0%  ‐ Comércio e Indústria e demais casos
• 8,0% ‐ Loteamentos de terrenos, incorporação
imobiliária e venda de imóveis
• 16,0% ‐ Empresas da área financeira,  
seguradoras e previdência privada 
→ ATIVIDADES DIVERSIFICADAS: APLICA‐SE  O  % 
CORRESPONDENTE A CADA ATIVIDADE

Planejamento Tributário
140

LUCRO PRESUMIDO
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
MARGEM DE LUCRO POR ATIVIDADE :

• 32,0%  ‐ SERVIÇOS

• 12%  ‐ DEMAIS ATIVIDADES

LUCRO
PRESUMIDO

• ESTÁ DISPENSADA DA MANUTENÇÃO DE ESCRITURAÇÃO 
COMERCIAL, DEVENDO, PORÉM, MANTER  LIVRO CAIXA 
E REGISTRO DE INVENTÁRIO DE SEUS ESTOQUES.

Planejamento Tributário
141

LUCRO
PRESUMIDO

INTEGRAM A BASE DE CÁLCULO:
• Receita Bruta Ajustada (x) Margem de presunção
• (+) Demais receitas
• (+) Ganhos de Capital

Não integram a BC: receitas não tributadas no Lucro Real

LUCRO
PRESUMIDO
BASE DE CÁLCULO Comércio: IRPJ e CSLL
IRPJ CSLL
• Receita Bruta Ajustada            1.000        1.000
• (x) % de presunção                   8%          12%
80           120
(+) Demais resultados                  140           140
(+) Ganhos de capital                     50            50
(=) Base de Cálculo                      270           310 

Planejamento Tributário
142

LUCRO
PRESUMIDO
APURAÇÃO: IRPJ e CSLL – Ilustração Trimestre
IRPJ CSLL
• Base de cálculo                         270          310
• (x) Alíquota                              15%          9%
40,50       27,90
Adicional de IR   ‐ 10%         21,00         ‐
TOTAL  IR e CSLL                   61,50       27,90

LUCRO PRESUMIDO - APURAÇÃO

Comércio e Posto de
Indústria Serviços Gasolina
Imposto de Renda
Receita Bruta Ajustada $800.000 $800.000 $800.000
% da atividade (x) 8% 32% 1,6%
$64.000 $256.000 $12.800
Ganho na venda de Imobilizado $ 6.000 $6.000 $6.000
Rendimento Financeiro Bruto $13.000 $13.000 $13.000
Lucro Tributável $83.000 $275.000 $31.800

Planejamento Tributário
143

LUCRO PRESUMIDO - APURAÇÃO (continuação)

Comércio e Posto de
Indústria Serviços Gasolina

Lucro Tributável $83.000 $275.000 $31.800


Imposto de Renda:
Lucro Tributável x 15% $12.450 $41.250 $4.770
-60.000
Y (x) 10% $2.300 $21.500 -
Despesa de IR $14.750 $62.750 $4.770
IRRF $(2.600) $(2.600) $(2.600)
IR a pagar $12.150 $60.150 $2.170

LUCRO PRESUMIDO - APURAÇÃO (continuação)

Comércio e Posto de
Indústria Serviços Gasolina
Contribuição Social
Receita Bruta Ajustada $800.000 $800.000 $800.000
% de presunção (x) 12% (x) 32% (x) 12%
$96.000 $256.000 $96.000

Ganho na venda de Imobilizado $ 6.000 $6.000 $6.000


Rendimento Financeiro Bruto $13.000 $13.000 $13.000
$115.000 $275.000 $115.000
Alíquota de CSLL (x) 9% (x) 9% (x) 9%
CSLL a pagar $10.350 $24.750 $10.350

Planejamento Tributário
144

LUCRO PRESUMIDO

Distribuição de lucros sem incidência de


Imposto de Renda na PF/PJ

 Empresa sem Escrituração Contábil


 LP (-) IRPJ (-) CSLL (-) PIS (-) COFINS
 Excesso tributado pela tabela progressiva

 Empresa com Escrituração Contábil


 Lucro líquido

LUCRO PRESUMIDO
LUCRO DISTRIBUÍVEL - EXEMPLO
Lucro Presumido
Sem Com
Escrituração Escrituração Lucro
Contábil Contábil Real
Receita Bruta do trimestre 1.000,00 1.000,00 1.000,00
Custos e despesas - (600,00) (600,00) *
Lucro Presumido 320,00 - -
PIS (6,50) (6,50) (9,08)
COFINS (30,00) (30,00) (41,80)
LP (LR) antes da CSLL/IR 283,50 363,50 349,12
CSLL (28,80) (28,80) (31.42)
Imposto de Renda (74,00) (74,00) (81,28)

Lucro distribuível 180,70 260,70 236,42


* - Desse valor, R$450,00 geram créditos para fins de PIS e COFINS

Planejamento Tributário
145

LUCRO PRESUMIDO
Base de Cálculo - Passo a passo
• Receita Bruta de vendas (Faturamento)
• Ajustes: (-) Devoluções
(-) Descontos Incondicionais Concedidos
(-) IPI
(-) ICMS de Substituição Tributária (Só o de Substituição Tributária!!!)
= Receita Bruta Ajustada (RBA) x Margem presumida = LP s/ faturamento
• (+) Demais Resultados: (+) Ganhos de Capital:
- Receita Financeira Bruta - Lucro na Venda de Imóveis
- Receita de Aluguel - Lucro na Venda de Investimentos
- Ganho em Ação Judicial - etc.........................................
- etc............................

=BASE DE C Á L C U L O (LUCRO PRESUMIDO)

LUCRO PRESUMIDO
Base de Cálculo - Passo a passo
• Base de Cálculo
•(x) Alíquotas do Imposto de Renda (15% + 10% do Adicional)
•=Imposto de Renda

•Base de Cálculo
•(x) Alíquota da Contribuição sociaL (9%)
•= Contribuição Social

Planejamento Tributário
146

Sistemas de Apuração do Lucro das Empresas

SISTEMAS DE TRIBUTAÇÃO

IMPOSTO DE RENDA
PESSOA JURÍDICA

PRESUMIDO ARBITRADO REAL

TRIMESTRAL TRIMESTRAL

ANUAL

Lucro Real ‐ Conceito
• Lucro Real é o lucro líquido do exercício apurado na
escrituração comercial ajustado pelas adições,
exclusões e compensações prescritas ou autorizadas
pela legislação tributária.

• O lucro real é apurado por meio da escrituração do


Livro de Apuração do Lucro Real ‐ LALUR, onde são
registrados os ajustes que devem ser feitos ao lucro
líquido obtido da escrituração comercial.

Planejamento Tributário
147

LALUR

• O Lalur ‐ Livro de Apuração de Lucro Real é


obrigatório para as pessoas jurídicas tributadas com
base no Lucro Real. É um livro dividido em 2 partes:
A e B, cada uma contendo 50 folhas. A parte A
registra a composição do Lucro Real e a parte B
controla as diferenças temporárias.

Formas de Apuração
Trimestral (definitiva);

Anual, requer antecipações mensais.

– Apuração mensal do imposto em bases estimadas


(segundo os critérios do lucro presumido) ou em bases
reais (balanço de suspensão ou redução), com ajuste ao
final do período‐base.

Planejamento Tributário
148

Condições de Dedutibilidade dos Custos e Despesas

• Para que um custo ou uma despesa, possa ser considerado dedutível, é necessário o
atendimento das seguintes condições (art 299 – RIR 99):

 Ser necessário para a atividade da empresa e a manutenção da respectiva fonte


produtora de receitas;

 Ser normal e usual;

 Estar documentado e devidamente contabilizado;.

Condições de Dedutibilidade dos Custos e Despesas

• Benefícios a empregados

‐ Plano de saúde

‐ Confraternização

• Documentação suporte das despesas

‐ Viagens

‐ Propaganda

Planejamento Tributário
149

Condições de Dedutibilidade dos Custos e Despesas

• Despesas particulares dos diretores são dedutíveis (aceitas)


pelo Imposto de renda? Isso acontece?

• E Propinas pagas?

• Pagamentos não suportados por doc. hábil?

• A aquisição de uma máquina pode ser registrada como


despesa? O fisco aceita?

Condições de Dedutibilidade dos Custos e Despesas (Continuação)

• A despesa é dedutível no Regime Contábil de Competência, ou seja, no momento em que


é considerada incorrida – quando ocorre o fato gerador.

EXEMPLOS:
 O fato gerador da despesa de propaganda ocorre no momento da sua veiculação e não no ato
do pagamento;

 O fato gerador da despesa de salários ocorre por ocasião da prestação de serviço pelos
empregados e não no momento do pagamento dos salários.

Planejamento Tributário
150

Despesas com Tratamento Fiscal Específico
PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS SEM GARANTIAS

SÃO DEDUTÍVEIS OS CRÉDITOS:
 ATÉ R$5 MIL VENCIDOS HÁ MAIS DE 6 MESES;

 ATÉ R$30 MIL VENCIDOS Há MAIS DE 1 ANO EM COBRANÇA 
ADMINISTRATIVA

 ACIMA DE R$ 30 MIL VENCIDOS HÁ MAIS DE 1 ANO COM 
COBRANÇA JUDICIAL

 CRÉDITOS COM GARANTIA, VENCIDOS HÁ MAIS DE 2 ANOS.

MEP
DOR IDA

ATIVO
A PASSIVO ATIVO PASSIVO

PERMANENTE:
PARTICIPAÇÃO 50%
P. LÍQUIDO
Investimento:
Saldo Inicial - 20.000
SI - 10.000 P. LÍQUIDO
Lucro - 12.000
REP - 6.000 .............. Lucro - 6.000
16.000
32.000

RESULTADO
RESULTADO
50%
RECEITAS - 200.000
REP - 6.000
DESPESAS - (188.000)

LUCRO - 12.000

TRATAMENTO FISCAL DO REP

Planejamento Tributário
151

Despesas com Tratamento Fiscal Específico

• Ajustes por equivalência patrimonial:

– Se receita, não tributável ‐ exclusão ao lucro

– Se despesa, não dedutível ‐ adição ao lucro

Despesas com Tratamento Fiscal Específico
Bens de pequeno valor
Os gastos com aquisição de bens devem ser ativados 
(registrados no ativo não circulante), exceto se:
a. Tiver prazo de vida útil inferior a um ano;
b. O valor unitário de aquisição não for superior a 
R$  1.200,00;
Nestes casos podem ser lançados como despesa dedutível.

Planejamento Tributário
152

Despesas com Tratamento Fiscal Específico

Tributos  em litígio judicial

 Os tributos em litígio judicial somente são dedutíveis


como custo ou despesa operacional, no período‐base
em que houver o desfecho da lide (a decisão final).

Despesas com Tratamento Fiscal Específico
Multas por infrações fiscais

 Não são dedutíveis as multas por infrações fiscais,


salvo as de natureza compensatória e as impostas por
infrações de que não resultem falta ou insuficiência
de pagamento de tributo

Planejamento Tributário
153

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO


LÍQUIDO

NÃO É DEDUTÍVEL NA APURAÇÃO


DO LUCRO REAL!!!!!

LUCRO REAL
I II III IV

LAIR 1.000 1.000 1.000 1.000


Adições 200 100 400 1.000
Exclusões (400) (1.500) (200) (600)

800 (400) 1.200 1.400


Compensação
de Prejuízo Fiscal - - (360) (40)

Lucro Real
(Prejuízo Fiscal) 800 (400) 840 1.360

IR (15% +Adicional) 120 0 126 204

O Prejuízo Fiscal pode ser compensado até 30% do Lucro Real Futuro

Planejamento Tributário
154

LUCRO REAL TRIMESTRAL


1º T 2º T 3º T 4º T

L.Real (P. Fiscal)(1) (700) 600 (1.100) 1.200 0


Compensação P.Fiscal - (180) - (360)
L.Real (Prej. Fiscal) (700) 420 (1.100) 840
Imposto de Renda 0 63 0 126

(1) Antes da compensação do Prejuízo Fiscal

Imposto de Renda pago


Saldo de Prejuízo Fiscal a compensar189
1.260

LUCRO REAL ANUAL

JAN FEV MAR ABR Soma

Lucro Real
(Prejuízo Fiscal) (700) 600 (1.100) 1.200 0
LRA (PFA) (700) (100) (1.200) 0
Imposto de Renda 0 0 0 0

➻ Apuração sempre com base em resultados acumulados


➻ Pagamentos estimados durante o ano com ajuste em 31 de dezembro

Planejamento Tributário
155

LUCRO REAL ANUAL

JAN FEV MAR ABR

LAIR 1.000 1.700 1.200 600


IR pelo:
Lucro Real 150 255 180 90
Lucro Presumido 90 280 120 100

IR devido 675 A CSLL é calculada de


IR pago 555 acordo com a mesma
sistemática do IR
IR a pagar 120
(Ajuste)

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL
(parte A do LALUR)

Lucro (Prejuízo) antes do Imposto de Renda ‐ LAIR
(+) Adições
(‐ ) Exclusões
(=) Subtotal
(‐ ) Compensação de Prejuízo Fiscal (ou da BNCS) 30%
(=) Lucro Real (Prejuízo Fiscal)  
ou   Base Positiva de Contribuição Social (Base Negativa 
de Contribuição Social – BNCS)

Planejamento Tributário
156

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

ADIÇÕES ao LAIR(parte A do LALUR)
• Contribuição Social s/ o Lucro Líquido – CSLL
• Despesas não necessárias às atividades
• Benefícios concedidos/disponibilizados a apenas alguns 
funcionários
• Despesas particulares do sócios e funcionários
• Despesas sem documentação suporte
• Ativos contabilizados como despesa

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

ADIÇÕES ao LAIR (parte A do LALUR)
• Perdas com devedores duvidosos não enquadradas nos 
critérios fiscais
• Ajuste de Equivalência Patrimonial quando Despesa 
(REP – DESPESA!!!!)
• Despesa de Depreciação contabilizada fora dos critérios 
fiscais
• Despesas contabilizadas antes da ocorrência do fato 
gerador

Planejamento Tributário
157

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

ADIÇÕES ao LAIR (parte A do LALUR)
• Despesa com tributos em litígio judicial (parte B do 
LALAUR)
• Despesas com provisões, exceto férias, salários e 13o. 
Salário (parte B do LALUR)
• Multas por infrações fiscais (não compensatórias)
• Outras

DEMONSTRAÇÃO DO LUCRO REAL

EXCLUSÕES ao LAIR (parte A do LALUR)
• Receita de dividendos
• Ajuste de Equivalência Patrimonial quando Receita (REP 
– RECEITA)!!!!!
• Despesas com tributos em litígio judicial “transitados” 
em julgado
• Despesas com provisões não dedutíveis em períodos 
anteriores, porém pagas ou transformadas em Contas a 
pagar no período corrente
• Outras

Planejamento Tributário
158

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO


LÍQUIDO
 Alíquota

 9% sobre a Base de Cálculo Positiva

 Base de Cálculo Negativa

 Compensação limitada a 30% da Base de Cálculo


Positiva futura

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO


LÍQUIDO
Sistema de Tributação

 Lucro Real
BC = Lucro Líquido + Adições - Exclusões - Compensações

 Lucro Presumido ou Arbitrado


BC = Receita Bruta x 12% (32% Atividade de Serviços)
(+) Ganhos de Capital
(+) Ganhos em Aplicações Financeiras
(+) Demais Receitas e Resultados

Planejamento Tributário
159

PIS    e    COFINS

PIS – COFINS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

 Cumulatividade
Não Cumulatividade

Planejamento Tributário
160

PIS – COFINS
CUMULATIVO (x) NÃO CUMULATIVO

% sobre a Receita Bruta


PIS COFINS
Regime
Cumulativo 0,65 3,0
Não Cumulativo 1,65 7,6

PIS – COFINS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO
Cumulatividade
Venda

A B C D Soma
PV 1.000 1.200 1.500

PIS 6,5 7,8 9,75 24,05

COFINS 30,0 36,0 45,00 111,00

Tributação em Cascata!!!!!!!

Planejamento Tributário
161

PIS – COFINS
REGIMES DE TRIBUTAÇÃO

Não Cumulatividade
Venda
A B C D Soma
PV 1.000 1.200 1.500
Insumo ( 750) (1.000) (1.200)
B.Cálculo 250 200 300

PIS 4,12 3,3 4,95 12,37


COFINS 19,0 15,2 22,80 57,00

PIS – COFINS - CUMULATIVIDADE


OBRIGATORIEDADE

• PJ tributadas pelo Lucro Presumido ou Arbitrado


• PJ optantes do SIMPLES
• PJ imune a impostos
• Entidades financeiras e assemelhadas
• Operadoras de plano de assistência a saúde
• Empresas de vigilância e transporte de valores
• Órgãos públicos
• Cooperativas

Planejamento Tributário
162

PIS – COFINS CUMULATIVO


AJUSTES DA BASE DE CÁLCULO
- PESSOAS JURÍDICAS EM GERAL

a) Das vendas:

• Vendas canceladas ou devolvidas


• Descontos incondicionais concedidos
• IPI
• ICMS quando cobrado pelo vendedor na condição de
substituto tributário

PIS – COFINS
NÃO INTEGRAM A BASE DE
CÁLCULO

b) Das demais receitas

• Reversão de provisões
• Recuperação de créditos baixados como perda
 Ambos não representam entrada de novas receitas
• Resultado de equivalência patrimonial quando positivo
• Lucros e dividendos de investimentos
• Receitas de venda de ativo permanente

Planejamento Tributário
163

PIS E COFINS CUMULATIVO EXEMPLO

Dados referentes ao mês de novembro de 20x5


R$
Faturamento operacional bruto (IPI incluído) - 5.000.000
Descontos incondicionais concedidos - 50.000
Devoluções de vendas - 90.000
IPI incluída no faturamento - 420.000
Receita de aluguel de imóveis - 100.000
Receita na venda de imóvel - 80.000
Resultado de equivalência patrimonial - 120.000
Reversão de provisão para contingência - 180.000

PIS E COFINS CUMULATIVO EXEMPLO


(Continuação)
Base de cálculo

R$
Faturamento operacional bruto (IPI incluso) - 5.000.000
(-) IPI incluído no faturamento - (420.000)
(-) Devolução de vendas - (90.000)
(-) Descontos incondicionais concedidos - (50.000)
(+)Receita de aluguel de imóveis - 100.000
Base de cálculo 4.540.000

Planejamento Tributário
164

PIS E COFINS CUMULATIVO


EXEMPLO (Continuação)
Cálculo da contribuição

Base de PIS COFINS


cálculo 0,65% 3,0%
R$4.540.000 R$29.510 R$136.200

PIS – COFINS:
REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE

• Obrigatório para PJ’s tributadas pelo IRPJ


com base no Lucro Real

Planejamento Tributário
165

PIS – COFINS NÃO CUMULATIVOS


Finalidade

Tributo não cumulativo, à semelhança do IPI e ICMS, por


meio da instituição de um crédito fiscal sobre os insumos
adquiridos.
Assim a PJ pode recuperar o valor da PIS/COFINS pagos
na aquisição de produtos que venham a ser utilizado na
sua produção de bens e serviços.
O objetivo é evitar a incidência em cascata das
contribuições.

PIS – COFINS
REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE -
CRÉDITOS

BC reduzida por créditos calculados sobre


insumos adquiridos/utilizados na fabricação,
produção ou comercialização dos bens ou serviços.

Planejamento Tributário
166

PIS – COFINS NÃO CUMULATIVO


Direito ao Crédito
 Bens e serviços adquiridos de Pessoas Jurídicas;

 Custos e despesas pagos/incorridos ou creditadas a Pessoas


Jurídicas domiciliadas no país.
O PIS/COFINS quando pagos na importação, também geram
créditos.

 O crédito não utilizado em um mês pode sê-lo em outros


meses subsequentes

PIS – COFINS REGIME NÃO


CUMULATIVO
Créditos calculados à alíquota de 1,65% (PIS) e 7,6% (COFINS) sobre:
• Bens adquiridos para revenda;
• Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e
produção/fabricação de bens destinados à venda;
• Energia elétrica;
• Aluguel de prédios, máquinas e equipamentos;
• Contraprestações de leasing (exceto se pagos a microempresas e EPP);
• Depreciação calculada sobre máquinas e outros bens do imobilizado;
• Depreciação sobre edificações e benfeitorias.

Planejamento Tributário
167

PIS – COFINS NÃO CUMULATIVO


AJUSTES DA BASE DE CÁLCULO
- PESSOAS JURÍDICAS EM GERAL
a) Das vendas:
• Vendas canceladas ou devolvidas
• Descontos incondicionais concedidos
• IPI
• ICMS quando cobrado pelo vendedor na condição de
substituto tributário

COFINS NÃO CUMULATIVO


EXEMPLO
Dados referentes ao mês de novembro de 2005

R$
Receita bruta de vendas - 300.000
Mercadorias adquiridas - 200.000
Mão de obra paga a pessoa física - 10.000
Aluguel pago a pessoa física - 6.000

Planejamento Tributário
168

COFINS NÃO CUMULATIVO EXEMPLO


(continuação)
Base de cálculo
Das receitas: R$
Receita bruta de vendas 300.000 (1)
Alíquota (x) 7,6%

22.800

Dos créditos: R$ Do valor a pagar: R$


Mercadoria adquiridas 200.000
Débito 22.800
Alíquota (x) 7,6%
Crédito (15.200)
( 15.200)
Valor a recolher 7.600

(1) Como já mencionado, pode ser reduzido os descontos incondicionais concedidos, as devoluções e o IPI.

PIS-COFINS NÃO CUMULATIVO - OUTRO EXEMPLO


PIS COFINS
(1,65%) (7,6%)
Faturamento - 3.500.000
IPI - (450.000)
(-) Desconto incondicionais - (80.000)
(-)Devoluções - (40.000)
(-) ICMS Subs. Tributária - (60.000)
2.870.000
47.355 218.120
Mercadorias adquiridas - 1.200.000
Depreciação sobre bens do (19.800) (91.200)

imobilizado utilizados na produção - 400.000


Aluguel do mês a pago a PJ - 120.000 (6.600) (30.400)
(1.980) (9.120)
Valor a recolher
1.150.000 18.975 87.400

18.975 87.400

Planejamento Tributário
169

PIS e COFINS
RECEITA FINANCEIRA

SISTEMA CUMULATIVO
NÃO INTEGRA A BASE DE CÁLCULO
SISTEMA NÃO CUMULATIVO
NÃO INTEGRA A BASE DE CÁLCULO

PIS – COFINS
CUMULATIVO (x) NÃO CUMULATIVO

% sobre a Receita Bruta


PIS COFINS
Regime
Cumulativo 0,65 3,0
Não Cumulativo 1,65 7,6

Perguntas
1) Aumento de carga tributária? Sim ou Não??
2) Comente!!!!

Planejamento Tributário
170

JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

Se o Capital do Sócio é remunerado pela


Instituição Financeira, porque não o
seria por sua própria Empresa????

JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO

Capital próprio =
→ Capital total (-) Capital de terceiros
ou
Patrimônio líquido = Ativo - Passivo

Planejamento Tributário
171

JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO


Balanço Patrimonial
Ativo Passivo

- Capital de terceiros -
- Capital total -
- $600 -
- $1.000 -
Patrimônio Líquido

- Capital próprio -
- $400 -

Soma $1.000 Soma $1.000

JSCP - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO


-Forma bastante atraente de PT
-Despesa dedutível para IR/CSLL
-Pode ser imputado aos dividendos
- IRRF - 15%;
 -Redução de tributos em até 19%
(15%+10% de IR + 9% de CSLL – 15% de IRRF);

Planejamento Tributário
172

JSCP - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

-Calculado sobre as contas do PL


(exceto sobre o lucro do período-base),
limitado porém à variação pró-rata dia
da TJLP;
- PL não inclui a reserva de reavaliação
- Maior lucro para o sócio (PF), se
comparado com o dividendo;

JSCP - PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

- Existência de lucro do exercício


(antes da dedução dos juros)
ou
de lucros acumulados e reservas de
lucros  a 2 vezes os juros a serem
pagos, ou seja............

Planejamento Tributário
173

JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO


• Os JSCP não podem exceder a:

 50% dos lucros acumulados


+ reserva de lucros

ou

 50% do lucro do exercício

ILUSTRAÇÃO - EMPRESA ABC


Apuração em 31/12/2009:
Capital Reserva de Lucros Total Limite
Social Lucros Acumulados $ (a + b) 2

Saldo em 31/12/2008 2.000.000 400.000 (a) 700.000 (b) 3.100.000 550.000


Lucro do exercício (1) 600.000 600.000 300.000
Saldo em 31/12/2009 2.000.000 400.000 1300.000 3.700.000

(1) Antes do cálculo dos JSCP


Cálculo

Patrimônio Líquido inicial $3.100.000

Variação TJLP
em 2009 (*) (x) 18,5%

Valor máximo -  TJLP $573.500


(*) Variação ilustrativa

Planejamento Tributário
174

EXEMPLO ILUSTRATIVO (continuação)

Demonstração do Resultado em 31/12/2009


Valor Máximo a Pagar
ao Sócio
Sem JSCP Com Sem JSCP Com
JSCP JSCP

Receitas 2.000.000 2.000.000

Despesas (1.090.910) (1.090.910)

JSCP - (550.000) 467.500

LAIR 909.090 359.090


IR/ CS - 34% (309.090) (122.090)

Lucro líquido 600.000 237.000 600.000 237.000

600.000 704.500

Lopes, Machado
Auditors, Consultants & Business Advisers

www.bkr-lopesmachado.com.br
Telefone: xxx-21-2156-5800

José Carlos de Almeida Martins


Jose.almeida@bkr-lopesmachado.com.br

Planejamento Tributário
MBA:
Disciplina:
Docente:
Período de realização da disciplina:

1. Portfólio de desempenho acadêmico

1.1 Registre abaixo os principais conceitos (palavras-chave) que dão suporte ao


conteúdo desta disciplina:

1.2 Registre abaixo as principais ideias (frases curtas) que formam o conteúdo
fundamental desta disciplina:

1.3 Comparando o conteúdo aprendido com a realidade empresarial que você


conhece, registre abaixo os principais problemas científicos e/ou empresariais
(questões significativas, exatas, curtas) que você percebe:
2. Portfólio de desempenho pessoal/profissional

Considerando os conteúdos aprendidos e os problemas detectados a partir do estudo


destes conteúdos, destaque:

2.1 O que você pode fazer a partir de amanhã para melhorar seu desempenho
pessoal/ profissional:

2.2 O que você deve deixar de fazer para melhorar seu desempenho pessoal/
profissional:

2.3 O que existe de rotina no seu cotidiano e que pode ser mudado para aperfeiçoar
sua prática profissional:

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