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Oficina de Princípios e Conceitos

SUMÁRIO

1. PROGRAMA DO CURSO 2 

2. INTRODUÇÃO 5 

3. CONCEITOS NORTEADORES DO ISAE 7 

4. THE GLOBAL COMPACT: PACTO GLOBAL 8 

5. PRME – PRINCIPLES FOR RESPONSIBLE MANAGEMENT EDUCATION 17 

6. PRINCÍPIOS PARA O INVESTIMENTO RESPONSÁVEL (PRI) 22 

7. OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO (ODM) 25 

8. RIO+20 27 

9. ATIVIDADE PRÁTICA 32 

Desenvolvimento da Oficina e Elaboração da Apostila:


Prof. Marcelo Henrique Ribeiro dos Reis.
marcelo@reisassociados.com
Curitiba, Janeiro de 2013

Oficina de Princípios e Conceitos


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1. Programa do Curso
1.1 Ementa
Conceitos Norteadores do ISAE. Iniciativas da ONU – Organização das Nações Unidas.
The Global Compact. O Pacto Global e seus princípios. Valores fundamentais nas áreas
de direitos humanos, relações de trabalho e meio ambiente. Declaração Universal de
Direitos Humanos. Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do
Trabalho. Princípios da Rio 92 sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio. PRI - Principles for Responsible Investment. Princípios
para o Investimento Responsável. PRME - Principles for Responsible Management
Education. Princípios para Educação Gerencial Responsável. Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. Principais Eventos da Rio+20.
Eventos Paralelos da Rio+20. O Parque dos Atletas. O Pavilhão Brasil.
Desenvolvimento Sustentável.

1.2 Carga horária total


A carga horária total do curso são 4 horas aula.

1.3 Objetivos
Apresentar algumas das principais iniciativas da ONU – Organização das Nações
Unidas, com ênfase no PRME – Principles for Responsible Management Education e
nos Conceitos norteadores do ISAE/FGV, contextualizando a importância desses
conhecimentos na formação dos alunos de MBA e preparando-os para uma atuação
como verdadeiros líderes globalmente responsáveis.

1.4 Conteúdo programático


• Conceitos Norteadores do ISAE.
• The Global Compact (Pacto Global).
• Principles for Responsible Management Education (PRME).
• Principles for Responsible Investment (PRI).
• Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
• Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20.
• Desenvolvimento Sustentável.
• Atividade prática em aula: trabalho em equipes.

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1.5 Metodologia
• Aula expositiva para apresentação e contextualização dos temas.

• Formação de grupos de trabalho (equipes de alunos) para reflexão e debate sobre


a importância dos temas, e seus papéis como alunos, profissionais e líderes, nos
diversos cenários apresentados.

• As sugestões das iniciativas de todas as turmas serão compiladas, selecionadas e


enviadas para a ONU, com o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas
turmas de alunos de MBA e Pós Adm do ISAE/FGV.

1.6 Critérios de avaliação


 A Oficina de Princípios e Conceitos é uma atividade do Perspectivação. Este
programa não possui provas. Todavia, todos os alunos são convidados a
participar da Oficina e da atividade prática.

 Caso o aluno não possa participar da Oficina de Princípios e Conceitos agendada


para a sua turma, deverá solicitar agendamento na Secretaria Acadêmica para
participar em outra turma.

1.7 Bibliografia recomendada


Links para os sites das principais iniciativas:

• www.unglobalcompact.org
• www.pactoglobal.org.br
• www.unprme.org
• www.unpri.org
• www.objetivosdomilenio.org.br
• www.rio20.gov.br
• www.unprme.org/global-forum/index.php
• http://csf.compact4rio.org/events/rio-20-corporate-sustainability-forum/custom-
121-251b87a2deaa4e56a3e00ca1d66e5bfd.aspx

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1.8 Curriculum Resumido do Professor


Formação

• Formado em Direito pela PUC/PR (1992);


• Master in Business Administration pela Profingest Business School, Universitá
di Bologna, Itália (1994/95);
• Especialização em Administração de Empresas do Terceiro Setor pela FGV/SP
(1998);
• MBA em Gerenciamento por Projetos pelo ISAE/FGV (2004/05);
• Master in Business Administration pela Cass Business School, City University of
London, Inglaterra (2007/08).

Experiência Profissional

• Atendimento e Gerente de Contas em Agências de Comunicação e Publicidade;


• Gerente e Diretor de Marketing em empresas nacionais e multinacionais;
• Executivo de Entidades Representativas (Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e
Indústria e Sistema FIEP - Federação das Indústrias do Estado do Paraná);
• Sócio-Proprietário e Consultor em Consultorias Nacionais (Assessorial de
Marketing e Fomento Empresarial, desde 1986, e Reis & Associados –
Estratégia, Marketing, Branding e Inovação), tendo atuado em Curitiba, São
Paulo, Itália e Inglaterra.
• Consultor em Projetos de Consultoria Internacionais (McKinsey & Company em
Londres, London School of Economics, Institute of Practitioners in
Advertising (IPA), Cass Business School (City University London).
• Consultor de Inovação e Estratégia do Programa NAGI Paraná – Núcleo de
Apoio em Gestão da Inovação, em parceria com a UFPR - Universidade Federal
do Paraná, Sistema FIEP, SENAI, CNI – Confederação Nacional da Indústria e
SEBRAE Nacional.

Atuação Profissional no ISAE/FGV

• Gerente de Projeto do Pacto Global da ONU (2004/05);


• Consultor em projetos estratégicos do ISAE/FGV (2011/12), como:
• Perspectivação;
• Cátedra Ozires Silva de Empreendedorismo e Inovação Sustentáveis;
• REPE – Rede Educacional Pró Empreendedorismo e Inovação;
• Encontro Internacional de Educação e Sustentabilidade;
• Fórum Empreendedorismo e Inovação.
• Professor de Marketing Empresarial (Pós Adm).
• Professor da Oficina de Princípios e Conceitos (MBAs e Pós Adm) e outras
atividades do Perpectivação.

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2. Introdução
A Oficina de Princípios e Conceitos é uma oficina de sensibilização, com ênfase no
envolvimento dos alunos para a prática de atividades sustentáveis.

Diante da necessidade de formação de novos líderes empresariais, mais conscientes dos


impactos de suas escolhas em diversos níveis, foi percebida a necessidade de promover
o aprimoramento contínuo de uma gestão educacional que consiga formar esse novo
perfil de líderes.

O PRME - Principles for Responsible Management Education (Princípios para a


Educação em Gestão Responsável), foi criado em 2007, como um desdobramento do
Pacto Global das Nações Unidas, para atingir esse objetivo, por meio de incentivos às
instituições de ensino superior a atuarem de modo responsável e de acordo com um
conjunto de valores aceitos internacionalmente como fundamentais para alcançarmos a
sustentabilidade.

O PRME é uma iniciativa da ONU – Organização das Nações Unidas, em forma de um


chamado global para que as escolas de negócios e academias relacionadas à gestão
adotem os novos desafios e oportunidades do novo mercado. Para aderir à iniciativa
devem ser transformados currículos, pesquisas e metodologias de ensino tendo como
base valores reconhecidos universalmente como sustentabilidade, responsabilidade
social e cidadania corporativa.

Para impulsionar a adesão e prática dos princípios do PRME no Brasil, o Comitê


Brasileiro do Pacto Global, formado por seis forças-tarefas, instituiu a Comissão de
Educação que deve atuar em sintonia com a missão do Comitê Brasileiro do Pacto
Global, que é “sensibilizar as organizações brasileiras a adotar uma gestão
comprometida com os princípios do Pacto Global da ONU”. Desta forma, a Comissão
da Educação deve contribuir para o desenvolvimento sustentável do país, por meio da
educação de líderes empresariais e governamentais.

Vale ressaltar que um dos principais papéis reservados à educação consiste em dotar a
humanidade da capacidade de dominar o seu próprio desenvolvimento responsável. Ela
deve, de fato, fazer com que cada um tome o seu destino nas mãos e contribua para o
progresso da sociedade em que vive, baseando o desenvolvimento na participação
responsável dos indivíduos e das comunidades (Cunha e Werthein, 2005).

Esse é um desafio que requer mudança de valores, de postura e de comportamentos,


que, segundo Leggewie (2003), dar-se-à por meio da mudança no modo de pensar. O
modelo de educação de líderes precisa ser repensado, para permitir a aproximação com
valores adequados para fazer negócios e construir um novo padrão civilizatório.

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Profissionais do futuro precisam estar prontos para lidar e liderar adversidades, seja
banindo práticas que envolvam corrupção ou agridam a natureza, os direitos humanos e
as relações de trabalho, ou até mesmo como lidar com a necessidade de um mercado de
baixo carbono.

Num universo de especialização cada vez maior, nada mais importante que se ter a
visão do todo, ou seja, poder enxergar a floresta além das árvores. Ser capaz de
desenvolver princípios e critérios comuns para o julgamento de nossas ações. E, no
mundo dos negócios, é cada vez mais importante encontrarmos alguém que não
necessariamente tenha a resposta para todas as perguntas, mas que seja capaz de saber
onde olhar para buscá-las. Longo e Tavares (2009).

Acreditamos que apresentar, conscientizar e envolver os alunos com os princípios do


PRME colabore com a formação de novos líderes empresariais, mais conscientes dos
impactos de suas escolhas em diversas escalas, com a necessidade de promover o
aprimoramento contínuo de uma gestão educacional que consiga formar esse novo perfil
de líderes.

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3. Conceitos Norteadores do ISAE


Para consolidar-se como instituição de ensino voltada para a educação empresarial
responsável, o ISAE criou em 2002, seus próprios conceitos norteadores: inovação,
liderança, ética, governança, sustentabilidade e empreendedorismo.

Segundo Norman de Paula Arruda Filho, Presidente do ISAE/FGV, “a prática da


transversalidade na educação consiste na inserção de conceitos norteadores que possam
influir no processo de transformação da sociedade, sem abrir mão dos conteúdos
curriculares tradicionais. No ISAE, os temas transversais estão voltados para a educação
empresarial responsável, focando-se na transição da sociedade atual para uma sociedade
mais sustentável, responsável, justa e solidária. Esses conceitos devem estar presentes
em todas as atividades da instituição, gerando um ambiente institucional que propicie a
formação de líderes globalmente responsáveis”.

A inserção dos conceitos norteadores nos programas do ISAE/FGV se deu após sua
participação no Pacto Global, quando foi percebida a importância de transformar ideias
em ações.

O Modelo Educacional Perspectivação oferece, além da Oficina de Princípios e


Conceitos, Oficinas de Aprendizagem que permeiam os Conceitos Norteadores. Mais
informações podem ser obtidas diretamente na sala do Perspectivação, ou pelo e-mail
perspectivacao.curitiba@isaebrasil.com.br

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4. The Global Compact: Pacto Global

O Global Compact (Pacto Global) é uma iniciativa desenvolvida pelo então secretário-
geral da ONU, Kofi Annan, lançada em 1999, no Fórum Mundial de Davos, propondo
um grande desafio à comunidade empresarial global.

Seu objetivo é mobilizar empresas e lideranças para apoiarem mundialmente a


promoção de valores fundamentais nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho e
meio ambiente.

O ISAE/FGV foi uma das primeiras escolas de negócios a assinar a carta de adesão ao
Pacto Global no Brasil, assumindo um importante papel de liderança, desde a criação da
Rede Brasileira do Pacto Global em 2004.

Esta é a logomarca oficial do Global Compact, utilizada pela ONU:

O ISAE/FGV, como instituição signatária do Pacto Global, utiliza a logo “We Support”:

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Breve histórico dos primeiros eventos:

 1999: Lançamento mundial (Fórum Mundial/Davos)


 2000: Adesão do Ethos com 206 empresas brasileiras (sendo 300 no total, do
mundo todo).
 2001: Evento “Diálogo Empresarial sobre os Princípios do Global Compact”,
realizado em Belo Horizonte.
 2001: I International Global Compact Learning Forum Meeting (Londres).
 2002: II International Global Compact Learning Forum Meeting (Berlim).
 2003: III International Global Compact Learning Forum Meeting (Nova Lima,
MG).
 2004: Global Compact Leaders Summit (sede da ONU em NY).

O Brasil foi o país que mais aderiu ao Pacto Global no lançamento da iniciativa e este
fato trouxe um reconhecimento das Nações Unidas à participação brasileira. Isto
colaborou para que alguns dos principais eventos internacionais do Global Compact
fossem realizados no Brasil.

Reconhecendo e considerando que empresas e governos têm objetivos e problemas


coincidentes, a ONU ampliou esse reconhecimento, convidando o então Presidente do
Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, a discursar no evento Global Compact Leaders
Summit, realizado em 24 de Junho de 2004, na sede da ONU em Nova Iorque. Em seu
pronunciamento, Lula apoiou o Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio da ONU, destacando a importância do Programa Fome Zero.

A delegação do Brasil no Global Compact Leaders Summit (encontro de líderes),


realizado em 2004, foi a segunda maior em número de participantes, ficando atrás
apenas da França.

No evento, Kofi Annan clamou os presentes para que “não descansemos até que
tenhamos tido sucesso verdadeiro em trazer mudanças positivas para a vida das pessoas,
colocando fundações para sociedades sustentáveis, pacíficas e de bom funcionamento
através do mundo”.

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Os Princípios do Pacto Global

O Pacto Global da Organização das Nações Unidas pede às empresas que abracem,
apoiem e disseminem, dentro de seu raio de influência, uma lista de medidas centrais
nas áreas de direitos humanos, relações do trabalho, meio ambiente e combate à
corrupção.

Os 10 princípios do Pacto Global são os seguintes:

Direitos Humanos

(Base: Declaração Universal de Direitos Humanos)

1. As empresas devem apoiar e respeitar a proteção de direitos humanos reconhecidos


internacionalmente; e

2. Assegurar-se de sua não participação em violações desses direitos.

Relações do Trabalho

(Base: Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho)

3. As empresas devem apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do


direito à negociação coletiva;

4. Apoiar a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou compulsório;

5. Apoiar a erradicação efetiva do trabalho infantil; e

6. Apoiar a igualdade de remuneração e a eliminação da discriminação no emprego.

Meio Ambiente

(Base: Princípios da Rio 92 sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento)

7. As empresas devem adotar uma abordagem preventiva para desafios ambientais;

8. Desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental; e

9. Incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente


sustentáveis.

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Combate à Corrupção

O Pacto Global foi lançado inicialmente com nove princípios. Todavia, com a adoção
da “Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção” e a crescente força política
alcançada, o assunto ganhou nova relevância. No ano de 2004, a ONU realizou um
processo transparente e abrangente para a inclusão de um décimo princípio contra a
corrupção, com o seguinte texto:

10. Empresas devem combater a corrupção em todas as suas formas, incluindo extorsão
e suborno.

O décimo princípio de combate à corrupção foi aprovado e lançado oficialmente no dia


24 de Junho de 2004, durante a realização do Global Compact Leaders Summit.

Por que é Importante Participar do Global Compact

• As empresas podem contribuir com soluções práticas para problemas


contemporâneos, relacionados à globalização e inclusão social.
• Tornar a economia global mais auto-sustentável, adotando os princípios
universais e a responsabilidade social empresarial.
• Alavancar o alcance global da ONU, unindo forças com governos, empresas,
sociedade civil e outras entidades.
• Compartilhar boas práticas e aprendizagem.

A Rede do Global Compact

O Global Compact é uma iniciativa baseada em rede. No centro, está o Global Compact
Office, na sede da ONU em Nova Iorque, o seu conselho, e cinco agências da ONU.

Dando suporte mundial, estão todos os atores relevantes: governos, empresas, entidades
de classe, trabalhadores e a sociedade civil.

Para dar uma ideia de seu alcance, atualmente mais de 7000 empresas estão
participando do Global Compact no mundo. Este número está crescendo cada vez mais,
através dos programas de adesão realizados pelas redes locais, presentes em mais de 50
países. O Brasil vem apoiando amplamente o programa, sendo atualmente um dos
países com o maior número de empresas participantes, conquistando o reconhecimento
e agradecimento da ONU.

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A Rede do Global Compact

No centro da rede, encontram-se cinco das principais agências da ONU:

Atividade: escreva abaixo o nome delas:

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______________________________________________________
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O Global Compact não é:

• Um processo de certificação.
• Um instrumento regulatório.
• Um substituto para códigos, leis e padrões existentes.
• Uma oportunidade de marketing e RP para as empresas.
• Um incentivo à filantropia.

O Global Compact é:

• Um pacto para boas práticas.


• Um código de ética ligado a valores fundamentais.
• Uma iniciativa focada em responsabilidade social empresarial.
• Uma parceria mundial crescente e voluntária.
• Um ponto de partida, um programa de apoio, enfim, uma oportunidade real de
motivação e alavancagem para tentarmos mudar o mundo, atingir as metas do
milênio da ONU e construirmos um futuro melhor.

O Papel das Escolas de Negócios e das Universidades

• Educar, motivar líderes, incentivar alianças e parcerias, formar gerentes com


valores, elaborar cases de estudo, pesquisas, realizar apresentações, consultoria
para implementações internas e colaborar com a coordenação técnica de eventos.

Como aderir ao Pacto Global

• A empresa (ou organização) deve enviar uma carta do principal executivo,


endereçada ao secretário-geral da ONU, expressando seu apoio ao Pacto Global
e seus princípios.
• Após o envio da carta, a empresa deve tornar público o seu compromisso,
realizando algumas ações básicas.
• Mais informações sobre o processo de adesão e um modelo da carta podem ser
obtidos no site do Pacto Global:
http://www.pactoglobal.org.br/comoAderir.aspx

O Passo a Passo da Adesão

• Informar seus acionistas, funcionários, parceiros, fornecedores e clientes.


• Buscar novas formas de integrar os princípios em seus programas e incorporá-
los na declaração da missão da empresa.

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• Incluir o compromisso com o pacto no relatório anual, balanço social, website


da empresa ou outros documentos publicados para tornar seu compromisso
público.
• Providenciar, uma vez por ano, um exemplo concreto do progresso realizado ou
uma lição aprendida na implementação dos princípios (pode ser um, vários ou
todos os princípios), e enviar o relatório para ser publicado no site do Global
Compact. Esse relatório é chamado de COP – Communication of Progress.
• Apoiar e participar das atividades do Pacto Global que ocorrem no país,
realizadas pelo Comitê Brasileiro do Pacto Global.

O Comitê Brasileiro do Pacto Global - CBPG

O CBPG é um grupo voluntário que tem por finalidade promover a adoção e


incorporação dos princípios do Pacto Global (PG) na gestão de negócios das empresas
que operam no Brasil, como forma de fortalecer o movimento de Responsabilidade
Social no país. O CBPG entende que tais princípios constituem os padrões mínimos de
políticas e práticas de Responsabilidade Social para o país.

Linhas de trabalho definidas para a atuação do CBPG

 Disseminação dos princípios do PG;


 Ampliação da adesão de empresas;
 Apoio às empresas brasileiras para a implantação dos princípios do PG;
 Promoção de troca de experiências e aprendizado dos princípios do PG;
 Exercício das funções de articulador internacional com as demais redes do PG e
com o escritório em Nova Iorque;
 Promoção do vínculo entre os princípios do PG e as Metas do Milênio; e
 Assessoramento ao representante brasileiro no Pacto Global.

Como o CBPG é composto

O CBPG constitui-se em um coletivo representativo da Rede Nacional do Pacto Globali,


e será composto por Organizações (limitado ao número máximo de trinta e cinco
Organizações) tais como: empresas, agências do sistema das Nações Unidas no Brasil,
entidades empresariais, organizações de trabalhadores, organizações da sociedade civil
que trabalham com os temas de Direitos Humanos, Direitos do Trabalho, Meio
Ambiente e Combate à Corrupção, instituições de ensino e demais organizações
interessadas na promoção dos princípios do Pacto Global e no avanço do movimento de
Responsabilidade Social Empresarial no Brasil .

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Cada Organização participante do CBPG deverá indicar dois representantes, um titular


e outro suplente, de maneira que ela possa se fazer representada nas reuniões do CBPG.
Seus representantes serão doravante denominados Participantes.

Por uma questão de coerência, todas as Organizações participantes do CBPG, sem


exceções, deverão ser signatárias do PG. Aquelas Organizações que, no momento da
aprovação dessas Diretrizes para funcionamento do Comitê porventura não o sejam,
terão um prazo de dois meses para realizar sua adesão a fim de evitar seu desligamento
automático do CBPG.

Agenda e Sistemática do CBPG

As reuniões do CBPG serão fixadas com antecipação trimestral e terão frequência


fixada mediante um calendário elaborado e aprovado em reunião pelos Participantes
presentes do CBPG, e divulgado pela Secretaria Executiva.

A frequência das reuniões pode variar conforme haja necessidade imposta pelo
desenvolvimento de atividades, mas nunca poderá ser inferior a quatro no ano.

A pauta das reuniões do CBPG deverá ser comunicada, por escrito, aos Participantes,
com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, pela Secretaria Executiva.

Após a realização de cada reunião, será elaborada Ata, por um dos Conselheiro, com as
deliberações, decisões e ações definidas pelo CBPG, que será enviada a Secretaria
Executiva para repasse aos demais Participantes possibilitando o acompanhamento dos
resultados concretos obtidos pelo CBPG.

Valores que regem o CBPG

Um aspecto fundamental do CBPG é o compromisso das Participantes que, mesmo


atuando de maneira voluntária e espontânea, entendem que para a realização dos
objetivos definidos a responsabilidade junto ao CBPG é fundamental. Responsabilidade
que se traduz em:

a) Nunca utilizar o nome ou símbolos do CBPG ou do próprio PG, sem prévia


discussão no CBPG e, no caso do nome e/ou símbolos do PG, sem prévia
autorização do copyright holder. Exemplos: em cartões de visita, papéis timbrados,
home page, e-mail, ou qualquer outra forma. Assim, todas as informações devem
estar centralizadas no CBPG. Esta ação visa preservar o CBPG de possíveis
divergências de informações e socializar o conhecimento de suas ações;

b) Todos os Participantes têm autonomia para desenvolver atividades relacionadas ao


PG, devendo apenas informar previamente ao CBPG;

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c) Qualquer Conselheiro poderá falar em nome do CBPG de forma oficial (em


reuniões, fóruns, palestras, seminários) desde que o conteúdo tenha sido
previamente discutido com o Presidente, uma vez que cabe a ele a representação
oficial do CBPG;

d) Zelar pelo bom funcionamento do CBPG, sua imagem e suas diretrizes, com a
seguinte conduta:

 Avisar o CBPG se tiver conhecimento de ações contrárias às boas práticas;


 Em eventos públicos, internos ou externos, atentar se não há pessoas que não
fazem parte do CBPG, se apresentando ou se intitulando como membro dele;

e) Evitar Conflitos de Interesse – O conflito de interesse ocorre quando se permite que


a perspectiva de obter vantagem pessoal influencie o seu juízo crítico ou suas ações
ao usar o nome do CBPG; e

f) A reputação do CBPG está nas mãos de cada um de seus Participantes. Espera-se


que todos examinem e compreendam os padrões de conduta. É claro que estas regras
não contemplam todos os aspectos possíveis. Se alguém tiver qualquer dúvida com
relação a estas regras ou a aspectos relacionados com a conduta, leve as mesmas
para o CBPG.

O regimento do CBPG visa estabelecer critérios objetivos e transparentes que possam


dar sustentabilidade às ações de longo prazo de divulgação dos princípios do PG no
Brasil, bem como promover o avanço do movimento de Responsabilidade Social
Empresarial.

Mais informações:

www.unglobalcompact.org (portal da ONU, em Inglês).

www.pactoglobal.org.br (site do Comitê Brasileiro do Pacto Global, em Português).

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5. PRME – Principles for Responsible


Management Education

Histórico do PRME

Em outubro de 2006, instituições acadêmicas signatárias do Pacto Global, coordenado


pelo então Secretário Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, foram convocadas a definir
diretrizes que norteariam sua própria gestão nos próximos anos. Sob o olhar da
sustentabilidade, o objetivo era a formação de profissionais preparados para atuar em
um mercado global cada vez mais atento a questões ambientais e sociais.

Durante o “Business as an Agent of World Benefit”, realizado na Case Western Reserve


University, em Cleveland-Ohio (EUA), estas instituições assumiram um novo papel
para o futuro que se desenhava. Naquele momento, elas se posicionaram como vetores
estratégicos na formação de líderes responsáveis, pela sua poderosa esfera de
relacionamento com os mercados, empresas, governos, profissionais e sociedade em
geral.

A partir deste evento, sob a coordenação do escritório do Pacto Global em Nova Iorque,
50 líderes de instituições acadêmicas reconhecidas globalmente, foram convidados pela
ONU a compor uma força tarefa capaz de conceber os Princípios para Educação
Gerencial Responsável (PRME). Estas diretrizes tiveram seu lançamento oficial em
julho de 2007, e são divididas em: propósito, valores, método, pesquisa, parcerias e
diálogo.

Hoje elas são adotadas por mais de 300 Escolas de Negócios e outras instituições
educacionais, presentes em 62 países. Para 2015, a intenção da ONU é que mais de
1000 instituições se engajem neste movimento de amplitude global.

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Contextualização

Em um mercado de trabalho global agitado, entender as conexões fundamentais entre


negócios, meio-ambiente e sociedade se tornou essencial. Os papéis e responsabilidades
dos negócios como uma força global estão se tornando mais urgentes e complexos.

Conceitos relacionados com a responsabilidade social e sustentabilidade estão ganhando


reconhecimento como elementos essenciais na administração de negócios. A
complexidade e interdependência crescentes requerem novas aproximações. Empresas
precisam de ferramentas de administração integrativa que ajudem a agregar interesses
sociais, ambientais e de governo no pensamento estratégico e nas operações diárias.
Elas precisam de apoio ao internalizar e integrar estes pontos no centro dos negócios,
firmar diálogos com investidores (stakeholders) e apresentar relatórios de suas condutas.

Elas necessitam de líderes talentosos que possam não somente avançar em objetivos
organizacionais e realizar obrigações legais e fiduciárias com os acionistas
(shareholders), mas que também estejam preparados para lidar com o amplo impacto e
potencial dos negócios como uma força global positiva na sociedade.

Toda mudança significativa e permanente na conduta das corporações visando


responsabilidade social e sustentabilidade deve envolver as instituições que mais atuam
como direcionadores de comportamento nos negócios, especialmente na academia.

Instituições acadêmicas ajudam a moldar atitudes e comportamentos de líderes de


negócios através de educação em negócios, pesquisa, programas de desenvolvimento
administrativo, treinamento, e outras atividades importantes, porém menos tangíveis,
como disseminação de novos valores e ideias. Através destes meios, instituições
acadêmicas têm o potencial de gerar uma onda de mudanças positivas, ajudando assim a
promover um mundo onde empresas e sociedades possam prosperar.

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Os Princípios Para a Educação Gerencial Responsável

Como instituições de alto aprendizado envolvidas na educação de atuais e futuros


administradores, nós estamos comprometidos a participar do processo contínuo de
melhoria dos seguintes Princípios e suas aplicações, relatando o progresso a todos os
nossos investidores (stakeholders) e compartilhando práticas eficazes com outras
instituições acadêmicas:

Princípio 1. Propósito: Nós vamos desenvolver as capacidades dos estudantes para


serem futuros geradores de valor sustentável para negócios e sociedade no geral e para
trabalharem a favor de uma economia global sustentável e inclusiva.

Princípio 2. Valores: Nós vamos incorporar nas nossas atividades acadêmicas e


currículos os valores da responsabilidade social global apresentados em iniciativas
internacionais, como o Pacto Global da Organização das Nações Unidas.

Princípio 3. Método: Nós vamos criar moldes, materiais, processos e ambientes que
possibilitem experiências eficazes de aprendizado para liderança responsável.

Princípio 4. Pesquisa: Nós vamos nos engajar em pesquisas conceituais e empíricas


que melhorem nossa compreensão sobre o papel, a dinâmica e o impacto de empresas
na criação de valores de sustentabilidade social, ambiental e econômica.

Princípio 5. Parceria: Nós vamos interagir com administradores de empresas de


negócios para ampliar nosso conhecimento sobre seus desafios na busca de
responsabilidades sociais e ambientais e explorar maneiras eficazes de enfrentar estes
desafios.

Princípio 6. Diálogo: Nós facilitaremos e apoiaremos diálogo e debate entre


educadores, empresas, governo, consumidores, mídia, organizações da sociedade civil e
outros grupos interessados e investidores (stakeholders) sobre questões críticas
relacionadas à responsabilidade e sustentabilidade social global.

Nós entendemos que nossas próprias práticas organizacionais devem servir como
exemplo dos valores e atitudes que passamos aos nossos alunos.

Nós encorajamos outras instituições acadêmicas, associações e organizações de


avaliação a adotar e apoiar estes Princípios.

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A importância do PRME para as Escolas de Negócios

A principal premissa de uma escola de negócios que segue o PRME é despertar a


consciência de seus stakeholders para o contexto atual do planeta nas mais diversas
áreas como meios de produção e consumo, desigualdade social, modelo econômico
pouco inclusivo, problemas ambientais e climáticos, e o novo papel das empresas no
que diz respeito às soluções para estes conflitos.

Assim é essencial que o modelo educacional do ISAE chamado Perspectivação, seja um


vetor neste processo de conscientização e reflexão do aluno e do professor neste novo
cenário. Aqui, entende-se que a chave para iniciar e conduzir este processo com sucesso
está na capacitação do corpo docente em relação ao tema, fazendo com que ele valorize
a ação e assim consiga transmitir de forma verdadeira estes conteúdos ao aluno.

Para uma organização aderir ao PRME, é necessário enviar uma carta de adesão à ONU.
O processo de adesão é similar ao do Pacto Global. Reproduzimos abaixo, um exemplo
de carta de adesão, enviada pela EBAPE – Escola Brasileira de Administração Pública e
de Empresas, da Fundação Getulio Vargas.

Mais informações: www.unprme.org

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Modelo carta de adesão ao PRME

(logo da organização)

To:
PRME Steering Committee
c/o Jonas Haertle, Head PRME Secretariat at United Nations Global Compact Office
801 2nd Avenue, 2nd Floor
New York, New York 10017

Curitiba, (data)

Adoption of the Principles for Responsible Management Education

As an institution of higher education involved in the development of current and future


managers (Nome da Organização) is committed to progress in the implementation of
the Principles for Responsible Management Education, starting with those that are more
relevant to our capacities and mission, report on progress to all our stakeholders and
exchange effective practices related to these principles with other academic institutions.

We understand that our own organizational practices should serve as example of the
values and attitudes we convey to our students.

We encourage other academic institutions, and associations to adopt and support these
Principles.

Nome
Cargo
Nome da Organização

Oficina de Princípios e Conceitos


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6. Princípios Para o Investimento


Responsável (PRI)
No início de 2005, o então Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, convidou um grupo
formado pelos maiores investidores institucionais do mundo, para participarem de um
processo com o objetivo de desenvolver os Princípios para o Investimento Responsável.
Um grupo de investidores formado por 20 pessoas provenientes de instituições em 12
países foi apoiado por um grupo de pessoas formado por 70 especialistas do setor de
investimentos, de organizações intergovernamentais e da sociedade civil. Os Princípios
foram lançados em abril de 2006, na Bolsa de Nova York, promovendo um
compromisso.

“Na condição de investidores institucionais, temos o dever de priorizar os melhores


interesses de longo prazo de nossos beneficiários. Neste papel de fiduciários,
acreditamos que temas como meio ambiente, desenvolvimento social e governança
corporativa (ESG – Environmental, Social and Corporate Governance) podem afetar o
desempenho das carteiras de investimento (variando em níveis por empresas, setores,
regiões, classe de ativos e através do tempo). Também reconhecemos que a aplicação
desses Princípios pode melhor alinhar os investidores aos objetivos mais amplos da
sociedade. Por conseguinte, comprometemo-nos a:

1. Incluir as questões de ESG nas análises de investimento e nos processos de tomada


de decisão.

Recomendações:
 Enfatizar as questões de ESG nas políticas de investimentos;
 Apoiar o desenvolvimento de ferramentas, métricas e métodos de análises
relacionados aos fatores de ESG;
 Avaliar as capacidades dos gestores de investimentos internos de incorporar os
fatores de ESG;
 Avaliar as capacidades dos gestores de investimentos externos de incorporar os
fatores de ESG;
 Solicitar aos provedores de serviços em investimentos (como analistas
financeiros, consultores, corretores, firmas de pesquisa ou agências de avaliação)
que integrem os fatores de ESG em suas pesquisas e análises;
 Motivar pesquisas acadêmicas entre outras sobre o assunto;
 Promover o treinamento em ESG para profissionais da área de investimentos.

2. Sermos proprietários ativos e incorporar os temas de ESG nas políticas e práticas


de detenção de ativos.

Recomendações:

Oficina de Princípios e Conceitos


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 Desenvolver e divulgar uma política de acompanhamento de participação ativa


de acordo com os Princípios;
 Exercitar os direitos de voto ou supervisionar a conformidade com a política de
voto (no caso de terceirização);
 Desenvolver capacidade de engajamento (por meios diretos ou por terceirização);
 Participar no desenvolvimento de políticas, regulamentação e estabelecimento de
padrões (tais como a promoção e proteção dos direitos dos acionistas);
 Registrar as resoluções dos acionistas consistentes com a visão de longo prazo
dos fatores de ESG;
 Atuar com as empresas no engajamento sobre as questões de ESG;
 Participar de iniciativas de engajamento colaborativo;
 Solicitar aos gestores de investimentos que comprometam-se e relatem sobre o
compromisso relacionado a ESG.

3. Buscar a transparência adequada nas empresas em que investimos quanto às


questões de ESG.

Recomendações:
 Solicitar relatórios padronizados sobre as questões de ESG (usando ferramentas
como Relatórios de Responsabilidade Sócio Ambiental, entre eles o Global
Reporting Initiative - GRI);
 Solicitar que as questões relacionados a ESG sejam integrados dentro dos
relatórios financeiros anuais;
 Solicitar informações a empresas no que se refere a adoção ou aderência às
normas relevantes, padrões, códigos de condutas ou iniciativas internacionais
(tais como o Pacto Global das Nações Unidas);
 Apoiar as iniciativas e resoluções dos acionistas que promovem a divulgação de
ESG.

4. Promover a aceitação e a implementação dos princípios no conjunto de


investidores institucionais.

Recomendações:
 Incluir requisitos relacionados aos Princípios nas solicitações de propostas (RFPs
– Requests for Proposals);
 Alinhar mandatos de investimentos, procedimentos de monitoramento,
indicadores de desempenho e estruturas de remuneração de forma adequada (por
exemplo, garantir que processos de gestão de investimentos considerem
horizontes de longo prazo quando apropriado);
 Comunicar as expectativas com relação aos fatores de ESG para prestadores de
serviços de investimentos;
 Rever as relações com os prestadores de serviços que não cumpram as
expectativas de fatores de ESG;
 Apoiar o desenvolvimento de ferramentas para a avaliação da integração à ESG;

Oficina de Princípios e Conceitos


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 Apoiar o desenvolvimento de regulações ou de políticas que permitam a


implementação dos Princípios.

5. Trabalhar juntos para reforçar nossa eficiência na implementação dos Princípios.

Recomendações:
 Apoiar/participar de redes de relacionamento e informação para compartilhar
ferramentas e recursos e fazer uso de relatórios de investidores como fonte de
aprendizagem;
 Endereçar coletivamente assuntos emergentes relevantes;
 Desenvolver ou apoiar iniciativas de colaboração consideradas adequadas.

6. Divulgar nossas atividades e progressos em relação à implementação dos


Princípios.

Recomendações:
 Divulgar como os fatores de ESG estão integrados com as práticas de
investimento;
 Divulgar atividades de acompanhamento das empresas (votação, engajamento,
políticas de diálogo);
 Divulgar o que é solicitado aos prestadores de serviços em relação aos
Princípios;
 Comunicar aos beneficiários sobre as questões de ESG e os Princípios;
 Relatar sobre o progresso e/ou realizações relacionadas aos princípios usando
uma abordagem Comply or Explain*;
 Buscar determinar o impacto dos Princípios;
 Fazer uso dos relatórios para estimular a consciência de um grupo mais amplo de
atores-partes interessadas.

* A abordagem Comply or Explain requer que os signatários relatem como os princípios


estão sendo executados ou forneçam uma explicação sobre os itens que eles não estão
de acordo. Os princípios de responsabilidade social e de governança nos investimentos
foram desenvolvidos por um grupo internacional de investidores institucionais a fim de
refletir sobre a importância crescente de questões ambientais, sociais e de governança
corporativa para as práticas de investimento. Este processo foi conduzido a convite do
Secretário Geral das Nações Unidas. Ao aderir aos Princípios, nós, na condição de
investidores, comprometemo-nos publicamente a adotá-los e implementá-los, onde
forem consistentes com nossas responsabilidades fiduciárias. Também nos
comprometemos a avaliar sua eficácia e aprimorar seu conteúdo ao longo do tempo.
Acreditamos que isto irá melhorar nossa habilidade de cumprir nossos compromissos
com os beneficiários, bem como melhor alinhar nossas atividades de investimento com
os mais amplos interesses da sociedade. Encorajamos outros investidores a adotarem os
Princípios”.

Mais informações: www.unpri.org

Oficina de Princípios e Conceitos


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7. Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM)

Criação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

“Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio” e “As Metas do Milênio” foram


aprovados durante a organização da Cúpula do Milênio, realizada de 6 a 8 de setembro
de 2000 em Nova Iorque, com a participação de 147 chefes de Estado e de Governo e de
191 países. Foi considerada a maior reunião de dirigentes mundiais de todos os tempos.

Declaração do Milênio da ONU

Na ocasião, foi aprovada a “Declaração do Milênio das Nações Unidas”, um documento


histórico para o novo século.
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos para que esse
entendimento entre todos os países seja um compromisso concreto, traduzido em ações
do dia-a-dia não só para os governos, mas que envolva também instituições e cidadãos
de todo o mundo.

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome;


2. Atingir o ensino básico universal;
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;
4. Reduzir a mortalidade infantil;
5. Melhorar a saúde materna;
6. Combater a aids, a malária e outras doenças;
7. Garantir a sustentabilidade ambiental;
8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Oficina de Princípios e Conceitos


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Campanha 8 Jeitos de Mudar do Mundo

Mais informações:

www.pnud.org.br/ODM (informações técnicas sobre os 8 Objetivos, 18 Metas e 27


Indicadores)

www.objetivosdomilenio.org.br (informações e ícones da campanha 8 Jeitos de Mudar


o Mundo)

Oficina de Princípios e Conceitos


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8. Rio+20

A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) foi


realizada de 13 a 22 de junho de 2012, no Rio de Janeiro.

A Rio+20 ficou assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da


Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92). O
evento foi concebido para contribuir com a agenda do desenvolvimento sustentável para
as próximas décadas.

Objetivos da Rio+20

A Rio+20 teve como objetivo principal, renovar o compromisso político com o


desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na
implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do
tratamento de temas novos e emergentes.

A Conferência Rio+20 teve dois temas principais:

1) A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da


pobreza; e

2) A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

Mais informações: www.rio20.gov.br

Oficina de Princípios e Conceitos


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Principais Eventos da Rio+20

A ONU convidou signatários do Global Compact e PRME de diversos países do mundo


para participarem de dois grandes eventos que antecederam a Conferência Rio+20:

De 14 e 15 de junho de 2012: 3rd PRME Global Forum for Responsible Management


Education: The Future We Want.

De 16 a 18 de junho de 2012: Rio+20 Corporate Sustainability Forum.

Os eventos do PRME Global Forum e do Fórum Global de Sustentabilidade


Corporativa colaboraram para informar os processos e os resultados da Conferência
Rio+20. Graficamente, a ONU apresentou-os da seguinte forma:

De 13 a 15 de junho de 2012, foi realizada a III Reunião do Comitê Preparatório


(reunião de representantes governamentais para negociações dos documentos a serem
adotados na Conferência). Foi quando técnicos de todos os países se reuniram
para elaborar os esboços dos documentos examinados pelos presidentes e primeiros-
ministros.

De 16 e 19 de junho de 2012, foram realizados os Diálogos para o Desenvolvimento


Sustentável. Neste evento, integrantes da sociedade civil, como representantes de
organizações não governamentais e universidades, participaram de 18 mesas de
discussões. O objetive era buscar alternativas sobre políticas sociais associadas à
economia verde e ao desenvolvimento sustentável. As propostas apresentadas durante
esses debates foram encaminhadas aos presidentes e primeiros-ministros.

E finalmente, nos dias 20 a 22 de junho de 2012, ocorreu a UN Conference on


Sustainable Development – Rio+20. Em Português, o evento foi traduzido para
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, e ficou
conhecido como Conferência Rio+20, ou simplesmente, Rio+20.

Oficina de Princípios e Conceitos


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A Rio+20 é o Segmento de Alto Nível da Conferência, que contou com a presença de


Chefes de Estado e de Governo dos países-membros da ONU. Nesta última etapa da
conferência, ocorreram as reuniões dos presidentes da República e primeiros-ministros,
além dos dirigentes da Organização das Nações Unidas (ONU). As autoridades
analisaram todos os documentos elaborados ao longo da conferência e definiram um
texto para a declaração final.

Eventos Paralelos da Rio+20

Além da programação oficial do Riocentro e do Parque dos Atletas, a Rio + 20 realizou


diversos eventos paralelos, distribuídos em seis grandes espaços da cidade.

Durante a conferência, a Arena da Barra, o Galpão da Cidadania, o Píer Mauá, o MAM,


o Aterro do Flamengo e o Forte de Copacabana foram transformados em espaços
voltados para a reflexão e o debate sobre o desenvolvimento sustentável. Na sua maioria
abertos ao público, a programação paralela apresentou manifestações e atividades
artísticas e culturais, exposições de arte e de artesanato, shows de MPB, saraus, oficinas
artísticas, demonstrações gastronômicas, palestras e espaços de interação.

O Parque dos Atletas

O Parque dos Atletas é uma grande área aberta, na Barra da Tijuca, zona oeste, situado
em frente ao Riocentro, principal sede das reuniões da conferência.

Para enriquecer a realização da Rio+20, o Parque dos Atletas recebeu exposições


governamentais e intergovernamentais, organizadas em pavilhões ocupados por
diversos países estrangeiros, organizações internacionais e diferentes instâncias do
governo brasileiro.

Uma série de iniciativas empresariais e projetos de sustentabilidade também foram


expostas na mega exibição mundial realizada no Parque dos Atletas, que durante todo o
período de realização da Rio+20, ainda ofereceu seminários, palestras e mesas-
redondas. Além do Brasil, dezenas de países montaram estandes e pavilhões para
apresentar ações e iniciativas sociais, econômicas e ambientalmente sustentáveis no
Parque dos Atletas.

O Pavilhão Brasil

O Pavilhão Brasil foi planejado e teve seu espaço executado pela Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Estrategicamente localizado
no centro do Parque dos Atletas, o Pavilhão Brasil apresentou a evolução do

Oficina de Princípios e Conceitos


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desenvolvimento sustentável brasileiro. Teve como objetivo divulgar as políticas


públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental, social e econômica.

O Pavilhão contou com uma estrutura de 4 mil m² construída com contêineres


reaproveitáveis e abrigou uma exposição multimídia sobre programas e projetos dos
ministérios e órgãos governamentais. No local também foram realizados debates e
palestras.

A exposição foi organizada em cinco eixos temáticos: Inovação e Produção Agrícola


Sustentável; Inclusão Social e Cidadania; Energia e Infraestrutura; Turismo, Grandes
Eventos e Cultura; e Meio Ambiente. No espaço que circundava o Pavilhão, haviam
ainda quatro áreas de exposição de programas de inovação, tecnologia sustentável e
inclusão social, como os programas Minha Casa, Minha Vida, Água Doce e Cultivando
Água Boa.

Assista ao vídeo do Pavilhão Brasil no site www.pavilhaobrasil.rio20.gov.br

3rd PRME Global Forum for Responsible Management Education: The Future
We Want

O “3rd Global Forum for Responsible Management Education” foi organizado pela
Secretaria do PRME do “UN Global Compact Office”, com suporte das instituições
signatárias, do “PRME Steering Committee” e diversos parceiros estratégicos.

Dada sua importância, a ONU criou uma logomarca especial para esse evento:

Objetivos do 3rd PRME Global Forum for Responsible Management Education

• Fazer um balanço da iniciativa,


• Assegurar que a voz dos signatários seja ouvida como verdadeiros donos da
iniciativa,
• Gerar tração e extensão, e
• Fornecer orientação geral para a iniciativa.

Oficina de Princípios e Conceitos


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As escolas de negócios, universidades e instituições acadêmicas de educação executiva


têm um papel único e fundamental de treinar gerações atuais e futuras para liderar o
novo processo da educação gerencial responsável. Portanto, devem fazer uma mudança
considerável para estar na vanguarda da inovação e do progresso para o
desenvolvimento sustentável.

Para colaborar com estas premissas, os mais de 500 participantes do evento discutiram
diversas ações concretas e sugestões em torno das perguntas:

1) Qual é o papel da educação gerencial na sociedade para o futuro que queremos?

2) Como podem os Princípios para Educação Empresarial Responsável facilitar uma


mudança individual e sistêmica no ensino superior, assim como a comunidade que
mobiliza ações para alcançar a visão da Rio +20 sobre o desenvolvimento sustentável?

Mais informações: www.unprme.org/global-forum

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9. Atividade Prática
Inspiramos a atividade prática da Oficina de Princípios e Conceitos nas atividades
realizadas no 3rd PRME Global Forum for Responsible Management Education,
adotando a metodologia utilizada pela ONU.

Os alunos deverão formar grupos de trabalho (equipes de alunos) para reflexão e debate
sobre seus papéis, como alunos, profissionais e líderes globalmente responsáveis, e
formular sugestões de ações concretas, para sua(s) empresa(s), ou outras organizações,
no tocante à:

1. Princípios do Pacto Global;


2. Princípios do PRME;
3. Desenvolvimento sustentável.

Recomendação: não mais do que 5 bullet points, com 2 a 3 frases cada.

O grupo de trabalho deverá eleger entre os alunos os seguintes papéis:

a) 1 líder para coordenar os trabalhos durante a Oficina;


b) 1 mediador para garantir que todos os alunos falem e sejam ouvidos;
c) 1 responsável pelo controle e gerenciamento do tempo;
d) 1 editor para escrever as respostas da equipe e entregar ao Professor;
e) 1 porta voz para apresentar um resumo das respostas à turma.

Os grupos terão 60 minutos para completar a atividade (debater, definir, formular suas
sugestões e apresentar). Estimamos em 40 minutos o tempo para debate e formulação
das sugestões, e 3 minutos (no máximo) para o porta voz apresentar oralmente um
resumo das sugestões à turma.

Os trabalhos deverão ser entregues ao Professor ao final da Oficina.

Bom trabalho!

Muito obrigado pela participação! Sucesso, sempre!

Com nossos mais cordiais agradecimentos,

Prof. Marcelo Reis, Equipe do Perspectivação e Diretoria Executiva do ISAE/FGV

Oficina de Princípios e Conceitos

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