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MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E

AUDITORIA 3/13

PROFESSOR: CLÁUDIO DE CARVALHO MATTOS

DISCIPLINA: GESTÃO DE CUSTOS


MBA EM GESTÃO FINANCEIRA, CONTROLADORIA E
AUDITORIA 3/13

PROF. CLÁUDIO DE CARVALHO MATTOS


Perspectiva de futuro
com ação no presente

ATIVIDADES ABRIL 2014

Oficina de Aprendizagem
Atividade Professor(a) Data e horário

Aline Castro 02/04 - 19h às 22h30


Marketing Pessoal e Imagem Profissional - 8h 03/04 - 19h às 22h30

Comunicação Interpessoal e Feedback - 8h Adriane Werner 07/04 - 19h às 22h30


08/04 - 19h às 22h30

Plano de Desenvolvimento Pessoal


Atividade Professor(a) Data e horário

14/04 - 19h às 22h30


Plano de Desenvolvimento Pessoal - 8h Ana Silvia Borgo
15/04 - 19h às 22h30

Mais informações: UMA VISÃO SISTÊMICA DOS DESAFIOS DE UM

perspectivacao.curitiba@isaebrasil.com.br LÍDER GLOBAL, RESPEITANDO SUAS CONVICÇÕES,

fone: 41 3388.7838 POR MEIO DE UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA.


Perspectiva de futuro
com ação no presente

ATIVIDADES ABRIL 2014


Oficina de Aprendizagem
Atividade Professor(a) Data e horário

Workshop com Estudos de Caso Denise Basgal 16/04 - 19h às 22h30

Gestão da Inovação - 4h Sergio Itamar 28/04 - 19h às 22h30

Fifa World Cup Brasil - 4h Suzana Costa 29/04 - 19h às 22h30

Coaching
Atividade Professor(a) Data e horário

Coaching Gianfranco Muncinelli 22/04 a 24/04 - 18h às 22h

Coaching Tomas Drunkenmolle 22/04 a 26/04 - 18h às 22h

Programa de Voluntariado Uaná


Atividade Data

Inscrições Abertas 24/03 a 30/04

Vivenciando a Empresa
Atividade Data e horário

Visita Técnica
LOCAL: OCEPAR/Cooperativas 25/04 - 08h às 18h
O ponto de encontro será no ISAE/FGV às 07h30.

Mais informações: UMA VISÃO SISTÊMICA DOS DESAFIOS DE UM

perspectivacao.curitiba@isaebrasil.com.br LÍDER GLOBAL, RESPEITANDO SUAS CONVICÇÕES,

fone: 41 3388.7838 POR MEIO DE UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA.


Sumário

1. PROGRAMA DA DISCIPLINA 1

1.1 EMENTA 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL 1
1.3 OBJETIVOS 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1
1.5 METODOLOGIA 2
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 2
1.7 BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS 2
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR 3

2. INTRODUÇÃO 4

2.1 A CONTABILIDADE DE CUSTOS 4


2.1.1 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 4
2.1.2 O DESENVOLVIMENTO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS 6

3. CONCEITOS BÁSICOS 8

3.1 TERMINOLOGIA EM CUSTOS INDUSTRIAIS 8


3.2 TERMINOLOGIA EM ENTIDADES NÃO INDUSTRIAIS 10
3.3 A DIFÍCIL SEPARAÇÃO, NA PRÁTICA, DE CUSTOS E DESPESAS 11
3.4 ONDE TERMINAM OS CUSTOS DE PRODUÇÃO 12

4. CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 13

4.1 CUSTO DIRETO 13


4.2 CUSTO INDIRETO 14
4.3 CUSTO FIXO 15
4.4 CUSTO VARIÁVEL 15
4.5 CUSTO SEMI-FIXO 17
4.6 CUSTO SEMI- VARIÁVEL 17
4.7 CUSTOS UNITÁRIOS 17

5. MATERIAL DIRETO 18

5.1 INTRODUÇÃO 18
5.2 MÉTODOS DE CONTABILIZAÇÃO 19
5.3 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES 23
5.4 COMBINAÇÃO DOS CRITÉRIOS COM OS MÉTODOS 30

ii
6. MÃO-DE-OBRA DIRETA 32

6.1 EXEMPLOS DE SEPARAÇÃO ENTRE MÃO-DE-OBRA DIRETA E INDIRETA 32


6.2 MÃO-DE-OBRA DIRETA: CUSTO VARIÁVEL? 33
6.3 O QUE INTEGRA O CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA 34

7 . CUSTOS INDIRETOS 36

7.1 COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 36


7.2 DIFICULDADES PARA ESTABELECER AS BASES DE RATEIOS 37
7.3 ALGUMAS BASES DE RATEIOS MAIS COMUNS 39

8. CUSTOS PARA DETERMINAÇÃO DO LUCRO 40

8.1 INTRODUÇÃO 40
8.1.2 GASTOS FABRIS 40
8.1.3 GASTOS NÃO FABRIS 40
8.1.4 FLUXO DE DISPÊNDIO 41
8.1.5 CUSTO PRIMÁRIO 41
8.1.6 CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO 41
8.1.7 CUSTO DE PRODUÇÃO 41
8.1.8 CUSTO DOS PRODUTOS FABRICADOS 41
8.1.9 CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS 42
8.1.10 ESQUEMA BÁSICO DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA APURAÇÃO DO RESULTADO. 42

9. CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES 43

9.1 INTRODUÇÃO 43
9.2 CUSTO VARIÁVEL 43
9.3 SEPARAÇÃO DO CUSTO FIXO E VARIÁVEL DO CUSTO SEMIVARIAVEL 45
9.4 O QUE É O CUSTEIO VARIÁVEL? 47
9.5 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 47
9.6 QUANDO A EMPRESA ESTIVER OPERANDO ABAIXO DO LIMITE DA CAPACIDADE
INSTALADA OU NÃO EXISTIREM FATORES LIMITANTES 50
9.7 QUANDO A EMPRESA ESTIVER OPERANDO NO LIMITE DA CAPACIDADE INSTALADA OU
EXISTIREM FATORES LIMITANTES. 51
9.8 COMPARAÇÃO ENTRE OS DOIS MÉTODOS DE CUSTEIO: CUSTEIO POR ABSORÇÃO E
CUSTEIO VARIÁVEL 54
9.9 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PELO SISTEMA DE
CUSTEIO POR ABSORÇÃO 59
9.10 ESTRUTURA DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS DO EXERCÍCIO PELO SISTEMA DE
CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL 60

10. A RELAÇÃO CUSTO - VOLUME – LUCRO 61

10.1 FÓRMULAS PARA O CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO 63


10.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PONTO DE EQUILÍBRIO 64
10.3 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL, ECONÔMICO E FINANCEIRO 65
10.3.1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL 65
10.3.2 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO 65
10.3.3 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO 66
10.4 PONTO DE EQUILÍBRIO: APLICAÇÃO PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS 67
10.5 PONTO DE EQUILÍBRIO EM VALOR DE RECEITA 69

iii
10.6 DEFICIÊNCIAS E LIMITAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO 70
10.7 MARGEM DE SEGURANÇA OPERACIONAL 71
10.8 ALAVANCAGEM OPERACIONAL 72
10.9 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL 73

11. ANÁLISES DE CUSTOS DE PRODUTOS E RENTABILIDADE 74

11.1 COMPRAR VERSUS FABRICAR 75


11.2 CONSIDERAÇÕES PARA A DECISÃO 76
11.2.1 MANUTENÇÃO DOS CUSTOS FIXOS 76
11.2.2 ELIMINAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE CUSTOS FIXOS 76
11.2.3 UTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE OCIOSA 77
11.2.4 CUSTOS ADICIONAIS POR ADQUIRIR DE TERCEIROS 77
11.2.5 HIPÓTESES PARA CÁLCULO COMPARATIVO 77
11.3 O PEDIDO DE VENDA ESPECIAL 79
11.4 ELIMINAÇÃO OU ACRÉSCIMO DE PRODUTOS OU DEPARTAMENTOS 82

12. ESTUDOS DE CASOS 85

iv
1

1. Programa da disciplina

1.1 Ementa
As estratégias mercadológicas de preço. O significado das informações do
demonstrativo de resultado. Custeio por contribuição versus custeio pos absorção.
Análise custo-volume-lucro: Ponto de equilíbrio, metas de vendas com objetivo de
lucro. Decisão de preço quando varia o preço do insumo. Decisão de aceitar ou
rejeitar uma proposta. Decisão de preço considerando o retorno sobre o
investimento. Retirar ou adicionar um produto de linha. Decisão de comprar ou
fazer.

1.2 Carga horária total


24 horas/aula.

1.3 Objetivos
A disciplina procura oferecer aos participantes subsídios para que possam:
 Entender o significado das nomenclaturas e do conteúdo da Contabilidade de
Custos;
 Obter o entendimento quanto a determinação do lucro, controle e tomada de
decisão no processo operacional empresarial;
 Ser capaz de entender o processo decisório básico em um processo de
gestão integrada de custos e preços.

1.4 Conteúdo Programático

 Conceitos Básicos;
 Classificação dos Custos;
 Margem de Contribuição
 Decisões no Ponto de Equilíbrio
 Decisões de Pedido Especial
 Decisões de Eliminação de Produtos ou Departamentos
 Decisões de Comprar ou Fazer

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1.5 Metodologia
 Aulas expositivas;
 Discussão dirigida;
 Tarefas individuais;

1.6 Critérios de avaliação


Prova individual, sem consulta. A critério do professor, poderão ser propostos
trabalhos individuais ou em grupos, a serem realizados em sala de aula, valendo,
no máximo, 30% da nota da disciplina.

1.7 Bibliografias Recomendadas


MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 10ª ed., 2010.

HORNGREN, Charles T.; Introdução à Contabilidade Gerencial. Rio de janeiro: PHB,


5º ed, 2000.

LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: um enfoque administrativo- Rio de


Janeiro: Editora FGV, 14 Edição,2001.

Gestão de Custos
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Curriculum vitae do professor


Claudio de Carvalho Mattos é Mestre em Ciências Contábeis na Universidade
Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Graduado em Ciências Contábeis na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Graduado em Ciências Navais na
Escola Naval. Gestor de Execução Financeira e Contas Públicas do Ministério da
Defesa por mais de vinte anos. Presidente de Comissão de Licitações do Ministério
da Defesa durante treze anos. Chefe do Departamento de Finanças da Pagadoria de
Pessoal da Marinha. Assessor de Economia e Operações de Crédito do Secretario
Geral da Marinha. Diretor do Depósito de Combustíveis da Marinha no Rio de
Janeiro. Chefe do Departamento de Orçamento da Diretoria de Administração da
Marinha, sendo responsável pela execução orçamentária e financeira de todo o
Orçamento alocado à Marinha do Brasil por dois anos. Coordenador do Programa de
Desenvolvimento de Gerentes Operacionais da Escola Nacional de Administração
Pública – DF (ENAP) no Ministério da Defesa. Professor da FGV Management.
Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), do Centro
Universitário Plínio Leite, da Universidade Estácio de Sá , da Faculdade Serrana- DF
e da Faculdade UNICESP-DF. Presidente de bancas de avaliação para concurso de
Admissão ao serviço Público Federal.
Coordenou a implantação de sistemas de custos em varias instituições
publicas e privadas.
É um dos autores do Livro “Contabilidade Financeira da Série Gestão
Financeira, Controladoria e Auditoria da Fundação Getulio Vargas (FGV)”.
Atualmente é Diretor da Pagadoria de Pessoal da Marinha, organização militar
responsável pela execução financeira e orçamentária do pagamento de todo o
Comando da Marinha, incluindo os servidores militares e civis, ativos, inativos e
pensionistas.

Gestão de Custos
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2. Introdução

2.1 A Contabilidade de Custos


A Contabilidade de Custos forma parcela ponderável da moderna
Contabilidade Administrativa, Gerencial ou Analítica.

Passaremos a expor alguns conceitos breves que nos auxiliarão a


desenvolver a tese de que as técnicas de Contabilidade de Custos constituem um
poderoso instrumento nas mãos do administrador para o eficiente desempenho de
suas funções.

Importante notar que durante muito tempo se pensou que a


Contabilidade de Custos se referia apenas ao custeamento dos produtos e que
servia somente às empresas industriais. Todavia, atualmente, esse ramo da
Contabilidade é constituído de técnicas que podem ser aplicadas a muitas outras
atividades, inclusive, e principalmente, aos serviços públicos e ainda às empresas
não-lucrativas.
Uma distinção clara entre Contabilidade Industrial e Contabilidade de
Custos é essencial neste ponto. Contabilidade Industrial é a aplicação dos princípios
e preceitos da Contabilidade Geral, ao registro, organização e controle das
operações de uma empresa industrial, assim como o são a Contabilidade Bancária,
a de Transportes, a de Seguros e assim por diante.

A Contabilidade de Custos, no entanto, engloba técnicas de Contabilidade


Geral e outras técnicas extracontábeis para o registro, organização, análise e
interpretação dos dados relacionados à produção ou à prestação de serviços,
podendo ser aplicada igualmente como detalhe da Contabilidade Industrial, da
Contabilidade Bancária, da Contabilidade de Transportes e de Seguros.

2.1.1 Objetivos da Contabilidade de Custos

A idéia básica de custos, atualmente, é de que eles devem ser


determinados, tendo em vista o uso a que se destinam. A “diversidade de objetivos
da Contabilidade de Custos toma difícil estabelecer um só tipo de custo da
produção, que se adapte a todas as necessidades. Cada utilização de custo requer,
de fato, diferentes tipos de custos". Por isso, a Contabilidade de Custos, quando
acumula os custos e os organiza em informações relevantes, pretende atingir três
objetivos principais: a determinação do lucro, o controle das operações e a tomada
de decisões.

Gestão de Custos
5

Os dados de custos necessários para a determinação do lucro podem


ser extraídos diretamente dos registros convencionais da Contabilidade. Uma ou
outra compilação deverá ser feita para transformá-los em informações úteis. Por
exemplo, a separação dos custos em aplicados e periódicos já vai fornecer
resultados mais realísticos à
Administração. A acumulação dos custos por fases de fabricação, por
departamentos e por produtos resultará em apropriações mais racionais. O
atendimento do princípio contábil de que a toda renda devem ser computados os
custos necessários para realizá-la é a maneira mais usada e correta para o
levantamento do lucro do período.

Considerando, ainda, os mesmos dados básicos, pode a Contabilidade, por


meio de classificações especiais, atender ao controle. Quando o contador acumula
os custos por centros de responsabilidade e dentro de cada centro classifica os
custos por função, por natureza e por possibilidade de controle, dota a
Administração de meio eficaz para a determinação dos custos por componente da
organização e, conseqüentemente, para o exercício de controle mais efetivo sobre o
desempenho de cada um dos responsáveis por esses mesmos componentes.

O sistema de custos-padrão, adotado pelas empresas industriais e que


também pode ser empregado para o controle de outras atividades, é instrumento
valioso à disposição do administrador o qual permite a criação de metas contra as
quais medir os resultados.

A separação dos custos em relação ao volume, isto é, custos fixos e custos


variáveis, fornecerá ao contador meios para dar melhores informações à
administração em termos de controle (por exemplo, os orçamentos flexíveis) e em
termos de auxílio ao processo decisório (por exemplo, a análise do ponto de
equilíbrio).

Tratando-se das relações entre a Contabilidade de Custos e o processo de


decisão, vale lembrar a existência de diversos tipos de custos que devem atender a
várias finalidades.

Neste ponto é que reside a maior utilidade das técnicas de Custos. Os dados
de custos são manipulados de formas diferentes, objetivando emprestar-lhes a
significação exigida para a solução dos mais complexos problemas que enfrenta o
administrador.

Na fixação do preço de venda de um produto devem ser computados todos


os custos e, principalmente, num regime inflacionário, os custos de reposição. A
recuperação dos custos através da venda servirá para cobrir os impostos, os juros,
as despesas para expansão, os dividendos e a reposição das matérias-primas e de
outros fatores de produção necessários para o reinício e manutenção do ciclo
operacional.

O custeamento dos planos e das alternativas, das atividades de distribuição


e dos inventários por meio de tipos diferentes de custos, permitirá ao administrador

Gestão de Custos
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tomar decisões mais científicas.

É sabido que existem fatores qualitativos de extrema importância que


devem ser levados em conta ao se tomar uma decisão. Todavia, mesmo
reconhecendo que existem elementos imponderáveis na escolha de uma
alternativa, este processo será mais válido se auxiliado por fatores de natureza
quantitativa.

Em resumo, a Contabilidade de Custos fornece informações para:

1. A determinação dos custos dos fatores de produção;


2. A determinação dos custos de qualquer natureza;
3. A determinação dos custos dos setores de uma organização;
4. A redução dos custos dos fatores de produção, de qualquer atividade ou de
setores da organização;
5. O controle das operações e das atividades de qualquer organização;
6. A administração, quando esta deseja tomar uma decisão, estabelecer planos ou
solucionar problemas especiais;
7. O levantamento dos custos dos desperdícios, do tempo ocioso dos operários, da
capacidade ociosa do equipamento, dos produtos danificados, do trabalho
necessário para conserto, dos serviços de garantia de produtos;
8. A determinação da época em que se deve desfazer de um equipamento, isto é,
quando as despesas de manutenção e reparos ultrapassam os benefícios
advindos da utilização do equipamento;
9. A determinação dos custos dos pedidos não satisfeitos;
10. A determinação dos custos dos inventários com a finalidade de ajudar o cálculo
do estoque mínimo, do lote mais econômico de compra, da época de compra;
11. O estabelecimento dos orçamentos.

2.1.2 O Desenvolvimento da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos nasceu com a Revolução Industrial. Sua


principal função era, então, registrar os custos que capacitavam o administrador a
avaliar os inventários e, consequentemente, a determinar mais corretamente as
rendas e levantar os balanços.

Nesse tempo eram apenas computados os custos diretos: o valor do


material consumido e o valor da mão-de-obra aplicada.

No fim do século passado, vários fatores exigiram que o cantador de Custos


desse mais um grande passo em direção a um maior refinamento. Foi bastante
difícil a adoção generalizada da computação de valores estimados no custo de um
produto. Os contadores se restringiam a contabilizar apenas os custos reais. Era
princípio rígido o registro das transações e das operações somente pelas despesas
realmente incorridas.

Gestão de Custos
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Com certo relaxamento deste princípio, quando se considerou que a Contabilidade


de Custos era voltada para as atividades internas da organização, foi possível o
emprego de taxas predeterminadas para a apropriação dos custos indiretos ao valor
dos produtos, dos inventários e dos serviços.

De qualquer modo, essa primeira fase se caracterizou pela preocupação com


o registro dos custos.
A partir da Primeira Grande Guerra, em face da intensificação da competição
e ainda após a Depressão, verificou-se que as informações de Contabilidade de
Custos, se organizadas adequadamente, poderiam servir como controle dos
próprios custos e das operações.

A Contabilidade de Custos ganhou corpo, atingindo sua identidade


específica e começou a ser finalmente considerada como instrumento da
Administração.

Com a Segunda Grande Guerra desenvolveram-se modernas técnicas de


administração,e novas concepções levaram à Contabilidade de Custos impulsos
novos, aumentando sua área de influência. As informações de Custo passaram a
apoiar a Administração em sua funções de planejamento e tomada de decisões. A
Contabilidade de Custos cada vez mais passou a responsabilizar-se pela análise e
interpretação das informações quantitativas a fim de fornecer à Administração
instrumentos significativos e oportunos para a gerência da organização.

O desenvolvimento paralelo da Pesquisa Operacional e da Computação


Eletrônica veio dar maior vigor à Contabilidade de Custos. Atualmente as
informações são prestadas mais rapidamente. Problemas, antes, de certo modo
difíceis de serem solucionados, agora o são pelo emprego de técnicas estatísticas e
matemáticas mais sofisticadas, bem como pelo uso crescente do equipamento
eletrônico de processamento de dados. O desafio do moderno contador reside
exatamente no ponto de que ele agora dispõe de maiores recursos para fazer parte
do primeiro quadro na hierarquia administrativa. Por isso mesmo, a Contabilidade
de Custos passou a ser encarada como parcela essencial da Contabilidade
Gerencial.

Gestão de Custos
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3. CONCEITOS BÁSICOS

3.1 Terminologia em Custos Industriais


"Despesas com Matéria-prima" ou "Custos de Matéria-prima"?
"Gastos" ou "Despesas de Fabricação"?
"Gastos" ou "Custos de Materiais Diretos"?
"Despesas" ou "Gastos com Imobilização"?
“Custos” ou “Despesas de Depreciação”?

Gastos, Custos e Despesas são três palavras sinônimas ou dizem respeito a


conceitos diferentes? Confundem-se com Desembolso? E investimento tem alguma
similaridade com elas? Perda se confunde com algum desses grupos?
No meio desse amaranhado todo de nomes e idéias, normalmente o principiante se
vê perdido, e às vezes o experiente embaraçado; por isso, passamos a utilizar a
seguinte nomenclatura:

a) Gasto - Sacrifício financeiro com que a entidade arca para a obtenção de um


produto ou serviço qualquer, sacrifício esse representado por entrega ou promessa
de entrega de
ativos (normalmente dinheiro).

Conceito extremamente amplo e que se aplica a todos os bens e serviços recebi-


dos; assim, temos Gastos com a compra de matérias-primas, Gastos com mão-de-
obra, tanto na produção como na distribuição, Gastos com honorários da diretoria,
Gastos na compra de um imobilizado etc. Só existe gasto no ato da passagem para
a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe
o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em
pagamento.

Não estão aqui incluídos todos os sacrifícios com que a entidade acaba por arcar, já
que não são incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio,
uma vez que estes não implicam a entrega de ativos.

Note que o gasto implica, as vezes, em desembolso, mas são conceitos


distintos.

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b) Desembolso - Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portando


defasada ou não do momento do gasto.

c) Investimento - Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios


atribuíveis a futuro(s) período(s).

Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que


são "estocados" nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua
venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são
especificamente chamados de investimentos.
Podem ser de diversas naturezas e de períodos de ativação variados: a
matéria-prima é 'um gasto contabilizado temporariamente como investimento
circulante; a máquina é um gasto que se transforma num investimento
permanente; as ações adquiridas de outras empresas são gastos classificados como
investimentos circulantes ou permanentes, dependendo da intenção que levou a
sociedade à aquisição.

d) Custo - Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou


serviços.

O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como


custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a
fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima
foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim
ficou durante o tempo de sua Estocagem, sem que aparecesse nenhum custo
associado a ela; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o
Custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. Este, por sua
vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda.
A energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na hora
de seu consumo) que passa imediatamente para custo, sem transitar pela fase de
investimento. A máquina provocou um gasto em sua entrada, tornado investimento
e parceladamente transformado em custo; à medida que é utilizada no processo de
produção de utilidades.

e) Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de


receitas.

A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna


imediatamente uma despesa.
As despesas são itens que reduzem o Patrimônio Líquido e que têm essa
característica de representar sacrifícios no processo de obtenção de receitas.

f) Perda - Bem ou Serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

Não se confunde com a despesa (muito menos com o custo), exatamente por
sua característica de anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com

Gestão de Custos
10

intenção de obtenção de lucro. Exemplos comuns: perdas com incêndios,


obsoletismo de estoques, etc.
São itens que vão diretamente à conta de Resultado, assim como as despesas,
mas não representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das
atividades destinadas à obtenção da receita. É muito comum o uso da expressão
Perdas de material na produção de inúmeros bens e serviços; entretanto, a quase
totalidade dessas “perdas” é, na realidade, um custo, já que são valores
sacrificados de maneira normal do processo de produção, fazendo parte de um
sacrifício já conhecido até por antecipação para a obtenção do produto ou serviço e
da receita almejada.
O gasto com mão-de-obra durante um período de greve, por exemplo, é uma
perda, não um custo de produção. O material deteriorado pó rum defeito anormal e
raro de equipamento provoca uma perda, e não um custo; aliás, não haveria
mesmo lógica em apropriar-se como custo essas anormalidades e, portanto, acabar
por ativar um valor dessa natureza.
Cabe aqui ressaltar que inúmeras perdas de pequeníssimo valor são, na
prática, comumente consideradas dentro dos custos ou das despesas, sem sua
separação; e isso é permitido devido à irrelevância do valor envolvido. No caso de
montantes apreciáveis, esse tratamento não é correto.

3.2 Terminologia em Entidades não Industriais


Pela própria definição de custo, podemos entender, ainda mais sabendo da
origem histórica, por que se generalizou a idéia de que Contabilidade de Custos se
volta predominantemente para a indústria. É aí que existe a produção de bens e
onde a necessidade de seu custeamento se torna presença obrigatória.
Em inúmeras empresas de serviços, todavia, passou-se a utilizar seus
princípios e suas técnicas de maneira apropriada em função da absoluta
similaridade de situação, principalmente nas entidades em que se trabalha por
projeto (empresas de engenharia, escritórios de auditoria, de planejamento, etc.)
Já em muitas outras empresas, tais como as entidades comerciais e
financeiras, utiliza-se a mesma expressão Contabilidade de Custos, quando, à
primeira vista, só existem despesas. Mas é fácil entender que a generalização dessa
terminologia se deve não só ao uso das técnicas daquela disciplina, como talvez
principalmente à idéia de que tais entidades são produtoras de utilidades, e assim
possuem custos. São custos que imediatamente se transformam em despesas, sem
que haja a fase de Estocagem, como no caso da indústria de bens, mas de qualquer
forma não deixa de ser apropriada a terminologia.

Portanto, é perfeitamente idêntica a terminologia nessas empresas. Por


exemplo, o serviço de câmbio de um banco faz aparecer gastos que se
transformam em custo de um serviço que se torna imediatamente uma despesa.
Assim há nessas situações certa sofisticação e refinamento na separação das
diversas fases.
A palavra custo também significa o preço original de aquisição de qualquer
bem ou serviço, inclusive leigamente; daí se falar em “custo de uma obra”, “custo
de um automóvel adquirido”, “custo de uma consulta”, etc.
Contudo, quando se fala em “Contabilidade de Custos”, estamos nos referindo
apenas aos bens ou serviços utilizados na produção de outros bens e serviços.

Gestão de Custos
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3.3 A Difícil Separação, na prática, de Custos e


Despesas
Teoricamente, a separação é fácil: os gastos relativos ao processo de
produção são custos, e os relativos à administração e aos financiamentos são
despesas.
Na prática, entretanto, uma serie de problema aparece pelo fato de não ser
possível a separação de forma clara e objetiva. Por exemplo, é comum
encontrarmos uma única administração, sem a separação da que realmente
pertence à fabrica; surge daí a prática de se ratear o gasto geral da administração,
parte para despesa e parte para custo, rateio esse sempre arbitrário, pela
dificuldade prática de uma divisão científica. Normalmente, a divisão é feita em
função da proporcionalidade entre número de pessoas na fábrica e fora dela, ou
com base nos demais gastos, ou simplesmente em porcentagens fixadas pela
Diretoria.
Outros exemplos mais específicos: gasto com o Departamento de Recurso
Humanos ou Pessoal; por haver comumente um único departamento que cuida
tanto do pessoal da fábrica como do pessoal da administração, faz-se a divisão de
seu gasto total em custo e despesa. Ou também o Departamento de Contabilidade,
que engloba a Contabilidade Financeira e a de Custos, e por essa razão tem, às
vezes, seu gasto total de funcionamento dividido parte para despesa
(Contabilidade Financeira) e parte para custo (Contabilidade de Custos).
Os mesmos problemas existem para outros setores, tais como Departamento
de Compras, que efetua aquisições tanto para a área de produção quanto para a
administração, vendas, etc.; ou Almoxarifado, que presta serviços à produção e
também ao resto da empresa; Manutenção, idem, etc.
Como tentativa de solução ou pelo menos de simplificação, algumas regras
básicas podem ser seguidas:
a) Valores irrelevantes dentro dos gastos totais da empresa não devem ser
rateados.
Se, exemplificativamente, o gasto com o Departamento de Pessoal for de 0,3% dos
gastos totais, dever-se-á trata-lo como despesa integralmente, sem rateio para a
fábrica (Conservadorismo e Materialidade).

b) Valores relevantes, porém repetitivos a cada período, que numa eventual divisão
teriam sua parte maior considerada como despesas, não devem também ser
rateados, tornando-se despesa por seu montante integral (Conservadorismo
também).
Por exemplo, a administração é centralizada, incluindo a da produção, que
representa 67% dos gastos totais da empresa; numa eventual distribuição, 2/3
destes gastos ficariam como despesas. Logo, o melhor critério é trata-los
totalmente como despesa.

Gestão de Custos
12

c) Valores cujo rateio é extremamente arbitrário devem ser evitados para


apropriação aos custos (idem).
Por exemplo, a apropriação dos honorários da diretoria só seria relativamente
adequada se houvesse um apontamento do tempo e esforço que cada diretor
devotasse ao processo de administração e vendas e ao de produção. Como isso é
praticamente impossível e já que é extremamente arbitrário qualquer critério de
rateio (porcentagem prefixada, proporcionalidade com a folha de pagamento, etc),
o mais indicado é seu tratamento como despesa no período em que foram
ocorridos.
Em suma, só devem ser rateados e ter uma parte atribuída aos custos de
produção e outra às despesas do período os valores relevantes que visivelmente
contêm ambos os elementos e podem, por critérios não excessivamente arbitrários,
ser divididos nos dois grupos.

3.4 Onde terminam os Custos de Produção


É bastante fácil a visualização de onde começam os custos de produção, mas
nem sempre é da mesma maneira simples a verificação de onde eles terminam.
É relativamente comum a existência de problemas de separação entre custos
e despesas de venda.
A regra é simples, bastando definir-se o momento em que o produto está
pronto para a venda. Até aí, todos os gastos são custos. A partir desse momento,
despesas.
Por exemplo, os gastos com embalagens podem tanto estar numa categoria
como noutra, dependendo de sua aplicação; quando um produto é colocado para
venda tanto a granel quanto em pequenas quantidades, seu custo terminou quando
do término de sua produção. Como a embalagem só é aplicada após as vendas,
deve ser tratada como despesa. Isso implica a contabilização do estoque de
produtos acabados sem a embalagem, e esta é ativada num estoque à parte.
Se, por outro lado, os produtos já são colocados à venda embalados de forma
diferente, então seu custo total inclui o de seu acondicionamento, ficando ativados
por esse montante.

Gestão de Custos
13

4. Classificação de Custos

4.1 Custo Direto


São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos
fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.

EXEMPLOS:

 Matéria-prima - Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade


exata de matéria prima que está sendo utilizada
para a produção de uma unidade do produto. Sabe-
se o preço da matéria-prima, o custo daí resultante
está associado diretamente ao produto.
 Mão-de-Obra direta - Trata-se dos custos com os trabalhadores
utilizados diretamente no produção. Sabendo-se
quanto tempo cada um trabalhou no produto e o
preço da mão-de-obra, é possível apropriá-la
diretamente ao produto.
 Material de
embalagem.
 Depreciação de equipamento quando é utilizado para produzir apenas um
tipo de produto.
 Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi
consumido na produção de cada produto.

Gestão de Custos
14

4.2 Custo Indireto


São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para
serem apropriados em diferentes produtos, portanto, são os custos que só são
apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro utilizado para as estimativas
é chamado de base ou critério de rateio.

EXEMPLOS:

Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de um


produto.
Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.
Aluguel da fábrica.
Gastos com limpeza da fábrica.
Energia elétrica que não pode ser associada ao produto

OBSERVAÇÕES:

Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.


Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno valor que não
compensaria o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado como
indireto.
Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis.

Gestão de Custos
15

4.3 Custo Fixo


Custos Fixos são aqueles cujos valores são os mesmos quaisquer que seja o
volume e produção da empresa. É o caso, por exemplo, do aluguel da fábrica. Este
será cobrado pelo mesmo valor qualquer que seja o nível de produção, inclusive no
caso da fábrica nada produzir.

Observe que os Custos Fixos são fixos em relação ao volume de produção,


mas podem variar de valor no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo
quando sofre
reajuste em determinado mês, não deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma
vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a produção do mês. Outros
exemplos: Imposto Predial, Depreciação dos equipamentos (pelo método linear),
Salários de vigias e porteiros da fábrica, Prêmios de seguro, etc.

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS FIXOS (CF)

Valor

CF

Quantidade

4.4 Custo Variável


Custos Variáveis são aqueles cujos valores se alteram em função do volume
de produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidade produzida, o Custo Variável será nulo. Os Custos Variáveis aumentam à
medida que aumenta a produção.

OUTROS EXEMPLOS:

Materiais indiretos consumidos.


Depreciação dos equipamentos (quando esta for feita em função das
horas/máquina trabalhadas).
Gastos com horas-extras na produção.

Gestão de Custos
16

GRÁFICO REPRESENTATIVO DOS CUSTOS VARIÁVEIS (CV)

Valor

CV

Quantidade

GRÁFICO CLÁSSICO DOS CUSTOS TOTAIS (CT)

Valor

CT

CV

Quantidade

Gestão de Custos
17

4.5 Custo Semi-Fixo


Custos Semi-Fixos são custos que são fixos numa determinada faixa de
produção, mas que variam se há uma mudança nesta faixa.

Considere, por exemplo, a necessidade de supervisores de produção de uma


fábrica expressa na tabela a seguir:

Volume de Produção Quantidade Custo em R$


Necessária de (Salários + Encargos)
Supervisores
0 - 20.000 1 120.000
20.001 - 40.000 2 240.000
40.001 - 60.000 3 360.000
60.001- 80.000 4 480.000

4.6 Custo Semi- Variável


Custos Semi-Variáveis são custos que variam com o nível de produção mas
que, entretanto, têm uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção. É
o caso, por exemplo, da conta de energia elétrica da fábrica, na qual a
concessionária cobra uma taxa mínima mesmo que nada seja gasto no período,
embora o valor da conta dependa do número de quilowatts consumidos e, portanto,
do volume de produção da empresa. Outros exemplos: aluguel de uma copiadora
no qual se cobra uma parcela fixa mesmo que nenhuma cópia seja tirada; gasto
com combustível para aquecimento de uma caldeira, que varia de acordo com o
nível de atividade, mas que existirá, mesmo que seja num valor mínimo, quando
nada se produza, já que a caldeira não pode esfriar.

4.7 Custos Unitários


É de suma importância percebermos o comportamento dos custos fixos e
variáveis em termos de valores unitários.
Vejamos o seguinte exemplo:
Um curso preparatório aluga uma sala de aula por R$ 1.000,00. Se ela tiver
apensa um aluno matriculado, este aluno terá de “bancar” o custo do aluguel
sozinho.
Ao contrario, se tivermos dois alunos matriculados, cada um arcará com o
custo de R$ 500,00 e assim sucessivamente, ou seja, O CUSTO FIXO UNITÁRIO É
VARIAVEL.
Da mesma fora, sempre gastamos a mesma quantidade de matéria prima
para fazermos uma unidade de um produto, ou seja, O CUSTO VARIAVEL UNITÁRIO
É FIXO.
É relevante ressaltar que o comportamento em fixo e variável ocorre
sempre dentro de um intervalo de produção.

Gestão de Custos
18

5. Material direto

5.1 Introdução
O gráfico a seguir pretende situar, nas operações normais de uma empresa
industrial, o estudo que vimos realizando.

Almoxarifado Fábrica
Depósito
Materiais
Produtos em Produtos
Processo Acabados

Custo das mercadorias


Materiais Custo das mercadorias
fabricadas
Consumidos vendidas

Mão-de-obra
Aplicada Custos indiretos
aplicados

A soma das parcelas dos fatores de produção, que são debitados à conta de
Produção, é igual ao custo fabril.

Os custos das diversas fases podem ser determinados pelas fórmulas que se
utilizam dos valores dos estoques inicial e final. Esse processo é chamado de
método do inventário periódico e será analisado neste capítulo, bem como um
segundo processo, mais informativo, embora mais trabalhoso, chamado de método
do inventário permanente (ou perpétuo).

Gestão de Custos
19

Cumpre lembrar, desde já, para melhor situar o que se expõe, que os
estoques inicial e final deverão ser avaliados, se adotarmos o método periódico;
assim como as retiradas dos estoques e da produção, no caso de adotado o método
do inventário permanente (ou perpétuo). Existem vários critérios para a avaliação
desses estoques. Dedicar-nos-emos apenas a três deles.

5.2 Métodos de contabilização


As transações que envolvem aquisições e requisições de materiais,
transferências e venda de produtos acabados numa empresa industrial, compra e
venda de mercadorias numa empresa comercial, e aquisição e consumo de material
de consumo em qualquer tipo de organização são registradas por meio de dois
métodos distintos.
O método do inventário periódico não requer a manutenção de um registro
em termos monetários e contínuos dos estoques. Em lugar desse registro corrente,
os custos são registrados em contas específicas segundo a natureza da transação:
Compras, Fretes de Compras, Devolução de Compras. Os custos do material
consumido ou os custos das mercadorias vendidas são calculados no final do
período contábil, quando se levantam os estoques físicos. As fórmulas básicas para
determinação do custo são:

Estoque Inicial de Materiais


+ Compras de Materiais
- Estoque Final de Materiais
= Materiais Consumidos
e

Estoque Inicial de Produtos em Processo


+ Custo Fabril
- Estoque Final de Produtos em Processo
= Custo das Mercadorias Fabricadas

e, ainda,
Estoque Inicial de Produtos Acabados
+ Custo das Mercadorias Fabricadas
- Estoque de Produtos Acabados
= Custo das Mercadorias Vendidas.

Denomina-se esse método periódico, porque é necessário o levantamento


físico dos estoques, no final de cada período contábil, quando se deseja determinar
o custo do período (Fremgen 1966:76). O método do inventário perpétuo requer a
manutenção de um registro em termos monetários contínuos que acompanhe os
materiais, o trabalho em processo e o custo dos produtos vendidos; ao se
movimentarem a débito e a crédito as contas de inventário, obtêm-se
permanentemente os seus saldos. "Tal facilita o controle administrativo e a
preparação das demonstrações periódicas” (Horngren, 1962:23).

Gestão de Custos
20

No método do inventário periódico são geralmente utilizadas as contas


Compras,
Vendas e Estoque de Mercadorias.

No método do inventário permanente as contas são: Estoque de Mercadorias,


Vendas e Custo de Vendas.
Quando a empresa usa o método do inventário periódico, todas as compras
são debitadas à conta Compras, aos preços de aquisição; todas as vendas são
registradas a crédito da conta Vendas, aos preços de venda. O valor registrado a
débito da conta Estoque de Mercadorias é o valor do estoque inicial do período em
estudo. Esse valor será ajustado no fim do período, por meio de um lançamento
contra a conta Resultado do Período.
Quando a empresa adota, para o registro das transações de compra e venda
de mercadorias, o método do inventário permanente, a compra de mercadorias é
registrada a débito da conta Estoque de Mercadorias; a venda de mercadorias é
registrada por dois lançamentos: o primeiro, debitando a conta Caixa ou Contas a
Receber e creditando a conta Vendas aos preços de venda; o segundo registra a
saída de mercadorias do estoque, debitando-se a conta Custo de Vendas e
creditando-se a conta Inventário de Mercadorias, pelos preços de aquisição.

Exemplo iIustrativo
Suponha as seguintes transações:

Estoque inicial: 500 unidades a $10,00 $5.000,00


a) 1ª Compra 500 unidades a $10,00 a prazo $3.000,00
b) 1ª Venda 400 unidades a $15,00 a dinheiro $6.000,00
c) 2ª Compra 300 unidades a $10,00 a dinheiro $3.000,00
d) 2ª Venda 300 unidades a $15,00 a prazo $4.500,00

Propositadamente, imaginamos um regime estável de preços, a fim de não


complique o problema. Ainda neste capítulo vamos registrar as operações de uma
empresa que atua num ambiente econômico no qual os preços estão sujeitos a
variação.

O registro das transações acima, adotando-se o método do inventário


periódico e segundo rotinas já explicadas, teria o seguinte desenvolvimento:
$4.500,00

Inventário de Mercadorias Compras Vendas


EI 5.000,00 (g) 5.000,00 (a) 3.000,00 (e) 6.000,00 (f) 10.500,00 (b) 6.000,00

(h) 4.000,00 (c) 3.000,00

Caixa Contas a Receber Contas a Pagar


(b) 6.000,00 (c) 3.000,00 (d) 4.500,00 (a) 3.000,00

Gestão de Custos
21

As três contas: Caixa, Contas a Receber e Contas a Pagar são mais


relacionadas à contabilidade financeira, por isso não foram incluídas nas explicações
das rotinas do método de contabilização do inventário periódico. São agora
movimentadas para que os lançamentos fiquem balanceados de acordo com o
método das partidas dobradas.

Após a realização dessas transações, a fim de que seja conhecido o lucro do


período, é necessário levantar o inventário físico no final do exercício e avaliá-lo.

Segundo as operações realizadas, o estoque físico em unidades e em valor


será:

Unidades
Entrada Saída Saldo
Estoque inicial 500
(a) 300 800
(b) 400 400
(c) 300 700
(d) 300 400

Contabilmente, o lucro do período será determinado pela conta de Resultado


do Período, que vai registrar todos os saldos das contas de Rendas e Despesas,
além do ajustamento do estoque.

Resultado do Período
(e) 6.000,00 (f) 10.500,00
(h) 4.000,00 (h) 4.000,00
Lucro
3.500,00

Através desses lançamentos de encerramento obtivemos:

1. O lucro do período: $3.500,00. Isto é, 700 unidades com uma margem bruta
unitária de $ 5,00 ($15,00 - $ 10,00).

2. O valor correto do estoque. Isto é, aparece agora na conta o valor das


quantidades existentes no fim do período: $4.000,00.

3. A conta Compras aparece com saldo zero. No próximo exercício esta conta
receberá
os valores das aquisições relacionadas àquele exercício.

4. O registro das mesmas transações, agora adotando-se o método do inventário


perpétuo, será:

Gestão de Custos
22

Estoque de Mercadorias Custo de Vendas Vendas


EI 5.000,00 (b) 4.000,00 (b) 4.000,00 (f) 7.000,00 (e) 10.500,00 (b) 6.000,00
(a) 3.000,00 (d) 3.000.,00 (d) 3.000,00 (d) 4.500,00
(c) 3.000,00

Caixa Contas a Receber Contas a Pagar


(b) 4.000,00 (c) 3.000,00 (d) 4.500,00 (a) 3.000,00

É possível notar que tanto a transação (b) quanto a (d) admitem dois registros:

1. O registro da venda das mercadorias a preços de venda.


2. O registro da baixa do estoque a preços de compra.

Contabilmente, o resultado do período será determinado pela conta de Resultado,


que vai registrar todos os dados das contas de Rendas e Despesas.

Resultado
(f) 7.000,00 (e) 10.500,00
Resultado:
3.500,00

De acordo com esse método, o valor do estoque final já está determinado


contabilmente: $4.000,00. Anualmente, é necessário levantar o estoque físico,
avaliá-I o e estabelecer uma comparação entre ele e o estoque contábil.

Gestão de Custos
23

5.3 Critérios de avaliação dos estoques


Na prática, quando produtos iguais são comprados a preços diferentes e em
épocas diversas, e vendidos a preços diversos em diferentes épocas, os problemas
de custeamento dos estoques finais e das saídas de mercadorias do estoque
tornam-se complexos, existindo vários critérios que procuram apresentar soluções
satisfatórias.

A fórmula já estudada, para cálculo do lucro, é:

Vendas - Custo de Vendas = Lucro Bruto

e a fórmula geral, para determinação do custo, é:

Estoque Inicial + Compras - Estoque Final = Custo de Vendas.

Podemos facilmente observar que uma avaliação maior ou menor dos estoques afe-
tará fatalmente o Resultado do Período.

Os critérios de avaliação de estoques mais conhecidos (Fremgen,


1966:78) são:
PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)
Custo Médio (Média Aritmética Ponderada)

O custo PEPS considera que as primeiras unidades que entraram no


estoque (inclusive as já existentes no estoque inicial) são as primeiras a sair. Nesse
caso, as unidades que permanecem no estoque são as unidades referentes às
últimas compras. Num período em que os preços estão em elevação, o estoque
final terá um valor mais alto do que se o critério usado fosse o UEPS. O estoque
final de valor mais elevado dará como resultado um custo de vendas mais baixo e,
conseqüentemente, um lucro maior, Esse método, num regime inflacionário, tem a
vantagem de refletir o valor corrente do estoque final e a desvantagem de distorcer
o valor do lucro. "Talvez a principal vantagem do critério PEPS é que ele
aparentemente se ajusta ao fluxo físico das mercadorias na maioria das vezes"
(Fremgen, 1966:79).

O custo UEPS considera que as últimas unidades a entrar no estoque são as


que sairão em primeiro lugar. Nesse caso, as unidades que permanecem no
estoque são as unidades originais. Num período em que os preços estão em
elevação, o estoque final terá um valor menor do que se usarmos o critério PEPS.
Um estoque assim avaliado resultará num custo de vendas mais alto. Um custo de
vendas mais alto, de acordo com a fórmula geral, dará como resultado um lucro
menor. As nossas leis são muito precisas a respeito, quando estabelecem que os
inventários devem ser avaliados pelo custo ou mercado (o que for mais baixo). O
critério UEPS é aquele que numa economia inflacionária melhor reflete o lucro do
período. "Óbviamente, o critério UEPS não se ajusta ao fluxo físico das
mercadorias exceto em circunstâncias não muito freqüentes” (Fremgen, 1966:81).
É preciso salientar que o critério UEPS é, antes de tudo, um fluxo de custos e não
de mercadorias.

Gestão de Custos
24

Em alguns países, as leis fiscais permitem que a empresa use qualquer método ou
critério, desde que adote os preceitos da manutenção de métodos e o da sua
apresentação clara no Balanço. Note-se que a redução do lucro de um exercício é
mais ou menos compensada pelo aumento do lucro no exercício seguinte, pois o
estoque final de um exercício nada mais é do que o estoque inicial do exercício
seguinte. Não ha, portanto, longo prazo, uma redução do lucro, mas apenas a sua
contabilização no exercício em que efetivamente se verifica. Não estamos
considerando aqui os problemas do valor do dinheiro no tempo. Claro que esse fato
poderia ser forte argumento, mas vamos deixar para estudá-lo num momento mais
oportuno, para não fazer uma digressão quanto ao ponto que estamos estudando.
O Custo Médio representa a média ponderada de todas as entradas no
estoque, inclusive o estoque inicial. O valor do custo médio do período será
adotado para a avaliação das unidades que permanecem no estoque final. O
critério do custo médio, embora seja o mais empregado, apresenta as
desvantagens dos critérios PEPS e UEPS, sem apresentar as suas vantagens, isto
é, no caso em que os preços estão apresentar ascensão. Esse método não reflete
nem o valor do estoque final, nem o lucro do período. Todavia, se a economia é
mais ou menos estável, ele tende a compensar as variações de preço do período,
refletindo melhor tanto a renda como o valor do estoque final.
Existem outros critérios, porém básicos são os três já estudados. Quando
se diz
custo ou mercado, o que for mais baixo, os valores do custo são determinados
por algum dos critérios acima.
Muitos autores indicam, como critério de avaliação dos estoques, os
custos-padrão.
Esse critério administrativo atinge as finalidades de controle das operações, mas
não
atende às necessidades de determinação do lucro.
Para efeitos fiscais, a empresa que adota o sistema de custos-padrão, para
avaliação de inventários, terá que proceder a uma correção para a determinação
do lucro real (tributável).

Apresentação dos critérios

PEPS

Para melhor assimilação do critério PEPS, vamos imaginar um depósito


construído
do seguinte modo:

Entrada de Saída de
mercadoria 3 2 1 mercadoria
.

Gestão de Custos
25

Se Considerarmos que os produtos são geladeiras adquiridas pelos seguintes pre-


ços:

Geladeira nº 1 - $1.000
Geladeira nº 2 - $2.000
Geladeira nº 3 - $3.000

Se o preço de venda é de $ 3.500 e, ainda, que são vendidas duas geladeiras,


Pode.
10S observar como funciona basicamente o critério PEPS, ou seja: os primeiros a .
que entram no estoque são os primeiros a ser vendidos.

Partindo do critério, notamos que o Custo das Mercadorias Vendidas foi igual a
$3.000
para as duas geladeiras que foram vendidas, a nº 1 e a nº 2. a

Nesse caso, o lucro seria assim calculado:

Vendas - 2 geladeiras x $3.500 = $ 7.000


Custo de Vendas $
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Final
1 geladeira (nº 3) 3.000
3.000
Resultado Bruto sobre as vendas 4.000

Para o critério UEPS, vamos imaginar um depósito assim construído:

Entrada de
mercadoria

3 2 1
Saída de
mercadoria

Nesse depósito, os artigos que entram em primeiro lugar são os


últimos a sair.
Vamos os usar o mesmo exemplo anterior - o das três geladeiras. O lucro do
período, adotando agora o critério UEPS, seria:

Vendas - 2 geladeiras $ 7.000


Custo de Vendas $
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Final
1 geladeira (nº 1) 1.000
5.000
Resultado Bruto sobre as Vendas 2.000

Gestão de Custos
26

Custo Médio

(Qualquer que seja o tipo de depósito.) O custo médio das geladeiras que
são adquirida no período, incluindo o estoque inicial, é o mesmo, porque nada mais
é do que a média aritmética ponderada das entradas de mercadorias.

No exemplo das geladeiras, o custo médio seria calculado do


seguinte modo:

$
Geladeira 1 1.000
Geladeira 2 2.000
Geladeira 3 3.000
6.000

Custo médio = $6.000 = $2.000


3 geladeiras

A Demonstração do Resultado parcial seria:


$
Vendas - 2 geladeiras a 7.000
$
Compras - 3 geladeiras a 6.000
Menos: Estoque Inicial
1 geladeira a 4.000
Resultado Bruto sobre as Vendas 3.000

Podemos fazer agora um resumo dos diversos critérios, em relação a uma economia, em
que os preços estão em elevação.

Critérios Estoque Rnal Custos de Vendas Lucro


PEPS Maior Menor Maior
UEPS Menor Maior Menor
Custo Médio Entre os dois Entre os dois Entre os dois

Exemplo Ilustrativo

Para melhor fixação dos critérios de avaliação estudados, vejamos o seguinte


exemplo:
$ $
Estoque inicial – 200
10,00 2.000,00
unidades
Dia 5 – Compra de 50 unidades a 15,00 750,00
Dia 10 – Venda de 120 unidades a 20,00 2.400,00
Dia 15 – Compra de 70 unidades a 21,00 1.470,00
Dia 20 – Venda de 120 unidades a 20,00 2.400,00
Dia 25 – Compra de 80 unidades a 25,50 2.040,00
Dia 29 – Venda de 100 unidades a 30,00 3.000,00
Estoque Final – 60 unidades

Gestão de Custos
27

Primeiramente, devemos supor que a empresa adota o método de


contabilização denominado inventário periódico. Nesse caso, como a conta Estoque
de Mercadorias registra apenas o saldo inicial, os cálculos dos valores do estoque
final serão assim preparados:
Custo médio:

$ $
Estoque Inicial 200 unid. 10 Cada 2.000
a
Compras 50 unid. a 15 Cada 750
7 unid. a 21 Cada 1.470
80 unid. a 25,50 Cada 2.040
400 6.260

$ 6.260 / 400 unidades = $15,65


Estoque Final – 60 unidades x $ 15,65 = $ 939,00

Custo PEPS:

As últimas unidades pertencem à última compra:


60 unidades x $25,50 = $ 1.530,00

Custo UEPS:

As últimas unidades pertencem ao estoque inicial:


60 unidades a $10,00 = $ 600,00

Para mostrar a influência dos critérios de avaliação dos estoques no


Resultado do Período, a seguir está uma comparação dos lucros obtidos, adotando-
se os três critérios estudados.

Médio PEPS UEPS


7.800 7.800 7.800
Vendas
Custo de Vendas
Estoque inicial 2.000 2.000 2.000
+ Compras 4.260 4.260 4.260
6.260 6.260 6.260
Estoque Final 939 5.321 1.530 4.730 600 5.660
Resultado Bruto 2.479 3.070 2.140

Gestão de Custos
28

Condições a respeito dos estoques inicial e final

Para melhor compreensão do reflexo do emprego dos critérios de avaliação


dos estoques no lucro do período, inclusive quanto a modificações resultantes do
valor do estoque inicial, examinaremos a seguinte situação:

Empresa A
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 4.500

Resultado Bruto 5.500

Empresa B
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 6.500

Custo de Vendas 2.500

Resultado Bruto 7.500

Essas duas empresas partiram de dados iguais, exceto com relação ao


estoque final. O seu valor, na empresa B, foi superior ao de A, o que ocasionou um
lucro maior. Podemos, então, concluir que:

Quanto maior for o estoque final, maior será o lucro.

Gestão de Custos
29

Examinemos, agora, outra situação;

Empresa A
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 2.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
9.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 4.500

Resultado Bruto 5.500

Empresa B
$
Vendas 10.000
$
Estoque Inicial 4.000
+ Compras 7.000
Mercadorias
11.000
Disponíveis
Estoque Final 4.500

Custo de Vendas 6.500

Resultado Bruto 3.500

Nessa segunda situação, variou apenas o valor do estoque inicial; na empresa


S foi maior, o que ocasionou um lucro menor. Concluímos, então, que:

Quanto maior for o estoque inicial, menor será o lucro.

Observamos, então, que os valores dos estoques influenciam diretamente o


lucro, o que vai exigir um cuidado todo especial na avaliação dos mesmos, para que
a empresa não apresente resultados fictícios.

Uma sobreestimação do estoque final causa uma sobreestimação no lucro de


um ano, mas como esse mesmo estoque final será o estoque inicial do ano seguinte
e se se mantiver o mesmo critério de avaliação, o lucro do ano seguinte será
subestimado, havendo uma compensação em dois períodos consecutivos. Essas
observações são reSumidas (Finney & Miller, 1963:284):

Gestão de Custos
30

5.4 Combinação dos critérios com os métodos


Alguns problemas podem ainda surgir da aplicação da avaliação dos estoques
e conseqüentemente da avaliação das retiradas do estoque.

Se o critério usado for o PEPS, os resultados serão os mesmos,


independentemente do emprego dos diferentes métodos de contabilização
(periódico ou perpétuo).
Porém, se o critério usado para avaliação dos estoques e das retiradas for o UEPS I
o Custo Médio, aparecerão diferenças nos resultados quando aplicarmos o método
~ contabilização do inventário periódico ou o método do inventário perpétuo.
Vejamos o exemplo abaixo (Bierman Jr., 1959:146):

Estoque Inicial 10.0. unidades a $2,0.0. cada $20.0.


1) Vendas 80. unidades
20.0. unidades
2) Compras $2,10. cada $420.
a
3) Vendas 220. unidades
30.0. unidades
4) Compras $2,20. cada $660.
a
5) Vendas 20.0. unidades
10.0. unidades
6) Compras $2,25 cada $225
a

Suponha que se adote o:


a) método periódico

b) critério UEPS

O estoque final é igual a 200 unidades. Seguindo as rotinas do método do


inventário periódico, o valor do Estoque Inicial de Mercadorias não foi alterado, de
vez que não
e fazem lançamentos na conta pelas retiradas.

O estoque final avaliado pelo critério UEPS será igual a

100. unidades a $2,00


10.0. unidades a $2,10.
$410.
Suponha, agora, que se adote o:

a) método perpétuo

b) critério UEPS
De acordo com as rotinas já explicadas, cada retirada do estoque será
contabiliza-la. Nesse caso, o critério será constantemente empregado para o
custeio das mercadorias que estão sendo vendidas.

Gestão de Custos
31

Teremos a seguinte situação:

Estoque
Débito Crédito

Saldo inicial: 10.0. u. a $2,0.0. $20.0.

- Saldo apóS a venda: Venda: 80. u. a $2,0.0. $160.,0.0.


20. u. a $2,0.0. $40.
Compra: 20.0. u. a $2,10. $420
Saldo após a compra:
20. u. a $2,0.0. $40
20.0. u. a $2,10. $420
Saldo após a venda: Zero Venda: 220. u.
20. u. a $2,0.0. $40,00
20.0. u. a $2,10. $420,00.
Compra: 30.0. u. a $2,20. $660, 00
Saldo após a venda: Venda: 20.0. u. a $2,20. $440,00.
10.0. u. a $2,20. $220,00
Compra: 10.0. u. a $2,25 $225, 00

Saldo final 20.0.u. $445,00.

Como se nota, há uma diferença no valor do estoque final e,


conseqüentemente, no custo das mercadorias vendidas, embora os dados sejam os
mesmos e o critério de avaliação também seja igual. Apenas os métodos de
contabilização foram diferentes.
Estudando o mesmo assunto, Matz, Curry e Frank (1967:264-72) exploram
o problema com o concurso de outras operações, tais como Devolução de Compras
e Devoluções de Materiais da Produção para o Almoxarifado. Cada critério de
avaliação vai oferecer resultados diferentes.
Ao estudarmos os sistemas de custeamento, principalmente quando nos
detivernos no custeamento por processo; vamos constatar que certos fatos, como a
época f e entrada dos materiais na Produção e as perdas de fabricação, complicarão
de certa forma os cálculos dos custos; e que o emprego de cada critério de
avaliação do custo das mercadorias fabricadas e dos estoques fornecerá resultados
também diferentes.
(Horngrell, 1962:471-2).

Gestão de Custos
32

6. Mão-de-obra Direta

Mão-de-obra Direta é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente


sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo
despendido e a identificação de quem executou o trabalho, sem necessidade de
qualquer apropriação indireta ou rateio. Se houver qualquer tipo de alocação por
meio de estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a característica de
"direta".

6.1 Exemplos de Separação entre Mão-de-obra Direta


e Indireta
O operário que movimenta um torno, por exemplo, trabalhando um produto
ou componente de cada vez, tem seu gasto classificado como Mão-de-obra Direta.
Porém, se outro operário trabalha supervisionando quatro máquinas, cada uma
executando uma operação num produto diferente, inexistindo possibilidade de se
verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquela pessoa,
temos aí um tipo de Mão-de-obra Indireta.
Se surgir a possibilidade de se conhecer o valor de mão-de-obra aplicada no
produto de forma direta por medição, existe a Mão-de-obra Direta; se se recorrer a
qualquer critério de rateio ou estimativa, transforma-se, para efeito contábil, em
Indireta.
Encontra-se às vezes outro tipo de conceituação, tratando-se como direta
toda e qualquer mão-de-obra utilizada na produção, mas isso traz algumas
conseqüências indesejáveis, como se poderá ver durante este Capítulo.
Ocorre muitas outras vezes haver a possibilidade de a empresa medir a mão-
de-obra mas, por razões econômicas, não o fazer; ou então essa medição é difícil
de ser realizada, e desiste-se dela. Temos aí a existência física da Mão-de-obra
Direta, mas a Contabilidade de Custos a tratará como Indireta devido à adoção de
sua alocação por critérios estimativos (como ocorre com vários outros custos
diretos, como materiais, tinta etc.). Essas razões de desistência de medição podem
ser: pequeno valor da mão-de-obra, inexistindo interesse por uma medida mais
apurada; custo elevado para se fazer a medição; dificuldade de se processar a
mensuração (como no caso de um homem operando diversas máquinas) etc.
A mão-de-obra Indireta poderia ser sempre subclassificada como, por
exemplo: a) aquela que pode, com menor grau de erro e arbitrariedade, ser
alocada ao produto, como a de um operador de grupo de máquinas; b) aquela que
só é apropriada por meio de fatores de rateio, de alto grau de arbitrariedade, como
o das chefias de departamentos etc. (Quando falamos em operador ou supervisor
de máquinas, só podemos tratar a mão-de-obra como indireta se estiverem sendo

Gestão de Custos
33

elaborados diversos produtos; se fosse produzido apenas um, logicamente seria


Mão-de-obra Direta dele).
Devido à evolução das tecnologias de produção, há uma tendência cada vez
mais forte à redução da proporção de Mão-de-obra Direta no custo dos produtos; a
mecanização e a robotização reduzem o número global de pessoas, especialmente
daquelas que operam diretamente sobre os produtos.
Alguns exemplos mais comuns de mão-de-obra direta são: torneiro, prensista,
soldador, cortador, pintor etc. E de mão-de-obra indireta: supervisor, encarregado
de setor, carregador de materiais, pessoal da manutenção, ajudante etc.

6.2 Mão-de-obra Direta: Custo Variável?


Mesmo que a remuneração do operário seja contratada por hora, o que
ocorre com o seu pagamento no fim do mês? A legislação trabalhista brasileira,
diferente de inúmeros outros países, garante-lhe um mínimo de 220 horas. Mesmo
que só tenha trabalhado metade disso, mas se teve à disposição da empresa todo o
tempo exigido contratual e legalmente, fará jus àquele mínimo. O contrato acabou
por produzir um gasto fixo mensal com esse operário. Será por isso a Mão-de-obra
Direta um custo fixo também?
Convém aqui distinguirmos entre o que seja custo de Mão-de-obra Direta e
gastos com Folha de Pagamento. No caso acima, a folha é um gasto fixo (pelo
menos quando não excede às 220 horas), mas a Mão-de-obra Direta não. E isso
devido ao fato de só poder ser considerada como Mão-de-obra Direta a parte
relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produção, e de forma direta.
Se alguém deixa, por qualquer razão, de trabalhar diretamente o produto, esse
tempo ocioso ou usado em outras funções deixa de ser classificado como Mão-de-
obra Direta. Se, por exemplo, houver uma ociosidade por razões tais como falta de
material, de energia, quebra de máquinas etc., dentro de limites normais, esse
tempo não utilizado será transformado em custo indireto para rateio à produção.
Se, por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido for
muito grande, será esse tempo transferido diretamente para perda do período
(como no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.).
Portanto, custo de Mão-de-obra Direta não se confunde com valor total pago à
produção, mesmo aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada dire-
tamente sobre o produto. Portanto, o custo de Mão-de-obra Direta varia com a pro-
dução, enquanto a Folha relativa ao pessoal da própria produção é fixa. Essa
distinção é de absoluta importância para inúmeras finalidades.
Uma exceção pode existir, entretanto, e podemos ter Mão-de-obra Direta fixa.
Tal fato ocorre quando existe um equipamento que tem seu volume de produção
ditado por regulagem. Aumenta ou diminui o volume da produção, mas continua o
mesmo número de homens diretos trabalhando, pelo menos dentro de certos
limites. Neste caso, assume a Mão-de-obra Direta o comportamento de custo fixo.

Gestão de Custos
34

6.3 O que Integra o Custo da Mão-de-obra Direta


Em alguns países, como no caso dos EUA, atribui-se muitas vezes como custo
de Mão-de-obra Direta somente o valor contratual, sem inclusão dos encargos
sociais; tal procedimento pode ser aceitável num local como esse, onde tais
encargos normalmente não são grandes e, o que é importante, nem sempre
dependem diretamente do valor da própria Mão-de-obra. Mas no Brasil esse fato
assume outra magnitude, sendo necessária a inclusão desses encargos no custo
horário da Mão-de-obra Direta.
Nesses países, os encargos sociais assumem um caráter mais de custo fixo do
que de variável, por serem mais uma função do número de pessoas do que do valor
pago. No Brasil, todavia, são totalmente dependentes do pagamento feito,
tomando-se tais encargos uns custos variáveis com relação à própria mão-de-obra
e diretamente proporcionais a ela.
Na situação de nosso país, ao se optar então pela inclusão dos encargos
sociais no próprio montante da Mão-de-obra Direta, precisa-se calcular para cada
empresa (ou para cada departamento, se houver variações significativas entre eles)
qual o valor a ser atribuído por hora de trabalho. Sabemos que decorrem da
legislação e do contrato de trabalho os repousos semanais remunerados, as férias,
o 132. salário, a contribuição ao INSS, a remuneração dos feriados, as faltas
abonadas por gala, nojo etc., além de vários outros direitos garantidos por acordos
ou convenções coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. A quanto
monta esse total?
A maneira mais fácil de calcular esse valor é verificar o gasto que cabe à
empresa por ano e dividi-lo pelo número de horas em que o empregado
efetivamente se encontra à sua disposição. Vejamos um exemplo:
Suponhamos que um operário seja contratado por $100,00 por hora. A jornada
máxima de trabalho permitida pela Constituição brasileira é de 44 horas semanais
(sem considerar horas extras). Supondo-se semana não inglesa, isto é, semana de
seis dias sem compensação do sábado, a jornada máxima diária será de:

44 / 6 = 7,3333 horas
que eqüivalem a 7 horas e 20 minutos.

Assim, podemos estimar o número máximo de horas que um trabalhador pode


oferecer à empresa:

Número total de dias por ano 365 dias


(-) Repousos Semanais Remunerados 48 dias
(-) Férias 30 dias
(-) Feriados 12 dias
(= ) Número máximo de dias à disposição do
275 dias
empregador
x jornada máxima diária (em horas)
(=) Número máximo de horas à disposição, 7,33333 horas
por ano: 2.016,7 horas
(*) deduzidas quatro semanas já computadas
nas férias.

Gestão de Custos
35

A remuneração anual desse empregado será, então, em moeda constante:

(a) Salários: 2.016,7h x $100,00 $201.670,00


(b) Repousos Semanais: 48 x 7,3333 = 352 h x
$100,00 $35.200,00
(c) Férias: 30 dias x 7,3333 = 220h x $100,00 $22.000,00
(d) 13º. Salário: 220h x $100,00 $22.000,00
(e) Adicional Constitucional de Férias: (1/3 de $7.333,33
"C") $8.800,00
(f) Feriados: 12 x 7,3333h = 88h x $100,00 $297.003,33
Total

Sobre esse total o empregador é obrigado a recolher as seguintes contribuições


(em porcentagens):

Previdência Social 20,0%


Fundo de Garantia 8,0%
Seguro - acidentes do trabalho 3,0%
Salário – Educação 2,5%
SE SI ou SESC 1,5%
SENAI ou SENAC 1,0%
INCRA 0,2%
SEBRAE 0,6%
Total 36,8%

O custo total anual para o empregador será, então:

$ 297.003,33 x 1,368 = $ 406.300,56

e o custo-hora será:
$ 406.300,56 / 2.016,7h = $ 201,47

Gestão de Custos
36

7. CUSTOS INDIRETOS

Com a redução gradativa do custo da mão-de-obra direta pela eliminação


de postos de trabalho e sua substituição por atividades automatizadas, os custos
indiretos vêm aumentando sua participação nos custos totais das empresas e,
conseqüentemente, nos seus produtos.
Esse agrupamento contempla todos os elementos de custos que não têm
medição de consumo nos produtos, e por isso mesmo são apropriados por
intermédio de rateios. Exceto a matéria-prima e a mão-de-obra direta,
praticamente todos os demais custos são tratados como indiretos.
Em regra, a base de rateio empregada é a mão-de-obra direta que, como
dissemos, vem reduzindo sua participação e, por isso mesmo, é alvo de críticas por
parte de especialistas em custos, propiciando, como conseqüência, o
desenvolvimento de novos métodos de custeio. Entendemos que a utilização desses
novos métodos deva ser gradativa, em função de avanços do conhecimento sobre o
assunto e do tipo de informação de custos desejada.
Neste trabalho não levamos em consideração essas transformações que estão
acontecendo, o que demandaria um estudo mais aprofundado sobre o assunto.
Porém, é importante que os responsáveis pela apuração de custos atentem para
essa realidade e, empregando o método de custeio aqui desenvolvido (por
absorção), procurem estabelecer bases de rateios que permitam apurar os custos,
gerando confiabilidade aos resultados obtidos.

7.1 Composição dos custos indiretos de fabricação


Podemos subdividir em três grupos os custos indiretos:

a) materiais indiretos: correspondem aos materiais auxiliares empregados no


processo de produção, que não integram fisicamente os produtos; e os materiais
diretos, que não têm medição do consumo nos produtos;

b) mão-de-obra indireta: corresponde à mão-de-obra que não trabalha diretamente


na transformação da matéria-prima em produto ou da qual não há condições de
apontar o tempo gasto nos produtos;

c) outros custos indiretos: todos os demais custos indiretos incorridos na fábrica,


que não são possíveis medir ou quantificar o consumo nos produtos.

Gestão de Custos
37

7.2 Dificuldades para estabelecer as bases de rateios


A dificuldade que encontramos para alocar custos indiretos reside na
definição da base de rateios a ser utilizada, pois é uma tarefa que envolve aspectos
subjetivos e arbitrários. Se o critério adotado não for bem consistente, o resultado
de custos ficará por certo deficiente para atender aos fins a que se propõe. Tendo
em vista, que o montante dos custos indiretos será absorvido pela produção por
qualquer base que venha a ser empregada, alguns produtos podem ficar
subavaliados, enquanto outros, superavaliados. O que se procura ao definir uma
base é minimizar tais distorções.
Para entender essa situação, analisamos um caso bem simples de como
poderíamos alocar o custo da energia elétrica aos três produtos de uma empresa:
X, Y e Z.
Supondo ser de $ 1.500,00 o valor dessa conta, quanto caberia a cada um dos três
produtos?
Em primeiro lugar, sem informações adicionais, podemos dividir em partes
iguais, uma para cada produto:

$ 1.500,00 = $ 500,00 para cada um dos produtos


3

Nessa divisão não se levou em consideração a quantidade fabricada de cada


um que, se for diferente, por certo determinaria um resultado melhor.
Levantando-se o volume de produção, constatamos ser de 310 unidades no
período, assim distribuído por produto:

Produto X = 10 unidades
Produto Y= 100 unidades
Produto Z = 200 unidades
Considerando-se esse volume de produção como base de rateio, o custo da
energia elétrica seria:
$ 1.500,00 = $ 4,83871/unidade
310u

Produto X = 10 unidades X $ 4,83871/u = $ 48,39


Produto Y = 100 unidades X $ 4,83871/u = $ 483,87
Produto Z = 200 unidades X $ 4,83871/u = $ 967,74

Aparentemente, o resultado ficou melhor que o anterior, pois levou em


consideração a quantidade produzida, ou seja, aquele produto que teve uma
produção maior, em tese, deveria absorver parcela maior do custo.
No entanto, podemos admitir que o consumo de energia elétrica seja
proporcional ao tempo de fabricação. Um produto que consumir mais tempo para
ser fabricado, utilizará mais máquina e, conseqüentemente, maior será o seu
consumo de energia e o custo também.
Levantando-se os tempos de fabricação temos:

Gestão de Custos
38

Produto X = 5 horas por unidade


Produto Y = 4 horas por unidade
Produto Z = 10 horas por unidade
Nosso rateio do custo da energia ficaria mais complexo. Temos agora alguns
cálculos
a serem realizados:

1º Cálculo do tempo total de fabricação


Produto Quantidade Tempo Unitário Tempo Total
X 10u 5h 50 h
Y 100u 4h 400 h
Z 200 u 10h 2.000 h
Total de horas 2.450 h

2Q Cálculo da taxa-hora de energia elétrica

Custo da Energia
Custo da Energia = $ 1.500,00 = $ 0,61224/h
Total de horas 2.450 h

Q Cálculo do custo da energia dos produtos


Custo dos
Produto Tempo Total Taxa/Hora
Produtos
X 50 h $ 0,61224 $ 30,61
244,9
Y 400 h 0,61224 $
0
Z 2.000 h 0,61224 $ 1.224,49
Total 2.450 h $ 1.500,00

Esse último procedimento, mais trabalhoso, deve aproximar-se de um


provável consumo de energia elétrica por parte dos produtos. Porém, outros
procedimentos poderiam ser considerados, como, por exemplo, ratear o custo da
energia pelo peso das matérias-primas empregadas ou outra base que melhor se
ajustar ao caso. Uma precisão para o caso em específico seria instalar medidores
de energia elétrica em cada máquina e ter o consumo controlado. Nesse caso, a
energia elétrica deixaria de ser custo indireto e passaria a ser custo direto.

Gestão de Custos
39

7.3 Algumas bases de rateios mais comuns


Qualquer base que venha a ser utilizada por certo permitirá que se chegue
ao custo dos produtos. No entanto, precisa-se ter coerência na escolha dessa, a fim
de não serem obtidos resultados distorcidos. O que precisa ficar bem claro é que
todo e qualquer critério que venha a ser empregado deve ser escolhido em função
de uma base que represente uma relação lógica, procurando aproximar-se daquilo
que seria o "custo perfeito".
Nessa busca do "custo perfeito" podem ser utilizadas diversas bases de
rateios, uma para cada conta de custos indiretos, bem como para os
departamentos auxiliares.
Normalmente, utilizam-se as seguintes bases para ratear custos indiretos:

a) área ocupada pelos departamentos, para ratear o custo do aluguel, depreciação


do prédio e impostos prediais;

b) número de funcionários para ratear os custos indiretos do departamento de


Administração da Fábrica;

c) potência instalada em quilowatts/hora para a energia elétrica;

d) número de requisições de materiais, para ratear os custos do departamento de


Almoxarifado.

Em um mapa de apropriação dos custos indiretos tem-se uma visão ampla de


como é tratado o problema dos rateios. O modelo que mostraremos a seguir facilita
a compreensão.
Ao definir as bases de rateios dos custos indiretos de fabricação, o responsável
pelos cálculos de custos precisa ter em mente que elas devem ser duradouras,
evitando mudanças freqüentes, pois acabaria provocando flutuações nos custos dos
produtos de um período para outro, perdendo, com isso, a possibilidade de
comparações e criando confusão para os destinatários dos resultados de custos,
que necessariamente não conhecem a sistemática de apropriação.
No entanto, se a base utilizada necessitar de alteração, o responsável pelos
cálculos dos custos deve proceder à mudança, efetuando observações a respeito
nos relatórios de custos, para que os usuários possam compreender com clareza os
resultados em análise, e refazer os cálculos do período anterior utilizando as novas
regras, se possível, permitindo com isso que sejam feitas comparações dos
resultados.

Gestão de Custos
40

8. Custos para Determinação do Lucro

8.1 Introdução
Uma das funções básicas da Contabilidade de Custos é fornecer
elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado. Enfatizando os
custos para determinação do lucro podemos dividir os conceitos em três partes:
Gastos Fabris, Gastos Fabris e Não Fabris e Gastos Não Fabris.

8.1.2 Gastos Fabris

Como Gastos Fabris temos:


Material direto (matéria-prima). . Mão-de-obra direta.
Gastos gerais de fabricação.

Estes gastos estão relacionados aos ativos (Ativo Permanente - Imobilizado).


Temos então como exemplo:

Depreciação.
Amortização.
Exaustão.

8.1.3 Gastos Não Fabris

Estes gastos estão relacionados com às áreas não produtivas.

EXEMPLO:

Despesas Administrativas.
Despesas Comerciais.
Despesas Financeiras.

Gestão de Custos
41

8.1.4 Fluxo de Dispêndio

DISPÊNDIOS DISPÊNDIOS DISPÊNDIOS


FABRIS FABRIS E NÃO NÃO FABRIS
FABRIS

MATERIAL ATIVOS DESPESAS


DIRETO + MÃO FIXOS ADMINISTRATIVAS
DE OBRA E COMERCIAIS

CUSTOS DOS DEPRECIAÇÃO DESPESAS


PRODUTOS AMORTIZAÇÃO
DO PERÍODO
VENDIDOS EXAUSTÃO

RESULTADO
DO
EXERCÍCIO

8.1.5 Custo Primário

É a soma da matéria-prima mais a mão-de-obra direta.

8.1.6 Custo de Transformação

Representa o esforço da empresa para transformar o material, adquirido do


fornecedor, em produto acabado. É a soma da mão-de-obra direta mais os Gastos
Gerais de Fabricação (GGF).

8.1.7 Custo de Produção

É o custo do que foi produzido no período. É composto por:

Material Direto - matéria-prima, componentes diretos e embalagens


identificadas ao produto que está sendo elaborado.
Mão-de-Obra Direta - salário do operário que trabalha diretamente no produto.
Gastos Gerais de Fabricação - custos de produção que não podem ser
identificados no produto.

8.1.8 Custo dos Produtos Fabricados

Representa a soma dos custos dos produtos fabricados até o momento do


encerramento do exercício, ou seja, é o custo da produção do período mais o custo
da produção dos períodos anteriores ainda em estoque.

Gestão de Custos
42

8.1.9 Custo dos Produtos Vendidos

É o custo dos produtos entregues aos clientes no período, ou seja, o custo


dos produtos acabados que saíram do depósito. Representa a parcela de custo
confrontada com a receita visando a apuração do resultado.

8.1.10 Esquema básico da Contabilidade de Custos para


Apuração do Resultado.

CUSTOS

INDIRETOS DIRETOS DESPESAS


ADMINISTRATIVAS
VENDAS
FINANCEIRAS
RATEIO

RECEiTA
PRODUTO DAS
A VENDAS

PRODUTO
B

PRODUTO
C

ESTOQUE

CUSTO
PRODUTOS
VENDIDOS

RESULTADO

Gestão de Custos
43

9. Custos para Tomada de Decisões

9.1 Introdução
Muitas vezes, a administração se vê colocada entre duas ou mais
alternativas e necessita tomar uma decisão que melhor atenda aos interesses da
empresa. Tendo em vista que o custo é um fator importante na realização dos
objetivos de lucro da empresa, o custo de cada alternativa deve ser considerado na
medida em que afeta o custo total das operações, isto é, tanto nas operações
diárias como no planejamento a curto e a longo prazos. Entre as principais áreas de
decisões temos:

 Fazer versus comprar?


 A que preços vender?
 Qual o valor ideal a ser gasto em Propaganda e Promoção de Vendas?
 Serviços de Produtos diretos ou por agentes autorizados?
 Vendas diretas ou através de revendedores?
 Grandes armazéns centrais versus pequenos depósitos locais?
 Entregas diretas ou através de transportadoras?
 Um vendedor para produtos diversos versus vendedores especializados?
 Renovação de equipamento?

9.2 Custo Variável


Abordamos na segunda parte a apuração de custos dos produtos,
empregando o método de custeio por absorção, o qual considera que os produtos
absorvem os custos totais de um período, de forma direta ou indireta, quer tenham
esses custos comportamento fixo ou variável em relação ao volume produzido.
Veremos nesta parte que, para fins gerenciais, os custos obtidos por esse
método muitas vezes são falhos para a tomada de decisões. O custeio por absorção
toma-se problemático quanto ao tratamento dado aos custos fixos, ou seja, sua
absorção pela produção.
O método de custeio variável considera que os custos fixos não devem ser
alocados aos produtos, pois esses custos independem de haver produção ou mesmo
do tipo de produto que esteja sendo fabricado. Um caso bem simples para
ilustração é o aluguel da fábrica. Se a empresa produzir, digamos, 100 ou 120
unidades do produto X, o valor do aluguel não se altera. Caso ela diversifique,
passando a fabricar Y e Z, o valor do aluguel permanecerá o mesmo. No entanto,
ao ratearmos o aluguel, esses produtos irão absorver uma parcela dele, e essa

Gestão de Custos
44

parcela será decorrente da forma de rateio utilizada.


O mesmo não acontece com os custos variáveis, pois eles são decorrentes da
produção. Se fabricar 100 unidades de X, a empresa incorre, por exemplo, no
consumo de matérias-primas relativas a essa quantidade; se fabricar mais
unidades, incorrerá em mais custos. Se fabricar Y ou Z, poderão ser consumidas
outras matérias-primas além daquelas consumi das em X. E esse
raciocínio é válido para os demais custos variáveis. ~
Assim, os custos fixos, não sendo absorvidos pela produção, são tratados como
custos do período, indo diretamente para o resultado.
Por esse método de custeio, os produtos irão receber somente os custos
decorrentes da sua produção: custos variáveis.

ALGUNS PROBLEMAS RELACIONADOS AOS CUSTOS FIXOS

A absorção dos custos fixos à produção pode trazer sérias conseqüências


quando os resultados forem utilizados para fins gerenciais.
Várias razões contribuem para isso; entre elas, o fato de que os custos fixos
têm mais característica de custos necessários para manter a estrutura de produção
do que custos decorrentes daqueles produtos que estejam sendo fabricados. Outra
situação se refere à forma como são alocados aos produtos. Por serem custos
indiretos, são alocados por meio de rateios, e as bases utilizadas são sempre fontes
de controvérsias sobre sua validade ou não.

O comportamento desses custos pode ser observado neste exemplo:

Custo fixo de um período: $ 80.000,00/mês


Custo variável: 12,00/t.

Admitamos que essa empresa fabrique um produto que tenha demanda instável,
oscilando entre 8.000 tono e 10.000 tono mensalmente. Assim, para três níveis
diferentes de produção, teríamos:

Custo
Níveis de Custo Unitário (em t.)
Total
Produção Fixo Variável Total Fixo Variável Total
8.000 t 80.000 96.000 176.000 10,00 12,00 22,00
10.000 t 80.000 120.000 200.000 8,00 12,00 20,00
12.000 t 80.000 144.000 224.000 6,67 12,00 18,67

Comparando os resultados obtidos nos três níveis de produção, podemos


observar:
a) custo total: somente a parcela variável se modifica, pois é conseqüência do
volume produzido, enquanto o custo fixo permanece o mesmo;
b) custo fixo unitário: modificou-se, pois é conseqüência da divisão de um valor fixo
(parcela fixa do custo total) pelo volume produzido; quanto maior a produção,
menor será o custo fixo unitário e vice-versa;
c) custo variável unitário: não se modificou, pois cada unidade produzida recebe a
mesma carga desses custos;
d) custo total unitário: é a soma das parcelas de custo fixo e variável unitários;
quanto maior a produção, menor será o total unitário.

Gestão de Custos
45

Para efeito de tomada de decisões, como, por exemplo, estabelecer o


preço de venda, vemos um complicador para o gestor sobre qual custo utilizar.
Para cada nível de atividade, temos um custo diferente devido à inclusão dos
custos fixos, os quais, como dissemos, podem ser entendidos como encargos para
que uma empresa possa operar e não encargos provocados pela produção que
está sendo realizada.
Para avaliação de estoques, a Legislação determina que os custos fixos
sejam absorvi dos pela produção. Porém, para tomada de decisões, a inclusão deles
nos custos dos produtos mais atrapalha do que ajuda. Basta uma mudança no
volume de produção para modificar os custos dos produtos, podendo estes se
tomar mais ou menos lucrativos. Além disso, as contas que compõem o grupo de
Custos Fixos são classificadas de Custos Indiretos e, como tal, rateadas aos
produtos. O rateio, por ser arbitrário, pode afetar o custo de forma indevida.

9.3 SEPARAÇÃO DO CUSTO FIXO E VARIÁVEL DO


CUSTO SEMIVARIAVEL
Para a utilização do custeio variável, temos de separar os custos fixos dos
variáveis, pois eles recebem tratamentos diferentes. No entanto, nem sempre esta
tarefa é fácil, pois encontramos algumas contas que possuem tanto uma parcela
como outra desses custos; são os custos semivariáveis.
Vamos considerar o seguinte exemplo de custo semivariável e sua separação
na parcela fixa e variável:
Em uma empresa há um forno de tratamento térmico que utiliza óleo
combustível o qual, mesmo estando a fábrica parada, necessita ser mantido a uma
temperatura constante para não danificar certos componentes seus. Ao iniciar-se a
produção, o consumo de óleo começa a crescer. Para identificar a parcela do fixo e
variável desse elemento de custo precisamos recorrer a modelos estatísticos ou
fazer projeções baseadas em dados históricos.
Existem alguns métodos que permitem fazer a separação dos custos. Neste
trabalho vamos desenvolver apenas um, denominado método dos pontos máximos
e mínimos ou pontos altos e baixos.
É o método mais simples de todos. Consiste em observar o comportamento da
produção de um período e comparar os custos correspondentes. Assim, como os
custos fixos são constantes, a diferença de custo de um período para outro será a
parcela variável da diferença da quantidade.
Tomando-se um período de tempo, identificamos os extremos de custos e
produção, ou seja, os mais elevados e os mais baixos, que corresponderão aos
pontos máximos e mínimos.
Calcula-se a diferença dos custos e a diferença da produção. Dividindo-se a
diferença dos custos pela diferença da produção obtém-se a taxa do custo variável
unitário. Para a determinação do custo variável multiplica-se a taxa unitária
encontrada pela produção de cada mês. A diferença para o custo total corresponde
à parcela de custo fixo.
Exemplo: A produção e os custos do óleo combustível no segundo semestre de
19x8 foram:

Gestão de Custos
46

Meses Producão Custo


$
Julho 1.200 t
250.000,00
Agosto 1.300 t 262.500,00
Setembro l.l00 t 237.500,00
Pontos
Outubro 1.5 00 t 287.500,00
máximos
Novembro I. 400 t 275.000,00
Pontos
Dezembro I. 000 t 225.000,00
mínimos

Nesse período, a produção e o custo do mês de outubro corresponderão aos


pontos máximos e do mês de dezembro, aos pontos mínimos.

Meses Produção Custo


Outubro 1.500 t $ 287.500,00
Dezembro 1.000 t 225.000,00
Variação 500 t 62.500,00

A diferença de custos $ 62.500,00 corresponde à diferença de 500 t de


produção. Esse valor é custo variável. Assim, o custo variável unitário será:
$ 62.500,00 = $ 125,00/t
500 t

Multiplicando-se esse custo variável unitário pelas toneladas de qualquer um


dos meses desse semestre obtém-se o custo variável. A diferença para o custo total
será a parcela do custo fixo.

Gestão de Custos
47

9.4 O QUE É O CUSTEIO VARIÁVEL?


É o método de custeio que consiste em alocar aos produtos somente os custos
variáveis, quer sejam eles diretos ou indiretos.
Comparativamente ao custeio por absorção, a diferença entre ambos reside no
tratamento dado aos custos fixos. Enquanto no custeio por absorção eles são
rateados aos produtos, no custeio variável, são tratados como custos do período,
indo diretamente para o resultado igualmente às despesas. A forma de alocação
dos custos variáveis: matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos
variáveis obedecem aos critérios já discutidos em capítulos anteriores.
Enquanto o custeio por absorção atende às disposições legais quanto à
apuração de resultados e à avaliação patrimonial, o custeio variável atende
administração da empresa.
Esse método permite aos administradores utilizar os custos como ferramenta
auxiliar na tomada de decisões, tais como:
a) quais produtos contribuem mais para a lucratividade da empresa;
b) determinação de quais produtos devem ter suas vendas incentivadas, reduzidas
ou
mesmo ser excluídos da linha de produção;
c) que produtos proporcionam a melhor rentabilidade quando existirem fatores que
restringem a produção;
d) qual o preço mínimo a ser praticado em condições especiais, tal como venda de
capacidade ociosa;
e) decisão entre comprar ou fabricar;
f) determinação do nível mínimo de atividades em que o negócio passa a ser
rentável;
g) definição, em uma negociação com o cliente, de qual o limite de descontos
permitido.

9.5 Margem de Contribuição


Os produtos, ao serem fabricados, provocam a ocorrência dos custos
variáveis. Além dos custos variáveis, ao serem comercializados, os produtos
provocam o surgimento de certas despesas também variáveis: comissões, fretes,
seguros etc.
Assim, temos custos e despesas que ocorrem em virtude de produzir e vender. São
os variáveis (custos e despesas).
O custeio variável considera que aos produtos devem ser alocados apenas os
custos variáveis, diferentemente do custeio por absorção, em que, além dos custos
variáveis, os produtos recebem também os custos fixos. Enquanto no custeio por
absorção podemos falar em lucro por produto, ou seja, que do preço de venda,
deduzidos os custos de produção, temos o lucro, no custeio variável isso não
ocorre. Nesse, os produtos geram uma margem denominada margem de
contribuição.
A margem de contribuição é o quanto resta do preço, ou seja, do valor de
venda de um produto são deduzidos os custos e despesas por ele gerados. De outra

Gestão de Custos
48

forma, representa a parcela excedente dos custos e despesas que os produtos


provocam*. A empresa só começa a gerar lucro quando a margem de contribuição
dos produtos vendidos superar os custos e despesas fixos do exercício.
ASSIM, MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITARIA É QUANTO AUMENTA O
LUCRO PARA CADA UNIDADE PRODUZIDA E VENDIDA A MAIS

Assim, a obtenção da margem de contribuição obedece ao seguinte cálculo:

MC = PV - (CV + DV)
*Caso o preço de venda de um produto seja inferior aos seus custos e despesas variáveis,
temos uma situação de margem de contribuição negativa, que deve ser revista ou, por
condições comerciais, suportada.
Onde:

MC = Margem de Contribuição
PV = Preço de Venda
CV = Custos Variáveis
DV = Despesas Variáveis
Exemplo: Uma empresa fabrica os produtos X, Y e Z. Em outubro/l9x2 foram
produzidos e vendidos com os preços e custos abaixo:

Preço de Venda Custo Variável


Produtos Quantidade
Unitário Unitário
X 1. 000 li 238,00 183,00
Y 800 li 404,00 367,00
Z 1.500 li 382,00 350,00

As despesas variáveis de vendas (comissões) representam 5% do preço.


Os custos e despesas fixos totalizam $ 55.000,00 no mês.
O resultado dessa empresa é obtido da seguinte maneira:

1) Cálculo da margem de contribuição de cada produto

Despesa
Custo Custo (+)
de
Preço Margem de
Venda
Produtos variável Despesas
Unitário Unitário Unitária Variáveis Contribuição
c=aX
a b d=b+c e=a-d
5%
X $ 238,00 $ 183,00 $ 11,90 $ 194,90 $ 43,10
Y 404,00 367,00 20,20 387,20 16,80

Z 382,00 350,00 369,10 12,90


19,10:

Gestão de Custos
49

2) Cálculo da margem de contribuição total

Margem de Margem de
Quantidade
Produtos Contribuição Contribuição
Vendida
Unitária Total
X 1. 000 u $ 43,10 $ 43.100,00
Y 800 u 16,80 13.440,00
Z 1.500 u 12,90 19.350,00
Total 75.890,00

3) Cálculo do resultado

Margem de Contribuição Total $ 75.890,00


(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00
(=) Lucro Operacional 20.890,00

Outra maneira de demonstrar o resultado seria:

Produto Produto Produto


Total
X y Z
Quantidade Vendida 1.000 u 800 u 1.500 u
Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00
323.200,0 573.000,0
Receita 238.000,00 1.134.200,00
0 0
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00
293.600,0 525.000,0
Custo Variável 183.000,00 1.001.600,00
0 0
Despesas Variáveis (5%) 11.900,00 16.160,00 28.650,00 56.710,00
309.760,0 553.650,0
Total Variável 194.900,00 1.058.310,00
0 0
Margem de Contribuição 43.100,00 13.440,00 19.350,00 75.890,00
(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00
(=) Lucro Operacional 20.890,00

O USO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA FINS DECISORIAIS

Uma empresa pode operar no limite de sua capacidade instalada ou abaixo dela,
bem como trabalhar com outros fatores que limitem sua produção, chamados
"gargalos". Para cada caso, é necessário conhecer a margem de contribuição, por
produto ou pelo fator que representa o "gargalo" da produção, a fim de maximizar
o resultado.

Gestão de Custos
50

9.6 Quando a Empresa estiver Operando abaixo do


Limite da Capacidade Instalada ou não existirem
Fatores Limitantes
Sempre que possível, a empresa buscará incentivar as vendas dos produtos que
proporcionarem as melhores margens de contribuição pois, assim agindo, mais
rapidamente absorverão custos e despesas fixos e conseqüentemente irá gerar
lucro.

Vejamos como ocorre (aproveitando o exemplo anterior):

Custos +
Preços de Venda Margem de
Despesas
Produtos
Variáveis Contribuição
Unitários
Unitários Unitária
X $ 238,00 $ 194,90 $ 43,10
Y 404,00 387,20 16,80
Z 382,00 369,10 12,90

Seqüencialmente, os produtos que proporcionam as melhores margens de


contribuição são: 1° lugar, produto X; 2° lugar, produto Y e em 3° lugar, produto
Z. Cada unidade de X proporciona $ 43,10 de margem de contribuição, enquanto Y
proporciona $ 16,80, ou seja, seriam necessárias mais de 2 unidades de Y para se
obter a mesma margem de contribuição de uma unidade de X. Se comparado com
Z, seriam necessárias mais de 3 unidades.

Não havendo fatores que limitem a produção ou as vendas, a seqüência


acima costuma ser obedecida.

Gestão de Custos
51

9.7 Quando a Empresa estiver Operando no Limite da


capacidade instalada ou existirem fatores limitantes.
Como dissemos, quando' não existirem fatores limitantes, buscará uma
empresa produzir e vender os produtos que proporcionam a melhor margem de
contribuição.
No entanto, ocorrendo fatores que venham a limitar a produção (conhecidos
por gargalos de produção), há necessidade de se fazer um estudo da margem de
contribuição pelo fator limitante para tomada de decisão.
Vamos admitir que os produtos X, Y e Z do caso anterior utilizem uma
mesma matéria-prima e que, por imposição do fornecedor, são entregues apenas
90.000 kg mensais. Supondo-se que o mercado esteja disposto a consumir as
quantidades abaixo, seriam necessários 95.800 kg dessa matéria-prima.

Consumo de Quantidade de
Produtos Demanda Mensal Matéria-Prima
Matéria-Prima
Necessária
X 1.300 u 50 kg/u 65.000 kg
Y 900 u 12 kg/u 10.800 kg
Z 2.000 u 10 kg/u 20.000 kg
Total 95.800 kg

Caso a empresa venha a tomar decisões com base nas margens de


contribuição dos produtos, como vimos, procuraria priorizar aqueles de maiores
margens.
Assim, limitados a demanda e o fornecimento mensal de 90.000 kg de
matéria-prima,
seu mix de produtos seria:
Produção e Quantidade de
Produtos Peso Unitário
Vendas Matéria-Prima
X 1.300 u 50 kg 65.000 kg
Y 900 u 12 kg 10.800 kg
Z 1.420 u 10 kg 14.200 kg
Total 90.000 kg

Nota: O mix de produção e vendas foi obtido da seguinte maneira: prioridade ao


produto X por possuir a maior margem de contribuição. Como sua demanda é de
1.300 u mensais, consome 65.000 kg de matéria-prima. Ainda há um saldo de
25.000 kg de matéria-prima, que permite produzir Y ou Z. Como Y tem melhor
margem de contribuição que Z, procura-se atender a sua demanda, exigindo
10.800 kg de matéria-prima. Para o produto Z, sobram 14.200 kg de matéria-
prima, o qile permite uma produção de 1.420 unidades.

Gestão de Custos
52

Com este mix, o resultado alcançado seria:

Produto Produto Produto


,X y Z Total
Quantidade Vendida 1.300 u 900 u 1.420 u .

Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00


1.215.440,0
Receita 309.400,00 363.600,00 542.440,00
0
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00
1.065.200,
Custo Variável 237.900,00 330.300,00 497.000,00
00
Despesas Variáveis (5%) 15.470,00 18.180,00 27.122,00 60.772,00
1.125.972,
Tota] Variável 253.370,00 348.480,00 524.122,00
00
Margem de Contribuição 56.030,00 15. 120,00 18.318,00 89.468,00

(-) Custos e Despesas Fixos 55.000,00

(=) Lucro Operacional .34.468,00


..
Esse lucro operacional de $ 34.468,00 foi obtido a partir do mix de produtos
calculado com base nas margens de contribuição deles. No entanto, essa
performance poderia ser melhorada se levasse em consideração a margem de
contribuição calculada pelo fator limitante, nesse caso, a quantidade de matéria-
prima, respeitando o limite imposto pela demanda.
Cálculo da margem de contribuição por quilo de matéria-prima:

Margem de
Margem de Consumo de
Contribuição
Produtos Contribuição matéria-prima por por Quilo de Matéria-
Unitária Unidade Produzida Prima Consumida
X $ 43,10 50 kg $ 0,862/kg

Y 16,80 12 kg 1,400/kg

Z 12,90 10 kg 1,290/kg

Sem considerar a existência de fator limitante, o produto X é aquele que


proporciona a melhor margem de contribuição. No entanto, como há restrições no
fornecimento de matéria-prima, para maximizar o resultado, empresa deve buscar
um mix de produtos a partir da margem de contribuição calculada pelo fator
limitante. Assim, cada quilo de matéria-prima aplicada em X proporciona $ 0,862
de margem de contribuição, em Y, $ l,40 e em Z, $ 1,29, o que resulta em nova
seqüência de prioridade.

Gestão de Custos
53

Vamos fazer uma comparação. Se deixasse de fabricar uma unidade de X, que


consome 50 kg de matéria-prima, seria possível fabricar 4,167 unidades de Y ou 5
unidades de Z. Assim seria obtido com a mesma quantidade de matéria-prima, as
seguintes margens de contribuição:

Produto X:50 kg x $ 0,8621kg = $ 43,10 (ou 1 u x $ 43,10 = $ 43,10)


Produto Y: 50 kg x $ l,4001kg = $ 70,00 (ou 4,167 u x $ 16,80 = $
70,00)
Produto Z: 50 kg x $ 1,2901kg = $ 64,50 (ou 5 u x $ 12,90 = $ 64,50)

Isso demonstra que com a mesma quantidade de matéria-prima (50 kg) pode-
se obter margem de contribuição de $ 43,10, se aplicada em X; de $ 70,00, se
aplicada em Y; ou de $ 64,50, se aplicada em Z.

Assim, o produto Y deveria ser priorizado, depois Z e por último X.

Dessa forma, com os 90.000 kg de matéria-prima, respeitando a demanda,


poderia ser obtido o seguinte mix de produção e vendas que maximiza o resultado
da empresa:

Produção e Quantidade de
Produtos Peso Unitário
Vendas Matéria-Prima
X 1.184 u 50 kg 59.200 kg

Y 900 u 12 kg 10.800 kg

Z 2.000 u L0kg 20.000 kg


Total 90.000 kg

Gestão de Custos
54

Com esse mix, o resultado alcançado seria:

Produto Produto Produto


X Y Z Total
Quantidade Vendida 1.184 u 900 u 2.000 u

Preço de Venda Unitário 238,00 404,00 382,00


281.792,0 363.600,0 764.000,0
Receita 1.409.392,00
0 0 0
Custo Variável Unitário 183,00 367,00 350,00
216.672,0 330.300,0 700.000,0 1.246.972,0
Custo Variável
0 0 0 0
Despesas Variáveis (5%) 14.089,60 18.180,00 38.200,00 70.469,60
230.761,6 348.480,0 738.200,0 1.317.441,6
Total Variável
0 0 0 0
Margem de Contribuição 56.030,40 15.120,00 25.800,00 91.950,40
(-) Custos e Despesas
55.000,00
Fixos
(=) Lucro Operacional 36.950,40

Dessa forma, o lucro operacional passa de $ 34.468,00 para $ 36.950,40


quando se leva em consideração a margem de contribuição pelo fator limitante, no
caso, a disponibilidade de matéria-prima.

9.8 Comparação entre os dois Métodos de Custeio:


Custeio por Absorção e Custeio Variável
Tanto o Custeio por Absorção como o Custeio Variável utilizam as mesmas
informações referentes a produção e custos. Diferenciam-se no tratamento dado
aos custos fixos. Enquanto o Custeio por Absorção aloca os custos fixos aos
produtos, o Custeio Variável não, considera-os como do período e não dos
produtos; assim, pelo custeio variável, os produtos recebem somente os custos
variáveis.
Além dos custos variáveis para produzir, os produtos, ao serem
comercializados, proporcionam o surgimento de despesas variáveis como, por
exemplo, comissão, fretes e seguros.
Enquanto no Custeio por Absorção os produtos geram lucros, que é a
diferença entre o preço de venda e o custo de produção (fixo e variável), no
Custeio Variável, geram margem de contribuição, sendo esta a diferença entre o
preço de venda e o custo variável mais despesas variáveis.
Esses tratamentos levam a resultados diferentes que podem ser observados
no seguinte exemplo comparativo entre os dois métodos de custeio:

Gestão de Custos
55

Uma empresa iniciando suas atividades em 0l/01/19x2 teve a seguinte


movimentação durante este exercício:

Compras de matérias-primas $
Mão-de-obra direta 30.000,00
Custos indiretos de fabricação fixos 10.000,00
Custos indiretos de fabricação variáveis 30.000,00
Despesas administrativas e de vendas fixas 5.000,00
Despesas administrativas e de vendas 19.000,00
variáveis Vendas efetuadas 6.000,00
120.000,00
Os estoques finais
foram:

Matérias-primas $ 1.000,00
Produção em andamento 0,00
Produtos acabados 0,00

1) Movimento do estoque de matéria-prima

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL


Estoque $ 0,00 Estoque inicial $ 0,00
inicial 30.000,00 Entradas 30.000,00
Consumo 29.000,00
Entradas 29.000,00 1.000,00
Consumo 1.000,00 Estoque final

Estoque de Matéria-Prima Estoque de Matéria-Prima


$ 0,00 $ 0,00
30.000,00 29.000,00 30.000,00 29.000,00
1.000,00 1.000,00

2) Movimento da produção em andamento


CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO POR ABSORÇÃO
Matéria-prima Matéria-prima
$ 29.000,00 $ 29.000,00
CIE fixos Mão-de-obra direta
10.000,00 10.000,00
Mão-de-obra direta
30.000,00
Estoque final CIF variáveis
5 5.000,00
CIF variáveis
.000,00 Total 44.000,00
Total 74.000,00

Produção em Andamento Produção em Andamento


$ 0,00 $ 0,00
74.000,00 44.000,00 44.000,00
0,00

Gestão de Custos
56

3) Movimento do estoque de produtos acabados

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Estoque inicial $ 0,00 Estoque inicial $ 0,00
Produção acabada 74.000,00 Produção acabada 44.000,00
Custo dos produtos Custo dos produtos
vendidos 74.000,00 vendidos 44.000,00
Estoque final 0,00 Estoque final 0,00

Produção em Andamento Produção em Andamento


$ 0,00 $ 0,00
74.000,00 44.000,00 44.000,00
0,00 0,00

4) Demonstrativos de Resultados

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL


Vendas 120.000 Vendas 120.000
(-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) C + D (dos Produtos Vendidos)
MP 29.000 MP 29.000
MOD 10.000 MOD 10.000
CIF fixos 30.000
CIF variáveis 5.000 44.000
CIF variáveis 5.000 74.000 Despesas Variáveis 6.000 50.000
(=) Margem de Contribuição 70.000
(=) Lucro Bruto 46.000
(-) Despesas fixas 19.000 (-) Despesas fixas 19.000
(-) Despesas variáveis 6.000 25.000 (-) CIF fixos 30.000 49.000
(=) Lucro Operacional 21.000 (=) Lucro Operacional 21.000

Gestão de Custos
57

Os resultados obtidos pelos dois métodos de custeio foram os mesmos, em virtude


da não existência de estoques iniciais ou finais de produtos acabados, bem como da
produção em andamento. Observe como ficam os resultados quando existirem
estoques finais, na continuação desse exemplo.
No 2º ano ocorrem:

Compras de matérias-primas $
Mão-de-obra direta 28.000,00
Custos indiretos de fabricação fixos 10.000,00
Cstos indiretos de fabricação variáveis 30.000,00
Despesas administrativas e de vendas fixas Despesas 5.000,00
administrativas e de vendas variáveis Vendas efetuadas 19.000,00
4.800,00
96.000,00
Os estoques finais foram:
$ 0,00
Matérias-primas
0,00
Produção em andamento
20 % da
Produtos acabados
produção
1) Movimento do estoque de matéria-prima

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL


Estoque inicial $ 1.000,00 Estoque inicial $ 1.000,00
Entradas 28.000,00 Entradas 28.000,00
Consumo 29.000,00 Consumo 29.000,00
Estoque final 0,00 Estoque final 0,00

Estoque de Matéria-Prima Estoque de Matéria-Prima


$ 1.000,00 $ 1.000,00
28.000,00 29.000,00 28.000,00 29.000,00
0,00 0,00

2) Movimento da produção em andamento

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL


Matéria-Prima $ 29.000,00
Mãobra direta
Matéria-prima $ 1.000,00
CIF fixos 10.000,00 Mão-de-obra direta 10.000,00
CIF variáveis 30.000,00
5.000,00 CIF variável 5.000,00
Total $ 74.000,00 Total $ 44.000,00

Produção em Andamento Estoque de Matéria-Prima


0,00 0,00
74.000,00 74.000,00 44.000,00 44.000,00
0,00 0,00

Gestão de Custos
58

3) Movimento do estoque de produtos acabados

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Estoque inicial $ 0,00 Estoque inicial $ 0,00
Produção acabada 74.000,00 Produção acabada 44.000,00
Custo dos produtos Custo dos produtos
vendidos 59.200,00 vendidos 35.200,00
Estoque final 14.800,00 Estoque final 8.800,00

Produção em Andamento Estoque de Produtos Acabados


0,00 0,00
74.000,00 59.200,00 44.000,00 35.200,00
14.200,00 8.800,00

4) Demonstrativos de resultados CUSTEIO POR ABSORÇÃO

CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL


Vendas 96.000 Vendas 96.000
(-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos) (-) CPV (Custo dos Produtos Vendidos)
MP 23.200 MP 23.200
MOD 8.000 MOD 8.000
CIF fixos 24.000 CIF fixos 4.000 35.200
CIF variáveis 4.000 59.200 Despesas fixas 4.800 40.000
(=) Lucro Bruto 36.800 (=) Margem de
56.000
(-) Despesas fixas 19.000 Contribuição
(-- Despesas variáveis 4.800 23.800 (-) Despesas fixas 19.000
(=) Lucro Operacional 13.000 (-) CIF fixos 30.000 49.000
(=) Lucro Operacional 7.000

Observa-se, nesse segundo ano, uma diferença de $ 6.000 no lucro operacional.


Essa diferença é a mesma encontrada no estoque final de produtos acabados.
Tal diferença é resultante do tratamento dado aos custos fixos. Enquanto,
pelo custeio variável, ele é levado totalmente ao resultado do exercício, após a
margem de contribuição; no custeio por absorção, somente a parcela
correspondente à quantidade vendida é levada ao resultado.
No ano seguinte, caso a quantidade vendida seja superior àquela nele
produzida, utilizando-se para isso do estoque inicial de produtos acabados, essa
situação de resultado se inverte.
Assim, no longo prazo, os resultados acumulados tendem a ser iguais pelos
dois métodos de custeio. A diferença é observada em período de tempo mais curto,
quando há formação de estoques.
Mas o emprego do custeio variável como gerencial não reside na apuração do
resultado, quer seja a curto, quer seja a longo prazo, e sim para decisões conforme
já discorremos.

Gestão de Custos
59

9.9 Estrutura da Demonstração de Resultados do


Exercício pelo Sistema de Custeio por Absorção
Receita Operacional Bruta
(Produtos, Mercadorias e Serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta


Devoluções, Abatimentos e Impostos Incidentes sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custo das Vendas


Custos Totais de Produção
Matéria Prima Mão-de-Obra Direta
Gastos Gerais de Fabricação

(=) Resultado Operacional Bruto (Lucro ou Prejuízo Operacional Bruto)

(-) Despesas Operacionais


Despesas de Vendas
Despesas Administrativas
Despesas e Receitas Financeiras (Resultado Financeiro Líquido) Outras
Receitas e Despesas Operacionais

(=) Resultado Operacional Líquido

(+/-) Resultado não-operacional

(=) Resultado do Exercício antes da Contribuição Social

(-) Contribuição Social sobre Lucro Líquido

(=) Resultado do Exercício depois do IR

(-) Provisão para o IR

(=) Resultado do Exercício antes do IR

(-) Participações e Contribuições

(=) Resultado Líquido do Exercício

Gestão de Custos
60

9.10 Estrutura da Demonstração de Resultados do


Exercício pelo Sistema de Custeio Direto ou Variável
(-) Receita Operacional Bruta
(Produtos, Mercadorias e Serviços)

(-) Deduções da Receita Bruta


Devoluções, Abatimentos e Impostos Incidentes sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custos e Despesas Variáveis das Vendas


Custo de Produção Variável
Matéria Prima
Mão-de-Obra Direta
Custos Indiretos Variáveis
Despesas Variáveis de Vendas

(=) Margem de Contribuição Operacional Bruta

(-) Custos e Despesas Fixas


Custo Fixo de Produção
Despesas Administrativas
Despesas de Vendas

(=) Margem de Contribuição Operacional Líquida

(+/-) Outras Receitas e Despesas

(+) Receitas Financeiras


(-) Despesas Financeiras

(=) Margem de Contribuição Bruta

(+/-) Outros Ganhos e Perdas Escriturais


(+/-) Resultado Equiv. Patrimonial
(+) Realização Reservas
(-) Baixa de Alienação de Bens Outros
(+/-) Outros

(=) Margem de Contribuição antes do IR

(-) Provisão para o IR


(=) Margem de Contribuição após IR

Gestão de Custos
61

10. A Relação Custo - Volume – Lucro

Esta análise é um instrumento utilizado para projetar o lucro que seria


obtido a diversos níveis de produção e vendas, bem como para analisar o impacto
sobre o lucro de modificações no preço de venda, nos custos ou em ambos. Ela é
baseada no Custeio Variável e, através dela, pode-se estabelecer qual a quantidade
mínima que a empresa deverá produzir e vender para que não incorra em prejuízo.
A quantidade mínima que a empresa deve produzir e vender para que não
tenha prejuízo, chama-se Ponto de Equilíbrio.

Ponto de Equilíbrio

Quando um empreendedor resolve montar um negócio, provavelmente


passará por um período em que as receitas geradas pelas vendas sejam
insuficientes para cobrir seus custos e despesas. O negócio estará no prejuízo. À
medida que o tempo passa, a tendência é de redução do prejuízo, até que este
desapareça, entrando em uma nova fase, ou seja, o negóciopassa a gerar lucros.
.
No entanto, vemos muitas empresas que quebram por falta de lucros ou
mesmo, por um lucro insuficiente para recuperar os investimentos realizados. Pode
ser que o empreendedor detenha a tecnologia para fabricar determinado produto, e
o faz com qualidade, porém o volume de vendas se revela insuficiente. Isto pode
ser conseqüência da falta de visão sobre o mercado, incluindo aí fornecedores,
concorrência e consumidores.
Ao descobrir que necessitaria de um volume maior de vendas, declara "a h,
se eu soubesse, não teria iniciado...". A determinação de qual volume precisaria
produzir e vender o teria ajudado a decidir sobre a implantação do
empreendimento ou então buscar alternativas. Essa informação seria o Ponto de
Equilíbrio.
Além disso, conhecer a técnica de cálculo do Ponto de Equilíbrio permite
simular os efeitos de decisões a serem tomadas sobre redução ou aumento de
atividades, de preços, de custos etc.
E o que é o Ponto de Equilíbrio? Nada mais é do que aquele momento em que
a empresa não apresenta lucro nem prejuízo. Esse momento é aquele em que foi
atingido um nível de vendas no qual as receitas geradas são suficientes apenas
para cobrir os custos e as despesas. O lucro começa a ocorrer com vendas
adicionais, após ter atingido o Ponto de Equilíbrio.
No capítulo de Margem de Contribuição, dissemos que ela representa a
contribuição dos produtos para a cobertura dos custos e despesas fixos. Quando o
montante de margem de contribuição se igualar ao montante de custos e despesas
fixos, temos o Ponto de Equilíbrio.

Gestão de Custos
62

Assim, qualquer produto cujo preço de venda seja superior aos seus custos e
despesas variáveis contribuem, primeiramente, para a cobertura dos custos e
despesas fixos e, depois, para o lucro.
Certamente, em uma empresa existirão produtos capazes de proporcionar
melhores margens de contribuição que outros, no entanto, o fato de haver margem
de contribuição, já é uma condição para se chegar ao Ponto de Equilíbrio.
Exemplo:

Considere uma empresa que produz e vende 1° unidades mensais do produto X,


com os seguintes dados:

Preço de venda unitário $ 8.000,00


Custos e despesas variáveis unitários 4.000,00
Custos e despesas fixos mensais 20.000,00
Seu resultado seria:
Receita de Vendas $ 80.000,00
(-) Custos e Despesas Variáveis 40.000,00
(=) Margem de Contribuição 40.000,00
(-) Custos e Despesas fixos 20.000,00
(=) Lucro Operacional 20.000,00

No exemplo, a margem de contribuição de cada unidade é $ 4.000,00,


como são vendidas 10 unidades, temos um total de $ 40.000,00 ($ 4.000,00 x 10
unidades), valor que supera os custos e despesas fixos em $ 20.000,00. Nesse
caso, são necessárias 5 margens de contribuição para cobrir os custos e despesas
fixos (5 x $ 4.000,00 =
$ 20.000,00), ou seja, para atingir o Ponto de Equilíbrio. As margens de
contribuição das 5 unidades adicionais são o lucro.

Gestão de Custos
63

10.1 Fórmulas para o cálculo do Ponto de Equilíbrio

O equilíbrio ocorre quando a soma das margens de contribuição dos


produtos vendidos se iguala aos custos e despesas fixos do período. Em uma
situação de produto único, é necessário determinar quantas margens de
contribuição são necessárias para igualarem-se ao montante de custos e despesas
fixos.
Assim, podemos determinar a quantidade de produtos (ou de margens de
contribuição) que proporciona essa situação, por intermédio da aplicação da
seguinte fórmula:

PE = C + D fixos = C + D Fixos
PV unit. (-) MC unitária.

Utilizando os dados do exemplo anterior, temos:

PE = $ 20.000,00 = $ 20.000,00 = 5 unidades


$ 8.000,00 (-) 4.000,00 $ 4.000,00

Também, o valor do Ponto de Equilíbrio pode ser calculado mediante a aplicação da


seguinte fórmula:

PE= C + D Fixos .=
1- ( C + D Varo Unit.)
PV Unit

PE= $ 20.000.00 = $ 40.000,00


1-( 4.000,00 )
8.000,00

Gestão de Custos
64

10.2 Representação gráfica do Ponto de Equilíbrio


Para facilitar a representação gráfica, construímos uma tabela dos custos, como se
segue:

Custos + Custos + Custo +


Receita
Qtde. Despesas Despesas Despesas Resultado
Total
Fixos Variáveis Totais
(20.000,00
O 20.000,00 20.000,00 0,00
)
(16.000,00
1 20.000,00 4.000,00 24.000,00 8.000,00
)
(12.000,00
2 20.000,00 8.000,00 28.000,00 16.000,00
)
3 20.000,00 12.000,00 32.000,00 24.000,00 (8.000,00)
4 20.000,00 16.000,00 36.000,00 32.000,00 (4.000,00)
5 20.000,00 20.000,00 40.000,00 40.000,00 0,00
6 20.000,00 24.000,00 44.000,00 48.000,00 4.000,00
7 20.000,00 28.000,00 48.000,00 56.000,00 8.000,00
8 20.000,00 32.000,00 52.000,00 64.000,00 12.000,00
9 20.000,00 36.000,00 56.000,00 72.000,00 16.000,00
10 20.000,00 40.000,00 60.000,00 80.000,00 20.000,00

Observa-se que, no nível de 5 unidades o resultado é nulo, ou seja, tem-se o Ponto


de Equilíbrio.

Para representar graficamente o Ponto de Equilíbrio, traçamos as retas


representativas do Custo + Despesa Total e da Receita Total. Note que exatamente
na quantidade 5 ocorrerá o cruzamento delas.

Gestão de Custos
65

Gráfico do Ponto de Equilíbrio

Valor

80.000,00
Receitas
70.000,00

Custos +
60.000,00
Área de Despesas
Lucros
50.000,00

40.000,00 PE

30.000,00

20.000,00

Área do
10.000,00 Prejuízo

Quantidades

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

10.3 Ponto de Equilíbrio Contábil, Econômico e


Financeiro
Dependendo da análise a ser realizada e das decisões a serem tomadas,
podemos determinar pelo menos três situações de equilíbrio.

10.3.1 Ponto de Equilíbrio Contábil

O Ponto de Equilíbrio Contábil é aquele em que a margem de contribuição


se torna capaz de cobrir todos os custos e despesas fixas de um período. Não se
leva em consideração o custo de oportunidade do capital investido na empresa e os
juros de empréstimo efetuados, bem como que nos custos e despesas fixos se
inclui a depreciação que não representa desembolso.

10.3.2 Ponto de Equilíbrio Econômico

Diferencia-se do Ponto de Equilíbrio Contábil ao considerar que, além de


suportar os custos e despesas fixas, a margem de contribuição deve, também,
cobrir o custo de oportunidade' do capital investido na empresa. Basicamente a
idéia é a seguinte: normalmente o empreendedor tem à sua disposição mais de
uma alternativa para investimento. Dada a escassez de capital, ele decide por

Gestão de Custos
66

aquela que promete a melhor remuneração. Isso quer dizer que a alternativa
escolhida é melhor que aquela rejeitada. O custo de oportunidade corresponde
exatamente à remuneração da alternativa descartada. E esse é o valor mínimo que
se espera do investimento realizado, do contrário não seria escolhida essa
alternativa.

10.3.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro

Para obter este Ponto de Equilíbrio, consideram-se como custos e despesas


somente os gastos que geraram desembolso no período, desconsiderando,
portanto, a depreciação contida nos custos e despesas fixos. Consideram-se
também, outros desembolsos que não necessariamente estão inclusos nos custos e
despesas, como, por exemplo, amortização de empréstimos. Assim, a margem de
contribuição deverá suportar os custos e despesas fixas sem a depreciação, porém,
mais amortizações de empréstimos.
Exemplo de aplicação para esses Pontos de Equilíbrio:
Suponhamos uma empresa que fabrica e vende o produto Y. Os seguintes dados
estão disponíveis:

Preço de venda unitário: $ 927,50


Custos e despesas variáveis unitários: 556,50
Custos e despesas fixos anuais: 155.820,00
Depreciação inclusa nos custos e despesas fixos: 22.260,00
Patrimônio líquido: 267.120,00
Rendimento esperado pelos proprietários: 10% a.a. do PL = 267.120,00 x 10% =
$ 26.712,00

Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

PEC = C + D Fixos .
PV Unit. (-) C + D Varo Unit.

PEC = $ 155.820,00 . = 420 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50
*Custo de oportunidade: rendimento alternativo máximo que se obteria, caso o
produto, serviço ou capacidade produtiva tivessem sido aplicados, em algum uso
alternativo. HORNGREN, Charles T., p. 1071, Volume 2.

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

PEC = $ 155.820,00 + $ 26.712,00 = 492 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50

Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

PEF = $ 155.820,00 (-) $ 22.260,00 = 360 unidades


$ 927,50 (-) $ 556,50

Gestão de Custos
67

10.4 Ponto de Equilíbrio: aplicação para múltiplos


produtos
Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de
Equilíbrio pode ser obtido.
A aplicação do Ponto de Equilíbrio é mais facilmente entendida quando se tratar
de:
a) único produto;
b) mais de um produto desde que todos tenham a mesma margem de
contribuição; c) uma linha de produção em que se possa estabelecer o Ponto
de Equilíbrio por
unidade de produção (horas, toneladas, litros etc.).

No entanto, quando se têm produtos diferentes com margens de


contribuição diferentes, toma-se difícil a determinação do mix de produção e
vendas no Ponto de Equilíbrio. Nesse caso, qualquer combinação que resulte em
margem de contribuição igual aos custos e despesas fixos proporciona o Ponto de
Equilíbrio. Se for aumentada a quantidade de um dos produtos que compõe esse
mix, deve-se reduzir o equivalente em margem de contribuição de outros produtos
para manutenção do Ponto de Equilíbrio.
Exemplo em que se tem mais de um produto com margens de contribuição
iguais:

Custos + Despesas Margens de


Produtos Preços Unitários
Variáveis Unitários Contribuição Unitárias
A $ 800,00 $ 400,00 $ 400,00
1.200,0
B 800,00 400,00
0

Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 30.000,00, o Ponto de Equilíbrio


ocorrerá em 75 unidades:

Ponto de Equilibrio

PE = C + D Fixos
MC Unitária

PE= $ 30.000,00 = 75 unidades


400,00

Essa quantidade corresponde a 75 margens de contribuição de $ 400,00, o que


equivale a 75 unidades de produtos A ou B, quaisquer que sejam as quantidades de
cada um.

Gestão de Custos
68

Quando se tem produtos diferentes com margens de contribuição diferentes, a


determinação do Ponto de Equilíbrio se toma mais complexa. Considere o seguinte
exemplo:

Quantidades Preços Custos + Despesas Margens de


Produtos
Vendidas Unitários Variáveis Unitários Contribuição Unitária
A 50 $ 655,00 495,00 160,00
B 30 800,00 550,00 250,00
C 120 1.100,00 600,00 500,00

Supondo-se custos e despesas fixos mensais de $ 45.300,00, o Ponto de


Equilíbrio pode ser obtido.

1 - Mix de produtos

Participação nas vendas, ou análise vertical da quantidade vendida


Produtos Qtde.

A 50 B 30 C 120
200
AV% 25% 15% 60%
100%
Margem de Contribuição Média Ponderada
ProdutosMC Unit. AV % MC Média Ponderada
A $ 160,00 x 25% = $ 40,00
B 250,00 x 15% = 37,50
C 500,00 x 60% = 300,00
377,50

PE = C + D Fixos .
MC Unitária Média Ponderada

PE = $ 45.300,00 = 120 unidades


$ 377,50

Mix de produtos em que ocorre o Ponto de Equilíbrio

Produto A: 120 u x 25% = 30u


Produto B: 120 u x 15% = 18u
Produto C: 120 u x 60% = 72u
120u

Gestão de Custos
69

10.5 Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita


Neste caso, considera-se a relação entre os Custos mais Despesas
Variáveis de um mix de produtos e as Receitas correspondentes. Esta relação, que
corresponde aos índices da Análise Vertical da Demonstração de Resultados pode
ser interpretada como sendo a parcela variável de cada $ 1,00 de receita. Por
diferença, encontramos o quanto representa a margem de contribuição deste ~
1,00 de receita. Dividindo-se os Custos mais Despesas Fixas por essa margem de
contribuição, encontramos o Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita.
Fazendo-se alterações neste mix.de produtos, tal relação se altera e,
conseqüentemente,o Ponto de Equilíbrio em Valor de Receita.
Usando os dados do exemplo anterior, temos que para cada $ 1,00 de Receita,
os Custos e Despesas Variáveis representam $ 0,60, restando $ 0,40 de Margem de
Contribuição. Na Demonstração de Resultados temos esta relação.

Dividindo-se os $45.300,00 de Custos e Despesas Fixos por $ 0,40, temos $


113.250,00,
sendo este o valor de receita necessária para o Ponto de Equilíbrio.

Produto Produto Produto


TOTAL Relação
A B C
Quantidades 50 u 30 u 120 u
Preço de Venda Unitário $ 655,00 $ 800,00 $ 1.100,00
188.750,0
Total Receita 32.750,00 24.000,00 132.000,00 1,00
0
Custos + Despesas
Variáveis 495,00 550,00 600,00
Unitário
113.250,0
Total Variável 24.750,00 16.500,00 72.000,00 0,60
0
Margem de Contribuição 8.000,00 7.500,00 60.000,00 75.500,00 0,40

Gestão de Custos
70

10.6 Deficiências e limitações do Ponto de Equilíbrio


No cálculo do Ponto de Equilíbrio, parte-se da hipótese que o
comportamento dos custos e preços são estáveis, ou seja, mantêm-se constantes
dentro das limitações de produção e de vendas. Assim, são ignorados outros
fatores que certamente acabam afetando com diferentes intensidades os resultados
encontrados. Alguns casos que não podem ser ignorados por afetarem a análise do
Ponto de Equilíbrio são:

1º Comportamento dos custos e despesas fixos

As contas que assim são classificadas podem ser consideradas fixas até certo
limite de produção e vendas. Quando uma empresa resolve incrementar a produção
ou vendas, pode ter a necessidade de contratação de mão-de-obra indireta
adicional, ou aquisição de novas máquinas e equipamentos, incorrendo em valor
adicional de depreciação, ou então ampliar a fábrica ou optar por aluguel de um
novo galpão etc.

2º Comportamento dos custos e despesas variáveis

Consideramos que as contas que assim são classificadas oscilam conforme


o volume de produção e vendas. Sendo isso possível, os custos e despesas
unitários serão sempre iguais para qualquer volume de produção. No entanto,
esse comportamento não se revela totalmente verdadeiro. Por exemplo, uma
empresa que opera com capacidade ociosa, caso venha a ocupá-Ia no todo ou
parte dela, poderá contratar mais mão-de-obra direta ou então buscar meios de
aumentar a produtividade da atual, ou mesmo optar por trabalhar em horas
extras. No primeiro caso, teríamos reduzido o custo unitário e, no segundo caso,
aumentado. Caso venha a contratar novos funcionários, estes passarão por um
período de treinamento até que se atinja o nível de produção da equipe anterior.
Um outro comportamento dessas contas poderá ser resultante da seguinte
situação: uma empresa que está iniciando suas atividades terá padrões de
desempenho que tenderão a ser melhorados com o tempo, assim que a
produção aumente. No início das atividades, os tempos
de fabricação serão maiores, os desperdícios estarão acima do ideal e assim por
diante. À medida que a produção aumenta, estes índices melhoram, o que permite
a redução dos custos unitários.

3º Comportamento do preço de venda

Quando são desenvolvidos novos produtos, podem ocorrer preços de


lançamentos mais altos, que serão reduzidos gradativamente conforme aumenta
sua oferta no mercado ou, então, para conseguir um aumento no volume de
vendas, a empresa pode ser obrigada a rever sua política de preços, sendo
necessário efetuar reduções para se atingir o objetivo.
Além dessas, outras situações poderiam ser objetos de reflexão, como, por
exemplo, se considerar a mão-de-obra direta como custo variável e não como
custos fixos, pois havendo ou não produção, esse custo existirá de qualquer

Gestão de Custos
71

maneira; a própria forma de classificar em fixos e variáveis pode resultar em


divergências, pois em alguns casos é difícil a segregação da parcela fixa da variável
de um custo semivariável; despesas que ocorrem em um período e o retorno em
outro, como, por exemplo, dispêndios com propagandas e promoções, pesquisas e
desenvolvimento de novos produtos, cujos efeitos serão sentidos em períodos
seguintes; falta de sincronismo entre receitas e despesas etc.
Após tais considerações, podemos imaginar uma nova representação gráfica de
custos e receitas e, conseqüentemente, do Ponto de Equilíbrio:

10.7 Margem de Segurança Operacional


A Margem de Segurança Operacional corresponde à quantidade de produtos
ou valor de receita em que se opera acima do Ponto de Equilíbrio.

Pode ser representada pela seguinte equação:


MSO = Volume de Unidades Vendidas (-) Quantidade no Ponto de Equilíbrio

Quanto maior for a MSO, maior a capacidade de geração de lucro e também, maior
a segurança de que a empresa não incorrerá em prejuízos.
Exemplo:
Quantidade vendida: 10 unidades por mês
Custos e despesas variáveis: $ 2.000,00 por unidade
Custos e despesas fixos: 12.000,00 por mês
Preço de venda: 4.000,00 por unidade

_____$ 12.000,00_______=> 6 unidades


PE(q) => $ 4.000,00 ( -) $ 2.000,00
MSO = 10 u (-) 6 u
MSO = 4 unidades

Nesse caso as vendas poderão ser reduzidas em até 4 unidades ou 40%, que a
empresanão entrará na área de prejuízo.
Em uma situação em que o Ponto de Equilíbrio fique muito próximo das vendas
totais, termos uma Margem de Segurança muito frágil, pois qualquer redução de
atividades coloca a empresa em situação de lucro nulo ou em área de prejuízo.

Gestão de Custos
72

10.8 Alavancagem Operacional


Para ajudar a descrever o que é Alavancagem Operacional, vamos recorrer a
um Demonstrativo de Resultados:
Receita de Vendas
(-) Custos + Despesas Variáveis
(=) Margem de contribuição
(-) Custos + Despesas Fixos
(=) Lucro Operacional

Esse lucro é chamado de Lucro Operacional, pois resulta das atividades


normais de produção e vendas de uma empresa, não sendo afetado por outras
receitas e despesas que venham a ocorrer.

O que aconteceria com o Lucro Operacional caso as vendas passassem, por


exemplo, de 200 unidades para 220 unidades, admitindo-se que a estrutura,ljda
empresa (geradora ck custos e despesas fixos) suportasse tal aumento?
A resposta é que o lucro cresceria mais que proporcionalmente ao aumento
dos custos e despesas, neste caso, custos e despesas variáveis, já que os fixos não
se modificariam. Uma redução das vendas também causaria o mesmo impacto, só
que em sentido contrário. E é exatamente isso a Alavancagem Operacional.
Braga I diz: "A alavancagem operacional decorre da existência de custos e
despesas operacionais fixos que permanecem inalterados dentro de certos
intervalos de flutuação de produção e vendas."
Gitman2 define a alavancagem operacional "como o uso potencial de custos
operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os
lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR)".
Exemplo: vamos supor uma empresa que esteja produzindo e vendendo 200
unidades mensais do produto X com os dados a seguir.
Preço de Venda = $ 2.700,00 por unidade
Custos e Despesas Variáveis = 1.700,00 por unidade
Custos e Despesas Fixos = 150.000,00 por mês
Simulando uma mudança na quantidade de 20 unidades para mais e para
menos, teríamos os seguintes resultados:

180 200
220 tinidades
unidades unidades
$ $
Receita 486.000,00 540.000,0 $ 594.000,00
I 0
306.000,0 340.000,0
(-) Custos e Despesas Variáveis 374.000,00
0 0
180.000,0 200.000,0
(=) Margem de Contribuição 220.000,00
0 0
150.000,0 150.000,0
(-) Custos e Despesas Fixos 150.000,00
0 0
(=) Lucro Operacional 30.000,00 50.000,00 70.000,00
Variação Percentual da Quantidade
H 10% ( +) 10%
ou Receita
Variação Percentual do Lucro (-) 40%1 ( + ) 40%
Veja que um aumento ou redução de 10% nas vendas provoca uma variação
de 40% no lucro operacional. Essa diferença é causada pela presença dos custos e
despesas fixos.

Gestão de Custos
73

10.9 Grau de Alavancagem Operacional


O Grau de Alavancagem Operacional (GAO) é a medida dos efeitos
provocados nos lucros pelas alterações ocorridas nas vendas.

A fórmula de cálculo do Grau de Alavancagem Operacional é:


GAO= Variação Percentual no Lucro Operacional
Variação Percentual nas Vendas

No exemplo, ao passar de 200 unidades para 220 unidades, temos:


GAO => 40% => 4
10%

O Grau de Alavancagem Operacional é 4, ou seja, o Lucro Operacional


cresceu 4 vezes mais que o aumento na quantidade ou receita. O mesmo ocorre
quando as vendas caem de 200 unidades para 180 unidades.

Gestão de Custos
74

11. Análises de Custos de Produtos e


Rentabilidade

Sob a terminologia Análises de Custos apresentam-se alguns exemplos


de como poderão proceder-se a análises específicas, quando de um problema
eventual que se apresente para a companhia e exija a tomada de decisão. Portanto,
é praticamente impossível colocar dentro do gerenciamento contábil específico
rotinas e procedimentos de tais tipos de análises de custos.
Não se pode confundir o que estamos denominando análises de custos, com
acompanhamento tradicional da controladoria sobre as despesas e custos da em-
presa.
Os conceitos a serem utilizados para as análises de custos são todos os con-
ceitos já emitidos até o momento, além de outros que serão desenvolvidos no pró-
ximo capítulo. Ou seja, para as análises de custos, todos os conceitos existentes
poderão ser utilizados, identificando-os em cada caso a ser estudado.
Conforme já introduzimos, a análise de custos dá-se quando a empresa tem
um problema específico para solucionar e que exige um posicionamento e tomada
de decisão. Nesse momento, todos os aspectos relevantes e necessários para que
os responsáveis pela tomada de decisão possam ter uma visualização abrangente
do problema, devem ser levantados e colocados de maneira clara e lógica.
Uma análise de custo muito específica, e que deve ser feita de forma rotineira
dentro da empresa, seja a cada venda, seja periodicamente (mensal, trimestral,
anual), é a análise de rentabilidade de produtos.
Exemplos de análises de custos que comumente exigem um trabalho
informacional são os seguintes, apenas a título ilustrativo e sem querermos esgotar
a

a) comprar versus fabricar;


b) qual o melhor produto;
c) qual produto cortar;
d) substituição de equipamentos;
e) análises de relações custo/volume/lucro com multiprodutos e multi-restrições;
f) alocações de custos pelo método recíproco etc.

Para ilustração, desenvolveremos três exemplos neste capítulo.


Em seguida, daremos um exemplo da análise de rentabilidade de produtos.

Gestão de Custos
75

11.1 Comprar Versus Fabricar


Constantemente a gerência é desafiada a tomar decisões a esse respeito.
Ao longo do processo operacional pode surgir a necessidade de tomar a decisão
entre essas duas alternativas, ou seja, verificar se é mais vantajoso comprar de
terceiros e horizontalizar a produção, ou continuar fabricando internamente e
mantendo ou aumentando o processo de verticalização produtiva.

Algumas variáveis envolvidas na decisão:

 verificar os custos: empresa x fornecedor;


 considerar a ociosidade da empresa e seu parque fabril parado;
 verificar a qualidade e tempo de espera;
 verificar o lote de fabricação x quantidade de compras;
 a responsabilidade da assistência técnica: se produzir, é da é da empresa, se
comprar, é do fornecedor.

Exemplo

Suponhamos que o gerente de uma empresa seja solicitado a decidir se de-


verá continuar a fabricar determinado componente de seu produto, ou adquirir de
um fornecedor externo. Essa empresa fabrica 1.250 unidades/mês do produto, e
apropria os custos diretos e indiretos à base de hora-máquina.

A proposta do fornecedor é entregar o componente a $ 1.400,00 a unidade.

Vejamos primeiro os dados de custo de fabricação do componente e do pro


duto, para compararmos com a proposta do fornecedor.

Dados de custos do componente:

a) materiais $ 684,00/unidade
b) mao-de-obra direta $ 956,00/hora (1)

(1) $ 1.864.200
1.950 horas

c) custos indiretos de produção $ 1.515,00/hora

(2) mão-de-obra indireta $ 825,00/hora (2)


$ 1.608.750
1.950 horas

- consumo de energia $ 420,00/hora

$ 819.000
1.950 horas

Gestão de Custos
76

- outros custos $ 270,00/hora

$ 526.500
1.950 horas

Total de horas/homem/mês 1.950 horas/mês


Horas trabalhadas por unidade 0,5 horas
Custo unitário do componente

 .materiais $ 684,00
 mão-de-obra direta $ 956,00 x 0,5 horas 478,00

 custo variável 1.162,00


 custos indiretos de fabricação $ 1.515,00 x 0,5 horas 757,50

Total do custo unitário do componente 1.919,50

Custo unitário do produto

Horas por produto 2 horas

Produto
 materiais $ 3.285,00
 mão-de-obra $ 956,00 x 2 horas 1.912,00
 custos indiretos $ 1.515,00 x 2 horas 3.030,00
Componente 1.919,50
Custo unitário do produto 10.146,50

11.2 Considerações para a decisão

11.2.1 Manutenção dos custos fixos

Se o fato de a empresa passar a comprar o componente não alterar em


nada os custos fixos, já que estes talvez sejam comuns, tanto para o componente,
quanto para o produto, não haverá interesse na aquisição. O custo variável do
componente é $ 1.162,00 por unidade e, caso passe a comprá-lo, a empresa
desembolsará $ 1.400,00 por unidade, e terá os mesmos custos fixos que tinha
quando fabricava.

11.2.2 Eliminação parcial ou total de custos fixos

Se o componente for adquirido de terceiros, e a empresa puder eliminar


grande parte de seus custos fixos, a alternativa de comprar de terceiros poderá ser
viável.

Gestão de Custos
77

11.2.3 Utilização da capacidade ociosa

Ao comprar de terceiros, a empresa estará liberando mão-de-obra direta


para produção alternativa. Essa produção deverá ser ocupada para fabricação de
mais quantidades do produto final, ou de um produto ou componente alternativo,
para que a análise possa ser comparável.

11.2.4 Custos adicionais por adquirir de terceiros

Devemos também, na análise comparativa, verificar se a empresa incorrerá


em custos adicionais por comprar de terceiros, como fretes, seguros, recebimento,
armazenagens etc.

11.2.5 Hipóteses para cálculo comparativo

Partindo da possibilidade de que a empresa poderá realocar os custos fixos


apropriados à fabricação de componentes, e ocupar a mão-de-obra direta em pro-
dução alternativa, podemos fazer a seguinte comparação de custos, considerando
os seguintes custos adicionais por comprarmos de terceiros:

a) fretes de $ 1,00 por unidade, totalizando $ 1.250;


b) manutenção de mão-de-obra indireta para recebimento físico, totalizando
$ 210.000 mensais.

Vejamos os cálculos:

Custos totais de produzir o componente

Quantidade Custo Custos


de produção Unitário Totais
unidades $ $
Materiais 1.250 684,00 855.000
Mão-de-obra direta 1.250 478,00 597.500
Mão-de-obra indireta 1.250 825,00 x 0,5 horas 515.625
Energia 1.250 420,00 x 0,5 horas 262.500
Outros custos
1.250 270,00 x 0,5 horas 168.750
indiretos

Gestão de Custos
78

Quadro comparativo: comprar x fabricar

Custos
Fabricando a peça Comprando a peça
$ $
Matéria-prima 855.000 ----
Valor das peças ---- 1.750.000
Fretes ---- 1.250
Mão-de-obra indireta 515.625 210.000
Mão-de-obra direta 597.500 ----
Energia/outros 431.250 . ---- .
TOTAL 2.399.375 1.961.250

Conclusão primária

Considerando apenas os dados de custos, a alternativa de comprar de terceiros


evidencia-se a mais viável.

Considerações finais

a) como custo da alternativa de fabricar a peça, deveríamos ainda considerar as


economias que teríamos se tivéssemos decidido comprar a peça, como redução
da depreciação, seguros sobre os equipamentos etc;

b) se a empresa não produz maior número de seu produto hoje, é porque está com
sua capacidade limitada. Parando de fabricar o componente, e desativando
máquinas de seu parque fabril utilizada para a fabricação, haveria mais espaço
físico para produção de seu produto, diminuindo, assim, seus custos fixos e
aumentando sua produção (desde que tenha mercado para esse aumento);

c) outros fatores a serem considerados:


 a empresa tem capital circulante suficiente para suportar um acréscimo de
volume de produção?
 . a qualidade da peça adquirida será comparável com a da peça fabricada?
 existe grande risco no fato de passarmos a depender de um fornecedor para a
obtenção de um componente de nosso produto?
 o abastecimento da peça é fácil? Ou pode haver problemas futuros?
 esgotamos todas as possibilidades de obter economia de mão-de-obra em outros
setores da fábrica, a fim de ser utilizada na fabricação da peça?

Gestão de Custos
79

11.3 O Pedido de Venda Especial


As diferenças de ênfase e forma dos dois demonstrativos de resultados
podem não ter importância desde que a análise de custos que a acompanha leve ao
mesmo conjunto de decisões. Mas estes dois métodos às vezes levam a custos
unitários diferentes que têm que ser interpretados com cuidado

SAMSON COMPANY
Demonstrativo de resultado
Ano encerrado em 31 de dezembro de 19x2 (em milhares de dólares)
Forma Funcional Forma baseada na contribuição
Vendas $ Vendas $
20.000 20.000
Menos custo de Menos despesas
fabricação dos produtos 15.000 variáveis: $ 12.000
vendidos De fabricação 1.100 13.100
Lucro bruto ou margem $5.000 De vendas e $ 6.900
bruta administrativas
Menos despesas de 4.000 Margem de contribuição 3.000
vendas e $ 1.000 Menos despesas fixas: 2.900 5.900
administrativas De fabricação $ 1.000
Lucro operacional De vendas e
administrativas
Lucro operacional

Em nosso exemplo, suponhamos que tenham sido produzidas e vendidas um milhão


de unidades de produto, como, por exemplo, uma peça de substituição de carros.
Pelo método de custeamento funcional, o custo unitário de fabricação do produto
seria de $15.000.000 / 1.000.000, ou $15. Suponhamos que uma loja que
vendesse pelo reembolso postal oferecesse à Samson, perto do fim do ano, $13 por
unidade num pedido especial de 100.000 unidades que de forma nenhuma afetasse
o movimento normal, não criasse qualquer problema de legislação antitruste com
relação a discriminação de preço, não afetasse os custos fixos totais, não implicasse
quaisquer despesas variáveis adicionais de vendas e administrativas e aproveitasse
capacidade ociosa de produção. A Samson deveria aceitar o pedido? Talvez esta
pergunta devesse ser feita com mais precisão: qual é a diferença,nos resultados
financeiros a curto prazo, entre a não aceitação e a aceitação? Uma vez mais, a
pergunta-chave é: qual é a diferença?

Análise correta

A análise correta emprega o método da contribuição e se concentra nos resultados


totais finais. O pedido em questão só afeta os custos variáveis de fabricação, na
base de $12 por unidade. Todos os demais custos variáveis e todos os custos fixos
permanecem inalterados, podendo, portanto, ser perfeitamente desconsiderados na
tomada desta decisão de fixação de preço para um pedido especial. Observe-se
como a análise de custos fixos permanecem inalterados, podendo, portanto, ser

Gestão de Custos
80

perfeitamente desconsiderados na tomada desta decisão de fixação de preço para


um pedido especial. Observe-se como a análise de custos necessária é facilitada
pela distinção, feita pela abordagem da contribuição, entre padrões de
comportamento de custos variáveis e de custos fixos. O lucro total a curto prazo
aumentará $ 10.000 se o pedido for aceito.

Ano encerrado em 31 de dezembro de 19x2 (em milhares de dólares)


Sem a encomenda Com a encomenda Diferença da
especial, 1.000.000 especial, encomenda especial.
de unidades 1.100.000 100.000 unidades
unidades
Total Por unidade
Vendas $20.000 $ 21.300 $ 1.300 $13
Menos despesas
variáveis: $ 12.000 $ 13.200 $ 1.200 $ 12
De fabricação
De vendas e 1.100 1.100 ----- -----
administrativas
Total das despesas
variáveis $ 13.100 $ 14.300 $ 1.200 $ 12
Margem de contribuição $ 6.900 $ 7.000 $ 100 $1
Menos despesas fixas:
De fabricação $ 3.000 $ 3.000 ----- -----
De vendas e
administrativas 2.900 2.900 ----- -----
Total das despesas fixas $ 5.900 $ 5.900 ----- -----
Lucro operacional $ 1.000 $ 1.100 $ 100 $1

Apesar do fato de o preço unitário de venda de $ 13 ser menor que o custo de


fabricação funcional de $ 15 calculado abaixo:

Custos totais de fabricação $ 15.000.000


Divididos pelas unidades produzidas 1.000.000
Custo unitário $ 15

Quando os contadores comparam os métodos da contribuição e funcional para


efeito de custeamento do produto (avaliação de estoques), quase sempre os
chamam de custeamento variável e custo unitário de fabricação do produto para
fins de estoque seria $12 pelo custeamento variável e $15 pelo custeamento por
rateio.

O custeamento variável difere do custeamento por rateio sob um aspecto


importante: os custos fixos indiretos de fabricação são considerados despesas
imediatamente e não custos do produto fabricado.
Os termos custeamentos variável e custeamento por rateio aparece aqui
porque, na prática, todos os tipos de termos são, ás vezes, empregados para
denotar determinados custos. Procure ter certeza de que está entendendo seu

Gestão de Custos
81

sentido exato numa situação de decisão específica. Por exemplo “custo pelo” ou
“custo inteiramente distribuído” ou, ainda, “custo inteiramente alocado” são, às
vezes, usados como sinônimos de custo por rateio. Entretanto, em outras
situações, “custo pleno” por unidade que dizer “ custo por rateio mais uma
alocação dos custos de vendas e administrativos”. Teríamos
Custo por rateio, $ 15.000.000 / 1.000.000 $15
Despesas de vendas e administrativas, $ 4.000.000 / 1.000.000 de unidade

Para efeito de informações externas, as empresas americanas são obrigadas a


usar apenas o custo de $15 na avaliação de estoques. O custo do período, de $4,
tem, obviamente, que ser excluído dos estoques. Contudo, é fácil perceber que,
para fins de decisão interna, os administradores têm liberdade de alocar os custos a
produtos da forma que achem úteis. Por exemplo, na fixação de preços a serem
praticados a longo prazo para os produtos, os administradores podem querer
cálculos de “custo pleno”

Análise incorreta
Às vezes se faz um análise de custo errada por causa de uma interpretação errada
dos custos fixos unitários. Alguns administradores podem usar, erradamente, o
custo por rateio, de $ 15 por unidade, para fazer a seguinte previsão para o ano
(em milhares de dólares):

Sem a Encomenda Com a Encomenda Diferença da


Especial Especial Encomenda
Especial
Vendas 20.000 21.300 1.300
Menos custo de
fabricação dos produtos 15.000 16.500 1.500
vendidos $15
Lucro bruto 5.000 4.800 (200)
Outros custos 4.000 4.000 ------
Lucro operacional 1.000 800 (200)

O aumento de $15 milhão dos custos é calculado multiplicando-se os $15 pelas


100.000 unidades. É claro que a falácia deste método está em se considerar um
custo fixo (custo fixo de fabricação) como se ele tivesse um comportamento de
custo variável. Deve-se evitar a premissa de que os custos unitários podem ser
usados indiscriminadamente como base a previsão de como os custos totais
comportar-se-ão. O certo é seguir o que Robert Mc Namara chamou de Primeira Lei
de Análise quando era Secretário de Defesa dos Estados Unidos: “Sempre comece
olhando o total geral. Qualquer que seja o problema que você esteja estudando,
procure ter uma visão geral dele”. Neste contexto, esta lei quer dizer: “Cuidado
com os custos unitários. Quando tiver dúvida, transforme todos os custos em totais
para ter o quadro geral”.

Gestão de Custos
82

11.4 Eliminação ou acréscimo de produtos ou


departamentos
Consideremos uma loja de departamentos que venda com desconto e que
tenha três departamentos principais: gêneros alimentícios, mercadorias em geral e
remédios. A administração está pensando em acabar com a venda dos gêneros
alimentícios, que vêm sempre dando prejuízo liquido. O lucro liquido anual atual é
apresentado na tabela abaixo (em milhares de dólares).
Às vezes, empregam-se os termos evitável e inevitável em decisões
especiais. Custos evitáveis são os que deixarão de existir se determinada operação
em andamento for mudada ou eliminada. Por outro lado, custos inevitáveis são os
que continuarão existindo. Os custos evitáveis são os ordenados do departamento e
outros custos que poderiam ser evitados se o departamento em questão fosse
extinto. Entre os custos inevitáveis estão muitos custos comuns, definidos como os
custos de instalações e serviços que beneficiam dois ou mais departamentos
usuários ao mesmo tempo. Alguns exemplos são a depreciação da loja, o
aquecimento, o ar condicionado e as despesas administrativas gerais.

Departamentos
Produtos Mercadori remédio
Total alimentíci as em
os geral
Vendas $ 1.900 $ 1.000 $ 800 $ 100
Custo variável dos produtos
vendidos e despesas 1.420 800 560 60
Margem de contribuição $ 480 $ 200 240 $ 40
(25%) (20%) (30%) (40%)
Despesas fixas (ordenados,
depreciação, seguros,
impostos sobre a
propriedade imobiliária,
etc):
Evitáveis $ 265 $ 150 $ 100 $ 15
Inevitáveis 180 60 100 20
Despesas fixas totais $ 445 $ 210 $ 200 $ 35
Lucro líquido $ 35 $ (10) $ 40 $5

Suponhamos, em primeiro lugar, que as únicas alternativas a serem


considerados sejam continuar com o departamento de gêneros alimentícios ou
acabar com ele. Suponhamos ainda que o ativo total investido não seja
afetado por esta decisão. O espaço vago ficaria sem uso e os custos inevitáveis não
seriam alterados. Que alternativa você recomendaria? Segue-se uma análise (em
milhares de dólares):

Gestão de Custos
83

Loja como um todo


A B
A B
Mantendo os Acabar com
diferença
produtos os produtos
alimentícios alimentícios
Vendas $ 1.900 $ 900 $ 1.000
Despesas variáveis 1.420 620 800
Margem de contribuição $ 480 $ 280 $ 200
Despesas fixas evitáveis 265 115 150
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 215 $ 165 $ 50
Espaço comum e outros
custos inevitáveis 180 180 ------
Lucro líquido $ 35 $ (15) $ 50

A análise acima mostra que as coisas ficariam piores, e não melhores, se


o departamento de gêneros alimentícios fosse extinto e se as instalações vagas
ficassem ociosas. Resumindo, como se pode ver no demonstrativo de resultados, os
gêneros alimentícios têm uma margem de contribuição de $200.000, ou seja,
$50.000 superior às despesas fixas de $150.000 que deixariam de existir se o
departamento de gêneros fosse fechado.
Suponhamos agora que o espaço que sobrasse com o fechamento do
departamento de gêneros alimentícios fosse usado para uma ampliação do
departamento de mercadorias em geral. O espaço seria ocupado por mercadorias
que aumentariam as vendas $500,000, gerariam uma margem de contribuição de
30% e teriam custos fixos evitáveis de $70.000. O quadro operacional seria, então,
melhorado com um aumento do lucro líqüido de $65,000 - $35.000 = $30.000:

Vendas $1.400 $800 + $500 $ 100


Despesas variáveis 970 560 + 350 60
Margem de contribuição $ 430 $240 + $150 $ 40
Despesas fixas evitáveis 185 100 +. 70 15
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 245 $140 + $ 80 $ 25
Espaço comum e outros
custos inevitáveis 180
Lucro líquido $ 65

*'Inclusive, antigos custos fixos do departamento de produtos alimentícios,


representando alocações de custos comuns que continuarão existindo
independentemente de como o espaço venha a ser ocupado.

Gestão de Custos
84

Como demonstra a seguinte análise resumida, O objetivo é obter, com um


determinado espaço ou capacidade, a contribuição máxima para o pagamento dos
custos que se mantêm inalterados pela natureza do produto vendido (em milhares
de dólares):

Contribuição de Determinado Espaço para o


Lucro

Vendas $1.000 $ 500 $ 500 D


Despesas variáveis 800 350 450 F
Margem de contribuição $ 200 $ 150 $ 50 D
Despesas fixas evitáveis 150 70 80 F
Contribuição de lucro para o
espaço comum e outros
custos inevitáveis $ 50 $ 80 $ 30 F

F = Diferença favorável resultante da substituição dos produtos alimentícios pelas


mercadorias em geral.
D = Diferença desfavorável.

Neste caso, as mercadorias gerais não atingirão o mesmo volume de vendas


em dólares que os produtos alimentícios, mas as margens mais altas e os custos
mais baixos de salários (em grande parte por causa da menor necessidade de
empregados para trabalhar na estocagem e nas caixas) darão um resultado liquido
mais favorável.
Uma enorme cadeia de lojas de produtos alimentícios dos Estados Unidos, a
A & P, teve problemas de rentabilidade na década de 70. Começou a defender-se
fechando muitas lojas. A falta de informações. adequadas da administração sobre
as operações de cada loja transformou o programa de fechamento das lojas numa
questão de tentativa-e-erro. A revista Fortune, em seu número de 6 de novembro
de 1978, noticiava o seguinte:
Pela falta de demonstrativos detalhados de lucros e perdas e por causa de
um sistema de alocação de custos que não reflita os verdadeiros custos, os
estrategistas A& P não podiam ter certeza se uma loja não estava realmente dando
lucro. Por exemplo, os custos de distribuição eram divididos por igual entre todas
as lojas de uma área de comercialização sem se levar em conta fatores como a
distância da loja dos depósitos. Segundo um observador atento da empresa: “
Quando eles queriam fechar uma loja, tinha que jogar com a sorte. Não podiam
tomar decisões racionais, pois não tinham uma base concreta.

Gestão de Custos
85

12. ESTUDOS DE CASOS

1) Os custos Empresa ABS Ltda. foram os seguintes:


Mão de obra direta- 380.000
Mão de obra indireta- 250.000
Matéria prima- 500.000
Materiais auxiliares de produção- 190.000
Depreciação: 75.000
Energia Elétrica- 120.000
Aluguel- 205.000
Manutenção- 95.000
Telefone- 45.000
Água- 15.000
Seguros- 10.000
A produção deste mês foi a seguinte, com os respectivos tempos e pesos unitários:
PRODUTOS QUANTIDADE TEMPO PESO
A 2000u 4,0 h 8,75 Kg.
B 7000u 2,5h 2,50 Kg
C 3500u 7,0h 10,00Kg.
Pede-se:

a) Os custos indiretos totais e unitários dos três produtos, tomando como base de
rateio os tempos totais,
b) Idem ao anterior, tendo com base os pesos totais.

2) Uma empresa apresenta preço de venda de R$ 20,00 para seu produto X. Seus
custos variáveis e despesas variáveis são de R$ 12,00. Caso a empresa venda mais
uma unidade de seu produto, de quanto será o aumento do lucro?

3) Uma industria apresentou um custo fixo total de R$ 26.730,00 e um custo


variável total de R$ 166.270,00 mensais. A empresa utiliza o método de custeio por
ABSORCÃO. Sabendo-se que 75% da produção do período foi vendida e que o valor
da receita foi de R$ 182.000,00, pede-se:
O valor do lucro apurado;
O valor do estoque final de produtos acabados, sabendo-se que o saldo inicial era
zero;
Se a empresa passasse a utilizar o método de custeio VARIÁVEL, qual seria o valor
da margem de contribuição total ;
O valor do estoque final de produtos acabados, sabendo-se que o saldo inicial era
zero ( CUSTEIO VARIÄVEL) e
O valor do lucro apurado pelo CUSTEIO VARIÁVEL.

Gestão de Custos
86

4)Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

Preço de Venda- R$ 12,50 por unidade.


Custos e despesas variáveis- R$ 7,50 por unidade.

Sabendo-se que esta empresa está vendendo uma unidade a mais do que o seu
ponto de equilíbrio contábil, qual o valor do lucro desta empresa?

5)A montadora Fiat produz um modelo de carro com 2 ou 4 portas. Sabendo-se


que a empresa possui uma limitação em seu estoque de apenas 60.000 portas e
que a produção estimada seria totalmente vendida, calcule qual a produção que a
Fiat deve priorizar para maximizar o lucro da empresa, devido ao fator de limitação
da capacidade produtiva.

Modelo 2 portas 4 portas


Preço de venda (unid) 10.000 12.000
Custo variável – MDO e MD 4.000 4.500
Margem de contribuição 6.000 7.500

Produção sem limitação da capacidade produtiva:

Modelo 2 portas 10.000 unid. 20.000 portas


Modelo 4 portas 15.000 unid. 60.000 portas
Total 80.000 portas

6) A empresa XPTO produz cama, mesa e armários utilizando-se da madeira cedro


roxo. A XPTO possui para o mês de agosto várias encomendas, entretanto, existe
um problema com seu fornecedor da madeira e a XPTO somente poderá contar com
800metros (m) de madeira de seu estoque. Com base nos dados abaixo e com
relação ao fator de limitação da capacidade produtiva descubra qual deve ser as
encomendas que a XPTO deve produzir para que o administrador maximize o lucro
no mês de agosto.

Itens Preço de Venda custo variável (madeira) MDO Margem


Contrib.
Cama $700 $100 $50 $550
Mesa $1.200 $200 $100 $900
Armários $5.000 1.000 $400 $3.600

Encomendas solicitadas no mês de agosto:

Item encomenda Metros de madeira a utilizar Metro total


Cama 20 unid. 10m 200m
Mesa 15 unid. 20m 300m
Armário 10 100m 1.000m
Total 1.500m

Gestão de Custos
87

7) Uma cooperativa produz iogurte e queijos e recebeu uma encomenda para o


mês de setembro de 1.000 iogurtes e 1.000 queijos, entretanto, sua produção
mensal de leite é de 4.000 litros. Com base nos dados abaixo determine qual deve
ser o produto que a empresa deve priorizar para maximizar o lucro e qual a
demanda a ser produzida e atendida.

Item Iogurte Queijo


Preço de venda $2,0 $5,0
Custo variável *$0,50 $2,50
Margem contrib. $1,50 $2,50

Item Produção Litros leite utilizados Litros totais


Iogurte 1.000 unid 1 litro/ unid. 1.000 litros
Queijo 1.000 unid. 5 litros / unid. 5.000 litros
Total 6.000 litros

* o custo variável é formado pelo leite e pela mão de obra

8) Uma empresa produz três produtos, que tem os seguintes dados levantados pelo
setor de custos: DADOS UNITÁRIOS
Produto Preço de Venda Custo Variável Custo Fixo
X 1.200,00 600,00 150,00
Y 1.500,00 745,00 300,00
Z 1.050,00 450,00 150,00

Os três produtos utilizam o mesmo componente A em sua fabricação , que no


momento está em falta, restando apenas 640 unidades em estoque. O produto X
utiliza 8 unidades do componente A, o produto Y utiliza 10 unidades do componente
A e produto Z utiliza 8 unidades do componente A
A empresa tem despesas fixas de 15.000 e gasta para vender seus produtos 10%
sobre seu preço de venda. Os três produtos têm uma venda média mensal de 30
unidades por mês.(cada um)
Partindo do pressuposto de que não haverá condições de repor o estoque do
componente A dentro do próximo mês, decida quais produtos, e em que
quantidade, deverão ser produzidos objetivando a maximização do lucro do mês.

Gestão de Custos
88

9) A empresa de ônibus Tucano possui uma frota de 10 ônibus de luxo com


capacidade para 40 passageiros ela faz a rota RJ-SP todos os dias em 20 viagens
de ida ou volta. Os custos mensais da empresa estão determinados abaixo e o
preço da passagem é de $22.

Custos e despesas Fixas mensais (salários, manutenção, combustível, impostos,


despesas administrativas e financeiras) no valor de $250.000.
Custos e despesas variáveis por passageiros no valor de $2
Com base nos dados acima determine o que se pede:
O ponto de equilíbrio em número de passageiros por mês.
O ponto de equilíbrio por viagem ao dia.
A taxa de ocupação por viagem ao dia
Caso a empresa deseje um lucro de $50.000 qual deverá ser ponto de equilíbrio por
viagem ao dia e a taxa de ocupação.

10) O Jornal do Brasil vende seus jornais a um preço de $1, os custos e as


despesas variáveis para elaborar um jornal é de $1,50. O jornal do Brasil obtém
uma receita de propaganda e anúncios em seu jornal no valor de $100.000 ao dia.
Sabendo-se que os custos e despesas fixas diárias são de $10.000 e que o jornal
deseja obter um lucro diário de $40.000, qual deverá ser o numero máximo de
jornais que podem ser vendidos ao dia?

11) O Sr. Horácio é motorista de táxi. Normalmente pode trabalhar 6 horas por
dia, mas não o faz por ser um senhor de idade. Interrogado sobre a média de
quilômetros que roda por dia respondeu que geralmente faz 240 quilômetros.
Pede-se:

Quantos quilômetros terá que percorrer num dia para pagar suas despesas diárias?
Quanto precisará ganhar, num dia de trabalho, para começar a ter lucro?

Dados Adicionais:

Custo do carro $14.400


Vital útil: 5 anos
Seguro anual: $720
Aluguel mensal da garagem $90
Despesas de manutenção $0,05 por quilômetro rodado
Gasolina $0,06 por quilômetro rodado
Óleo $0,04 por quilometro rodado
Preço a cobrar do passageiro $0,50 por quilômetro rodado

Gestão de Custos
89

12) A Sony do Brasil fabrica VIDEO, DVD e SOM e possui a seguinte previsão de
vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CDVU MCU


VIDEO 50 655 495 160
DVD 30 800 550 250
SOM 120 1.100 600 500

A Sony no mês terá $45.300 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a venda
mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue ao ponto
de equilíbrio ?

13) A Brastemp fabrica modelos geladeiras de 360, 400 e 440 litros possuindo a
seguinte previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do
setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


Geladeira 360l 250 1.400 1.000 400
Geladeira 400l 150 1.550 1.100 450
Geladeira 440l 100 1.900 1.350 550

A Brastemp no mês terá $133.500 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a
venda mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue
ao ponto de equilíbrio, e obtenha um lucro após o imposto de renda e contribuição
social de $22.250?

14) A PHILIPS fabrica modelos de televisores de 14, 20 e 29 polegadas possuindo a


seguinte previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do
setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


Televisor 14 500 600 450 150
Televisor 20 400 800 550 250
Televisor 29 100 1.700 1.200 500

A PHILIPS no mês terá $38.800 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a
venda mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue
ao ponto de equilíbrio, e obtenha uma margem de lucro de 5% sobre as vendas
totais.

Gestão de Custos
90

15) A FIAT fabrica os seguintes modelos de carros: Palio, Siena e UNO possuindo a
seguinte previsão de vendas e custos para o mês seguinte, conforme orçamento do
setor de vendas:

Produtos Quant. Orçada Preço Unit. CVU MCU


PALIO 2.000 22.000 18.000 4.000
SIENA 1.000 32.000 26.000 6.000
UNO 7.000 15.000 12.000 3.000

A FIAT no mês terá $10.000.000,00 em custos e despesas fixas. Qual deverá ser a
venda mínima que tem que ocorrer em cada produto para que a empresa chegue
ao ponto de equilíbrio.

16) Para fabricar um determinado produto cujo preço de venda é de $ 250,00 por
unidade, uma empresa efetua os seguintes gastos:
Percentual relativo ao preço de venda:
Matéria – Prima – 40%
Mão de Obra direta- 20%
Mão de obra indireta- 10%
Outros custos indiretos variáveis- 10%
Sabendo-se que a empresa fez um reajuste salarial de 20% para todos os seus
empregados e que todos os outros custos permanecem inalterados, qual deve ser o
novo preço de venda, para a empresa manter a mesma margem de contribuição do
produto ?

17) Uma empresa tem uma capacidade anual de produção de 2400 unidades. Sua
previsão de operações para este ano é:

Produção e vendas de 2000 unidades, vendas totais $ 90.000


Custo de fabricação:
Fixos (totais) $ 30.000
Variáveis (por unidade) $ 13
Despesas de Vendas e administrativas:
Fixas (totais) $ 15.000
Variáveis (por unidade) $ 4

Pede-se :

Se a empresa deve aceitar um pedido de venda especial de 200 unidades ao preço


de venda de $ 19. Justifique.
Indique qual deve ser o preço de venda mínimo que a empresa deve aceitar por
uma encomenda especial de 100 unidades.
Supondo- se que a empresa decida fazer um investimento adicional de $
250.000,00 e que este investimento tenha uma vida útil de 5 anos e que aumente
a capacidade da fábrica para o dobro da atual, mantendo-se todos os demais dados
constantes, indique qual deve ser o lucro se a empresa utilizar a sua máxima
capacidade de operação.

Gestão de Custos
91

18) Uma empresa fabrica um componente eletrônico utilizado em sistema de


navegação. Os principais clientes da companhia são fabricantes de aviões.
Os custos do componente eletrônico, no volume normal de produção de 4000
unidades por mês, são mostrados abaixo:

Custos unitários de produção:


Materiais variáveis : R$ 200
Mão de obra variável R$ 150
Custos indiretos de fabricação fixos R$ 120
Custos indiretos de fabricação variáveis R$ 50
Total dos custos unitários de produção R$ 520

Despesas unitárias administrativas e de marketing


Variáveis R$ 150
Fixas R$ 140
Total das despesas variáveis unitárias R$ 290

A companhia recebeu proposta de um fornecedor externo, de acordo com o qual


fabricaria e forneceria 1000 unidades por mês diretamente para as companhias de
aviação. As despesas fixas de administração e de marketing não seriam afetadas.
Os custos fixos de produção cairiam em 10%. A oferta do fornecedor externo deve
ser aceita, considerando-se que ele cobre R$ 400 por unidade? Justifique.
Considere que se a oferta for aceita, a empresa operará a um nível de ¾ de sua
produção normal.

19)Um escritório de contabilidade presta serviço a dois clientes A e B. As receitas e


os custos são os seguintes :

CLIENTE A CLIENTE B

Vendas 460 700


Custos variáveis 425 610
Custos fixos 40 60

Pede-se :
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A ? Neste caso, considere que
todos os custos fixos continuarão a existir
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A ? Neste caso considere que
os custos fixos serão reduzidos em 40%.
O escritório deve deixar de prestar serviço ao cliente A e passar a prestar serviço
ao cliente C , que produzirá uma receita de 500 e um custo variável de 350 e
utilizará toda a capacidade ociosa deixada pelo cliente A ? Não haverá necessidade
de novos investimentos.

Gestão de Custos
92

20)A empresa PENTA produz bandejas metálicas para serem utilizadas em


restaurantes populares. Atualmente encontra-se com capacidade ociosa, devido à
retração do mercado. O diretor de um hospital municipal procurou o presidente da
Cia PENTA e propôs que esta produzisse 300000 bandejas extras, pois ele iria
comprar estas bandejas, já que o seu hospital estava precisando. Ele disse que
poderia pagar R$ 1,20 por cada bandeja.
A Cia PENTA prevê custos variáveis unitários de R$ 1,30. O presidente comentou "É
claro que perderemos R$ 0,10 em cada bandeja nos custos variáveis, mas
ganharemos R$ 0,50 por unidade nos custos fixos dobrando nossa produção, já que
distribuiremos nossos custos fixos unitários de R$ 1,00 por um volume de produção
duas vezes maior. Portanto, devemos aceitar a oferta.” Você concorda com o
presidente? Justifique. Indique qual seria o resultado da Cia se a encomenda extra
fosse aceita.
Dados:

Receita -R$ 600.000,00


Custos Variáveis Totais – R$ 390.000,00
Custos Fixos Totais – R$ 300.000,00
Quantidade produzida e vendida – 300.000 unidades

21) Uma empresa apresenta a seguinte estrutura de custos: preço de venda: R$


15,00; custo variável: R$ 5,00 e custos fixos: R$ 500.000,00. Pede-se:

a)O ponto de equilíbrio contábil em quantidade e em volume de vendas;


b)A empresa decide reduzir em 10% o seu preço de venda. Qual será a
conseqüência em termos de ponto de equilíbrio?
c)E se a redução for de 20% na margem de contribuição ?
d)A empresa decide aumentar em 10% seu preço de venda. Qual será a
conseqüência em termos de ponto de equilíbrio ?
e) se o aumento for de 20% na margem de contribuição?
f)A empresa decide reduzir sua capacidade ociosa e isto representará uma redução
de 10% em seus custos fixos. Qual será a conseqüência em termos de ponto de
equilibro contábil?
g)A empresa decide aumentar sua capacidade de produção e isto representará um
aumento de 20% em seus custos fixos. Qual será a conseqüência em termos de
ponto de equilíbrio contábil ?

22) Uma empresa apresenta custos fixos de R$ 100.000,00 e margem de


contribuição de R$10,00. Para o próximo exercício a empresa espera um
crescimento de 20% na quantidade a ser vendida, sem alterar sua margem de
contribuição unitária. Para tal deverá aumentar sua capacidade de produção e isto
implicará em um aumento de 10% em seus custos fixos. O lucro da empresa foi de
R$ 100.000,00. A empresa deve efetuar este aumento ?

Gestão de Custos
93

23)Uma empresa produz um produto cuja margem de contribuição unitária é de


R$10,00 e cujo preço de venda unitário é de R$ 18,00. Os custos fixos de produção
montam a R$ 150.000,00. No ano anterior a empresa obteve um lucro bruto de R$
50.000,00. A empresa fez um estudo e chegou a conclusão de que aumentaria sua
quantidade de vendas em 20% se reduzisse seu preço de venda em R$ 2,00. Para
incrementar sua produção a fim de atender a nova demanda não será necessária
nenhuma alteração em seus custos fixos. Prepare um DRE para a nova situação e
diga se vale a pena reduzir o preço de venda e porque.

24)Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

Vendas – 20.000.000 (1 milhão de unidades vendidas)


Custos variáveis- 12.000.000
Despesas Variáveis- 1.100.000
Custos Fixos- 3.000.000
Despesas Fixas- 2.900.000.

Esta empresa recebe uma encomenda especial de 100.000 unidades ao preço de


venda de 13,00 por unidade.
A empresa não precisará fazer nenhum esforço de venda extra, ou seja, suas
despesas variáveis totais não se alterarão com o pedido de venda especial.
A empresa tem capacidade ociosa para aceitar tal encomenda.
Você pensa que a empresa deve aceitar ou não tal pedido. Caso aceite, o que
acontecerá com o seu lucro final ?

25) Conforme demonstrativo que se segue, o produto B está apresentando


prejuízo. Analise e justifique se a empresa deverá abandonar a linha do produto B,
sabendo-se que, caso ela seja eliminada, conseguirá uma redução de 15% no total
dos custos fixos que são distribuídas para todas as linhas de produtos.

PRODUTO A PRODUTO B PRODUTO C

Vendas 32000 42800 51200


Custos variáveis 22000 38600 40100
Custos fixos 4700 6000 7100
(distribuídos)
Indique qual o novo lucro, caso seja eliminado produto B.

Gestão de Custos
94

26) O Sr. Joaquim é um pequeno comerciante que possui um negócio localizado


próximo a uma das ruas de acesso ao morro do Borel. Atualmente ele está
preocupado com a onda de violência que atinge a cidade do Rio de Janeiro, pois
constantemente tem sido obrigado a fechar suas portas pôr ordem dos traficantes
que dominam a área.
Em seu estabelecimento comercial, ele vende um único produto que tem os
seguintes dados mensais:

Receita Total- R$100.000,00


Quantidade Vendida- 25000 unidades pôr mês.
Dias de trabalho em um mês- 25 dias.
Despesas Fixas Totais- R$ 30.000,00
Margem de Contribuição Unitária- R$ 1,50
Sr Joaquim contratou você para responder a ele a seguinte questão: quantos dias
ele suportaria permanecer fechado em um mês, sem Ter prejuízo em seu negócio?

27) Você foi solicitado a ajudar a administração da Arcadia Corporation a tomar


certa decisão. A Arcadia tem sede em Ohio e fabricas no Texas, em Montana e em
Maine., as quais fabricam o mesmo produto. As edificações em que as fábricas
funcionam são alugadas de terceiros. Você recebeu a seguinte projeção do
resultado para o próximo ano:

TOTAL TEXAS MONTANA MAINE

Receita Venda 4.400.000 2.200.000 1.400.000


800.000
Custos Fixos 1.100.000 560.000 280.000
260.000
Despesas Fixas 350.000 210.000 110.000
30.000
Custos Variáveis 1.450.000 665.000 425.000
360.000
Rateio dos custos
da sede 500.000 225.000 175.000
100.000

O preço de venda unitário do produto é de R$ 25,00.


A cia. decidiu fechar a fabrica em Maine, sem , contudo, deixar de servir aos seus
clientes da região. Para tal ela possui as seguintes alternativas:
Expandir a fábrica de Montana. Para tal ocorreriam as seguintes alterações:
Receita- aumento de 50% sobre a receita atual,
Custos Fixos – aumento de 20% sobre o custo fixo atual
Custos Variáveis- aumento de 10% sobre os custos variáveis atuais.
Assinar um contrato de longo prazo com um concorrente que serviria os clientes da
área e pagaria royalty de R$ 4,00 pôr unidade, com uma estimativa de venda de
30.000 unidades
Fechar a fabrica e perder os clientes.
Indique qual a melhor alternativa. Demonstre seus cálculos.

Gestão de Custos
95

28) A Brazilian Airlines é uma grande companhia aérea, que faz a rota Rio de
Janeiro – São Paulo, exceto aos sábados e domingos. A Brazilian Airlines tem
disponibilizado diariamente 15 vôos de ida ou volta, através de 4 (quatro)
modernos Fokker-100, com capacidade para 108 passageiros em seus confortáveis
assentos. Os custos envolvidos nestes vôos incluem:

a) Despesas de Leasing das 4 (quatro) Aeronaves no valor mensal fixo de


$900.000

b) Despesas de Manutenção das turbinas e dos equipamentos no valor mensal fixo


de $183.000

c) Despesas com Salários e Benefícios da tripulação no valor mensal fixo de


$60.000

d) Despesas com Combustível no valor de $1.000 por vôo simples, perfazendo um


valor mensal fixo de $330.000 ($1.000 x 15 vôos x 22 dias do mês).

e) Despesas fixas com funcionários de terra, e aluguel de hangar do aeroporto de


$170.000 por mês.

f) A Brazilian Airlines gasta com despesas discricionárias fixas de publicidade o


valor mensal de $125.000.

g) Despesa variável de comissões pagas aos agentes de viagem de 10% do preço


da passagem.

h) A empresa possui despesas variáveis de serviço de bordo, como refeição e


lanche, estimada em $5 por passageiro.

i) O preço médio da passagem de ida ou volta é de $100.

PEDE-SE:

Quantos passageiros precisam voar diariamente na Brazilian Airlines para que ela
possa atingir seu ponto de equilíbrio, e no final do mês não tenha lucro nem
prejuízo?
Qual a taxa de ocupação necessária por vôo diário?

Gestão de Custos
96

29) Uma empresa apresenta os seguintes dados de produção:

EMPRESA COMO PRODUTO PEÇA


UM TODO (A+B) ACABADO
A B

VENDAS 10.000.000

Material Direto 4.900.000 4.400.000 500.000


Mão de Obra Direta 700.000 400.000 300.000
Custos Indiretos Variáveis 300.000 100.000 200.000
Outros Custos Variáveis 100.000 100.000
Comissões de Vendas 1.000.000 1.000.000
Custos Fixos Separáveis 2.300.000 1.900.000 400.000
Custos Fixos Comuns 400.000 320.000 80.000

DADOS COMPLEMENTARES:

Quantidade Vendida: 100.000 unidades


Comissão de Vendas: 10% do valor total das vendas.
A coluna do produto acabado A não inclui os custos da peca B.
Pede-se:
A)Um fornecedor ofereceu-se para fabricar as 100.000 pecas de um ano por
$13,50 cada. Qual seria o efeito sobre o lucro operacional se a empresa comprasse,
em vez de fabricar as pecas ? Admita, por hipótese, que $ 350.000 dos custos fixos
separáveis que podem ser alocados as pecas teriam sido evitados se elas fossem
compradas. Demonstre os cálculos
B)Considerando os mesmos dados do item A, indique para qual quantidade de
pecas, seria indiferente comprar ou fazer.
C)A empresa poderia Ter comprado as pecas por $ 13,50 cada e usado o espaço
vago para fabricar uma versão de luxo de seu principal produto. Admita que
pudessem Ter sido fabricadas 20.000 unidades de luxo (e vendidas além das
100.000 normais) por um custo variável unitário de $ 70, excluindo-se as pecas e
a comissão de vendas de 10%. O preço de venda teria sido de $ 110. Todos os
custos fixos referentes às pecas teriam continuado existindo, já que se
relacionavam basicamente com as instalações de produção utilizadas. Qual teria
sido o lucro operacional se a empresa tivesse comprado as pecas necessárias e
produzido e vendido às unidades de luxo?

Gestão de Custos
97

30) A Ocean Company fabrica e vende três produtos, X, Y e Z. A demonstração do


resultado projetada para o ano corrente, por linha de produto, é a seguinte:

X Y Z

VENDAS( UNIDADES) 10.000 500.000 125.000

Receita de vendas $ 925.000 $ 1.000.000 $ 575.000


Custo Variável 285.000 350.000 150.000
Custo Fixo 304.200 289.000 166.800
Despesas Variáveis 270.000 200.000 80.000
Despesas Fixas 125.800 136.000 78.200.

As despesas fixas são rateadas aos produtos com base na receita.


A administração da companhia está preocupada com o produto X, pois o mesmo
está apresentando prejuízo. Para solucionar tal problema, o setor de planejamento
apresentou a seguinte proposta:
Deixar de fabricar o produto X. O preço de venda dos produtos Y e Z não se
alterariam, entretanto teríamos um acréscimo na quantidade produzida e vendida
do produto Z de 50%. Os equipamentos utilizados exclusivamente na produção do
produto X seriam vendidos e isto provocaria uma redução no custo fixo total de $
30.000. Não haveria alteração no total das despesas fixas. O espaço utilizado na
produção do produto X seria alugado a terceiros por $ 157.500. Pede-se:

Qual seria o novo lucro da cia, se a proposta fosse aceita? Você recomendaria a
aceitação desta proposta? Justifique.
Qual dos dois produtos, Y ou Z, apresentaria um lucro maior? Considere que os
custos fixos remanescentes do produto X seriam rateados em proporções iguais
entre os dois produtos. Demonstre os cálculos.
Indique qual o valor mínimo do aluguel para ser indiferente para a Cia a aceitação
ou não da proposta. Demonstre os cálculos.

Gestão de Custos
98

31) A Alfabeto S.A. fabrica os produtos Alfa, Beta e Gama. Em seu primeiro ano de
atividades, sua produção e custos, faturamento e preços foram:

Produção Faturamento
Produto Custo Total
Quantidade Quantidade Valor Total
MP MOD CIF (F+V)
Alfa 1.300 28.000,00 21.000,00 15.750,00 1.000 118.750,00
Beta 2.500 72.000,00 65.000,00 48.750,00 1.870 260.584,50
Gama 1.195 36.050,00 52.000,00 39.000,00 1.195 208.527,50

Dados complementares:
Os custos fixos representaram 50% dos custos indiretos.
As despesas variáveis de vendas foram de 4% do faturamento.
As despesas fixas representaram $ 230.000,00 no ano.

Caso a alfabeto não tenha problemas de limitações na produção, ordene os


produtos que proporcionam a maior lucratividade para a empresa. Justifique sua
ordem.

32) O inverno do último ano foi excelente para as lojas que comercializam roupas
masculinas de época. Na loja de roupas finas B.R. & Egas Ltda., o gerente decidiu
comprar estoques extras de casacos de couro, em virtude de seu preço de venda
unitário ser mais alto que o dos demais artigos. Abaixo estão discriminados os
principais artigos comercializados por essa loja, seus preços de venda, bem como
os custos de aquisição.

Preços de Venda Custos de Aquisição


Produtos
Unitários Unitários
Casaco de couro 290,00 232,00
Paletó de lã 195,00 135,00
Jaqueta de brim 96,00 40,00
Parca 136,00 77,00

Considere que quaisquer desses artigos teriam demanda para unidades adicionais.
O gerente acertou na escolha do produto, em sua tentativa de maximizar o lucro da
empresa? Efetue os cálculos e responda.

33) Uma loja vende apenas dois produtos: sapatos e bolsas. Seus gastos fixos
mensais se resumem ao aluguel, $ 5.000,00 e mão-de-obra, $ 6.000,00. Os
sapatos são adquiridos por $ 35,00 o par e vendidos por $ 70,00. Cada bolsa é
adquirida por $ 60,00 e vendida por $90,00. O gerente tem estimulado as vendas
de bolsas pelo fato de ter o preço maior. Em certo mês foram vendidos 180 pares
de sapatos e 250 bolsas. Se você fosse o gerente, faria o mesmo?

Gestão de Custos
99

34) A empresa J.R. Pequeno S.A. fabrica dois produtos: Alfa e Beta. Em Maio/X3
produziu 600 unidades de Alfa e 100 unidades de Beta.

Seus custos nesse mês foram:

Fixos = $ 52.500,00
Variáveis = $ 500,00 por unidade de alfa e $ 600,00 por unidade de Beta.
Os preços unitários foram: Alfa = $ 782,50 e Beta = $ 1.000,00.

Considere que a J.R. Pequeno não utiliza o Custeio Variável, e sim o Custeio por
Absorção e que seus custos fixos são rateados em função das horas de fabricação.
O gerente acha que é melhor conhecer o lucro de cada produto, para decidir qual
deve ter as vendas incentivadas.

Os tempos gastos nessa produção foram: 600 horas para fabricar Alfa e 240 horas
para fabricar Beta. Determine o lucro de cada produto e que recomendações você
faria se houvesse condições de aumentar as vendas?

35) Em um determinado mês, a J. Boutinho Ltda. está com 400 horas ociosas e
recebe duas propostas:

A primeira é para o fornecimento de 110 unidades do produto X. Cada unidade


consome 3 horas de fabricação. O preço ofertado foi de $ 50,00/u. O custo variável
deste produto é $ 25,00/u.

A segunda é para o fornecimento de 120 unidades do produto Y. Cada unidade


consome 1 hora de fabricação. O preço ofertado é de $ 200,00/u. O custo variável
é de $ 180,00/u.

Considere que para o pedido de X o custo do transporte até o cliente será por conta
da J. Boutinho, correspondendo a 5% da respectiva receita. Para o pedido de Y, o
cliente é o responsável pelo frete.

Qual dos dois pedidos deve aceitar, considerando-se que o restante das horas
ociosas, se houver, não será utilizado?

Gestão de Custos
100

36) A Fábrica de Vassouras Bruxa Linda Ltda. Tem capacidade de produção de


10.000 dúzias mensais de sua vassoura modelo superluxo. No entanto, dada a
retração do mercado de vassouras, está produzindo e vendendo apenas 8.000
dúzias mensais a $ 100,00 cada.

Seus custos são os seguintes:

Matéria-prima $ 32,00/dúzia
Mão-de-obra $ 24,00/dúzia
Custo indireto de fabricação variável $ 8,00/dúzia
Custo indireto de fabricação fixo $ 80.000,00/mês

As despesas administrativas e de vendas são:

Fixas = $ 120.000,00/mês
Variáveis = 3% da receita

A Bruxa Linda recebeu uma proposta da Associação de Bruxas do Sul para o


fornecimento de 1.200 dúzias mensais pelos próximos 3 meses ao preço de $
70,00/dúzia. A empresa deve aceitar a proposta, mesmo que as despesas variáveis
de vendas para esse pedido sejam 5% da respectiva receita?

37)O Sr. José, diretor da empresa XPTO Ltda., está diante da seguinte situação:
pode vender o produto XT embalado ou sem embalagem.

O custo desse produto sem embalagem é de $ 350,00 por unidade e a embalagem


custa $ 45,00 cada. O preço de venda unitário do produto embalado é de $ 515,00
e sem embalagem é de $ 475,00.

A empresa tem maior ganho vendendo o produto embalado ou sem embalagem?


Efetue os cálculos e ajude o Sr. José.

38)A fábrica de móveis de madeira Pinheirinho Ltda. produz mesas, estantes e


armários. A demanda anual destes produtos é a seguinte: mesas = 5.000 u;
estantes = 18.000 u; armários = 7.000 u.

A Pinheirinho está trabalhando no limite de sua capacidade, vendendo toda a


produção, que foi a seguinte no ano de 19X6:

Custos e
Quantidade
Tampo de despesas
Produtos produzida e Receita Total
fabricação variáveis
vendida
totais
Mesas 4.500 u 5,0 h/u 135.000,00 180.000,00
Estantes 14.000 u 4,0 h/u 189.000,00 245.000,00
Armários 5.000 u 25,0 h/u 535.000,00 750.000,00

Os custos e despesas fixos totalizaram $ 300.000,00 no ano.

Gestão de Custos
101

Pede-se:

a) caso a Pinheirinho decida aumentar sua capacidade produtiva passando para


220.000 horas/ano, qual o mix de produção e vendas que melhor resultado
proporciona, supondo-se que a demanda não se modifique?
b) se a empresa não ampliar sua capacidade produtiva e a demanda não se
modificar, qual o mix de produção e vendas que melhor resultado proporciona?
Demonstre.
c) compare o mix encontrado em b com o atual e faça um comentário.

39) Uma empresa fabrica os produtos Alfa e Beta. As horas de fabricação e o


consumo de matéria-prima são:

Horas de Fabricação Consumo de Matéria-Prima


Produtos
Máquina 1 Máquina 2 Mat. Prima X Mat. Prima Y
Alfa 2 h/u 3 h/u - 7 kg/u
Beta - 6 h/u 2 kg/u 4 kg/u

Os custos dessa empresa são os seguintes:

Mão-de-obra direta:
Máquina 1 = $ 100,00/h
Máquina 2 = $ 150,00/h

Matéria-prima:
Matéria-prima X = $ 180,00/kg
Matéria-prima Y = $ 120,00/kg

Custos indiretos de fabricação:


Fixos = $ 300.000,00/mês
Variáveis = 70,00/h

Despesas:
Administrativas Fixas = $ 400.000,00/mês
Vendas Fixas = $ 250.000,00/mês
Vendas Variáveis = 5% do preço de venda

Preço de venda:
Produto Alfa = $ 3.000,00/u
Produto Beta = $ 3.500,00/u

Disponibilidade de horas-máquina:
Máquina 1 = 3.000 h/mês
Máquina 2 = 6.450 h/mês

Quantidade produzida e vendida:


Produto Alfa = 1.400 u/mês
Produto Beta = 300 u/mês

Havendo capacidade ociosa de máquinas, caso a empresa resolva ocupá-la, qual


seria o acréscimo de quantidades dos produtos?

Gestão de Custos
102

40) Um barzinho comercializa mensalmente 4.000 latas e 5.000 garrafas de


cerveja. Os valores pagos ao distribuidor são: $ 0,45 a lata e $ 0,60 a garrafa. São
vendidas a $ 1,00 a lata e $ 1,50 a garrafa. Ambas são acondicionadas na mesma
geladeira, e uma garrafa ocupa o espaço de duas latas. O proprietário do bar
percebeu a possibilidade de aumentar as vendas, no entanto, está disposto a
oferecer quantidades adicionais de apenas um desses produtos. O espaço ocioso é
suficiente para acomodar o correspondente a 400 latas.

Pede-se: Qual dos dois produtos você escolheria?

41) Hoje em dia tem-se observado uma expansão de lojas que vendem água em
garrafões de 10 e 20 litros. Um empreendedor resolveu montar uma loja dessas.

Suas despesas mensais fixas são:

Aluguel do ponto = $ 2.000,00


Honorários do contador = $ 200,00
Impostos municipais = $ 350,00
Mão-de-obra = $ 600,00

São comercializados mensalmente 2.500 garrafões de 10 litros e 3.200 garrafões


de 20 litros. Os garrafões de 10 litros são adquiridos a $ 1,30 cada e vendidos a $
2,00 e os de 20 litros, adquiridos por $ 2,00 cada e vendidos a $ 3,00 cada. Como
as vendas estão crescendo, abriu-se a oportunidade de aumentar os estoques
desses produtos. No entanto, o proprietário resolveu adquirir quantidades
adicionais de apenas um deles, pois a loja tem um fator que restringe a quantidade
em estoque, que é o espaço físico disponível. Ainda há espaço disponível no
estoque para armazenar o correspondente a 150 garrafões de 20 litros. Um estudo
apontou que no mesmo espaço ocupado por 3 garrafões de 20 litros daria para
armazenar 5 garrafões de 10 litros.

Considere que a oferta atual não seja modificada. Por qual desses produtos deve
optar para aumentar as vendas? Quanto aumentaria o lucro da loja?

42) O Departamento de Contabilidade da fábrica de doces Bom Bom S.A. efetuou o


seguinte quadro:
Produto Preço unitário C+D Variável Unitário
Paçoca 0,40 0,25
Pipoca doce 0,30 0,15
Maria-mole 0,25 0,20
Pirulito 0,15 0,10

A Bom Bom quer melhorar seu resultado e por isso está convidando você para
assessorá-la. O chefe de produção informou que os fornecedores de açúcar têm
reduzido sistematicamente a entrega desse insumo. O consumo de açúcar é o
seguinte por unidade produzida:

Gestão de Custos
103

Produto Consumo
Paçoca 20 gramas
Pipoca doce 25 gramas
Maria-mole 5 gramas
Pirulito 10 gramas

Indique ao presidente da Bom Bom a ordem dos produtos de que você priorizaria a
produção e vendas para tornar o lucro o mais alto possível.

43) Uma empresa está trabalhando no limite de sua capacidade produtiva


instalada, que é de 120.000 h/mês. Dessas horas em outubro, 50% foram gastas
na produção de X, que consome 40 h/u; 30% na produção de Y, que consome 30
h/u; e o restante do tempo na produção de Z, que consome 6 h/u.

Os custos e despesas variáveis com os respectivos preços dos produtos são:

Produtos Custos e Despesas Variáveis Preço de Venda


X 55,00/u 80,00/u
Y 44,00/u 57,80/u
Z 8,00/u 14,00/u

A empresa verificou que a demanda poderia ser de 2.000 u de X, 1.500 u de Y e


5.000 u de Z. Se aumentar sua capacidade de produção para 146.000 h/mês, qual
o melhor mix de produção e vendas que você sugere para essa empresa
considerando essa expectativa de demanda?

44) Uma empresa fabrica e vende os produtos X e Y com os custos e preços


abaixo:

Produtos Custo Variável Preço de Venda


X 180,00 250,00
Y 370,00 440,00

Os dois produtos são trabalhados na mesma máquina, sendo que cada unidade de
X utiliza 2 horas e de Y, 1,5 hora. Havendo ociosidade de 600 horas nessa
máquina, qual produto deveria ser priorizado, quantas unidades poderiam ser
produzidas nessas horas e qual a margem de contribuição máxima que seria
obtida?

Gestão de Custos
104

45) Dados de uma empresa que está viabilizando a fabricação do produto T:

Preço de Venda = $ 400,00/u


Custos e Despesas Variáveis = $ 300,00/u
Custos e Despesas Fixos = 160.000,00/mês
Depreciação (inclusa nos custos e despesas fixos) = 20.000,00/mês
Patrimônio líquido = 16.000.000,00
Lucro desejado =6% ao ano do patrimônio
líquido

Determine:

a) O PEC.
b) O PEE.
c) O PEF.

46) Um empreendedor está estudando a implantação de uma fábrica de bexigas.


Planeja investir $ 30.000,00 no negócio e deseja um lucro correspondente a 5% ao
mês deste investimento.

Estimou os seguintes valores:


Preço = $ 5,00 a dúzia
Custo Variável = $ 3,00 a dúzia
Despesas Variáveis = 10% do preço
Custos e Despesas Fixos = $ 3.000,00 por mês

Determine o PEE.

47) A Indústria Pau-Brasil S.A. está interessada em avaliar um novo projeto. O


custo fixo anual foi previsto em $ 1.200.000,00, o custo variável do produto a ser
fabricado, $ 120,00 por unidade, e o preço de venda, $ 200,00 por unidade.

Determine:
a) O Ponto de Equilíbrio em quantidade e em valor do projeto.
b) O Ponto de Equilíbrio caso o produto seja vendido por $ 215,00 a unidade e o
custo variável seja $ 140,00 a unidade.

48) Uma empresa está produzindo e vendendo 5.000 u mensais de seu produto
XPTO. Seus custos e despesas mensais são:

Fixos: = $ 50.000
Variáveis: = $ 125.000

Gestão de Custos
105

Qual seria o preço de venda unitário que a empresa deveria praticar, mantendo-se
a mesma quantidade produzida e vendida, bem como os custos atuais para que
obtenha um lucro:

a) de $ 25.000,00 mensais.
b) de 20% do preço de venda.
c) de 30% do custo variável.

49) Dados de uma empresa que está analisando a viabilidade de produzir e


comercializar o produto JOTA:

Custos e despesas variáveis = $ 7,50/u


Custos e despesas fixos = $ 3.000,00/mês

A capacidade de produção deverá ser de 1.000 u mensais.

Pede-se:

a) o preço de venda unitário para que o Ponto de Equilíbrio Contábil ocorra em cada
uma das quantidades abaixo:
a1) 250 u.
a2) 500 u.
a3) 750 u.
a4) 1.000 u.

50) Calcule a MSO de uma empresa que produz e vende o produto Q. Os seguintes
dados estão disponíveis:

Quantidade vendida = 20 u
Custos e despesas variáveis = $ 4.800,00/u
Custos e despesas fixos = 32.000,00/mês
Preço de venda = 8.000,00/u
Em uma decisão do diretor de vendas, baseando-se no comportamento de
mercado, optou-se por reduzir o preço de venda em 20%. Qual será a nova MSO,
mantendo o mesmo nível de unidades vendidas?

51) A Mundo da Lua S.A. produz bijuterias finas para mulheres jovens. Em
novembro/x3 cada peça era vendida por $ 100,00. Seu Ponto de Equilíbrio Contábil
foi de 1.100 unidades e a Margem de Segurança Operacional foi de 220 peças,
proporcionando um lucro operacional de $ 13.200,00. Qual foi o custo fixo da
Mundo da Lua?

Gestão de Custos
106

52) A empresa J.D. Luz Ltda. produz e vende o produto R. Os seguintes dados
estão disponíveis:

Quantidade vendida = 20 u
Custos e despesas variáveis = $ 4.800,00/u
Custos e despesas fixos = 32.000,00/mês
Preço de venda = 8.000,00/u

Caso a empresa conceda um aumento salarial a seus funcionários, haverá um


acréscimo de 5% nos custos e despesas variáveis e de 20,25% nos custos e
despesas fixos. Em função disso, qual seria a nova Margem de Segurança
Operacional? Compare com a MSO anterior e analise o efeito dessa decisão.

53) Uma empresa está produzindo e vendendo 3.500 u mensais de seu produto W,
com os seguintes custos e despesas:

Custos e Despesas Fixos:


Aluguel = $ 500.000,00
Mão-de-obra = $ 800.000,00
Depreciação = $ 200.000,00
Outros = $ 300.000,00

Custos e despesas variáveis:


Matéria-prima = $ 400,00/u
Mão-de-obra direta = $ 300,00/u
Custos indiretos variáveis = $ 200,00/u
Despesas de vendas variáveis = 10% do preço de venda

O preço de venda praticado é de $ 2.000,00 por unidade. Caso ocorra um aumento


de 500 unidades na Margem de Segurança Operacional, qual o Grau de
Alavancagem Operacional dessa empresa?

54) A Cia P. Lêgo Ltda. produz estantes de aço que são vendidas por $ 7.000,00
cada. Em março/x1, a produção e as vendas foram de 500 unidades,
proporcionando um lucro de 20% sobre a receita total. Nesse mês, os custos e
despesas variáveis representaram 50% da receita total. Calcule o Grau de
Alavancagem Operacional caso a Margem de Segurança Operacional aumente em
50 unidades.

55) A B. Paschoal Ltda., ao aumentar sua produção e vendas em 30%, passando


para 5.200 unidades mensais do produto Alfa, teve o custo total (fixo+variável)
aumentado de $ 470.000,00 para $ 560.000,00. Considerando que o preço de
venda unitário é de $ 200,00, determine qual foi o Grau de Alavancagem
Operacional.

Gestão de Custos
107

56) A empresa Beleza Pura Ltda. fabrica creme hidratante para os pés. Atualmente
sua produção e vendas são de 15.800 potes de 500g mensais, os quais são
vendidos por $ 3,50 cada, proporcionando um lucro operacional de 15% sobre a
receita total. Sua produção anterior era 20% inferior, também vendida a $ 3,50 o
pote, e proporcionando um lucro operacional de 10% sobre a receita total. Qual foi
o Grau de Alavancagem Operacional dessa empresa?

57)Uma empresa fabrica pecas de automóveis. Quase sempre contrata serviços de


outros fabricantes, dependendo de se suas instalações estão plenamente utilizadas.
A empresa está em vias de tomar algumas decisões finais em relação ao uso de
suas instalações de produção no próximo ano.
Abaixo representamos os custos de fabricação da peca K426,um componente
básico de um sistema de controle de emissão.

CUSTO TOTAL CUSTO


UNITÁRIO

Material Direto 300.000 5


Mão de Obra Direta 480.000 8
Custos Indiretos Variáveis 360.000 6
Custos Indiretos Fixos 300.000 5
TOTAL 1.440.000 24

Outro fabricante ofereceu-se para vender a mesma peca à empresa por $22 cada.
Todos os custos fixos indiretos continuariam a existir, exceto os custos de $120.000
relativos a alguns supervisores e vigilantes que poderiam ser evitados. Pede-se:

Suponhamos que a capacidade ora utilizada para produção fique ociosa se elas
passarem a ser compradas. As pecas devem ser produzidas ou compradas?
Suponhamos que a capacidade ora utilizada para a produção das pecas seja(a)
alugada a um fabricante da proximidade por $ 50.000 por ano ou (b) usada para
fazer carburadores que proporcionem uma contribuição $ 80.000. A peca deve ser
comprada ou fabricada.?

58) A Net Minder Manufacturing fabrica raquetes de tênis. Atualmente, a


companhia fabrica as capas das raquetes, com os seguintes custos:

CUSTO TOTAL CUSTO UNITÁRIO

Material Direto 20.000 2,00


Mão de Obra Direta 10.000 1,00
Custos Indiretos Variáveis 7.500 0,75
Custos Indiretos Fixos 2.500
Custos indiretos fixos rateados 15.000

Gestão de Custos
108

Um fabricante externo propôs fornecer qualquer quantidade de capas por $4,10.


Pede-se Caso, por questões estratégicas a Cia decida comprar apenas a metade das
capas, diga se vale a pena.
No nível de produção atual , é melhor comprar ou fabricar?
Para qual quantidade, é indiferente para a Cia comprar ou fabricar?

59) Suponha que a Casio Company necessite de 20.000 unidades de certo


componente de um de seus produtos. O custo da fabricação unitário do
componente é o seguinte:

Material Direto 3,00


Mão de Obra Direta 10,50
Custos Indiretos Variáveis 4,00
Custos Indiretos Fixos 5,00

A Cia pode comprar o componente por $21 a unidade. Sessenta por cento dos
custos fixos não poderão ser eliminados. A Cia deve aceitar a oferta?

60) A Campus Bookstore apresentou a seguinte DRE relativa ao terceiro trimestre:

LIVROS PAPELARIA MERCADORIAS


EM GERAL

Receita 200 80 120


Custo Variável 160 45 95
Custo Fixo
Aluguel 6 6 6
Salários 16 10 14
Despesa Fixa 12 12 12

O gerente está preocupado com o resultado apresentado pelo setor de mercadorias


em geral e está com a idéia de eliminá-lo. Para tal requisitou algumas informações
ao setor de Contabilidade que informou o seguinte:

Os empregados que trabalham na seção seriam demitidos;


Nada do aluguel poderá ser economizado.
Um total de 6. em despesas fixas seriam economizadas.

Pede-se:

Você recomenda a eliminação da Seção de Mercadoria em Geral.? Justifique.


O espaço ocioso poderia ser utilizado para a venda de livros adicionais, que geraria
uma margem de contribuição de 35, despesas de salários de 14 e despesas fixas
evitáveis de 4. Você recomenda neste caso a eliminação?

Gestão de Custos
109

Para qual valor de margem de contribuição, mantendo-se os mesmos acréscimos


de salários e de despesa fixas do item anterior, seria indiferente a venda de livros
adicionais ou a manutenção da Seção de Mercadorias em Geral? Justifique

61) A Sierra Ski Company opera atualmente com 75% de sua capacidade de
produção. Preocupado com o desempenho da companhia, seu presidente está
considerando a eliminação da linha de esquis cross-country. Se essa linha for
eliminada, suas receitas serão perdidas e seus custos variáveis economizados.
Quinze pôr cento dos custos fixos totais da companhia também serão
economizados.
DRE
Downhill Racing Cross Country Regular Downhill

Receita 65.200 85.600 102.400


Custos Variáveis 44.000 77.200 80.200
Custos Fixos Rateados 9.400 12.000 14.200
Pede-se:
Você concorda com a eliminação da linha de produto cross-country? Justifique,
demonstrando os cálculos
O presidente pode eliminar a linha de produção acima e alugar a área ociosa. Qual
deve ser o valor mínimo do aluguel para ser indiferente a eliminação com aluguel
ou a manutenção da linha de produção.? Demonstre os cálculos.

62)A administração da Quicksilver Corporation está revendo a lucratividade da


companhia, tentando melhorar seu desempenho por meio de melhor planejamento.
A companhia fabrica três produtos em sua linha de bijuterias- colares, braceletes e
anéis. Dados selecionados sobre os três itens são apresentados abaixo;

COLARES BRACELETES ANÉIS

Preço de Venda 50,00 37,50 25,00


Margem de Contribuição 20,00 15,00 10,00
Tempo de máquina necessário
À fabricação de uma unidade 0,5h 0,25h 0,30h

A Cia dispõe de 120 horas de tempo de máquina por mês. A demanda de cada
produto é muito superior à capacidade de produção da companhia. Não há outras
restrições relevantes.
Atualmente a Cia fabrica a mesma quantidade de cada produto. O vice presidente
de produção, entretanto, tem defendido que a companhia deveria concentrar a
produção em colares, porque esse produto tem a maior margem de contribuição.
Se essa recomendação fosse seguida, nenhum bracelete ou anel seria fabricado.
Pede-se :
a)Se os custos fixos forem de R$ 2.500,00 por mês, qual será o lucro da companhia
se ela seguir a recomendação do vice- presidente de produção ?
b)Quanto deve ser produzido de cada produto para que seja atingido o lucro
máximo e qual seria este lucro?

Gestão de Custos
110

c)Se a demanda de cada produto fosse de 150 unidade, qual deveria ser o mix da
produção com vista a alcançar o lucro máximo e qual seria este lucro ?

63)A Tony Pizza entrega pizzas de diversos sabores em um tamanho único. Cada
Pizza é vendida por R$ 10,00.
O gerente recebeu os seguintes custos projetados:

Quantidade de 10.000 12.000


Pizzas vendidas

CUSTOS
Massa R$ 4.000 R$ 4.800
Recheios 2.500 3.000
Queijo 4.500 5.400
Tomates 3.000 3.600
Energia 1.500 1.500
Pessoal de limpeza 2.500 3.000
Pessoal de cozinha 3.000 3.000
Pessoal de entrega 2.200 2.640
Aluguel do carro 2.000 2.000
Gasolina 1.500 1.800
Instalações 10.000 10.000
Publicidade 4.500 4.500
Pede-se
Se a quantidade vendida for de 15000 unidades, qual e a margem de segurança
operacional?

64) A Prime Printer fabrica impressoras com os seguintes custos unitários: Material
direto R$ 375; Mão de obra direta R$ 500, Outros custos variáveis- R$ 625 e Custo
fixo- R$ 500. O preço de venda é de R$ 2.500. Atualmente são vendidas 200
unidades da referida impressora. A capacidade atual da fabrica é de 6.000 horas. A
taxa salarial média atual, incluindo os benefícios indiretos é de R$ 20. Um
comprador deseja comprar as referidas impressoras desde que o preço de venda
seja de R$ 2.000. Pede-se;

Qual a quantidade máxima de impressoras que a Prime Printer poderá vender ao


novo cliente?
Qual será o novo lucro caso a Cia venda as impressoras pelo preço ofertado na
quantidade calculada no item anterior?

65) Uma empresa fabrica bicicletas, inclusive o conjunto que compõe a roda
traseira, cujo custo unitário é o seguinte:

Materiais diretos -R$ 3,50


MOD – R$ 15,00
Custos indiretos variáveis- R$ 6,00
Custos indiretos fixos- R$ 8,00

Gestão de Custos
111

Este custo baseia-se em um produção anual de 20.000 unidades.


Recentemente, a empresa recebeu uma proposta de um fornecedor que deseja
vender-lhe 20.000 conjuntos de rodas traseiras ao preço unitário de R$ 30,00. A
aceitação da proposta fará com que a empresa economize R$ 100.000,00 de custos
fixos.
Pede-se;
Se a empresa deseja fazer uma economia de R$ 12.500,00 pôr ano, ela deve
aceitar a oferta? Justifique, demonstrando os cálculos.
Se a quantidade for de 5.000 unidades, você muda a sua resposta? Demonstre os
cálculos.
Para qual nível de atividade, é indiferente comprar ou fazer, considerando a
economia de R$ 12.500,00?

Gestão de Custos
112

FIM

Gestão de Custos
113

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS
MBA – Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria

Gestão de Custos

Claudio de Carvalho
Mattos

Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante
• Realizável a L. Prazo
• Investimentos
• Imobilizado Patrimônio Líquido
• Intangível

Gestão de Custos
114

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

DRE Receita Operacional Bruta (de vendas ou serviços)

(-) Devoluções, Abatimentos e Impostos.

(=) Receita Operacional Líquida

(-) Custo das Mercadorias / Produtos Vendidos ou Custo dos Serviços


Prestados
( CMV / CPV / CSP )

(=) Lucro Operacional Bruto

(-) Despesas Operacionais (vendas, gerais e administrativas e outras


despesas e receitas operacionais))

(+) (-) (parcela


dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do
método de equivalência patrimonial

(=) Resultado antes das receitas e despesas financeiras

(+) (-) Despesas e Receitas Financeiras

(=) Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro

(-) Tributos sobre o Lucro

(=) Resultado Liquido das Operações Continuadas

(+) (-) Resultado Liquido após Operações Descontinuadas

(+) (-) Outros Ajustes

(=) Resultado Liquido do Período

CONCEITOS 
1. Gasto
2. Custo
3. Despesa
4. Investimento
5. Desembolso
6. Perda

Gestão de Custos
115

CUSTO
- Custos Diretos X Custos Indiretos

- Custos Fixos X Custos Variáveis

Margem de Contribuição
- Conceito

- Aplicações Práticas

Gestão de Custos
116

Aplicação Prática

• 1 un                        2 un   
PV= 500                  R= 1.000
CV= 200                  CV= 400

CF= 100                   CF= 100
L   = 200                    L=    500   

Aplicação Prática

• 1 un                                          2 un   
PV= 500                                  R= 1.000
CV= 200                                 CV= 400
MC= 300                                MC= 600 
CF= 100                                  CF= 100
L   = 200  DIFERENÇA =300 L=    500   

Gestão de Custos
117

Aplicação Prática

• A                  B                  C 
R= 1.000         2.000            1.500
CV= (500)      (1.900)         (1.000)
MC= 500            100               500
CF=  (300)         (300)            (300)
L   =   200          (200)              200

Principais Decisões

• Decisões de Mix de Produção e Vendas‐
Margem de Contribuição por Fator Limitativo. 

Gestão de Custos
118

Ponto de Equlibrio

• Contábil

• Econômico

• Financeiro

Conceitos Importantes

• Margem de Segurança Operacional

• Grau de Alavancagem Operacional

Gestão de Custos
119

Principais Decisões

• Decisões no Ponto de Equilibrio

Elementos de Custos

• Matéria Prima
• Mão de Obra
• Custos Indiretos de Fabricação 

Gestão de Custos
120

Matéria‐Prima

• Critérios de Avaliação de Estoques

1. PEPS
2. UEPS
3. CUSTO MÉDIO

Matéria‐Prima

• Métodos de Avaliação de Estoques.

‐ Periódico

‐ Permanente

Gestão de Custos
121

MÃO DE OBRA

• CUSTO VARIÁVEL OU FIXO?

CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO

• Critérios de Rateio

• Departamentalização.

Gestão de Custos
122

Principais Decisões

• Decisões de Pedido Especial

Principais Decisões

• Decisões de Eliminação de Produtos ou 
Departamentos

Gestão de Custos
123

Conceitos Importantes

• Custos Fixos Evitáveis e Não Evitáveis

Principais Decisões

• Decisões de Comprar ou Fazer Matéria Prima

Gestão de Custos
124

Capítulo 3

ESTUDOS DE CASOS

MBA – Gestão Financeira,


Controladoria e Auditoria.

Considerações finais
Contato:
claudiocmattos@ig.com.br
claudioc@fgvmail.br

Gestão de Custos
MBA:
Disciplina:
Docente:
Período de realização da disciplina:

1. Portfólio de desempenho acadêmico

1.1 Registre abaixo os principais conceitos (palavras-chave) que dão suporte ao


conteúdo desta disciplina:

1.2 Registre abaixo as principais ideias (frases curtas) que formam o conteúdo
fundamental desta disciplina:

1.3 Comparando o conteúdo aprendido com a realidade empresarial que você


conhece, registre abaixo os principais problemas científicos e/ou empresariais
(questões significativas, exatas, curtas) que você percebe:
2. Portfólio de desempenho pessoal/profissional

Considerando os conteúdos aprendidos e os problemas detectados a partir do estudo


destes conteúdos, destaque:

2.1 O que você pode fazer a partir de amanhã para melhorar seu desempenho
pessoal/ profissional:

2.2 O que você deve deixar de fazer para melhorar seu desempenho pessoal/
profissional:

2.3 O que existe de rotina no seu cotidiano e que pode ser mudado para aperfeiçoar
sua prática profissional:

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