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CENTRO UNIVERSITÁRIO PROJEÇÃO

CURSO DE PSICOLOGIA
PSICOLOGIA DA SAÚDE HOSPITALAR 2023/1
Aluna: Tatiana Peres Simaan
Matrícula 202117560

Resenha crítica sobre os documentários “A história da saúde pública no Brasil –


500 anos na busca de soluções” e “História da Saúde Pública no Brasil”, portal
Fiocruz.

Os documentários “A história da saúde pública no Brasil – 500 anos na busca de


soluções” e “História da Saúde Pública no Brasil”, traçam cronologicamente as
políticas de assistência em saúde adotadas desde a chegada dos colonizadores
Europeus ao Brasil, no Séc VXI, passando pelo Brasil Colônia em meados de 1800,
alcançando o Brasil República que culminou em 1988 com a criação do Sistema
Único de Saúde Brasileiro.
Retratam, respectivamente, os impactos causados com a chegada dos
colonizadores europeus ao Brasil, no século XVI. Momento em que os indígenas
residentes enfrentaram suas doenças causadas pelas condições de higiene
precárias e falta de infraestrutura, sendo dizimados e acometidos por doenças
infectocontagiosas trazidas pelos escravos africanos. Como malária, varíola,
tuberculose e outras infecções. Fase em que o Brasil colônia concentrava a atenção
em saúde exclusivamente aos brancos afortunados, restando aos desfavorecidos o
auxílio de curandeirismo para enfrentar suas mazelas.Evidenciando a gritante
desigualdade social que se arrasta no país desde então em alguma medida, até a
atualidade.
A partir de 1822, com a Independência do Brasil da colônia de Portugal, o Império
buscou a organização de um sistema de assistência em saúde, criando a Junta
Central de Higiene Pública e as Santas Casas de Misericórdia, que na prática
pouco podiam fazer por falta de recursos. Sendo apenas em 1953,que a saúde no
país foi tratada como uma política pública, com a criação do Ministério da Saúde
Pública do Brasil. E apenas em 1970, após forte mobilização popular em defesa do
direito público à saúde que a criação de um sistema Ùnico de Saúde foi aventada,
culminado na sua criação em 1988.
Claramente a história da saúde pública Brasileira é marcada por avanços e
retrocessos, sendo tema de extrema relevância política para o combate às
desigualdades sociais. Tendo em vista que, uma população saudável é produtiva,
lucrativa, e consequentemente onera menos o Estado.
O Sistema Único de Saúde no Brasil não é resultado só da resistência empregada
pelos movimentos da sociedade civil no século XX, mas também pelo
reconhecimento público, estatal e privado, de que sem saúde não se lucra.
Evidentemente o modelo de saúde no Brasil destoa na sua teoria em relação à
prática. Apesar de equânime, ainda não atinge de forma igualitária e prática todos
os brasileiros, especialmente os mais pobres.
Segundo afirma o economista André Cezar Medici, funcionário aposentado do
Banco Mundial, com mais de 30 anos de experiência em planejamento estratégico
na área da saúde, “Antes da Constituição de 1988, que lançou as bases para sua
construção, mais de 60% da população brasileira vivia num vazio assistencial. O
SUS trouxe um forte crescimento do acesso à saúde básica, à atenção primária e à
saúde da família, o que se refletiu em indicadores como a taxa de mortalidade
infantil, que, desde o final dos anos 1980, reduziu quatro vezes no país. O SUS é a
melhor política social brasileira dos últimos 30 anos”.
O otimismo do economista é claro e destoa da visão catastrófica de que com o
aumento exponencial do envelhecimento no país trará mais despesas ao Poder
público, onerando principalmente Estados e Municípios. Tendo em vista que
consideradas as atuais restrições fiscais empregadas à União, diminuem o repasse
aos entes federados, fator que torna urgente e inevitável a pauta política de reforma
tributária no Brasil, defendida politicamente para que as arrecadações como o PIB,
por exemplo, tenham maior fatia de arrecadação destinada ao SUS.Priorizando a
saúde frente aos impactos demográficos.
Outra visão positiva sobre o sistema de saúde brasileiro se faz aceitável quanto a
menção ao papel do SUS durante a Pandemia de Covid-19, onde foi garantido aos
usuários acesso universal, gratuito e igualitário em todo país. Coordenando ações
preventivas, de testagem diagnóstica, internação, tratamento, reabilitação,
fornecimento de equipamentos de proteção individual e acompanhamento
psicológico. Mostrando o papel relevante na saúde mental da população brasileira
mediante as exigências de isolamento social, medo e luto, decorrentes da maior
crise sanitária da atualidade. Garantindo atendimento igualitário independente da
condição de renda ou social dos usuários, fator de extrema relevância durante o
surto de Covid, considerando que a rede privada não comportaria o atendimento
dos seus clientes mesmo mediante a pagamento, por falta de condições de abarcar
o enorme contingente de acometidos pela doença. Evidenciando assim, a relevância
do Sistema único de Saúde no Brasil, que serviu de modelo a outros países do
mundo.
Um paralelo traçado entre os primórdios da saúde pública brasileira e os dias atuais,
evidencia-se a importância da democracia nesse processo. Sendo o SUS uma das
bases do Estado democrático de direito no país, garantidor de acesso igualitário,
universal e gratuito a todo e qualquer pessoa,seja sua renda ou condição social qual
for, é fruto de extensa luta que apenas a democracia propicia. Sendo um
instrumento fundamental de justiça social, equânime, pilares da democracia.
Se faz um espaço relevante de participação da sociedade civil junto ao poder
público, promovendo uma prestação de contas transparente. A participação popular
nas decisões de gestão do SUS é ativa, garantindo controle social do processo,
através dos conselhos, profissionais de saúde e gestão pública, fortalecendo assim
o SUS e a consolidação democrática no país.
Os documentários evidenciam que apesar de um sistema de saúde recente, assim
como a Democracia no país, o SUS é fruto da Constituição Federal Brasileira, que
precisa ter seu presente amplamente defendido para garantir sua manutenção
futura .

no próximo mandato presidencial

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