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Unidade Carangola – MG
Resumo crítico:
Neste capitulo a autora Maria Inês Bravo faz uma análise da saúde do Brasil a partir do
século XIII. Segundo Bravo, o nosso país estava sofrendo uma crise sanitária devido a
pestilências e grandes epidemias de doenças como a varíola e febre amarela, e também uma
organização de saúde muito precária. A prática médica se baseava em conhecimentos
tradicionais.
Nesse período a assistência médica era pautada nas formas de filantropia ou na prática
liberal. A metrópole promoveu a criação das Santas Casas de Misericórdia através de acordos,
essas instituições atendiam a população mais pobre, elas eram de natureza religiosa, sem fins
lucrativos. Segundo a autora naquela época houve um aumento no número de alunos brasileiros
matriculados no curso de medicina na Universidade de Coimbra, e também vários médicos
portugueses vieram ao Brasil para exercer a profissão e atividade de pesquisa.
No século XIX ocorrem modificações no âmbito da medicina em relação com a situação
da sociedade. Surgiram duas características relevantes: penetração na sociedade brasileira e
apoio cientifico indispensável ao exercício do poder do Estado. Neste mesmo século as
condições de saúde ainda continuaram péssimas, pois haviam mortalidade elevada e presença
de diversas doenças como: hepatite, lepra, febre amarela e escorbuto. O saneamento era
lastimável, pois não havia rede de esgoto.
Ainda falando da saúde pública, foram estabelecidas normas para vigilância do serviço
profissional e realização de campanhas limitadas. No ano de 1950 surge a Junta de Higiene
Pública, ela era encarregada da conservação da salubridade que incorporava os
estabelecimentos de Inspeção de Saúde dos Portos do Rio de Janeiro e do Instituto Vacínio.
Dando ênfase aos trabalhadores, no período de 1850 a 1920, o movimento operário foi
influenciado por três correntes de pensamento: o trabalhismo, o socialismo reformista e o
anarquismo. A classe trabalhadora reivindicava assistência médica, exigiu que o Estado
construísse hospitais e adotasse medidas previdenciárias para a melhoria da situação de saúde
dos trabalhadores.
Ao perceberem que as péssimas condições sociais era o motivo das doenças que
assolavam os trabalhadores, os anarquistas reivindicaram melhores condições de trabalho e de
vida. Eles se opunham à utilização da força de trabalho infantil nas fábricas e questionavam a
mortalidade precoce dos trabalhadores, os acidentes de trabalho e a falta de segurança de
empregos. Essa ideologia revolucionária também negava o Estado, eles propunham mudanças
profundas no sistema social.
Em relação a saúde aos serviços de saúde, foi instalado uma dualidade administrativa
entre os órgãos federais e estaduais, sem clara definição de atuações e áreas de atuação, essa
dualidade demostrou ineficiência durante a pandemia da peste que assolou o nosso país.
Maria Inês Bravo concorda com Braga (1986) sobre a afirmação que a saúde surge como
“questão social” no Brasil no início do século XX, no bojo da economia capitalista cafeeira,
refletindo o avanço da divisão do trabalho, ou seja, a emergência do trabalho assalariado e
assumindo de forma embrionária a característica de política social.
A “questão social” era considerada “caso polícia”, neste aspecto, ela era tratada com
repressão por parte do Estado. Os governantes e as elites perceberam que essa repressão se torna
insuficiente para atender os problemas colocados pelas classes trabalhadoras, então era
necessário responder as questões “aceitáveis” da movimentação operária, as que não abalavam
à dominação da oligarquia.
A autora ressalta que as políticas sociais elaboradas neste período: legislação trabalhista,
que promoveu a garantia de alguns direitos básicos de classe trabalhadora (lei de férias,
proteção a menores, jornada de trabalho, repouso remunerado, trabalho feminino),
contemplando ainda o sistema previdenciário baseado nos Institutos e o sindicalismo atrelado
ao Estado.
Os direitos trabalhistas não eram vistos com bons olhos e enfrentaram forte oposição da
burguesia industrial, comercial e financeira. O atrelamento sindical foi conseguido pelo Estado,
apesar das resistências dos trabalhadores, do que resultou, muitas vezes, o desmantelamento de
antigas associações e sua substituição por novas entidades unificadas sob a égide do Estado,
onde a autonomia financeira, o pluralismo ideológico e associativo, a liberdade de negociação
e a representatividade nos locais de trabalho foram abolidos. Neste cenário, as antigas
lideranças operárias foram gradativamente substituídas pela burocracia sindical.
No ano de 1953 foi criado o Ministério da Saúde, o novo órgão manteve a mesma
estrutura do extinto Departamento Nacional da Saúde, com a ampliação do atendimento das
enfermidades.
A corporação medica ligada aos interesses capitalistas do setor era, no momento, a mais
organizada e pressionava o financiamento através do Estado, da produção privada, defendendo
claramente a privatização.