Este documento apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica no Brasil. Ele descreve a educação como um direito constitucional e discute a necessidade de atualizar as diretrizes diante das mudanças no sistema educacional. Também aborda os objetivos das diretrizes, a organização curricular e os princípios norteadores da educação brasileira.
Este documento apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica no Brasil. Ele descreve a educação como um direito constitucional e discute a necessidade de atualizar as diretrizes diante das mudanças no sistema educacional. Também aborda os objetivos das diretrizes, a organização curricular e os princípios norteadores da educação brasileira.
Este documento apresenta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica no Brasil. Ele descreve a educação como um direito constitucional e discute a necessidade de atualizar as diretrizes diante das mudanças no sistema educacional. Também aborda os objetivos das diretrizes, a organização curricular e os princípios norteadores da educação brasileira.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A AEDUCAÇÃO BÁSICA E BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
PROFA. ME. AMANDA HIGINO
INTRODUÇÃO - DCNEB A Educação Básica de qualidade é um direito assegurado pela Constituição Federal (1988) e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). Um dos fundamentos do projeto de Nação que estamos construindo, a formação escolar é o alicerce indispensável e condição primeira para o exercício pleno da cidadania e o acesso aos direitos sociais, econômicos, civis e políticos. A educação deve proporcionar o desenvolvimento humano na sua plenitude, em condições de liberdade e dignidade, respeitando e valorizando as diferenças. Nesta publicação, estão reunidas as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (2013). São estas diretrizes que estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar a organização, articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as redes de ensino brasileiras. INTRODUÇÃO - DCNEB A necessidade da atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais surgiu da constatação de que as várias modificações – como o Ensino Fundamental de nove anos e a obrigatoriedade do ensino gratuito dos quatro aos 17 anos de idade – deixaram as anteriores defasadas. Estas mudanças ampliaram consideravelmente os direitos à educação das nossas crianças e adolescentes e também de todos aqueles que não tiveram oportunidade de estudar quando estavam nessa fase da vida. Diante dessa nova realidade e em busca de subsídios para a formulação de Novas Diretrizes Curriculares Nacionais, a Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação promoveu uma série de estudos, debates e audiências públicas, com a anuência e participação das entidades representativas dos dirigentes estaduais e municipais, professores e demais profissionais da educação, instituições de formação de professores, mantenedoras do ensino privado e de pesquisadores da área. BREVE HISTÓRICO - DCNEB A formulação de Diretrizes Curriculares Nacionais constitui, portanto, atribuição federal, que é exercida pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), nos termos da LDB e da Lei nº 9.131/95, que o instituiu. Esta lei define, na alínea “c” do seu artigo 9º, entre as atribuições de sua Câmara de Educação Básica (CEB), deliberar sobre as Diretrizes Curriculares propostas pelo Ministério da Educação. Esta competência para definir as Diretrizes Curriculares Nacionais torna-as mandatórias para todos os sistemas. Ademais, atribui-lhe, entre outras, a responsabilidade de assegurar a participação da sociedade no aperfeiçoamento da educação nacional (artigo 7º da Lei nº 4.024/61, com redação dada pela Lei 8.131/95), razão pela qual as diretrizes constitutivas deste Parecer consideram o exame das avaliações por elas apresentadas, durante o processo de implementação da LDB. BREVE HISTÓRICO - DCNEB •As Diretrizes tem por objetivos: I – sistematizar os princípios e diretrizes gerais da Educação Básica contidos na Constituição, na LDB e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola; II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, execução e avaliação do projeto político-pedagógico da escola de Educação Básica; III – orientar os cursos de formação inicial e continuada de profissionais – docentes, técnicos, funcionários – da Educação Básica, os sistemas educativos dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da rede a que pertençam. BREVE HISTÓRICO - DCNEB Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica visam estabelecer bases comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio; Bem como para as modalidades com que podem se apresentar, a partir das quais os sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, por suas competências próprias e complementares, formularão as suas orientações assegurando a integração curricular das três etapas sequentes desse nível da escolarização, essencialmente para compor um todo orgânico. DCNEB Inicialmente, apresenta-se uma sintética reflexão sobre sociedade e a educação, a que se seguem orientações para a Educação Básica, a partir dos princípios definidos constitucionalmente e da contextualização apresentada no histórico, tendo compromisso com a organicidade, a sequencialidade e a articulação do conjunto total da Educação Básica, sua inserção na sociedade e seu papel na construção do Projeto Nacional. Visa-se à formulação das Diretrizes Curriculares específicas para suas etapas e modalidades, organizando-se com os seguintes itens: 1) Referências conceituais; 2) Sistema Nacional de Educação; 3) Acesso e permanência para a conquista da qualidade social; 4) Organização curricular: conceito, limites, possibilidades; 5) Organização da Educação Básica; 6) Elementos constitutivos para organização e implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. DCNEB O desafio posto pela contemporaneidade à educação é o de garantir, contextualizadamente, o direito humano universal e social inalienável à educação. O direito universal não é passível de ser analisado isoladamente, mas deve sê-lo em estreita relação com outros direitos, especialmente, dos direitos civis e políticos e dos direitos de caráter subjetivo, sobre os quais incide decisivamente. Compreender e realizar a educação, entendida como um direito individual humano e coletivo, implica considerar o seu poder de habilitar para o exercício de outros direitos, isto é, para potencializar o ser humano como cidadão pleno, de tal modo que este se torne apto para viver e conviver em determinado ambiente, em sua dimensão planetária. A educação é, pois, processo e prática que se concretizam nas relações sociais que transcendem o espaço e o tempo escolares, tendo em vista os diferentes sujeitos que a demandam. Educação consiste, portanto, no processo de socialização da cultura da vida, no qual se constroem, se mantêm e se transformam saberes, conhecimentos e valores. REFERENCIAS CONCEITUAIS - DCNEB Os fundamentos que orientam a Nação brasileira estão definidos constitucionalmente no artigo 1º da Constituição Federal, que trata dos princípios fundamentais da cidadania e da dignidade da pessoa humana, do pluralismo político, dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Nessas bases, assentam-se os objetivos nacionais e, por consequência, o projeto educacional brasileiro: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 17 sociais e regionais; promover o bem de todos sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Esse conjunto de compromissos prevê também a defesa da paz; a autodeterminação dos povos; a prevalência dos direitos humanos; o repúdio ao preconceito, à violência e ao terrorismo; e o equilíbrio do meio ambiente, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e as futuras gerações. REFERENCIAS CONCEITUAIS - DCNEB A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para a capacidade de exercer em plenitude o direto à cidadania. É o tempo, o espaço e o contexto em que o sujeito aprende a constituir e reconstituir a sua identidade, em meio a transformações corporais, afetivoemocionais, socioemocionais, cognitivas e socioculturais, respeitando e valorizando as diferenças. Liberdade e pluralidade tornam-se, portanto, exigências do projeto educacional. Nessa perspectiva, é oportuno e necessário considerar as dimensões do educar e do cuidar, em sua inseparabilidade, buscando recuperar, para a função social da Educação Básica, a sua centralidade, que é o estudante. Cuidar e educar iniciam-se na Educação Infantil, ações destinadas a crianças a partir de zero ano, que devem ser estendidas ao Ensino Fundamental, Médio e posteriores. Cuidar e educar significa compreender que o direito à educação parte do princípio da formação da pessoa em sua essência humana. Trata-se de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento de todos – crianças, adolescentes, jovens e adultos – com respeito e, com atenção adequada, de estudantes com deficiência, jovens e adultos defasados na relação idade-escolaridade, indígenas, afrodescendentes, quilombolas e povos do campo. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR - DCNEB Toda política curricular é uma política cultural, pois o currículo é fruto de uma seleção e produção de saberes: campo conflituoso de produção de cultura, de embate entre pessoas concretas, concepções de conhecimento e aprendizagem, formas de imaginar e perceber o mundo. Assim, as políticas curriculares não se resumem apenas a propostas e práticas enquanto documentos escritos, mas incluem os processos de planejamento, vivenciados e reconstruídos em múltiplos espaços e por múltiplas singularidades no corpo social da educação. Os conteúdos curriculares da Educação Básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes: I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II – consideração das condições de escolaridade dos estudantes em cada estabelecimento; III – orientação para o trabalho; IV – promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais. Desse modo, os valores sociais, bem como os direitos e deveres dos cidadãos, relacionam-se com o bem comum e com a ordem democrática. Estes são conceitos que requerem a atenção da comunidade escolar para efeito de organização curricular, cuja discussão tem como alvo e motivação a temática da construção de identidades sociais e culturais. INTRODUÇÃO – BNCC A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), e está orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN). A relação entre o que é básico-comum e o que é diverso é retomada no Artigo 26 da LDB, que determina que: os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, 1996; ênfase adicionada). Essa orientação induziu à concepção do conhecimento curricular contextualizado pela realidade local, social e individual da escola e do seu alunado, que foi o norte das diretrizes curriculares traçadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) ao longo da década de 1990, bem como de sua revisão nos anos 2000. INTRODUÇÃO – BNCC A BNCC afirma, de maneira explícita, o seu compromisso com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda, assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – considerando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. Além disso, a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se fortalecer na prática coercitiva de não discriminação, não preconceito e respeito às diferenças e diversidades. OS CURRICULOS E A BNCC A BNCC e os currículos se identificam na comunhão de princípios e valores que, como já mencionado, orientam a LDB e as DCN. Dessa maneira, reconhecem que a educação tem um compromisso com a formação e o desenvolvimento humano global, em suas dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. Além disso, BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar as aprendizagens essenciais definidas para cada etapa da Educação Básica, uma vez que tais aprendizagens só se materializam mediante o conjunto de decisões que caracterizam o currículo em ação. •São essas decisões que vão adequar as proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia dos sistemas ou das redes de ensino e das instituições escolares, como também o contexto e as características dos alunos. Essas decisões, que resultam de um processo de envolvimento e participação das famílias e da comunidade, referem-se, entre outras ações, a: OS CURRICULOS E A BNCC ocontextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas; odecidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem; oselecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.; oconceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; oconstruir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos; oselecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender; ocriar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como manter processos permanentes de formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem; omanter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de ensino. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais. Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia. Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário. A EDUCAÇÃO INFANTIL NA BNCC Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e assimila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir intencionalidade educativa às práticas pedagógicas na Educação Infantil, tanto na creche quanto na pré-escola. Parte do trabalho do educador é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações, garantindo a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças. Ainda, é preciso acompanhar tanto essas práticas quanto as aprendizagens das crianças, realizando a observação da trajetória de cada criança e de todo o grupo – suas conquistas, avanços, possibilidades e aprendizagens. ANOS INICIAIS E A BNCC A BNCC do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, ao valorizar as situações lúdicas de aprendizagem, aponta para a necessária articulação com as experiências vivenciadas na Educação Infantil. Tal articulação precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos alunos, de novas formas de relação com o mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Nesse período da vida, as crianças estão vivendo mudanças importantes em seu processo de desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as DCN, a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças. ANOS INICIAIS E A BNCC Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. Como aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201029, “os conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao descortinarem às crianças o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades de exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significativo” (BRASIL, 2010). Ao longo do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, a progressão do conhecimento ocorre pela consolidação das aprendizagens anteriores e pela ampliação das práticas de linguagem e da experiência estética e intercultural das crianças, considerando tanto seus interesses e suas expectativas quanto o que ainda precisam aprender. Ampliam-se a autonomia intelectual, a compreensão de normas e os interesses pela vida social, o que lhes possibilita lidar com sistemas mais amplos, que dizem respeito às relações dos sujeitos entre si, com a natureza, com a história, com a cultura, com as tecnologias e com o ambiente. ANOS INICIAIS E A BNCC Além desses aspectos relativos à aprendizagem e ao desenvolvimento, na elaboração dos currículos e das propostas pedagógicas devem ainda ser consideradas medidas para assegurar aos alunos um percurso contínuo de aprendizagens entre as duas fases do Ensino Fundamental, de modo a promover uma maior integração entre elas. Afinal, essa transição se caracteriza por mudanças pedagógicas na estrutura educacional, decorrentes principalmente da diferenciação dos componentes curriculares. Como bem destaca o Parecer CNE/CEB nº 11/2010, “os alunos, ao mudarem do professor generalista dos anos iniciais para os professores especialistas dos diferentes componentes curriculares, costumam se ressentir diante das muitas exigências que têm de atender, feitas pelo grande número de docentes dos anos finais” (BRASIL, 2010). Realizar as necessárias adaptações e articulações, tanto no 5º quanto no 6º ano, para apoiar os alunos nesse processo de transição, pode evitar ruptura no processo de aprendizagem, garantindo-lhes maiores condições de sucesso. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 1) FUNCERN (2018) . Conforme estabelece a Resolução nº 5, de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, as propostas pedagógicas desse nível de ensino devem respeitar os princípios éticos, políticos e estéticos. Essa Resolução caracteriza princípios políticos, relacionando-os com A) liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. B) respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas. C) direitos de cidadania, exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. D) observância das responsabilidades inerentes aos ocupantes de cargos eletivos. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 2) FUNCERN (2018) O currículo da educação infantil deve promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação infantil concebem currículo como A) as experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais que buscam articular os saberes historicamente acumulados com as atitudes e os valores democráticos. B) um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico. C) as experiências familiares e os conhecimentos escolares permeados por atitudes, valores e princípios, considerando a distribuição do tempo e da organização do espaço, por meio de rotinas e normas de convívio social. D) um conjunto de conhecimentos historicamente acumulados, considerados relevantes e pertinentes em um dado contexto histórico, e definidos tendo por base o projeto de sociedade e de formação humana que a ele se articula. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 3) FUNCERN (2018) As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da educação infantil devem garantir atividades que possibilitem a construção de conhecimentos integrando as experiências necessárias para o alcance dos objetivos dessa etapa. Essas práticas pedagógicas devem ter como eixos norteadores A) as atividades individuais qualitativas. B) a exploração de conhecimentos científicos. C) a preservação do meio ambiente. D) as interações e as brincadeiras. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 4) FUNCERN (2018) A organização curricular da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular está estruturada em campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e o desenvolvimento. O campo que se refere diretamente às experiências com literatura infantil é A) o eu, o outro e o nós. B) escuta, fala, pensamento e imaginação. C) traços, sons, cores e formas D) corpo, gestos e movimentos. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 5) FUNCERN (2018) Uma atividade muito importante para a criança é brincar. Essa atividade deve ser realizada na escola para que a criança interaja com seus pares e com a professora e desenvolva a capacidade infantil de conhecer o mundo e a si mesma. Essa atividade também amplia no docente as possibilidades de A) desenvolver sua autonomia docente. B) compartilhar seus conhecimentos didáticos. C) compreender e responder às iniciativas infantis. D) realizar a transposição didática dos conteúdos. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 6) FUNCERN (2018) As instituições de educação infantil devem oferecer espaço limpo, seguro e voltado para garantir a saúde infantil em todos os seus aspectos. Elas ainda devem criar contextos que articulem diferentes linguagens e permitam A) a participação, expressão, criação, manifestação e consideração dos interesses das crianças. B) o acesso a meios de comunicação, socialização e construção de hábitos de higiene. C) a construção de conhecimentos científicos, interação e consideração dos interesses das crianças. D) o desenvolvimento do senso crítico, valorização da cultura e construção de hábitos de higiene. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 7) FUNCERN (2018) Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da Educação Básica propostas pela Base Nacional Comum Curricular, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural. Esses seis direitos são expressos pelas ações: A) brincar, estudar, aprender, observar, questionar, comunicar-se. B) acolher, refletir, selecionar, organizar, participar, conhecer-se. C) planejar, mediar, monitorar, conviver, questionar, comunicar-se. D) conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 8) FUNCERN (2019) Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na Base Nacional Comum Curricular devem concorrer para assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. Nesse sentido, na BNCC, competência é definida como A) um dos instrumentos necessário a aprendizagem, encarregado de possibilitar o contato sistemático e intenso dos estudantes com o sistema de leitura e escrita, com os sistemas de contagem e de mensuração com os conhecimentos acumulados e organizados pelas diversas disciplinas científicas. B) a técnica responsável pela função simbólica do conhecimento. Assenta-se em símbolos e signos cujos objetivos é compreender a organização do conhecimento acumulado de forma científica, por meio da assimilação de habilidades, atitudes e procedimentos. C) um conjunto de regras que disciplinam o ensino e o currículo, mediante o domínio de métodos, procedimentos, técnicas e recursos auxiliares que tornam os conteúdos de ensino significativos aos estudantes e os instrumentalizam para as avaliações curriculares e do mundo do trabalho. D) a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 9) FUNCERN (2019) “[...] a transição entre a educação infantil e o ingresso no ensino fundamental requer atenção, para que haja equilíbrio entre as mudanças introduzidas[...]”. Torna-se necessário estabelecer estratégias de acolhimento e adaptação tanto para as crianças quanto para os docentes. (BRASIL. Base Nacional Comum Curricular, 2017). Com base nas orientações contidas na BNCC sobre o processo de transição entre a educação infantil e o ensino fundamental, é correto afirmar que: A) É importante consultar as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros registros que evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na Educação Infantil. Esses documentos podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de cada aluno do Ensino Fundamental. B) É inapropriado conversas ou visitas e troca de materiais entre os professores das escolas de Educação Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais, pois tais condutas não se coadunam a ética profissional, pois cada escola possui suas particularidades. Esse tipo de ação dificulta a inserção das crianças, pois tendem a produção de “rótulos” nessa nova etapa da vida escolar. C) É indispensável um rompimento entre as práticas pedagógicas da educação infantil para o ensino fundamental, mudanças precisam ser introduzidas. Torna-se necessário dar descontinuidade das aprendizagens do mundo do “faz de conta”, de modo que a nova etapa se construa com base no que os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do trabalho pedagógico. D) É primordial que os direitos e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresentem-se como marcos balizadores das aprendizagens esperadas em cada campo de experiências. No entanto, as rupturas entre a educação infantil e o ensino fundamental são necessárias. Os objetivos explorados em todo o segmento da Educação Infantil são condições ou pré-requisitos para o acesso ao Ensino Fundamental, sem o domínio dos mesmos a criança não pode avançar da educação infantil para o ensino fundamental. RESOLUÇÕES DE QUESTÕES 10) FUNCERN (2020) . Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BRASIL, 2013), consideram-se as dimensões do educar e do cuidar, como processos inseparáveis, na busca de recuperar a centralidade do sujeito, garantindo a função social da Educação Básica. Nesse sentido, o educar e o cuidar A) significa compreender que o direito à educação parte do princípio da formação da pessoa em sua essência humana e são considerados princípios apenas na Educação Infantil. B) são princípios que fundamentam a concepção de educação integral e que devem orientar a organização da escola, suas atividades, bem como as políticas sociais que se relacionam com as práticas educativas que envolvem apenas crianças e adolescentes. C) iniciam-se na Educação Infantil (ações destinadas a crianças a partir de zero ano) e devem ser estendidas ao Ensino Fundamental, Médio e posteriores, remetendo-se à experiência fundamental do valor, baseado na ética e na estética. D) se relacionam mediante internalização consciente dos eixos norteadores, que remetem à experiência fundamental do valor, baseado na ética e na estética, considerando, especificamente, pessoas com necessidades educacionais especiais. GABARITO 1) C 2) B 3) D 4) B 5) C 6) A 7) D 8) D 9) A 10) C