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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

História da educação no Brasil Império

História da educação no Brasil na Primeira República

Maria Eduarda Araújo


IMPÉRIO
(1822-1889)

➢ A Independência e a educação
➢ O ensino primário
➢ O ensino técnico-profissional e o ensino normal
➢ O ensino secundário e superior
➢ A herança do Império
A Independência e a Educação

No final do século XVIII e durante o século XIX, numerosas transformações


modificaram radicalmente a face do mundo.

▪ No plano político, a burguesia derrota a nobreza e assume o poder do Estado.


▪ Na economia, a Revolução Industrial, produz um grande avanço do capitalismo,
paralelamente às miseráveis condições de trabalho e de vida dos trabalhadores.
▪ No aspecto social, crescem as grandes cidades em torno das fábricas, e surge
uma nova classe, a dos proletários.
▪ Tentando compreender e explicar as transformações políticas, econômicas e
sociais, e nelas influir, desenvolvem-se as ciências humanas: História, Sociologia,
Psicologia, Antropologia etc.
A Independência e a Educação

A vinda da Família Real e a Independência


do Brasil produziram modificações na
educação brasileira. Pode-se afirmar
que o objetivo das reformas pombalinas, de
criar a escola útil aos fins do Estado,
passaria a ser concretizado, mas apenas
no que diz respeito ao ensino superior.
Agora seria necessário formar no Brasil
elite dirigente do país. Por isso Dom João
criou diversos cursos:
▪ No Rio de Janeiro, Academia de Marinha (1808), Academia Real Militar (1810), cursos de
Anatomia e Cirurgia (1808), laboratório de Química (1812), curso de Agricultura (1814),
Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (1816);
▪ Na Bahia, curso de Cirurgia (1808), cadeira de Economia (1808), curso de Agricultura (1812),
curso de Química (1817), Curso de Desenho Técnico (1817).
O ensino primário

▪ Em 1823, através de decreto de 1º de março, foi criado


no Rio de Janeiro uma escola que deveria trabalhar
segundo o método Lancaster, ou do ensino mútuo.
▪ A Constituição outorgada em 1824 limitou-se a
estabelecer que “a instrução primária é gratuita a
todos os cidadãos”.
▪ Uma lei de 1827 determinou que deveriam ser criadas
escolas de primeiras letras em todas as cidades mais
populosas, dispositivos que nunca chegaram a ser
cumpridos.
▪ Em 1854, o ensino primário foi dividido em elementar
e superior.
O ensino primário era pouco difundido, pelas seguintes razões: os orçamentos provinciais
eram escassos; os escravos eram proibidos de frequentar a escola; o curso primário nem era exigido
para o ingresso no secundário.
Ensino técnico-profissional e Ensino normal

I. Ensino técnico-profissional
Durante o período imperial quase nada se fez em relação ao ensino técnico-
profissional. Este foi duplamente marginalizado:
▪ Pelo próprio poder público, já que os concluintes do ensino profissional não
se facultava o ingresso no ensino superior;
▪ Pela clientela escolar, na medida em que aqueles que conseguiam estudar
eram oriundos da elite e procuravam a escola apenas como via de acesso ao
ensino superior e as profissões liberais.
Durante todo o Império, pouco ou nada se fez pela formação de professores.
Eram vitalícios “os provimentos dos professores e mestres” e os que não
estivessem capacitados deveriam “instruir-se em curto prazo e à custa dos seus
ordenados, nas escolas das capitais”.
Resultado disso, e dos descaso que sempre foi relegado ao trabalho do
professor foi o baixo desempenho quase sempre alcançado.
Ensino técnico-profissional e Ensino normal

II. Ensino normal


As primeiras escolas normais foram criadas nas
províncias da Bahia e Rio de Janeiro, na década de
1930, mas seus resultados foram pouco promissores.
Na capital do Império somente em 1875 foram
instituídas duas escolas normais, uma para cada sexo,
transformadas depois em uma única escola (1880),
quando se iniciou realmente o desenvolvimento das
escolas normais no Brasil.
Os ensinos normais abrangiam, além do estudo
literário característico do curso secundário, algumas
matérias relacionadas a função docente.
O ensino secundário e superior

Quanto ao ensino superior, o período colonial legou ao


imperial uma serie de aulas avulsas e dispersas. Sua
principal função era preparar os estudantes para os
ingressos nos cursos superiores constituídos por escolas
isoladas de formação profissional.
▪ Houve o Ato Adicional de 1834
O Colégio de Pedro II foi a primeira tentativa do
governo central de organizar o ensino secundário
regular no país.
▪ Após o Ato Adicional, criaram-se dois sistemas
paralelos de ensino secundário: o sistema regular e o
sistema irregular.
A herança do império

A herança educacional que o Império legou à República pode ser vista sob dois
aspectos: quantitativo e qualitativo.
I. Quantitativo
1864: 8.600 alunos matriculados nos estabelecimentos de ensino secundário
1867: 107.483 alunos matriculados nas escolas primárias de todo país
1870: 10.911 estudantes do ensino secundário
II. Qualitativo
Primário: ministrado, grande parte, por professores leigos
Secundário: predominância dos cursos avulsos de frequência livre
Superior: reduzido a poucas escolas isoladas, destinadas a formação liberal
PRIMEIRA REPÚBLICA
(1889-1930)

➢ Os ideais e os fatos
➢ Princípios educacionais
➢ As reformas federais da educação eliticista
➢ As reformas estaduais da educação popular
Os ideais e os fatos

Os ideais republicanos alimentaram intensamente projetos de um novo Brasil: uma


federação democrática que favorece a convivência social de todos os brasileiros,
promovesse o progresso econômico e a independência cultural.

▪ A federação foi frustrada pela centralização do poder promovida pelo controle do


coronelismo, pela política dos governadores e pela “dieta do café-com-leite”.
▪ Só podiam votar os maiores de 21 anos do sexo masculino; as eleições eram
fraudadas, para manter sempre o mesmo grupo no poder.
▪ A convivência social viu-se frustrada pelo impedimento à participação.
▪ A dependência do café e do mercado internacional frustrou o progresso econômico
▪ A dependência cultural de modelos europeus, levou parte dos nossos intelectuais a
se revoltarem e procurarem uma cultura autenticamente brasileira.
Princípios educacionais

I. Gratuidade e obrigatoriedade do ensino de 1° grau


II. Direito a educação
III. Liberdade de ensino
IV. Obrigação do estado e família no tocante a educação
V. Ensino religioso de caráter “internacional”
As reformas federais da Educação Eliticista

REFORMA OBJETIVOS

1. Benjamin Constant “Proporcionar à modalidade brasileira


(1890) instrução secundária necessária pra matriculas em cursos
superiores”
2. Epitácio Pessoa “Proporcionar a cultura intelectual necessária para a matricula nos
(1901) cursos superiores e obtenção do grau bacharel em ciências e letras”

3. Rivadávia Correia “Proporcionar uma cultura geral de caráter especialmente prático,


(1911) aplicável a todas exigências da vida, difundir o ensino das ciências e
letras libertando-o da preocupação de curso preparatório”
4. Carlos Maximiliano “Ministrar aos estudantes sólida instrução fundamental, habilitando-
(1915) os a prestar em qualquer academia, rigoroso exame vestibular”

5. João Luís Alves “Base indispensável para a matrícula nos cursos superiores; preparo
(1925) fundamental e geral para a vida; fornecer a cultura média geral do
país”
As reformas estaduais da Educação Popular

Entre as reformas realizadas nessa década, as que mereceram destaque foram:


Sampaio Dória, em São Paulo (1920)
Lourenço Filho, no Ceará (1923)
Anísio Teixeira, na Bahia (1925)
Francisco Campos e Mário Casassanta, em Minas Gerais (1927)
Fernando de Azevedo, no Distrito Federal (1928)

A reforma do Distrito Federal foi considerada a mais importante pela sua amplitude e
repercussões. Segundo Fernando deveria ser reformada de acordo com três princípios:

I. Extensão
II. Articulação
III. Adaptação ao meio e as ideias modernas da educação

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