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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇAO
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇAO

Estrutura e Gestão
da Educação Básica
Carga Horaria - 64hs
Aula 1

Compreender a realidade em que se assenta a educação no


contexto sócio-político brasileiro, bem como os seus limites e
possibilidades de transformação.

Identificar as diferentes concepções de Estado e do papel que


este foi assumindo em cada contexto histórico, enfocando as
formas de organização da sociedade, as questões de poder,
democracia e subordinação, bem como suas influências na
formulação da politica educacional brasileira.
3
Brasil Colônia – Período Jesuítico
1500-1759

 Organização social e política


fundada na grande propriedade rural;
 Mão-de-obra escrava;
 Sistema de poder representado pela família patriarcal;
 Educação com caráter catequizador.
 Ensino básico nas “escolas de ler, escrever e contar”.
 Ensino para os índios e os filhos da classe dominante.
Excluídos da educação: Escravos, pobres e mulheres
4
Brasil Colônia – Período Jesuítico
1500-1759

 O modelo econômico agrário de produção primária,


voltada à exportação, sobre uma base monocultora,
não requeria um sistema educacional;
 Os filhos das famílias abastadas iam estudar na
Metrópole, de onde voltavam com títulos
acadêmicos;
 As camadas mais pobres
aprendiam somente as primeiras
letras.

5
Brasil Colônia – Período Pombalino
1759-1822
As reformas políticas,
administrativas, econômicas e  Reforma dos estudos
culturais promovidas pelas ideias menores (ensino primário e ao
iluministas do Marquês de Pombal: ensino secundário) - Alvará de
1759:
 expulsão dos Jesuítas do Brasil;
 aulas régias de gramática
 instauração do Despotismo latina, retórica e grego.
esclarecido para modernizar
Portugal, preservando a  Reforma os estudos maiores
monarquia absolutista. (oferecidos pelas universidades) -
 estatização e laicidade do ensino; Lei de 1772:
 instituição das Aulas Régias.  aulas régias de leitura,
Reformar os estudos maiores. escrita e cálculo, além das
cadeiras de filosofia.
As Reformas (1759 até 1834), acentuam a atuação do Estado no
sentido de uma fragmentação dos estudos:
 descaso e omissão com a educação pública ;
 professores concursados, mas não empossados, ausência de
livros didáticos e disputas políticas;
 precário ensino das primeiras letras (ler, escrever e contar)
ministrada por ordens religiosas e por professores mantidos por
órgãos de instrução do governo real ou recrutados por
fazendeiros.
 a população recorre às aulas particulares  a escola particular
mantinha um espaço de atuação que era complementar e não
concorrente. 7
A Constituição de1824, garantia
Império
“instrução primária gratuita a
1822-1889 todos os cidadãos.

Com a transferência da Corte em 1808, no âmbito educacional,


foram criados cursos e academias destinados atender a
burocracia do Estado e a formação de profissionais técnicos para
produção de bens e serviços.
 Academia Real da Marinha 1808.
 Academia Real Militar (1810).
 Academia Médico-cirúrgica da Bahia (1808).
 Academia Médico-cirúrgica do Rio de Janeiro (1809).
 Escolas de ensino mútuo e escolas de meninas nas vilas e
cidades mais populosas ( 1827).
 Ensino secundário passou a reunir as aulas, ou cadeiras
avulsas, em liceus (1835). 8
Império
1822-1889

Ato Adicional institui a descentralização da educação através :


 Escolas Normal do país, em Niterói (1835), Bahia (1836), Ceará
(1845) e São Paulo (1846).
 Colégio Pedro II (1837), no Rio de Janeiro, onde era oferecido o
melhor ensino com o objetivo de formar as elites dirigentes.
Paralelamente à educação estatal, laico e liberal, a Igreja oferecia o
ensino confessional, coexistindo a possibilidade de ensino público e
privado com a fiscalização do Estado.
Permanecia um grande abismo educacional entre a maioria da
população brasileira que, quando muito, tinham uma casa e uma
escola, com uma professora leiga para ensinar os brasileiros excluídos
do interesse do governo Imperial.
Império
1822-1889
1840-1889 - Incipiente modernização brasileira:
 economia cafeeira;
 fim do tráfico negreiro;
 incentivo da indústria;
 substituição da mão de obra escrava pela assalariada imigrante;
 aplicação de recursos provenientes da exportação do café na
industrialização do país e o surgimento de novos serviços
públicos nas principais cidades.
Como acontecia em alguns países europeus e
nos Estados Unidos, também no Brasil,
no final do século XIX, a escola popular ,
compreendida como instrumento de
modernização por excelência, foi elevada à
condição de redentora da nação.
10
“Com a Proclamação da República, a
Primeira República situação mudou ... no discurso e,
efetivamente, pouco no concreto!”
1889-1930 (FARIA FILHO, 2000, p. 27-28)

 Ampliação da responsabilidade do
Estado com as questões educacionais e
consequente expansão da escola.
 Priorização do ensino técnico-
profissional, capaz de formar a mão-
de-obra nacional qualificada para a
indústria (escola técnico-industrial),
agricultura (escola técnico-agrícola) e
comércio (escola de comércio).
 A escola normal destinava-se a
formação de professores primários.
11
Primeira República
1889-1930
A Educação da Primeira Republica foi marcada por dois
movimentos ideológicos:
Responsável pela regeneração nacional
Educação
Entusiasmo pela Educação:

Constituição de uma nova sociedade brasileira

Papel da Educação:

 instrumento de ascensão social do indivíduo que vivia a margem da


sociedade;
 instrumento de busca de ascensão do poder da burguesia;
 instrumento de “conscientização” e da busca em formar o “cidadão
votante” ; e
 instrumento de participação política.
Primeira República
1889-1930
Reformar a sociedade por meio da reforma do homem
Educação
Formar o homem brasileiro e o transformar num
elemento de produção, necessário à vida econômica .
otimismo pedagógico:

Ideário do escolanovismo:
 sistema estatal de ensino livre e aberto o único meio efetivo de
combate às desigualdades sociais
 reorganização de todo aparelho escolar, administrado por Diretorias
Gerais sob a responsabilidade de técnicos, os educadores profissionais,
com a finalidade pedagógica social:
 educação deve ser para todos obrigatória, única e gratuita;
 escola do trabalho, onde a atividade é aproveitada como um
instrumento de educação; e
 escola da comunidade se desenvolve o trabalho em cooperação.
13
Era Vargas
1930-1945

 Crise do modelo agrário-comercial exportador;


 Início de estruturação dos modelos de bem estar
social e nacional-desenvolvimentista, com base na
industrialização;
 Urbanização crescente e o processo de
industrialização aumentam a demanda social por
educação;
 Surgimento do modelo urbano-industrial aponta para
necessidades de formação de recursos humanos;
 Criação do Ministério da Educação e Saúde Pública
14
Era Vargas
1930-1945

O Estado de Bem-Estar Social no Brasil

Surgiu a partir de decisões autárquicas e de


caráter político, com o objetivo de regular à
organização dos trabalhadores assalariados
dos setores modernos da economia e da
burocracia.

15
Era Vargas
1930-1945
A partir da década de 1930:
 criação de instrumentos legais voltados para o
funcionamento de um governo democrático;
 mudanças político-econômicas exigiram do Estado a
ampliação e a rearticulação de suas funções para
suprir as necessidades advindas do aprofundamento
da concentração urbana e da modernização do País;
 os governos populistas passaram a mobilizar as
massas urbanas em torno dos projetos industriais e,
como consequência, introduziram mudanças na
legislação trabalhista. 16
Era Vargas
1930-1945

 Reforma do ensino secundário e do ensino


superior (1931) - Reforma Francisco Campos:

 Criação do Conselho Nacional de Educação;


 Organização do ensino secundário, do comercial e do
sistema universitário:
− currículo seriado, a frequência obrigatória, dois ciclos, um
fundamental com a duração de cinco anos e outro
complementar, com dois anos de duração e a exigência de
habilitação nesses ciclos para o ingresso no ensino superior
- pré-jurídico, pré-médico e pré-politécnico.
17
Era Vargas
1930-1945
 Criação da inspeção federal e equiparou todos os
estabelecimentos de ensino secundários oficiais ao Colégio
Pedro II, dando a mesma oportunidade aos colégios
secundários particulares;
 Criação da carreira de inspetor de ensino;
 Estabeleceu normas para o exercício da atividade docente e
seu registro junto ao Ministério.
Esse registro foi abolido em 1998 pelo
Ministro da Educação Paulo Renato Souza.

 Omissão com a educação primária;


 Fim do ensino laico e volta do ensino religioso
católico, principalmente, no ensino primário. 18
Era Vargas
1930-1945

 Finalidade do Manifesto dos Pioneiros (1932):


princípios básicos da educação moderna e científica;
 a gratuidade;
a obrigatoriedade do ensino;
a laicidade;
 a co-educação;
vínculo da escola com o meio social e princípios como:
a solidariedade, o serviço social e a cooperação;
proposta de criação de um sistema nacional de
educação
o plano nacional de educação. 19
Era Vargas
1930-1945

 O manifesto elege três temas fundamentais em sua


construção:

Escola para todos, "escola comum ou única“;


Educação integral - direito biológico de cada indivíduo;
Educação pública e gratuita – caberia ao Estado a
organização dos meios de o tornar efetivo aos cidadãos a
quem a estrutura social do país mantinha “em condições de
inferioridade econômica para obter o máximo de
desenvolvimento de acordo com as suas aptidões vitais”.
20
Era Vargas
1930-1945

Para os pioneiros, a política educacional proposta


romperia com a formação excessivamente literária da
cultura brasileira, dando-lhe um caráter científico e
técnico e colocando-se contra o espírito de
desintegração da escola em relação ao meio social.

Para isso, seria necessária a implantação


de reformas, orientadas no sentido da
produção, visando reforçar a intenção e
“o valor social da escola, sem negar a
arte, a literatura e os valores culturais”.
21
Era Vargas
1930-1945

 Constituição Federal de 1934:


No plano educacional, adota boa parte do
ideário político educacional presente no “Manifesto dos
Pioneiros:
− estabelece como competência privativa da União a
elaboração de diretrizes e bases para a educação nacional;
− institui a educação direito de todos, devendo ser
ministrada pela família e pelo poder público;
− define como finalidade da educação, o desenvolvimento
da solidariedade humana ;
− fixa o plano nacional de educação 22
Era Vargas Estado regrediu, na concepção de seu arcabouço
educacional, pois na CF1934, havia o dever do Estado,
1930-1945 de prover a educação para todos.

Constituição Federal de 1937:


A infância e à juventude, a que faltarem os recursos
necessários à educação em instituições particulares, é
dever da Nação, dos Estados e dos Municípios
assegurar, .... uma educação adequada às suas
faculdades, aptidões e tendências vocacionais.

O ensino pré-vocacional profissional destinado às


classes menos favorecidas é em matéria de educação
o primeiro dever de Estado. (CF, 1937, art. 129)
 Visível a discriminação social, quando destina a educação
profissional, às classes sociais mais baixas.
Era Vargas Essa Lei permaneceu em vigor até a aprovação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1961.
1930-1945
 Reforma Capanema – 1942
Lei Orgânica do Ensino Secundário

 sistema oficial – com um ciclo ginasial com quatro anos de


duração; e ciclo colegial com três anos, currículos
enciclopédico, com valorização da cultura geral e
humanística, com duas opções,
− clássico - destinava-se àqueles que pretendiam cursar o
ensino superior, na área de humanas e
− científico - destinava-se àqueles que pretendiam cursar
o ensino superior, na área de exatas e biomédicas.
 sistema empresas mantido pelas SENAI e SENAC voltados
ao alunos de baixa renda que visam a se profissionalizar. 24
Era Vargas Organizavam os ramos da economia englobando os
cursos Industrial, Comercial e Agrícola, e, ainda, o
1930-1945 curso Normal

 Reforma Capanema – 1942


Lei Orgânica do Ensino Profissionalizante

 Formação geral – ginasial ou básico com quatro anos de


duração; e técnico de três a quatro anos.

Os alunos oriundos dos cursos profissionalizantes técnicos enfrentaram


problemas para prosseguirem os estudos em nível superior. Esses cursos
somente permitiam acesso ao nível superior em outros pertencentes à
mesma categoria estudada.
 momento econômico mundial delicado (a 2ª guerra mundial estava em
andamento) e dificultava a vinda de mão-de-obra especializada oriunda
de outros países;
 necessidade de formação de pessoal pela demanda interna por produtos
industrializados. 25
Era Vargas
1930-1945

 Na Era Vargas, ocorreu uma expansão da escola,


porém, mantendo a mesma estrutura anterior. A
expansão escolar se realizou diante das pressões de
demanda provocada pela pressão social que

“não criou, todavia, condições para


mudanças mais profundas,
permanecendo a estrutura da escola a
mesma do antigo regime”.
(ROMANELLI, 1985, p.68)
26
Era Vargas
1930-1945

 Entre 1935 e 1950, enquanto o ensino médio


secundário evoluiu sua matrícula em 333%, o ensino
profissional evoluiu apenas em 142%.

 Em 1950, 50% dos jovens com 15 anos ou mais eram


analfabetos.

A expansão de oportunidades educativas se caracterizou pela


desigualdade. Atendeu às expectativas das camadas privilegiadas da
sociedade em detrimento das camadas populares.
27
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

No período pós-guerra, a concepção Estado


Desenvolvimentista era vista como uma premissa para
uma ordem política internacional mais estável,
evitando assim novos conflitos internacionais.

Muitos Estados nacionais passaram a atuar como


“Estados desenvolvimentistas”, numa tentativa de
assegurar melhores condições para o desenvolvimento
econômico e diminuir as desigualdades entre os países.
Projeto de desenvolvimento econômico assentado no trinômio:
industrialização substitutiva de importações, intervencionismo estatal e nacionalismo
28
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

 Democracia populista marcado pela criação de


instrumentos legais voltados para o funcionamento de um
governo democrático;
 Mudanças político-econômicas que exigiram do Estado a
rearticulação de suas funções para suprir as necessidades
advindas da concentração urbana e da modernização do
País.
 Implementação de políticas sociais de natureza
assistencialista que buscavam minorar os impactos das
desigualdades provocadas pela aceleração do
desenvolvimento capitalista.
29
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

 Promoção da industrialização; da política externa


com controle cambial; de políticas tarifárias
monetária;
 Regulamenção dos conflitos capitalistas e das
relações entre as classes operária e patronal;
 Produção de serviços públicos e de infra-estrutura
-transporte, água, energia, comunicações etc.; e
 Captação dos recursos disponíveis do país e
direciona-los para os setores de interesse.
30
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

Constituição 1946

 obrigatoriedade do ensino primário e dá competência


à União para legislar sobre diretrizes e bases da
educação nacional.

 volta a figurar na Constituição que "a educação é


direito de todos".

31
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

 A noção de capital humano, se afirma no campo educacional


(1960-1970) apresentada sob duas perspectivas:
 Exigência de mão-de-obra mais qualificada; e
 Autodesenvolvimento do trabalhador e de um capital
pessoal levando à empregabilidade.

Capital Humano é o montante de investimento em capacidade,


conhecimentos, competências que uma nação ou indivíduos fazem na
expectativa de retornos adicionais futuros (Schultz, 1973).
Com as incertezas econômicas, políticas e sociais, a educação passa a ser
abordada como reprodutora do conflito social, e a Teoria do Capital Humano
vem justificar as contradições do sistema capitalista 32
Nacional Desenvolvimentismo
1945-1964

Depois de treze anos de discussões O sistema


e debate com a sociedade civil é educacional foi dividido:
promulgada a Lei 4.024/1961, que  primário - primeiros quatro
regulamenta as Diretrizes e Bases anos, dava um diploma;
da Educação Nacional:
 ginásio - quatro anos, outro
 consagrou a educação privada diploma;
(financiamento público à
 colegial - três anos, dividido:
educação particular).
 clássico (prosseguimento ao
ensino superior, na área de
humanas);
 científico (prosseguimento do
Exame de ensino superior, na área de exatas
Admissão e biomédicas) e
 normal 33
De 1940 a 1970 o Estado tornou-se o protagonista dos
programas de investimentos que alicerçaram o parque e
o empresariado industrial.

Os mecanismos legais e estruturais formativos construídos,


cristalizaram práticas escolares dualistas:

 a concepção e a prática escolar acadêmico-generalista,


na qual os alunos tinham acesso a de conhecimentos
básicos e cada vez mais amplos, à medida que progrediam
nos seus estudos;
 o ensino de Educação Profissional que preparava para o
domínio de um oficio, sem aprofundamento teórico,
científico e humanístico para o prosseguimento nos
estudos ou mesmo de se qualificar em outros domínios.
34
Período Militar
1964-1984
 A deposição do presidente João Goulart
significou o fim do período democrático e o
início do período ditatorial que duraria
vinte e um anos.

 A ditadura militar adotou um modelo de desenvolvimento


econômico dependente, que subordinou o Brasil aos
interesses do capital estrangeiro, decretando, assim, o fim
do projeto nacionalista desenvolvimentista.

 O movimento se caracterizou, entre outras coisas, por um


revezamento dos militares no poder central da sociedade
brasileira; portanto, um poder hegemônico de classe. 35
Durante o período ditatorial foram
censuradas diversas atividades
artísticas, culturais entre outras
manifestações, proibindo-se
qualquer tipo de manifestação que
fosse contra ao regime.

No que diz respeito ao setor educacional,


as leis se tornaram mais rígidas já nas
primeiras medidas dos golpistas, com o
Ato Institucional nº1 (AI-I).
36
Reformas e leis na área educacional brasileira
 fortalecimento do ensino primário;
 aperfeiçoamento de melhorias no ensino médio;
 modernização administrativa, universitária, entre outros
setores;
 instituição do salário-educação (1964), uma contribuição
social destinada ao financiamento de programas, projetos e
ações voltados para o financiamento da educação básica
pública  cota federal e estadual dos recursos arrecadado.

As escolas públicas eram boas e levavam seus alunos à universidade pública, porém
não havia vagas para todos nessas escolas 37
Movimento Estudantil e a Reforma Universitária- 1968:
 A falta de vagas nas universidades federais foi a
principal causa das maiores reivindicação estudantis,
havendo, então, a luta pelo aumento de vagas.
 As entidades estudantis foram sujeitas ao controle do
Estado, atendo a monitoração controladora com os
Diretórios Acadêmicos e os Diretórios Centrais de
Estudantes, nos estabelecimentos secundaristas como
os Grêmios Livres substituídos pelos Centros Cívicos,
sob o controle da diretoria dos colégios.

38
Reforma Universitária - 1968:
 modernização e expansão das instituições publicas,
destacadamente das universidades federais;
 criaram-se condições para a articulação das atividades
de ensino e de pesquisa;
 Introduziu-se o regime departamental, a carreira
acadêmica;
 abertura para o ensino superior privado, voltados para a
transmissão de conhecimentos profissionalizante e
distanciados da atividade de pesquisa
Promulgação da LDB nº 5.692/71
 reforma educacional destinada a ajustar a
educação brasileira à nova conjuntura
econômica, marcadas pelo surgimento de
empresas de grande e médio porte.
 tentativa de promover uma relação entre
humanismo e tecnologia;
 substituição dos ramos secundário e
propedêutico pela profissionalização
compulsória para todos os que cursassem o
ensino de 2º grau; 40
 Reformas de 1º e 2º graus – LDB nº. 5.692/1871 :
 aumento do período de obrigatoriedade escolar de quatro
para oito anos obrigando, assim, o Estado a uma ampla
modificação estrutural na educação primária;
 integração dos níveis (primário e ginasial, secundário e
técnico), que passam a obedecer aos princípios da
comunidade e da terminalidade;
 passagem de uma série para outra, desde o 1º até o 2º grau.

Pelo princípio da terminalidade, ao concluir cada um dos níveis, o


educando deveria estar preparado para ingressar no mercado de
trabalho . 41
 formação de mão-de-obra especializada em curto prazo de
tempo, para o mercado em expansão.

 formação acelerada de professores, para que estes formassem


mais trabalhadores:
 criados os “Cursos de Licenciaturas Curtas”; e
 a atualização de egressos do ensino médio (2º grau) com
mais um ano de especialização para ser formadores das
escolas polivalentes.

 reformulação do ensino secundário e criação dos cursos


profissionalizantes de nível secundário − as escolas a fim de
amenizar a crise universitária resultante do aumento excessivo dos
exames vestibulares e pela pressão por vagas.
A reformulação do ensino secundário e a criação dos
cursos profissionalizantes de nível secundário − as
escolas polivalentes − tinha como objetivo:
 integrar a universidade na vida econômica nacional
e atender a demanda de mão-de-obra” ;
 amenizar a crise universitária resultante do
aumento excessivo dos exames vestibulares e pela
pressão por vagas.

43
 Educação - bom investimento
para os indivíduos, empresas e
Estado na formação de reservas
permanentes de recursos
humanos qualificados para o
mercado.
 Estado - financia a educação básica; defende que a
escolarização contribui para a melhoria da
qualidade de vida, em função de um aumento de
renda que decorre da qualificação do trabalhador
para o desempenho no mercado de trabalho.
44
Crise econômica:
 Em 1973 a crise do petróleo fez com que
o “milagre econômico” entrasse em
decadência.
 A dívida externa praticamente
quadruplicou entre 1974 e 1978 e a
inflação chegou aos 110% em 1980.
45
Crise política:

 A crise do milagre econômico causou profundas mudanças


na política brasileira e o regime militar dava os primeiros
sinais de enfraquecimento, entrando numa linha de processo
de democratização.
 O movimento operário renascia e juntava-se à crescente
oposição ao governo militar.
 A sociedade civil começava a recuperação do espaço
perdido, soma-se, ainda, o fato dos exilados políticos
voltarem ao Brasil.
46
Crise educacional:

 A LDB nº 5.692/71 foi modificada pela Lei n.º


7.044/82, rompendo com a profissionalização
compulsória; tornando facultativa a
profissionalização no ensino de 2ºgrau; aumento
das ofertas de educação geral e ao mesmo tempo
restringindo a formação profissional às instituições
especializadas.

47
As mudança no cenário socioeconômico (da falta de
recursos humanos qualificados para uma mão-de-obra
excedente e falta de empregos), exigiu:
 revisão da Teoria do Capital Humano;
 melhoria da educação geral e do ensino superior
especializado, sem o aumento da despesa pública;
 privatização dos níveis superiores e mais
especializados da educação segundo
recomendações dos organismos internacionais.
48
Transição democrática
1984 - Hoje

 Retorno à democracia: conquista lenta, forjada no território dos


movimentos sociais.
 Grande expectativa política: uma democracia, capaz de
incorporar todos os brasileiros no acesso aos direitos sociais
básicos.
 Saldo de 500 anos de história da educação:
 desigualdade
social;
 crianças e jovens fora da
 corrupção; escola;
 trabalho infantil;  baixa qualidade de ensino.
49
Transição democrática
1984 - 1990

A educação na Constituição:

A educação, direito de todos e dever do


Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da
sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.(Art. 205).
50
Estado
Neoliberal
 Programa Setorial de Ação na área de educação (1991-
1995):
 inserir o país na nova revolução tecnológica mundial,
situando o Brasil no mundo moderno;
 educação elemento necessário à reestruturação
competitiva da economia;
 estruturação do Fundo Nacional de Desenvolvimento
(FNDE) e do Salário-Educação Quota Federal,
compartilhando as responsabilidades de sua gestão
com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais
(CONSED) e a União Nacional dos Dirigentes
Municipais (UNDIME).
Estado
Neoliberal
 Plano Decenal para Todos (1993-2003):
 deu sequência aos compromissos internacionais que o
Brasil;
 novos padrões de intervenção estatal (gestão própria do
setor privado);
 políticas educacionais travadas no âmbito das diretrizes
governamentais – a descentralização;
 universalização do ensino fundamental e erradicação do
analfabetismo foi incrementar os recursos financeiros para
a manutenção e investimentos da qualidade da educação
básica
52
Estado
Neoliberal

 Planejamento Político-estratégico (1995-1998):


 Valorização e autonomia da escola de ensino
fundamental;
 articulação de políticas e de esforços entre as três esferas
da Federação, de modo a obter resultados mais eficazes e
utilização de recursos políticos e financeiros para garantir
a equidade e a eficiência do sistema;
 implantação de um canal de televisão via satélite, voltado
para o atendimento à escola, ensejando novas formas de
gestão escolar e parcerias com os governos estaduais

53
Estado
Neoliberal

 criação e regulamentação do Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério - FUNDEF);
 sanção de outra Lei de Diretrizes e Bases da educação
nacional (LDB nº 9394/1996);
 estabelecimento de um Conselho Nacional de Educação
menos burocrático; mudanças nas regulamentações de
modo a garantir maior autonomia à escola;
 ênfase na avaliação de resultados como forma de
controle mais eficiente (SAEB, ENEM, ENC – Provão - e
CAPES).
54
Estado
Neoliberal
1. A melhoria da economia nacional por meio do fortalecimento dos
vínculos entre escolaridade, emprego, produtividade e comércio.
2. A melhoria do desempenho dos estudantes nas habilidades e
competências relacionadas ao emprego.
3. A obtenção de um controle mais direto sobre o currículo e a
avaliação.
4. A redução dos custos da educação suportados pelos governos.
5. O aumento da participação da comunidade local a partir de um
papel mais direto na tomada de decisões relacionadas com a
escola e através da pressão popular por meio da livre-escolha de
mercado.
(Ball, 2002, p. 110)
55
Modelo Liberal-
periférico
 implantação do Plano de Desenvolvimento da Educação -
PDE com o objetivo de melhorar a Educação no País, em
todas as suas etapas, em um prazo de quinze anos
(24/04;2007);
 criação e regulamentação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação - FUNDEB. (Lei n. 11.494, de
20/06/2007);
 criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
(IDEB), referência para servir de indicador de qualidade e
desempenho do sistema educacional (2007)
56
Modelo Liberal-
periférico
 novas estratégias de ingresso e expansão da Educação
Superior, com a criação dos:
 Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (REUNI) e
 Programa Universidade para Todos (PROUNI);
 Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que possibilita o
ingresso em instituições públicas de ensino superior;
 instituição do Piso Salarial Nacional para professores que
atuam na Educação Básica;
 políticas de formação docente, como a Universidade Aberta
do Brasil (UAB) e o Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência (PIBID).
Agora que você já conhece a educação brasileira e seu contexto sócio-
político, reúnam-se em grupos de cinco, e vamos analisar cada bloco da
História da Educação do Brasil ao longo do século XX:

1. Quais as influencias da Revolução de 1930 na estrutura e


organização da educação brasileira?
2. Quais as principais características dos ciclos de reformas
educacionais destinados a ajustar a educação brasileira à
ruptura política perpetrada pelo golpe militar de 1964?
3. Quais os impactos da crise econômica dos anos 1970 nas
políticas de ensino e formação?
4. Quais os impulsos e conflitos das políticas educacionais nos
governos Lula, especialmente as de educação básica? 58
BITTAR, Marisa e BITTAR, Mariluce. História da Educação no Brasil: a escola
pública no processo de democratização da sociedade. Acta Scientiarum.
Education Maringá, v. 34, n. 2, p. 157-168, July-Dec., 2012. Disponível: <
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/17497 >. Acesso
em 25/07/2015.
MEC. Relatório Educação para todos no Brasil 2000-2015. Disponível: <
portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task>Acesso em 25/07/2015.
OLIVEIRA. Dalila Andrade. As políticas educacionais no governo Lula: rupturas e
permanências. RBPAE – v.25, n.2, p. 197-209, mai./ago. 2009. Disponível: <
www.seer.ufrgs.br/rbpae/article/download/19491/1131>Acesso em 25/07/2015.
SANTOS, Magda. A abordagem das políticas públicas educacionais para além da
relação estado e sociedade. IX ANPED SUL, 2012. Disponível: <
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/
2046/147 >. Acesso em 25/07/2015.

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O que aprendemos hoje?

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