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Mazzotta, Marcos J. S.
Educação especial no Brasil: história e políticas públicas /Marcos
J. S. Mazzotta. — 6. ed. — São Paulo : Cortez, 2011.
Bibliografia
ISBN 978-85-249-1709-7
11-02447 CDD-371.90981
EDUCAÇÃO
BSPECIAC
NO BRASÍE
HISTÓRIA E POEÍTICAS PÚBEICAS
6 edição
-
/£iC D RT€Z
W 6 D IT O R O
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: história e políticas públicas
Marcos J. S. Mazzotta
Capa: aeroestúdio
Revisão: José Alessandre da Silva Neto
Composição: Linea Editora Ltda.
Coordenação editorial: Danilo A. Q. Morales
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou duplicada sem autorização
expressa do autor e do editor.
© 1995 by Autor
Sumário
lu iio d u ç ã o ................................................................................................ 11
CAPÍTULO I
Atendimento educacional
aos portadores de deficiência...................... 15
CAPÍTULO II
I iKlórla da Educação Especial no Brasil........ 27
CAPÍTULO III
Política Nacional de Educação Especial........... 71
1. Legislação e normas..................................................................71
1.1 De 1961 a 1971............................................................... 71
1.2 De 1972 a 1985..................................................................73
1.3 De 1986 a 1993..................................................................80
2. Planos Nacionais de Educação.......................................97
2.1 De 1962 a 1971............................................................. 97
2.2 De 1972 a 1985.................................................................. 98
2.3 De 1986 a 1993................................................................ 114
CAPÍTULO IV
Políticas estaduais e municipais de
educação do portador de deficiência............. 147
CAPÍTULO V
Conclusão................................................ 210
Bibliografia, 225
/21CORT6Z
V&eDITORfi 9
Prefácio
Introdução
«
íi^CORTCZ
'5 CDITORO 15
CAPÍTULO 3
4. LARROYO, F. História geral da pedagogia. São Paulo: Mestre Jou, 1970. p. 557. t. II.
11UJCAÇÀO ESPECIAL NO BRASIL 19
Com o passar dos anos o seu sucesso foi tão grande que Haüy
acabou sendo convidado a comparecer à corte de Luiz XVI
para fazer uma detalhada exposição quanto ao empreendi
mento, um pouco antes da eclosão da Revolução Francesa que
desacelerou ou eliminou muito do que fizera antes a França
com o apoio da nobreza.
Mas, logo após a regularização da vida do país, novas escolas
para cegos foram abertas. E isso aconteceu também em diver
sos outros países da Europa, quase todas elas seguindo o novo
modelo apregoado por Haüy. Os exemplos mais positivos
dessas escolas foram as de Liverpool em 1791, de Londres no
ano de 1799 e, já no século XIX, de Viena em 1805 e de Berlim
em 1806.5
5. SILVA, Otto M. da. A epopeia ignorada. São Paulo: Cedas, 1986. p. 256.
20 MARCOS J. S. MAZZOTTA
9. Idem, p. 110.
ífilli At, AO ESPECIAL NO BRASIL 25
4
• i f f fifíA
i 27
CAPÍ TULO SI
História da Educação
Especial no Brasil
4
ffrtit A t AO ESPECIAL NO BRASIL 31
jq- tfjb-
10 . MENDES, Cal. Floriano Moura Brasil. Mensagem da APAE, ano 6, n. 16, abr./
jun. 1979.
50 MARCOS J.S. MAZZOTTA
11. APAE de São Paulo, Centro de Habilitação APAE de São Paulo. Folheto In
formativo, s.d.
liril' Aí, ÃO ESPECIAL NO BRASIL Sl
12. APAE dc São Paulo, Centro de Habilitação APAE de São Paulo. Folheto
Informativo, s.d.
13. Idcm.
Si MARCOS J.S. MAZZOTTA
i s j i l t s í i l i i i r a formulação
de políticas, diretrizes, estratégias e
: m MH iÜ piira o desenvolvimento do ensino supletivo e da educa
da Mtá o npoiar as ações necessárias à sua definição, im-
plMueiiliiçao e avaliação;
M Fll K ii.tr os Sistemas de Ensino na formulação, implemen-
MÇlu e avaliação de políticas de formação e valorização do
migiMôi io, no âmbito da sua competência;
)U — viabilizar a assistência técnica e propor critérios para a assis-
léin ia financeira aos Sistemas de Ensino;
IV =- fomentar a geração, o aprimoramento e a difusão de
metodologias e tecnologias educacionais que ofereçam a me
lhoria de qualidade e expansão da oferta dos serviços educa
i lona is, no âmbito de sua competência;
V — propor e apoiar a articulação, com organismos governa
mentais e não governamentais, nacionais e estrangeiros, bem
assim com organismos internacionais, objetivando fortalecer
a cooperação e o intercâmbio que contribuam para o desenvol
vimento do ensino supletivo e da educação especial,
VI — promover a execução de programas de alfabetização e
de programas formais e não formais de educação básica para
jovens e adultos que não tiveram acesso à escola ou que dela
foram excluídos;
VII — contribuir para o aperfeiçoamento dos dispositivos legais
relativos ao ensino supletivo e à educação especial, promoven
do ações que conduzam à sua observância. (Grifos meus.)
23. Lei n. 8.490, de 19 de novembro de 1992. Diário Oficial da União, ano XXXX,
n. 222, p. 16.061-4,19 nov. 1992.
24. Rosita Edler Carvalho fora nomeada, em 3/9/1992, diretora do DESE. Por
decreto de 25 de fevereiro de 1993 é nomeada Secretária de Educação Especial;
Diário Oficial da União, Seção II, p. 1.051, 26 fev. 1993.
iimi Ai. AO ESPECIAL NO BRASIL fi toH ( ti 67
mais significativos será apresentada, a seguir, sob a óptica
lias políticas públicas.
Ti também imperioso o esclarecimento de que os elemen-
Ioh criteriosamente recolhidos na extensa pesquisa empreen
dida, vinculam-se à postura teórica esposada neste estudo.
Nela se inclui o entendimento de que, embora um homem
m izinho não possa construir uma obra social, alguns homens
v mulheres desempenham o importante papel de impulsio
nadores do movimento de organização institucional do
rilondimento aos portadores de deficiências e/ou de neces-
HÍdades especiais.
Em razão disto foram destacados, no presente estudo,
alguns destes homens e mulheres cuja grandeza e oportuni
dade de atuação, pessoal ou coletiva, fizeram-nos agentes
individuais desse processo histórico. O seu papel, portanto,
não pode ser diminuído ou ignorado. Fossem outros os
.1 gentes individuais, muito provavelmente outra teria sido
a trajetória da educação especial. E não se pode esquecer que
suas propostas, bem como suas ações políticas, decorrem de
condições sociais, econômicas e políticas historicamente
determinadas.
A título de ilustração, vale salientar o fato de que as
iniciativas governamentais sobre educação especial, de âm
bito nacional, aparecem em um momento político tipicamen
te populista (1955-1964). E, como lembra Fábio Comparato,
25. COMPARATO, F. K. Educação, Estado e poder. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 65.
68 MARCOS J.S. MAZZOT1A
I. Legislação e normas
/ . / De 1961 a 1911
12 De 1972 a 1985
2. Idem, ibidem.
76 MARCOS J.S. MA/zona
FIGURA 3.1
Visão dinâmica, ou por unidade, da relação entre
o portador de deficiência e a educação escolar
SITUAÇÃO
de ensino-aprendizagem
EDUCANDO EDUCAÇÃO
(COMUM ou
ESPECIAL)
FIGURA 3.2
Visão estática, ou por dicotomia, da relação entre
o portador de deficiência e a educação escolar
13. DEMO, Pedro. Educação e política sodal. In: Cadernos de Pesquisa, São
Paulo, n. 69. p. 68-79, maio 1989.
14. DEMO, Pedro. Perspectivas da educação. In: FREITAG, Barbara et al. Polí
tica educacional do governo. Conferência Brasileira de Educação, Io Anais... São
Paulo: Cortez, p. 12-36,1981.
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 91
19. CUNHA, Célio da. LDB: uma comparação. Folha de S.Paiáo, Caderno 3, p.
2,23 nov. 1993.
20. Atendendo ao disposto na Lei n. 4.024/61, de Diretrizes e Bases da Educa
ção Nacional, com vigência até 1970, esse plano sofreu uma revisão em 1965, prin
cipalmente em decorrência da instituição do salário-educação em 1964.
98 MARCOS J.S. MAZZOTTA
2
.2 e1972 a
.D 1985
QUADRO 3.1
Excepcionais atendidos, por natureza da instituição e por
dependência administrativa, segundo as regiões — 197423
Sudeste 8 27.811 450 383 28.652 836 6.750 2.057 26.598 36.235
Total 222 34.270 1.227 1.267 36.986 6.261 10.593 3.492 39.081 59.427
QUADRO 3.2
Recursos financeiros previstos para o Plano N acional
de Educação Especial 1977/79, por área de ação
Total 1977/79
Discriminação 1977 1978 1979
(Cr$ 1.000,000)
P o n te : P la n o N ac io n a l â e E d u c a ç ã o E s p e c ia l 1977179, p. 31.
102 MARCOS J.S. MAZZOTTA
Objetivo geral
Objetivo específico
QUADRO 3.3
Metas do Subprojeto 13.6, discriminando pessoal a
capacitar e recursos financeiros no período 1975/79
Recursos
Metas Unidade Total financeiros
Número
(Cr$ 1.000,00) Total
de metas
I e IP I e II 1 II I II
01 Especialização e
atualização da equipe Técnico 49 11 1.510 395 1.905
técnica do CENESP
02 Especialização c
atualização das equipes
Técnico 112 194 2.147 1.401 3.548
técnicas das secretarias
de Educação
03 Especialização de pessoa 1
docente para Docente 20 4 1.584 333 1.917
universidade
04 Criação de cursos de
licenciatura na área de Curso 40 - 2.078 - 2.078
Educação Especial
05 Especialização,
aperfeiçoamento e
atualização de pessoal Docente 9.500 2.000 17.713 4.820 22.533
docente que atua na área
de Educação Especial
06 Especialização,
aperfeiçoamento e
atualização de pessoal Técnico 2.950 800 5.352 1.046 6.398
técnico que atua na área
de Educação Especial
07 Atualização de professor
eífc>ocente 6.500 - 1.736 — 1.736
de classe comum
" No Projeto Prioritário as metas foram dimensionadas em dois blocos de atividades, I e II,
para efeito orçamentário.
106 MARCOS J.S. MAZZOTTA
QUADRO 3.4
Metas 01 e 02 — Capacitação de pessoal técnico dos órgãos
centrais, por nível de curso, bloco de atividade e modalidade
Bloco
1 11 1 II 1 II 1 II Total
Modalidade' \
Bolsa no exterior 3 21 8 23 10 65
Bolsa no país 2 14 2 13 9 9 49
Subtotal 5 35 10 36 19 9 176
30. BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. 2. ed.
Rio de janeiro: Paz e Terra, 1986. p. 30.
31. A Comissão Nadonal do AIPD foi instituída pelo presidente da República
João Figueiredo, em 16/8/1980, pelo Decreto n. 84.914.
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL III
9
126 MARCOS J. S. MAZZOTTA
>
128 MARCOS J.S.MA2/MÍU
51. Idem, p. 5.
52. Idem, p. 6.
Ifült Af, AO ESPECIAL NO BRASIL 129
57. RIBETRO, Josc Qucrino. Ensaio de uma teoria de administração escolar. Edição
revista, anotada e ampliada por João Gualberto de Carvalho Meneses. São Paulo:
Saraiva, 1978. p. 17.
58. MELLO, G. N. Op. dt., p. 20.
59. ILLICH, Ivan. Sociedade sem escolas. 2. cd. Rio de Janeiro: Vozes, 1973.
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 137
60. SENADO FEDERAL. Projeto de Lei da Câmara n. 101, de 1993. Fixa diretri
zes e bases da educação nacional.
138 MARCOS J. S. MAZZOTTA
61. Cabe lembrar que o autor deste trabalho entende a Educação Especial com
o "conjunto de recursos e serviços educacionais especiais organizados para apoiar,
suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns, para
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 139
2. I Legislação e N o rm as
8. Escolas isoladas eram aquelas não integradas em grupo escolar, que tinham
em uma mesma turma alunos de séries diferentes. As mais comuns eram as do meio
rural.
164 MARCOS J.S.MAZZOI IA
14. Esta deliberação está em vigência com a alteração da redação de seu artigo
8", pela Deliberação CEE n. 15/79.
f fiUCAÇÀO ESPECIAL NO BRASIL 171
A) De 1970 a 1974
[-]
d) formar e aperfeiçoar o pessoal docente, técnico e adminis
trativo para a expansão e aprimoramento dos diferentes graus,
ramos e modalidades de ensino;
[•••]
g) estimular e assistir os esforços da iniciativa privada, sem
objetivo de lucro, quando compatibilizados com o Plano Estadual
de Educação [...]22 (Grifos meus.)
22. SÃO PAULO (Estado). Plano estadual de educação. São Paulo: Governo Abreu
Sodré, 1970. p. 5-6. v. I.
184 MARCOS J.S. MAZZOI IA
23. Idem, p. 8.
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 185
Diretrizes
1) Promoção de educação especial a todos os grupos de ex
cepcionais que dela possam se beneficiar.
2) Amparo técnico e financeiro a toda a iniciativa privada que
promova a educação de excepcionais, considerada eficiente
pelo Conselho Estadual de Educação.
3) Estudo, avaliação, elaboração e emprego de métodos, téc
nicas, processos, aparelhos e equipamentos especiais que
possibilitem ao aluno excepcional um melhor aproveitamen
to de suas potencialidades.
4) Atendimento de alunos excepcionais por professores espe
cializados em educação especial e orientação por pessoal
técnico especialmente habilitado.
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 187
4) capacitação de professores;
5) aperfeiçoamento de professores;
6) avaliação de deficientes;
7) instrumento de avaliação;
8) adequação do SEE.
Observa-se que todos os projetos deste plano dizem
respeito à educação escolar. Três deles referem-se, especifica
mente, à qualificação dos professores. Pela relevância do tema
face à abordagem educacional da Educação Especial, serão
destacados a seguir os projetos de ns. 1, 4 e 5.
Sob n. 1 há o projeto Curso de Formação de Professores de
Excepcionais. Com o objetivo de prover as imidades especiais
com pessoal devidamente habilitado, este projeto define como
meta a preparação, até 1975, de mil e duzentos professores
especializados, sendo setecentos e oitenta para deficientes
mentais, cento e oitenta para deficientes auditivos, cento e
cinquenta para deficientes físicos e noventa para deficientes
visuais. Para a realização de tais cursos a sistemática prevista
incluía o envolvimento de instituições de ensino superior de
formação regular e outras agências, na área de formação de
recursos humanos, existentes na capital e nas regiões do Es
tado. Dos candidatos aos cursos, exigia-se que fossem porta
dores de diploma de habilitação para o magistério de Io grau,
obtidos em cursos de 2o grau ou de grau superior. Para o es
tímulo e facilitação da frequência aos referidos cursos, há a
indicação de que seriam "determinadas normas para a con
cessão de bolsas de estudos a 35% dos alunos e comissiona
mento a 15% deles", mediante seu compromisso de prestação
de serviços por dois anos, no mínimo, na rede de ensino oficial.
Os cursos seriam supervisionados pelo SEE e deveriam ser
montados com currículo sugerido no próprio detalhamento
EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL 189
B) De 1975 a 1982
36. SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Plano trienal. São
Paulo: SE, 1977. p. 63.
198 MARCOS J.S. MAZZOTTA
38. SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Plano trienal 1980-1982. São
Paulo: SE/ATPCE, 1980. p. 62.
200 MARCOS J S MAZZOTTA
C) De 1983 a 1989
Quadro 4.1
Alunos excepdonais por ano, segundo o tipo de estabelecimento
• Quadro 4.2
Matrícula inidal e taxa de atendimento da Educação Especial, por dependência
administrativa, no Estado de São Paulo — 1979-1986
D e p e n d ê n c ia a d m in is tra tiv a
A n o , m a t r í c u la i n i c i a l
c ta x a d e a te n d im e n to
E sta d u a l M u n ic ip a l Particular T o ta l
1979
•Alunado 10.264 991 1.209 12.464
•'/o 82,35 7,95 9,70 100
1980
•Alunado 11.108 687 889 12.684
♦% 87,57 5,42 7,01 100
1981
•Alunado 12.128 589 982 13.699
•% 88,53 4,30 7,17 100
1982
•Alunado 13.491 845 412 14.748
•% 91,48 5,73 2,79 100
1983
•Alunado 15.433 1.033 906 17.372
•% 88,84 5,95 5,21 100
1984
•Alunado 17.175 1.204 988 19.367
•% 88,68 6,22 5,10 100
1985
•Alunado 19.071 1.184 905 21.160
•% 90,13 5,59 4,28 100
1986
•Alunado 19.487 750 772 21.009
•% 92,76 3,57 3,67 100
C A P Í T U LO V
Conclusão
Quadro 5.1
Alunos excepcionais por ano, segundo dependência administrativa
Dependência
1974 % 1981 % 1988 %
administrativa
Q u a d r o 5 .2
Quadro 5.3
Alunos excepcionais por ano, segundo o tipo de estabelecimento
Bibliografia