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Análise do Filme “Sérgio” (17 de abril de 2020) no âmbito do trabalho sobre os Direitos

Humanos.

Sérgio Vieira de Mello:

Sérgio Vieira de Mello (Rio de Janeiro, 15 de março de 1948 — Bagdade, 19 de agosto de 2003) foi


um filósofo e diplomata brasileiro, funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante 34 anos e Alto Comissário das
Nações Unidas para com os Direitos Humanos desde 2002. Em 19 de agosto de 2003 faleceu em Bagdade, capital do Iraque,
juntamente com outras 21 pessoas, vítima de um atentado terrorista contra a sede local da ONU. A organização extremista Al
Qaeda assumiu a responsabilidade pelo ocorrido e afirmou que Sérgio era o alvo principal do ataque.
Vieira de Mello era considerado por muitos como o virtual sucessor de Kofi Annan na Secretaria-Geral das Nações Unidas.
Desempenhou temporariamente as funções de representante especial do Secretário Geral Kofi Annan no Kosovo, onde foi
substituído por Bernard Kouchner. De novembro de 1999 a maio de 2002, exerceu o cargo de administrador de transição da
ONU em Timor-Leste. Em 12 de setembro de 2002, foi nomeado Alto Comissário das Nações Unidas para com Direitos
Humanos. Em maio de 2003, fora indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como seu representante
especial, durante quatro meses no Iraque.

Breve análise sobre o filme assistido:

Sérgio Vieira de Mello foi uma figura extremamente importante na ONU (Organização das Nações Unidas). Ao longo
de 34 anos dedicados à organização, Sérgio de Mello esteve em missões em diversos países, foi o responsável por
implementar uma nova Constituição em Timor Leste após 24 anos de invasões indonésias e, posteriormente, pouco
antes de sua morte, esteve no Iraque para promover assistência aos civis durante a chamada Guerra ao Terror,
provocada pelos EUA após o atentado às Torres Gémeas.

Assim como Paul Rusesabagina, por exemplo, que teve sua história contada no filme “Hotel Rwanda”, Sérgio
defendia o trabalho em campo e atuava, sempre que possível, na linha de frente. Tal característica da sua
personalidade que está muito bem nítida no personagem interpretado por Wagner Moura. Destaco algumas
passagens distintas que procuram humanizar ainda mais a figura de Sérgio, como quando ele conversa com uma
civil em Timor Leste que apenas deseja ser ouvida. Algumas cenas, como a da conversa com a civil e outros
diálogos um tanto expositivos que reforçam sua posição contrária a dos EUA no caso de Bagdade.

O já citado fio condutor de Sérgio é o seu relacionamento amoroso com Carolina Larriera e, além disso, a
ferramenta de recuos no tempo. O intuito claro desta escolha é tornar a história do diplomata ainda mais marcada
por seus ideais e sua vontade de mudar o mundo, o que o faz deixar sua própria vida pessoal para trás. Porém,
esse instrumento narrativo não funciona a todo o momento, pois há muitas voltas no tempo e isso pode provocar até
uma ligeira confusão ao espetador.

Os acontecimentos verídicos que inspiraram à realização deste filme:

Em maio de 2003, foi enviado como representante oficial do Secretário-geral das Nações Unidas para o Iraque, país que estava
mergulhado em um sangrento conflito. Em julho daquele ano, Sérgio fez parte de uma equipe que vistoriou a Prisão de Abu
Ghraib antes do local ser reformado.
Foi na capital iraquiana, Bagdade, que acabou sendo morto em 2003 durante o ataque suicida ao Hotel Canal, com a explosão
provocada por um camião-bomba. O hotel era usado como sede da ONU em Bagdade há mais de uma década. Além dos 22
mortos, cerca de 150 pessoas ficaram feridas no ataque que foi o mais violento realizado contra uma missão civil das Nações
Unidas até então. Abu Musab Al-Zarqawi, chefe da organização terrorista Al Qaeda, assumiu a responsabilidade pelo atentado.
Segundo os autores do ataque, Mello foi assassinado pois ele era um elemento crucial que teria ajudado a extrair uma parte
(Timor Leste) do país muçulmano da Indonésia. O atentado provocou a retirada dos funcionários estrangeiros da ONU do
território iraquiano.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, momentos depois da explosão, Vieira de Mello telefonou
para a ONU de seu telemóvel, falando sobre a situação. Ele permaneceu preso sob os escombros durante mais de três
horas. Entretanto, segundo Samantha Power, que entrevistou mais de 400 pessoas (diversas das quais presentes no local da
explosão) para escrever o livro "O homem que queria salvar o mundo", Vieira de Mello comunicou-se apenas com a equipa de
resgate através de um buraco nos escombros. Ainda segundo Samantha Power, os contactos telefónicos com a sede da ONU
em Nova York partiram de Ramiro Lopes da Silva, vice de Vieira de Mello e funcionário responsável pela segurança. O chefe da
administração civil dos EUA no Iraque, Paul Bremer, disse que possivelmente Vieira de Mello teria sido o alvo do atentado.
"Tudo aconteceu debaixo da janela de Sérgio Vieira de Mello. Eu acho que ele era o alvo", disse à rede BBC.
Sérgio Vieira de Mello foi enterrado no cemitério de Plainpalais (Cimetière des Rois), em Genebra, na Suíça. Alguns meses após
o atentado, a ONU realizou uma homenagem póstuma, entregando o Prémio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele
que foi um dos mais importantes funcionários da entidade.

Conclusão:

Este filme é alusivo à prática sistemática dos diretos e deveres humanos com o intuito de informar e consciencializar a
população sobre este que é um problema e uma árdua luta presente nos dias de hoje.

Leonardo Cunha 10ºTV 8/02/2022

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