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Autor:
Rosy Freire (Equipe Sérgio
Henrique), Sergio Henrique
25 de Dezembro de 2021
SUMÁRIO
Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi
durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o
implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas
de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de
SP que foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do
Paraíba (entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de
ferrovias, devido à distância do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até
àquela altura transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que
consumíamos de origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação
de 1810 os ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de
impostos não cobrir os gastos do Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa
protecionista que aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não
gostaram e há tempos vinham pressionando o Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram
isso a força decretando o Bill Aberdeen.
De acordo com esta medida inglesa eles poderiam abater qualquer navio brasileiro que
tivesse carregado de africanos para serem escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse
lançada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos.
Eusébio de Queiroz foi um proeminente político e magistrado carioca, estudou direito em 1832 da faculdade de direito de Olind a.
Entre as consequências desta lei foi o aumento do tráfico interno (a região nordeste com a
economia decadente vendia os escravos para o sudeste. Neste contesto Pernambuco recebeu
milhares de escravos ilegalmente e foi o principal ponto de entrada de africanos ilegalmente no
país, principalmente em Porto de Galinhas. Os africanos vinham com a mãos entre os pés, e
anunciavam a chegada das galinhas, quando os navios negreiros aportavam), a imigração europeia
(pois com o fim do tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a lei de terras (toda terra
teria que ser comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que imigrantes tivessem
acesso à terra).
A Europa no século XIX passava por diversas guerras. A Itália e a Alemanha, sobretudo, pois
estavam vivendo as Guerras de Unificação. Muitos europeus querendo novas terras para viver. Os
principais grupos de imigrantes foram os Alemães, Italianos, Suíços e Poloneses. As primeiras levas
de imigrantes vinham com promessa emprego e pagariam a passagem de navio e estadia com
trabalho. Devido a super exploração alguns países europeus inclusive proibiram a imigração para o
Brasil. A imigração só deu certo quando foi financiada pelo governo e o imigrante chegava sem
dívidas. Assim foi instituído o colonato. Os italianos ficaram principalmente em SP e os poloneses e
alemães no sul do Brasil.
2. A ESCRAVIDÃO NA HISTÓRIA
Vamos analisar o histórico da formação da escravidão e da sociedade escravista em nosso
país e as suas marcas que são sentidas até hoje. A cultura africana influenciou profundamente na
formação da nossa sociedade. Podemos sentir isso no nosso vocabulário, jeito de falar, nossa
cultura afetiva e ritmos, porém também herdamos as cicatrizes de uma sociedade escravista e
ainda há racismo e uma cidadania incompleta a muitos afrodescendentes.
A escravidão é uma instituição muito antiga na humanidade e já ocorria nos primórdios da
civilização humana no Egito e Mesopotâmia. As sociedades clássicas (Grega e Romana) eram
escravistas e tinham neste modo de produção a organização fundamental de sua economia e
organização social. Os gregos e romanos desprezavam o trabalho manual e quem os realizava. Os
escravos eram tidos como seres inferiores e na condição de animais. As formas mais comuns de se
tornar escravo na antiguidade eram através de Guerra (prisioneiros) ou dívida. O que caracteriza a
escravidão é o fato da pessoa ter sido reduzida a condição de objeto, portanto propriedade
privada, que pode ser comprada e vendida e não a rotina rigorosa de trabalho. Na escravidão
grega e romana os cativos (que vive em cativeiro) podiam ser usados no trabalho agrícola ou nas
minas, em que tinham uma vida miserável e super explorada por um trabalho rigoroso, no entanto
podiam ser escravos caseiros e de figuras políticas importantes, e seu trabalho podia ser cuidar da
casa ou dos negócios de seu dono, enquanto ele se dedicava à filosofia e política. Portanto o que
caracteriza a condição de escravo é a de ser uma propriedade. Na antiguidade não se baseava em
critérios raciais.
Comércio triangular
4. A ESCRAVIDÃO AFRICANA
As tribos africanas também conheciam a escravidão. Ela era bastante diferente da
introduzida pelos europeus. Tratando-se de uma forma de escravidão que submetia as tribos
derrotadas à guerra. Os derrotados eram humilhados e submetidos à escravidão por temporadas.
Após algum tempo os homens eram libertados, e mantinham certo grau de dignidade das pessoas
com a manutenção de seus nomes, famílias e até casas. Não se tornariam mercadorias até a
introdução desta dinâmica pelos europeus. O português passou a mudar profundamente a
dinâmica interna das tribos africanas, ao negociar os prisioneiros de guerra que passaram a ser
vendidos através do escambo: Eram trocados por cachaça e tabaco.
Feitorias eram grandes fortes militares que eram estabelecidos no litoral. Além de defesa
militar eram também usados para armazenar mercadorias. Era uma prática comum dos
portugueses a construção de feitorias em todo o seu Império Colonial. No Brasil
armazenavam Pau-Brasil no período colonial. Na África, em Angola e na Guiné
armazenavam africanos escravizados até a chegada dos navios negreiros. Cuidado para
não confundir o termo feitor com feitorias. Os feitores eram capatazes responsáveis pelo
trabalho escravo nas lavouras, pelos castigos e disciplina dos negros.
Eram embarcados nos navios negreiros superlotados. Eram acorrentados com os braços
entre as pernas e recebiam uma alimentação pobre em meio à péssimas condições sanitárias. No
trajeto a mortalidade era muito alta e eram jogados os mortos e doentes ao mar. Isso rendeu a
eles o apelido de “navios tumbeiros”. Chegados aqui eram desembarcados e expostos nos
mercados de escravos.
Toda a vida no Brasil foi permeada pelo trabalho escravo. As principais regiões produtoras
de cana e ouro formaram as principais concentrações populacionais. Mas uma diferença ocorria.
Era bem diferente a escravidão nas minas que nas regiões produtoras de açúcar. No Nordeste foi
implantado o plantation da cana de açúcar com a mão de obra escrava africana. A sociedade toda
era rural e a vida de todos circulava em torno da grande propriedade e a vida lenta em torno da
Casa Grande e Senzala. Haviam os escravos da lavoura e os caseiros. Os primeiros submetidos
sempre aos rigores do trabalho que iniciava às madrugadas e rasgava dia adentro, e aos rigores do
chicote do Feitor ou do Capitão do Mato. Os segundos submetidos aos caprichos do senhor, da
“sinhá” e dos “sinhozinhos”. Durante o ciclo da cana de açúcar o Brasil não conheceu a vida
urbana, mesmo considerando a urbanização que foi feita em Pernambuco pelos holandeses que lá
estiveram invadindo pelo século XVII. O ciclo do Ouro transformou profundamente o país. Para lá
migraram milhares de pessoas, que se aglomeraram de forma bastante desordenada surgindo aqui
nossa primeira experiência com a urbanização: A urbanização espontânea que se seguiu ao
aglomerarem milhares de pessoas nas minas, fazendo acontecer uma dinâmica de urbanização,
com desenvolvimento do comércio e de um mercado consumidor interno. A escravidão nas minas
fora tanto uma escravidão extremamente desgastante nas lavras, como também escravos urbanos.
Os escravos de lavras (minas) além do árduo trabalho de romper a rocha e escavar as minas,
estavam submetidos à um clima frio e úmido a maior parte do ano e a umidade das minas. As
doenças eram frequentes e a expectativa destes homens escravizados era de bem menos que uma
década. Já a experiência da escravidão urbana trouxe algumas modalidades de escravidão muito
particulares, como por exemplo os chamados escravos de ganho. Eram escravos pertencentes a
pessoas de pequena fortuna, comerciantes e vendedores, que adquiriam seus escravos e os
colocavam para trabalhar em troca de uma suave compra de sua alforria. Muitos africanos não só
conseguiram comprar a própria alforria, mas também de outros membros de suas tribos
originárias e em outros casos, apesar da segregação racial, enriqueceram e tornaram-se
proprietários de escravos.
A escravidão é uma forma de submissão muito violenta. Violenta em muitos sentidos: Não
somente é cruel devido à enorme violência física praticada, mas a violência moral à que é
submetido o escravizado. Entre as razões da alta mortalidade entre a captura no interior da África
e a fazenda em que viveria era a violência praticada para inibir reações de resistência e tentativas
de revolta. Nas feitorias africanas ainda eram separadas as famílias, tribos e línguas. Misturavam
diversos dialetos e tribos inimigas nos mesmos navios. Tudo isso para evitar a comunicação e inibir
revoltas. O mesmo procedimento era feito no Brasil nos mercados escravos e senzalas. Muitos
africanos não aceitaram a condição e reagiram de diversas formas, que caracterizam a resistência a
escravidão. Ela acontecia de diversas formas, desde o suicídio até a formação de quilombos.
✓ Suicídio.
✓ Abortos.
✓ Revolta contra os feitores e senhores, tomando a fazenda.
✓ Trabalho lento.
✓ Fugas.
✓ Formação de quilombos.
Texto III
Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.
Comentários
A) Errado. Infelizmente casos de intolerância religiosa são bastante frequentes. Tanto entre
vertentes diferentes do cristianismo, mas principalmente o preconceito histórico herdado
contra religiões de matriz africana.
B) Errado. As práticas culturais foram reprimidas e duramente combatidas pelo Estado
brasileiro, principalmente no início da república, quando associavam a cultura negra ao
atraso e a “indolência” do brasileiro. Durante a “Era Vargas” o candomblé e a capoeira foram
proibidos e podemos destacar a política antimocambos de Agamenon Magalhães.
C) Errado. A capoeira desenvolveu-se em todo o nordeste.
E) Errado. As práticas culturais desenvolvidas em Pernambuco como o maracatu, frevo, afoxé
entre outras, são de raiz cultural africana e não uma reprodução das práticas típicas da África.
Gabarito: D
6.2. OS QUILOMBOS
2. (IAUPE / PM-PE - 2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a
resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e
tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu
apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar
nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência, que se
diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas
dessas formas de resistência, nunca foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o
interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850.
Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)
Comentários
Errado. Palmares ficava entre a Bahia e Alagoas.
Gabarito: B
promulgação da lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos. Podemos caracterizar o
processo de abolição da escravidão como gradual, pois foi um lento processo legislativo e
intelectual associado às práticas da resistência dos negros à escravidão e as transformações que
estavam ocorrendo na economia e políticas nacionais. Vamos analisar melhor este processo:
Durante o século XIX a economia brasileira era totalmente dependente da Inglaterra. Esta
dependência remonta ao ano de 1808 quando a Família real portuguesa se transferiu junto com a
corte para o Brasil, e assim o príncipe regente D.João VI declarou a “abertura dos portos às nações
amigas. Em 1810 assinou com os ingleses os “tratados de comércio e navegação com as nações
amigas”. (Lembre-se que neste contexto a corte foi transferida devido às ameaças de Napoleão
Bonaparte e foram escoltados pela marinha inglesa). Desde esta época éramos totalmente
dependentes da importação dos industrializados ingleses e nossa diplomacia era normalmente
alinhada com os interesses ingleses. Já na época dos tratados de comercio e navegação, constava
uma cláusula em que o Brasil se comprometia a dar início ao processo do fim da escravidão
abolindo o tráfico de escravos. Em 1831 é promulgada uma lei no império que não foi cumprida.
Ela foi aprovada mais para atender às pressões inglesas. Essa e outras medidas tomadas com o
intuito de aparentar uma iniciativa pelo fim da escravidão ficaram conhecidas como leis para
inglês ver. A balança comercial brasileira passava por frequentes déficits por volta da quarta
década do século XIX. Era ainda o início do cultivo do café no RJ e as receitas do Estado
Monárquico dependiam bastante dos impostos de importação (já que éramos pouco
industrializados e nossos produtores rurais possuíam muitos privilégios fiscais e econômicos). No
ano de 1844 o então ministro da fazenda Manuel Alves Branco que criou uma nova tarifa
protecionista. Os ingleses tinham privilégios nos impostos que eram impressionantes. Pagavam
uma taxa de 15% ad valorem (sobre o valor do produto). Para termos uma ideia, quando esta taxa
foi instituída nos tratados de 1810, Portugal pagava 16% para exportar para o Brasil que era seu
próprio território. Era uma forma de além de aumentar a arrecadação do Estado servia de estimulo
a iniciativa da indústria nacional, que ainda não havia se desenvolvido por ser muito pouco
competitiva. Foi criada a tarifa Alves Branco, uma tarifa protecionista que aumentava os impostos
sobre os produtos ingleses. Como vimos anteriormente, a Inglaterra reagiu violentamente e
determinou o Bill Aberdeen: A Inglaterra declarou que derrubaria todos os navios negreiros
brasileiros em qualquer ponto entre a África e nossa costa. A reação inglesa estimulou a criação
em 1850 da lei Eusébio de Queiroz (Abolição do tráfico negreiro), que desta vez foi posta em
prática.
Havia muitas pessoas para trabalhar no Brasil. Então por que trazer europeus? A resposta
poderá ser encontrada nas correntes do pensamento científico da época. Havia uma corrente de
pensamento que ficou conhecida como Darwinismo Social. Eram teorias pseudocientíficas (falsas
cientificamente) e racistas que eram bastante aceitas na época. A miscigenação era vista como
ruim e os negros, ameríndios e asiáticos eram raças inferiores e eram dominadas pelos brancos
europeus porque eles eram raças mais evoluídas. Era esse pensamento que justificava a
dominação europeia pelo mundo. Surgiu no Brasil a chamada Teoria do Branqueamento, que
sugeria que para o Brasil desenvolver uma nação evoluída deveria miscigenar a população com
europeus para que ela fosse se embranquecendo. Essas teorias foram muito aceitas até o início do
século XX.
Surgiu na época o Movimento Abolicionista. Entre seus principais nomes estavam o
deputado nordestino Joaquim Nabuco, o Jornalista e advogado negro Luís Gama e o poeta Castro
Alves.
Joaquim Nabuco, intelectual e político pernambucano, foi o principal nome do Brasil à época no combate contra a escravidão. É dele a obra mais
importante do período “O abolicionismo”.
Eram realizadas palestras, debates manifestações e auxílio a fuga dos negros da senzala.
Além da atuação urbana e intelectual havia a poderosa defesa no parlamento federal pela
abolição.
Castro Alves era Baiano e estudou direito na faculdade do Recife. Nas artes foi o abolicionista mais destacado, sendo conhecido como poeta dos
escravos. Seu texto mais famoso é “o navio negreiro”.
Havia uma preocupação entre os conservadores do processo abolicionista que ela acabasse
rapidamente. Entre 1850 e 1888 foram também aprovadas a lei de 1871 do ventre livre, de 1885
dos Sexagenários. Leis que foram feitas mais para aplacar as exigências populares que
efetivamente para dar fim a escravidão. Em 1888 à contragosto dos grandes cafeicultores cariocas
foi assinada pela princesa Isabel a Lei Áurea.
De acordo com Gilberto Freyre o Brasil é a síntese cultural do Europeu, Africano e indígena.
Do europeu herdamos a forma de organização do Estado, Religião, modo de produção. Aos
indígenas devemos grandes contribuições linguísticas, alimentares (a mandioca e derivados, por
exemplo) e o hábito de banho diário. Ao africano devemos nossas raízes culturais mais profundas.
A influência não somente no vocabulário, mas também do jeito de falar, a doçura das palavras e o
amolecimento dos termos. Nossos ritmos são muito influenciados (samba e percussões regionais),
nossa alimentação (feijoada, acarajé), e o jeito de ser do brasileiro, bastante alegre, receptivo e
emotivo. Podemos considerar estas heranças como positivas, mas há as marcas negativas e
deletérias deixadas pela escravidão. Talvez a mais evidente seja o racismo. Devemos destacar
também a dificuldade de desenvolver a cidadania para muitos afrodescendentes, que após a
abolição da escravidão foram abandonados e amontoados em cortiços urbanos ou nas periferias, e
numa ordem capitalista competitiva em que estavam inseridos. Vão passar por muitos rigores e
desvantagens em um país, principalmente naquela época muito racista, e vão ter muita dificuldade
de superar estes obstáculos impostos e desenvolver sua cidadania plena, tendo acesso ao ensino
superior, trabalho digno e moradia. Podemos citar também a sexualização do negro, e suas
descrições na literatura como exótico. Outra marca bastante profunda é ligada a forma como o
trabalho é visto pelas pessoas. A cultura brasileira se formou sob uma situação em que todo o
trabalho braçal era realizado por escravos e foi inevitável que desenvolvessem as elites e uma
cultura social nacional de aversão a trabalhos manuais. Isso ocorre devido a muito tempo estas
atividades serem feitas por escravos, daí a associação.
Comentários
B) Errado. A lei era usada pelos advogados abolicionistas para tentar libertar pessoal, mas o
tráfico somente diminuiu de verdade após a lei Eusébio de Queiroz.
C) Errado. A atividade de tráfico continuou, mas os embarques passaram a ser feitos em
portos de difícil fiscalização e usar diversas estratégias para burlar a lei.
D) Errado. O tráfico era tolerado por muitas autoridades imperiais e não eram corriqueiros a
apreensão de navios negreiros.
E) Errado. Apesar do forte pensamento abolicionista na província era um estado escravista. O
estímulo a imigração estrangeira ocorreu no sudeste para suprir a demanda de mão de obra
das lavouras de café.
Gabarito: A
Comentários
I. Correto. A mão de obra escrava era um elemento que dificultava a modernização do país e
a formação de um mercado consumidor interno.
II. Correto. Vários fatores influenciaram para que isso ocorresse: racismo na hora da
contratação e a não adaptação ao trabalho e as poucas oportunidades, fizeram com que
muitos continuassem nas terras dos antigos donos.
III. Correto. Enquanto escravos, o seu estatuto jurídico era de coisa, e agora passariam a ter
direitos de cidadãos. Mas lembrando que na prática não tinham condições de executar sua
cidadania plena.
IV. Correto. Algumas heranças negativas da época da escravidão são o racismo e o
preconceito contra atividades manuais.
Gabarito: E
7. EXERCÍCIOS
A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
A) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
B) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a
partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
C) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
D) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
E) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a
pressão internacional.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a dinâmica do tráfico transatlântico de escravos,
que envolvia uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de
Pernambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das
manufaturas europeias e norte-americana, mas especialmente produtos brasileiros, como açúcar e
cachaça. Foi através dessa dinâmica que no fim do século XVIII e início do XIX, a América
portuguesa contava com uma configuração demográfica ímpar no quadro das sociedades coloniais
do Novo Mundo, chegando a ser referenciada por viajantes como uma África nas Américas.
A alternativa B é incorreta, pois a Lei de 7 de novembro de 1831, que foi a primeira lei a proibir a
importação de escravos no Brasil, além de declarar livres todos os escravos trazidos para terras
brasileiras a partir daquela data, impactou sim o comércio escravista de Pernambuco. É fato que o
comércio de escravos ainda continuou a existir, mas não da mesma forma como antes, deixando
usar os portos comerciais para usar os portos naturais, com inúmeras dificuldades, por causa da
fiscalização.
A alternativa C também é incorreta, pois de 1630 até 1830, a proporção de africanos se reduz em
decorrência do crescimento total da população e dos picos de importações de escravos. Após
1830, a proporção se reduz até desaparecer.
A alternativa D também é incorreta, pois a Lei de 7 de novembro de 1831, conhecida como Lei para
inglês ver, não extinguiu o tráfico de escravos. Somente a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que de
fato proibiu a entrada de africanos escravos no Brasil, criminalizando quem a infringisse.
A alternativa E também é incorreta, pois a população civil teve participação importante no
processo abolicionista, com alguns nomes importantes como Joaquim Nabuco, Castro Alves e José
Mariano, todos estudantes da Faculdade de Direito do Recife, que formou muitos adeptos à causa
abolicionista.
(MARQUESE, 2006; MOURA FILHO, 2008).
Gabarito: A
2. (IAUPE - PM-PE / 2018)
“Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a
revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos
terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados,
outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por
exemplo, o caso de Palmares.”
(REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)
exemplo: Iansã é sincretizada com Santa Bárbara, por causa da relação de ambas com os raios e
tempestades; Ogum é sincretizado com São Jorge, por causa de ambos terem relação com a guerra
e serem guerreiros; Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e/ou com Nossa
Senhora do Rosário, por causa da ligação delas com o mar; Xangô é sincretizado com São
Gerônimo, por causa da ligação com a lei, a racionalidade e a justiça; Obaluayê é sincretizado com
São Lázaro, por ambos estarem relacionados com a cura; Oxóssi é sincretizado com São Sebastião,
por ambos terem ligação com as matas, etc. Estas eram maneiras de preservar a cultura ancestral
trazida da África em meio a um cenário de opressão e imposição.
A alternativa E também está incorreta, uma vez que as autoridades coloniais de Pernambuco
identificaram que, na comarca das Alagoas, entre os anos de 1814 e 1815, um conjunto de negros
aquilombados e provenientes das revoltas escravas da Bahia, tramaram uma “sublevação e sedição
de negros” que objetivava invadir as terras dos brancos no natal de 1814, transferida para o ano
seguinte, 1815. A repressão partiu de Recife e ganhou vulto para exterminar o suposto quilombo
onde germinavam “sementes de sedição”. Procedeu-se, em 1816, devassa da matéria, que
resultou na prisão de 37 negros e 1 um branco. Ao fim, o preto Joaquim, considerado o mentor da
sedição, foi executado e os outros condenados ao açoite e degredo.
(CARVALHO, 1991; REIS, 2014).
Gabarito: A
3. (IAUPE - PM-PE / 2018)
Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que
a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus
descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da
diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja
um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da
cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a
estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de
Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás
plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lu
garesdememoriadaculturanegraguillen.pdf)
direção do Maracatu Brilhante. A escolha do elefante como nome e símbolo da agremiação deveu-
se ao fato deste animal ser protegido por Oxalá, orixá associado à criação do mundo e da espécie
humana.
A alternativa D é incorreta, uma vez que a capoeira é uma expressão cultural brasileira que
compreende os elementos arte-marcial, esporte, cultura popular, dança e música. A capoeira foi
criada no século XVII pelo povo escravizado da etnia banto e se difundiu por todo o Brasil. Hoje é
considerada um dos maiores símbolos da cultura brasileira.
A alternativa E é incorreta, ao passo que é falso afirmar que as religiões africanas, introduzidas
pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, pois o modelo escravagista tinha a
intenção de apagar a memória e a cultura dos povos trazidos da África, de tal modo que eram
obrigados a aceitar as práticas e o catolicismo europeu. As religiões afro-brasileiras são frutos de
um longo processo de resistência e sincretismo, que ajudou a manter a identidade das várias
nações africanas.
(MOTTA, 1998).
Gabarito: A
4. (IAUPE - PM-PE / 2016)
Leia os textos a seguir:
Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um
repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais
dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por
vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a
história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim,
anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.
Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois durante os séculos de colonização portuguesa, mantida pela
escravização dos negros capturados e comercializados na África, presenciou-se a implementação
do eurocentrismo antropocêntrico através da autoridade do senhor de engenho e da Igreja, que
associava as práticas culturais advindas da África à marginalização do escravo, sendo que no
campo religioso estava ligado à feitiçaria, à heresia, à blasfémia, ao paganismo, etc. Nesse sentido,
após séculos, ainda hoje a mentalidade de grande parte dos brasileiros preserva essas associações,
que motivam a destruição de terreiros de Candomblé e tendas de Umbanda, causam injúrias,
fazem julgamentos racistas e propagam a intolerância contra as manifestações afro-brasileiras. A
Constituição de 1988, nesse sentido, não foi amplamente validada, pois indivíduos com essa
mentalidade a ignoram.
A alternativa B também é falsa, uma vez que a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888,
não garantiu um alteração da condição social dos ex-escravos, que muitas vezes passaram a viver
em condições até piores àquelas que viviam na senzala, pois não conseguiam empregos, por causa
do racismo, não tinham morada, não conseguiam comida, etc. Portanto, é falso dizer que a
permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os afrodescendentes, após
a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e
respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
A alternativa C também é incorreta, pois considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do
século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco, de tal modo
que o governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os
quilombolas do que os invasores holandeses.
A alternativa D está correta, uma vez que as estratégias de resistência da população negra no Brasil
não foram feitas por meio de grandes revoluções ou guerras, senão alguns fatos localizados e
sufocados rapidamente. A estratégia de resistência ocorreu no plano sociocultural, apesar das
diversas imposições dos portugueses com o seu eurocentrismo, mas foi através da manutenção
dos códigos culturais, como a religiosidade, a música, a inserção de algumas palavras da língua, a
alimentação, as técnicas de trabalho, etc., é que se manteve uma identidade e a permanência da
herança cultural afrodescendente que no estado de Pernambuco e em grande parte do Brasil só
foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos.
A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que a cultura afrodescendente em
Pernambuco, ou no Brasil, são verdadeiras reproduções dos costumes africanos, uma vez que as
imposições dos portugueses não permitiram que isso ocorresse, sendo os escravos obrigados a se
adaptarem aos costumes europeu e católicos. Por outro lado, surgiu assim um elemento cultural
autêntico, novo, que reunia diferentes expressões artísticas, religiosas, musicais, instrumentais etc.
Gabarito: D
5. (IAUPE - PM-PE / 2016)
Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de escravos
tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e tomou as mais diversas
formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu apogeu com o maior afluxo
de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar nelas não apenas o número
de escravos, mas também as formas de resistência, que se diversificavam cada vez mais. E, se
as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas dessas formas de resistência, nunca
foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o
interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850.
Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)
escravos e ex-escravos nas margens da sociedade escravista e mesmo em suas instituições mais
importantes, como a Igreja Católica. O sincretismo religioso, diga-se de passagem, foi uma das
formas mais claras de resistência, pois a associação entre santos católicos e os orixás africanos
permitia o culto ancestral de forma velada e tendo o aval da Igreja. Por exemplo: Iansã é
sincretizada com Santa Bárbara, por causa da relação de ambas com os raios e tempestades; Ogum
é sincretizado com São Jorge, por causa de ambos terem relação com a guerra e serem guerreiros;
Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e/ou com Nossa Senhora do Rosário,
por causa da ligação delas com o mar; Xangô é sincretizado com São Gerônimo, por causa da
ligação com a lei, a racionalidade e a justiça; etc. Estas eram maneiras de preservar a cultura
ancestral trazida da África em meio a um cenário de opressão e imposição.
A alternativa E também não é a resposta certa, pois de fato o trabalho escravo nos canaviais
também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e assassinatos de feitores, fosse na forma
de sabotagens da produção.
(CARVALHO, 1991)
Gabarito: B
6. (IAUPE - PM-PE / 2016)
O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria sido apenas mais um dos
vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado errado. Tudo começou
quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também utilizada para o tráfico
atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros Wanderley,
acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso
às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque na imprensa, por ter sido o
último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos
depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro 2012. pp. 223-260).
comandante e a tripulação do navio. Nunca ficou claro se não tinha como mantê-los presos, como
alegou, ou se deixou que escapassem mesmo. E boa parte dos “africanos livres” desapareceu
misteriosamente.
(CARVALHO, 2012).
Gabarito: A
7. (IAUPE/Upe 2015)
A evolução da sociedade brasileira no século XIX apresentou várias características
importantes. A primeira foi a ascensão de uma nova cultura de exportação, o café, que
formaria a base de uma nova economia escravista de grande lavoura na região Sudeste. A
segunda foi o contínuo crescimento das tradicionais culturas coloniais de exportação.
(LUNA, Francisco Vidal. & KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo: Edusp / Imprensa
Oficial, 2010. p. 89. Adaptado)
Estão CORRETAS
A) I, II e III.
B) III, IV e V.
C) II, III e IV.
D) I, III e V.
E) II, IV e V.
Comentários
A afirmativa [I] está correta. Com a expulsão dos holandeses, eles passaram a produzir açúcar nas
Antilhas (ilhas do caribe) e até o século XIX, a américa central liderou a produção de açúcar.
Quando entra em declínio o açúcar antilhano, a produção de Pernambuco vai novamente receber
um impulso. Nesta época o principal produto produzido e exportado pelo pais é o café, mas o
pelos ideais positivistas (que lemos na bandeira “ordem e progresso”), e os militares eram
profundamente influenciados por estas ideias, que pregavam o republicanismo com etapa mais
evoluída da organização política. Importante destacarmos que o exército se fortaleceu como
instituição e aderiu ao abolicionismo e ao republicanismo após a guerra do Paraguai. E o erro das
outras?
[B] o texto não fala nada disso.
[C] o texto sugere diz que não havia unidade de pensamento, mas que temos esta impressão.
[D] o texto não se refere a isso.
[E] o texto não fala que teve participação popular (civil), e realmente não teve pois foi um
movimento elitista.
Gabarito: A
9. (IAUPE/Upe 2014 - Adaptada)
O Brasil da segunda metade do século XIX viveu um desenvolvimento urbano e econômico,
que gerou reflexos na sua produção cultural. Espaço de surgimento e atuação de vários
artistas e intelectuais, as cidades do Brasil Imperial foram o palco de uma efervescência
artístico-cultural ímpar.
Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.
A) Machado de Assis, principal escritor do Modernismo brasileiro, foi autor de várias obras
que tiveram ampla aceitação popular, o que lhe proporcionou, inclusive, fama no exterior.
B) As pinturas de Pedro Américo refletiam um tom romântico e nacionalista, retratando,
inclusive, acontecimentos históricos pátrios.
C) Aluísio de Azevedo, grande expoente do romantismo literário no Brasil, sofreu com a
censura imperial, em relação a sua obra.
D) Castro Alves, grande símbolo do chamado ‘mal do século’, foi autor de poesias que tiveram
ampla repercussão nacional.
Comentários
Coloquei este exercício para fazermos um aprofundamento interessante. Os movimentos artísticos
envolvidos com a política. Castro Alves usava a poesia como forma de divulgação das ideias
abolicionistas, assim com Joaquim Nabuco, político, cientista e ensaísta. O exercício fala das obras
(pinturas de Pedro Américo, representante do romantismo, que cria obras com cenas heroicas e
com temas nacionalistas).
A proposição [B] está correta. Ao longo do século XIX no Brasil, sobretudo, a partir de 1831 com a
abdicação de D. Pedro I que retornou para Portugal, o Brasil procurou construir elementos para a
formação da nossa identidade nacional e cultural. Assim, a literatura e as artes foram
fundamentais para esta construção. O Romantismo forneceu elementos simbólicos para a
formação da identidade nacional. Outro exemplo a poesia de Gonçalves Dias chamada “Canção de
Tamoio” (... “A vida é luta, viver é lutar, a vida é combate que os fracos abatem...”). O quadro de
Pedro Américo retratando a independência do Brasil possui uma boa dose de romantismo e
idealização.
A alternativa [A] está errada pois Machado de Assis é realista, não modernista e na época sua fama
era nacional, não internacional (fique tranquilo que não está no edital, mas a arte e política na
época é possível ser cobrado numa questão mais complicada, pois Pernambuco é um estado cujas
artes sempre foram destacáveis).
A alternativa [C] está errada pois a censura à obras e jornais no império era quase inexistente, ao
menos podemos afirmar que a liberdade de expressão e imprensa foram bem maiores que após a
república, em que a censura foi usada como instrumento político diversas vezes.
A alternativa [D] está errada pois Castro Alves foi o poeta dos escravos, romantismo condoreiro.
Sua poesia possuía intensões sociais.
Gabarito: B
10. (IAUPE/Upe 2013)
Observe um trecho da letra do samba Vai passar, de Chico Buarque de Holanda:
Num tempo, página infeliz da nossa história, / passagem desbotada na memória / Das nossas
novas gerações. // Dormia a nossa pátria mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída
/ Em tenebrosas transações. // Seus filhos erravam cegos pelo continente, / levavam pedras
feito penitentes / erguendo estranhas catedrais.
Com base no texto e nos conteúdos referentes à escravidão no Brasil imperial, assinale a
alternativa CORRETA.
A) A música faz referência à utilização da mão de obra escrava que sozinha ergueu as cidades
do passado.
B) A música retrata os aspectos desumanos das relações sociais do passado brasileiro que
atingiam apenas os escravos.
C) Mesmo considerando as dificuldades vivenciadas pelos escravos, como afirma a canção, a
conquista de sua liberdade dependia apenas dos seus esforços.
D) Apesar dos sofrimentos relativos à condição escrava, era comum, no século XIX, ver, nas
grandes cidades, escravos que, por exercerem determinados ofícios, detinham uma certa
autonomia.
E) Durante o século XIX, a escravidão se limitava aos africanos e a seus descendentes.
Comentários
Você precisa perceber a importância do tema “escravidão” que, no século XVI, no Brasil, possuía
uma questão meramente econômica; já no século XIX, o tema está associado às transformações
ocorridas no Brasil e no mundo no que cerne à transformação das ideias política e sociais. No
século XIX, no Brasil, os escravos de ganho (escravos com certa autonomia) passaram para os
espaços urbanos, como as zonas portuárias e locais de grande comercialização, antes ocupados
somente pela elite, dando ideia de certa liberdade.
A alternativa [A] está errada pois a mão de obra predominante era escrava, mas vila rica, capital
mineira por exemplo, tinha muitos escravos de ganho e trabalhadores livres.
A alternativa [B] está errada pois as relações sociais descritas podem ser estendidas às pessoas
pobres, e esta música por ser uma obra de arte pode referir-se a outros momentos históricos.
A alternativa [C] A conquista da liberdade dos escravos foi um longo processo em que participaram
através da sua resistência à escravidão, mas não dependia somente de seus esforços, mas
principalmente da aprovação da lei de libertação.
A alternativa [E] está errada pois a partir da lei do ventre livre os nascidos a partir de 1871 eram
livres.
Gabarito: D
11. (IAUPE/Upe 2013)
Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é
que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e
mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou
seja, a um ex-escravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio
surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais
sofrera o cativeiro.
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª
edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157.
II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos.
III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos.
IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII.
V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade
de condições de vida.
Estão CORRETAS:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, II e V.
D) II, III e V.
E) I, IV e V.
Comentários
[I] Correta. A escravidão no Brasil teve várias nuances (negros livres, libertos, alforriados).
[II] Correta. A campanha abolicionista estava sempre presente e chegou ao seu auge no Segundo
Reinado com a lei Bill Aberdeen (1845), aprovada pelo parlamento inglês (prisão de qualquer navio
brasileiro que comercializasse escravos). A Inglaterra teve uma importante atuação internacional
em combate à escravidão.
[III] Incorreta. Assim como qualquer escravo, tinha a possibilidade de ser liberto. A condição do
escravo urbano era mais rápida para sua alforria, pois muitos eram escravos de ganho, ou seja,
pertenciam a um pequeno senhor e trabalhavam vendendo produtos, com parte de seu trabalho
comprava alforria.
[IV] Incorreta. A lei Eusébio de Queiroz (1850), que proibiu o tráfico de escravos, e com a Lei Áurea
(1888), acabando com a escravidão.
Gabarito: C
12. (G1 - ifsul 2016)
A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão
do desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses
modelos de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-abolicao-
escravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
Queirós que proibiu o tráfico de escravos favorecendo a entrada dos imigrantes. A Tarifa Alves
Branco de 1844 foi caracterizada por um protecionismo alfandegário e não por redução nas tarifas
alfandegárias. A assertiva [V] está equivocada ao defender a existência de mão de obra negra
especializada a partir do fim da escravidão.
Gabarito: D
15. (Udesc 2016)
A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de
1871.
Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa correta.
A) Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia liberdade a todas as crianças e às
respectivas mães que viviam sob a escravidão no território brasileiro.
B) Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, visto que não previa indenização
pelo fim da escravidão das crianças nascidas a partir da publicação da lei.
C) Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a partir da publicação da lei, mas deixava
a possibilidade dessas crianças permanecerem sob “os cuidados” do antigo proprietário até a
idade de 21 anos.
D) Como a lei libertava a criança, mas não libertava os pais, assim que nasciam essas crianças
eram retiradas do convívio com os pais escravizados e eram destinadas a um abrigo mantido
pelo Estado.
E) De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de manter as crianças libertas junto aos
pais escravizados até a maioridade, mas os senhores não podiam usufruir da mão de obra
delas.
Comentários
A Lei do Ventre Livre previa que toda criança nascida a partir da data da promulgação da Lei seria
considerada livre. Mas previa, também, que o senhor da mãe da criança poderia manter a mesma
sob sua guarda até ela completar 21 anos.
Gabarito: C
16. (G1 - ifsc 2016)
Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.
C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.
D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada no
Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia uma
grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de escravos e, ao
mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto, intensificou a imigração
para o Brasil.
Gabarito: E
17. (Upe 2012)
Analise a charge a seguir.
Comentários
A “questão religiosa”, também chamada de “episco-papal” representou um momento de ruptura
não radical entre o Estado monárquico e a Igreja Católica. Desde então os membros da elite
religiosa no Brasil se afastaram da política imperial, sendo que muitos membros do baixo clero
teciam críticas abertas ao governo.
Gabarito: B
18. (Upe 2011)
A partir das últimas décadas do século XIX, uma série de mudanças importantes e cada vez
mais rápidas marcou a cultura e a língua do Brasil, que foram motivadas pelo (pela):
A) fim da escravidão, pela chegada de imigrantes, pela industrialização e pelo contínuo
deslocamento de milhares de pessoas de áreas rurais para o centro urbano.
B) crescimento das cidades que se multiplicaram, tornando-se verdadeiros “caldeirões” de
línguas e pelo Romantismo que surgiu em oposição aos valores da sociedade proletária que
então se firmava.
C) surgimento do Naturalismo que acentuava a relação entre o indivíduo e o meio ambiente e
estimulava a reflexão sobre as condições ambientais de sua época.
D) Realismo que retratava a realidade de um modo direto e impessoal, embora se deixasse
envolver emocionalmente por ela e pelo deslocamento do eixo cultural do campo para a
cidade.
E) invenção do cinema que registrava cenas do cotidiano, do sentimento e da história, com a
tecnologia do som e a imprensa que divulgava os principais eventos da sociedade.
Comentários
A alternativa retrata as transformações socioeconômicas do período e as relaciona com as
transformações culturais, principalmente linguísticas, na medida em que novos grupos de
imigrantes chegaram ao país, apesar de haver certa regionalização. O maior número de imigrantes
concentrou-se em São Paulo, mas foram grandes as comunidades de europeus no sul do país ou
mesmo em determinadas regiões ao norte.
Gabarito: A
19. (Upe 2011 - Adaptada)
“A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que se
não pode sondar, e, infelizmente, essa é a história do crescimento do Brasil. No ponto a que
chegamos, olhando para o passado, nós, brasileiros, descendentes ou da raça que escreveu
essa triste página da humanidade ou da raça com cujo sangue ela foi escrita, ou da fusão de
uma e outra, não devemos perder tempo a nos envergonharmos desse longo passado que
não podemos lavar, dessa hereditariedade que não há como repelir. Devemos fazer convergir
todos os nossos esforços para o fim de eliminar a escravidão do nosso organismo, de forma
que essa fatalidade nacional diminua em nós e se transmita às gerações futuras, já apagada,
rudimentar e atrofiada”.
B) não podemos enquadrar a Praieira no conjunto das revoltas liberais que abalaram o
Pernambuco no oitocentos.
C) não há como se analisar a Praieira, sem se considerar a atuação do partido liberal na
província de Pernambuco.
D) em essência, as propostas da Praieira divergiam dos movimentos de 1817 e 1824, por não
compactuar dos ideais do liberalismo.
E) a repressão estatal, empreendida por D. Pedro I, debelou rapidamente os insurgentes da
Praieira.
Comentários
A Praieira ocorreu na primeira década do Segundo Reinado e é considerada uma rebelião liberal,
influenciada pelos movimentos sociais que se desenvolviam na Europa naquele momento. A
Praieira, em Pernambuco, correspondeu à última etapa das agitações políticas e sociais iniciadas
com a emancipação.
Em 1842, membros do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de Pernambuco
- que seria conhecido como Partido da Praia. Esses inconformados pertenciam a famílias que
haviam feito fortuna em época recente, ao longo da primeira metade do século XIX, e tinham
como eleitores senhores de engenho, lavradores, comerciantes e bacharéis.
Gabarito: C
21. (Upe 2011 - Adaptada)
Leia o texto abaixo:
Os cativos do Engenho Santana (…) após a expulsão dos jesuítas em 1759 (...) provocaram a
paralisação do engenho por dois anos; porém, atacados por expedições militares, foram
finalmente levados a propor um tratado de paz, estabelecendo as condições sob as quais
retornariam à servidão. Sílvio Ferreira fingiu aceitá-las e prometeu alforriar o líder, mas,
quando os rebeldes retornaram, conseguiu que fossem presos. O trabalho proposto fornece-
nos uma rara oportunidade de conhecer as aspirações dos cativos e de formar uma imagem
de sua percepção da vida em um engenho. A maior parte das reivindicações referia-se a
condições de trabalho específicas e a necessidades mínimas de conforto material. Procurava-
se limitação das tarefas desagradáveis, redução de cotas de trabalho e um número mínimo
de trabalhadores em determinados serviços. O castigo corporal não era mencionado, e
evidenciava-se a rivalidade entre crioulos e africanos.
A preocupação maior dos escravos era ter sua própria terra, cultivar o seu próprio alimento e
comercializar o excedente. Pediam as sextas-feiras e os sábados livres para dedicarem-se a
seus próprios afazeres, o direito de plantar arroz e cortar madeira sempre que desejassem e
de serem-lhes dadas redes e canoas.
SCHWARTZ, S. B. Apud CARMO, P. S. do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo:
Moderna, 1998.
O texto nos dá uma ideia pouco conhecida do sistema escravista, que marcou a História do
Brasil, considerando que:
( ) para os senhores, reivindicações como essas soavam estranhas, pois tinham como
padrão rígido o negro escravizado, cujos pensamentos e cujas vontades nunca eram levados
em consideração.
( ) o desejo e a recompensa de liberdade eram a forma mais eficaz de estímulo ao trabalho.
( ) a Guerra do Paraguai (1865-1870) exerceu um incentivo para o escravo se distanciar do
sofrimento da labuta.
( ) os escravos, em seus cultos, resistiam simbolicamente à dominação. O candomblé
representava um ritual de liberdade, um ato de protesto, uma reação à opressão da religião
branca.
( ) o desenvolvimento do capitalismo do século XIX tornou o sistema escravista inoperante,
significando a melhoria das relações de trabalho, ao absorver a mão de obra ex-escrava nas
novas atividades industriais.
A sequência correta é:
A) V - F - V - F - F.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - V - F.
Comentários
Existem dois grandes erros na última afirmação: o fim da escravidão, mesmo que gradual, e o
aumento da mão de obra livre não significou melhora nas condições de trabalho. Os ex-escravos
não foram absorvidos pela indústria em expansão, considerados desqualificados para esse tipo de
trabalho. A maior parte dos trabalhadores industriais no país eram imigrantes, principalmente de
origem italiana.
Gabarito: E
22. (Fgv 2015)
Durante muito tempo, o fim da escravidão no Brasil foi visto como uma concessão generosa
da princesa Izabel, em 1888. Atualmente, os historiadores reconhecem o papel das lutas dos
escravos pela liberdade, bem como dos diversos movimentos abolicionistas brasileiros.
Foram líderes abolicionistas negros:
A) o advogado Joaquim Nabuco, o médico Nina Rodrigues e o engenheiro André Rebouças.
B) o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro, o engenheiro Francisco Pereira Passos e o
jornalista José do Patrocínio.
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:
A) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
B) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
C) optava pela via legalista de libertação.
D) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
E) antecipava a libertação paternalista dos cativos.
Comentários
A partir do texto, fica clara a opinião de Joaquim Nabuco: "é no Parlamento, e não em fazendas ou
quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa
da liberdade".
Gabarito: C
24. (Enem PPL 2012)
TEXTO I
Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da
dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha.
Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos
descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12 out
2011 (adaptado)
TEXTO II
Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos
bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de
sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais
estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e
a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para
o seu fim.
COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em
www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)
suas 'fábricas'; 40) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo;
50) a ação da família imperial."
Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com
adaptações).
Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma
luta:
A) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários
que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.
B) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de
proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de
estadistas e, posteriormente, ações republicanas.
C) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de
proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.
D) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que
buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.
E) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por
proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na
adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.
Comentários
O autor destaca ações de pessoas e grupos diferentes, que adotaram formas e expressões
diferentes, através da imprensa, da ação voluntária ou da ação política, congregaram intelectuais,
proprietários e políticos, incluindo a família real; todos com o mesmo ideal: a abolição.
Gabarito: A
26. (G1 - cftmg 2015)
“Avisa-se a qualquer pai de família, que precise de ama-de-leite para criar algum de seus
filhos, especule bem, que não seja a crioula Maria Theodora, filha da criada Anastácia, (...)
pois a dita ama costuma tomar pagamento adiantado, e depois mostra-se enfadada, levanta-
se com seus amos e, quando os apanha descuidados, foge pela porta fora, deixando a criança
sem leite, assim como fez pelas 11 horas da noite do dia 12 do corrente, em uma casa aonde
estava criando: consta não parar em parte alguma”.
(Diário de Pernambuco, 14 de março de 1846).
De acordo com os dados da tabela, sobre o transporte de africanos para o Brasil, é correto
concluir que:
A) mais de 2 milhões de africanos embarcaram entre 1601 e 1800.
B) a Amazônia não recebeu africanos escravizados no século XVIII.
C) Bahia e Pernambuco eram o destino da maior parte dessas pessoas.
D) o maior número de africanos destinados ao Sudeste embarcou no século XIX.
E) a região Sudeste sempre foi o destino da maior parte das pessoas que embarcaram.
Comentários
A questão remete à quantidade de africanos que foram deslocados de sua terra natal para serem
escravos na América Portuguesa. Os navios chamados tumbeiros faziam o embarque. E a
observação atenta dos dados contidos na tabela remete à alternativa correta.
Gabarito: D
29. (Fuvest 2014)
O tráfico de escravos africanos para o Brasil:
A) teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas
nas Minas Gerais.
B) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e
foi extinto, de vez, no início do século XIX.
C) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do
século XIX.
No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo
Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão
indicados, respectivamente, em:
A) Abolição da escravidão – Adoção do trabalho assalariado.
B) Difusão da industrialização – Conservação do latifúndio monocultor.
C) Promoção do protecionismo – Remoção das barreiras alfandegárias.
D) Preservação do unitarismo – Ampliação da descentralização provincial.
E) Implementação do republicanismo – Continuação da monarquia constitucional.
Comentários
Apesar de compartilharem uma série de características e princípios – a ponto de a frase nada mais
conservador que um liberal no poderse tornar famosa durante o Segundo Reinado – os partidos
Conservador e Liberal apresentavam alguns pontos divergentes de opinião. O mais significativo
deles dizia a respeito da centralização do poder provincial. Os conservadores eram a favor na
unidade de poder centralizado junto ao governo federal e o liberal era a favor do federalismo, ou
seja, da autonomia do poder provincial.
Gabarito: D
escravidão na região.
C) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da
Companhia do Grão-Pará e Maranhão.
D) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e
pessoas das camadas populares.
E) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à
livre exploração da terra.
Comentários
A Revolução Pernambucana de 1817 insere-se no contexto dos movimentos emancipacionistas e
de caráter republicano ocorridos no Brasil desde o final do século XVIII. Dentre as suas causas
destacam-se a crise econômica regional, presença maciça de portugueses na liderança do governo
e na administração pública, a criação de novos impostos por Dom João VI e a influência das ideias
Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas. O movimento foi, rapidamnete sufocado
pela ação de tropas governamentais.
Gabarito: A
32. (Unesp 2003)
Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado
de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos
subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o
preço dos escravos subiu".
Comentários
a) Lei do Ventre Livre.
b) A lei declarava livres os filhos de escravas nascidos a partir de sua promulgação. Em
consequência, "o preço dos escravos subiu" diante da perspectiva de não nascerem mais escravos
no país.
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
b) Joaquim Nabuco denunciou o efeito da lei de 1871 sobre o preço da mão de obra escrava, que
estava em alta, como estivera após a extinção do tráfico. Desse modo, a campanha abolicionista,
atingindo os interesses dos grandes senhores de terras, aliava aos argumentos humanitários o
poderoso argumento da pressão econômica sobre os empresários refratários ao direito de
liberdade dos negros.
A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
A) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
B) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a
partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
C) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
D) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
E) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a
pressão internacional.
Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.
A) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
B) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e
canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada por
seu predecessor, o quilombo de Palmares.
C) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se
desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas „fugas de portas a dentro‟, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
D) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados
santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e ex- escravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
E) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e
assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.
C) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada
fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o
porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de
escravos.
D) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de
Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que
fatos como este fossem corriqueiros.
E) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do
exterior, principalmente a dos chineses.
7. (IAUPE/Upe 2015)
A evolução da sociedade brasileira no século XIX apresentou várias características
importantes. A primeira foi a ascensão de uma nova cultura de exportação, o café, que
formaria a base de uma nova economia escravista de grande lavoura na região Sudeste. A
segunda foi o contínuo crescimento das tradicionais culturas coloniais de exportação.
(LUNA, Francisco Vidal. & KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo: Edusp / Imprensa
Oficial, 2010. p. 89. Adaptado)
Estão CORRETAS
A) I, II e III.
B) III, IV e V.
C) II, III e IV.
D) I, III e V.
E) II, IV e V.
8. (IAUPE/Upe 2015)
A própria forma pela qual, em geral, nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro
de 1889 - a "Proclamação da República" - já incorpora algumas ideias importantes. Em
primeiro lugar, a de que ocorreu uma "proclamação". Logo surgem outras ideias, como a de
que a República no Brasil teria sido algo inevitável, uma etapa necessária da "evolução" da
sociedade brasileira. Ainda mais, podemos imaginar que o fácil sucesso do golpe de Estado
seria resultado de um consenso nacional, e que os militares, os principais protagonistas do
movimento, teriam atuado de forma unida e coesa.
(15 DE NOVEMBRO DE 1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. CPDOC/FGV. Disponível em:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/ProclamacaoRepublica)
Estão CORRETAS:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, II e V.
D) II, III e V.
E) I, IV e V.
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
D) cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e
homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais
violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos.
E) moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em
síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata.
B) I, II e IV.
C) II, III e V.
D) I, III e IV.
E) I, II e III.
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - F - F.
seus próprios afazeres, o direito de plantar arroz e cortar madeira sempre que desejassem e
de serem-lhes dadas redes e canoas.
SCHWARTZ, S. B. Apud CARMO, P. S. do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo:
Moderna, 1998.
O texto nos dá uma ideia pouco conhecida do sistema escravista, que marcou a História do
Brasil, considerando que:
( ) para os senhores, reivindicações como essas soavam estranhas, pois tinham como
padrão rígido o negro escravizado, cujos pensamentos e cujas vontades nunca eram levados
em consideração.
( ) o desejo e a recompensa de liberdade eram a forma mais eficaz de estímulo ao trabalho.
( ) a Guerra do Paraguai (1865-1870) exerceu um incentivo para o escravo se distanciar do
sofrimento da labuta.
( ) os escravos, em seus cultos, resistiam simbolicamente à dominação. O candomblé
representava um ritual de liberdade, um ato de protesto, uma reação à opressão da religião
branca.
( ) o desenvolvimento do capitalismo do século XIX tornou o sistema escravista inoperante,
significando a melhoria das relações de trabalho, ao absorver a mão de obra ex-escrava nas
novas atividades industriais.
A sequência correta é:
A) V - F - V - F - F.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - V - F.
No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:
A) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
B) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
C) optava pela via legalista de libertação.
D) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
E) antecipava a libertação paternalista dos cativos.
estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e
a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para
o seu fim.
COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em
www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)
Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma
luta:
A) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários
que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.
B) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de
proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de
estadistas e, posteriormente, ações republicanas.
C) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de
proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.
D) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que
buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.
E) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por
proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na
adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.
que representa cerca da metade do total das pessoas capturadas na África para a escravidão
nesse período. Desses africanos, calcula-se que 3,6 milhões eram procedentes da África
Centro-Ocidental e do Sudeste Africano – regiões do grande grupo etnolinguístico banto –
que compartilham elementos culturais, sociais, tecnológicos semelhantes entre si.
De acordo com os dados da tabela, sobre o transporte de africanos para o Brasil, é correto
concluir que:
A) mais de 2 milhões de africanos embarcaram entre 1601 e 1800.
B) a Amazônia não recebeu africanos escravizados no século XVIII.
C) Bahia e Pernambuco eram o destino da maior parte dessas pessoas.
D) o maior número de africanos destinados ao Sudeste embarcou no século XIX.
E) a região Sudeste sempre foi o destino da maior parte das pessoas que embarcaram.
No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo
Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão
indicados, respectivamente, em:
A) Abolição da escravidão – Adoção do trabalho assalariado.
B) Difusão da industrialização – Conservação do latifúndio monocultor.
C) Promoção do protecionismo – Remoção das barreiras alfandegárias.
D) Preservação do unitarismo – Ampliação da descentralização provincial.
E) Implementação do republicanismo – Continuação da monarquia constitucional.
a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o
preço dos escravos subiu".
a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão
começou a mudar após 1871?
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro
você na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.
Até logo...