Você está na página 1de 81

Aula 04

PM-PE (Soldado) História - 2022 -


Pré-Edital

Autor:
Rosy Freire (Equipe Sérgio
Henrique), Sergio Henrique

25 de Dezembro de 2021

11583939466 - Júlio César


Rosy Freire (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Aula 04

SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2


1. O Segundo Reinado (1840-1889) ................................................................................. 3
1.1. Aspectos Políticos ................................................................................................................... 3
1.2. Aspectos Econômicos ............................................................................................................. 3
1.3. A Imigração Europeia ............................................................................................................. 4
1.4. A Guerra do Paraguai (1865-1869). ........................................................................................ 5
2. A Escravidão na História ............................................................................................. 6
3. A Escravidão Mercantil da Idade Moderna .................................................................. 7
4. A Escravidão Africana ................................................................................................. 8
5. As Feitorias, Mercados de Escravos e o Tráfico Negreiro .............................................. 9
5.1. Como era a vida do escravo? ................................................................................................ 10
6. Formas de Resistência do Africano: Quilombos, Ações Culturais e Individuais Extremas
....................................................................................................................................13
6.1. Principais Formas de Resistência .......................................................................................... 13
6.2. Os Quilombos ....................................................................................................................... 16
6.3. O Processo de Abolição da Escravidão .................................................................................. 17
6.4. Por que Trouxeram Europeus ............................................................................................... 19
6.5. Heranças da Escravidão na Cultura e Sociedade ................................................................... 21
7. Exercícios ..................................................................................................................24
8. Considerações Finais .................................................................................................79

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 1
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

00. BATE PAPO INICIAL


Olá amigo concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de
história. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das
coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção seu texto de apoio, releia e pratique exercícios. Aos
poucos o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que para isso é muito importante
você fazer suas próprias anotações, ou em forma de resumo ou anotações nos exercícios, não
importa, você escolhe. O importante é estudarmos bastante e nos concentrarmos nos estudos.
Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus sonhos. Bons estudos.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 2
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

1. O SEGUNDO REINADO (1840-1889)


Foi o período do governo de D. Pedro II. Está entre os monarcas que ficaram mais tempo no
poder. Foi um período de estabilidade política, se comparado com os períodos anteriores de
crescimento econômico devido ao ciclo do café, de modernização, com a instalação das primeiras
ferrovias, da Guerra do Paraguai, da abolição da escravidão e da migração europeia para o Brasil.
A Revolução Praieira foi o último grande movimento liberal de contestação à ordem monárquica.

1.1. ASPECTOS POLÍTICOS

Logo no início do Segundo Reinado os movimentos separatistas foram sufocados pelas


tropas imperiais. Encerram-se as guerras civis e o país é “pacificado”. D. Pedro instituiu o
parlamentarismo, que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. Isso porque no modelo
inglês (o primeiro), o rei é uma figura diplomática e simbólica e quem governa é o primeiro
ministro, que é indicado pelo parlamento. Aqui o rei é o 4° poder (o poder moderador) e o
primeiro ministro é indicado por ele. As disputas políticas eram ferozes entre os liberais e os
conservadores. Para amenizar as disputas políticas o imperador instituiu o ministério da
conciliação. A cada ano o ministério era trocado e alternado. Um gabinete era conservador e o
outro ano liberal. Foi assim até a proclamação da república.

1.2. ASPECTOS ECONÔMICOS

Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi
durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o
implantado pelos portugueses e que permanece até os dias de hoje: O plantation (monoculturas
de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no RJ e espalhou-se pelo estado de
SP que foi seu maior produtor, chegando ao sul de MG. A principal região produtora era o Vale do
Paraíba (entre SP e RJ). Quando foi para o interior no Oeste Paulista foi necessária a instalação de
ferrovias, devido à distância do litoral, promovendo uma grande modernização no Brasil que até
àquela altura transportava o gado através dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que
consumíamos de origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação
de 1810 os ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de
impostos não cobrir os gastos do Estado. Dessa forma o ministro da fazenda criou uma tarifa
protecionista que aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 3
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

gostaram e há tempos vinham pressionando o Brasil a abolir o tráfico de escravos, então fizeram
isso a força decretando o Bill Aberdeen.
De acordo com esta medida inglesa eles poderiam abater qualquer navio brasileiro que
tivesse carregado de africanos para serem escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse
lançada em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos.

Eusébio de Queiroz foi um proeminente político e magistrado carioca, estudou direito em 1832 da faculdade de direito de Olind a.

Entre as consequências desta lei foi o aumento do tráfico interno (a região nordeste com a
economia decadente vendia os escravos para o sudeste. Neste contesto Pernambuco recebeu
milhares de escravos ilegalmente e foi o principal ponto de entrada de africanos ilegalmente no
país, principalmente em Porto de Galinhas. Os africanos vinham com a mãos entre os pés, e
anunciavam a chegada das galinhas, quando os navios negreiros aportavam), a imigração europeia
(pois com o fim do tráfico, em pouco tempo a escravidão acabaria), e a lei de terras (toda terra
teria que ser comprada à vista em leilão. Uma medida para impedir que imigrantes tivessem
acesso à terra).

1.3. A IMIGRAÇÃO EUROPEIA

A Europa no século XIX passava por diversas guerras. A Itália e a Alemanha, sobretudo, pois
estavam vivendo as Guerras de Unificação. Muitos europeus querendo novas terras para viver. Os

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 4
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

principais grupos de imigrantes foram os Alemães, Italianos, Suíços e Poloneses. As primeiras levas
de imigrantes vinham com promessa emprego e pagariam a passagem de navio e estadia com
trabalho. Devido a super exploração alguns países europeus inclusive proibiram a imigração para o
Brasil. A imigração só deu certo quando foi financiada pelo governo e o imigrante chegava sem
dívidas. Assim foi instituído o colonato. Os italianos ficaram principalmente em SP e os poloneses e
alemães no sul do Brasil.

1.4. A GUERRA DO PARAGUAI (1865-1869).

O Paraguai era um país em franco desenvolvimento econômico e industrial. Entrou em


conflito com os países da Bacia do Prata (Brasil, Argentina e Uruguai). Solano Lopes, ditador
paraguaio queria uma saída para o mar, enquanto D. Pedro II defendia a livre navegação no rio da
prata. E pretendia seu controle. Brasil e Argentina foram estimulados pela Inglaterra à entrar em
guerra com o vizinho. Foi um dos conflitos mais sangrentos da História. O Paraguai foi destruído e
mais de 70% de sua população masculina foi morta. As dívidas contraídas pelo governo brasileiro
foram enormes. Foi também um grande estímulo ao fim da escravidão, pois muitos negros foram
lutar com a promessa de alforria. Após o conflito o exército torna-se uma instituição forte e com
grande participação na política nacional. Aderiram ao abolicionismo e ao republicanismo.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 5
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

2. A ESCRAVIDÃO NA HISTÓRIA
Vamos analisar o histórico da formação da escravidão e da sociedade escravista em nosso
país e as suas marcas que são sentidas até hoje. A cultura africana influenciou profundamente na
formação da nossa sociedade. Podemos sentir isso no nosso vocabulário, jeito de falar, nossa
cultura afetiva e ritmos, porém também herdamos as cicatrizes de uma sociedade escravista e
ainda há racismo e uma cidadania incompleta a muitos afrodescendentes.
A escravidão é uma instituição muito antiga na humanidade e já ocorria nos primórdios da
civilização humana no Egito e Mesopotâmia. As sociedades clássicas (Grega e Romana) eram
escravistas e tinham neste modo de produção a organização fundamental de sua economia e
organização social. Os gregos e romanos desprezavam o trabalho manual e quem os realizava. Os
escravos eram tidos como seres inferiores e na condição de animais. As formas mais comuns de se
tornar escravo na antiguidade eram através de Guerra (prisioneiros) ou dívida. O que caracteriza a
escravidão é o fato da pessoa ter sido reduzida a condição de objeto, portanto propriedade
privada, que pode ser comprada e vendida e não a rotina rigorosa de trabalho. Na escravidão
grega e romana os cativos (que vive em cativeiro) podiam ser usados no trabalho agrícola ou nas
minas, em que tinham uma vida miserável e super explorada por um trabalho rigoroso, no entanto
podiam ser escravos caseiros e de figuras políticas importantes, e seu trabalho podia ser cuidar da
casa ou dos negócios de seu dono, enquanto ele se dedicava à filosofia e política. Portanto o que
caracteriza a condição de escravo é a de ser uma propriedade. Na antiguidade não se baseava em
critérios raciais.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 6
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

3. A ESCRAVIDÃO MERCANTIL DA IDADE MODERNA


O trabalho escravo africano foi introduzido no Brasil pelos colonizadores portugueses. Era
uma forma de escravidão com alguns elementos diferentes da escravidão antiga. Ela se
caracterizou por ser uma modalidade de escravidão mercantilista e baseada em critérios raciais.
Os europeus possuíam uma visão eurocêntrica do mundo e consideravam-se portadores da
civilização. Entre os fatores que faziam os europeus sentirem-se superiores era a tradição da
religião católica e inclusive um dos fatores que estimulou os portugueses colonizarem o Brasil era a
expansão dessa fé. Essa visão justificou moralmente a escravidão do africano: Converteriam os
negros “salvando suas almas”, em troca trabalhariam aqui na terra. Os portugueses poderiam ter
escravizado os indígenas encontrados por aqui, mas além da resistência tribal, os índios eram
defendidos pela Igreja Católica que os convertiam nas Missões Jesuíticas. Mas o que explica
realmente a opção pela escravidão dos africanos? A resposta encontraremos na dinâmica
econômica da época: Os escravos africanos eram valiosos e seu trafico movimentava um comércio
riquíssimo no atlântico sul (entre Brasil e África). Inclusive as maiores fortunas no Brasil colonial
eram de traficantes de escravos, mais ricos e poderosos que os senhores de engenho.

Comércio triangular

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 7
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

4. A ESCRAVIDÃO AFRICANA
As tribos africanas também conheciam a escravidão. Ela era bastante diferente da
introduzida pelos europeus. Tratando-se de uma forma de escravidão que submetia as tribos
derrotadas à guerra. Os derrotados eram humilhados e submetidos à escravidão por temporadas.
Após algum tempo os homens eram libertados, e mantinham certo grau de dignidade das pessoas
com a manutenção de seus nomes, famílias e até casas. Não se tornariam mercadorias até a
introdução desta dinâmica pelos europeus. O português passou a mudar profundamente a
dinâmica interna das tribos africanas, ao negociar os prisioneiros de guerra que passaram a ser
vendidos através do escambo: Eram trocados por cachaça e tabaco.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 8
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

5. AS FEITORIAS, MERCADOS DE ESCRAVOS E O TRÁFICO NEGREIRO


Assim que os africanos eram capturados e vendido aos portugueses eles eram levados ao
litoral até as feitorias.

Feitorias eram grandes fortes militares que eram estabelecidos no litoral. Além de defesa
militar eram também usados para armazenar mercadorias. Era uma prática comum dos
portugueses a construção de feitorias em todo o seu Império Colonial. No Brasil
armazenavam Pau-Brasil no período colonial. Na África, em Angola e na Guiné
armazenavam africanos escravizados até a chegada dos navios negreiros. Cuidado para
não confundir o termo feitor com feitorias. Os feitores eram capatazes responsáveis pelo
trabalho escravo nas lavouras, pelos castigos e disciplina dos negros.

Eram embarcados nos navios negreiros superlotados. Eram acorrentados com os braços
entre as pernas e recebiam uma alimentação pobre em meio à péssimas condições sanitárias. No
trajeto a mortalidade era muito alta e eram jogados os mortos e doentes ao mar. Isso rendeu a
eles o apelido de “navios tumbeiros”. Chegados aqui eram desembarcados e expostos nos
mercados de escravos.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 9
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

5.1. COMO ERA A VIDA DO ESCRAVO?

Toda a vida no Brasil foi permeada pelo trabalho escravo. As principais regiões produtoras
de cana e ouro formaram as principais concentrações populacionais. Mas uma diferença ocorria.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 10
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Era bem diferente a escravidão nas minas que nas regiões produtoras de açúcar. No Nordeste foi
implantado o plantation da cana de açúcar com a mão de obra escrava africana. A sociedade toda
era rural e a vida de todos circulava em torno da grande propriedade e a vida lenta em torno da
Casa Grande e Senzala. Haviam os escravos da lavoura e os caseiros. Os primeiros submetidos
sempre aos rigores do trabalho que iniciava às madrugadas e rasgava dia adentro, e aos rigores do
chicote do Feitor ou do Capitão do Mato. Os segundos submetidos aos caprichos do senhor, da
“sinhá” e dos “sinhozinhos”. Durante o ciclo da cana de açúcar o Brasil não conheceu a vida
urbana, mesmo considerando a urbanização que foi feita em Pernambuco pelos holandeses que lá
estiveram invadindo pelo século XVII. O ciclo do Ouro transformou profundamente o país. Para lá
migraram milhares de pessoas, que se aglomeraram de forma bastante desordenada surgindo aqui
nossa primeira experiência com a urbanização: A urbanização espontânea que se seguiu ao
aglomerarem milhares de pessoas nas minas, fazendo acontecer uma dinâmica de urbanização,
com desenvolvimento do comércio e de um mercado consumidor interno. A escravidão nas minas
fora tanto uma escravidão extremamente desgastante nas lavras, como também escravos urbanos.
Os escravos de lavras (minas) além do árduo trabalho de romper a rocha e escavar as minas,
estavam submetidos à um clima frio e úmido a maior parte do ano e a umidade das minas. As
doenças eram frequentes e a expectativa destes homens escravizados era de bem menos que uma
década. Já a experiência da escravidão urbana trouxe algumas modalidades de escravidão muito
particulares, como por exemplo os chamados escravos de ganho. Eram escravos pertencentes a
pessoas de pequena fortuna, comerciantes e vendedores, que adquiriam seus escravos e os
colocavam para trabalhar em troca de uma suave compra de sua alforria. Muitos africanos não só
conseguiram comprar a própria alforria, mas também de outros membros de suas tribos
originárias e em outros casos, apesar da segregação racial, enriqueceram e tornaram-se
proprietários de escravos.

Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se


desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a dentro‟, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 11
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 12
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

6. FORMAS DE RESISTÊNCIA DO AFRICANO: QUILOMBOS, AÇÕES CULTURAIS


E INDIVIDUAIS EXTREMAS

A escravidão é uma forma de submissão muito violenta. Violenta em muitos sentidos: Não
somente é cruel devido à enorme violência física praticada, mas a violência moral à que é
submetido o escravizado. Entre as razões da alta mortalidade entre a captura no interior da África
e a fazenda em que viveria era a violência praticada para inibir reações de resistência e tentativas
de revolta. Nas feitorias africanas ainda eram separadas as famílias, tribos e línguas. Misturavam
diversos dialetos e tribos inimigas nos mesmos navios. Tudo isso para evitar a comunicação e inibir
revoltas. O mesmo procedimento era feito no Brasil nos mercados escravos e senzalas. Muitos
africanos não aceitaram a condição e reagiram de diversas formas, que caracterizam a resistência a
escravidão. Ela acontecia de diversas formas, desde o suicídio até a formação de quilombos.

6.1. PRINCIPAIS FORMAS DE RESISTÊNCIA

✓ Suicídio.
✓ Abortos.
✓ Revolta contra os feitores e senhores, tomando a fazenda.
✓ Trabalho lento.
✓ Fugas.
✓ Formação de quilombos.

E devemos destacar também as formas de resistência culturais tais como:


✓ A capoeira.
✓ A manutenção das práticas culturais religiosas como o candomblé ou sua mistura
(sincretismo) com o catolicismo quer dará origem à umbanda. É a prática cotidiana dos
homens negros enquanto sujeitos históricos em defesa de sua identidade cultural. Os
convertidos ao catolicismo cultuavam principalmente santos negros, como São Benedito. As
irmandades de escravos mais populares eram as de Nossa Senhora do Rosário.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 13
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

1. (IAUPE / PM-PE - 2016) Leia os textos a seguir:


Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um
repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais
dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por
vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a
história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim,
anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.

Texto III

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 14
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas


toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.

Comentários
A) Errado. Infelizmente casos de intolerância religiosa são bastante frequentes. Tanto entre
vertentes diferentes do cristianismo, mas principalmente o preconceito histórico herdado
contra religiões de matriz africana.
B) Errado. As práticas culturais foram reprimidas e duramente combatidas pelo Estado
brasileiro, principalmente no início da república, quando associavam a cultura negra ao
atraso e a “indolência” do brasileiro. Durante a “Era Vargas” o candomblé e a capoeira foram
proibidos e podemos destacar a política antimocambos de Agamenon Magalhães.
C) Errado. A capoeira desenvolveu-se em todo o nordeste.
E) Errado. As práticas culturais desenvolvidas em Pernambuco como o maracatu, frevo, afoxé
entre outras, são de raiz cultural africana e não uma reprodução das práticas típicas da África.
Gabarito: D

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 15
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

6.2. OS QUILOMBOS

Os quilombos foram a principal forma de resistência organizada pelos africanos que


conseguiram fugir da escravidão. Nos quilombos haviam negros de diversas tribos africanas, e
pesquisas apontam que também haviam brancos pobres, indígenas e jesuítas que se dedicaram às
pregações. Alguns foram muito grandes como o quilombo dos Palmares, no século XVII (formou-se
no contexto das invasões holandesas) e no início do século XIX ao redor de Recife o quilombo do
Catucá.
Um quilombo não é um simples aglomerado. São vários aglomerados tribais em um grande
território. Uma grande área, preferencialmente de difícil acesso, para facilitar a proteção e fugas,
próximos d’agua. Cada aglomerado tribal é um mocambo. Então veja: Os habitantes dos quilombos
são os quilombolas, e um quilombo é formado por vários mocambos. Então quem seria o líder do
quilombo? O chefe tribal do maior mocambo. Os estudos apontam que chegavam a realizar trocas
de produtos agrícolas fora do quilombo. O líder do quilombo dos palmares, só sabemos o título
pelo qual era conhecido: Zumbi. O quilombo foi destruído pela ação militar de bandeirantes,
especializados em combater quilombos, no caso Domingos Jorge Velho. O Quilombo do Catucá
também foi conhecido como quilombo do Malonguinho, numa referência ao seu líder. A elite
escravista branca tinha muito medo de uma revolta de escravos ou de ataques dos quilombos.
Catucá foi combatido pelas tropas imperiais enviadas por D. Pedro para combater a confederação
do Equador. O quilombo estava cada vez mais forte com o aumento das fugas dos escravos no
início do século XIX, e foi cada vez mais combatido. Com a revolta dos cabanos entre 1832 e 1835
os quilombolas do Malonguinho provocaram grandes estragos com ataques. O quilombo foi
destruído pelas tropas federais que foram enviadas para controlar a revolta dos cabanos e também
eliminar o quilombo, que apesar da forte resistência foram derrotados pelas tropas federais.

2. (IAUPE / PM-PE - 2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a
resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e
tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu
apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar
nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência, que se
diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas
dessas formas de resistência, nunca foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 16
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o
interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850.
Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)

Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA.


A) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
B) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e
canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada por
seu predecessor, o quilombo de Palmares.
C) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se
desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas „fugas de portas a dentro‟, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
D) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados
santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e ex-escravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
E) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e
assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.

Comentários
Errado. Palmares ficava entre a Bahia e Alagoas.
Gabarito: B

6.3. O PROCESSO DE ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO

O fim da escravidão no Brasil ocorreu em 13 de maio de 1888. O último país da América a


abolir a escravidão. Foi o resultado de um processo que teve seu início no ano de 1850, com a

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 17
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

promulgação da lei Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico de escravos. Podemos caracterizar o
processo de abolição da escravidão como gradual, pois foi um lento processo legislativo e
intelectual associado às práticas da resistência dos negros à escravidão e as transformações que
estavam ocorrendo na economia e políticas nacionais. Vamos analisar melhor este processo:
Durante o século XIX a economia brasileira era totalmente dependente da Inglaterra. Esta
dependência remonta ao ano de 1808 quando a Família real portuguesa se transferiu junto com a
corte para o Brasil, e assim o príncipe regente D.João VI declarou a “abertura dos portos às nações
amigas. Em 1810 assinou com os ingleses os “tratados de comércio e navegação com as nações
amigas”. (Lembre-se que neste contexto a corte foi transferida devido às ameaças de Napoleão
Bonaparte e foram escoltados pela marinha inglesa). Desde esta época éramos totalmente
dependentes da importação dos industrializados ingleses e nossa diplomacia era normalmente
alinhada com os interesses ingleses. Já na época dos tratados de comercio e navegação, constava
uma cláusula em que o Brasil se comprometia a dar início ao processo do fim da escravidão
abolindo o tráfico de escravos. Em 1831 é promulgada uma lei no império que não foi cumprida.
Ela foi aprovada mais para atender às pressões inglesas. Essa e outras medidas tomadas com o
intuito de aparentar uma iniciativa pelo fim da escravidão ficaram conhecidas como leis para
inglês ver. A balança comercial brasileira passava por frequentes déficits por volta da quarta
década do século XIX. Era ainda o início do cultivo do café no RJ e as receitas do Estado
Monárquico dependiam bastante dos impostos de importação (já que éramos pouco
industrializados e nossos produtores rurais possuíam muitos privilégios fiscais e econômicos). No
ano de 1844 o então ministro da fazenda Manuel Alves Branco que criou uma nova tarifa
protecionista. Os ingleses tinham privilégios nos impostos que eram impressionantes. Pagavam
uma taxa de 15% ad valorem (sobre o valor do produto). Para termos uma ideia, quando esta taxa
foi instituída nos tratados de 1810, Portugal pagava 16% para exportar para o Brasil que era seu
próprio território. Era uma forma de além de aumentar a arrecadação do Estado servia de estimulo
a iniciativa da indústria nacional, que ainda não havia se desenvolvido por ser muito pouco
competitiva. Foi criada a tarifa Alves Branco, uma tarifa protecionista que aumentava os impostos
sobre os produtos ingleses. Como vimos anteriormente, a Inglaterra reagiu violentamente e
determinou o Bill Aberdeen: A Inglaterra declarou que derrubaria todos os navios negreiros
brasileiros em qualquer ponto entre a África e nossa costa. A reação inglesa estimulou a criação
em 1850 da lei Eusébio de Queiroz (Abolição do tráfico negreiro), que desta vez foi posta em
prática.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 18
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

6.4. POR QUE TROUXERAM EUROPEUS

Havia muitas pessoas para trabalhar no Brasil. Então por que trazer europeus? A resposta
poderá ser encontrada nas correntes do pensamento científico da época. Havia uma corrente de
pensamento que ficou conhecida como Darwinismo Social. Eram teorias pseudocientíficas (falsas
cientificamente) e racistas que eram bastante aceitas na época. A miscigenação era vista como
ruim e os negros, ameríndios e asiáticos eram raças inferiores e eram dominadas pelos brancos
europeus porque eles eram raças mais evoluídas. Era esse pensamento que justificava a
dominação europeia pelo mundo. Surgiu no Brasil a chamada Teoria do Branqueamento, que
sugeria que para o Brasil desenvolver uma nação evoluída deveria miscigenar a população com
europeus para que ela fosse se embranquecendo. Essas teorias foram muito aceitas até o início do
século XX.
Surgiu na época o Movimento Abolicionista. Entre seus principais nomes estavam o
deputado nordestino Joaquim Nabuco, o Jornalista e advogado negro Luís Gama e o poeta Castro
Alves.

Joaquim Nabuco, intelectual e político pernambucano, foi o principal nome do Brasil à época no combate contra a escravidão. É dele a obra mais
importante do período “O abolicionismo”.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 19
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Eram realizadas palestras, debates manifestações e auxílio a fuga dos negros da senzala.
Além da atuação urbana e intelectual havia a poderosa defesa no parlamento federal pela
abolição.

Castro Alves era Baiano e estudou direito na faculdade do Recife. Nas artes foi o abolicionista mais destacado, sendo conhecido como poeta dos
escravos. Seu texto mais famoso é “o navio negreiro”.

Havia uma preocupação entre os conservadores do processo abolicionista que ela acabasse
rapidamente. Entre 1850 e 1888 foram também aprovadas a lei de 1871 do ventre livre, de 1885
dos Sexagenários. Leis que foram feitas mais para aplacar as exigências populares que
efetivamente para dar fim a escravidão. Em 1888 à contragosto dos grandes cafeicultores cariocas
foi assinada pela princesa Isabel a Lei Áurea.

✓ 1850: Lei Eusébio de Queiroz.


✓ 1871: Lei do Ventre Livre.
✓ 1885: Lei dos Sexagenários.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 20
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

✓ 1888: Lei Áurea.


Quando finalmente foi criada a lei que abolia definitivamente a escravidão, ela já havia se
tornado inviável. Com a diminuição do número de escravos eles se tornaram muito caros, e o
trabalho das fazendas paulistas que concentravam os imigrantes italianos tinham se mostrado
muito mais produtivas e viáveis. A escravidão por fim já era um mal negócio.

6.5. HERANÇAS DA ESCRAVIDÃO NA CULTURA E SOCIEDADE

De acordo com Gilberto Freyre o Brasil é a síntese cultural do Europeu, Africano e indígena.
Do europeu herdamos a forma de organização do Estado, Religião, modo de produção. Aos
indígenas devemos grandes contribuições linguísticas, alimentares (a mandioca e derivados, por
exemplo) e o hábito de banho diário. Ao africano devemos nossas raízes culturais mais profundas.
A influência não somente no vocabulário, mas também do jeito de falar, a doçura das palavras e o
amolecimento dos termos. Nossos ritmos são muito influenciados (samba e percussões regionais),
nossa alimentação (feijoada, acarajé), e o jeito de ser do brasileiro, bastante alegre, receptivo e
emotivo. Podemos considerar estas heranças como positivas, mas há as marcas negativas e
deletérias deixadas pela escravidão. Talvez a mais evidente seja o racismo. Devemos destacar
também a dificuldade de desenvolver a cidadania para muitos afrodescendentes, que após a
abolição da escravidão foram abandonados e amontoados em cortiços urbanos ou nas periferias, e
numa ordem capitalista competitiva em que estavam inseridos. Vão passar por muitos rigores e
desvantagens em um país, principalmente naquela época muito racista, e vão ter muita dificuldade
de superar estes obstáculos impostos e desenvolver sua cidadania plena, tendo acesso ao ensino
superior, trabalho digno e moradia. Podemos citar também a sexualização do negro, e suas
descrições na literatura como exótico. Outra marca bastante profunda é ligada a forma como o
trabalho é visto pelas pessoas. A cultura brasileira se formou sob uma situação em que todo o
trabalho braçal era realizado por escravos e foi inevitável que desenvolvessem as elites e uma
cultura social nacional de aversão a trabalhos manuais. Isso ocorre devido a muito tempo estas
atividades serem feitas por escravos, daí a associação.

3. (IAUPE / PM-PE - 2016) O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria


sido apenas mais um dos vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado
errado. Tudo começou quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também
utilizada para o tráfico atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel
de Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez,

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 21
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

prontamente denunciou o caso às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque


na imprensa, por ter sido o último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos
africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos
depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro 2012. pp. 223-260).
Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.
A) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam
na Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das
autoridades imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do
contrabando de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania.
B) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para frear
o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante a
década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.
C) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada
fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o
porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de
escravos.
D) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de
Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que
fatos como este fossem corriqueiros.
E) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do
exterior, principalmente a dos chineses.

Comentários
B) Errado. A lei era usada pelos advogados abolicionistas para tentar libertar pessoal, mas o
tráfico somente diminuiu de verdade após a lei Eusébio de Queiroz.
C) Errado. A atividade de tráfico continuou, mas os embarques passaram a ser feitos em
portos de difícil fiscalização e usar diversas estratégias para burlar a lei.
D) Errado. O tráfico era tolerado por muitas autoridades imperiais e não eram corriqueiros a
apreensão de navios negreiros.
E) Errado. Apesar do forte pensamento abolicionista na província era um estado escravista. O
estímulo a imigração estrangeira ocorreu no sudeste para suprir a demanda de mão de obra
das lavouras de café.
Gabarito: A

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 22
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

4. (IAUPE – PM/PE – Soldado – 2009) Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o


território nacional. Foi um dos últimos países a libertar os escravos. Sobre a libertação dos
escravos, analise as proposições abaixo.
I. A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental para a modernização da economia
brasileira, embora a modernização tenha demandado algum tempo para começar.
II. Os escravos tiveram grandes dificuldades para se incorporarem ao mercado de trabalho
livre. Muitos deles continuaram com seus antigos senhores.
III. Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos passaram a ser considerados cidadãos com
todos os direitos concedidos pela constituição.
IV. A escravidão institucionalizada foi rompida, porém muitas das relações da época do
escravismo se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo o manual, foi um dos
vestígios mais marcantes do tempo da escravidão.

Está CORRETO o que se afirma em:


A) I, II e III, apenas.
B) I e IV, apenas.
C) I, III e IV, apenas.
D) II, III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.

Comentários
I. Correto. A mão de obra escrava era um elemento que dificultava a modernização do país e
a formação de um mercado consumidor interno.
II. Correto. Vários fatores influenciaram para que isso ocorresse: racismo na hora da
contratação e a não adaptação ao trabalho e as poucas oportunidades, fizeram com que
muitos continuassem nas terras dos antigos donos.
III. Correto. Enquanto escravos, o seu estatuto jurídico era de coisa, e agora passariam a ter
direitos de cidadãos. Mas lembrando que na prática não tinham condições de executar sua
cidadania plena.
IV. Correto. Algumas heranças negativas da época da escravidão são o racismo e o
preconceito contra atividades manuais.
Gabarito: E

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 23
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

7. EXERCÍCIOS

1. (IAUPE - PM-PE / 2018)


Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que
posteriormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto,
finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país
escravista.”
(Charles Darwin).

A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
A) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
B) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a
partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
C) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
D) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
E) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a
pressão internacional.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 24
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a dinâmica do tráfico transatlântico de escravos,
que envolvia uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de
Pernambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das
manufaturas europeias e norte-americana, mas especialmente produtos brasileiros, como açúcar e
cachaça. Foi através dessa dinâmica que no fim do século XVIII e início do XIX, a América
portuguesa contava com uma configuração demográfica ímpar no quadro das sociedades coloniais
do Novo Mundo, chegando a ser referenciada por viajantes como uma África nas Américas.
A alternativa B é incorreta, pois a Lei de 7 de novembro de 1831, que foi a primeira lei a proibir a
importação de escravos no Brasil, além de declarar livres todos os escravos trazidos para terras
brasileiras a partir daquela data, impactou sim o comércio escravista de Pernambuco. É fato que o
comércio de escravos ainda continuou a existir, mas não da mesma forma como antes, deixando
usar os portos comerciais para usar os portos naturais, com inúmeras dificuldades, por causa da
fiscalização.
A alternativa C também é incorreta, pois de 1630 até 1830, a proporção de africanos se reduz em
decorrência do crescimento total da população e dos picos de importações de escravos. Após
1830, a proporção se reduz até desaparecer.
A alternativa D também é incorreta, pois a Lei de 7 de novembro de 1831, conhecida como Lei para
inglês ver, não extinguiu o tráfico de escravos. Somente a Lei Eusébio de Queirós, de 1850, que de
fato proibiu a entrada de africanos escravos no Brasil, criminalizando quem a infringisse.
A alternativa E também é incorreta, pois a população civil teve participação importante no
processo abolicionista, com alguns nomes importantes como Joaquim Nabuco, Castro Alves e José
Mariano, todos estudantes da Faculdade de Direito do Recife, que formou muitos adeptos à causa
abolicionista.
(MARQUESE, 2006; MOURA FILHO, 2008).
Gabarito: A
2. (IAUPE - PM-PE / 2018)
“Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a
revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos
terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados,
outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por
exemplo, o caso de Palmares.”
(REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)

Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência


escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele.
Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram em
solo pernambucano.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 25
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que:


A) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um
escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade
em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono
soubesse o que, de fato, havia acontecido.
B) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda,
foi um dos maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda
metade do século XIX.
C) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos
como forma de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de
diversão.
D) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a
religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram os
escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás.
E) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a
população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos
moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra os
escravos rebeldes na capitania de Pernambuco.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que é errado o “imaginário do tronco”, isto é, o
entendimento do senso-comum de que os escravos eram única e exclusivamente objetos de
trabalho das lavouras, ficando entre a senzala e as plantações, sofrendo sob o julgo da chibata e
volta e meia amarrado no pelourinho. O fato é que haviam outras formas de trabalho em que os
escravos eram utilizados, como os chamados escravos de ganho, que trabalhavam como
vendedores, barbeiros, sangradores, oficiais liberais de diversas ordens, concentrados
principalmente nas cidades. E essas atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar
uma possível fuga.
A alternativa B está incorreta, pois os quilombolas que moravam perto do Recife elaboraram
inúmeras estratégias de sobrevivência contando com a colaboração tanto da população negra livre
quanto dos escravos de engenhos próximos. O quilombo do Catucá margeava a fronteira agrícola
da zona da mata norte, quase subúrbio do Recife, bem diferente da antiga capitania do quilombo
que se localizava numa área bem além da fronteira canavieira, o dos Palmares. O quilombo do
Catucá resultou da luta dos escravos pela liberdade durante o caos político vivido em Pernambuco
de 1817 até o final da década de 1830, não durante a segunda metade do século XIX.
A alternativa C também está incorreta, pois atualmente é que a capoeira está mais ligada ao lado
lúdico e de diversão, sendo referenciada pela ação de “jogar capoeira”.
A alternativa D também está incorreta, pois o culto aos orixás sempre permaneceu, mesmo que
através do sincretismo, por causa da imposição do catolicismo. O sincretismo religioso, diga-se de
passagem, foi uma das formas mais claras de resistência, pois a associação entre santos católicos e
os orixás africanos permitia o culto ancestral de forma velada e tendo o aval da Igreja. Por

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 26
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

exemplo: Iansã é sincretizada com Santa Bárbara, por causa da relação de ambas com os raios e
tempestades; Ogum é sincretizado com São Jorge, por causa de ambos terem relação com a guerra
e serem guerreiros; Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e/ou com Nossa
Senhora do Rosário, por causa da ligação delas com o mar; Xangô é sincretizado com São
Gerônimo, por causa da ligação com a lei, a racionalidade e a justiça; Obaluayê é sincretizado com
São Lázaro, por ambos estarem relacionados com a cura; Oxóssi é sincretizado com São Sebastião,
por ambos terem ligação com as matas, etc. Estas eram maneiras de preservar a cultura ancestral
trazida da África em meio a um cenário de opressão e imposição.
A alternativa E também está incorreta, uma vez que as autoridades coloniais de Pernambuco
identificaram que, na comarca das Alagoas, entre os anos de 1814 e 1815, um conjunto de negros
aquilombados e provenientes das revoltas escravas da Bahia, tramaram uma “sublevação e sedição
de negros” que objetivava invadir as terras dos brancos no natal de 1814, transferida para o ano
seguinte, 1815. A repressão partiu de Recife e ganhou vulto para exterminar o suposto quilombo
onde germinavam “sementes de sedição”. Procedeu-se, em 1816, devassa da matéria, que
resultou na prisão de 37 negros e 1 um branco. Ao fim, o preto Joaquim, considerado o mentor da
sedição, foi executado e os outros condenados ao açoite e degredo.
(CARVALHO, 1991; REIS, 2014).
Gabarito: A
3. (IAUPE - PM-PE / 2018)
Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que
a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus
descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da
diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja
um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da
cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a
estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de
Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás
plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lu
garesdememoriadaculturanegraguillen.pdf)

Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa


CORRETA.
A) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e
libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-
brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de
xangô.
B) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século
XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 27
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga


carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os
atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século
XIX.
D) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre
os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido
feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX.
E) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa
liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, pois as práticas religiosas vivenciadas durante séculos de
escravidão, forjaram experiências particulares que preservaram a ressignificaram as identidades
dos indivíduos. As religiões afro-brasileiras são marcadas pelo sincretismo, que preservou a
tradição africana, especialmente ligados à cultura ioruba ou nagô, e adaptou aos cultos católicos.
Trata-se de uma forma de resistência e de manutenção da identidade daqueles negros que foram
escravizados no Brasil, sendo obrigados a esquecer sua herança cultural e adquirir práticas
europeias. Mas, no caso do Xangô de Pernambuco, que se assemelha muito ao Candomblé, houve
uma preservação maior das práticas iorubas. Xangô, que é o Orixá da Justiça, é referenciado como
nome da religião de forma a manter a tradição que os vincula ao continente africano, através de
uma casa de culto aberta no Brasil por africanos antes da abolição da escravatura, portanto,
mantendo a raiz africana. Os terreiros mais antigos e tradicionais são considerados, tanto por pais-
de-santo como por pesquisadores da área acadêmica, como mais puros ou autênticos e sua nação
como mais preservada e organizada. A partir do que foi convencionado na Bahia como “nagô
puro”, têm sido avaliados terreiros nagô de outros estados das mais diversas denominações:
Candomblé, Xangô, Mina, Batuque e outras. Há, entretanto, na experiência religiosa do Xangô, um
momento em que o sagrado paira acima de toda análise funcional, transformando-se desta
maneira no mais-que-sagrado, que transparece na festa e no transe extático. E é dessa experiência
transcendente, implicando na comunhão emocional do grupo de culto, que surge a identidade
mais íntima de cada fiel.
A alternativa B é incorreta, pois o maracatu, que de fato surgiu na Capitania de Pernambuco, mas
no século XVIII, com a sua expressão mais antiga datada de 1711. Suas origens são incertas, mas
relacionam-se com o candomblé e com a coroação dos reis do Congo. O rei do Congo foi uma
figura que surgiu para administrar os povos negros trazidos para o Brasil a fim de serem
escravizados. Dessa forma, os colonizadores portugueses incentivavam as homenagens prestadas e
utilizavam a coroação como técnica de dominação. Com o seu fim, surge o cortejo, que representa
uma corte simbólica e que passa a fazer parte do carnaval de Recife; o mesmo aconteceu com o
frevo.
A alternativa C é incorreta, pois o registro mais antigo que se tem sobre o Maracatu Nação data de
1711, mas o ano de sua origem é incerto. O que se sabe é que ele surgiu em Pernambuco e vem se
transformando desde então. Um dos maracatus mais antigos é o Maracatu Elefante, fundado em
15 de novembro de 1800 no Recife pelo escravo Manuel Santiago após sua insurreição contra a

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 28
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

direção do Maracatu Brilhante. A escolha do elefante como nome e símbolo da agremiação deveu-
se ao fato deste animal ser protegido por Oxalá, orixá associado à criação do mundo e da espécie
humana.
A alternativa D é incorreta, uma vez que a capoeira é uma expressão cultural brasileira que
compreende os elementos arte-marcial, esporte, cultura popular, dança e música. A capoeira foi
criada no século XVII pelo povo escravizado da etnia banto e se difundiu por todo o Brasil. Hoje é
considerada um dos maiores símbolos da cultura brasileira.
A alternativa E é incorreta, ao passo que é falso afirmar que as religiões africanas, introduzidas
pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, pois o modelo escravagista tinha a
intenção de apagar a memória e a cultura dos povos trazidos da África, de tal modo que eram
obrigados a aceitar as práticas e o catolicismo europeu. As religiões afro-brasileiras são frutos de
um longo processo de resistência e sincretismo, que ajudou a manter a identidade das várias
nações africanas.
(MOTTA, 1998).
Gabarito: A
4. (IAUPE - PM-PE / 2016)
Leia os textos a seguir:
Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um
repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais
dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por
vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a
história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim,
anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.

Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 29
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois durante os séculos de colonização portuguesa, mantida pela
escravização dos negros capturados e comercializados na África, presenciou-se a implementação
do eurocentrismo antropocêntrico através da autoridade do senhor de engenho e da Igreja, que
associava as práticas culturais advindas da África à marginalização do escravo, sendo que no
campo religioso estava ligado à feitiçaria, à heresia, à blasfémia, ao paganismo, etc. Nesse sentido,
após séculos, ainda hoje a mentalidade de grande parte dos brasileiros preserva essas associações,
que motivam a destruição de terreiros de Candomblé e tendas de Umbanda, causam injúrias,
fazem julgamentos racistas e propagam a intolerância contra as manifestações afro-brasileiras. A
Constituição de 1988, nesse sentido, não foi amplamente validada, pois indivíduos com essa
mentalidade a ignoram.
A alternativa B também é falsa, uma vez que a abolição da escravatura, em 13 de maio de 1888,
não garantiu um alteração da condição social dos ex-escravos, que muitas vezes passaram a viver
em condições até piores àquelas que viviam na senzala, pois não conseguiam empregos, por causa
do racismo, não tinham morada, não conseguiam comida, etc. Portanto, é falso dizer que a
permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os afrodescendentes, após
a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e
respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
A alternativa C também é incorreta, pois considera-se que a capoeira tenha surgido em fins do
século XVI no Quilombo dos Palmares, situado na então Capitania de Pernambuco, de tal modo
que o governador-geral da Capitania de Pernambuco declarou ser mais difícil derrotar os
quilombolas do que os invasores holandeses.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 30
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

A alternativa D está correta, uma vez que as estratégias de resistência da população negra no Brasil
não foram feitas por meio de grandes revoluções ou guerras, senão alguns fatos localizados e
sufocados rapidamente. A estratégia de resistência ocorreu no plano sociocultural, apesar das
diversas imposições dos portugueses com o seu eurocentrismo, mas foi através da manutenção
dos códigos culturais, como a religiosidade, a música, a inserção de algumas palavras da língua, a
alimentação, as técnicas de trabalho, etc., é que se manteve uma identidade e a permanência da
herança cultural afrodescendente que no estado de Pernambuco e em grande parte do Brasil só
foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos.
A alternativa E está incorreta, pois não se pode afirmar que a cultura afrodescendente em
Pernambuco, ou no Brasil, são verdadeiras reproduções dos costumes africanos, uma vez que as
imposições dos portugueses não permitiram que isso ocorresse, sendo os escravos obrigados a se
adaptarem aos costumes europeu e católicos. Por outro lado, surgiu assim um elemento cultural
autêntico, novo, que reunia diferentes expressões artísticas, religiosas, musicais, instrumentais etc.
Gabarito: D
5. (IAUPE - PM-PE / 2016)
Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de escravos
tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e tomou as mais diversas
formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu apogeu com o maior afluxo
de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar nelas não apenas o número
de escravos, mas também as formas de resistência, que se diversificavam cada vez mais. E, se
as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas dessas formas de resistência, nunca
foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o
interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850.
Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)

Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA.


A) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
B) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e
canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada por
seu predecessor, o quilombo de Palmares.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 31
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se


desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas „fugas de portas a dentro‟, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
D) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados
santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e ex- escravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
E) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e
assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.
Comentários
A alternativa A não é a resposta certa, pois de fato suspeita-se que foi a partir da Revolução de
1817 e, posteriormente durante a Confederação do Equador em 1824, que muitos escravos se
esconderam nas matas tendo em vista que muitos participantes eram plantadores das áreas
circunvizinhas. A divisão das elites nas crises da história política e social da província levou a uma
desorganização dos aparelhos repressivos, resultando no aumento de fugas de escravos e na
formação de quilombos.
A alternativa B é a resposta certa, pois é incorreto dizer que o Quilombo de Cacutá cresceu
associado ao centro urbano, uma vez que Pernambuco foi palco de inúmeros movimentos políticos
revolucionários onde aconteceram muitas rebeliões que tinham como um de seus principais
objetivos a reivindicação da liberdade. Considerado o quilombo pernambucano mais importante
do século XIX, o quilombo do Catucá resultou da luta dos escravos pela liberdade durante o caos
político vivido em Pernambuco de 1817 até o final da década de 1830. Os quilombolas que
moravam perto do Recife elaboraram inúmeras estratégias de sobrevivência contando com a
colaboração tanto da população negra livre quanto dos escravos de engenhos próximos. O
quilombo do Catucá margeava a fronteira agrícola da zona da mata norte, quase subúrbio do
Recife, bem diferente da antiga capitania do quilombo que se localizava numa área bem além da
fronteira canavieira, o dos Palmares. Os mais de cem anos que separam aqueles dois quilombos
viram a consolidação da ocupação do sertão, o nascimento da cultura algodoeira, a quase total
ocupação da costa por engenhos de açúcar, bem como o surgimento de uma população livre de
quase meio milhão de habitantes. A sociedade havia se tornado mais fechada, a repressão aos
escravos mais eficiente e, consequentemente, a fuga para o mato mais difícil à medida que a
agricultura comercial começava a ocupar as áreas mais apropriadas para esconderijo.
A alternativa C também não é a resposta certa, pois de fato novas formas de fugas começaram a se
desenvolver. Entre os anos de 1814 a 1837, os quilombolas implementaram diversas ações contra
o poder local constituído e desenvolveram técnicas de guerrilha, conhecidas até hoje, como
estrepes, que se tratava de lanças de madeira muito afiadas que eram enterradas em buracos nas
matas para conter os invasores dos quilombos.
A alternativa D também não é a resposta certa, pois de fato as construções culturais, como a
capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados santos católicos, como São Benedito e
Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas de resistência cotidiana, elaboradas por

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 32
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

escravos e ex-escravos nas margens da sociedade escravista e mesmo em suas instituições mais
importantes, como a Igreja Católica. O sincretismo religioso, diga-se de passagem, foi uma das
formas mais claras de resistência, pois a associação entre santos católicos e os orixás africanos
permitia o culto ancestral de forma velada e tendo o aval da Igreja. Por exemplo: Iansã é
sincretizada com Santa Bárbara, por causa da relação de ambas com os raios e tempestades; Ogum
é sincretizado com São Jorge, por causa de ambos terem relação com a guerra e serem guerreiros;
Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e/ou com Nossa Senhora do Rosário,
por causa da ligação delas com o mar; Xangô é sincretizado com São Gerônimo, por causa da
ligação com a lei, a racionalidade e a justiça; etc. Estas eram maneiras de preservar a cultura
ancestral trazida da África em meio a um cenário de opressão e imposição.
A alternativa E também não é a resposta certa, pois de fato o trabalho escravo nos canaviais
também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e assassinatos de feitores, fosse na forma
de sabotagens da produção.
(CARVALHO, 1991)
Gabarito: B
6. (IAUPE - PM-PE / 2016)
O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria sido apenas mais um dos
vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado errado. Tudo começou
quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também utilizada para o tráfico
atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros Wanderley,
acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso
às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque na imprensa, por ter sido o
último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos
depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro 2012. pp. 223-260).

Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.


A) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam
na Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das
autoridades imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do
contrabando de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania.
B) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para frear
o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante a
década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.
C) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada
fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o
porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de
escravos.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 33
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de


Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que
fatos como este fossem corriqueiros.
E) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do
exterior, principalmente a dos chineses.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que esses portos serviam para contrabando desde o
período colonial. Foram eles, inclusive, que permitiram que a resistência luso-brasileira
continuasse exportando seus açúcares durante a ocupação holandesa (1630-1654). Quem tinha
barco e conhecia o litoral ganhou uma oportunidade de lucro com o contrabando de escravos,
mesmo que não tivesse nenhum contato com a África, nem capital ou mesmo experiência nesse
ramo de negócios. Para os traficantes, não havia outro caminho, ou tinham acesso aos melhores
portos naturais próximos dos centros de consumo da mercadoria contrabandeada, ou saíam do
negócio. Quanto melhor o porto natural, quanto mais pronta e segura a estrutura de recepção,
mais rápido, discreto e bem-sucedido o desembarque.
A alternativa B está incorreta, apesar da Lei de novembro de 1831 ter proibido o tráfico de
escravos, o comércio ilegal de escravos no atlântico continuaria até sua abolição final na década de
1850. Em todo caso, não seria mais viável desembarcar cativos nos principais portos brasileiros,
todos em cidades importantes, geralmente sedes de governos provinciais. Continuaria havendo
desembarques bem perto das capitais ou mesmo à vista da Corte, mas isso era um atrevimento de
traficantes excessivamente ousados. Desobedecer à lei assim tão frontalmente era desafiar não
apenas os governos provinciais, mas a marinha brasileira e a própria Coroa. Então a saída foi
transferir, mesmo que com dificuldade, a rotina dos portos urbanos para os portos naturais no
litoral.
A alternativa C está incorreta, pois não seria mais viável desembarcar cativos nos principais portos
brasileiros, todos em cidades importantes, geralmente sedes de governos provinciais. O fato é que
a rotina portuária foi toda alterada, especialmente nas principais cidades costeiras, que viram um
complexo esquema de transferência para os portos naturais.
A alternativa D está incorreta, uma vez que apenas depois da Lei Eusébio de Queiros, de 1850, que
aqueles que detinham o controle sobre os principais portos naturais, os donos das praias, tiveram
que se armar. No caso do desembarque de Sirinhaém, em 1855, só foi malsucedido por causa do
engano de atracar na praia errada. O episódio ganhou projeção na imprensa da época por ter sido
aquele palhabote sem nome o último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos
africanos a bordo.
A alternativa E está incorreta, pois o fato é que tudo começou justamente porque o comandante
do palhabote errou o local de desembarque. Ao invés de ir para o engenho de João Manoel de
Barros Wanderley, foi parar na casa de outro senhor de engenho que denunciou o caso às
autoridades locais. Foi um pequeno engano. O engenho certo ficava ali perto, mas foi o suficiente
para atrapalhar tudo. O sujeito que apreendeu o desembarque, todavia, deixou escapar o

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 34
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

comandante e a tripulação do navio. Nunca ficou claro se não tinha como mantê-los presos, como
alegou, ou se deixou que escapassem mesmo. E boa parte dos “africanos livres” desapareceu
misteriosamente.
(CARVALHO, 2012).
Gabarito: A
7. (IAUPE/Upe 2015)
A evolução da sociedade brasileira no século XIX apresentou várias características
importantes. A primeira foi a ascensão de uma nova cultura de exportação, o café, que
formaria a base de uma nova economia escravista de grande lavoura na região Sudeste. A
segunda foi o contínuo crescimento das tradicionais culturas coloniais de exportação.
(LUNA, Francisco Vidal. & KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo: Edusp / Imprensa
Oficial, 2010. p. 89. Adaptado)

Sobre a temática e a realidade apresentadas no texto, analise as afirmativas seguintes:


I. O açúcar voltou a ser um produto competitivo no mercado mundial, com o declínio da
indústria açucareira em São Domingos e nas Antilhas Britânicas.
II. O tráfico negreiro para o Brasil se extinguiu em 1840, com o início do Segundo Reinado.
III. A produção brasileira de algodão, após sofrer com a forte competição do Sul dos Estados
Unidos na primeira metade do século, reergueu-se na década de 1860, durante a Guerra de
Secessão Americana.
IV. O crescimento dessas novas e velhas culturas de exportação impediu o início da
industrialização brasileira, que só veio a se desenvolver nos primórdios do século XX.
V. O crescimento de todas essas culturas de exportação gerou uma demanda sempre
crescente por escravos, e, na terceira década do século XIX, o tráfico atlântico chegou ao
auge.

Estão CORRETAS
A) I, II e III.
B) III, IV e V.
C) II, III e IV.
D) I, III e V.
E) II, IV e V.
Comentários
A afirmativa [I] está correta. Com a expulsão dos holandeses, eles passaram a produzir açúcar nas
Antilhas (ilhas do caribe) e até o século XIX, a américa central liderou a produção de açúcar.
Quando entra em declínio o açúcar antilhano, a produção de Pernambuco vai novamente receber
um impulso. Nesta época o principal produto produzido e exportado pelo pais é o café, mas o

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 35
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

açúcar e o algodão eram bastante produzidos.


A afirmativa [II] está incorreta porque o tráfico intercontinental só foi proibido em 1850, com a
aprovação da lei Eusébio de Queiroz, no contexto da Lei inglesa Bill Aberdeen.
A afirmativa [III] está correta. No século XIX na segunda metade do século foi o café produzido no
Sudeste, mas Pernambuco produzia muita cana e algodão. Na época o principal produtor e
exportador mundial de algodão era os EUA. Em 1860-65 ocorreu a Guerra Civil dos EUA, em que o
sul agrário, grande produtor de algodão, teve sua produção comprometida, abrindo mercado para
o algodão pernambucano.
A afirmativa [IV] está incorreta porque a industrialização brasileira foi incentivada ainda durante o
Segundo Reinado, na chamada Era Mauá, ainda que seu auge tenha ocorrido apenas no século XX,
além do mais não foi o crescimento das culturas agrícolas de exportação, que impediram a
industrialização.
A afirmativa [V] está correta. O impulso agrícola passou a demandar mais braços escravos. Apesar
da lei Eusébio de Queiroz (abolição do tráfico) ele se tornou mais intenso num primeiro momento,
e boa parte dos escravos que entravam nos portos pernambucanos, além das lavouras locais, eram
destinados ao sudeste devido ao ciclo do café.
Gabarito: D
8. (IAUPE/Upe 2015)
A própria forma pela qual, em geral, nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro
de 1889 - a "Proclamação da República" - já incorpora algumas ideias importantes. Em
primeiro lugar, a de que ocorreu uma "proclamação". Logo surgem outras ideias, como a de
que a República no Brasil teria sido algo inevitável, uma etapa necessária da "evolução" da
sociedade brasileira. Ainda mais, podemos imaginar que o fácil sucesso do golpe de Estado
seria resultado de um consenso nacional, e que os militares, os principais protagonistas do
movimento, teriam atuado de forma unida e coesa.
(15 DE NOVEMBRO DE 1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. CPDOC/FGV. Disponível em:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/ProclamacaoRepublica)

O evento citado no texto teve como principal característica sociopolítica:


A) uma organização e execução militar.
B) a oposição da chamada ‘mocidade militar’.
C) uma unidade entre os diversos setores militares.
D) a fundamental participação da marinha e de seus oficiais.
E) a participação massiva dos Republicanos civis do final do Império.
Comentários
A Proclamação da República teve caráter e organização militar, uma vez que os militares, em
específico o Exército, foram os responsáveis pelo golpe, chamado Proclamação. Foi orientado

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 36
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

pelos ideais positivistas (que lemos na bandeira “ordem e progresso”), e os militares eram
profundamente influenciados por estas ideias, que pregavam o republicanismo com etapa mais
evoluída da organização política. Importante destacarmos que o exército se fortaleceu como
instituição e aderiu ao abolicionismo e ao republicanismo após a guerra do Paraguai. E o erro das
outras?
[B] o texto não fala nada disso.
[C] o texto sugere diz que não havia unidade de pensamento, mas que temos esta impressão.
[D] o texto não se refere a isso.
[E] o texto não fala que teve participação popular (civil), e realmente não teve pois foi um
movimento elitista.
Gabarito: A
9. (IAUPE/Upe 2014 - Adaptada)
O Brasil da segunda metade do século XIX viveu um desenvolvimento urbano e econômico,
que gerou reflexos na sua produção cultural. Espaço de surgimento e atuação de vários
artistas e intelectuais, as cidades do Brasil Imperial foram o palco de uma efervescência
artístico-cultural ímpar.
Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.
A) Machado de Assis, principal escritor do Modernismo brasileiro, foi autor de várias obras
que tiveram ampla aceitação popular, o que lhe proporcionou, inclusive, fama no exterior.
B) As pinturas de Pedro Américo refletiam um tom romântico e nacionalista, retratando,
inclusive, acontecimentos históricos pátrios.
C) Aluísio de Azevedo, grande expoente do romantismo literário no Brasil, sofreu com a
censura imperial, em relação a sua obra.
D) Castro Alves, grande símbolo do chamado ‘mal do século’, foi autor de poesias que tiveram
ampla repercussão nacional.
Comentários
Coloquei este exercício para fazermos um aprofundamento interessante. Os movimentos artísticos
envolvidos com a política. Castro Alves usava a poesia como forma de divulgação das ideias
abolicionistas, assim com Joaquim Nabuco, político, cientista e ensaísta. O exercício fala das obras
(pinturas de Pedro Américo, representante do romantismo, que cria obras com cenas heroicas e
com temas nacionalistas).
A proposição [B] está correta. Ao longo do século XIX no Brasil, sobretudo, a partir de 1831 com a
abdicação de D. Pedro I que retornou para Portugal, o Brasil procurou construir elementos para a
formação da nossa identidade nacional e cultural. Assim, a literatura e as artes foram
fundamentais para esta construção. O Romantismo forneceu elementos simbólicos para a
formação da identidade nacional. Outro exemplo a poesia de Gonçalves Dias chamada “Canção de
Tamoio” (... “A vida é luta, viver é lutar, a vida é combate que os fracos abatem...”). O quadro de

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 37
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Pedro Américo retratando a independência do Brasil possui uma boa dose de romantismo e
idealização.

A alternativa [A] está errada pois Machado de Assis é realista, não modernista e na época sua fama
era nacional, não internacional (fique tranquilo que não está no edital, mas a arte e política na
época é possível ser cobrado numa questão mais complicada, pois Pernambuco é um estado cujas
artes sempre foram destacáveis).
A alternativa [C] está errada pois a censura à obras e jornais no império era quase inexistente, ao
menos podemos afirmar que a liberdade de expressão e imprensa foram bem maiores que após a
república, em que a censura foi usada como instrumento político diversas vezes.
A alternativa [D] está errada pois Castro Alves foi o poeta dos escravos, romantismo condoreiro.
Sua poesia possuía intensões sociais.
Gabarito: B
10. (IAUPE/Upe 2013)
Observe um trecho da letra do samba Vai passar, de Chico Buarque de Holanda:
Num tempo, página infeliz da nossa história, / passagem desbotada na memória / Das nossas
novas gerações. // Dormia a nossa pátria mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída
/ Em tenebrosas transações. // Seus filhos erravam cegos pelo continente, / levavam pedras
feito penitentes / erguendo estranhas catedrais.

Com base no texto e nos conteúdos referentes à escravidão no Brasil imperial, assinale a
alternativa CORRETA.
A) A música faz referência à utilização da mão de obra escrava que sozinha ergueu as cidades
do passado.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 38
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

B) A música retrata os aspectos desumanos das relações sociais do passado brasileiro que
atingiam apenas os escravos.
C) Mesmo considerando as dificuldades vivenciadas pelos escravos, como afirma a canção, a
conquista de sua liberdade dependia apenas dos seus esforços.
D) Apesar dos sofrimentos relativos à condição escrava, era comum, no século XIX, ver, nas
grandes cidades, escravos que, por exercerem determinados ofícios, detinham uma certa
autonomia.
E) Durante o século XIX, a escravidão se limitava aos africanos e a seus descendentes.
Comentários
Você precisa perceber a importância do tema “escravidão” que, no século XVI, no Brasil, possuía
uma questão meramente econômica; já no século XIX, o tema está associado às transformações
ocorridas no Brasil e no mundo no que cerne à transformação das ideias política e sociais. No
século XIX, no Brasil, os escravos de ganho (escravos com certa autonomia) passaram para os
espaços urbanos, como as zonas portuárias e locais de grande comercialização, antes ocupados
somente pela elite, dando ideia de certa liberdade.
A alternativa [A] está errada pois a mão de obra predominante era escrava, mas vila rica, capital
mineira por exemplo, tinha muitos escravos de ganho e trabalhadores livres.
A alternativa [B] está errada pois as relações sociais descritas podem ser estendidas às pessoas
pobres, e esta música por ser uma obra de arte pode referir-se a outros momentos históricos.
A alternativa [C] A conquista da liberdade dos escravos foi um longo processo em que participaram
através da sua resistência à escravidão, mas não dependia somente de seus esforços, mas
principalmente da aprovação da lei de libertação.
A alternativa [E] está errada pois a partir da lei do ventre livre os nascidos a partir de 1871 eram
livres.
Gabarito: D
11. (IAUPE/Upe 2013)
Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é
que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e
mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou
seja, a um ex-escravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio
surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais
sofrera o cativeiro.
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª
edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157.

Sobre o que afirma o texto, analise as seguintes proposições:


I. Nas décadas finais do século XIX, antes da Abolição, uma parcela da população africana do
Brasil já estava liberta.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 39
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos.
III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos.
IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII.
V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade
de condições de vida.

Estão CORRETAS:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, II e V.
D) II, III e V.
E) I, IV e V.
Comentários
[I] Correta. A escravidão no Brasil teve várias nuances (negros livres, libertos, alforriados).
[II] Correta. A campanha abolicionista estava sempre presente e chegou ao seu auge no Segundo
Reinado com a lei Bill Aberdeen (1845), aprovada pelo parlamento inglês (prisão de qualquer navio
brasileiro que comercializasse escravos). A Inglaterra teve uma importante atuação internacional
em combate à escravidão.
[III] Incorreta. Assim como qualquer escravo, tinha a possibilidade de ser liberto. A condição do
escravo urbano era mais rápida para sua alforria, pois muitos eram escravos de ganho, ou seja,
pertenciam a um pequeno senhor e trabalhavam vendendo produtos, com parte de seu trabalho
comprava alforria.
[IV] Incorreta. A lei Eusébio de Queiroz (1850), que proibiu o tráfico de escravos, e com a Lei Áurea
(1888), acabando com a escravidão.
Gabarito: C
12. (G1 - ifsul 2016)
A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão
do desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses
modelos de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-abolicao-
escravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.

A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 40
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.


B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
Comentários
A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século XIX. A
discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento econômico nacional.
Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém entendiam a
relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma propriedade,
acabar com a escravidão poderia exigir indenização.
Gabarito: B
13. (Fgv 2016)
O excerto a seguir faz parte do parecer de uma comissão da Câmara dos Deputados sobre a
lei de 1871, que discutia a escravidão no Brasil.
“Sem educação nem instrução, embebe-se nos vícios mais próprios do homem não civilizado.
Convivendo com gente de raça superior, inocula nela os seus maus hábitos. Sem jus ao
produto do trabalho, busca no roubo os meios de satisfação dos apetites. Sem laços de
família, procede como inimigo ou estranho à sociedade, que o repele. Vaga Vênus arroja aos
maiores excessos aquele ardente sangue líbico; e o concubinato em larga escala é tolerado,
quando não animado, facultando-se assim aos jovens de ambos os sexos, para espetáculo
doméstico, o mais torpe dos exemplos. Finalmente, com as degradantes cenas da servidão,
não pode a mais ilustrada das sociedades deixar de corromper-se.”
(apudSidney Chalhoub, Machado de Assis, historiador. 2003)

No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 41
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e


homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais
violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos.
E) moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em
síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata.
Comentários
Somente a proposição [E] está em consonância com o excerto elaborado por uma Comissão da
Câmara dos Deputados sobre a Lei de 1871, a lei do Ventre Livre. No documento há um argumento
moral que faz referência aos malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos contaminando toda a sociedade, inclusive os brancos eram prejudicados.
Gabarito: E
14. (G1 - ifce 2016)
Em meados do século XIX, durante o Segundo Reinado, o Brasil vivenciou um grande surto de
crescimento industrial. Sobre os fatores responsáveis pelo referido crescimento, considere as
proposições a seguir.
I. Disponibilidade de capitais oriundos dos lucros obtidos com a exportação do café, principal
produto da economia brasileira naquele momento.
II. Redução das taxas alfandegárias sobre os produtos importados com as tarifas Alves Branco
(1844), o que favoreceu a aquisição das máquinas necessárias ao desenvolvimento industrial.
III. Disponibilidade de capitais com a extinção do tráfico negreiro através da Lei Eusébio de
Queirós, em 1850.
IV. Iniciativas de empresários como Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, principal
incentivador das atividades urbano-industriais no país.
V. Abundância de mão de obra negra especializada a partir do fim da escravidão, com a Lei
Áurea, em 1888.

Está correto somente o afirmado em


A) III, IV e V.
B) I, II e IV.
C) II, III e V.
D) I, III e IV.
E) I, II e III.
Comentários
A questão aponta para um processo de modernização econômica do Brasil, a partir de 1850,
associado à disponibilidade de capital devido aos lucros da exportação de café e a Lei Eusébio de

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 42
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Queirós que proibiu o tráfico de escravos favorecendo a entrada dos imigrantes. A Tarifa Alves
Branco de 1844 foi caracterizada por um protecionismo alfandegário e não por redução nas tarifas
alfandegárias. A assertiva [V] está equivocada ao defender a existência de mão de obra negra
especializada a partir do fim da escravidão.
Gabarito: D
15. (Udesc 2016)
A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de
1871.
Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa correta.
A) Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia liberdade a todas as crianças e às
respectivas mães que viviam sob a escravidão no território brasileiro.
B) Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, visto que não previa indenização
pelo fim da escravidão das crianças nascidas a partir da publicação da lei.
C) Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a partir da publicação da lei, mas deixava
a possibilidade dessas crianças permanecerem sob “os cuidados” do antigo proprietário até a
idade de 21 anos.
D) Como a lei libertava a criança, mas não libertava os pais, assim que nasciam essas crianças
eram retiradas do convívio com os pais escravizados e eram destinadas a um abrigo mantido
pelo Estado.
E) De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de manter as crianças libertas junto aos
pais escravizados até a maioridade, mas os senhores não podiam usufruir da mão de obra
delas.
Comentários
A Lei do Ventre Livre previa que toda criança nascida a partir da data da promulgação da Lei seria
considerada livre. Mas previa, também, que o senhor da mãe da criança poderia manter a mesma
sob sua guarda até ela completar 21 anos.
Gabarito: C
16. (G1 - ifsc 2016)
Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.
C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 43
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.
E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada no
Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia uma
grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de escravos e, ao
mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto, intensificou a imigração
para o Brasil.
Gabarito: E
17. (Upe 2012)
Analise a charge a seguir.

A charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875, mostra o imperador D. Pedro II sendo


castigado pelo Papa em clara alusão à chamada questão religiosa. Sobre esse episódio do
final do regime monárquico no Brasil, é correto afirmar que:
A) a tensão entre Estado e Igreja não contribuiu para a crise da monarquia no Brasil.
B) a origem da questão foi a não determinação de expulsão de maçons das irmandades
religiosas por D. Pedro II, descumprindo determinação papal.
C) apesar da opinião pública contrária, o imperador manteve na prisão, até o cumprimento
total da pena, os dois bispos por não acatarem suas determinações.
D) na província de Pernambuco, as determinações de D. Pedro II foram postas em prática
pelo bispo de Olinda.
E) após o incidente, a Igreja passou a condenar oficialmente a prática da escravidão negra no
Brasil.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 44
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Comentários
A “questão religiosa”, também chamada de “episco-papal” representou um momento de ruptura
não radical entre o Estado monárquico e a Igreja Católica. Desde então os membros da elite
religiosa no Brasil se afastaram da política imperial, sendo que muitos membros do baixo clero
teciam críticas abertas ao governo.
Gabarito: B
18. (Upe 2011)
A partir das últimas décadas do século XIX, uma série de mudanças importantes e cada vez
mais rápidas marcou a cultura e a língua do Brasil, que foram motivadas pelo (pela):
A) fim da escravidão, pela chegada de imigrantes, pela industrialização e pelo contínuo
deslocamento de milhares de pessoas de áreas rurais para o centro urbano.
B) crescimento das cidades que se multiplicaram, tornando-se verdadeiros “caldeirões” de
línguas e pelo Romantismo que surgiu em oposição aos valores da sociedade proletária que
então se firmava.
C) surgimento do Naturalismo que acentuava a relação entre o indivíduo e o meio ambiente e
estimulava a reflexão sobre as condições ambientais de sua época.
D) Realismo que retratava a realidade de um modo direto e impessoal, embora se deixasse
envolver emocionalmente por ela e pelo deslocamento do eixo cultural do campo para a
cidade.
E) invenção do cinema que registrava cenas do cotidiano, do sentimento e da história, com a
tecnologia do som e a imprensa que divulgava os principais eventos da sociedade.
Comentários
A alternativa retrata as transformações socioeconômicas do período e as relaciona com as
transformações culturais, principalmente linguísticas, na medida em que novos grupos de
imigrantes chegaram ao país, apesar de haver certa regionalização. O maior número de imigrantes
concentrou-se em São Paulo, mas foram grandes as comunidades de europeus no sul do país ou
mesmo em determinadas regiões ao norte.
Gabarito: A
19. (Upe 2011 - Adaptada)
“A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que se
não pode sondar, e, infelizmente, essa é a história do crescimento do Brasil. No ponto a que
chegamos, olhando para o passado, nós, brasileiros, descendentes ou da raça que escreveu
essa triste página da humanidade ou da raça com cujo sangue ela foi escrita, ou da fusão de
uma e outra, não devemos perder tempo a nos envergonharmos desse longo passado que
não podemos lavar, dessa hereditariedade que não há como repelir. Devemos fazer convergir
todos os nossos esforços para o fim de eliminar a escravidão do nosso organismo, de forma
que essa fatalidade nacional diminua em nós e se transmita às gerações futuras, já apagada,
rudimentar e atrofiada”.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 45
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

(NABUCO, J. Essencial. São Paulo: Penguin / Companhia das Letras, 2010)

Comemoramos, em 2010, o centenário de morte de Joaquim Nabuco (1848-1910), uma das


grandes figuras políticas do império, destacando-se como um dos principais nomes da
campanha abolicionista no Brasil do século XIX. Sobre a escravidão no Brasil, analise as
afirmativas abaixo e conclua.
( ) Apesar da força da campanha abolicionista, a escravidão no Brasil adentrou o século XX
como a principal mão de obra da economia imperial.
( ) O contexto de expansão das ideias abolicionistas no Brasil foi influenciado pela pressão
inglesa pelo fim do tráfico atlântico e pelos interesses europeus pela exploração econômica
do território africano.
( ) Mesmo depois da proibição oficial do tráfico negreiro para o Brasil em 1850, escravos
ainda entraram ilegalmente, no território brasileiro.
( ) A exploração do trabalho escravo africano no Brasil do século XIX estava intimamente
ligada à produção cafeeira.
( ) Joaquim Nabuco era um pregador solitário contra a escravidão em territórios
brasileiros, por isso não podemos perceber a campanha abolicionista no Império como um
dos fatores para a extinção da escravidão negra no país.

Marque a sequência correta:


A) V - F - V - F - F.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - F - F.
Comentários
O Império foi eliminado no final do século XIX, um ano após o fim da escravidão. Uma série de
fatores contribuiu para o fim da escravidão no Brasil, dentre eles a campanha abolicionista levada
a cabo de um conjunto de intelectuais, destacando-se escritores, jornalistas e advogados.
Gabarito: C
20. (Upe 2011)
Dentre as revoltas políticas e sociais que abalaram o Império do Brasil, a Revolta Praieira se
destaca. Para muitos historiadores, essa revolta ocorrida em Pernambuco, em 1848, foi a
última atribulação política interna do império. Sendo assim, sobre a Praieira e seu contexto
histórico, podemos assinalar que:
A) no Pernambuco da primeira metade do século XIX, a mão de obra escrava não era mais
essencial para a produção do açúcar.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 46
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

B) não podemos enquadrar a Praieira no conjunto das revoltas liberais que abalaram o
Pernambuco no oitocentos.
C) não há como se analisar a Praieira, sem se considerar a atuação do partido liberal na
província de Pernambuco.
D) em essência, as propostas da Praieira divergiam dos movimentos de 1817 e 1824, por não
compactuar dos ideais do liberalismo.
E) a repressão estatal, empreendida por D. Pedro I, debelou rapidamente os insurgentes da
Praieira.
Comentários
A Praieira ocorreu na primeira década do Segundo Reinado e é considerada uma rebelião liberal,
influenciada pelos movimentos sociais que se desenvolviam na Europa naquele momento. A
Praieira, em Pernambuco, correspondeu à última etapa das agitações políticas e sociais iniciadas
com a emancipação.
Em 1842, membros do Partido Liberal se rebelaram e fundaram o Partido Nacional de Pernambuco
- que seria conhecido como Partido da Praia. Esses inconformados pertenciam a famílias que
haviam feito fortuna em época recente, ao longo da primeira metade do século XIX, e tinham
como eleitores senhores de engenho, lavradores, comerciantes e bacharéis.
Gabarito: C
21. (Upe 2011 - Adaptada)
Leia o texto abaixo:
Os cativos do Engenho Santana (…) após a expulsão dos jesuítas em 1759 (...) provocaram a
paralisação do engenho por dois anos; porém, atacados por expedições militares, foram
finalmente levados a propor um tratado de paz, estabelecendo as condições sob as quais
retornariam à servidão. Sílvio Ferreira fingiu aceitá-las e prometeu alforriar o líder, mas,
quando os rebeldes retornaram, conseguiu que fossem presos. O trabalho proposto fornece-
nos uma rara oportunidade de conhecer as aspirações dos cativos e de formar uma imagem
de sua percepção da vida em um engenho. A maior parte das reivindicações referia-se a
condições de trabalho específicas e a necessidades mínimas de conforto material. Procurava-
se limitação das tarefas desagradáveis, redução de cotas de trabalho e um número mínimo
de trabalhadores em determinados serviços. O castigo corporal não era mencionado, e
evidenciava-se a rivalidade entre crioulos e africanos.
A preocupação maior dos escravos era ter sua própria terra, cultivar o seu próprio alimento e
comercializar o excedente. Pediam as sextas-feiras e os sábados livres para dedicarem-se a
seus próprios afazeres, o direito de plantar arroz e cortar madeira sempre que desejassem e
de serem-lhes dadas redes e canoas.
SCHWARTZ, S. B. Apud CARMO, P. S. do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo:
Moderna, 1998.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 47
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

O texto nos dá uma ideia pouco conhecida do sistema escravista, que marcou a História do
Brasil, considerando que:
( ) para os senhores, reivindicações como essas soavam estranhas, pois tinham como
padrão rígido o negro escravizado, cujos pensamentos e cujas vontades nunca eram levados
em consideração.
( ) o desejo e a recompensa de liberdade eram a forma mais eficaz de estímulo ao trabalho.
( ) a Guerra do Paraguai (1865-1870) exerceu um incentivo para o escravo se distanciar do
sofrimento da labuta.
( ) os escravos, em seus cultos, resistiam simbolicamente à dominação. O candomblé
representava um ritual de liberdade, um ato de protesto, uma reação à opressão da religião
branca.
( ) o desenvolvimento do capitalismo do século XIX tornou o sistema escravista inoperante,
significando a melhoria das relações de trabalho, ao absorver a mão de obra ex-escrava nas
novas atividades industriais.

A sequência correta é:
A) V - F - V - F - F.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - V - F.
Comentários
Existem dois grandes erros na última afirmação: o fim da escravidão, mesmo que gradual, e o
aumento da mão de obra livre não significou melhora nas condições de trabalho. Os ex-escravos
não foram absorvidos pela indústria em expansão, considerados desqualificados para esse tipo de
trabalho. A maior parte dos trabalhadores industriais no país eram imigrantes, principalmente de
origem italiana.
Gabarito: E
22. (Fgv 2015)
Durante muito tempo, o fim da escravidão no Brasil foi visto como uma concessão generosa
da princesa Izabel, em 1888. Atualmente, os historiadores reconhecem o papel das lutas dos
escravos pela liberdade, bem como dos diversos movimentos abolicionistas brasileiros.
Foram líderes abolicionistas negros:
A) o advogado Joaquim Nabuco, o médico Nina Rodrigues e o engenheiro André Rebouças.
B) o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro, o engenheiro Francisco Pereira Passos e o
jornalista José do Patrocínio.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 48
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) o médico Nina Rodrigues, o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro e o advogado Luís


Gama.
D) o engenheiro Francisco Pereira Passos, o advogado Rui Barbosa e o médico Nina
Rodrigues.
E) o advogado Luís Gama, o engenheiro André Rebouças e o jornalista José do Patrocínio.
Comentários
A luta abolicionista no Brasil contou com a participação de diversas pessoas e o movimento
abolicionista teve diversas frentes. Luís Gama, André Rebouças e José do Patrocínio foram negros
ou mulatos que, tendo papel de destaque na sociedade (advogado, engenheiro e jornalista,
respectivamente), lutaram pelo fim da escravidão.
Gabarito: E
23. (Enem 2013)
A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por
insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi
nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como
aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no
Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades,
que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha
2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:
A) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
B) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
C) optava pela via legalista de libertação.
D) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
E) antecipava a libertação paternalista dos cativos.
Comentários
A partir do texto, fica clara a opinião de Joaquim Nabuco: "é no Parlamento, e não em fazendas ou
quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa
da liberdade".
Gabarito: C
24. (Enem PPL 2012)
TEXTO I

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 49
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da
dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha.
Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos
descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12 out
2011 (adaptado)
TEXTO II
Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos
bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de
sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais
estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e
a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para
o seu fim.
COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em
www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)

Segundo Joaquim Nabuco, a solução do problema escravista no Brasil ocorreria como


resultado da:
A) Evolução moral da sociedade.
B) Vontade política do Imperador.
C) Atuação isenta da Igreja Católica.
D) Ineficácia econômica do trabalho escravo.
E) Implantação nacional do movimento republicano.
Comentários
Como ambos os textos deixam claro, Nabuco associou o “ter escravos” ao “constrangimento”,
deixando claro que, para a sociedade do Segundo Reinado, a escravidão era uma herança moral
vergonhosa.
Gabarito: A
25. (Enem 2008)
O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição da
escravatura com as seguintes palavras: "Cinco ações ou concursos diferentes cooperaram
para o resultado final: 10) o espírito daqueles que criavam a opinião pela ideia, pela palavra,
pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos "meetings" [reuniões
públicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 20) a ação coercitiva dos
que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão,
arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 30) a ação complementar dos próprios
proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 50
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

suas 'fábricas'; 40) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo;
50) a ação da família imperial."
Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com
adaptações).

Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma
luta:
A) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários
que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.
B) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de
proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de
estadistas e, posteriormente, ações republicanas.
C) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de
proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.
D) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que
buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.
E) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por
proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na
adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.
Comentários
O autor destaca ações de pessoas e grupos diferentes, que adotaram formas e expressões
diferentes, através da imprensa, da ação voluntária ou da ação política, congregaram intelectuais,
proprietários e políticos, incluindo a família real; todos com o mesmo ideal: a abolição.
Gabarito: A
26. (G1 - cftmg 2015)
“Avisa-se a qualquer pai de família, que precise de ama-de-leite para criar algum de seus
filhos, especule bem, que não seja a crioula Maria Theodora, filha da criada Anastácia, (...)
pois a dita ama costuma tomar pagamento adiantado, e depois mostra-se enfadada, levanta-
se com seus amos e, quando os apanha descuidados, foge pela porta fora, deixando a criança
sem leite, assim como fez pelas 11 horas da noite do dia 12 do corrente, em uma casa aonde
estava criando: consta não parar em parte alguma”.
(Diário de Pernambuco, 14 de março de 1846).

Sobre o aviso publicado no Diário de Pernambuco, é INCORRETO concluir que:


A) o jornal era utilizado de forma igualitária pela sociedade como veículo de debate.
B) o espaço doméstico era marcado pelos conflitos decorrentes das relações escravistas.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 51
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) o periódico funcionava como ferramenta pelos senhores para denúncia de criadas


insubmissas.
D) as exigências feitas pelos patrões para a ama de leite eram motivadas por suas
desconfianças.
Comentários
Não se pode deduzir, pelo excerto, que existia igualdade na forma de acesso ao jornal por parte de
toda a sociedade. Aliás, pelo teor do anúncio, pode-se deduzir o contrário: que a elite branca
compunha a maioria dos leitores do periódico.
Gabarito: A
27. (Uece 2015)
Pouco antes da independência, o Brasil possuía em torno de 1.887.900 habitantes livres e
1.930.000 escravos negros. Os escravos concentravam-se principalmente em:
A) Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
B) Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo.
C) Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Paraíba.
D) Maranhão, Paraíba, Bahia e Minas Gerais.
Comentários
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete ao número de pessoas que morava no
Brasil no contexto da independência do Brasil. Um pouco mais da metade da população era
composta por escravos que estavam concentrados nas regiões de Pernambuco, Bahia (eixo
econômico nos séculos XVI e XVII), Rio de Janeiro (capital do Brasil entre 1763-1960) e Minas
Gerais (eixo econômico no século XVIII).
Gabarito: A
28. (G1 - cps 2015)
Leia o texto e analise a tabela para responder à questão.
O Brasil foi um dos principais destinos dos navios chamados de tumbeiros, que transportavam
centenas de africanos durante a existência do regime escravista. Entre os séculos XVI e XIX,
estima-se que ao menos 5,5 milhões de africanos tenham sido embarcados para o Brasil, o
que representa cerca da metade do total das pessoas capturadas na África para a escravidão
nesse período. Desses africanos, calcula-se que 3,6 milhões eram procedentes da África
Centro-Ocidental e do Sudeste Africano – regiões do grande grupo etnolinguístico banto –
que compartilham elementos culturais, sociais, tecnológicos semelhantes entre si.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 52
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Africanos centro-ocidentais e do sudeste embarcados para o Brasil, por


região de destino
Período
1525- 1601- 1701- 1801-
Totais
1600 1700 1800 1865
Amazônia 0 0 17584 34026 51610
Bahia 5647 251782 282999 175963 716391
Destino

Pernambuco 18089 222136 212822 229004 682051


Sudeste 1581 220366 719458 1239805 2184399
Outros 287 1581 9009 30812 41689
Totais 28793 695865 1241872 1709610 3676140

De acordo com os dados da tabela, sobre o transporte de africanos para o Brasil, é correto
concluir que:
A) mais de 2 milhões de africanos embarcaram entre 1601 e 1800.
B) a Amazônia não recebeu africanos escravizados no século XVIII.
C) Bahia e Pernambuco eram o destino da maior parte dessas pessoas.
D) o maior número de africanos destinados ao Sudeste embarcou no século XIX.
E) a região Sudeste sempre foi o destino da maior parte das pessoas que embarcaram.
Comentários
A questão remete à quantidade de africanos que foram deslocados de sua terra natal para serem
escravos na América Portuguesa. Os navios chamados tumbeiros faziam o embarque. E a
observação atenta dos dados contidos na tabela remete à alternativa correta.
Gabarito: D
29. (Fuvest 2014)
O tráfico de escravos africanos para o Brasil:
A) teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas
nas Minas Gerais.
B) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e
foi extinto, de vez, no início do século XIX.
C) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do
século XIX.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 53
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito da pressão contrária das


regiões auríferas.
E) dependeu, desde o seu início, diretamente do bom sucesso das capitanias hereditárias, e,
por isso, esteve concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente, até o século
XVIII.
Comentários
A associação de datas está correta: o tráfico começa com o Ciclo do Açúcar, no século XVI, e
termina em 1850 (século XIX), com a Lei Eusébio de Queiroz.
Gabarito: C
30. (Enem PPL 2014)
Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se
definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais – o Conservador e o
Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários
rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes,
entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana,
alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo,
Minas e Rio Grande do Sul.
FAUSTO, B. História do Brasil. S Paulo: Edusp, 1996.

No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo
Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão
indicados, respectivamente, em:
A) Abolição da escravidão – Adoção do trabalho assalariado.
B) Difusão da industrialização – Conservação do latifúndio monocultor.
C) Promoção do protecionismo – Remoção das barreiras alfandegárias.
D) Preservação do unitarismo – Ampliação da descentralização provincial.
E) Implementação do republicanismo – Continuação da monarquia constitucional.
Comentários
Apesar de compartilharem uma série de características e princípios – a ponto de a frase nada mais
conservador que um liberal no poderse tornar famosa durante o Segundo Reinado – os partidos
Conservador e Liberal apresentavam alguns pontos divergentes de opinião. O mais significativo
deles dizia a respeito da centralização do poder provincial. Os conservadores eram a favor na
unidade de poder centralizado junto ao governo federal e o liberal era a favor do federalismo, ou
seja, da autonomia do poder provincial.
Gabarito: D

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 54
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

31. (Fuvest 2010)


“Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição
à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 1817. É um assunto para o
nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o
deixaríamos fora do quadro que nos propusemos tratar.”
F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854.

O texto trata da Revolução pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é


possível afirmar que os insurgentes:
A) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos
portugueses desse território.
B) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da
==1c467a==

escravidão na região.
C) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da
Companhia do Grão-Pará e Maranhão.
D) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e
pessoas das camadas populares.
E) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à
livre exploração da terra.
Comentários
A Revolução Pernambucana de 1817 insere-se no contexto dos movimentos emancipacionistas e
de caráter republicano ocorridos no Brasil desde o final do século XVIII. Dentre as suas causas
destacam-se a crise econômica regional, presença maciça de portugueses na liderança do governo
e na administração pública, a criação de novos impostos por Dom João VI e a influência das ideias
Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas. O movimento foi, rapidamnete sufocado
pela ação de tropas governamentais.
Gabarito: A
32. (Unesp 2003)
Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado
de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos
subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)

a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 55
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o
preço dos escravos subiu".
Comentários
a) Lei do Ventre Livre.
b) A lei declarava livres os filhos de escravas nascidos a partir de sua promulgação. Em
consequência, "o preço dos escravos subiu" diante da perspectiva de não nascerem mais escravos
no país.

33. (Ufscar 2001)


Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado
em 1883.
Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido
informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço
dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito
de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o
de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a
mesma.
("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.)

a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.

b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão


começou a mudar após 1871?
Comentários
a) Joaquim Nabuco refere-se à Lei do Ventre Livre, de autoria do Visconde de Rio Branco. Ela
estabelecia que os filhos dos escravos que nascessem a partir daquela data (1871) seriam
considerados livres, porém o senhor mantinha consigo o liberto até os 8 anos, quando optava
entre uma indenização ou o seu uso como mão de obra gratuita até os 21 anos.

b) Joaquim Nabuco denunciou o efeito da lei de 1871 sobre o preço da mão de obra escrava, que
estava em alta, como estivera após a extinção do tráfico. Desse modo, a campanha abolicionista,
atingindo os interesses dos grandes senhores de terras, aliava aos argumentos humanitários o
poderoso argumento da pressão econômica sobre os empresários refratários ao direito de
liberdade dos negros.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 56
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

1. (IAUPE - PM-PE / 2018)


Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que
posteriormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto,
finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país
escravista.”
(Charles Darwin).

A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela
representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que:
A) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia
uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco,
rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas
europeias e norte-americana.
B) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a
partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes
continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
C) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto
a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma
queda de cinquenta por cento em relação a 1815.
D) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico
de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar
mais a entrada de africanos escravizados pós 1850.
E) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania
de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a
pressão internacional.

2. (IAUPE - PM-PE / 2018)


“Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a
revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos
terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados,
outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por
exemplo, o caso de Palmares.”

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 57
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

(REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)

Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência


escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele.
Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram em
solo pernambucano.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que:
A) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um
escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade
em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono
soubesse o que, de fato, havia acontecido.
B) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda,
foi um dos maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda
metade do século XIX.
C) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos
como forma de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de
diversão.
D) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a
religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram os
escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás.
E) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a
população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos
moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra os
escravos rebeldes na capitania de Pernambuco.

3. (IAUPE - PM-PE / 2018)


Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que
a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus
descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da
diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja
um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da
cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a
estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de
Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás
plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lu
garesdememoriadaculturanegraguillen.pdf)

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 58
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa


CORRETA.
A) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e
libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-
brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de
xangô.
B) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século
XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.
C) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga
carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os
atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século
XIX.
D) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre
os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido
feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX.
E) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa
liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.

4. (IAUPE - PM-PE / 2016)


Leia os textos a seguir:
Texto I
“A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um
repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais
dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”.
LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e
catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39.
Texto II
“A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem
direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por
vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a
história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim,
anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”.

Texto III
“O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas
toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 59
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e


catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11.

Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em
Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA.
A) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados,
garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos
anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco.
B) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os
afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas,
sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade.
C) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse
Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia.
D) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi
possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham
esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da
identidade e do respeito à diversidade cultural.
E) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras
reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e
rainhas do congo.

5. (IAUPE - PM-PE / 2016)


Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de escravos
tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e tomou as mais diversas
formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu apogeu com o maior afluxo
de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar nelas não apenas o número
de escravos, mas também as formas de resistência, que se diversificavam cada vez mais. E, se
as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas dessas formas de resistência, nunca
foram as únicas.
Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho:
“Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o
Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias
melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o
interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de
parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.”
(CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850.
Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2010. P. 176)

Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 60
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

A) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu
beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente
nas chamadas insurreições liberais.
B) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX,
cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e
canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada por
seu predecessor, o quilombo de Palmares.
C) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se
desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas „fugas de portas a dentro‟, quando
um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a
um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação.
D) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados
santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas
de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e ex- escravos nas margens da sociedade
escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica.
E) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e
assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção.

6. (IAUPE - PM-PE / 2016)


O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria sido apenas mais um dos
vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado errado. Tudo começou
quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também utilizada para o tráfico
atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros Wanderley,
acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso
às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque na imprensa, por ter sido o
último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos africanos a bordo.
(CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos
depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n° 167, julho/dezembro 2012. pp. 223-260).

Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA.


A) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam
na Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das
autoridades imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do
contrabando de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania.
B) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para frear
o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante a
década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco
diminuiu de forma vertiginosa.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 61
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada
fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o
porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de
escravos.
D) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de
Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que
fatos como este fossem corriqueiros.
E) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência
abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as
elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do
exterior, principalmente a dos chineses.

7. (IAUPE/Upe 2015)
A evolução da sociedade brasileira no século XIX apresentou várias características
importantes. A primeira foi a ascensão de uma nova cultura de exportação, o café, que
formaria a base de uma nova economia escravista de grande lavoura na região Sudeste. A
segunda foi o contínuo crescimento das tradicionais culturas coloniais de exportação.
(LUNA, Francisco Vidal. & KLEIN, Herbert S. Escravismo no Brasil. São Paulo: Edusp / Imprensa
Oficial, 2010. p. 89. Adaptado)

Sobre a temática e a realidade apresentadas no texto, analise as afirmativas seguintes:


I. O açúcar voltou a ser um produto competitivo no mercado mundial, com o declínio da
indústria açucareira em São Domingos e nas Antilhas Britânicas.
II. O tráfico negreiro para o Brasil se extinguiu em 1840, com o início do Segundo Reinado.
III. A produção brasileira de algodão, após sofrer com a forte competição do Sul dos Estados
Unidos na primeira metade do século, reergueu-se na década de 1860, durante a Guerra de
Secessão Americana.
IV. O crescimento dessas novas e velhas culturas de exportação impediu o início da
industrialização brasileira, que só veio a se desenvolver nos primórdios do século XX.
V. O crescimento de todas essas culturas de exportação gerou uma demanda sempre
crescente por escravos, e, na terceira década do século XIX, o tráfico atlântico chegou ao
auge.

Estão CORRETAS
A) I, II e III.
B) III, IV e V.
C) II, III e IV.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 62
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) I, III e V.
E) II, IV e V.

8. (IAUPE/Upe 2015)
A própria forma pela qual, em geral, nos referimos aos eventos ocorridos em 15 de novembro
de 1889 - a "Proclamação da República" - já incorpora algumas ideias importantes. Em
primeiro lugar, a de que ocorreu uma "proclamação". Logo surgem outras ideias, como a de
que a República no Brasil teria sido algo inevitável, uma etapa necessária da "evolução" da
sociedade brasileira. Ainda mais, podemos imaginar que o fácil sucesso do golpe de Estado
seria resultado de um consenso nacional, e que os militares, os principais protagonistas do
movimento, teriam atuado de forma unida e coesa.
(15 DE NOVEMBRO DE 1889: A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA. CPDOC/FGV. Disponível em:
http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/ProclamacaoRepublica)

O evento citado no texto teve como principal característica sociopolítica:


A) uma organização e execução militar.
B) a oposição da chamada ‘mocidade militar’.
C) uma unidade entre os diversos setores militares.
D) a fundamental participação da marinha e de seus oficiais.
E) a participação massiva dos Republicanos civis do final do Império.

9. (IAUPE/Upe 2014 - Adaptada)


O Brasil da segunda metade do século XIX viveu um desenvolvimento urbano e econômico,
que gerou reflexos na sua produção cultural. Espaço de surgimento e atuação de vários
artistas e intelectuais, as cidades do Brasil Imperial foram o palco de uma efervescência
artístico-cultural ímpar.
Sobre essa realidade, assinale a alternativa CORRETA.
A) Machado de Assis, principal escritor do Modernismo brasileiro, foi autor de várias obras
que tiveram ampla aceitação popular, o que lhe proporcionou, inclusive, fama no exterior.
B) As pinturas de Pedro Américo refletiam um tom romântico e nacionalista, retratando,
inclusive, acontecimentos históricos pátrios.
C) Aluísio de Azevedo, grande expoente do romantismo literário no Brasil, sofreu com a
censura imperial, em relação a sua obra.
D) Castro Alves, grande símbolo do chamado ‘mal do século’, foi autor de poesias que tiveram
ampla repercussão nacional.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 63
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

10. (IAUPE/Upe 2013)


Observe um trecho da letra do samba Vai passar, de Chico Buarque de Holanda:
Num tempo, página infeliz da nossa história, / passagem desbotada na memória / Das nossas
novas gerações. // Dormia a nossa pátria mãe tão distraída / sem perceber que era subtraída
/ Em tenebrosas transações. // Seus filhos erravam cegos pelo continente, / levavam pedras
feito penitentes / erguendo estranhas catedrais.
Com base no texto e nos conteúdos referentes à escravidão no Brasil imperial, assinale a
alternativa CORRETA.
A) A música faz referência à utilização da mão de obra escrava que sozinha ergueu as cidades
do passado.
B) A música retrata os aspectos desumanos das relações sociais do passado brasileiro que
atingiam apenas os escravos.
C) Mesmo considerando as dificuldades vivenciadas pelos escravos, como afirma a canção, a
conquista de sua liberdade dependia apenas dos seus esforços.
D) Apesar dos sofrimentos relativos à condição escrava, era comum, no século XIX, ver, nas
grandes cidades, escravos que, por exercerem determinados ofícios, detinham uma certa
autonomia.
E) Durante o século XIX, a escravidão se limitava aos africanos e a seus descendentes.

11. (IAUPE/Upe 2013)


Quando alguém mencionava, no Brasil dos séculos XVIII e XIX, um africano, o mais provável é
que estivesse a falar de um escravo, pois nessa condição amargava a maioria dos homens e
mulheres que, vindos da África, aqui viviam. Mas podia também referir-se a um liberto, ou
seja, a um ex-escravo. Ou a um emancipado, isto é, um negro retirado de um navio
surpreendido no tráfico clandestino. Ou, o que era mais raro, a um homem livre que jamais
sofrera o cativeiro.
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África. 5ª
edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011, p. 157.

Sobre o que afirma o texto, analise as seguintes proposições:


I. Nas décadas finais do século XIX, antes da Abolição, uma parcela da população africana do
Brasil já estava liberta.
II. A Inglaterra destacou-se, no século XIX, pelo combate ao tráfico clandestino de africanos.
III. Os escravos urbanos não podiam se tornar libertos.
IV. O Brasil proibiu o tráfico negreiro já no final do século XVIII.
V. A presença africana no Brasil dos séculos XVIII e XIX caracterizava-se por uma diversidade
de condições de vida.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 64
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

Estão CORRETAS:
A) I, II e III.
B) I, III e IV.
C) I, II e V.
D) II, III e V.
E) I, IV e V.

12. (G1 - ifsul 2016)


A partir da segunda metade do século XIX, vários intelectuais, escritores, jornalistas e
políticos discutiam a relação existente entre a utilização da mão de obra escrava e a questão
do desenvolvimento nacional. Enquanto as nações europeias se industrializavam e buscavam
formas de ampliar a exploração da mão de obra assalariada, o Brasil se afastava desses
modelos de civilidade ao preservar a escravidão como prática rotineira.
Disponível em: http://www.brasilescola.com/datas-comemorativas/dia-abolicao-
escravatura.htm. Acesso em 21 set. 2015.

A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.

13. (Fgv 2016)


O excerto a seguir faz parte do parecer de uma comissão da Câmara dos Deputados sobre a
lei de 1871, que discutia a escravidão no Brasil.
“Sem educação nem instrução, embebe-se nos vícios mais próprios do homem não civilizado.
Convivendo com gente de raça superior, inocula nela os seus maus hábitos. Sem jus ao
produto do trabalho, busca no roubo os meios de satisfação dos apetites. Sem laços de
família, procede como inimigo ou estranho à sociedade, que o repele. Vaga Vênus arroja aos
maiores excessos aquele ardente sangue líbico; e o concubinato em larga escala é tolerado,
quando não animado, facultando-se assim aos jovens de ambos os sexos, para espetáculo
doméstico, o mais torpe dos exemplos. Finalmente, com as degradantes cenas da servidão,
não pode a mais ilustrada das sociedades deixar de corromper-se.”

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 65
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

(apudSidney Chalhoub, Machado de Assis, historiador. 2003)

No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
D) cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e
homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais
violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos.
E) moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em
síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata.

14. (G1 - ifce 2016)


Em meados do século XIX, durante o Segundo Reinado, o Brasil vivenciou um grande surto de
crescimento industrial. Sobre os fatores responsáveis pelo referido crescimento, considere as
proposições a seguir.
I. Disponibilidade de capitais oriundos dos lucros obtidos com a exportação do café, principal
produto da economia brasileira naquele momento.
II. Redução das taxas alfandegárias sobre os produtos importados com as tarifas Alves Branco
(1844), o que favoreceu a aquisição das máquinas necessárias ao desenvolvimento industrial.
III. Disponibilidade de capitais com a extinção do tráfico negreiro através da Lei Eusébio de
Queirós, em 1850.
IV. Iniciativas de empresários como Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, principal
incentivador das atividades urbano-industriais no país.
V. Abundância de mão de obra negra especializada a partir do fim da escravidão, com a Lei
Áurea, em 1888.

Está correto somente o afirmado em


A) III, IV e V.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 66
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

B) I, II e IV.
C) II, III e V.
D) I, III e IV.
E) I, II e III.

15. (Udesc 2016)


A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de
1871.
Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa correta.
A) Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia liberdade a todas as crianças e às
respectivas mães que viviam sob a escravidão no território brasileiro.
B) Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, visto que não previa indenização
pelo fim da escravidão das crianças nascidas a partir da publicação da lei.
C) Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a partir da publicação da lei, mas deixava
a possibilidade dessas crianças permanecerem sob “os cuidados” do antigo proprietário até a
idade de 21 anos.
D) Como a lei libertava a criança, mas não libertava os pais, assim que nasciam essas crianças
eram retiradas do convívio com os pais escravizados e eram destinadas a um abrigo mantido
pelo Estado.
E) De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de manter as crianças libertas junto aos
pais escravizados até a maioridade, mas os senhores não podiam usufruir da mão de obra
delas.

16. (G1 - ifsc 2016)


Em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o tráfico de escravos para o Brasil foi proibido
definitivamente. Sobre a importação de escravos e sua proibição, assinale a alternativa
CORRETA.
A) A Lei Eusébio de Queiroz foi uma resposta à pressão estrangeira, principalmente exercida
pela França sobre o Brasil, após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
B) O fim do tráfico de escravos baseou-se em mais uma lei sem aplicação no Brasil, pois
quando ela foi promulgada, já não existia mais escravidão no país.
C) O fim do tráfico foi resultado dos crescentes movimentos armados empreendidos pelos
escravos brasileiros.
D) A proibição do tráfico de escravos para o Brasil não surtiu efeito, pois o trabalho realizado
por eles já não era economicamente relevante.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 67
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

E) A Lei Eusébio de Queiroz levou ao aumento do comércio interno e do preço dos escravos
entre as regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.

17. (Upe 2012)


Analise a charge a seguir.

A charge de Bordallo Pinheiro, publicada em 1875, mostra o imperador D. Pedro II sendo


castigado pelo Papa em clara alusão à chamada questão religiosa. Sobre esse episódio do
final do regime monárquico no Brasil, é correto afirmar que:
A) a tensão entre Estado e Igreja não contribuiu para a crise da monarquia no Brasil.
B) a origem da questão foi a não determinação de expulsão de maçons das irmandades
religiosas por D. Pedro II, descumprindo determinação papal.
C) apesar da opinião pública contrária, o imperador manteve na prisão, até o cumprimento
total da pena, os dois bispos por não acatarem suas determinações.
D) na província de Pernambuco, as determinações de D. Pedro II foram postas em prática
pelo bispo de Olinda.
E) após o incidente, a Igreja passou a condenar oficialmente a prática da escravidão negra no
Brasil.

18. (Upe 2011)


A partir das últimas décadas do século XIX, uma série de mudanças importantes e cada vez
mais rápidas marcou a cultura e a língua do Brasil, que foram motivadas pelo (pela):
A) fim da escravidão, pela chegada de imigrantes, pela industrialização e pelo contínuo
deslocamento de milhares de pessoas de áreas rurais para o centro urbano.
B) crescimento das cidades que se multiplicaram, tornando-se verdadeiros “caldeirões” de
línguas e pelo Romantismo que surgiu em oposição aos valores da sociedade proletária que
então se firmava.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 68
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) surgimento do Naturalismo que acentuava a relação entre o indivíduo e o meio ambiente e


estimulava a reflexão sobre as condições ambientais de sua época.
D) Realismo que retratava a realidade de um modo direto e impessoal, embora se deixasse
envolver emocionalmente por ela e pelo deslocamento do eixo cultural do campo para a
cidade.
E) invenção do cinema que registrava cenas do cotidiano, do sentimento e da história, com a
tecnologia do som e a imprensa que divulgava os principais eventos da sociedade.

19. (Upe 2011 - Adaptada)


“A história da escravidão africana na América é um abismo de degradação e miséria que se
não pode sondar, e, infelizmente, essa é a história do crescimento do Brasil. No ponto a que
chegamos, olhando para o passado, nós, brasileiros, descendentes ou da raça que escreveu
essa triste página da humanidade ou da raça com cujo sangue ela foi escrita, ou da fusão de
uma e outra, não devemos perder tempo a nos envergonharmos desse longo passado que
não podemos lavar, dessa hereditariedade que não há como repelir. Devemos fazer convergir
todos os nossos esforços para o fim de eliminar a escravidão do nosso organismo, de forma
que essa fatalidade nacional diminua em nós e se transmita às gerações futuras, já apagada,
rudimentar e atrofiada”.
(NABUCO, J. Essencial. São Paulo: Penguin / Companhia das Letras, 2010)

Comemoramos, em 2010, o centenário de morte de Joaquim Nabuco (1848-1910), uma das


grandes figuras políticas do império, destacando-se como um dos principais nomes da
campanha abolicionista no Brasil do século XIX. Sobre a escravidão no Brasil, analise as
afirmativas abaixo e conclua.
( ) Apesar da força da campanha abolicionista, a escravidão no Brasil adentrou o século XX
como a principal mão de obra da economia imperial.
( ) O contexto de expansão das ideias abolicionistas no Brasil foi influenciado pela pressão
inglesa pelo fim do tráfico atlântico e pelos interesses europeus pela exploração econômica
do território africano.
( ) Mesmo depois da proibição oficial do tráfico negreiro para o Brasil em 1850, escravos
ainda entraram ilegalmente, no território brasileiro.
( ) A exploração do trabalho escravo africano no Brasil do século XIX estava intimamente
ligada à produção cafeeira.
( ) Joaquim Nabuco era um pregador solitário contra a escravidão em territórios
brasileiros, por isso não podemos perceber a campanha abolicionista no Império como um
dos fatores para a extinção da escravidão negra no país.
Marque a sequência correta:
A) V - F - V - F - F.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 69
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - F - F.

20. (Upe 2011)


Dentre as revoltas políticas e sociais que abalaram o Império do Brasil, a Revolta Praieira se
destaca. Para muitos historiadores, essa revolta ocorrida em Pernambuco, em 1848, foi a
última atribulação política interna do império. Sendo assim, sobre a Praieira e seu contexto
histórico, podemos assinalar que:
A) no Pernambuco da primeira metade do século XIX, a mão de obra escrava não era mais
essencial para a produção do açúcar.
B) não podemos enquadrar a Praieira no conjunto das revoltas liberais que abalaram o
Pernambuco no oitocentos.
C) não há como se analisar a Praieira, sem se considerar a atuação do partido liberal na
província de Pernambuco.
D) em essência, as propostas da Praieira divergiam dos movimentos de 1817 e 1824, por não
compactuar dos ideais do liberalismo.
E) a repressão estatal, empreendida por D. Pedro I, debelou rapidamente os insurgentes da
Praieira.

21. (Upe 2011 - Adaptada)


Leia o texto abaixo:
Os cativos do Engenho Santana (…) após a expulsão dos jesuítas em 1759 (...) provocaram a
paralisação do engenho por dois anos; porém, atacados por expedições militares, foram
finalmente levados a propor um tratado de paz, estabelecendo as condições sob as quais
retornariam à servidão. Sílvio Ferreira fingiu aceitá-las e prometeu alforriar o líder, mas,
quando os rebeldes retornaram, conseguiu que fossem presos. O trabalho proposto fornece-
nos uma rara oportunidade de conhecer as aspirações dos cativos e de formar uma imagem
de sua percepção da vida em um engenho. A maior parte das reivindicações referia-se a
condições de trabalho específicas e a necessidades mínimas de conforto material. Procurava-
se limitação das tarefas desagradáveis, redução de cotas de trabalho e um número mínimo
de trabalhadores em determinados serviços. O castigo corporal não era mencionado, e
evidenciava-se a rivalidade entre crioulos e africanos.
A preocupação maior dos escravos era ter sua própria terra, cultivar o seu próprio alimento e
comercializar o excedente. Pediam as sextas-feiras e os sábados livres para dedicarem-se a

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 70
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

seus próprios afazeres, o direito de plantar arroz e cortar madeira sempre que desejassem e
de serem-lhes dadas redes e canoas.
SCHWARTZ, S. B. Apud CARMO, P. S. do. História e ética do trabalho no Brasil. São Paulo:
Moderna, 1998.

O texto nos dá uma ideia pouco conhecida do sistema escravista, que marcou a História do
Brasil, considerando que:
( ) para os senhores, reivindicações como essas soavam estranhas, pois tinham como
padrão rígido o negro escravizado, cujos pensamentos e cujas vontades nunca eram levados
em consideração.
( ) o desejo e a recompensa de liberdade eram a forma mais eficaz de estímulo ao trabalho.
( ) a Guerra do Paraguai (1865-1870) exerceu um incentivo para o escravo se distanciar do
sofrimento da labuta.
( ) os escravos, em seus cultos, resistiam simbolicamente à dominação. O candomblé
representava um ritual de liberdade, um ato de protesto, uma reação à opressão da religião
branca.
( ) o desenvolvimento do capitalismo do século XIX tornou o sistema escravista inoperante,
significando a melhoria das relações de trabalho, ao absorver a mão de obra ex-escrava nas
novas atividades industriais.

A sequência correta é:
A) V - F - V - F - F.
B) F - V - F - F - V.
C) F - V - V - V - F.
D) V - F - F - F - V.
E) V - V - V - V - F.

22. (Fgv 2015)


Durante muito tempo, o fim da escravidão no Brasil foi visto como uma concessão generosa
da princesa Izabel, em 1888. Atualmente, os historiadores reconhecem o papel das lutas dos
escravos pela liberdade, bem como dos diversos movimentos abolicionistas brasileiros.
Foram líderes abolicionistas negros:
A) o advogado Joaquim Nabuco, o médico Nina Rodrigues e o engenheiro André Rebouças.
B) o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro, o engenheiro Francisco Pereira Passos e o
jornalista José do Patrocínio.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 71
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

C) o médico Nina Rodrigues, o fazendeiro Nicolau de Campos Vergueiro e o advogado Luís


Gama.
D) o engenheiro Francisco Pereira Passos, o advogado Rui Barbosa e o médico Nina
Rodrigues.
E) o advogado Luís Gama, o engenheiro André Rebouças e o jornalista José do Patrocínio.

23. (Enem 2013)


A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por
insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi
nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como
aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no
Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades,
que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade.
NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha
2000 (adaptado).

No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da
escravidão no Brasil, no qual:
A) copiava o modelo haitiano de emancipação negra.
B) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais.
C) optava pela via legalista de libertação.
D) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores.
E) antecipava a libertação paternalista dos cativos.

24. (Enem PPL 2012)


TEXTO I
Já existe, em nosso país, uma consciência nacional que vai introduzindo o elemento da
dignidade humana em nossa legislação, e para qual a escravidão é uma verdadeira mancha.
Essa consciência resulta da mistura de duas correntes diversas: o arrependimento dos
descendentes de senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros de escravos.
NABUCO, J. O abolicionismo. Disponível em www.dominiopublico.gov.br. Acesso em 12 out
2011 (adaptado)
TEXTO II
Joaquim Nabuco era bom de marketing. Como verdadeiro estrategista, soube trabalhar nos
bastidores para impulsionar a campanha abolicionista, utilizando com maestria a imprensa de
sua época. Criou repercussão internacional para a causa abolicionista, publicando em jornais

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 72
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

estrangeiros lidos e respeitados pelas elites brasileiras. Com isso, a campanha ganhou vulto e
a escravidão se tornou um constrangimento, uma vergonha nacional, caminhando assim para
o seu fim.
COSTA e SILVA, P. “Um abolicionista bom de marketing”. Disponível em
www.revistadehistoria.com.br. Acesso em 27 de jan. 2012 (adaptado)

Segundo Joaquim Nabuco, a solução do problema escravista no Brasil ocorreria como


resultado da:
A) Evolução moral da sociedade.
B) Vontade política do Imperador.
C) Atuação isenta da Igreja Católica.
D) Ineficácia econômica do trabalho escravo.
E) Implantação nacional do movimento republicano.

25. (Enem 2008)


O abolicionista Joaquim Nabuco fez um resumo dos fatores que levaram à abolição da
escravatura com as seguintes palavras: "Cinco ações ou concursos diferentes cooperaram
para o resultado final: 10) o espírito daqueles que criavam a opinião pela ideia, pela palavra,
pelo sentimento, e que a faziam valer por meio do Parlamento, dos "meetings" [reuniões
públicas], da imprensa, do ensino superior, do púlpito, dos tribunais; 20) a ação coercitiva dos
que se propunham a destruir materialmente o formidável aparelho da escravidão,
arrebatando os escravos ao poder dos senhores; 30) a ação complementar dos próprios
proprietários, que, à medida que o movimento se precipitava, iam libertando em massa as
suas 'fábricas'; 40) a ação da política dos estadistas, representando as concessões do governo;
50) a ação da família imperial."
Joaquim Nabuco. Minha formação. São Paulo: Martin Claret, 2005. p. 144 (com
adaptações).

Nesse texto, Joaquim Nabuco afirma que a abolição da escravatura foi o resultado de uma
luta:
A) de ideias, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de proprietários
que libertavam seus escravos, de estadistas e da ação da família imperial.
B) de classes, associada a ações contra a organização escravista, que foi seguida pela ajuda de
proprietários que substituíam os escravos por assalariados, o que provocou a adesão de
estadistas e, posteriormente, ações republicanas.
C) partidária, associada a ações contra a organização escravista, com o auxílio de
proprietários que mudavam seu foco de investimento e da ação da família imperial.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 73
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) política, associada a ações contra a organização escravista, sabotada por proprietários que
buscavam manter o escravismo, por estadistas e pela ação republicana contra a realeza.
E) religiosa, associada a ações contra a organização escravista, que fora apoiada por
proprietários que haviam substituído os seus escravos por imigrantes, o que resultou na
adesão de estadistas republicanos na luta contra a realeza.

26. (G1 - cftmg 2015)


“Avisa-se a qualquer pai de família, que precise de ama-de-leite para criar algum de seus
filhos, especule bem, que não seja a crioula Maria Theodora, filha da criada Anastácia, (...)
pois a dita ama costuma tomar pagamento adiantado, e depois mostra-se enfadada, levanta-
se com seus amos e, quando os apanha descuidados, foge pela porta fora, deixando a criança
sem leite, assim como fez pelas 11 horas da noite do dia 12 do corrente, em uma casa aonde
estava criando: consta não parar em parte alguma”.
(Diário de Pernambuco, 14 de março de 1846).

Sobre o aviso publicado no Diário de Pernambuco, é INCORRETO concluir que:


A) o jornal era utilizado de forma igualitária pela sociedade como veículo de debate.
B) o espaço doméstico era marcado pelos conflitos decorrentes das relações escravistas.
C) o periódico funcionava como ferramenta pelos senhores para denúncia de criadas
insubmissas.
D) as exigências feitas pelos patrões para a ama de leite eram motivadas por suas
desconfianças.

27. (Uece 2015)


Pouco antes da independência, o Brasil possuía em torno de 1.887.900 habitantes livres e
1.930.000 escravos negros. Os escravos concentravam-se principalmente em:
A) Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
B) Pernambuco, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo.
C) Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Paraíba.
D) Maranhão, Paraíba, Bahia e Minas Gerais.

28. (G1 - cps 2015)


Leia o texto e analise a tabela para responder à questão.
O Brasil foi um dos principais destinos dos navios chamados de tumbeiros, que transportavam
centenas de africanos durante a existência do regime escravista. Entre os séculos XVI e XIX,
estima-se que ao menos 5,5 milhões de africanos tenham sido embarcados para o Brasil, o

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 74
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

que representa cerca da metade do total das pessoas capturadas na África para a escravidão
nesse período. Desses africanos, calcula-se que 3,6 milhões eram procedentes da África
Centro-Ocidental e do Sudeste Africano – regiões do grande grupo etnolinguístico banto –
que compartilham elementos culturais, sociais, tecnológicos semelhantes entre si.

Africanos centro-ocidentais e do sudeste embarcados para o Brasil, por


região de destino
Período
1525- 1601- 1701- 1801-
Totais
1600 1700 1800 1865
Amazônia 0 0 17584 34026 51610
Bahia 5647 251782 282999 175963 716391
Destino

Pernambuco 18089 222136 212822 229004 682051


Sudeste 1581 220366 719458 1239805 2184399
Outros 287 1581 9009 30812 41689
Totais 28793 695865 1241872 1709610 3676140

De acordo com os dados da tabela, sobre o transporte de africanos para o Brasil, é correto
concluir que:
A) mais de 2 milhões de africanos embarcaram entre 1601 e 1800.
B) a Amazônia não recebeu africanos escravizados no século XVIII.
C) Bahia e Pernambuco eram o destino da maior parte dessas pessoas.
D) o maior número de africanos destinados ao Sudeste embarcou no século XIX.
E) a região Sudeste sempre foi o destino da maior parte das pessoas que embarcaram.

29. (Fuvest 2014)


O tráfico de escravos africanos para o Brasil:
A) teve início no final do século XVII, quando as primeiras jazidas de ouro foram descobertas
nas Minas Gerais.
B) foi pouco expressivo no século XVII, ao contrário do que ocorreu nos séculos XVI e XVIII, e
foi extinto, de vez, no início do século XIX.
C) teve início na metade do século XVI, e foi praticado, de forma regular, até a metade do
século XIX.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 75
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

D) foi extinto, quando da Independência do Brasil, a despeito da pressão contrária das


regiões auríferas.
E) dependeu, desde o seu início, diretamente do bom sucesso das capitanias hereditárias, e,
por isso, esteve concentrado nas capitanias de Pernambuco e de São Vicente, até o século
XVIII.

30. (Enem PPL 2014)


Enquanto as rebeliões agitavam o país, as tendências políticas no centro dirigente iam se
definindo. Apareciam em germe os dois grandes partidos imperiais – o Conservador e o
Liberal. Os conservadores reuniam magistrados, burocratas, uma parte dos proprietários
rurais, especialmente do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, e os grandes comerciantes,
entre os quais muitos portugueses. Os liberais agrupavam a pequena classe média urbana,
alguns padres e proprietários rurais de áreas menos tradicionais, sobretudo de São Paulo,
Minas e Rio Grande do Sul.
FAUSTO, B. História do Brasil. S Paulo: Edusp, 1996.

No texto, o autor compara a composição das forças políticas que atuaram no Segundo
Reinado (1840-1889). Dois aspectos que caracterizam os partidos Conservador e Liberal estão
indicados, respectivamente, em:
A) Abolição da escravidão – Adoção do trabalho assalariado.
B) Difusão da industrialização – Conservação do latifúndio monocultor.
C) Promoção do protecionismo – Remoção das barreiras alfandegárias.
D) Preservação do unitarismo – Ampliação da descentralização provincial.
E) Implementação do republicanismo – Continuação da monarquia constitucional.

31. (Fuvest 2010)


“Eis que uma revolução, proclamando um governo absolutamente independente da sujeição
à corte do Rio de Janeiro, rebentou em Pernambuco, em março de 1817. É um assunto para o
nosso ânimo tão pouco simpático que, se nos fora permitido [colocar] sobre ele um véu, o
deixaríamos fora do quadro que nos propusemos tratar.”
F. A. Varnhagen. História geral do Brasil, 1854.

O texto trata da Revolução pernambucana de 1817. Com relação a esse acontecimento é


possível afirmar que os insurgentes:
A) pretendiam a separação de Pernambuco do restante do reino, impondo a expulsão dos
portugueses desse território.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 76
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

B) contaram com a ativa participação de homens negros, pondo em risco a manutenção da


escravidão na região.
C) dominaram Pernambuco e o norte da colônia, decretando o fim dos privilégios da
Companhia do Grão-Pará e Maranhão.
D) propuseram a independência e a república, congregando proprietários, comerciantes e
pessoas das camadas populares.
E) implantaram um governo de terror, ameaçando o direito dos pequenos proprietários à
livre exploração da terra.

32. (Unesp 2003)


Em 1871, porém, a Nação Brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data queixar-se de não ter sido informado
de que a reação de brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço dos escravos
subiu depois da lei (...).
(J. Nabuco, "O abolicionismo".)

a) Qual a lei que restringiu a instituição da escravidão no Brasil a que se refere Nabuco?
b) Explique o conteúdo dessa lei e por que o autor afirma que, após sua promulgação, "o
preço dos escravos subiu".

33. (Ufscar 2001)


Leia o seguinte trecho do livro "O Abolicionismo", escrito por Joaquim Nabuco e publicado
em 1883.
Em 1871, porém, a Nação brasileira deu o primeiro aviso à escravidão de que a consciência a
vexava, e ela estava ansiosa por liquidar esse triste passado e começar vida nova. Pode
alguém que tenha adquirido escravos depois desta data, queixar-se de não ter sido
informado de que a reação do brio e do pudor começava a tingir a face da Nação? O preço
dos escravos subiu depois da lei (...) como subira depois de acabado o Tráfico, sendo o efeito
de cada lei humanitária que restringe a propriedade humana aumentar-lhe o valor, como o
de outra qualquer mercadoria, cuja produção diminui quando a procura continua a ser a
mesma.
("O Abolicionismo". Petrópolis: Vozes, 1988, p. 157.)

a) Identifique e escreva sobre o conteúdo da lei de 1871, a que se refere Joaquim Nabuco.
b) De que forma o autor desenvolve o ponto de vista de que a situação da escravidão
começou a mudar após 1871?

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 77
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy
Prof. Freire
Sérgio (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Henrique
Aula
Aula 04 -04
Pernambuco no Fim do II Reinado.

1. Alternativa A 11. Alternativa C 21. Alternativa E


2. Alternativa A 12. Alternativa B 22. Alternativa E
3. Alternativa A 13. Alternativa E 23. Alternativa C
4. Alternativa D 14. Alternativa D 24. Alternativa A
5. Alternativa B 15. Alternativa C 25. Alternativa A
6. Alternativa A 16. Alternativa E 26. Alternativa A
7. Alternativa D 17. Alternativa B 27. Alternativa A
8. Alternativa A 18. Alternativa A 28. Alternativa D
9. Alternativa B 19. Alternativa C 29. Alternativa C
10. Alternativa D 20. Alternativa C 30. Alternativa D
31. Alternativa A

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 78
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79
Rosy Freire (Equipe Sérgio Henrique), Sergio Henrique
Aula 04

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro
você na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

PM-PE (Soldado) História - 2022 - Pré-Edital


www.estrategiaconcursos.com.br
Aspectos Gerais e Históricos de Pernambuco. 79
www.estrategiaconcursos.com.br 11583939466
1853050
- Júlio César 79

Você também pode gostar