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Autor:
Sergio Henrique
05 de Maio de 2023
SUMÁRIO
Eles eram chamados pelos europeus de Tamoios e as tribos já estavam organizadas para
atacar os portugueses, então apoiaram a França. Essa união dos indígenas contra os portugueses
ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios.
Dança dos Trarairiú – Tapuias- Eckhout, Óleo sobre tela, 172x295, século XII
A Segunda invasão francesa foi em 1612, no Maranhão, onde fundaram a cidade de São Luiz.
Criaram a França Equinocial, uma nova colônia, mas dessa vez não era um refúgio huguenote
(calvinista). Nas duas tentativas, associaram-se aos indígenas contra os portugueses. Foram
expulsos do Maranhão em 1615.
Em 1578, Portugal passou por uma profunda crise sucessória que fez com que o país fosse
anexado pela Espanha.
O rei português D. Sebastião, imbuído de uma grande motivação religiosa de expansão do
cristianismo, empreendeu uma invasão ao Norte da África, no Marrocos, com o objetivo de
expulsar os árabes da região. Ele morreu na batalha de Alcácer-Quibir, como era muito jovem, não
deixou herdeiros, sendo assim, quem assumiu o trono foi seu tio-avô, o velho cardeal D. Henrique,
o qual já estava com mais de 80 anos e que por sua vez faleceu em 1580. Com a morte de D.
Henrique chegou ao fim o domínio da Dinastia de Avis.
Desde a morte de Dom Sebastião, passou a ocorreu uma manifestação popular conhecida
como sebastianismo. Surgiu o mito de que o rei morto retornaria triunfante, como um
messias salvador, para retirar Portugal da crise.
Vários pretendentes se candidataram ao trono vago. O mais poderoso pretendente era o rei
da Espanha, Felipe II, que subornou vários nobres portugueses e ocupou militarmente o território
português, anexando-o. Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser também o rei de
Portugal, dando origem ao período denominado “União Ibérica”. Duas exigências foram impostas a
Felipe II: a preservação da estrutura administrativa de Portugal e a exclusividade comercial com as
colônias.
Com a União Ibérica, Portugal passou a ser controlado pela Espanha e herdou seus inimigos.
No mesmo contexto, os holandeses, que eram parte do território do império espanhol, estavam
em guerra de independência e se separaram. Fundaram assim, em 1581, a União Utrecht (primeiro
nome da Holanda independente da Espanha). A Guerra de independência da Holanda teve
motivações religiosas. O país é uma região predominantemente composta por protestantes
calvinistas, e o super católico Felipe II encerrou a era de tolerância religiosa de seu país, passando
assim a ocorrer violentas guerras. A Espanha, para punir economicamente os holandeses, que
eram antigos parceiros econômicos dos portugueses em suas colônias no Brasil, na África e na
Índia,afastou-os do comércio com o mundo colonial lusitano, principalmente do açúcar no
nordeste brasileiro. Todos os portos espanhóis, inclusive os brasileiros, foram proibidos de
comercializar com os flamengos (holandeses).
Comentários
A Holanda era, nos reinados de Carlos I e seu filho Filipe II, uma possessão espanhola. Mas,
devido à forma de governo autoritária de Filipe II no século XVI, a burguesia holandesa
promoveu sua luta de independência. Em resposta a isso, Filipe II proibiu todas as possessões
espanholas de fazer comércio com a Holanda. Devido à ocorrência da União Ibérica, Portugal
e Brasil estavam incluídos nessa proibição.
Gabarito: A
os luso-brasileiros (portugueses e descendentes que aqui habitavam)que ficaram sob seu domínio,
e tratou de ampliar territorialmente o domínio holandês, que passou a ocupar territórios entre o
Maranhão e a Bahia. Nassau devolveu as propriedades aos seus antigos donos, ampliou o crédito e
forneceu empréstimos a juros controlados. Ainda passou a cobrar impostos mais baixos que os
cobrados por Portugal e a realizar importantes melhoramentos urbanos. Apesar da política
conciliadora, ele não conseguiu impedir conflitos e contradições. Os senhores de engenho que
haviam contraído empréstimos com os holandeses não conseguiam saldar suas dívidas, e conflitos
religiosos (apesar da liberdade religiosa concedida pelos holandeses) estavam ocorrendo. Os
conflitos se tornaram mais intensos quando, em 1640, Portugal restabeleceu sua coroa e se
libertou da Espanha, pondo fim à União Ibérica.
4. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO
A expansão territorial foi motivada por fatores políticos, religiosos e econômicos.
Políticos: com a União Ibérica (1580-1640) o tratado de Tordesilhas tornou-se obsoleto,
e colonos brasileiros ultrapassaram a fronteira.
Religiosos:as Missões Jesuíticas penetraram profundamente no território espanhol, na
região sul e no vale do rio Amazonas.
Econômicos
Pecuária: foi praticada como atividade complementar à açucareira, oferecendo
animais de carga, couro e carne. Desenvolveu-se muito bem no cerrado e usava
mão de obra livre indígena.
Bandeirantismo:principais responsáveis pela interiorização do território,
escravização de indígenas, destruição de quilombos e procura de metais preciosos.
Mineração:povoou o interior do território e gerou povoamento e desenvolvimento
de núcleos urbanos espontâneos no MT (Cuiabá), Goiás (cidade de Goiás e
Pirenópolis) e MG (Vila Rica, Mariana, São João del Rey, Congonhas do Campo).
O Tratado de Madri foi o mais importante de todos, principalmente porque depois dele as
alterações nas fronteiras do Brasil foram muito pequenas, ele colocou um limite à expansão
portuguesa nos territórios que, de acordo com o tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha. A
região amazônica foi ocupada pelos portugueses por meio de fortes militares e missões jesuíticas.
Portugal ficou com a bacia amazônica e garantiu a sua posse sobre sua foz atlântica, mas ficou sem
a foz do rio da Prata, que ficou com a Espanha, onde ficava a colônia de Sacramento.
Podemos sintetizar os objetivos portugueses para negociar com os espanhóis nos seguintes
pontos:
1. Conseguir o equilíbrio entre as reivindicações sobre fronteiras coloniais, outorgando
uma parte maior da bacia amazônica a Portugal e do rio da prata à Espanha.
2. Garantir soberania indiscutível sobre os distritos de ouro e diamantes para a Coroa
Portuguesa.
3. Garantir a fronteira sulina do Brasil pela conservação do Rio Grande do Sul e pela
aquisição da região da missão espanhola jesuíta “sete povos”, na margem esquerda do
rio Uruguai.
4. Garantir a fronteira ocidental do Brasil e a comunicação fluvial com Maranhão-Pará,
certificando-se de que a navegação pelos rios amazônicos Tocantins, Tapajós e Madeira
permanecessem em mãos portuguesas.
1. Deter o avanço dos portugueses para o Oeste, pois eles já tinham se estendido por
grande parte do território que, em teoria, era espanhol, embora a área fosse
principalmente de mata virgem.
2. Garantir a colônia de Sacramento, na foz do rio da Prata, que funcionava como porta
dos fundos para o comércio ilegal de portugueses, o contrabando de navios ingleses e
franceses. Piratas ingleses tentaram navegar pelo estuário do rio da prata e procurar
caminhos para chegar às montanhas dos Andes, pois comercializavam ilegalmente com
o vice-reino do Peru, colônia espanhola. A pressão diplomática e ações de pirataria,
tornavam Buenos Aires perigosamente exposta à invasão estrangeira.
O Ouro foi encontrado no final do século XVII, por volta de 1695, pelo bandeirante paulista
Manoel de Borba Gato, que relatou ter encontrado ouro de aluvião às margens do rio das Velhas.
O século XVIII é conhecido como o século do ouro, pois floresceu uma sociedade diferente,
existente até então no Nordeste, e o garimpo foi a principal atividade econômica praticada no país
nesse momento. Havia o ouro de aluvião (encontrado nas beiras dos rios) e o ouro de lavras,
jazidas profundas que, para explorar, eram construídas as minas.
Milhares de pessoas migraram para a região, que passou por grandes transformações. Os
bandeirantes paulistas passaram a cruzar a região planáltica da serra da Mantiqueira (limites entre
SP e MG) e a cabeceira do Rio São Francisco. As principais minerações se desenvolveram ao longo
do Rio das Velhas, das Mortes e do Rio Doce. As monções (expedições fluviais dos bandeirantes)
tornaram-se mais intensas para as Minas através dos rios da bacia do Paraná (como o Tietê,
Paranapanema e Grande, que beira a foz do Velho Chico), e o rio São Francisco tornou-se o grande
eixo de integração e deslocamento entre o nordeste e a região mineradora.
O fluxo migratório foi tão intenso que a coroa portuguesa tentou inutilmente bloquear
algumas vezes os caminhos. Inevitavelmente os bandeirantes paulistas entraram em conflito com
os recém-chegados, pois queriam o monopólio das terras mineradoras. O choque entre os
paulistas e os imigrantes levou à Guerra dos Emboabas. Era o nome pejorativo pelo qual os
bandeirantes tratavam os “forasteiros”, comparando-os com um passarinho emplumado, pois os
recém-chegados se enrolavam em panos para não se machucar em meio aos espinhos do cerrado
que atravessavam.
Numa das batalhas, os emboabas, numericamente superiores, renderam os paulistas, que
estavam em desvantagem. Ao se renderem, baixaram as armas quando o líder emboaba Bento
Manoel Coutinho ordenou que fossem todos mortos. Esse episódio ficou conhecido como o Capão
da Traição. Em 1720, contra a instalação da casa de fundição, ocorreu a Revolta de Felipe dos
Santos, e contra a Derrama de 1789, foi tramada a revolta conhecida como Inconfidência Mineira,
que não chegou a deflagrar-se, pois foi delatada.
Comentários
A mineração proporcionou o povoamento da região das minas, promovendo a urbanização e
o desenvolvimento do mercado interno, até então inexistente.
Gabarito: A
D) foram instalados postos fiscais em pontos estratégicos das estradas, com o objetivo de
fiscalizar se o pagamento do quinto havia sido realizado; cobrar impostos sobre a passagem
de animais e pessoas e sobre a entrada de todas as mercadorias transportadas para as Minas.
E) a capitação foi um imposto que exigia do minerador o pagamento de uma taxa sobre cada
um de seus escravos, do qual ficavam isentos os faiscadores que não possuíam escravos.
Comentários
Devido ao contrabando existente na região, o governo metropolitano precisava impor um
controle rígido, inclusive nas estradas. É necessária uma atenção especial à opção [C], já que
a primeira parte está correta, mas o final da opção contém um equívoco: a circulação do ouro
em pó também foi proibida com a criação das Casas de Fundição.
Gabarito: D
Durante a mineração, floresceu a arte Barroca e o Rococó, cujo principal nome é Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho. São estéticas artísticas profundamente influenciadas pela
religiosidade católica e caracterizadas principalmente pelas igrejas e imagens sacras. Foi a
expressão do mundo urbano colonial que, como regra, era profundamente religioso.
O Museu da Inconfidência, situado na Praça Tiradentes, na atual cidade de Ouro Preto, era
o prédio da Câmara Municipal de Vila Rica. Sua parte inferior (na altura da escadaria) era a
prisão em que Tiradentes ficou preso antes de sua decapitação no RJ.
Vila Rica, atual Ouro Preto, foi o símbolo de um ciclo econômico. Cada vez mais, a pesquisa
histórica recente combate à ideia de ciclos econômicos, pois eles podem passar o conceito errôneo
de uma economia monoprodutora. Na colônia, éramos sem dúvidas dependentes do açúcar, pois
leis portuguesas proibiam o cultivo de qualquer produto que não fosse a cana, a 100 km do litoral.
No entanto, as pesquisas atuais apontam para uma economia mais diversificada do que se
imaginava, pois, no século XVII, éramos também o maior fornecedor de tabaco e algodão das
empresas europeias. Entretanto, durante a mineração, o termo ciclo não é inadequado, pois ela
durou pouco mais de 70 anos. Depois disso, as reservas se esgotam e começaram a ocorrer vários
conflitos com a metrópole, o mais importante deles foi a Inconfidência Mineira.
A civilização do ouro era essencialmente urbana, sendo assim o comércio era muito
importante. O preço do ouro caiu (lei da oferta e da procura), com isso a prata passou a ser mais
valiosa em alguns momentos, e os preços dos alimentos também ficaram altíssimos. A paisagem
era toda desordenada e sem saneamento adequado. Uma modalidade diferente de escravidão
surgiu ali: o escravo de ganho. Eles pertenciam a algum comerciante e eram vendedores
ambulantes. Com o tempo de trabalho compravam sua alforria, muito africanos conseguiram sua
liberdade e a de descendentes de suas tribos dessa maneira. De acordo com as novas pesquisas,
alguns chegaram até mesmo a enriquecer com a prática.
Quem foi o maior beneficiário do ouro brasileiro? A Inglaterra. Portugal encontrava-se
muito endividado com os ingleses, de tal modo que os carregamentos de ouro chegavam a
Portugal e nem eram descarregados: somente realizavam a contabilidade e o navio seguia para
Inglaterra. A origem dessa dívida foi um tratado comercial de 1703, o Tratado de Methuen, mais
conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos. Os produtos importados por Portugal eram
manufaturados, de maior valor agregado, enquanto exportava vinhos e outros produtos
artesanais, com baixo valor agregado. Em pouco tempo, uma dívida gigantesca surgiu, tornando a
economia lusitana dependente da britânica, que acumulou capitais para industrializar-se,
enquanto Portugal continuou um império comercial e agrário, dependente de tecnologia externa.
Gabarito: B
As Revoltas Nativistas foram provocadas pela insatisfação das elites coloniais com o
monopólio comercial da metrópole e com as disputas por território, como a guerra dos emboabas.
Elas não pretendiam a independência de Portugal, mas flexibilizações no pacto colonial, pois eram
contra os altos impostos.
Principais razões:
Monopólio português do comércio de mercadorias (pacto colonial).
Preços elevados cobrados pelos produtos comercializados pelos portugueses.
Medidas da metrópole que favoreciam os portugueses, principalmente os
comerciantes.
Conflitos culturais, políticos e comerciais entre colonos e portugueses.
Altos impostos cobrados pela coroa portuguesa, principalmente sobre a extração de
ouro realizada pelos colonos brasileiros.
Exploração colonial praticada por Portugal e o rígido controle imposto pela metrópole,
por meio de leis, sobre o Brasil.
Em 1640, contra o fim da União Ibérica, os paulistas que queriam ficar com a Espanha
recusaram-se a reconhecer o novo rei de Portugal, D. João duque de Bragança, e aclamaram como
rei o governador-geral Amador Bueno, que não aceitou a aclamação e jurou lealdade à coroa.
Comentários
Foram os principais movimentos “emancipacionistas”, ou seja, lutaram pela independência
do Brasil, rejeitando o pacto colonial que caracterizava o domínio português. Os dois
movimentos foram influenciados pelo iluminismo e defendiam um modelo republicano para
o país livre. Enquanto o movimento baiano teve forte presença popular e defendeu o fim da
escravidão, o movimento mineiro foi elitizado e se omitiu frente à questão do escravismo.
Gabarito: C
7. O PERÍODO POMBALINO
Corresponde ao período do governo do primeiro ministro português Marques de Pombal,
entre 1750 e 1777. Ele era um déspota esclarecido, ou seja, era representante de um poder
absolutista, mas influenciado pelas ideias liberais do iluminismo. Pretendia dinamizar a economia
da colônia e aumentar a arrecadação portuguesa, bem como aumentar o controle metropolitano.
Criou companhias de comércio colonial no Grão Pará (Amazônia), Pernambuco e
Paraíba.
Extinguiu a capitação (imposto sobre escravos nas minas) e decretou a derrama.
Tratado de Madri.
Transferência da capital de Salvador para o RJ.
Liberação de Manufaturas.
Expulsão dos Jesuítas.
Proibição da escravidão indígena.
Extinção das capitanias hereditárias.
Pombal teve um governo determinante para Portugal. Em 1755 ocorreu o terremoto de
Lisboa, que destruiu a capital. Ele reconstruiu a cidade e as regiões destruídas, organizou a
administração colonial tirando a influência jesuítica, promoveu o fim das capitanias e o mais
importante: liberou as manufaturas, que eram expressamente proibidas pelo pacto colonial, desde
o início da colonização. Apesar de sua importância, não gozava de popularidade entre a nobreza e
era protegido do rei. Seu governo teve fim com a morte do rei Jaime I, que foi sucedido pela rainha
Maria, conhecida como a louca, por apresentar sinais de demência. Ela revogou todas as medidas
tomadas por Pombal, o que ficou conhecido como a Viradeira.
No final do século XVIII, o antigo sistema colonial apresentava sinais de desgaste, e o contexto
político europeu era de revoluções que combatiam o antigo regime e, consequentemente, o
sistema colonial então vigente. Em 1808, para escapar das ameaças francesas de Napoleão
Bonaparte (desfecho da Revolução Francesa), a corte portuguesa foi transferida para o RJ, dando
início ao processo de independência do Brasil.
1. A mão de obra dos engenhos era, inicialmente, indígena. Contudo, a partir do século XVII,
ocorreu uma redução na população indígena, o que fez com que os colonos buscassem
alternativas de trabalho.
2. Para tanto, optou-se pela escravidão africana, a qual resultou em um lucrativo tráfico de
negros entre o continente africano e o litoral brasileiro (sobretudo a Bahia e o Rio de
Janeiro).
3. A mão de obra africana representou a base das atividades econômicas no Brasil colonial,
com a produção do açúcar e a mineração. Contudo, os africanos também foram utilizados
em outros cultivos agrícolas (arroz, tabaco e algodão), na criação de animais, no transporte
e nos serviços domésticos.
4. O mercado interno colonial era voltado à produção para exportação, com base na
exploração de recursos em proveito da metrópole portuguesa e do comércio europeu.
Neste sentido, a plantation representa a forma básica da colonização, constituída pela
grande propriedade agrícola (o latifúndio), a monocultura exportadora e a escravidão.
5. A economia brasileira também se dedicou à pecuária, em regiões como o Maranhão, a
Bahia, o sul de Minas e o Rio Grande do Sul.
6. No século XVIII, com a descoberta de jazidas de ouro no interior do país, a necessidade da
mão de obra aumentou, o que incentivou o crescimento significativo do tráfico negreiro
para o Brasil. Vinham, em grande parte, da África Central (no caso dos bantos, vindos da
Angola e do Congo) e da África Ocidental (Daomé, atual Benin, Nigéria e Guiné, no caso
dos sudaneses).
7. Dentre os escravos que vinham para o Brasil, havia distinção entre as suas funções. Os
escravos de ganho, obtidos em leilões, trabalhavam nos engenhos, nas plantações de
algodão, na mineração, em serviços domésticos, fazendo artesanato ou nas cidades. Os
escravos que trabalhavam nas lavouras eram chamados de negros de eito e estavam sob a
fiscalização dos feitores. Os escravos domésticos recebiam, normalmente, melhores
roupas e uma alimentação mais adequada, ao contrário dos que trabalhavam em lavouras.
8. O processo de adaptação cultural também distinguia os negros em dois grupos: boçal, que
tinha menor valor e desconhecia a língua portuguesa e o trabalho na colônia, e o ladino,
que já conhecia o idioma e a rotina de trabalho.
18. A concorrência açucareira, com a produção do açúcar antilhano pelos holandeses, também
agravou a crise financeira portuguesa. Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão
entre Olinda e Recife. Nesse ano, os olindenses invadiram o Recife dando início à Guerra
dos Mascates. Inicialmente os olindenses levaram vantagem, porém, em 1711, os
recifenses (mascates) se organizaram e invadiram Olinda, destruindo vilas e engenhos na
cidade. A guerra terminou em 1711, sendo que os mascates reassumiram suas posições.
1. A partir do século XVII, a ocupação territorial do Brasil ganhou força rumo ao interior,
resultado de diferentes sujeitos: os exploradores, em expedições feitas pelo governo para
expulsar invasores; os bandeirantes, que aprisionavam indígenas e africanos fugidos em
sua busca por metais preciosos; os jesuítas, que fundaram aldeamentos para a
catequização de nativos e busca de riquezas naturais; e os criadores de gado, cujos
rebanhos e fazendas se expandiram rumo ao interior do país.
2. Houve, ainda no século XVI, uma série de expedições em busca de ouro organizadas pelo
governo e que ficaram conhecidas como as entradas. No século XVII, por sua vez, também
ocorreram expedições organizadas por particulares, as chamadas bandeiras. Os
bandeirantes entravam pelo sertão em busca de riquezas sob a liderança de um armador.
3. São comuns 3 tipos de atividades bandeirantes: a de apresamento (captura de nativos para
a venda como escravos), a de caráter prospector (procura de metais preciosos) e a de
sertanismo de contrato (combate de nativos e captura de negros fugidos).
4. Outro tipo de expedição ficou conhecido pelo nome de monções: expedições de comércio
com o intuito de atender às necessidades de abastecimento, sobretudo nas regiões de São
Paulo, Mato Grosso e Goiás.
5. No que diz respeito à presença jesuíta, sacerdotes pertencentes à Companhia de Jesus,
fundada na Europa por Inácio de Loyola em 1534, procuravam divulgar o catolicismo pelo
mundo, inclusive no Brasil. Contudo, muitos colonos eram contrários à presença jesuíta,
uma vez que desejavam a captura e a escravização dos nativos, algo que era condenado
pela ordem jesuítica.
6. Em 1684, no Maranhão, ocorreu a chamada Revolta de Beckman, cuja causa é o
descontentamento com a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão,
instituída dois anos antes e que não cumpriu com seus compromissos, agravando a crise
econômica e o descontentamento dos colonos.
7. A pecuária também gerou um avanço das fronteiras, os tratados até então estabelecidos
(no caso, o de Tordesilhas, de 1494) foram desconsiderados e as atividades foram
intensificadas, sobretudo, nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo,
com o charque (nome sulino para a carne bovina cortada em mantas, salgada e secada ao
sol).
8. Para fixar novas fronteiras coloniais, alguns tratados foram assinados entre Portugal,
França e Espanha:
Tratado de Ultrecht (1713 e 1715): estabelecia que o limite de fronteira entre Brasil
e Guiana Francesa seria, inicialmente, o rio Oiapoque; o segundo procurava resolver
as pendências entre portugueses e espanhóis, estabelecendo que a Colônia de
Sacramento pertenceria aos portugueses.
Tratado de Madri (1750): entre Espanha e Portugal, deixava a Colônia de
Sacramento sob posse da Espanha, mas reivindicava a Portugal a região dos Sete
Povos das Missões, mas não foi cumprido.
Tratado de Santo Ildefonso (1777): estabelecia que os espanhóis ficariam com
Sacramento e a região dos Sete Povos, mas exigia que as terras do Rio Grande do
Sul, até então ocupadas pela Espanha, fossem devolvidas a Portugal, mas os
portugueses recusaram.
Finalmente, o Tratado de Badajós (1801) estabeleceu os mesmos pontos do
Tratado de Madri e foi aceito pelas potências.
9. A mineração, a partir do século XVIII, também foi um fator determinante para a expansão
das fronteiras, sendo que jazidas de ouro de aluvião (encontrado às margens de rios)
foram descobertas desde o final do século anterior. Sua notícia se espalhou e inúmeras
pessoas foram em direção às Minas Gerais.
10. Entre 1707 e 1709 ocorreu a Guerra dos Emboabas, conflito pelo direito de exploração das
recém-descobertas jazidas de ouro em Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os
desbravadores paulistas e os portugueses que vieram depois da descoberta das minas,
tendo sido vencido pelos portugueses.
11. Para o controle do ouro, a Coroa Portuguesa criou as Casas de Fundição, responsáveis pela
transformação do ouro em barras e que, de sua transformação, já retirava o quinto, ou
seja, 20% de todo o ouro extraído deveria ser pago, sob o título de impostos, a Portugal.
12. Tais atitudes geraram revoltas em Minas Gerais, sendo a mais famosa delas a de Vila Rica,
em 1720, na qual cerca de 2 mil pessoas se rebelaram contra a existência das Casas de
Fundição. Contudo, seu líder, Felipe dos Santos,foi preso, enforcado e esquartejado em 16
de julho de 1720.
13. Devido à alta exploração ao longo do século XVIII, ocorreu uma crise econômica na qual os
mineradores não conseguiam mais pagar os impostos. Portugal, então, estipulou a
cobrança da Derrama, em 1765, que representava a cobrança compulsória dos impostos
atrasados. Isto gerou inúmeras insatisfações na população e causou, em 1789, aquela que
ficou conhecida como a Inconfidência Mineira, de caráter separatista, sob a liderança do
alferes Tiradentes e outros letrados, cujos referenciais iluministas já estavam existentes.
Denunciada por Joaquim Silvério dos Reis, um de seus membros, em troca do perdão de
suas dívidas, a revolta foi contida e seus líderes presos, à exceção de Tiradentes, membro
mais pobre, que foi punido com o esquartejamento.
14. Em virtude da decadência da economia açucareira e da transferência da capital da colônia
para o Rio de Janeiro, em 1763, a Bahia passava por uma grave crise econômica,
9. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
5) Como foi o contato inicial dos portugueses com os indígenas e o que mudou ao longo
do século XVI?
6) Quantas eram as capitanias hereditárias e quais resultados elas apresentaram?
7) O que foi o sistema de Governo-Geral?
8) Quem eram os chamados “homens bons” e onde eles atuavam?
9) Comoera a relação entre a Igreja e o Estado nesse período?
10) Como se chamava o órgão responsável pela punição de práticas contrárias ao
catolicismo?
11) Quais eram os principais beneficiados com a produção do açúcar no Brasil?
12) Comente os principais fatores que levaram ao uso da escravidão africana na América
Portuguesa.
13) Quais foram as principais divisões entre os escravos africanos no Brasil?
14) De que forma se estruturou o mercado interno colonial?
15) Cite algumas das principais formas de resistência utilizadas pelos escravos africanos.
16) Quais foram as principais repercussões da União Ibérica no Brasil?
17) Quais foram as principais medidas do governo de Maurício de Nassau em Pernambuco?
18) Quais foram as formas de expansão rumo ao interior do Brasil?
19) Cite e explique, sucintamente, os principais Tratados fronteiriços do século XVIII.
20) Explique a diferença entre “bandeiras” e “entradas” no contexto da expansão
territorial.
21) Cite as causas da Guerra dos Emboabas.
22) O que eram as Casas de Fundição e o que representava o “quinto”?
23) O que gerou a Revolta de Vila Rica, em 1720, e como ela pode ser relacionada com a
sociedade da época?
24) O que foi a “derrama”?
25) O que defendia a Conjuração Baiana de 1798?
italiana, Portugal voltou sua atenção de forma mais direta às terras descobertas, além da
preocupação com as possíveis invasões. Vale lembrar que não são apenas Portugal e Espanha
que estão realizando a expansão marítimo-comercial no período.
2) O primeiro produto a ser explorado pelos portugueses foi o pau-brasil, árvore típica da
região e que tinha enorme valor no mercado europeu. Qual era o interesse econômico e
como a árvore era extraída?
O pau-brasil foi amplamente explorado no Brasil, sobretudo nas regiões litorâneas do
território, de forma a ser enviado mais facilmente à Europa. O interesse econômico em
relação à árvore era devidoa sua pigmentação avermelhada, que era utilizada para colorir
tecidos europeus. Sua extração se deu a partir do trabalho indígena, o qual inicialmente era
trocadopor objetos de pouco valor, vindos da Europa, e que os nativos nunca tinham visto
antes, ou seja, o chamado escambo. Posteriormente, com as resistências indígenas, passou-
se a utilizar da força física e de castigos para que a extração continuasse.
3) Que motivos levaram a Coroa Portuguesa a intensificar a colonização do Brasil?
A intensificação da colonização brasileira se deu como consequência da esperança em achar
metais preciosos, como em territórios espanhóis, e também como proteção das terras de
invasões estrangeiras. Ademais, pode-se apontar o declínio no comércio das especiarias em
virtude da concorrência estabelecida.
4) Sabemos que a produção açucareira foi incentivada no Brasil. Qual era o interesse
português nessa produção?
Sua produção ocorreu, inicialmente, graças às experiências positivas do cultivo de cana-de-
açúcar na África. Como os solos eram semelhantes, Portugal procurou plantar a cana no
Brasil, pois sua produção e venda gerariam imensos lucros à Coroa.
5) Como foi o contato inicial dos portugueses com os indígenas e o que mudou ao longo do
século XVI?
Inicialmente foi positivo e mais acessível em razão do escambo realizado, no entanto, no
decorrer do século XVI, o contato com os indígenas passou a sofrer resistências, como
resultado da violência empregada pelos colonos e do excesso de trabalho aos quais os
indígenas eram submetidos.
6) Quantas eram as capitanias hereditárias e quais resultados elas apresentaram?
No total, o território brasileiro foi dividido em 15 capitanias, de norte a sul. Contudo, elas não
obtiveram o sucesso esperado, uma vez que o território era muito vasto e dificultava a
comunicação entre si. Houve, inclusive, capitanias em que os donatários sequer tomaram
posse. Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente obtiveram êxito financeiro, e tal
sistema foi gradualmente substituído pelo Governo-Geral.
7) O que foi o sistema de Governo-Geral?
Foi um sistema que procurou integrar o território brasileiro por meio da centralização do
poder administrativo da colônia. Seu primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa e sua sede
era em Salvador.
8) Quem eram os chamados “homens bons” e onde eles atuavam?
23) O que gerou a Revolta de Vila Rica, em 1720, e como ela pode ser relacionada com a
sociedade da época?
A insatisfação de inúmeros minerados de Vila Rica culminou, em 1720, em uma revolta contra
as Casas de Fundição, uma vez que estas dificultavam a circulação e o comércio do ouro
dentro da capitania e facilitavam somente a cobrança dos impostos. Esse cenário, associado à
insatisfação popular, ocasionou a Revolta de Vila Rica, quando cerca de 2 mil revoltosos,
comandados por Felipe dos Santos, conquistaram a cidade, exigindo a extinção das Casas de
Fundição. O governador fingiu aceitar as reivindicações e organizou suas tropas para reagir à
revolta. Dias depois, seus líderes foram presos e Felipe dos Santos foi condenado, enforcado
e esquartejado.
24) O que foi a “derrama”?
A derrama foi um dispositivo utilizado em Minas Gerais a partir de 1751, com o intuito de
garantir a cobrança dos 20% de impostos à Coroa Portuguesa. Ela representava a cobrança
obrigatória dos impostos atrasados, os quais não eram pagos pelos mineradores em virtude
de extravios e, sobretudo, em razão da diminuição na extração do ouro.
25) O que defendia a Conjuração Baiana de 1798?
A Conjuração ou Revolta dos Alfaiates, de caráter popular, ocorreu em 1798 e pretendia
libertar o Brasil do domínio português. Procurava, ademais, atender às demandas da
população mais pobre e foi composta, em sua grande parte, por escravos, negros livres,
brancos pobres e mestiços. Teve influência na Revolta de São Domingos, chefiada pelo negro
Toussaint Louverture no Haiti contra os colonizadores franceses. Era também uma revolta de
caráter separatista, a qual procurava fundar a República Baiana.
10. EXERCÍCIOS
O Item I é correto, pois o primeiro registro que se tem da entrada de africanos no Maranhão e
Grão-Pará é de março de 1662 e, a partir da década de 1680, essa entrada ficaria sob encargo da
Companhia de Comércio do Maranhão, criada em 1682, principalmente para regular e organizar a
entrada de escravos africanos na região. Essa companhia tinha como promessa entregar, ao
menos, 500 escravos por ano no Maranhão, mas nunca conseguiu cumprir sua promessa. Essa
companhia também tinha como atribuição o monopólio do comércio no Maranhão. Isso foi uma
determinação régia, portanto, vinha de uma ordem real. A Companhia de Comércio do Maranhão
era a única autorizada a comprar as mercadorias produzidas pelos locais e ela era a responsável
por realizar a venda dessas mercadorias adquiridas. Outros itens relacionados ao abastecimento
do Maranhão também eram trazidos e vendidos exclusivamente pela companhia. Esse monopólio
recebeu o nome de estanco.
O Item II é correto, pois na questão econômica, o estanco prejudicava os interesses comerciais dos
colonos. Além disso, havia denúncias de favorecimentos de terceiros por parte da Companhia de
Comércio do Maranhão; outras denúncias falavam que a companhia pagava valores muito baixos
pelas mercadorias trazidas pelos locais e abastecia São Luís com produtos de baixa qualidade. A
rivalidade existente entre São Luís e Belém também repercutiu para o início da Revolta de
Beckman. Os habitantes da cidade maranhense sentiam-se prejudicados pelo fato de o governador
da província, Francisco de Sá e Menezes, preferir morar em Belém. Do ponto de vista popular, a
miséria, na qual uma parte da população era obrigada a viver, também serviu de motivação para a
revolta.
O Item III é correto, pois a chegada do governador fez com que a normalidade (do ponto de vista
da Coroa) fosse restabelecida. O novo governador emitiu as ordens para prender os envolvidos
com a revolta, e as punições foram ditadas. Manuel Beckman e Jorge de Sampaio de Carvalho
foram condenados à forca. Tomás Beckman e Eugênio Ribeiro Maranhão foram presos, Belquior
Gonçalves foi açoitado e degredado de volta para Portugal. Outros envolvidos foram multados.
Com o fim da revolta, os jesuítas retornaram e continuaram explorando a mão de obra dos
indígenas. A Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta, pois a rejeição popular a ela era
muito grande (a revolta em si foi um sinal disso). Por fim, a proibição acerca da escravização dos
indígenas foi revista pela Coroa no Maranhão. Em 1688, uma nova lei entrou em vigor a partir do
mês de abril. Com essa lei, foram criados critérios para escravização de indígenas e o controle
sobre essas questões foi atribuído à Fazenda Real e à Corte. Com essa lei, retomaram-se as
expedições (chamadas de “descimentos”) para realizar a captura de indígenas. A escravização de
indígenas no Brasil só foi terminantemente proibida em 1755, por ordem do Marquês de Pombal.
Sendo assim, a resposta correta é a letra D).
(NEVES, 2020)
Gabarito: D
3. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
A respeito da Revolta de Filipe dos Santos (1720), assinale a alternativa incorreta.
A) O governo português proibiu a circulação de ouro em pó em Minas Gerais, exigindo que
todo o minério extraído fosse entregue às Casas de Fundição.
B) Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro e a revolta durou um ano.
C) Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.
D) Após a revolta, a coroa portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das
minas, visando combater a evasão fiscal e o contrabando de ouro.
E) Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a capitania de Minas Gerais.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois a região de Minas Gerais produzia muito ouro no
século XVIII. A coroa portuguesa aumentou muito a cobrança de impostos na região. O quinto, por
exemplo, era cobrado sobre todo outro extraído (20% ficavam com Portugal). Esta cobrança
ocorria nas Casas de Fundição. Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pepitas. Quem fosse
pego desrespeitando as leis portuguesas era preso e recebia uma grave punição (degredo para a
África era a principal).
A Alternativa B) é a resposta certa, pois Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro
(dono de tropas de mulas para transporte de mercadorias). Com seus discursos e ideias atraiu a
atenção das camadas mais populares e da classe média urbana de Vila Rica. Defendia o fim das
Casas de Fundição e a diminuição da fiscalização metropolitana. A revolta durou quase um mês. Os
revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação tensa, o
governador da região, Conde de Assumar, chamou os revoltosos para negociar, solicitando que
abandonassem as armas.
A Alternativa C) não é a resposta correta, pois os rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde
haviam saído. Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento, cujas
casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe do Santos foi
condenado e executado. Assim, essa revolta não conseguiu cumprir seus objetivos e foi facilmente
sufocada pelo governo. Felipe dos Santos foi morto porque ele e sua tropa demoliram as casas de
fundição.
A Alternativa D) não é a resposta correta, pois, vencedor, o Conde de Assumar impôs todas as suas
vontades: as Câmaras se calaram, o povo ficou submisso enquanto a polícia do governador passava
a vigiar todo o distrito, com uma legislação pesada que a todos subjugava. As casas de fundição
foram, então, instaladas, passando a funcionar a partir de 1725. As estradas passaram então a ser
ainda mais limitadas para o escoamento do ouro, a fim de se evitar o contrabando e a sonegação.
Foi criado um sistema de salvo-conduto, erguidos postos de alfândega e de pedágio nos caminhos
que levavam às regiões mineradoras.
A Alternativa E) não é a resposta correta, pois ainda se pode apontar como consequência do
levante a emancipação da Capitania das Minas do Ouro da de São Paulo; e o fato de ter se
registrado que no movimento tenha sido falado em República, fazendo com que a revolta seja
considerada uma precursora da Conjuração Mineira de 1789.
(SOUSA, 2020).
Gabarito: B
4. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
A alternativa B está incorreta, pois o quinto era um imposto cobrado pela Coroa de Portugal e as
Casas de Contratações sobre o ouro encontrado em suas colônias. Correspondia a 20% do metal
extraído e sua forma de cobrança variou conforme a época e a Coroa Portuguesa era feita das
primeiras doações das capitanias hereditárias por D. João III, em outra época, na colonização em
1534.
A alternativa C está incorreta, pois a vinda da família real foi um acontecimento iniciado em 29 de
novembro de 1807, e o seu desembarque em terras brasileiras ocorreu em 22 de janeiro de 1808,
na cidade de Salvador. A vinda foi consequência direta do Período Napoleônico e do
desentendimento existente entre França e Portugal na questão do Bloqueio Continental.
A alternativa D está incorreta, pois a Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a
1709 pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro na região do atual estado
de Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os desbravadores vicentinos e os forasteiros que
vieram depois da descoberta das minas.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013)
Gabarito: A
6. (IBADE - Pref. Municipal de Vilhena-RO – Prof. De Geografia / 2019)
A colonização neerlandesa no Nordeste Brasileiro, embora tenha durado menos de trinta
anos, marcou de forma indelével o desenvolvimento econômico e urbano de cidades como
Recife e Olinda. Quais teriam sido as motivações neerlandesas para a tomada de territórios
americanos considerados pertencentes a Portugal no século XVII?
A) A invasão das capitanias do Nordeste insere-se em um cenário mais amplo de guerra entre
os Países Baixos e a Inglaterra, aliada do Reino de Portugal
B) Manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto
europeu, sendo considerado também um ataque à Coroa Espanhola durante o período da
União Ibérica
C) A ocupação das terras da capitania de Pernambuco teria sido realizada a pedido dos
próprios colonos, os quais consideravam economicamente vantajosa a presença da
Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais
D) Contestação dos tratados diplomáticos celebrados entre Portugal e Espanha nos séculos
XV e XVI, os quais excluíam os Países Baixos do processo de colonização das Américas
E) Conflitos religiosos entre protestantes e católicos na Europa, o que teria aumentado as
hostilidades entre neerlandeses e portugueses em meados do século XVII
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois as invasões holandesas no Brasil ocorreram quando os
holandeses ocuparam territórios no Nordeste brasileiro no século XVII. Essa invasão estava
diretamente relacionada com as questões diplomáticas envolvendo Portugal, Espanha e a própria
Holanda naquele período. Os holandeses procuraram construir sua própria colônia na América ao
se apropriar de uma das principais praças produtoras de açúcar da América Portuguesa.
A Alternativa E) é incorreta, pois essa guerra entre Espanha e Holanda tinha relação com a luta dos
holandeses por sua independência (até 1581, a Holanda estava sob o domínio dos Habsburgo, a
dinastia que reinava na Espanha). Por conta desse contexto, os inimigos da Espanha tornaram-se
os inimigos de Portugal, já que os dois países passaram a ser governados pelo mesmo rei. Assim, os
holandeses acabaram sendo excluídos do negócio do açúcar e isso resultou em uma ação dos
holandeses contra Portugal.
(MOTA; BRAICK, 2005; NEVES. 2020)
Gabarito: B
7. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)
importantes na luta contra os holandeses, tais como André Vidal de Negreiros e João Fernandes
Vieira. A mobilização contra os holandeses teve a participação de donos de engenhos, negros e
indígenas.
A Alternativa B) é correta, pois as invasões holandesas no Brasil ocorreram quando os holandeses
ocuparam territórios no Nordeste brasileiro no século XVII. Essa invasão estava diretamente
relacionada com as questões diplomáticas envolvendo Portugal, Espanha e a própria Holanda
naquele período. Os holandeses procuraram construir sua própria colônia na América ao se
apropriar de uma das principais praças produtoras de açúcar da América Portuguesa.
A Alternativa C) é incorreta, pois entre 1630 e 1637, os holandeses estenderam o seu domínio pelo
Nordeste brasileiro e conquistaram regiões como a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Para isso,
contaram com a preciosa ajuda de um colono chamado Domingo Fernandes Calabar. O
conhecimento que ele tinha da terra foi crucial para o sucesso dos holandeses. A partir de 1637, foi
enviado pela WIC o Alemão Maurício de Nassau para administrar a colônia holandesa. Ele era um
militar e foi indicado para assumir o cargo e aqui permaneceu até 1643. A administração de Nassau
foi um momento importante para o estabelecimento dos holandeses no Brasil. Maurício de Nassau
realizou inúmeras ações para o desenvolvimento da colônia. Ele procurou recuperar a economia
açucareira de Pernambuco ao vender engenhos que tinham sido abandonados durante a guerra
entre portugueses e holandeses e procurou estabelecer algumas normas para a melhoria da vida,
como a obrigatoriedade de se plantar mandioca, proibição de se jogar lixo nas ruas, entre outras
medidas.
A Alternativa D) é incorreta, pois a invasão do Nordeste brasileiro pelos holandeses resultou
diretamente das relações diplomáticas entre Portugal, Espanha e Holanda no final do século XVI.
Até 1580, a Holanda tinha um envolvimento direto com o negócio do açúcar produzido no Brasil,
pois foram eles que financiaram o desenvolvimento do negócio aqui e eles também participavam
do refino e da comercialização do açúcar na Europa.
A Alternativa E) é incorreta, pois a decadência da colônia holandesa pode ser explicada por alguns
fatores. Primeiramente, houve a falência da Companhia das Índias Ocidentais, o que acabou
prejudicando severamente o empreendimento, uma vez que eles eram os responsáveis. Nessa
questão, podemos destacar também a demissão de Maurício de Nassau de sua função de
governador-geral da colônia. Os problemas econômicos da WIC acabaram fazendo com que ela
não investisse o necessário para garantir a segurança de sua colônia. Isso foi um erro muito
grande, porque desde a Restauração de Portugal, em 1640, os rumores de que os portugueses se
lançariam em uma guerra contra os holandeses por Pernambuco só aumentavam.
(NEVES, 2020)
Gabarito: B
8. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)
Leia o texto a seguir. “Fixando-se os olhos no Brasil, contudo, percebe-se que a corrosão do
Antigo Regime não o destruiu completamente, marcando-se também por continuidades. Se o
absolutismo, a sociedade estamental, o fanatismo religioso, o poderio desmesurado dos
clérigos e da Igreja, o monopólio comercial e a sujeição de Lisboa tornaram-se página virada,
A Alternativa C) é correta, pois a relação das Cortes portuguesas com as autoridades brasileiras
permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses dos brasileiros. Em 28 de agosto de 1822,
ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem que o retorno de D. Pedro para Portugal
deveria ser imediato. Além disso, anunciava-se o fim de uma série de medidas em vigor no Brasil e
tidas pelos portugueses como “privilégios” e os ministros de D. Pedro eram acusados de traição.
A Alternativa D) é incorreta, pois nossa independência resultou mais de um acordo entre as elites
dominantes, que estavam interessadas em manter a mesma estrutura colonial e agrária do Brasil.
Claro que tivemos algumas lutas, mas a participação popular foi praticamente nula, pois a maioria
esmagadora da população, que vivia no campo, viu indiferente o poder mudar de mão e sua
situação de penúria continuar exatamente a mesma.
A Alternativa E) é incorreta, pois Entre as consequências do processo de independência do Brasil,
podem ser mencionados o surgimento do Brasil enquanto nação independente e a construção da
nacionalidade “brasileira”.
(NEVES, 2020)
Gabarito: C
9. (FUNDEP – Pref. de Uberlândia – Professor de História / 2019)
[...] são questionáveis algumas observações de (Fernando) Novais (1986) no que se refere às
interpretações das inconfidências, em especial a Mineira. Sua concepção de que as ideias que
em Portugal possuíam uma face reformista, quando transpostas a uma situação colonial,
ganhavam uma face ‘revolucionária’ nos parece hoje inadequada e mesmo insustentável. [...]
FURTADO, João Pinto. Inconfidências e conjurações no Brasil: notas para um debate
historiográfico em torno dos movimentos do último quartel do século XVIII. In: FRAGOSO,
João; GOUVÊA, Maria de Fátima. Coleção O Brasil Colonial, 1720-1821. V. 3. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014. p. 647.
Para justificar sua contraposição a Fernando Novais, João Pinto Furtado argumenta, entre
outros elementos, que
A) o baixo nível de alfabetização da região impedia, por si só, a expansão do ideal
revolucionário, absolutamente dependente da leitura dos princípios franceses, embora os
Autos de Devassa indiquem o confisco de vários livros nas bibliotecas dos inconfidentes.
B) havia uma crença plantada pelo Conde de Assumar, em 1720, de que o ar de Minas
inspirava revoluções e, por isso, todos os governantes enviados pelo rei para a região eram
negociadores por natureza, contendo, assim, todo ímpeto revolucionário local.
C) manifestações populares nas ruas ao som de “viva o rei, viva o povo e morra o
governador” eram especificamente contra o governador Barbacena, não contra o rei, porque
este aplicava cegamente as determinações de Lisboa quanto à cobrança dos impostos
atrasados.
Gonzaga, ouvidor da comarca de Vila Rica, e o eloquente Alferes Joaquim José, o movimento
parece ter ganho maior visibilidade, pela primeira vez, no batizado de um filho do poeta Alvarenga
Peixoto em oito de outubro de 1788 quando, em meio a “bravatas etílicas” e imprecações contra o
governador, alguns aspectos da trama foram trazidos à luz. Segundo afirma a historiografia,
estiveram presentes ao batizado vários inconfidentes da Comarca do Rio das Mortes sendo ali,
pela primeira vez, traçadas publicamente e com grande excitação, algumas das linhas do levante.
Inicialmente, acordou-se que era preciso um fato de inequívoco apelo político, que estimulasse a
revolta popular e reacendesse o velho espírito insurgente que desde o início caracterizara as
Minas. Sendo a cobrança dos débitos acumulados especialmente adequada a este fim, optou-se
por deixar em aberto a data efetiva de deflagração pois julgava-se, por aquela ocasião, que uma
das principais instruções trazidas pelo novo governador era relativa ao lançamento da derrama, o
que deveria se dar ainda no primeiro semestre de 1789. Segundo o que se acertou grosseiramente
naquela data, o movimento inconfidente seria, portanto, deflagrado a partir de decretação da
derrama e através da senha “hoje é o dia do batizado”, a ser divulgada entre todos os sediciosos
através de emissários designados por Francisco de Paula Freire de Andrade e por Tiradentes.
(FURTADO. 2002)
Gabarito: D
10. (IBADE - SEMED-Porto Velho-RO – Professor Nível II - História / 2019)
Em 3 de setembro de 1759 a Coroa portuguesa expulsou a Companhia de Jesus de todos os
seus territórios ultramarinos. Entre as principais razões apontadas para o banimento da
ordem religiosa está:
A) o apoio jesuítico à Espanha em meio a disputas por fronteiras ao Sul da América do Sul.
B) o fracasso da política indianista da Cia. De Jesus, incapaz de transformá-los em súditos de
Portugal.
C) a falta de apoio dos jesuítas para impedir a União Ibérica, que submetia Portugal à
Espanha.
D) a descoberta de articulações políticas entre os jesuítas para deporem o Rei D. José I de
Portugal.
E) a política de modernização do Estado português levada a frente pelo futuro Marquês de
Pombal.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois na raiz dos conflitos entre as autoridades civis e eclesiásticas com
os missionários jesuítas no norte do Brasil (atuais estados do Pará e do Maranhão), estavam
reformas político-econômicas propostas pelo Marquês de Pombal, implementadas naquela região
por seu meio-irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador entre 1751 e 1759.
A Alternativa B) é incorreta, pois boa parte desses conflitos tinham sua raiz no modo como os
jesuítas administraram as aldeias sob seu controle, pois esses apartavam os povos nativos da
sociedade colonial; sendo, desse modo, um obstáculo aos interesses dos colonos de explorar, sem
restrições, o trabalho dos povos nativos, portanto, pode-se concluir que as leis decretadas pelo
Marquês de Pombal, atendiam os interesses dos colonos. Tais conflitos estão entre as causas da
expulsão dos Jesuítas do Grão-Pará e Maranhão, em 1759.
A Alternativa C) é incorreta, pois como antecedentes próximos da referida expulsão, pode-se citar
a expulsão de dez jesuítas no ano de 1757, com destaque para: o padre João Daniel, que
apresentou reclamações ao governador contra uma lei de 1757, que retirou dos missionários a
administração temporal das aldeias e, por isso, foi acusado de insubordinação; e os Padres André
Meisterburg e Anselmo Eckart, acusados de terem armado os índios, de modo similar a fatos que
teriam ocorrido na Guerra Guaranítica.
A Alternativa D) é incorreta, pois o Embaixador português no Vaticano, a pedido do Marquês de
Pombal, denunciou a Companhia de Jesus pela prática de comércio no Estado do Grão-Pará e
Maranhão, o que resultou na investigação dirigida pelo Cardeal Saldanha da Gama, indicado pelo
Papa para o cargo de Reformador e Visitador da Companhia de Jesus no Estado do Grão-Pará e
Maranhão. Em 1758, as investigações foram encerradas, e permitiram que o Cardeal confirmasse
as denúncias, retirasse as faculdades de confessar dos jesuítas e condenou Lorenzo Ricci, então
Superior-geral da Companhia de Jesus, por permitir a comercialização das "drogas do sertão".
A Alternativa E) é correta, pois Após o Sismo de Lisboa de 1755, percebendo, no episódio, uma
oportunidade para reforma dos costumes e da moral, o padre jesuíta Gabriel Malagrida escreveu
um opúsculo sobre moral do qual ofereceu exemplares a José I de Portugal e ao Marquês de
Pombal. Este último, entretanto, entendeu a oferta e as exortações moralistas do religioso como
uma insinuação acusatória, pelo que desterrou o religioso para Setúbal. Pouco tempo depois,
Pombal acusou os jesuítas de instigarem os motins contra si, nomeadamente contra a sua criação
da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (Porto, 1757), o que lhe permitiu
entre outras coisas o de extinguir as missões no Brasil e passar as suas enormes propriedades
imobiliárias e empresariais para o Estado. Na época, o Marquês de Pombal, insinuou que o
atentado seria obra daquela família em conluio com os jesuítas. Em 1759, Pombal enviou um
relatório oficial a Roma acerca do ferimento de D. José, mas este acabou por ter poucas
repercussões na Santa Sé. Em 28 de junho de 1759, foi publicada uma Carta Régia que proibiu os
jesuítas de ensinarem latim, grego e retórica. Em 3 de setembro, o Rei Dom José I, de Portugal,
proclamou a "Lei de Extermínio, Proscrição e Expulsão dos seus Reinos e Domínios Ultramarinos
dos Regulares da Companhia de Jesus", que incluia o imediato confisco das suas casas e bens.
Naquele ato, o Rei afirmou que os jesuítas seriam: "Notórios Rebeldes, Traidores, Adversários, e
Agressores". Após a referida publicação, os jesuítas foram detidos nos principais colégios em cada
região e expulsos para a Europa em 1760. Dom José I e o Marquês de Pombal acreditavam que,
esmagando a força dos jesuítas, estariam eliminando o principal entrave político interno para um
maior controle da economia por parte do Estado, o que possibilitaria a formação de forças políticas
mais racionais de fomento manufatureiro. A expulsão foi a ruptura de uma colaboração entre a
Companhia de Jesus e a Coroa Portuguesa que já durava cerca de dois séculos e foi um prelúdio,
do que ocorreria em 21 de julho de 1773: a Supressão da Companhia de Jesus, com a assinatura
pelo Papa Clemente XIV do breve Dominus ac Redeptor Noster.
(OLIVEIRA, BORGES, BORTOLOSSI. 2020)
Gabarito: E
Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica
de:
A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa
do absolutismo monárquico.
B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de
igualdade natural dos homens.
C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas
proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.
D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o
declínio da produção aurífera.
E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre
economias industrializadas europeias.
Comentários
O trecho do livro de Kenneth Maxwell, historiador britânico especializado nos estudos sobre a
História Ibérica e as relações entre o Brasil e Portugal ao longo do século XVIII, é trazido pela banca
para dar subsídio a uma questão (muito bem elaborada, por sinal) sobre o período colonial
brasileiro. No caso em específico, aborda-se sobre uma das revoltas de caráter separatista
ocorridas à época e muito conhecida até os dias de hoje: a chamada Inconfidência (ou Conjuração)
Mineira, ocorrida no ano de 1789.
Para compreender melhor a sua origem, é preciso entender que a mineração, a partir do século
XVIII, foi um fator determinante para a expansão das fronteiras no interior do país, sendo que
muitas jazidas de ouro de aluvião (encontrado às margens dos rios) foram descobertas desde o
final do século XVII. A notícia dessas descobertas se espalhou pelo Brasil e inúmeras pessoas foram
em direção às Minas Gerais.
Com isso, a Coroa Portuguesa, que detinha o controle sobre o ouro extraído, criou as chamadas
Casas de Fundição, instituições responsáveis pela transformação do ouro em barras e que, a partir
de sua transformação, já teria retirado o “quinto”, ou seja, 20% de todo o ouro extraído deveria ser
pago, sob o título de impostos, à Portugal.
Devido à alta exploração ao longo do século XVIII, uma grave crise econômica ocorreu, na qual os
mineradores não conseguiam mais pagar os impostos para a Coroa. Acreditando que os
mineradores estavam roubando o ouro que era extraído (o que de fato acontecia durante a época,
sobretudo em virtude dos contrabandos) devido à sua brusca redução, Portugal determinou, em
1765, a existência de um novo pagamento, a Derrama, que representava o pagamento
compulsório dos impostos devidos pelos colonos.
No dia 16 de julho de 1788, Luís Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena,
pronunciou-se perante a Junta da Fazenda, em Vila Rica, cinco dias depois de assumir o governo da
capitania de Minas Gerais. Deu origem a um plano de reformas que Lisboa elaborara para a região.
Reivindicou o pagamento das dívidas do quinto real. Nesta ocasião, a derrama transformava-se no
dilema histórico, preâmbulo da Inconfidência Mineira.
Sob a ameaça do lançamento da Derrama entre 1788 e 1789 por Portugal, os mineiros ilustrados,
insatisfeitos com a situação ocasionada, organizaram uma revolta em 1789, que ficou conhecida
como a Inconfidência Mineira, de caráter separatista e sob a liderança do alferes Tiradentes e de
outros letrados, cujos referenciais iluministas já estavam presentes em suas ações.
Denunciada, contudo, por Joaquim Silvério dos Reis, um dos membros do grupo, em troca do
perdão de suas dívidas, a revolta foi, por sua vez, suprimida e os seus líderes foram presos ou
exilados, à exceção de Tiradentes, membro mais pobre, que foi punido com o esquartejamento e
exposição a público.
(Fonte: Derrama, boatos e historiografia: o problema da revolta popular na Inconfidência Mineira - Tarcísio de Souza Gaspar).
Gabarito: D
A sua expulsão, contudo, deu-se somente em 1654, mas foi efetivamente encerrada através de um
acordo diplomático conhecido como Tratado de Haia, de 1661, assinado entre Portugal e Holanda,
na qual a chamada Nova Holanda (região que abrangia o leste de Pernambuco, então sob o
domínio holandês) era “vendida” a Portugal.
Gabarito: A
grandes filósofos iluministas. A maioria deles eram senhores de escravos, motivo pelo qual o fim
da escravidão não era uma de suas bandeiras, ao contrário da Conjuração Baiana.
(REBELIÕES NATIVISTAS, 2018; GOMES, 2019).
Gabarito: D
16. (CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
Em novembro de 1807, temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o
príncipe regente de Portugal, D. João VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de boa
parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil, onde se estabeleceu até 1821, ano em que
regressou à metrópole já como rei.
Com relação às diversas consequências, para a colônia, da permanência de D. João VI no
Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
A noção de brasilidade, ou seja, a consciência de ser brasileiro, esteve presente desde cedo
na cultura política e na identidade da sociedade brasileira, tendo-se manifestado nas sedições
nativistas da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, ambas de cunho
emancipacionistas, e, em fins do período colonial, terminado por ser a base da luta pela
independência do Brasil
Comentários
A afirmativa está errada, pois o tema da identidade brasileira é uma reivindicação que se pode
considerar gestada com a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, ocorrido em
1815. Vale dizer que a identidade coletiva não é uma marca indelével, mas uma construção muitas
vezes imaginária e histórica. Por outro lado, o nativismo é uma forma variada que assume a
explicação de revoltas isoladas ocorridas na colônia portuguesa, motivadas por um sentimento
muito mais regionalista dos “filhos da terra” (nascidos em suas respectivas províncias), do que uma
relação nacionalista.
Gabarito: Errada
17. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís-MA - Professor Nível Superior/PNS-A)
A primeira companhia privilegiada de comércio, surgida em 1755, voltada ao
desenvolvimento da região Norte, e que pretendia oferecer preços atraentes para os
produtos que a região deveria exportar para o mercado europeu, foi instituída pelo Marquês
de Pombal e denominada
A) Companhia Geral do Comércio do Brasil.
B) Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
C) Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
D) Companhia das Índias Ocidentais.
E) Companhia Comercial do Governo Geral.
Comentários
A alternativa C também é falsa, pois a chamada Revolta ou Levante de Vila Rica, também
conhecido como Revolta de Felipe dos Santos, aconteceu no ano de 1720, em razão do
descontentamento dos viventes com os impostos e imposições da Coroa Portuguesa.
A alternativa D também é falsa, uma vez que a Guerra Mata-Maroto foi um movimento que
aconteceu na área do São Francisco, com disputas entre brancos nacionais, que participavam da
luta pela independência do Brasil em 1823, e portugueses.
(FARIA, 2013; GASPAR, 2010).
Gabarito: A
19. (ACAFE - 2015 - SED-SC - Professor - História)
Integrando diversas regiões, construindo caminhos e formando vilarejos e cidades, o
tropeirismo foi muito importante na história do período colonial brasileiro. Sobre as
atividades dos tropeiros, assinale a alternativa correta.
A) Comercializavam gado somente na faixa litorânea do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná.
B) Exerciam a mineração e o comércio de terras no interior da colônia.
C) Praticavam a agricultura extensiva e o comércio de ouro nas cidades do litoral.
D) Transportavam gado e mercadorias para suas atividades mercantis.
E) Foram os responsáveis pela mudança da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois os tropeiros trataram de fazer a ligação entre as zonas agrícolas mais
ao sul da colônia e as zonas mineradoras do interior.
A alternativa B é incorreta, pois os tropeiros não exerciam a mineração, de tal modo que seu
comércio se dava principalmente com os mineradores.
A alternativa C também é incorreta, de tal modo que não eram os tropeiros que praticavam a
agricultura, sendo eles os comerciantes que cuidavam de estabelecer a relação entre as regiões
econômicas da colônia, além das zonas portuárias.
A alternativa D é a resposta certa. O tropeirismo se estruturou como o mercado paulista
abastecedor das zonas mineradoras. As mercadorias comercializadas passam a ser discriminadas,
bem como os tipos de agentes mercantis envolvidos nos negócios. Como a demanda era cada vez
maior, a produção agrícola foi intensificada e o comércio paulista estendido aos confins dos
campos sulinos, representado pelo intenso tráfico de animais, entre eles, muares, gado cavalar e
vacum. Mais do que isto, a corrente comercial paulista foi decisiva para a articulação da região
mineira com os mercados produtores do além-mar, transformando o porto de Santos em local
privilegiado de entrada de mercadorias importantes. Dessa forma, eram mandados às Minas
Gerais e, posteriormente, a Cuiabá e Goiás, boiadas, toucinho, aguardente, açúcar, panos,
calçados, drogas e remédios, trigo, algodão, enxadas e artigos importados como sal, armas, azeite,
vinagre, ferro, tecidos, enfim, todas as manufaturas cuja fabricação era proibida no Brasil. Também
escravos africanos entraram para as minas através do porto de Santos.
A alternativa E também é falsa, de tal modo que a mudança da capital, de Salvador para o Rio de
Janeiro, em 1763, se deu principalmente por causa da descoberta do ouro e o consequente risco
de contrabando, que exigia uma capital mais perto das Minas Gerais.
(BORREGO, 2006).
Gabarito: D
20. (EXATUS-PR - 2015 - Prefeitura de Nova Friburgo - RJ - Guarda Municipal)
Que fator abaixo foi determinante para que a Coroa Portuguesa transferisse a Capital do
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro?
A) A descoberta de minas de ouro no atual Estado de Minas Gerais.
B) A Revolta dos Alfaiates que ocorreu em Salvador.
C) A Revolução Haitiana, onde os negros mulatos tomaram o poder na então colônia
francesa.
D) Os movimentos separatistas ocorridos na Região Nordeste do Brasil.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, de maneira que até 1763, quando houve a mudança da capital,
Salvador foi a sede do poder português no Estado do Brasil. Salvador era considerada uma cidade
mais moderna e equipada do que o Rio de Janeiro, mas a descoberta do ouro e o consequente
risco de contrabando exigia uma capital mais perto das Minas Gerais.
A alternativa B é falsa, uma vez que a Revolta dos Alfaiates ocorreu entre 1798 e 1799, quando a
capital já estava instalada no Rio de Janeiro.
A alternativa C também é falsa, pois quando ocorreu a Revolução do Haiti, entre 1791 e 1804, a
capital já estava instalada no Rio de Janeiro.
A alternativa D também é falsa, pois no período a inquietação que levou à mudança da capital foi
de ordem econômico-política, além do que não se tem registros de movimentos separatistas no
período específico.
(CANUTO, 2013).
Gabarito: A
21. (FCC - 2012 - SEE-MG - Professor de Educação Básica - História)
Leia o texto abaixo.
O nobre metal (...) provocou um afluxo formidável de gente, não só da metrópole como das
capitanias vizinhas. (...) Em 1709, era 30 mil o número das pessoas ocupadas em atividades
mineradoras, agrícolas e comerciais, sem falar nos escravos vindos da África e das zonas
açucareiras em retração.
Com os olhos voltados para o ouro, (...) pode-se imaginar a fome que assolou essa população.
(Laura de Mello e Souza. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. Rio de
Janeiro: Graal, 2004. p. 41-42)
C) Guerra do Paraguai.
D) Guerra dos Emboabas.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a Guerra de Canudos (1896-1897) ocorreu no sertão da Bahia, nos anos
finais do século XIX, já no período republicano.
A alternativa B também é falsa, pois a Guerra dos Farrapos (1835-1845) ocorreu no Rio Grande do
Sul, durante o Período Regencial.
A alternativa C também é falsa, pois a Guerra do Paraguai ocorreu durante o Segundo Reinado,
entre 1864 e 1870.
A alternativa D é a resposta certa. A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado entre 1707 e
1709, pelo direito de exploração das recém descobertas jazidas de ouro, na região das Minas
Gerais. O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores vicentinos, ou Bandeirantes, que
haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam à exclusividade de
explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses e imigrantes das
demais partes do Brasil – pejorativamente apelidados de “emboabas” pelos Bandeirantes –, todos
atraídos à região pela febre do ouro.
(FARIA, 2013).
Gabarito: D
23. (CESPE - 2013 - SEE-AL - Professor - História)
Com relação à história colonial brasileira, julgue o item que se segue.
A descoberta do ouro nos sertões mineiros foi recebida pela Coroa portuguesa com grande
apreensão. Não havia um projeto de colonização definido a priori. A tarefa de controlar a
multidão de aventureiros que se dirigiria àqueles sertões parecia algo grande demais para os
poucos recursos lusos. Por fim, existia a possibilidade da descoberta daquela riqueza
despertar a cobiça das demais nações europeias.
Comentários
A afirmativa está correta. O ouro inicialmente foi encontrado no leito dos rios e riachos. Era o ouro
de aluvião, isto é, encontrado em depósitos de cascalho, areia e argila que se formam junto às
margens dos rios. A notícia da descoberta trouxe para as zonas auríferas uma enorme multidão:
calcula-se que tenham chegado à região cerca de 30 a 50 mil aventureiros. Em decorrência desse
afluxo populacional, a região das minas alcançou uma densidade populacional relativamente alta e
assistiu ao primeiro surto urbano da vida brasileira. Nos primeiros anos a fome e a desnutrição
assolaram as regiões mineradoras. Além da fome, ocorriam todo tipo de contravenções,
principalmente assassinatos e roubos. Era uma região que não contava com a presença e nem com
o controle do governo metropolitano. Só após um primeiro momento de caos e violência que o
governo metropolitano começou a interferir na área das lavras de ouro. Promoveu a construção de
estradas e passou a cobrar impostos. As principais medidas administrativas implantadas na região
foram: criação da capitania de São Paulo e Minas do Ouro; distribuição das jazidas;
estabelecimento do quinto (imposto que cobrava a quinta parte do ouro extraído); a criação de
Casas de Fundição, permitindo a circulação apenas do ouro em barras com o selo real; e a
implantação da taxa de capitação, que cobra imposto sobre o número de escravos.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: Correto
24. (ACAFE - 2008 - PC-SC - Investigador de Polícia)
Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para
a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características
básicas: a monocultura e o trabalho escravo.
C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos
europeus numa relação de escambo com os nativos.
D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico
interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois de fato o ciclo do ouro contribui para o primeiro surto urbano do
Brasil. A notícia espalhou-se rapidamente e milhares de pessoas da Colônia e da Metrópole
dirigiram-se para a região das Minas Gerais. Essa alteração na ordem colonial acabou exigindo que
a capital colonial se transferisse para o Rio de Janeiro, que tinha menos infraestrutura do que
Salvador, mas era mais perto das minas de ouro, facilitando o controle da situação.
A alternativa B também é incorreta, pois de fato a produção agrícola do período colonial foi
organizada aos moldes do sistema de plantation, isto é, baseado na monocultura e no trabalho
escravo, produzindo para a exportação e comercio metropolitano.
A alternativa C também é incorreta, pois de fato os portugueses exploraram primeiramente o pau-
brasil, sob a mão de obra indígena, que era explorada em troca de objetos desconhecidos para
eles, como espelhos, facas, miçangas, foices e machados.
A alternativa D é a resposta certa, uma vez que é falso afirmar que o ciclo da cana-de-açúcar
contribuiu para a criação de um mercado econômico interno, ao passo que a produção de cana-de-
açúcar seguiu os moldes mercantilistas, firmando o pacto colonial que permitia o comércio apenas
com a metrópole e monopolizando a produção. Além disso, também é falso dizer que o ciclo do
açúcar fez a ligação entre o litoral e o interior da Colônia, de modo que a atividade açucareira se
concentrou especialmente na costa do nordeste brasileiro.
(VAZ, 2013).
Gabarito: D
(CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
Acerca da configuração territorial da América portuguesa, julgue (C ou E) os seguintes itens.
25.
A criação de gado foi a primeira atividade produtiva promotora da interiorização mais
profunda da colonização.
Comentários
A afirmativa está correta. A pecuária bovina contribuiu para a ocupação de áreas mais irrigadas do
sertão, entre Pernambuco e Bahia. A atividade expandiu-se pelo vale do Rio São Francisco e foi a
principal responsável pela interiorização do projeto colonial português do século XVII. Alguns
indígenas trabalhavam nas fazendas de gado, mas a maioria dos trabalhadores era composta de
caboclos, mestiços e brancos pobres. Embora o couro e o sebo fossem exportados, em geral a
criação de gado estava voltada para o mercado interno. Além da produção de carne, os animais
eram usados para transporte e tração.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Correto
26.
O Tratado de Madri tinha como princípio principal, quanto à definição de fronteiras, o uti
possidetis e como argumento subsidiário, aplicável à foz do Amazonas e ao Rio da Prata, o
mare liberum.
Comentários
A afirmativa está errada, uma vez que o Tratado de Madri, firmado em 13 de janeiro de 1750 entre
os reinos de Portugal e Espanha, tinha o intuito de substituir o Tratado de Tordesilhas (1494), o
qual dividia as terras conquistadas no Novo Mundo, estabelecendo assim, novas fronteiras de
exploração. Depois de 1750, a região dos Sete Povos das Missões (atual região oeste do Rio Grande
do Sul), que era da Espanha, deveria ser entregue aos portugueses. Em troca, a Espanha ficaria
com a Colônia do Sacramento.
(RAMOS, 2017).
Gabarito: Errado
27. (CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
A expansão da agroindústria açucareira atingiu proporções assombrosas a partir do final do
século XVI. Essa expansão não era coisa simples. Exigia um grande investimento, que deveria
cobrir os gastos em instalações para o processamento da cana e na compra de mão de obra
importada da África.
Considerando o texto acima e os aspectos marcantes do processo de colonização do Brasil,
julgue o item seguinte.
Comentários
A afirmativa está errada, pois durante o período colonial, devido ao grande contingente de
aventureiros que imigraram da Metrópole e de diferentes cantos da Colônia em busca do ouro,
existiu um conjunto heterogêneo de elementos, na maioria pobres, designados como
desclassificados do ouro. Esses homens e mulheres desempenhavam papéis diferentes e até
opostos: ora exerciam funções necessárias à manutenção da ordem, ora ameaçavam-na, na
medida em que muitos não se incorporavam ao mundo do trabalho. Esse contingente era formado
pelos escravos libertos, mulatos, mamelucos (mestiço de branco e índio), índios aculturados e
brancos pobres. Os homens tendiam a concentrar-se nos ofícios de artesão, alfaiate, sapateiro,
carpinteiro, barbeiro e pescador. Já as mulheres costumavam trabalhar como costureiras e
vendedoras ambulantes. Outro conjunto de pessoas, predominantemente brancas, situava-se
acima dos desclassificados na hierarquia social, mas sem integrar as elites coloniais. Eram
classificados como pertencentes ao povo. Esse grupo englobava desde os pequenos proprietários
rurais, soldados, funcionários inferiores, pequenos comerciantes, até os artesãos urbanos.
Raramente essa gente conseguiu assegurar um posição entre os “homens bons das vilas”.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: Errado
28. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios - História)
Com relação ao Brasil colonial, julgue o item que se segue.
A aliança entre a Companhia de Jesus e o Marquês de Pombal permitiu aos jesuítas estender
o projeto missionário desenvolvido com os indígenas ao vale do rio Amazonas e ao sul da
colônia.
Comentários
A afirmativa está errada. Quando Pombal assumiu o cargo de ministro de D. José I, implantou uma
política governamental de natureza despótica. Uma das medidas mais controvertidas da
administração pombalina foi a expulsão dos jesuítas da Colônia, em 1759. No intuito de centralizar
a administração, julgando que os jesuítas formavam um segundo Estado dentro do Estado
português, Pombal impediu que as missões se transformassem num centro de poder autônomo.
Após a expulsão dos jesuítas, os bens pertencentes à Companhia de Jesus passaram às mãos de
militares e particulares, e parte foi doada ou vendida em leilão.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: Errado
29. (CESPE - 2011 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
No que concerne à configuração territorial da América portuguesa, assinale a opção correta.
A) Em oposição às determinações da Coroa portuguesa, ao longo do século XVII, colonos
partiram de Piratininga em busca de riquezas pelos sertões afora, o que foi decisivo para a
configuração das fronteiras do Brasil e para a consolidação de São Paulo como importante
polo econômico no período colonial.
quando o reino da Espanha incorporou o reino de Portugal, de tal modo que facilitou aos
portugueses atravessarem os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas em 1494.
As alternativas B e E estão incorretas pelo mesmo motivo, pois o modo de exploração da Colônia
portuguesa na América seguia o modelo mercantilista, que estabelecia o pacto colonial, impedindo
a criação de manufaturas na Colônia e o comércio que não fosse com a Metrópole.
A alternativa C está correta. Os missionários da Companhia de Jesus que se dedicaram a converter
os indígenas americanos eram também difusores no poder ibérico, sendo parte constituinte e
transformador da expansão portuguesa no século XVI, e uma ação paulatina de tomadas de
decisões possíveis que as diferentes realidades de um novo mundo impunham aos reis lusitanos.
Outra ação importante na expansão portuguesa foram as bandeiras que partiram de Piratininga
em busca de jazidas de pedras preciosas, ouro, prata e as sonhas esmeraldas. Os Bandeirantes
abriram diversos caminhos e picadas pelo sertão brasileiro, especialmente durante o século XVII.
A alternativa D é incorreta, de modo que a produção de tabaco era associada à economia de
subsistência, desenvolvendo-se desde meados do século XVII no Recôncavo Baiano e no litoral e
zona da mata da capitania de Pernambuco.
(SABEH, 2009).
Gabarito: C
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a mineração na Colônia não dependeu de investimentos holandeses e
franceses, de tal modo que a Coroa portuguesa realizou concessões das jazidas descobertas para
metropolitanos e colonos particulares, sob um processo legal que definia as exigências para a
concessão.
A alternativa B também é falsa, uma vez que a primeira ferrovia do Brasil foi construída em 1852
pelo Barão de Mauá.
A alternativa C também é falsa, pois a mão de obra da mineração no Brasil colonial foi de escravos
vindos da África ou nascidos no território.
A alternativa D está correta, uma vez que por meio da busca por metais preciosos a Coroa
portuguesa investiu nas entradas e bandeiras, o que levou à expansão para o interior e sua
consequente ocupação, como em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Assim sendo, a mineração
contribuiu significativamente para o povoamento e ocupação do interior do Brasil.
A alternativa E também é falsa, uma vez que durante o ciclo do ouro no Brasil o comércio dos
tropeiros se intensificou, de modo que eles faziam a ligação entre a economia agraria e a
mineradora, pois nas regiões auríferas a febre do ouro voltava a todos para a exploração do metal,
deixando em outro plano a subsistência.
(VAZ, 2013).
Gabarito: D
entre os grupos maçônicos. Ambas as revoltas defendiam mudanças sociais em seus estados, ainda
que a Inconfidência Mineira tenha sido organizada por uma elite intelectual. Ao passo que a
Conjuração Baiana foi uma revolta de cunho popular. O que há em comum entre elas, além disso, é
que as duas revoltas foram de caráter separatista e republicano, buscando romper com Portugal e
estabelecer a independência destas províncias.
(VAZ, 2013).
Gabarito: C
35. (VUNESP/PM-SP/2009 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)
Na região das Minas Gerais, em fins do século XVIII, ocorreu uma revolta colonial contra a
dominação portuguesa. Esse movimento foi provocado pelos impostos abusivos cobrados
sobre a produção mineradora.
Identifique corretamente esse movimento.
A) Revolução Praieira.
B) Inconfidência Mineira.
C) Guerra de Canudos.
D) Guerra da Independência.
E) Revolta dos Farrapos.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a Revolução Praieira ocorreu na província de Pernambuco em meados
do século XIX, entre 1848 e 1850.
A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a Inconfidência Mineira, de caráter separatista, se
opôs à cobrança forçada de impostos atrasados (a chamada derrama), referentes aos tributos
sobre a extração do ouro nas Minas Gerais. O tributo cobrado era o quinto, ou seja, 20% sobre
toda a extração de ouro. Devido à intensa exploração do ouro durante todo o século XVIII, houve
uma redução drástica na quantidade de impostos recolhidos nas últimas décadas daquele século
por causa da diminuição das explorações, o que deixou a Coroa portuguesa insatisfeita e a levou a
decretar a referida derrama. Diante disso, uma parcela letrada da população mineira, da qual se
destacam mineradores, grandes proprietários de terras e membros do clero, sob a influência dos
ideais iluministas que ecoava, inclusive, no Brasil, passaram a se reunir para discutir formas
contrárias à exploração portuguesa. Dentre alguns de seus objetivos, podemos destacar: a
separação de Minas Gerais de Portugal e a respectiva proclamação da República; o fim do
monopólio do comércio com Portugal; o serviço militar obrigatório. Os inconfidentes iriam se
rebelar contra o governo português em 1789, ano que seria cobrada a derrama. Organizados um
ano antes, os inconfidentes, contudo, foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, que
buscava o perdão das suas dívidas com a Coroa. Todos os membros que preparavam a revolta
foram presos, mas o único condenado à morte foi Tiradentes, que teve seu corpo esquartejado e
exibido em praça pública, a fim de servir como modelo aos que buscavam a insurreição.
A alternativa C também é falsa, pois a Guerra de Canudos aconteceu no interior da Bahia, entre
1896 e 1897, já no período republicano.
Gabarito: C
contra os índios guaranis que, orientados pelos jesuítas, tinham a intenção de fundar uma
República Teocrática na região das Missões.
Comentários
A afirmativa [02] está incorreta, porque os superiores da Companhia de Jesus foram contra o apoio
que os padres deram aos indígenas na região dos Sete Povos das Missões;
A afirmativa [16] está incorreta, porque os indígenas não tinham a intenção de fundar uma
República na região dos Sete Povos das Missões. Eles, simplesmente, recusavam-se a abandonar
suas terras e cruzar a fronteira, como ficou determinado pelo Tratado de Madrid. Além disso,
Portugal e Espanha financiaram de maneira diferente o ataque aos Sete Povos das Missões.
Gabarito: 01+04+08 = 13
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por
Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).
A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles
trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram:
A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.
B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-
brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação
da sua organização social.
C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade
por conta dos confrontos com os espanhóis.
D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os
índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.
E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o
que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho
e organização habitacional.
Comentários
Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete as missões jesuíticas na América Latina
durante o período colonial. No contexto da contrarreforma ou Reforma católica em meados do
século XVI foi criada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus com o objetivo de angariar fiéis
para o catolicismo e impedir o avanço protestante. Estes jesuítas desempenharam um papel
importante na América, criaram as missões para catequese dos nativos. Daí que as aldeias que
eram um espaço indígena passaram a ser um aldeamento, ou seja, missões jesuíticas que ao
catequizar os nativos contribuíram para o processo de aculturação e destribalização. No caso do
Brasil, os padres jesuítas foram expulsos em 1759 pelo ministro Pombal.
Gabarito: E
E) Revolução Farroupilha.
Comentários
A Guerra Guaranítica – assim chamada devido a etnia dos indígenas nela envolvidos – foi
caracterizada pelo confronto entre os exércitos de Portugal e Espanha e os índios guaranis que
ocupavam a região dos chamados Sete Povos das Missões (atual Rio Grande do Sul).
Após acordo envolvendo Portugal e Espanha pelo domínio das terras ao sul da Colônia portuguesa,
os indígenas e os missionários deveriam sair das Missões Jesuítas rio-grandenses (pertencentes a
Portugal) e dirigir-se para o território do atual Uruguai (pertencente à Espanha). Como se
recusaram a isso houve confronto armado, vencido pelos exércitos de Portugal e Espanha.
Gabarito: B
seu final, terminou por definir o controle sobre as colônias que ocupavam a região dos
Pampas. Esse tratado
A) determinou a troca entre os sete povos das missões, no Uruguai, e a colônia de
Sacramento, no Brasil.
B) redefiniu as fronteiras territoriais na América do Sul, com base no uti possidetis.
C) permitiu aos jesuítas exercer um domínio que se estendeu por toda a região do Prata.
D) garantiu a consolidação da chamada “República dos Guaranis”, sob influência da Igreja
Católica.
E) possibilitou a anexação da região das Missões ao território argentino e do Chaco ao
Uruguai.
Comentários
O Tratado de Madrid, basicamente, surgiu para substituir o Tratado de Tordesilhas, que, na prática,
já não era respeitado desde o período da União Ibérica. De acordo com aquele tratado, Portugal e
Espanha admitiam a violação de Tordesilhas e a necessidade de estipular os novos domínios
territoriais, tanto na América quanto na Ásia. A base do novo Tratado era o direito privado
romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito). Sendo
assim, as terras espanholas na América do Sul ocupadas por Portugal passaram a ser, por direito,
dos portugueses.
Gabarito: B
47.
O mapa a seguir apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia
amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século
XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de
Madri, apenas em 1750.
Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente,
dominar
A) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
B) economicamente as grandes rotas comerciais.
C) as fronteiras entre nações indígenas.
D) o escoamento da produção agrícola.
E) o potencial de pesca da região.
Comentários
A região amazônica foi pouco explorada durante o período colonial e a atividade econômica
predominante foi o extrativismo. A maior preocupação portuguesa na época da construção das
unidades militares foi garantir a posse da terra em uma região que pertenceu teoricamente aos
espanhóis até 1750, mas nunca foi efetivamente dominada. Apesar da presença de grandes rios, a
pesca nunca foi uma atividade econômica desenvolvida, assim como não havia entre os povos
indígenas a ideia de fronteira.
Gabarito: A
Gabarito: C
modernizando Recife, que se converteu num centro urbano repleto de notáveis obras
arquitetônicas, passando a chamar-se Mauritzstadt, ou cidade Maurícia.
Fonte: VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. São Paulo:
Scipione, 2008. p. 188-189. (adaptado)
A economia colonial portuguesa do nordeste açucareiro constituiu um dos núcleos
fundamentais do mercado mundial em expansão, nos séculos XVI e XVII. As invasões dos
holandeses, o domínio das regiões produtoras e os investimentos feitos atestam essa
importância.
Integram esse contexto histórico, entre outros, os seguintes processos:
I. o domínio da Espanha sobre Portugal durante a denominada “União Ibérica”.
II. as rivalidades entre holandeses e espanhóis na Europa, fruto das lutas para a formação do
Estado Nacional holandês em territórios sob o domínio da monarquia espanhola.
III. a continuidade da produção açucareira, caracterizada como uma economia colonial típica,
voltada para o exterior, com a função de promover a acumulação primitiva do capital.
IV. o enfraquecimento do controle dos senhores sobre seus escravos durante o conflito com
os holandeses, facilitando o aumento das fugas e a ampliação da população dos quilombos,
principalmente o de Palmares.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I, II e III.
D) apenas III e IV.
E) I, II, III e IV.
Comentários
As invasões holandesas e o domínio de uma porção do norte do Brasil se insere no contexto da
União Ibérica – quando Portugal esteve submetido a coroa espanhola – e as guerras entre Espanha
e Holanda, uma vez que esta última se rebelou contra o domínio estrangeiro, libertou-se e
promoveu sua independência, tornando-se um Estado livre. No primeiro período de ocupação,
antes da administração de Nassau, os conflitos prejudicaram os fazendeiros e dentre outras
consequências, perderam parte de seus escravos, devido às fugas.
Gabarito: E
Coluna B
( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela
oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo
como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e
cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses.
( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com
a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia
de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus.
( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve
como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer
4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte
por cento) sobre o ouro.
( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes),
primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os
seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias.
Gabarito: D
A colonização no Brasil pela coroa portuguesa teve sua origem no sistema de Capitanias
Hereditárias que definiu a propriedade e a posse das terras. No início do século XIX, com a
vinda de imigrantes europeus para o Brasil, estabeleceu-se a Lei de Terras de 1850, com o
intuito de normatizar a propriedade e o seu uso.
Sobre o domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850,
assinale a alternativa correta.
A) Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei de
Terras definiu que as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada somente pela
compra.
B) Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para fazê-la.
Com a vinda dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos desprovidos de
recursos.
C) Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo das
capitanias. Com a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo monopólio do
poder econômico.
D) O sistema de capitanias vigorou até o século XIX quando aconteceram as insurreições do
Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu que a mão de obra livre pudesse se locomover
para as atividades industriais.
E) A Coroa tinha o direito de confiscar todos os metais preciosos extraídos das capitanias. A
Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o arrendamento das terras consideradas devolutas.
Comentários
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete a propriedade e posse de terras no Brasil
entre 1534 com a criação das Capitanias Hereditárias até 1850 com a aprovação da Lei de Terras
no Brasil. No contexto das Capitanias Hereditárias, os donatários não podiam vender as terras, pois
estas pertenciam à Coroa Portuguesa. Assim, os colonos deveriam ocupar e explorar as terras e
pagar impostos à Portugal. A partir de meados do século XIX, o Brasil começou a receber muitos
imigrantes europeus. Desta forma, a elite política aprovou a Lei de Terras em 1850 afirmando que
a posse de terras no Brasil só acontecia através de compra. O objetivo era impedir a ocupação de
terras por parte de imigrantes e pobres em geral e vincular estes trabalhadores à lavoura cafeeira
de exportação. As demais alternativas estão incorretas.
Gabarito: A
Ali, em 1625 foi construída a redução jesuítica de San Joseph – o termo missão foi adotado
pelos portugueses, enquanto espanhóis e pesquisadores preferem redução
(Jornal de Londrina, 3 mar. 2013. p.21.)
Comentários
A colonização da América se deu em um contexto mercantilista e absolutista. Surgiram os Estados
Nacionais Modernos Europeus através de uma aliança entre rei e burguesia. Estes Estados
necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exército, montar e equipar a marinha bem
como manter a burocracia estatal. Assim a colonização da América tinha como escopo gerar
recursos para a metrópole. O papel da colônia era complementar a economia da metrópole, enviar
matéria prima e produtos tropicais e importar produtos manufaturados da metrópole. As demais
alternativas estão incorretas. Não foram criadas indústrias nas colônias. Havia o pacto colonial no
qual a colônia não tinha autonomia política e econômica, portanto não tinha liberdade para
comercializar.
Gabarito: E
Para justificar sua contraposição a Fernando Novais, João Pinto Furtado argumenta, entre
outros elementos, que
A) o baixo nível de alfabetização da região impedia, por si só, a expansão do ideal
revolucionário, absolutamente dependente da leitura dos princípios franceses, embora os
Autos de Devassa indiquem o confisco de vários livros nas bibliotecas dos inconfidentes.
B) havia uma crença plantada pelo Conde de Assumar, em 1720, de que o ar de Minas
inspirava revoluções e, por isso, todos os governantes enviados pelo rei para a região eram
negociadores por natureza, contendo, assim, todo ímpeto revolucionário local.
C) manifestações populares nas ruas ao som de “viva o rei, viva o povo e morra o govenador”
eram especificamente contra o governador Barbacena, não contra o rei, porque este aplicava
cegamente as determinações de Lisboa quanto à cobrança dos impostos atrasados.
D) nomes importantes do movimento mineiro, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio
Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, almejavam algumas reformas no sistema, mas restritas
à troca de nomes em postos de poder, não alterando os seus pilares.
Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica
de:
A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa
do absolutismo monárquico.
B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de
igualdade natural dos homens.
C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas
proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.
D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o
declínio da produção aurífera.
E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre
economias industrializadas europeias.
D) o forte vínculo econômico que aproximava Portugal à Holanda, responsável pelo refino e
pela comercialização de grande parte do açúcar português exportado para a Europa, o que
tornava a guerra direta entre portugueses e holandeses algo incômodo e desinteressante.
E) o receio que tinha Portugal de que a guerra contra a Holanda pudesse insuflar a própria
população contra a dominação portuguesa, acirrando os conflitos entre colônia e metrópole,
e colocando em risco o projeto português de construção de um grande império colonial.
B) Inconfidência Mineira.
C) Levante de Vila Rica.
D) Guerra Mata Maroto.
C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos
europeus numa relação de escambo com os nativos.
D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico
interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.
II. O Forte do Presépio, instalado em 1616, deu origem à cidade de Belém; do Forte de São
José do Rio Negro, fundado em 1669, nasceu Manaus.
III. Os índios, nas Missões, cultivavam a terra e entravam na floresta para colher as drogas do
sertão, tais como: a baunilha, o cacau, o guaraná e a castanha-do-pará. Porém, as Missões
transformaram-se em empreendimentos pouco lucrativos, uma vez que os índios não
gostavam de trabalhar.
04) Segundo o Tratado de Madri, o território dos Sete Povos das Missões, a leste do rio
Uruguai, na atual região missioneira do estado do Rio Grande do Sul, passaria para o domínio
português.
08) A recusa de parte dos jesuítas e dos índios em abandonar os territórios dos Sete Povos
das Missões levou à “guerra dos guaranis” (ou Guerra Guaranítica).
16) A derrama, imposto sobre a mineração cobrado por Portugal na região de Minas Gerais,
em 1769, financiou as expedições militares organizadas por Portugal e Espanha para lutar
contra os índios guaranis que, orientados pelos jesuítas, tinham a intenção de fundar uma
República Teocrática na região das Missões.
Dessa guerra, os chamados Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai saíram aniquilados.
Esse episódio ficou conhecido como:
A) Revolução dos Tamoios.
B) Guerra Guaranítica.
C) Inconfidência Mineira.
D) Guerra dos Emboabas.
E) Revolução Farroupilha.
47.
O mapa a seguir apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia
amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século
XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de
Madri, apenas em 1750.
Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente,
dominar
A) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
B) economicamente as grandes rotas comerciais.
C) as fronteiras entre nações indígenas.
D) o escoamento da produção agrícola.
E) o potencial de pesca da região.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I, II e III.
D) apenas III e IV.
E) I, II, III e IV.
Coluna B
A) Minas Gerais e Bahia se comunicavam ativamente para que seus movimentos ocorressem.
Tanto é verdade que Tiradentes se tornou herói nacional por lutar nas duas revoltas.
B) Tanto a Conjuração Baiana quanto a Inconfidência Mineira foram movimentos burgueses,
com a participação popular quase nula e apenas os mais pobres foram condenados: João de
Deus Nascimento, na Bahia, e Tiradentes, em Minas Gerais.
C) Diferente da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana tinha como proposta o fim da
escravidão e um levante armado imediato.
D) Um dos grandes motivos para que as revoltas ocorressem foi a Independência dos Estados
Unidos. Os revoltosos da Bahia e de Minas Gerais foram em comitiva para o país recém-
independente conseguir apoio para suas revoltas.
E) Os dois movimentos foram sumariamente reprimidos. Os dois líderes, João de Deus
Nascimento e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foram enforcados juntos, lado a
==2694c3==
Sobre o domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850,
assinale a alternativa correta.
A) Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei de
Terras definiu que as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada somente pela
compra.
B) Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para fazê-la.
Com a vinda dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos desprovidos de
recursos.
C) Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo das
capitanias. Com a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo monopólio do
poder econômico.
D) O sistema de capitanias vigorou até o século XIX quando aconteceram as insurreições do
Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu que a mão de obra livre pudesse se locomover
para as atividades industriais.
E) A Coroa tinha o direito de confiscar todos os metais preciosos extraídos das capitanias. A
Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o arrendamento das terras consideradas devolutas.
BORREGO, Maria Aparecida de Menezes. A teia mercantil: negócios e poderes em São Paulo
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MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História das cavernas ao terceiro milénio. São
Paulo: Editora Moderna, 2005. 728 p.
VAZ, Valéria (Ed.). História: Ser Protagonista. 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2013. 376 p. Volumes 1,
2 e 3.
Até logo...
Autor:
Sergio Henrique
12 de Maio de 2023
SUMÁRIO
No início do século XIX, a Europa passava pelas Guerras Napoleônicas. Ameaçados por
Napoleão Bonaparte, a família real portuguesa colocou em prática um antigo projeto de evacuação
do território, transferindo toda a corte para o Brasil. Tem aí o início do nosso processo de
independência. Os portugueses eram dependentes da Inglaterra desde 1703, quando foi assinado
o Tratado de Methuen (panos e vinhos), no qual Napoleão proibiu os portugueses de fazerem
comércio com os ingleses. Na transferência da corte, eles foram escoltados pelos britânicos. Ao
desembarcarem no Brasil foram assinados dois importantes tratados comerciais:
1808 – A abertura dos portos às nações amigas: permitia realizar comércio com os ingleses. Na
prática punha fim ao Pacto Colonial.
1810 – Tratados de comércio e navegação com as nações amigas. Concedia tarifas
alfandegárias especiais aos ingleses, que pagavam 15% de impostos sobre o valor. As outras
nações pagavam até 60%. Ocorreu uma grande enxurrada de produtos ingleses no nosso
mercado, o que atrasou nossa industrialização por quase 100 anos.
O período em que Dom João ficou no Brasil ficou conhecido como Período Joanino. Dom
João realizou importantes mudanças como:
O processo de Independência da América espanhola foi liderado pelos criollos e teve uma
profunda participação popular nas batalhas travadas contra os exércitos espanhóis. Ex-escravos e
nativos participaram ativamente. Após a independência, proclamaram repúblicas e aboliram a
escravidão. Você se lembrada Santa Aliança, criada no congresso de Viena? Esse exército lutou
para tentar impedir as independências. A Inglaterra era favorável à independência das colônias
(países independentes significam a conquista de novos mercados para os produtos industriais
ingleses).
Entre os principais líderes da independência das colônias espanholas, podemos citar:
Simon Bolívar: venezuelano considerado herói libertador dos países andinos (Venezuela,
Colômbia, equador, Peru e Bolívia).
San Martin: líder da independência da Argentina e do Chile.
O primeiro país a ficar independente foi o Haiti, que passou por uma revolução de escravos
em 1791. As outras independências ocorreram ao longo da primeira metade do século XIX.
Guerra Pacífico
Fracionamento territorial Manutenção da unidade territorial
Com o país independente, vários desafios se colocaram diante de D. Pedro quando ele foi
coroado como Imperador do Brasil. Seu reinado foi curto, durou de 1822 a 1831, quando, devido à
queda de sua popularidade, foi obrigado a abdicar do trono por inexistir saída política. A
historiografia (produção cientifica da história) do Brasil sobre a época tende a retratar o período do
Primeiro Reinado destacando os desmandos de Dom Pedro, principalmente os historiadores
republicanos, no começo do século XX. Em Portugal, quando morreu, ele era duque e herói
nacional por ter liderado uma guerra civil vitoriosa.
Com o país independente, era necessário escrever uma Constituição para o Brasil. Em 1823,
foi promulgada (votada) uma Constituição que ficou conhecida como Constituição da Mandioca,
pois previa voto censitário (o eleitor, para votar, tinha que ter determinada renda anual,a qual era
calculada pela quantidade de mandioca plantada, por ser o alimento dos escravos). Essa
Constituição possuía a divisão do país em 3 poderes(Executivo, Legislativo e Judiciário – influência
do pensamento liberal) e limitava os poderes do imperador. D. Pedro não gostou disso e dissolveu
a Constituição.
6. A GUERRA DA CISPLATINA
A Cisplatina corresponde ao atual território do Uruguai. Logo que Dom João VI estabeleceu
a corte no Rio de Janeiro, iniciou uma política externa expansionista. Ele invadiu a Guiana Francesa
em retaliaçãoa Napoleão Bonaparte, o general francês que forçou a transferência da Corte e
invadiu o território do atual Uruguai, na época conhecido como Província Cisplatina. Dominando
este território, o Brasil teria acesso a um ponto estratégico muito disputado até o século XIX entre
o país e os seus vizinhos: o Rio da Prata. Com a Cisplatina, a borda superior, ao norte do rio,
pertenceria ao Brasil, que poderia exercer o domínio da navegação. Logo após a independência
brasileira, a população da Cisplatina se organizou contra a ocupação militar, iniciando uma guerra
de independência. Uma das medidas mais impopulares durante o curto governo de D. Pedro foi
ele ter enviado tropas sem ter recursos financeiros, pois foi gasta uma enorme soma e morreram
milhares de pessoas. A população era radicalmente contra o conflito, e as formas de recrutamento
forçado geraram uma grande revolta.
Ela teve muito trabalho pela frente, coma as revoltas regenciais. Além do quadro de
instabilidade, as tropas existentes no país, em sua alta oficialidade, eram ocupadas por
portugueses e o país estava em um contexto de forte sentimento antilusitano (antiportuguês),
pois além dos oficialatos das armas, os portugueses também eram grandes comerciantes e
ocupavam altos cargos públicos.
Até na Guarda Nacional, os cargos de oficiais do exército eram ocupados por militares
portugueses, e a massa dos soldados e as baixas patentes eram formadas, em geral, por pessoas
consideradas vadias, viajantes errantes e indolentes, cuja sorte não importava a ninguém. O
serviço militar era considerado um castigo, conhecido nos meios populares como “tributo de
sangue”, principalmente porque os métodos de recrutamento usados na época da Guerra da
Cisplatina eram violentos e involuntários, quero dizer, as pessoas eram alistadas à força no
exército. Foi em um contexto deste, de grande agitação política, que a Regência Trina Permanente
criou, em agosto de 1831, a Guarda Nacional. Ela não era parte do exército e não era submetida a
ele. A lei previa um alistamento censitário, pois era necessário possuir certa posse. Ela passou a ser
vista como uma forma de fugir do terrível alistamento militar, que era muito malvisto e temido
pela maioria. De acordo com o historiador Flávio Henrique Saldanha:
“O serviço prestado pelos milicianos era gratuito e a Guarda Nacional foi requisitada para várias
atividades. Além de reprimir revoltas e combater quilombos, os guardas eram solicitados para
participar de procissões religiosas, patrulhar e escoltar presos. Essa prestação de serviços às
vezes dava margem a reclamações. Nas épocas de colheita, quando mais braços eram
necessários nas plantações, os guardas que eram escalados para vigiar cadeias ou escoltar presos
implicavam ausência de mão de obra nas lavouras e no comércio, resultando em perigosa falta de
suprimentos nas cidades. Requisições constantes, especialmente nas vésperas das eleições,
geravam queixas por parte dos comandantes da milícia e dos presidentes de província. “Não se
dá maior injustiça! Manuel João está todos os dias vestindo a farda. Ora pra levar presos, ora pra
dar nos quilombos... É um nunca acabar”, lamenta a personagem Maria Rosa, da peça O juiz de
paz na roça (1838), de Martins Pena, sobre seu marido ter que servir à Guarda Nacional e perder
o trabalho na lavoura.”
Em 1934, os liberais moderados conseguiram uma grande conquista: a aprovação de uma lei
chamada Ato Adicional à Constituição, promulgada em 1834. Este ato previa:
Criação de uma regência uma (que foi ocupada pelo Pe. Antônio Diogo Feijó). Era um
padre de orientação liberal em várias de suas posições políticas, e que defendia a maior
autonomia das províncias e uma maior descentralização do poder. Em termos religiosos,
ele era defensor do fim do celibato ao clero. Perceba a grande influência da Igreja
Católica, associada a Portugal desde as grandes navegações, união que durou até a
proclamação da república. O cargo mais influente e poderoso do país, pois basicamente o
regente governa no lugar do rei, ficou a cargo de um clérigo (pessoa pertencente ao
clero).
Uma maior descentralização política, que fundamentalmente era a proposta dos liberais.
Durante a regência de Feijó, eclodiram várias revoltas separatistas; como ele teve
dificuldade em sufocá-las, a Guarda Nacional foi criada, como instrumento de defesa dos grandes
proprietários rurais contra as revoltas populares e separatistas. Entre elas podemos citar:
Cabanagem (PA)1835.
Sabinada (Ba)1837.
Balaiada (Ma) 1838.
Farroupilha (RS) 1837.
A Revolta do Malês, na Bahia: revolta de africanos islâmicos que foram escravizados e
levados para salvador.
Foram revoltas separatistas e republicanas. A mais importante delas foi a Farroupilha, que
durou 10 anos e chegou a proclamar uma república independente. Para os políticos da época, a
onda de rebeliões ocorria devido à regência, sendo assim seria necessário empossar o príncipe (o
que era dificultado pela sua idade).
Feijó foi pressionado de todos os lados e responsabilizado pelas revoltas regenciais, diziam
que ele não era capaz de manter a estabilidade e que a fragilidade política daquele momento
ocorria devido à ausência do rei, pois a falta de um poder centralizador é o que estimulava as
guerras civis separatistas e republicanas em curso. Feijó renunciou em favor de um conservador:
Araújo Lima.
Apesar disso, de acordo com a Carta Régia, a abertura dos portos fora estabelecida “em
razão das críticas e públicas circunstâncias da Europa”, de modo que a medida tinha um caráter
provisório e, ao menos teoricamente, poderia ser revogada tão logo a normalidade retomasse à
Europa.
No entanto, os grandes proprietários escravistas, que há muito reivindicavam o livre
comércio com as nações estrangeiras, dificilmente concordariam com o retorno à situação
anterior. Além disso, eles contavam com o apoio da burguesia inglesa, a quem não interessava o
fechamento do mercado brasileiro. Não obstante seu declarado caráter provisório, a medida
tornou-se irreversível.
Feijó tomou posse em 12 de outubro de 1835, num momento em que graves agitações
sacudiam o país. A Cabanagem eclodiu no Pará e se expandiu rapidamente; no Rio Grande do Sul, a
Farroupilha assumiu sérias proporções; na Bahia uma audaciosa rebelião dos escravos malês teve
grande repercussão no país.
Em 1836, num discurso, Feijó disse o seguinte:
“Nossas instituições vacilam, o cidadão vive receoso, assustado; o governo consome o tempo em
vãs recomendações. Seja ele responsabilizado pelos abusos e omissões: dai-lhe, porém, leis
adaptadas às necessidades públicas; dai-lhe forças com que possa fazer efetiva a vontade
nacional. O vulcão da anarquia ameaça devorar o Império; aplicai a tempo o remédio.”
A Instabilidade Política
definição do grupo social que ascenderia ao poder, de seu projeto político e de que forma este
projeto seria implantado.
O eixo de gravitação política era o centro-sul, particularmente o Rio de Janeiro. Desde o
período joanino, procurou-se adotar o centralismo político-administrativo e manter a economia
escravista colonial.
Desse modo, as rebeliões regenciais tiveram dupla raiz: o empenho das camadas
dominantes locais pela preservação da autonomia provincial e a luta das camadas populares para
alterar o quadro social.
A abdicação de D. Pedro I e a menoridade de seu filho deixou um vazio político que o regime
regencial se esforçou para preencher. De 1831 a 1840, o Brasil vivenciou um período de
“experiência republicana”, em que diferentes grupos disputavam o poder. Como resultado,
instalou-se um clima de grande instabilidade que propiciou a irrupção de conflitos em inúmeros
pontos do país. Tais conflitos demonstraram, por um lado, como a consolidação do Estado nacional
brasileiro foi difícil, pois entre a elite não havia consenso e muito menos um projeto político claro
para o país. Por outro, demonstram que os setores populares, embora alijados do poder, resistiram
a essa condição.
10. As chamadas Cortes de Lisboa, que passaram a controlar Portugal após a Revolução de
1820, tomaram medidas que restringiam a autonomia do governo brasileiro, o que
enfraquecia a autoridade de D. Pedro. Com isso, passaram a exigir o retorno do príncipe
regente a Portugal.
11. D. Pedro, diante da situação, teve o apoio de grande parte dos latifundiários e dos grandes
comerciantes brasileiros, que se organizaram em favor da sua permanência, dando origem
àquele que ficou conhecido como o Partido Brasileiro, o qual contava com lideranças
como José Bonifácio, Cipriano Barata e Gonçalves Ledo. Esse partido elaborou um
documento pedindo que D. Pedro permanecesse no Brasil. No dia 09 de janeiro de 1822, o
então príncipe regente declarou que ficaria no Brasil. Esse dia entrou para a História do
Brasil como o Dia do Fico.
12. Os membros das Cortes de Lisboa continuaram tentando reduzir a autoridade de D. Pedro,
contudo, o rompimento político com Portugal se deu, efetivamente, no dia 07 de setembro
de 1822, quando foi proclamada a Independência do Brasil. O príncipe regente foi
aclamado, enfim, imperador e recebeu o título de D. Pedro I, em 1º de dezembro de 1822,
dando início ao período conhecido como o Primeiro Reinado (1822-1831).
13. Durante o Primeiro Reinado, a participação da população foi pouco expressiva e o poder
permaneceu nos grupos dominantes da ex-colônia e, sobretudo, na figura de Pedro I.
14. Dentre as principais diferenças entre o Brasil e as demais nações americanas, no que diz
respeito à sua independência, temos que o Brasil esteve sob um regime monárquico,
enquanto as demais nações, como Argentina e Uruguai, por exemplo, proclamaram um
regime republicano.
15. A Inglaterra foi um dos primeiros países a reconhecer a independência brasileira, exigindo
o fim do tráfico negreiro, em acordo feito em 1826. Em 1831, foram declarados livres os
escravos vindos, a partir de então, da África, contudo, tal lei não foi cumprida. Vem desse
período, por exemplo, a expressão “Pra inglês ver”, uma vez que os tratados não eram
obedecidos na prática, apenas em teoria.
16. Em 1823, os deputados da Assembleia Constituinte, reunidos no Rio de Janeiro,
procuraram fazer um projeto de Constituição, dentre os seus principais aspectos temos:
oposição aos portugueses, limitação dos poderes do imperador, ampliação do Poder
Legislativo e manutenção do poder nas mãos dos grandes proprietários rurais. Para votar,
o projeto estipulava que o eleitor deveria possuir uma renda mínima anual de 150
alqueires de mandioca. Para ser eleito, o representante também deveria ter renda elevada
em alqueires do mesmo produto, motivo pelo qual esse projeto ficou conhecido como a
Constituição da Mandioca.
17. D. Pedro, recusando tal projeto, uma vez que este limitava seus poderes, dissolveu a
Assembleia Constituinte de 1823, sob o apoio do Partido Português, que procurava reatar
os vínculos com Portugal. Diante disso, o imperador nomeou uma comissão composta por
10 brasileiros natos, responsáveis pela elaboração de uma nova Constituição, tendo sido
esta outorgada(imposta) por D. Pedro I em 25 de março de 1824.
18. A Carta Magna de 1824 estabelecia a submissão da Igreja Católica ao controle político do
imperador (regime do padroado), um novo sistema eleitoral (que excluía as mulheres,
escravos, indígenas, além de grande parte dos homens que não obtivessem uma renda
mínima) e a existência de 4 poderes: Judiciário (que fiscalizava o cumprimento das leis),
Legislativo (responsável pela elaboração das leis), Executivo (encarregado da
administração pública e exercido pelo imperador e seus ministros de Estado) e
Moderador(exclusivo ao imperador e acima dos demais poderes, concedia autonomia ao
chefe do Executivo para nomear ministros, senadores, juízes, demitir presidentes de
províncias, dissolver Câmaras, vetar atos do Legislativo, dentre outros).
19. Com tais atitudes, D. Pedro I enfrentou algumas revoltas entre os políticos de pensamento
liberal. A mais contundente desse período foi a Confederação do Equador, ocorrida em
Pernambuco, em julho 1824. A elite da província estava insatisfeita com a queda nas
exportações do açúcar, e os pequenos comerciantes, os militares de baixa patente, os
mestiços, os negros livres e os escravos se encontravam em grande miséria. Unindo-se em
ideias contrárias à Monarquia e sob a liderança de Cipriano Barata e Frei Caneca,
defendiam a instalação de um regime republicano com poder descentralizado,
concedendo maior autonomia às províncias.
20. Após a nomeação de um novo presidente da Província de Pernambuco, os revoltosos,
liderados por Manuel Pais de Andrade (antigo presidente da província) tentaram organizar
a Confederação do Equador, reunindo as províncias do Nordeste sob uma República
Federalista, expandindo-se para o Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Alagoas.
Contudo, após a saída das elites, que discordavam do fim do tráfico negreiro e da
igualdade social, principais bandeiras do movimento, a revolta enfraqueceu e não resistiu à
repressão do governo imperial. Diversos líderes foram presos e condenados à morte, como
o próprio Frei Caneca.
21. Frente a uma sucessão de crises, a popularidade de D. Pedro caiu significativamente. Isso
foi fruto do fechamento da Constituinte, em 1823;da imposição da Constituição de 1824;
da violência contra a Confederação do Equador;da falência do Banco do Brasil, em 1829;
além das mortes e despesas com a Guerra da Cisplatina, conflito entre Brasil e Argentina
pela posse da Colônia de Sacramento, na região do Rio da Prata, cujo término se deu em
1828,resultando na criação de um novo país, a República Oriental do Uruguai. Assim o
desgaste da imagem do imperador foi marcante.
22. Outro fator importante de sua impopularidade diz respeito à participação da imprensa na
vida política do século XIX: em novembro de 1830, Líbero Badaró, um dos líderes da
imprensa de oposição ao governo, foi assassinado, e a opinião pública acreditava que sua
morte tinha ligações com D. Pedro. Diante deste cenário, o imperador viajou para Minas
Gerais, sendo recebido com hostilidade pela população. Como resposta a tal atitude, o
Partido Português organizou uma festa de recepção no Rio de Janeiro, contudo ela foi
impedidapelos políticos liberais. No dia 13 de março de 1831, o embate entre brasileiros e
portugueses no Rio de Janeiro ficou conhecido como a Noite das Garrafadas.
23. Diante de tal situação, o imperador decidiu abdicar do trono em 07 de abril de 1831, tendo
partido para a Europa em busca do trono português. Deixou seu filho Pedro de Alcântara,
então com 5 anos, como seu herdeiro. Pela Constituição de 1824, o Brasil deveria ser
governado por um conselho de três regentes, eleitos pelo Legislativo, até Pedro de
Alcântara completar 18 anos. Tem início, assim, o chamado Período Regencial Brasileiro.
15. Em 1840, a Assembleia aprovou a maioridade, naquele que ficou conhecido como o Golpe
da Maioridade. Pedro de Alcântara foi aclamado imperador, sob o título de D. Pedro II, em
23 de julho de 1840, com 14 anos, dando início ao período da História Imperial conhecido
como o Segundo Reinado.
13. EXERCÍCIOS
A) A Constituição de 1824 foi outorgada, isto é, efetivada sem qualquer participação popular,
pelo imperador D. Pedro I e vigente até a declaração da república em 1889.
B) Uma das maiores peculiaridades da Constituição de 1824 é a sua divisão dos poderes, uma
vez que a Carta Constitucional apresentava, além dos poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, o Poder Moderador que assegurava o controle do Imperador sobre os demais
poderes.
C) Dentre as maiores inovações da Constituição de 1824 estava o estabelecimento do Estado
laico que punha fim ao Catolicismo como religião oficial, havendo liberdade de culto a outras
religiões em locais privados e públicos.
D) O direito ao voto nas eleições primárias, onde eram escolhidos aqueles que votariam nos
deputados e senadores, era concedido apenas aos homens livres, maiores de 25 anos e com
renda anual de mais de 100 mil réis.
E) De acordo com a Constituição, só poderiam ser candidatos nas eleições primárias os
homens livres com renda a partir de 200 mil reis. Já para os candidatos a deputados e
senadores, estes deviam ter uma renda superior a 400 mil réis, serem brasileiros e católicos.
É importante lembrar que os negros libertos não podiam concorrer aos cargos, ainda que
preenchessem os outros quesitos necessários.
Comentários:
A Alternativa A) é correta, pois a Constituição Política do Império do Brasil, comumente referida
como Constituição de 1824, foi a primeira constituição do Brasil, outorgada em 25 de março de
1824 e revogada em 24 de fevereiro de 1891. Vigente durante o período do Brasil Império, ela foi
uma constituição do tipo outorgada, isso é, imposta unilateralmente pela vontade do imperador
Pedro I, que a encomendara ao Conselho de Estado. D. Pedro havia dissolvido a Assembleia
Constituinte em 1823 e, por meio da Constituição de 1824, impôs o seu próprio projeto político ao
País. O mesmo D. Pedro viria a outorgar, em Portugal, a Carta Constitucional de 29 de abril de
1826, inspirada no modelo brasileiro.
A Alternativa B) é correta, pois a Constituição de 1824 é mais conhecida por sua peculiar divisão de
poderes, com a inclusão do Poder Moderador entre o executivo, legislativo e judiciário. Com o
objetivo declarado de resolver impasses e disputas, o Poder Moderador, na prática, foi uma
maneira de assegurar a autoridade do Imperador sobre os demais poderes; liberal nas intenções, a
Constituição foi centralizadora na prática, sendo que o Imperador era também a autoridade
máxima do Executivo (com os ministros como auxiliares) e podia adiar seções da Assembleia Geral
(equivalente ao Congresso Nacional) ou dissolver a Câmara dos Deputados.
A Alternativa C) é a incorreta, pois notadamente, o título oitavo da Constituição garantiu alguns
direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, considerado "cidadão" qualquer pessoa livre
natural ou naturalizada no Brasil: o direito à liberdade, à segurança pessoal e à propriedade. No
âmbito religioso, ela estabeleceu o catolicismo como única religião oficial do Estado, havendo
liberdade de culto a outras religiões somente no âmbito doméstico, ou seja, sem demonstrações
em local público. Apesar desta restrição, a liberdade religiosa era ampla na prática.
maçônica que pretendia o regresso do rei e que se manifestava contrária à presença inglesa,
mandou matar os conspiradores (entre eles o general Gomes Freire de Andrade). Viaja para o
Brasil onde consegue do Rei poderes mais alargados, sendo feito Marechal-General, título
anteriormente usado pelo Barão Conde, pelo Conde de Lippe, pelo Duque de Lafões e pelo referido
Duque de Wellington. Mas, devido à Revolução de 1820, é demitido das suas funções, não lhe
sendo permitido sequer desembarcar em Portugal continental. Regressou a Portugal em 1826, mas
a sua pretensão de regressar ao comando do Exército não foi aceite. Mais tarde, foi membro do
primeiro governo de Wellington, de 1828 a 1830, com o título de "Master General of Ordnance",
equivalente em Portugal ao posto militar de Diretor do Arsenal.
A Alternativa E) é incorreta, pois críticos da época afirmavam que a instalação da administração do
império português na cidade do Rio de Janeiro teria sido prejudicial à Portugal. De fato, a
transferência da máquina administrativa burocrática de Portugal para o Brasil iniciou um
fenômeno administrativo no qual a própria metrópole passou a ser conduzida a partir de sua
colônia. Somaram-se uma série de outras decisões tomadas pelo então Príncipe-Regente Dom João
VI que concorreram para a exaltação dos ânimos de grandes parcelas das sociedades portuguesa e
brasileira.
(FERNANDES. 2020)
Gabarito: A
4. (Pref. de Juazeiro do Norte-CE - Professor de História /2019)
São exemplos de revoltas ocorridas no período regencial
A) Cabanagem, Balaiada e Sabinada.
B) Farroupilha, Cabanagem e Guerra dos Emboabas.
C) Revolta de Felipe dos Santos, Guerra dos Mascates e Revolta dos Malês.
D) Revolta de Beckman, Cabanagem e Farroupilha.
E) Guerra dos Emboabas, Revolta dos Malês e Balaiada.
Comentários:
A Alternativa A) é correta, pois as principais Rebeliões Regenciais são:
Balaiada: Ocorreu no Maranhão entre 1838 e 1841. A revolta ocorreu devido crise na produção
algodoeira;
Cabanagem: Ocorreu na província do Grão-Pará entre 1835 e 1840. Os paraenses desejavam
escolher os próprios governantes locais;
Sabinada: Aconteceu na Bahia entre 1837 e 1838. Foi um movimento marcado pela presença das
camadas médias;
Revolução Farroupilha: Ocorreu na província do Rio Grande do Sul entre 1835 e 1845, sendo a
maior e mais importante revolta do período regencial.
A Alternativa B) é incorreta, pois os bandeirantes paulistas, responsáveis pelas primeiras
descobertas, acreditavam que a exploração das minas deveria ser reservada aos pioneiros da
região. Em contrapartida, a Coroa Portuguesa enxergava o feito como mais uma excelente
oportunidade de negócio capaz de sanar a vida do Estado Lusitano. Dessa forma, a região de Minas
Gerais, entre 1708 e 1709, acabou se transformando em palco de um conflito que acabou
conhecido como a Guerra dos Emboabas.
A Alternativa C) é incorreta, pois a Revolta de Felipe dos Santos ocorreu no Brasil Colônia; a guerra
dos Mascates também ocorreu no período colonial; e a Revolta dos Malês é a única, aqui, ocorrida
no período regencial do brasil.
A Alternativa D) é incorreta, pois a Revolta de Beckman foi uma revolta organizada pelos homens-
bons de São Luís, por conta de suas insatisfações com medidas tomadas pela Coroa em questões
relacionadas ao comércio local e o trato dos indígenas. Iniciou-se em 1684 e se estendeu até 1685,
quando uma esquadra portuguesa conseguiu restabelecer o domínio português sobre a cidade
maranhense. Os envolvidos com o movimento foram punidos de diferentes maneiras.
A Alternativa E) é incorreta, pois a guerra dos Emboabas ocorreu entre 1708 e 1709.
(KOSHIBA. 2020; SOUSA. 2020; NEVES. 2020)
Gabarito: A
5. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
Sobre o Primeiro Reinado marque a alternativa incorreta:
A) O Primeiro Reinado ficou marcado pelos atritos entre D. Pedro I e grupos políticos do
Brasil, pelo autoritarismo e pela incompetência na administração do país.
B) Com o fim da guerra de independência, era necessário garantir que Portugal reconhecesse
a independência brasileira. Esse reconhecimento foi formalizado em 1823 por meio de
negociações mediadas pela Holanda.
C) Pressionado por diversos grupos insatisfeitos, D. Pedro I renunciou ao trono em 1831, em
favor de seu filho.
D) A outorga da Constituição de 1824 foi o exemplo mais claro do autoritarismo que marcou
o reinado de D. Pedro I. Seu governo também foi marcado por decisões equivocadas, como a
Guerra da Cisplatina.
E) Iniciou-se um período de transição em que o país foi governado por regentes até que o
futuro imperador tivesse a idade mínima para assumir o país – 18 anos –, conforme
estipulava a Constituição de 1824.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois o governo de D. Pedro I não era muito popular no
Nordeste brasileiro, principalmente por causa do autoritarismo do imperador. Por isso, a região
tornou-se foco de críticas ao Império. Nesse contexto, dois nomes destacaram-se: Cipriano
Barata e Joaquim do Amor Divino (frei Caneca), que veiculavam suas críticas em jornais de
circulação local. Além do autoritarismo, da violência e da economia arruinada, o jogo político
também contribuiu para minar a posição do imperador. Durante o Primeiro Reinado, foram
formados, gradativamente, dois blocos entre os políticos: o partido brasileiro e
B) Guerra da Cisplatina.
C) Noite da Agonia.
D) Noite das Garrafadas.
E) Revolução Praieira.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois a Confederação do Equador iniciou-se em 2 de julho
de 1824 em Recife, Pernambuco. Sob a liderança de frei Caneca e Manoel de Carvalho Paes de
Andrade, o movimento logo se espalhou pelo Nordeste, alcançando o Rio Grande do Norte,
Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão. A reação do imperador foi violenta: foi ordenada uma série de
execuções em Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro. Em setembro, os rebeldes já tinham sido
derrotados.
A Alternativa B) não é a resposta correta, pois a crise do Primeiro Reinado também está associada
com a Guerra da Cisplatina, travada entre 1825 e 1828. Nesse conflito, o Brasil lutou pela
manutenção da província Cisplatina a fim de evitar que ela fosse anexada pelas Províncias Unidas
(atual Argentina). Essa guerra foi extremamente impopular no Brasil.
A Alternativa C) não é a resposta correta, pois como não concordava com os termos da
Constituição elaborada pelos parlamentares, D. Pedro I decidiu vetar o documento, que ficou
conhecido como Constituição da Mandioca. Essa ação aconteceu em 12 de novembro de 1823 e foi
acompanhada de um evento chamado Noite da Agonia. Nessa ocasião, D. Pedro I ordenou que
tropas cercassem e dissolvessem a Assembleia Nacional Constituinte. Nesse dia, vários
parlamentares foram presos.
A Alternativa D) não é a resposta correta, pois esses desentendimentos entre brasileiros e
portugueses fizeram com que um confronto aberto acontecesse. Esse episódio ficou conhecido
como Noite das Garrafadas e durou dias nas ruas da cidade do Rio de Janeiro. Como resultado, D.
Pedro I renunciou ao trono.
A Alternativa E) é a resposta certa, pois a Revolução Praieira, também denominada como
Insurreição Praieira, Revolta Praieira ou simplesmente Praieira, foi um movimento de caráter
liberal e federalista que eclodiu na província de Pernambuco, no Brasil, entre 1848 e 1850.
Ocorrendo, assim, no Segundo Reinado.
(NEVES, 2020)
Gabarito: E
7. (Pró-Município - Pref. Municipal de Redenção-CE – Prof. de História / 2019)
Depois da ameaça de Napoleão Bonaparte, o governo inglês propôs a transferência da Corte
do príncipe regente Dom João para o Rio de Janeiro. Em 1807, o governo britânico se
comprometeu a proteger a família real portuguesa e sua Corte na longa travessia do
Atlântico. Marque a opção relacionada a vinda da família real.
A) Já no Rio de Janeiro, Dom João tomou importante medida econômica decretando a
abertura dos portos às nações amigas, liberava o comércio do jugo do monopólio;
B) Foi revogada a lei de 1785 que proibia a instalação de indústrias e iniciada a construção de
estradas e melhoria dos portos;
C) Instalado no Rio de Janeiro, Dom João criou três ministérios – Guerra e Estrangeiros;
Marinha; Fazenda e Interior, fundou a Caixa Econômica e instalou a Casa da Suplicação;
D) Após a morte de sua mãe, o príncipe regente foi coroado rei como Dom João VI. A partir
de 1821, as províncias passaram a se chamar capitanias.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois a viagem ocorreu em condições insalubres e durou 54 dias até
Salvador (BA), onde desembarcou no dia 22 de janeiro de 1808. Na capital baiana foram recebidos
com festas e ali permaneceram por mais de um mês. No período em que esteve na Bahia, o
Príncipe Regente assinou o Tratado de Abertura dos Portos às Nações Amigas e criou a Escola de
Cirurgia da Bahia.
A Alternativa B) é correta, pois em abril de 1808, o Príncipe Regente decretou a suspensão do
alvará de 1785, que proibia a criação de indústrias no Brasil. Ficavam, assim, autorizadas as
atividades em território colonial. A medida permitiu a instalação, em 1811, de duas fábricas de
ferro, em São Paulo e em Minas Gerais.
A Alternativa C) é incorreta, pois D. João também abriu a Imprensa Régia, de onde surgiu a Gazeta
do Rio de Janeiro. Foram criadas a Academia da Marinha, a Academia Militar, o Jardim Botânico, a
Real Fábrica de Pólvora, Laboratório Químico-Prático, etc. Também ocorreu a fundação do
primeiro Banco do Brasil, em 1808.
A Alternativa D) é incorreta, pois as medidas político-administrativas de Dom João fizeram com que
a Inglaterra acentuasse o interesse no comércio com o Brasil. Essa condição fica clara com a
abertura dos portos às nações amigas. O processo fez com que Portugal perdesse o monopólio
sobre o comércio com o Brasil e a elite agrária passa a sonhar com a Independência. Em
contrapartida, o Brasil passa a ser para a Inglaterra um promissor mercado consumidor e
fornecedor. Quando D. João VI precisou retornar a Portugal, por causa da Revolução Liberal do
Porto, o filho Dom Pedro, aproxima-se da elite agrária. Esta estava preocupada com a possibilidade
de recolonização e as guerras em curso na América Espanhola. A Independência do Brasil é
declarada no dia 7 de setembro de 1822 por Dom Pedro I que se torna o primeiro imperador do
Brasil. Independente, o país promulga a primeira Constituição em 1824 que mantém o regime
monárquico, a escravidão e reconhece a religião católica como oficial. D. João assumiu a regência
quando a sua mãe, a rainha D. Maria I de Portugal, foi declarada mentalmente incapaz. Teve de
lidar com a constante ingerência nos assuntos do reino de nações mais poderosas, notadamente a
Espanha, França e Inglaterra. Em 20 de março de 1816, morreu a rainha Dona Maria, abrindo
caminho para o regente assumir o trono. Mas embora passasse a governar como rei no dia 20, sua
sagração não se realizou de imediato, sendo aclamado somente em 6 de fevereiro de 1818, com
grandes festividades. A última capitania hereditária a passar para o domínio direto da coroa foi
Pernambuco, em 1716, quando a coroa comprou os direitos do último donatário D. Francisco de
Paula de Portugal e Castro, 8.° Conde de Vimioso, tornando-se, a partir de então, a Capitania Real
de Pernambuco.
(BEZERRA. 2020)
Gabarito: B
8. (Pró-Município - Pref. Municipal de Redenção-CE – Prof. de História / 2019)
Após o 7 de setembro, deu início a um novo período na história do Brasil. Os laços coloniais
se romperam e a antiga colônia ganhou status de nação soberana. Marque a opção que
indique um dos acontecimentos no Primeiro Reinado.
A) Proclamada a independência o governo e as forças militares de algumas províncias
continuaram fiéis à Coroa Portuguesa;
B) Para os conservadores, o imperador deveria acatar previamente a Constituição a ser
aprovada, eles alegavam que tal posição não enfraqueceria o poder imperial;
C) Na Constituição de 1824, o poder legislativo era composto por um Senado eleitos para oito
anos de mandato, cujos integrantes eram escolhidos pelo imperador;
D) Na Constituição de 1824 para a participação política da população, poderiam votar
homens e mulheres acima dos 30 anos e com renda mínima de 100 mil-réis.
Comentários:
A Alternativa A) é correta, pois, diferentemente do que muitos acreditam, a independência do
Brasil não foi pacífica. Houve províncias que permaneceram leais aos portugueses, por isso, foi
necessário travar guerra a fim de garantir a unidade territorial do país. Um nome de destaque
nessa luta contra os portugueses e seus aliados no Brasil foi lorde Cochrane, comandante
contratado por D. Pedro I. Entre as regiões que se rebelaram contra a independência, podemos
citar as províncias do Pará, Maranhão, Bahia e Cisplatina. Em meados de 1823, os conflitos contra a
independência do país estavam sob controle, e os apoiadores de Portugal já estavam derrotados.
A Alternativa B) é incorreta, pois, após a independência, a nova nação precisava de uma
Constituição. Para essa tarefa, era necessário formar uma Assembleia Constituinte, que deveria ser
escolhida por meio de eleições. Os trabalhos da Constituinte iniciaram-se em maio de 1823 e
foram marcados pelo atrito entre D. Pedro I e as elites econômicas e políticas do Brasil. As
discordâncias entre os parlamentares e D. Pedro I ocorreram em decorrência da arbitrariedade e
da autoridade do imperador nas tomadas de decisões. No caso da Constituição, os parlamentares
defendiam a existência de maiores liberdades individuais e a limitação do poder real. Em
contrapartida, D. Pedro I queria poderes ilimitados para governar o Brasil. Como não concordava
com os termos da Constituição elaborada pelos parlamentares, D. Pedro I decidiu vetar o
documento, que ficou conhecido como Constituição da Mandioca. Essa ação aconteceu em 12 de
novembro de 1823 e foi acompanhada de um evento chamado Noite da Agonia. Nessa ocasião, D.
Pedro I ordenou que tropas cercassem e dissolvessem a Assembleia Nacional Constituinte. Nesse
dia, vários parlamentares foram presos.
A Alternativa C) é incorreta, pois a constituição de 1824 diz que: Art. 40. 0 Senado é composto de
Membros vitalícios, e será organizado por eleição Provincial.
A Alternativa D) é incorreta, pois, após esse episódio, uma nova Constituição começou a ser
elaborada por uma comissão formada pelo imperador. Essa Constituição ficou pronta em 1824 e
foi outorgada por ordem do imperador. O documento reafirmava que o Brasil seria uma
monarquia e instituía ao imperador poderes absolutos sobre a nação. Para isso, foi criado o Poder
Moderador, representado exclusivamente por D. Pedro I. Foi determinada também nessa
Constituição a imposição do voto censitário. Assim, só poderiam votar aqueles tivessem renda
anual acima de 100 mil réis.
(CONSTITUIÇÃO, 1824)
Gabarito: A
9. (Pró-Município - Pref. Municipal de Redenção-CE – Prof. de História / 2019)
Após a abdicação de Dom Pedro I, o herdeiro do trono, seu filho Pedro de Alcântara, contava
apenas cinco anos de idade. Pela Constituição, o poder deveria passar para uma junta de três
regentes escolhida pela Assembleia Geral. Inicia-se assim o período Regencial. Marque a
opção que indique um dos fatos ocorridos neste período.
A) Dois fatos associaram-se para dar início à Cabanagem: o inconformismo da Igreja contra o
presidente nomeado pelo poder central para a província do Pará e a miséria da população;
B) Em 1835, cerca de 2 mil africanos e afro-brasileiros seguidores do islamismo rebelaram-se
em Salvador, na Bahia. Inicia-se assim a Sabinada;
C) Em 1840 o governo central nomeou presidente da província do Maranhão o coronel Luís
Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias. Com 8 mil soldados, Lima e Silva ocupou a Vila
de Caxias e esmagou a Balaiada;
D) No período Regencial, o comércio exterior brasileiro foi quase o tempo todo superavitário.
O Brasil exportava mais do que importava, com destaque para o café.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois a Cabanagem foi uma das muitas revoltas que aconteceram no
país nas décadas de 1830 e 1840. Em 1831, havia se iniciado no Brasil o período de Regência, em
que o governo era exercido por regentes. O imperador dom Pedro I havia abdicado do trono em
1831 e voltado para Portugal. Seu filho e sucessor, Pedro de Alcântara, tinha apenas 5 anos de
idade. Até sua maioridade, os regentes governariam o Brasil. As condições de vida eram difíceis
para grande parte da população do Grã-Pará. Havia muita pobreza, violência e fome. Os
comerciantes e fazendeiros, por sua vez, estavam descontentes com a Regência. Não aceitavam o
presidente da província (que equivalia ao governador de hoje em dia) nomeado pelo governo
regencial. Além disso, queriam participar mais das decisões políticas locais. A população pobre e a
elite, então, uniram-se para derrubar o governo da província. Um grupo armado composto de
negros, mestiços e indígenas atacou Belém. Os rebelados executaram o presidente da província e
outras autoridades e tomaram o poder. A rebelião se fortaleceu e se espalhou pelo interior da
província. Os revoltosos declararam a independência do Grão-Pará e proclamaram uma república,
afirmando que a província já não fazia parte do Império do Brasil. Para governar o Grão-Pará,
escolheram o fazendeiro Félix Malcher. No entanto, Malcher se aliou ao governo regencial, traindo
o movimento. Foi executado pelos cabanos e substituído por Francisco Pedro Vinagre e depois por
Eduardo Angelim.
A Alternativa B) é incorreta, pois a Bahia, desde o período colonial, se destacou como palco de luta
contra a opressão política e o desmando governamental. A Sabinada foi um movimento que teve
início entre as elites militares, médicas e jornalistas baianas, seu principal idealizador foi Francisco
Sabino, médico e jornalista; entretanto, o movimento se destacou por ter grande participação das
camadas populares. Antes do seu desenvolvimento, um grupo de negros malês tentou conquistar a
cidade de Salvador. Contudo, mediante a delação às autoridades, essa primeira revolta não se
desenvolveu. Nesse segundo momento, liderados pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha
Vieira, os participantes da Sabinada se opuseram à mal resolvida questão da centralização política
que se arrastava desde o início do Brasil Império.
A Alternativa C) é correta, pois o negro Cosme Bento de Chagas, contou com o apoio de,
aproximadamente, 3 mil escravos fugidos. O grande número de negros envolvidos na revolta deu
traços raciais à questão da desigualdade ali colocada. Em resposta aos levantes, o coronel Luis
Alves de Lima e Silva foi nomeado para controlar a tensa situação da província. Em 1841, com farto
armamento e um grupo de 8 mil homens, Luis Alves obteve sucesso na contenção dos revoltosos e,
por isso, recebeu o título de Conde de Caxias. A desarticulação entre os vários braços revoltosos da
Balaiada e a desunião em torno de objetivos comuns, facilitou bastante a ação repressora
estabelecida pelas forças governamentais.
A Alternativa D) é incorreta, pois o Brasil, desprovido de qualquer projeto de modernização de sua
economia, mais exportava do que importava. Durante todo o período regencial, a necessidade de
se contrair empréstimos com credores internacionais era corrente. Ao invés de promover alguma
ação que pudesse romper com esta situação preocupante, os membros de nossa elite política
preferiram adiar tal possibilidade. O sustentáculo da nossa economia ainda se mantinha na
exportação de gêneros agrícolas diversos. O açúcar tinha papel de destaque entre os produtos
exportados. Contudo, por conta da forte concorrência do açúcar antilhano e do açúcar de
beterraba europeu, o produto brasileiro era negociado a preços nada satisfatórios. A exportação
de algodão também vivia uma situação semelhante. A concorrência imposta pelo algodão
produzido na América do Norte explicava a decadência desta cultura na região nordeste. Outros
produtos, como o cacau, fumo, arroz e couro, não tinham grande expressão no desenvolvimento
da economia ou também sofriam com a qualidade e o preço dos produtos estrangeiros. Por conta
das ações políticas desastrosas tomadas ainda nos governos de D. João VI e D. Pedro I, o Estado
brasileiro não tinha condições mínimas para esboçar alguma reação mais significativa.
(BRITANNICA ESCOLA. 2020; SOUSA. 2020)
Gabarito: C
10. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)
I.
.
II. As primeiras caricaturas publicadas no Brasil apareceram (...) sob a forma de litografias
avulsas vendidas em algumas lojas do Rio de Janeiro. Seu tema foi a contratação do jornalista
Justiniano José da Rocha (1812-1863), por um elevadíssimo salário, para ser o editor do
Correio Oficial. A caricatura retrata o mulato Justiniano todo ataviado, recebendo de joelhos
um saco de dinheiro. Em um formato que faz lembrar uma grande cena teatral, essa primeira
caricatura chamava a atenção para o fato de um homem tido como íntegro ter vendido sua
pena ao governo. “Honra tenho e probidade/ Que mais quer d’ um redator?”, dizia um dos
versinhos que acompanhavam a imagem.
LUSTOSA, Isabel. No país da piada pronta. Revista de História, 01/03/2009.
Com base na imagem e no texto, pode-se afirmar que, durante o período regencial (1831-
1840), a ampliação da imprensa favoreceu o(a)
A) aumento do racismo.
B) combate à corrupção.
C) ascensão do personalismo.
D) fortalecimento da esfera pública.
E) denegrimento dos mulatos.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois, fato digno de nota é a existência de jornais voltados aos negros e
mestiços, surgidos durante a Regência Permanente, cujos títulos deixavam claro o público ao qual
se dirigiam: O Crioulinho, O Homem de Cor ou O Mulato e O Brasileiro Pardo, que discutiam a
questão racial.
A Alternativa B) é incorreta, pois a imprensa da época, portanto, tinha por principal objetivo a
formação de opinião, intervindo diretamente na vida política.
A Alternativa C) é incorreta, pois no Recife o jornal O Carapuceiro, que circulou de 1832 a 1942, é
um paradigma da imprensa do período, especialmente nas províncias. Ali encontra-se a crítica
social, além da política, em que o objetivo declarado era publicar suas observações que serviriam
de carapuça a quem lhes couber; seu editor e redator, o padre Miguel do Sacramento Lopes Gama,
passaria à história pela alcunha de Padre Carapuceiro.
A Alternativa D) é correta, pois, embora na Europa o crescimento das tiragens tenha possibilitado
na década de 1830 a criação de revistas literárias e científicas, e a publicação de romances nos
periódicos[nota 4], esse fenômeno ainda veio a demorar no país, onde os jornais estavam, antes,
engajados nas disputas políticas entre os partidos e facções em formação - e este tipo de
publicação somente veio a lume no Brasil quando sedimentadas as disputas, durante o Segundo
Reinado: até lá, imperavam as disputas políticas e a partidarização da imprensa.
A Alternativa E) é incorreta, pois O Crioulinho, O Homem de Cor ou O Mulato e O Brasileiro Pardo
discutiam a questão racial.
(NEVES, 2020)
Gabarito: D
A respeito do Primeiro Reinado e do processo de independência do Brasil, julgue o item
seguinte.
11. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A imprensa periódica brasileira teve papel irrelevante durante o processo de independência
do Brasil, em razão do alto índice de analfabetismo da população.
Comentário: A questão está errada, pois, a imprensa periódica brasileira foi importante para
divulgar os ideais que fomentariam os brasileiros a pedir pela independência.
Gabarito: Errado
12. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
As adesões do Maranhão, do Pará, da Bahia e da Cisplatina ao projeto de independência
liderado pelo príncipe D. Pedro foram resultado de conflito bélico.
Comentário: A questão está certa, em razão de que, foram nessas localidades que se
encontravam uma maior concentração de tropas portuguesas.
Gabarito: Certo
13. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
O Primeiro Reinado foi marcado por atos voluntaristas de D. Pedro I e pela inércia do Poder
Legislativo no que diz respeito à construção de um aparato institucional do império
brasileiro.
Comentário: A questão está errônea, de tal modo que, Pedro I era um personagem
extremamente conflituoso, no qual apresentava atritos com a Assembleia e os periódicos
brasileiros que divulgavam artigos que ficavam cada vez mais críticos à medida que o
descontentamento com o monarca aumentava.
Gabarito: Errado
Com relação aos movimentos sociais ocorridos no Brasil imperial, julgue os itens
subsecutivos.
14. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A Balaiada concentrou-se no Maranhão e foi protagonizada pelas elites dessa província.
Comentário: A questão está imprecisa, visto que a revolução foi protagonizada pelas classes
mais baixas da sociedade, por conta de descontentamentos em relação às desigualdades socias.
Gabarito: Errado
15. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A Cabanagem teve início em Belém do Pará e se espalhou por um vasto território que incluía
regiões próximas da costa nordestina.
Comentário: A questão está correta, já que, a Cabanagem foi uma revolta que teve início no ano
de 1835 e terminou no ano de 1840. Ela teve um carácter popular e social que pretendia
aumentar a importância do território, e possivelmente diminuir as condições precárias da
província.
Gabarito: Certo
16. (FUNDEP – Pref. de Uberlândia – Professor de História / 2019)
Em 1816 chegava um grupo de artistas franceses que aqui aportava com o objetivo de
começar as artes a partir do zero. Fazendo pouco da produção artística já existente na
colônia, tais artistas traziam na bagagem um modelo acadêmico e neoclássico – modelo que,
entre outros, dera grandiosidade, passado e memória ao governo “plebeu” de Napoleão
Bonaparte. [...]
SCHWACRZ, Lilia Moritz. Cultura. In: SCHWARCZ, Lilia Moritz (direção). História do Brasil
Nação: 1808-2010. V. 1 Crise colonial e independência, 1808-1830. Rio de Janeiro: Objetiva,
2011. p. 235.
Os artistas franceses que chegaram em 1816, alguns permanecendo por longos anos nas
terras tropicais, vieram para o Brasil porque
A) a presença e permanência da Corte no Rio de Janeiro demandava artistas de formação
acadêmica que pudessem lhe representar, pelas telas, esculturas, arquitetura, na perspectiva
neoclássica francesa.
B) buscavam asilo político depois da queda de Napoleão, uma vez que sua arte foi realizada
em favor do enaltecimento do imperador e do império, sendo, por isso, perseguidos pelas leis
de segurança da monarquia restaurada.
C) a cidade passou, com o estabelecimento da Corte no Rio de Janeiro, a atrair uma grande
quantidade de pessoas ávidas por respirar ares mais intelectualizados, sendo potenciais
consumidores da cultura das belas artes.
D) entre os artistas brasileiros não havia, até a chegada da Missão Francesa, artistas do estilo
neoclássico, já que eles haviam estudado em escolas de estilo barroco, como a que formou
Aleijadinho.
Comentários:
A Alternativa A) é correta, pois em 1816, durante a estada da família real portuguesa no Brasil,
chega ao Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes plásticas na
cidade que era, então, a capital do Reino unido de Portugal e Algarves. O grupo ficou conhecido
como Missão artística francesa. O convite para a vinda do grupo teria partido de Antonio Araújo
Azevedo, Conde da Barca, ministro de dom João 6º.Preocupado com o desenvolvimento cultural
da colônia que havia se transformado em capital, o rei trouxe para cá material para montar a
primeira gráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado "A Gazeta do
Rio de Janeiro". Já a missão tinha o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no
Brasil, e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer um ensino
acadêmico inexistente até então.
A Alternativa B) é incorreta, pois a missão foi organizada por Joaquim Lebreton e composta por um
grupo de artistas plásticos. Dela faziam parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine
Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de
Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios,
transformada, em 1826, na Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.
A Alternativa C) é incorreta, pois esse projeto tinha um perfil muito contrastante com o sistema de
ensino e circulação de arte até então prevalente no Brasil. Havia uma significativa tradição artística
local, como prova o rico legado de arte barroca que ainda sobrevive no país, mas seus métodos
eram em tudo diversos. O aprendizado ainda seguia o modelo informal das corporações de ofícios
medievais, o status de artista nem era reconhecido, antes eram considerados meros artesãos
especializados, cuja inserção na sociedade era apenas marginal, e as temáticas privilegiadas por
esses produtores eram basicamente religiosas, uma vez que praticamente não havia mercado
algum para a arte profana, a nobreza radicada na terra parecia pouco inclinada para os assuntos
artísticos, e tudo que se criava era encomendado pela Igreja Católica para a decoração dos templos
e mosteiros. Diante desse quadro, o sistema brasileiro de arte da época não estava capacitado
para a produção de uma arte palaciana como a que a corte desejava, e assim se explica a rápida
encampação do projeto de Lebreton pela monarquia no exílio, considerando-o o marco inaugural
da entrada no Brasil na "verdadeira" civilização.
A Alternativa D) é incorreta, pois, embora com o apoio real, a missão encontrou resistência entre
os artistas nativos, ainda seguidores do Barroco, e ameaçava a posição dos mestres portugueses já
estabelecidos. A verdade é que os franceses foram recebidos como importunos tanto por
portugueses quanto por brasileiros. A rainha D. Maria I faleceu em 1816, e o projeto de
modernização da capital avançava lentamente. O governo central tinha muitas outras
preocupações a atender — o acompanhamento da instável situação na Europa, uma revolução em
Pernambuco, as constantes demandas administrativas internas, o alto custo de manutenção da
corte, uma recessão provocada pela drástica queda no preço internacional do açúcar e do algodão,
uma grave seca no Nordeste que desestruturou a economia regional, e os conflitos de fronteira no
sul na Questão Cisplatina, subtraindo recursos e atenção do projeto cultural francês. O principal e
um dos únicos incentivadores ativos do projeto, o Conde da Barca, faleceu no ano seguinte, o
contrato dos artistas foi posto em discussão e o cônsul francês no Brasil, coronel Maler, não via
com bons olhos a presença de bonapartistas, sendo mais tarde acusado por Taunay de ser o
principal entrave ao bom desenvolvimento do projeto. A Missão teve um papel importante na
atualização do Brasil em relação ao que ocorria na Europa na época, e foi a vanguarda em seu
tempo e local. Embora o tenha exercitado de forma sistemática, não foi a primeira nem a única
força responsável pela difusão do Neoclassicismo no país, já perceptível na obra de diversos
artistas precursores atuando aqui desde fins do século XVIII, como Antonio Landi e Mestre
Valentim na arquitetura, Manuel Dias de Oliveira na pintura e na música os últimos integrantes da
Escola Mineira, como Lobo de Mesquita e João de Deus de Castro Lobo.
(ALENCAR. 2020)
Gabarito: A
17. (NUCEPE/UESPI – Pref. Teresina-PI - SEMEC - Professor 2º Ciclo - História / 2019)
Em 1808, como consequência da invasão francesa a Portugal, chega a família real ao Brasil. D.
João, o príncipe regente, sua mãe, D. Maria, e ainda fidalgos, oficiais, clérigos, açafatas, que
os acompanham nessa desdita que marca o fim do período colonial. A capital do vice-reino
terá de absorver todo esse “povo” e acomodar várias secretarias [...]. Como manter essa
corte e a ampliação do aparelho burocrático com a penúria do tesouro real ?
(SCHNOOR, Eduardo. Os senhores dos caminhos: a elite na transição para o século XIX. IN :
DEL PRIORE, Mary. Revisão do paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história. Rio
de Janeiro: Campus, 2000, p.163)
As soluções encontradas pela administração para o problema da escassez de recursos
necessários à manutenção da corte no Brasil foram
A) a liberação de vultosas somas de empréstimos em dinheiro, pela Inglaterra, ao Estado
português e a intensificação do monopólio da metrópole sobre as atividades de produção e
comércio praticados no Brasil.
B) o incremento da infraestrutura portuária, adaptando-a ao oferecimento de melhores
condições para a navegação de cabotagem, tendo em vista a ampliação da circulação de
navios em decorrência da recente medida de abertura comercial.
C) o acirramento da cobrança de impostos sobre a atividade mineradora e a implementação
das “fazendas reais”, que, na prática, representaram uma estatização das fazendas de gado
em regiões como o Piauí, após a expulsão dos jesuítas.
D) o estímulo ao desenvolvimento da atividade industrial em território brasileiro, associado
ao incentivo à vinda de imigrantes que pudessem compor, no mesmo território, um mercado
consumidor capaz de sustentar a sanha tributária da corte.
E) além das ações relativas à maior captação de impostos e permissão de livre comércio de
bens coloniais não estancados, os administradores portugueses lançaram mão do pedido de
auxílio às despesas do Estado, recompensados com a nobilitação dos doadores locais.
Comentários:
A alternativa A está incorreta, visto que houve uma diminuição do controle comercial praticado
no Brasil, tendo em vista a liberação da instalação de manufaturas na colônia, que mais tarde
elevaria a Reino Unido a Portugal e Algarves.
A alternativa B é incorreta, de tal modo que, não ocorreu uma abertura comercial, mas sim uma
intensificação do seu controle pela metrópole.
A alternativa C está incorreta, sendo que, tal “solução” não ocorreu, visto que, a única escolha
possível para os administradores portugueses era recorrer a empréstimos feitos pela Inglaterra.
A alternativa D também é incorreta, pois, o estímulo ao desenvolvimento industrial apenas se
deu numa época posterior à do Brasil Imperial.
A alternativa E é a resposta correta, porque a Abertura dos Portos de fato somou-se a outras
medidas: fim do exclusivo ou pacto colonial; revogação do Alvará de 1785 que proibia a
instalação de manufaturas nas colônias portuguesas, o que possibilitou a criação dos primeiros
núcleos manufatureiros na região; fundação do Banco do Brasil; criação do primeiro jornal de
grande circulação, a Gazeta do Rio de Janeiro; criação da Biblioteca Real Portuguesa no Brasil,
com milhares de livros trazidos de Portugal e, ainda em 1810, a assinatura de outro Tratado
econômico denominado de Tratado de Cooperação e Amizade, ampliando a possibilidade de o
Brasil estabelecer relações comerciais com outras nações do mundo. Apesar desta ampliação,
foi a Inglaterra que saiu mais uma vez na vantagem por consequência das tarifas alfandegárias
especiais.
Gabarito: E
18. (NUCEPE/UESPI – Pref. Teresina-PI - SEMEC - Professor 2º Ciclo - História / 2019)
A série de reformas liberais implementadas pela Regência, visando enfraquecer antigos
pilares do Primeiro Reinado, teve justamente como um de seus principais focos o aparelho
repressivo. Uma das primeiras medidas nesse sentido foi a criação, em 18 de agosto de 1831,
da Guarda Nacional.
(BASILE, Marcelo Otavio. O império brasileiro: panorama político. IN: LINHARES, Maria Yedda.
História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p.225)
A Guarda Nacional, no contexto de debates e disputas políticas do Império brasileiro, cumpriu
uma função
A) centralizadora, em decorrência de sua subordinação ao alto comando do exército
brasileiro e à sua natureza de milícia cidadã.
B) descentralizadora e resultante das desconfianças dos liberais, opositores de D. Pedro I, em
relação ao exército.
C) de substituir o exército brasileiro, temporariamente extinto entre 1830 e 1841, mas isso
não significou grandes alterações no centralismo político do Império.
D) de existência paralela ao exército, tendo sido seu decreto de criação, em 1831, apenas o
reconhecimento expresso de suas funções.
colônia. Somaram-se uma série de outras decisões tomadas pelo então Príncipe-Regente Dom João
VI que concorreram para a exaltação dos ânimos de grandes parcelas das sociedades portuguesa e
brasileira.
(AGUIAR, 2015; FERNANDES, 2020)
Gabarito: B
20. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
Ao concluir a aula sobre a Revolta dos Malês (1835), o professor exibe duas imagens para os
estudantes da turma:
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Após fazer a análise das imagens e do conteúdo lecionado, o professor pede aos educandos
que escrevam em seus cadernos características da Revolta dos Malês. Dentre essas
características, é INCORRETO afirmar que:
A) foi uma revolta escrava cujo sentido deve ser buscado na articulação entre conflitos de
classe, étnicos e religiosos.
B) foram as experiências comuns, tais como o próprio cativeiro, a vida nas ruas ou a
segregação racial, a peça chave da construção da identidade entre os revoltosos.
C) os integrantes dessa revolta pertenciam todos à população mulçumana escravizada e
contrabandeada para a Bahia de Todos os Santos.
D) o dia escolhido para a revolta conciliava o dia de Nossa Senhora da Guia, levando a
população e a policia para distante do Bonfim, e o final do Ramadã e dos jejuns.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois a revolta contou com a participação de 600
africanos escravizados, e os líderes dela combinaram para que ela acontecesse no final do Ramadã,
mês sagrado para os muçulmanos. A revolta ficou marcada exatamente para o dia de Lailat al-
Qadr, a festa da Noite da Glória — momento em que o Corão foi revelado para Muhammad
(Maomé), o profeta do islamismo. Os participantes da Revolta dos Malês eram todos africanos, e
existem evidências que apontam que, se vitoriosos, os rebeldes pretendiam voltar-se contra toda a
população nascida no Brasil. Os envolvidos também eram majoritariamente escravos urbanos, e
pouquíssimos escravos da lavoura participaram dessa revolta. Os poucos escravos da lavoura que
participaram eram do Recôncavo Baiano (arredores de Salvador).
A Alternativa B) não é a resposta correta, pois o envolvimento dos muçulmanos foi algo marcante
nesse acontecimento e evidenciou o papel da religião na luta por transformação social. A
importância dos muçulmanos foi tão grande que influenciou na forma como essa revolta foi
chamada. A palavra malês é oriunda de imalê, expressão que no idioma Iorubá significa
muçulmano. Foi nesse cenário que se deu a maior revolta de escravos do Brasil. Os participantes
da Revolta dos Malês foram na sua maioria nagôs, mas sabe-se também que o levante contou com
a participação de africanos haussás e tapas (conhecidos também como nupes). A maioria dos
envolvidos era muçulmana, mas muitos também eram adeptos de religiões de matriz africana. A
escravidão foi uma instituição que existiu no Brasil durante mais de 300 anos, e indígenas,
africanos e seus descendentes foram escravizados ao longo desse período. A história da
escravização é também a história das fugas, das lutas, isto é, da resistência em geral daqueles que
foram escravizados.
A Alternativa C) é a resposta certa, pois a Bahia do começo do século XIX ficou marcada por um
grande número de revoltas de escravos. A Bahia também foi um dos estados que mais recebeu
africanos escravizados pelo tráfico negreiro. Desses, os dois principais grupos eram os nagôs
(iorubás) e os haussás. A quantidade de revoltas de escravos está diretamente relacionada com o
alto número de escravos naquela província. A grande presença de nagôs e haussás também
contribui para isso, pois eram povos que tinham histórico recente de envolvimento com guerras.
Assim, a Bahia da primeira metade do século XIX abrigou trinta revoltas de escravos, sendo que
metade dessas aconteceu na década de 1820. Uma das primeiras agitações desse período foi a
Revolta de 1807. Inúmeras revoltas aconteceram nos anos seguintes, mas a história da resistência
e das revoltas escravas ficou marcada pela Revolta do Malês, que aconteceu em Salvador, em
1835, e mobilizou 600 escravos em busca de sua liberdade. O temor causado por essa insurreição
ficou gravado no imaginário dos senhores que temiam que uma nova ação desse tipo acontecesse
no Brasil.
A Alternativa D) não é a resposta correta, pois a Revolta do Malês aconteceu em Salvador e
passou-se na madrugada do dia 25 de janeiro de 1835. Naquela época, essa capital era uma das
principais cidades escravistas do Brasil e possuía apenas 22% de sua população formada por
brancos livres. Os escravos africanos (e seus descendentes) eram 40% da população total da cidade
que, na época, era de 65 mil habitantes. A revolta contou com a participação de 600 africanos
escravizados, e os líderes dela combinaram para que ela acontecesse no final do Ramadã, mês
sagrado para os muçulmanos. A revolta ficou marcada exatamente para o dia de Lailat al-Qadr, a
festa da Noite da Glória — momento em que o Corão foi revelado para Muhammad (Maomé), o
profeta do islamismo. Os participantes da Revolta dos Malês eram todos africanos, e existem
evidências que apontam que, se vitoriosos, os rebeldes pretendiam voltar-se contra toda a
população nascida no Brasil. Os envolvidos também eram majoritariamente escravos urbanos, e
pouquíssimos escravos da lavoura participaram dessa revolta. Os poucos escravos da lavoura que
participaram eram do Recôncavo Baiano (arredores de Salvador).
(NEVES, 2020).
Gabarito: C
21. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
Observe as duas imagens:
“O padre Feijó abandona a Regência e deixa um rastro. Antes de ser eleito o primeiro regente
uno, em 1835, Diego Feijó foi ministro da Justiça.
“As disputas políticas e o clima de confronto durante as Regências eram temas frequentes
nas sátiras das caricaturas.”
MOREL, Março. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2003. Caderno
de ilustrações.
Ao preparar uma aula sobre o Período Regencial (1831-1840) utilizando as ilustrações acima,
o professor deve levar em consideração que:
A) os partidos monárquico e o republicano foram os principais grupos a disputarem os postos
do poder após a abdicação de Dom Pedro I.
B) as Regências apresentam-se como resultante das forças políticas e sociais que
combateram os excessos de autoridade do Primeiro Reinado.
C) trata-se de um período marcado pela experimentação de um novo modelo liberal, forjado
pelo escravismo e pelas revoltas socialistas.
D) as elites regionais passaram a reclamar da participação politica, chegando ao limite de
propor emancipação política e igualdade social.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois o Período Regencial ficou marcado pela intensa movimentação
política que acontecia no país. O debate político nesse período foi bastante acalorado e girava em
torno de três grupos políticos, que gradativamente se transformaram nos dois partidos políticos do
Segundo Reinado. No caso do Período Regencial, os principais grupos políticos eram:
Revolta dos Farrapos: foi uma revolta motivada por insatisfações da elite local com o
governo por questões políticas e econômicas. Estendeu-se de 1835 a 1845.
(NEVES, 2020)
Gabarito: B
22. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2016)
Observe a imagem a seguir.
Gabarito: D
Comentários
A questão faz referência ao processo de formação do Estado Nacional Brasileiro, resultado do pós-
Independência em relação a Portugal, em 1822. É importante considerar que tal período foi
marcado por uma busca pela integração das regiões do país ao Poder Central, até então
fragmentado em decorrência de uma série de revoltas de caráter emancipacionista, sobretudo na
segunda metade do século XVIII.
Como principais exemplos dessas lutas pela independência, podemos citar os casos da
Inconfidência Mineira, em 1789, da Conjuração Baiana, de 1798 e, finalmente, em 1817, com a
Revolução Pernambucana, fruto da elevada cobrança de impostos advindos com a chegada da
Família Real Portuguesa, em 1808.
Diante deste cenário, buscou-se reestruturar o Estado Nacional do Brasil com base em um
processo de centralização do poder, procurando reorganizar o país em meio às instabilidades
geradas no período anterior à independência.
É preciso destacar, também, a respeito das demais alternativas, que a instituição do regime
republicano se deu apenas em 1889; as relações econômicas frente a outros países europeus,
sobretudo a Inglaterra, não foram rompidas; o trabalho escravo somente foi abolido no ano de
1888, com a assinatura da Lei Áurea; enfim, o Estado Português não tentou recolonizar o país, mas
manter certo controle a partir do reinado de Dom Pedro I, o qual perdurou entre os anos de 1822 e
1831.
Gabarito: D
A alternativa C é a resposta certa, pois de fato a vontade de grande parte da elite política brasileira
era conquistar a autonomia política, principalmente depois de alçar de Colônia à Reino Unido, com
a vinda da família real para o Brasil em 1808. A cobrança de impostos ficou desgastante para a elite
brasileira, de modo que o sistema de controle econômico com restrições e altos impostos virara
um abuso exercido pela Coroa Portuguesa, pois o retorno não era direto para o Brasil e sim para
Portugal. Além disso, uma das propostas da Revolução Liberal do Porto, de 1820, que fez o Rei D.
João VI voltar para a metrópole e deixar D. Pedro aqui como regente, era rebaixar o Brasil de Reino
Unido para Colônia, restaurando novamente o Pacto Colonial. Tudo isso motivou as elites
brasileiras a apoiarem D. Pedro I no processo de Independência.
A alternativa D também é incorreta, pois o chamado “dia do fico" foi um ato anterior à
Independência do Brasil, e não posterior. O “dia do fico” ficou marcado na história pela famosa
frase: “como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que
fico!”. Ao permanecer, o príncipe D. Pedro desobedece às ordens de Portugal, que tentava obrigá-
lo a sair do Brasil.
A alternativa E também é incorreta, uma vez que a Independência do Brasil ocorreu
simbolicamente em 07 de setembro de 1822 e D. Pedro I foi coroado Imperador do Brasil em 01 de
dezembro de 1822.
Gabarito: C
anos da Regência, a tropa e o povo aparecem atuando decisivamente em todos os episódios, pois a
população pobre e desvalida estava sempre presente. Não como elemento figurante, mas
conduzindo conjunta e efetivamente os fatos, gritando palavras de ordem em defesa de uns e de
outros, verdadeiros motes que incitavam atitudes diferenciadas de acordo com as circunstâncias.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que o fato de escravos e libertos interpretarem a
noção de Liberdade também como liberdade jurídica tronou-se um temor entre os grandes
proprietários, que trataram de agir para que isso não fosse estabelecido.
A alternativa E também é incorreta, pois os grupos sociais eram muito bem definidos,
especialmente pela cor da pele, de modo que até mesmo a noção jurídica de Liberdade era
aplicada de forma diferente, não resumindo apenas em livre e escravo, havendo, por exemplo, o
ex-escravo ou o forro, que permanecia em um estatuto menor do que o livre.
(RIBEIRO, 2002).
Gabarito: B
C) II, V
D) I, IV
E) III, IV
Comentários
A alternativa C é a resposta certa, uma vez que apenas as proposições II e V são verdadeiras.
A proposição I é incorreta, uma vez que o processo de Independência envolveu guerras, iniciada
ainda com a expulsão dos exércitos portugueses de Pernambuco em 1821, envolvendo o Exército
Brasileiro, formado a partir da contratação de mercenários, do alistamento de civis e mesmo de
tropas coloniais portuguesas, contra aqueles que permaneceram fiéis ao Reino de Portugal em
algumas partes do país. Depois de três anos de conflito armado, Portugal finalmente reconheceu a
independência do Brasil, e em 29 de agosto de 1825 foi assinado o Tratado de Amizade e Aliança
firmado entre Brasil e Portugal. Em troca, o Brasil se comprometeu a pagar ao Reino de Portugal
uma indenização substancial e assinar um tratado de comércio com o Reino Unido, para indenizá-
lo por sua mediação.
A proposição II é verdadeira, de modo que nossa Independência resultou mais de um acordo entre
as elites dominantes, que estavam interessadas em manter a mesma estrutura colonial e agrária
do Brasil. A maioria esmagadora da população, que vivia no campo, viu indiferente o poder mudar
de mão e sua situação de penúria continuar exatamente a mesma. A escolha do Império foi uma
opção pela manutenção do poder vigente e a consolidação do sistema que era vigente.
A proposição III também é incorreta, pois mesmo antes da vinda da família real para o Brasil, em
1808, já havia movimentos que viam a necessidade de uma solução política que implicasse a
separação entre Brasil e Portugal, como podemos citar a Inconfidência Mineira, em 1789, ou a
Conjuração Baiana, em 1798.
A alternativa IV também é incorreta, uma vez que o processo de Independência foi organizado
essencialmente pela elite brasileira, de modo que escravos e livres pobres foram apenas
expectadores da transição do Brasil de colônia para emancipado politicamente.
A alternativa V é verdadeira, pois o processo de emancipação seria resultado mais de negociações
entre as elites políticas do que propriamente de tensões sociais ou revoltas, de modo que na
Independência do Brasil as elites resolveram manter o trinômio que sustentou a colonização, a
saber: escravidão, monocultura e latifúndio, mantendo as limitações dos direitos civis.
(VAZ, 2013).
Gabarito: C
B) No Brasil colonial, após sucessivas iniciativas terem sido sufocadas pela coroa portuguesa,
a imprensa foi oficialmente instalada no País em 1808, mediante o Ato Real de D. João VI.
C) Nos primeiros 15 anos após 1822, com a independência do Brasil, passou a existir no País a
censura prévia, destinada a fiscalizar que nada se imprimisse contra a religião, o governo e os
bons costumes.
D) O período que antecedeu a abolição da escravatura foi marcado pelo retrocesso da
imprensa brasileira, causado principalmente por jovens de famílias abastadas que voltavam
do sul dos Estados Unidos, influenciados pela ideologia escravocrata.
E) O jornal Província de São Paulo, que mais tarde passou a chamar-se Folha de S. Paulo,
nasceu em 1875.
Comentários
A alternativa A é incorreta, ao passo que a Imprensa Régia era, na verdade, o órgão de impressão
dos jornais oficiais que circulavam, desde a sua instalação em 1808, onde foi impressa a Gazeta do
Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro não possuía nenhuma outra tipografia até 1821.
A alternativa B está correta, uma vez que a Imprensa Régia foi criada em 13 de maio de 1808, dia
do aniversário do príncipe regente D. João VI (1767-1826). Nela foi editado o primeiro jornal da
colônia americana: a Gazeta do Rio de Janeiro. O periódico possibilitou a circulação de notícias,
embora restritas, por ser um veículo usado para expandir a imagem que convinha à Casa de
Bragança.
A alternativa C é falsa, uma vez que a censura prévia é extinta em 28 de agosto de 1821,
decorrente de deliberação das Cortes Constitucionais de Lisboa em defesa das liberdades públicas.
A alternativa D também é falsa, pois o período que antecedeu a abolição da escravatura a
imprensa brasileira proporcionou uma série de debates referente a extinção ou não dos escravos.
Todas estas discussões atingiam o maior veículo de comunicação da época, os jornais, que
passavam a ter papel fundamental em toda a sociedade, não apenas para a informação, mas como
instrumento que auxiliava na construção do pensamento da sociedade.
A alternativa E é incorreta, pois o jornal A Província de São Paulo, mais tarde passou a chamar-se,
na verdade, O Estado de S. Paulo, e de fato nasceu em 1875. Seus fundadores foram um grupo de
republicanos, liderados por Manoel Ferraz de Campos Salles e Américo Brasiliense, que decidiram
criar um diário de notícias para combater a monarquia e a escravidão.
(ZALUSKI, 2011; ACERVO, 2019).
Gabarito: B
Gabarito: C
Tendo em vista o contexto da Independência do Brasil e o sentido dado pela charge a esse
importante momento da história do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) A Independência do Brasil foi um processo liderado, em grande parte, pelos grupos que
mais se beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais, ou seja, latifundiários e
comerciantes.
B) O principal objetivo da Independência era organizar o novo Estado Nacional Brasileiro sem
colocar em risco sua autonomia econômica, conseguida a longo prazo através do pacto
Colonial.
C) A situação da maioria da população sofreu drásticas mudanças com a implantação da nova
situação política do Brasil através de uma nova reorganização social, mesmo sem o
consentimento do povo.
D) A aparência liberal construída pela elite agrária, que apoiara D. Pedro I a romper os laços
com a metrópole lusitana, foi descoberta pela população, que logo empreendeu uma série de
movimentos sociais.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa. A vinda da família real para o Brasil, em 1808, agradou os
grandes proprietários de terra e comerciantes da colônia. Com o fim do pacto colonial as elites
brasileiras poderiam avolumar suas transações comerciais e ampliar significativamente seus lucros.
De fato, essa primeira medida já colocava o Brasil enquanto nação economicamente autônoma.
Mas com a volta de D. João VI para Portugal os lusitanos desejavam reatar o pacto colonial, de
modo que os latifundiários e comerciantes apoiaram a Independência do Brasil com o intuito de
garantir os seus interesses e benefícios conquistados.
A alternativa B é incorreta, pois o pacto colonial não dava autonomia à América Portuguesa, uma
vez que o sistema colonial definia que o comércio brasileiro só poderia ocorrer com Portugal, ao
passo que o pacto colonial foi quebrado com a ascensão do Brasil a Reino Unido de Portugal e
Algarves.
A alternativa C também é incorreta, pois a Independência do Brasil pouco ou nada mudou na
situação social da Nação, como o tráfico de escravos e o sistema escravocrata que continuaram.
A alternativa D também é incorreta, pois a elite agrária brasileira que apoiara D. Pedro I na
Independência era mais conservadora do que liberal, havendo alguns liberais, mas o número de
conservadores era maior.
(VAZ, 2013; SOUSA, 2019).
Gabarito: A
O texto trata das preocupações que então nortearam o processo de consolidação do Brasil
como país independente. O país que surgiu desse processo caracterizava-se pela
A) intervenção política de grupos populares, sobretudo nas áreas distantes dos centros
urbanos, voltada para sua legitimação e a imposição de uma ordem social baseada na
tradição europeia.
B) adoção de um projeto de civilização pactuado entre os diversos grupos sociais do país, que
tinha por base a mescla das culturas americana e europeia.
C) formação de um corpo social marcado pela ausência da cidadania e a exclusão de grande
parte da população, em especial negros, dos quais se esperava comportamento passivo e
amorfo.
D) presença vitoriosa no cenário político de grupos até então excluídos e mobilizados em
torno de líderes populares, contrários à ordem social excludente defendida pelas elites.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois o processo da Independência do Brasil foi arquitetado pela elite
brasileira que gravitava em torno da corte, de modo que grupos populares pouco ou quase nada se
envolveram, senão nas guerras da independência, como na Bahia.
A alternativa B também é incorreta, ao passo que se pode dizer que houve um projeto de
civilização pactuado entre os diversos grupos sociais do país, pois se houve um projeto de
civilização ele foi estabelecido de cima para baixo, definindo como modelo o padrão europeu.
A alternativa C está correta, uma vez que a Independência do Brasil não garantiu a formação da
cidadania nacional, não havia um corpo social que de fato garantisse a sustentação da nova Nação,
senão a elite agrária. A grande maioria da população era de desclassificados, isto é, pobres livres e
escravos. Estes eram marginalizados e o conceito de cidadania sequer se aplicava a eles.
A alternativa D também é incorreta, uma vez que a Independência do Brasil não alterou a
composição social da Nação, continuando a realizar o modelo político-econômico baseado no
trinômio: latifúndio, escravidão e monocultura.
(LIMA, 2015).
Gabarito: C
36.
A historiografia recente mostra que a tese da independência do Brasil como movimento
pacífico não se sustenta. Embates armados que duraram meses ocorreram em regiões da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Pará e na Cisplatina. A fragilidade do projeto de
independência vencedor em 1822 ficou demonstrada pelos conflitos no período regencial.
Comentários
A afirmativa está correta. Em Sete de Setembro de 1822, quando o Príncipe Regente, D. Pedro, deu
seu grito de guerra, “Independência ou Morte”, marcou-se o rompimento com Portugal,
resultando na Guerra de Independência, em âmbito nacional. A Guerra já havia começado na
Bahia, em 25 de junho daquele ano, com vitória baiana. Não se sabe exatamente o que foi dito
pelo Príncipe, na área do Ipiranga, em complemento ao seu grito de guerra. Os relatos são
contraditórios e publicados muito depois. Não houve ali uma "proclamação de independência",
como querem alguns autores, mas não há dúvidas que foi naquele momento que o Príncipe avisou
que lutaria por ela. Segundo uma das versões de quem presenciou o momento, o Príncipe teria
dito, com a espada em punho: "Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro fazer a
liberdade do Brasil." Outras versões de seu discurso no Ipiranga, publicadas posteriormente, foram
editadas para engrandecer o momento. Mas a verdade é que o Brasil já estava dividido antes do
Sete de Setembro. A luta armada no Recôncavo Baiano, o principal campo de batalha, havia
começado em fevereiro de 1822. Piauí, Ceará, Maranhão e a Província Cisplatina, também
registraram conflitos e luta armada até 1823.
(VAZ, 2013; BACELAR, 2019).
Gabarito: Certo
37.
A transferência da Corte portuguesa para a América foi proposta em crises anteriores à de
1807. Seus defensores consideravam a fragilidade de Portugal em meio às disputas entre as
potências europeias, marcadamente entre França e Inglaterra, e a importância das
possessões coloniais para a manutenção da Coroa portuguesa. Entre os proponentes dessa
ideia, encontrava-se o padre Antônio Vieira, ainda no século XVII.
Comentários
A afirmativa está correta. O plano de transferência da família real e da corte de nobres
portugueses para o Brasil, refúgio seguro para a soberania portuguesa quando a resistência militar
a um invasor fosse inútil na metrópole, já havia sido anteriormente cogitado durante a crise de
sucessão de 1580, ante o avanço dos tercios do duque de Alba, D. António I terá sido aconselhado
a buscar um refúgio além-Atlântico; e no contexto da Restauração da Independência (1640),
quando a França abandonou Portugal no Congresso de Münster (1648), o padre António Vieira
apontou ideia semelhante a D. João IV, associando-a ao vaticínio da fundação do Quinto Império.
(VAZ, 2013; WIKIPÉDIA, 2019).
Gabarito: Certo
38.
A determinação para que se procedesse à abertura dos portos brasileiros às nações amigas,
em 1808, foi uma das medidas tomadas pela Inglaterra com o objetivo de favorecer o
desenvolvimento de práticas e de instituições liberais no Brasil.
Comentários
A afirmativa está errada, uma vez que a Abertura dos Portos em 1808 foi uma determinação da
corte portuguesa ao chegar ao Brasil. Foi um tratado econômico assinado entre Portugal e
Inglaterra no contexto das Guerras Napoleônicas. Este se caracterizou pela possibilidade das
colônias portuguesas, na América, estabelecerem relações comerciais com outras nações
europeias. Este tratado pôs fim ao Pacto Colonial, isto é, a exclusividade portuguesa de ser a única
nação europeia a manter relações comerciais com os Estados do Brasil e Maranhão. Em certo
sentido, o Pacto Colonial se constituía como a base da condição de colônia daqueles Estados.
Alguns estudiosos consideram que a Abertura dos Portos foi o primeiro passo do processo de
Independência do Brasil em 1822.
(FERNANDES, 2019).
Gabarito: Errado
39.
Movimentos de revolta restritos ao ambiente regional, a Inconfidência Mineira, a Conjuração
dos Alfaiates, na Bahia, e a Revolução Pernambucana de 1817 não visavam à emancipação de
todo o território brasileiro.
Comentários
A afirmativa está correta. Os mais importantes movimentos revoltosos do século XVIII foram a
Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, as quais possuíam, além do caráter econômico, uma
clara conotação política. A Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789, em Vila Rica, foi liderada por
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que terminou preso e enforcado, em 1792. Pretendia,
entre outras coisas, a independência e a proclamação de uma República. A Conjuração Baiana,
também chamada Revolução dos Alfaiates, devido à participação de grande número de elementos
das camadas populares (artesãos, soldados, negros libertos), ocorrida em 1798, tinha ideias
bastante avançadas para a época, inclusive a extinção da escravidão. Seus principais líderes foram
executados. Mais tarde, estourou outro importante movimento de caráter republicano e
separatista, conhecido como revolução pernambucana de 1817. De fato, esses movimentos
emancipatórios não tinham como objetivo um projeto de independência nacional, mas apenas
regional.
(VAZ, 2013; HISTÓRIA, 2019).
Gabarito: Certo
40.
Ao promoverem a industrialização de Portugal, as reformas pombalinas atingiram os
interesses da elite mercantil brasileira, cujos ganhos estavam relacionados à importação de
manufaturados da Inglaterra.
Comentários
A afirmativa é falsa, pois de acordo com o Pacto Colonial a América Portuguesa só podia importar
manufaturas da metrópole, visando garantir o sistema mercantilista, que objetivava a conquista do
capital necessário para sua passagem à industrialização. Contudo, era a Inglaterra que se
beneficiava do modelo português, de modo que os lucros coloniais de Portugal eram destinados ao
consumo dos produtos industrializados ingleses, seguindo o modelo de exploração e consumo.
Portugal se beneficiava com os lucros obtidos nas colônias, mas sem investir na industrialização,
apenas consumindo o que se produzia na Inglaterra. Enquanto que no Brasil não era permitido a
produção manufaturada, podendo comercializar apenas com a metrópole portuguesa. Com isso,
Portugal acaba por se tornar um país dependente das riquezas das colônias, mas com recursos
finitos, avizinhado pela pobreza por causa da falta de investimentos estratégicos. Só na segunda
metade do século XVIII, quando o Marquês de Pombal assume o cargo de ministro real, que se
inicia uma tentativa de transformação dessa situação, o que ficou conhecido como “Reformas
Pombalinas”.
Gabarito: Errado
econômica, repercutiram intensamente na América. Além disso, vale lembrar que um dos duros
golpes contra o Antigo Regime foi a declaração da independência pelos Estados Unidos, em finais
do século XVIII. Esses fenômenos fizeram com que, nas primeiras décadas do século XIX, as
colônias latino-americanas iniciassem a luta contra o domínio europeu e originassem nações
independentes. Todavia, a independência política das nações latino-americanas não significou
independência econômica. Mesmo após se tornar independente, a América Latina permanecia
economicamente dependente, inicialmente, da Inglaterra e, posteriormente, dos Estados Unidos.
Assim, o processo de emancipação latino-americano, inclusive o do Brasil, deve ser entendido no
quadro mais amplo da crise do Antigo Regime, absolutista e mercantilista, e da crise do Antigo
Sistema Colonial, com a ascensão da ideologia capitalista e burguesa. As mudanças em curso na
Europa desde meados do século XVIII encontraram na América Espanhola e Portuguesa terreno
fértil à sua proliferação.
(VAZ, 2013; EDUCABRAS, 2018).
Gabarito: Certo
Uruguai). Aconteceram campanhas militares nessas localidades e os combates contra as forças que
não aderiram à independência estenderam-se até 1824. A Independência do Brasil favoreceu
grandes proprietários de terras e grandes comerciantes locais. A separação tinha como objetivo
preservar a liberdade de comércio e a autonomia administrativa do país, porém o restante da
população ficou na mesma situação e a escravidão continuava. Durante 1822, contudo, os
habitantes do Brasil tomaram partido nos eventos políticos que se desenrolaram no Rio de Janeiro
e em Lisboa.
(NEVES, 2019).
Gabarito: Certo
Mais que gesto meramente simbólico, o grito do Ipiranga, proclamado a sete de setembro de
1822, anunciou o nascimento do Estado nacional brasileiro, que rompeu com as estruturas
básicas sobre as quais se assentaram mais de três séculos de colonização estruturada no
latifúndio, na monocultura e na escravidão.
Comentários
É falso dizer que a Independência do Brasil rompeu com as estruturas básicas sobre as quais se
assentaram a colonização portuguesa. Na verdade, em 1822 o Brasil se tornava independente, mas
o tráfico de escravos e a escravidão continuavam, pois nada mudara na ordem social. Enquanto
isso, já havia pressões pelo fim do tráfico de escravos na Europa, sobretudo na Inglaterra. E mesmo
Portugal, que já havia abolido a escravidão na metrópole desde 1761, sendo o país pioneiro da
Europa. Mas o Brasil, mesmo após a Independência, manteve o sistema da plantation como o
trinômio: escravo, latifúndio e monocultura. Por certo, o processo de emancipação brasileiro foi o
resultado mais de uma negociação das elites políticas do que propriamente de tensões sociais ou
revoltas, portanto, a continuidade das práticas sociais, políticas e econômicas.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Errado
O Império teve uma única Constituição, a de 1824, outorgada por D. Pedro I, que instituiu um
Estado unitário no Brasil.
Comentários
De fato, a primeiro Constituição nacional, outorgada em 25 de março de 1824 por D. Pedro I,
prevaleceu durante todo o período imperial, surgindo no primeiro Império (1822-1831), passando
pelas regências (1831-1840) e o segundo reinado (1840-1889), quando conheceu seu fim com a
Proclamação da República. A Constituição de 1824 instalava a um governo monárquico,
hereditário, constitucional e representativo. Além dos três Poderes – Legislativo, Judiciário e
Executivo –, havia ainda o Poder Moderador.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2005).
Gabarito: Certo
As elites brasileiras que assumiram o poder em 1822 organizaram um sistema político com
eleições indiretas, baseadas no voto censitário, excluindo a grande maioria da população do
processo eleitoral; a criação da Guarda Nacional veio propiciar às classes proprietárias a força
policial necessária à manutenção do poder local.
Comentários
É correto o que diz a afirmativa. De fato, a emancipação política brasileira foi marcada pela
continuidade entre a monarquia portuguesa e a brasileira, especialmente porque as elites
brasileiras que assumiram o poder em 1822 preservaram seus interesses e quiseram manter a
forma estruturante que se segui por séculos na Colônia. O “novo” sistema político era organizado
por eleições indiretas e censitário, com o voto restrito aos homens livres e proprietários e
subordinado a seu nível de renda. O fato é que a Independência não só rompia Colônia e
Metrópole, mas também afirmava uma nova classe dirigente, que eram os grandes proprietários
de escravos. Para tanto, a Guarda Nacional, criada em 1831, surgiu com o propósito de defender
os interesses das forças políticas brasileiras, guardar a Constituição, a integridade, a liberdade e a
independência do Império do Brasil. Além disso, pelo poder a ela concedido, seus membros
deveriam firmar o compromisso de sedimentar a tranquilidade e a ordem pública.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2005; VAZ, 2013; SOUZA, 2019).
Gabarito: Certo
Após a abdicação de D. Pedro I, liberais radicais se insurgiram em vários pontos do país contra
os grupos no poder: ressentindo-se da extrema centralização política, alguns defendiam o
modelo federativo, outros propunham a abolição gradual da escravidão e, ainda, havia os que
pleiteavam a nacionalização do comércio.
Comentários
É correto o que diz a afirmativa, pois o Brasil tornara-se independente sob um governo
monárquico e tinha um soberano português. O que era diferente dos países vizinhos, que
adotaram o regime republicano. A criação da monarquia representou a vitória dos grupos políticos
mais conservadores, que defendiam a manutenção da ordem social e política vigente, garantidas
pela autoridade do imperador. Os liberais, de outro lado, viam a solução republicana como o
significado de mais participação popular, extensão do direito ao voto e até a possibilidade de
mudanças sociais, como a abolição da escravatura. Após a abdicação de D. Pedro I, em 7 de abril
de 1831, foi instaurado um regime regencial, cujo poder foi transferido para três regentes,
conforme estabelecido na Constituição de 1824, pois o filho de D. Pedro I era apenas uma criança
de 5 anos de idade, devendo aguardar a maioridade para assumir o trono brasileiro. Nesse
contexto, muitas revoltas ocorreram por todo o país durante o período regencial. As revoltas
tiveram causas relacionadas a problemas políticos e sociais específicos das regiões onde
ocorreram, mas também refletiram as lutas por maior participação política. O centro de poder
estava muito distante das províncias, e entender o intricado jogo político era difícil e inacessível
para a maior parte da população. As revoltas foram violentas e ameaçavam a unidade do Império.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Certo
49.
O autor defende o argumento de que o processo de separação política do Brasil, ocorrido em
1822, não foi um movimento marcado por um sentimento nacional unificado.
Comentários
A interpretação acerca do fragmento citado é correta, pois de fato é possível dizer que a
Independência do Brasil em 1822 foi um projeto arquitetado pelas elites, muitas delas ligadas ao
antigo sistema colonial e mesmo que havia muitos portugueses entre os arquitetos da
Independência. Ora, o fato é que o sentimento nacionalista era algo pouco concreto e, se existia,
era discreto e prematuro. A questão ressaltada é que a Independência do Brasil não foi um
movimento impulsionado pelo sentimento de ser brasileiro, uma vez que não havia algo que fosse
capaz de unificar o imaginário nacionalista de norte a sul do Brasil, até mesmo por causa da
vastidão do território, mas talvez mais por causa da falta de produtos culturais específicos que
fossem capazes de tecer um imaginário nacional para a comunidade brasileira. Um fato que atesta
isso é a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) em 1838, com o intuito de
produzir uma historiografia brasileira que fosse capaz de perpassar o imaginário dos brasileiros e
criar um sentimento nacionalista, pois este não havia, e que permitisse a um nortista se dizer
brasileiro tanto quanto um carioca que transitava próximo à Quinta da Boa Vista e via hasteada a
bandeira imperial.
Gabarito: Certo
50.
A primeira constituição brasileira foi outorgada pelo imperador D. Pedro I em 1824 e vigorou
até o final do período imperial, tendo sido seu texto original aprovado integralmente pela
Assembleia Constituinte de 1823.
Comentários
O que diz a afirmação é falso, uma vez que o projeto inicial apresentado pela Assembleia
Constituinte, que foi redigido por Antônio Carlos de Andrade e Silva, irmão de José Bonifácio, foi
rejeitado por D. Pedro I, que acabou por dissolver a própria Assembleia Constituinte. Em seguida, o
Imperador reuniu um Conselho de Estado formado por dez pessoas de sua confiança, que elaborou
a primeira Constituição do Brasil, sendo outorgada pelo Imperador em 1824.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Errado
Os engenhos de açúcar do atual nordeste brasileiro não superaram a crise que lhes atingiu
em meados do século XIX, apesar da abundância de crédito e da política governamental de
estímulo à atividade econômica açucareira.
Comentários
A afirmação é falsa, de modo que a economia açucareira começou a entrar em crise na segunda
metade do século XVII, com a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro. Empreendedores
holandeses foram para a região das Antilhas produzir açúcar. Os holandeses se tornaram um forte
concorrente, pois vendiam o açúcar mais barato na Europa, além de controlarem o transporte e
comércio do produto. Desta forma, os holandeses conquistaram o mercado consumidor europeu,
iniciando uma forte crise na economia açucareira no Brasil. A crise se acentuou ainda mais em
meados do século XVIII, período em que a economia brasileira passou a se voltar para o ouro da
região das Minas Gerais. A região Sudeste passou a atrair investimentos, a capital foi transferida de
Salvador para o Rio de Janeiro e o Ciclo do Açúcar avistou seu fim.
(VAZ, 2013; FELINI, 2019).
Gabarito: Errado
A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, continha todos os direitos civis e políticos
reconhecidos nos países europeus.
Afastava-se do sistema inglês pela adoção do Poder Moderador, que dava ao imperador
grande controle no ministério.
José Murilo de Carvalho. Fundamentos da política e da sociedade brasileiras. In: Lúcia Avelar
e Antônio Octávio Cintra (Orgs.). Sistema político brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro:
Fundação Konrad-Adenauer-Stiftung; São Paulo: Fundação UNESP Ed., 2004, p. 27-8 (com
adaptações)
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue (C ou E) os itens que se seguem, relativos
a aspectos marcantes do quadro político brasileiro nas décadas iniciais do período
monárquico.
52.
A crise política dos primeiros tempos do Brasil independente teve sua expressão máxima na
dissolução da Assembleia Constituinte, razão pela qual a Constituição de 1824, outorgada,
afastava-se do contexto histórico da época ao não incorporar elementos da nova ordem
política nascida dos movimentos revolucionários liberais burgueses.
Comentários
A afirmação é falsa, pois os termos da Constituição Brasileira outorgada por D. Pedro I em 1824
não diferiam muito do projeto apresentado por Antônio Carlos de Andrada e Silva na Assembleia
Constituinte, a não ser pela introdução do Poder Moderador, que dava ao imperador total controle
sobre os demais Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). O Poder Legislativo era constituído
pelo Sanado, formado por senadores escolhidos pelo imperador em uma lista tríplice de pessoas
eleitas nas Províncias e com mandato vitalício, e pela Câmara dos Deputados, com mandato
temporário. As eleições mantiveram-se indiretas e censitárias, com voto restrito aos homens livres
e proprietários e subordinado a seu nível de renda.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: Errado
53.
Criação brasileira e sem fundamentação teórica consistente, o Poder Moderador acabou por
ser responsável direto pelas crises políticas que, recorrentes em todo o Primeiro Reinado,
acabaram por levar D. Pedro I à abdicação.
Comentários
O que se afirma é incorreto, pois a ideia de um Poder Moderador se encontra delineada de sua
forma definitiva na obra do francês Benjamin Constant, “Princípios Políticos”, publicada em 1814.
A grande preocupação de Constant era com a estabilidade do poder. Constant afirmava que
apenas a aceitação de limitação da soberania popular poderia impedir o desrespeito aos direitos
fundamentais. O Poder Moderador teria aí o papel fundamental de impedir que os outros três
poderes, entrando em choque, levassem uns aos outros de vencida, assegurando a estabilidade do
Estado liberal e os direitos civis e políticos dos cidadãos. E o que de fato levou à abdicação de D.
Pedro I em 1831 foi a sua impopularidade, por causa da sua postura absolutista em dissolver a
Assembleia Constituinte em 1824 e a reação violenta à Conferência do Equador no mesmo ano.
Seguindo a isso, uma série de problemas agravaram a sua impopularidade, como por exemplo a
morte de seu pai, D. João VI, em 1826 e a herança direta do trono português, a derrota na Guerra
Cisplatina em 1828 e sobretudo o forte sentimento antilusitano. A imprensa também não poupava
críticas a D. Pedro I. O jornalista Líbero Badaró foi o principal opositor na imprensa e acabou
assassinado em São Paulo. Na ocasião, D. Pedro I viajava para Minas Gerais e ao chegar na capital
Ouro Preto deparou-se com portas e janelas fechadas ostentando panos pretos e o soar de sinos
em sinal de luto. Assim, em 7 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de
seu filho de 5 anos, Pedro de Alcântara. Após a abdicação, retornou a Portugal.
(LYNCH, 2010; VAZ, 2013).
Gabarito: Errado
O trecho final do texto sugere que o reconhecimento do Estado nacional brasileiro pelos
Estados Unidos da América (EUA) era condição essencial para que outras potências também o
fizessem, devido à relevância de Washington no jogo de poder mundial e à amplitude de sua
ação internacional na primeira metade do século XIX.
Comentários
A interpretação do trecho citado é incorreta, pois não se pode dizer que na primeira metade do
século XIX os EUA eram uma das grandes potências mundiais. Mas, em todo caso, vale dizer o
governo dos EUA foi o primeiro a reconhecer a Independência do Brasil, no contexto da doutrina
Monroe, que defendia a autonomia das recém-formadas nações Americanas. Depois, o governo da
Acerca da história do Brasil monárquico, julgue os itensseguintes, tendo o texto acima como
referência inicial.
As “reações mais fortes” ao peso centralizante do Estado brasileiro, a que o texto alude,
podem ser exemplificadas pela Confederação do Equador (1824) e pela Revolução
Farroupilha (1835-1845).
Comentários
A afirmação é correta, pois ambos os movimentos tentaram romper com o sistema imperial e
fundar uma República independente. A Confederação do Equador ocorreu na província de
Pernambuco, em reação à Constituição de 1824, pois os republicanos não aceitavam o país
autoritário e centralizador que estava surgindo sob as mãos de D. Pedro I. Já a Revolução
Farroupilha ocorreu no Rio Grande do Sul, entre 1835 e 1845, liderada por estancieiros produtores
de carne-seca vendidas a outras partes do país, pois se sentiam prejudicados pela política
econômica do governo imperial, que cobrava altos impostos sobre a produção local, tornando o
charque gaúcho mais caro do que o produto uruguaio e argentino. Os mais radicais queriam criar
uma República sem depender do restante do Império. Ambos os movimentos, porém, foram
suprimidos pelas forças imperiais, mas exerceram forte resistência, deixando um saldo de
inúmeras mortes.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Certo
56. (PUC RJ 2015)
Analise as afirmativas abaixo que apresentam acontecimentos referidos à política da Corte
portuguesa durante sua permanência no Brasil entre 1808 e 1821.
I. Como expressão da relação de poder assimétrica entre os soberanos britânico e português,
os tratados de 1810 impunham ao governo de D. João no Rio de Janeiro, entre outras
decisões, a limitação do tráfico negreiro intercontinental às colônias de Portugal na África e o
compromisso de abolir gradualmente o trabalho escravo na América portuguesa.
II. A criação do primeiro Banco do Brasil, da Impressão Régia, da Escola de Medicina, das
Academias Militar e de Marinha, do Real Horto, da Real Biblioteca e inúmeras outras
medidas, assim como a conquista da Guiana Francesa e a ocupação da Banda Oriental,
revelavam o projeto político da Corte joanina de “criar um novo império” na América, tendo
como sede a cidade do Rio de Janeiro.
III. Ao revogar o alvará de 1785 que proibia qualquer atividade manufatureira na colônia
americana, com exceção da fabricação de panos grossos para a vestimenta dos escravos, o
Príncipe-Regente D. João propiciou o surgimento de inúmeros estabelecimentos fabris em
diferentes pontos do Reino do Brasil, deflagrando o primeiro grande surto industrial do país,
apesar da permanência do trabalho escravo.
IV. A Revolução Pernambucana de 1817 teve como uma de suas motivações a reação aos
privilégios concedidos por D. João aos comerciantes, burocratas e proprietários de escravos e
terras do Rio de Janeiro e áreas próximas, o que lhes possibilitara prosperar, acumular poder
e ganhar prestígio. Para os revolucionários de 1817, o Rio de Janeiro se transformara em uma
“nova Lisboa”, dominada por “portugueses” que oprimiam os “brasileiros” de outras partes
do Reino do Brasil.
Assinale:
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
C) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.
D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
E) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
Comentários
A afirmativa [III] está incorreta porque a revogação do alvará de 1785 não proporcionou o primeiro
surto fabril do Brasil, uma vez que, devido à concorrência britânica, poucas unidades fabris foram
abertas na Colônia.
Gabarito: E
O texto refere-se aos viajantes como autores de um “novo descobrimento do Brasil” porque
eles teriam
A) denunciado a condição degradante dos indígenas da América, dada a expropriação de suas
terras.
B) apontado a necessidade de emancipação política brasileira frente aos interesses
colonialistas de Portugal.
C) influenciado as práticas agrícolas brasileiras por compartilharem tecnologias
modernizantes dos Estados Unidos.
D) divulgado as informações sobre o país ao transformarem suas anotações de viagens em
relatos publicados na Europa.
Comentários
Diversos viajantes vieram para o Brasil após 1808, acompanhando ou seguindo a Família Real
portuguesa. A maioria desses viajantes, como Antonil, Graham e Debret, transformou seus escritos
e anotações em livretos, que passaram a circular pela Europa, mostrando aos europeus como era o
Brasil daquela época.
Gabarito: D
Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história
do período, é correto afirmar que:
A) A despeito de uma ligeira elevação, o tráfico negreiro em direção ao Brasil era pouco
significativo nas primeiras décadas do século XIX, pois a mão de obra livre já estava em franca
expansão no país.
B) As grandes turbulências mundiais de finais do século XVIII e de começos do XIX
prejudicaram a economia do Brasil, fortemente dependente do trabalho escravo, mas incapaz
de obter fornecimento regular e estável dessa mão de obra.
C) Não obstante pressões britânicas contra o tráfico negreiro em direção ao Brasil, ele se
manteve alto, contribuindo para que a ordem nacional surgida com a Independência fosse
escravista.
D) Desde o final do século XVIII, criaram-se as condições para que a economia e a sociedade
do Império do Brasil deixassem de ser escravistas, pois o tráfico negreiro estava estagnado.
E) Rapidamente, o Brasil aderiu à agenda antiescravista britânica formulada no final do século
XVIII, firmando tratados de diminuição e extinção do tráfico negreiro e acatando as
imposições favoráveis ao trabalho livre.
Comentários
A despeito da pressão inglesa para que ocorresse o fim do tráfico negreiro para o Brasil, o mesmo
manteve-se em alta entre 1810 e 1830, o que contribuiu para a formação escravista da nossa
sociedade.
Gabarito: C
A questão faz uma crítica ao poder moderador instituído na constituição brasileira de 1824. De
acordo com este poder, o imperador poderia interferir nas demais esferas de poder, ou seja, o
regime era uma monarquia constitucional, mas com uma fachada absolutista. Esta constituição foi
muito centralizadora desagradando às elites locais. No mesmo ano em que a carta foi outorgada,
ocorreu a Confederação do Equador em Pernambuco com caráter separatista e republicano.
Muitas críticas foram feitas a este documento como sugere o Manifesto Republicano de 1870.
Gabarito: B
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
Comentários
A questão aponta para um grande debate que se estabeleceu no Brasil ao longo do século XIX. A
discussão era sobre a utilização da mão de obra escrava e o desenvolvimento econômico nacional.
Muitos intelectuais e políticos criticavam a escravidão associando-a ao atraso, porém entendiam a
relevância da escravidão para a economia do Brasil. O escravo era um bem, uma propriedade,
acabar com a escravidão poderia exigir indenização.
Gabarito: B
Gabarito: C
( ) Os revoltosos propunham a organização de uma república nos moldes dos Estados Unidos
da América.
( ) A adesão dos segmentos populares foi fundamental para unir todos os revoltosos.
( ) A imprensa, infelizmente, atuou contra o movimento e nenhum jornal nas províncias
envolvidas quis apoiar a causa.
Gabarito: B
A afirmativa [III] está incorreta porque a Lei Áurea tinha apenas dois parágrafos, a saber: (1) está
abolida a escravidão no Brasil e (2) revogam-se todas as disposições em contrário.
Gabarito: B
Somente a proposição [D] está correta. O mapa aponta para o processo de independência do
Brasil. O processo de independência do Brasil foi bem complexo começando em 1808 com a vinda
da corte portuguesa para o Brasil e a Abertura dos Portos rompendo com o pacto colonial e foi
concluído em 1831 quando D. Pedro I abdicou ao trono deixando para seu filho de apenas 5 anos
de idade. Havia dois grupos: os brasileiros compostos pela elite agrária e favoráveis a
independência e o grupo português muito forte no nordeste e contrário a independência. Assim,
quando ocorreu o grito do Ipiranga no dia 7 de setembro de 1822, era preciso nacionalizar a
independência considerando que boa parte era contrário a ela. Daí surgiram as guerras de
independência em 1823 constituindo praticamente uma guerra civil.
Gabarito: D
A) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas
décadas com a redemocratização do país.
B) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites
regionais brasileiras.
C) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas
ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil.
D) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as
elites regionais e a exclusão social de outros setores.
E) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre
o Poder Legislativo na história política brasileira.
Comentários
A autora, no trecho citado, salienta o caráter elitista da vida política brasileira, com arranjos que
excluíam a participação popular no processo político. O próprio fato de que durante parte
considerável do Império (século XIX) o voto era censitário, restrito a uma limitadíssima parcela
mais rica da população, reforça essa característica que a República não reverteu de imediato.
Aspectos como o voto de cabresto e os currais eleitorais, típicos da República Velha, mostram
exatamente esse predomínio das elites locais no uso da política em benefício apenas de seus
interesses.
Gabarito: D
Comentários
A 1ª Constituição do Brasil foi outorgada (imposta) por Dom Pedro I. Esta Carta Constitucional
organizava os poderes de Estado em 4: Judiciário, Legislativo, Executivo, além do Poder
Moderador. Este era exclusivo do Imperador, sendo considerado a “chave-mestra” de toda a
organização da política do Império. Este poder permitia ao Imperador intervir em todos os demais
poderes do Estado.
Gabarito: E
Somente a alternativa [A] está correta. A independência do Brasil ocorreu em 1822 e o país
necessitava de uma constituição. Em 1823 foi criada a Assembleia Nacional Constituinte para
elaborar o projeto constitucional. Porém o projeto da mandioca não agradou o imperador D. Pedro
I que dissolveu a Assembleia. Desta forma, a constituição de 1824 foi outorgada, ou seja, imposta
para o país. As demais alternativas estão incorretas. A Confederação do Equador ocorreu em
Pernambuco logo após a constituição. O voto não era secreto. Havia quatro poderes sendo o
quarto poder chamado de “Moderador”. A escravidão só foi abolida em13 de Maio de 1888.
Gabarito: A
Comentários
O Poder Moderador dava a d. Pedro I a prerrogativa de intervir nos demais três poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário). Tal poder dava ao imperador, na prática, todo o poder político
do Brasil independente.
Gabarito: E
I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas
de Câmaras) e, portanto, as duas Cartas foram promulgadas.
II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de
Deus, enquanto, na atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.
III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais
importante, pois dele dependiam os outros poderes; na Constituição de 1988, não se
apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois tornou- se fundamental, à
época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.
Assinale a alternativa:
A) se I, II e III forem corretas.
B) se apenas II e III forem corretas.
C) se apenas I e II forem corretas.
D) se apenas I e III forem corretas.
E) se apenas a I for correta.
Comentários
Está(ão) correta(s):
A) Somente a I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão aponta para o Golpe Liberal da Maioridade em
julho de 1840 quando D. Pedro II assumiu o trono com 15 anos incompletos. Neste momento
acabou o período Regencial caracterizado por inúmeras revoltas, algumas com caráter separatista.
As três assertivas estão condizentes com o texto.
Gabarito: E
Comentários
A Revolução Farroupilha iniciou-se durante o período regencial e se estendeu até o Segundo
Reinado, liderada pela elite gaúcha, formada principalmente por estancieiros criadores de gado e
produtores de charque. É considerado um movimento republicano e separatista, apesar de que, no
texto, ainda no primeiro momento da Revolução, os representantes dos rebeldes façam
reivindicações, exigindo direitos e maior autonomia, e não a separação.
Gabarito: A
Após a abdicação de D. Pedro I ao trono, o Brasil foi governado por Regências Trinas,
conforme previa a Constituição, mas o Ato Adicional de 1834 provocou algumas mudanças,
entre as quais se estabelecia:
A) a regência una, para a qual o candidato era eleito e não mais indicado pela Assembleia
Nacional, saindo vitorioso no primeiro pleito o Padre Diogo Antônio Feijó.
B) a eleição direta e secreta de um regente, cuja candidatura era efetivada por seu partido
político, ganhando em primeiro lugar o brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
C) a nomeação de um regente escolhido pelo presidente do Senado, a partir de uma lista
composta dos nomes de três deputados, sendo nomeado o ministro Diogo Antonio Feijó.
D) as regências unas provisórias, cujo regente seria escolhido entre os deputados provinciais,
que revezavam-se no poder, sendo o primeiro, José da Costa Carvalho.
E) a eleição popular de um regente, que ocuparia o cargo até a maioridade do herdeiro do
trono, sendo eleito em primeiro lugar o senador Nicolau Vergueiro.
Comentários
Considera-se o Ato Adicional uma medida liberal, que promoveu certa descentralização política no
país e um divisor de águas, com a configuração mais explícita dos partidos Liberal e Conservador. A
Regência Una substituiu a Regência Trina e o ex-ministro da Justiça, Feijó, foi o primeiro regente
eleito, representando as tendências liberais.
Gabarito: A
será apenas uma eclosão violenta, mas desorganizada,apenas surgida por um incidente
qualquer. Será, pelo contrário, planejada nos seus detalhes, precedida de todo um período
organizativo (...). Reuniam-se regularmente para discutirem os planos de insurreição, muitas
vezes j untamente com elementos de outros grupos do centro da cidade. (...) O movimento
vinha sendo articulado também entre os escravos dos engenhos e os quilombolas da
periferia. (...) O plano não foi cumprido na íntrega porque houve delação. (...) os escravos,
vendo que tinham de antecipar a revolta, lançaram-se à carga de qualquer maneira. (...)
Derrotada a insurreição, os seus líderes se portaram dignamente."
(Moura,Clóvis.Os Quilombos e a Rebelião Negra. 7 ed. São Paulo, Brasiliense, 1987. pp. 63-
69.)
Sobre a rebelião escrava relatada no texto, é correto afirmar que:
A) foi comandada por Ganga Zumba que planejava implantar um território livre no Recôncavo
Baiano.
B) nessa rebelião, chamada de Revolta dos Males, participaram escravos de diversas etnias
que pretendiam acabar com a escravidão na Bahia.
C) a revolta ocorreu devido à intolerância religiosa, já que os escravos foram impedidos de
praticarsua religião, o Candomblé.
D) seu líder Zumbi dos Palmares, após longa resistência às tropas do governo, acabou sendo
preso e enforcado e o quilombo foi destruído.
E) nessa rebelião, denominada Conjuração Baiana, os revoltosos queriam a independência do
Brasil e o fim da escravidão.
Comentários
Rebelião que ocorreu no período regencial é pouco conhecida e pouco estudada. Organizada por
escravos africanos muçulmanos, o principal objetivo era a luta pela liberdade e, ao mesmo tempo,
foi movida por forte sentimento “racial”, em oposição ao “domínio branco”. A organização dos
escravos de Salvador foi, ao longo do tempo, influenciada pelos acontecimentos no Haiti, que
redundaram na independência daquele país, a partir de uma verdadeira “Revolução Negra”.
Gabarito: B
C) Revolta dos Malês, ocorrida em Salvador (BA) e organizada por negros de religião
muçulmana, sendo considerada a maior rebelião de escravos do Brasil.
D) Guerra dos Farrapos, empreendida pelos Republicanos gaúchos, denominados de
Farroupilhas, em que lutaram juntos grandes estancieiros, peões e escravos.
E) Revolta de Beckman, deflagrada no Maranhão pelos colonos, contra o poder dos jesuítas e
o monopólio comercial português.
Comentários
A Guerra dos Farrapos, que envolveu gaúchos e catarinenses, foi claramente um conflito
deflagrado contra a centralização política. Iniciada no período regencial, encerrou-se em 1845
durante o Segundo Reinado. A Luta foi comandada pelos estancieiros (fazendeiros criadores de
gado) e dela participaram elementos de diversas camadas sociais.
Gabarito: D
Com relação à Guarda Nacional, criada durante o Império, é CORRETO afirmar que:
A) funcionava como única força armada que podia defender os interesses dos escravistas e
coibir a fuga dos escravos.
B) objetivava o controle da Corte e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestações
populares de descontentamento.
C) tinha por finalidade a garantia da segurança e da ordem, defendendo a Constituição, a
obediência às leis e a integridade do Império.
D) atuava na defesa das fronteiras externas brasileiras, impedindo a expansão dos países
platinos em direção ao território brasileiro.
Comentários
A Guarda Nacional foi uma força paramilitar organizada por lei no Brasil durante o período
regencial para assegurar o respeito à Constituição em vigor e conter rebeliões nas províncias. Foi
desmobilizada em 1922.
Gabarito: C
A) Confederação do Equador.
B) Guerra da Cisplatina.
C) Noite da Agonia.
D) Noite das Garrafadas.
E) Revolução Praieira.
Após a abdicação de Dom Pedro I, o herdeiro do trono, seu filho Pedro de Alcântara, contava
apenas cinco anos de idade. Pela Constituição, o poder deveria passar para uma junta de três
regentes escolhida pela Assembleia Geral. Inicia-se assim o período Regencial. Marque a
opção que indique um dos fatos ocorridos neste período.
A) Dois fatos associaram-se para dar início à Cabanagem: o inconformismo da Igreja contra o
presidente nomeado pelo poder central para a província do Pará e a miséria da população;
B) Em 1835, cerca de 2 mil africanos e afro-brasileiros seguidores do islamismo rebelaram-se
em Salvador, na Bahia. Inicia-se assim a Sabinada;
C) Em 1840 o governo central nomeou presidente da província do Maranhão o coronel Luís
Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias. Com 8 mil soldados, Lima e Silva ocupou a Vila
de Caxias e esmagou a Balaiada;
D) No período Regencial, o comércio exterior brasileiro foi quase o tempo todo superavitário.
O Brasil exportava mais do que importava, com destaque para o café.
.
II. As primeiras caricaturas publicadas no Brasil apareceram (...) sob a forma de litografias
avulsas vendidas em algumas lojas do Rio de Janeiro. Seu tema foi a contratação do jornalista
Justiniano José da Rocha (1812-1863), por um elevadíssimo salário, para ser o editor do
Correio Oficial. A caricatura retrata o mulato Justiniano todo ataviado, recebendo de joelhos
um saco de dinheiro. Em um formato que faz lembrar uma grande cena teatral, essa primeira
caricatura chamava a atenção para o fato de um homem tido como íntegro ter vendido sua
pena ao governo. “Honra tenho e probidade/ Que mais quer d’ um redator?”, dizia um dos
versinhos que acompanhavam a imagem.
LUSTOSA, Isabel. No país da piada pronta. Revista de História, 01/03/2009.
Com base na imagem e no texto, pode-se afirmar que, durante o período regencial (1831-
1840), a ampliação da imprensa favoreceu o(a)
A) aumento do racismo.
B) combate à corrupção.
C) ascensão do personalismo.
D) fortalecimento da esfera pública.
E) denegrimento dos mulatos.
Com relação aos movimentos sociais ocorridos no Brasil imperial, julgue os itens
subsecutivos.
14. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A Balaiada concentrou-se no Maranhão e foi protagonizada pelas elites dessa província.
19. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
“O fato da separação do Reino, em 1822, não teria importância na evolução da colônia para
Império. Já era fato consumado desde 1808 com a vinda da corte e abertura dos portos e por
motivos alheios a vontade da colônia ou da metrópole.”
DIAS, Maria Odila da Silva. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo:
Alameda, 2005.
Autora citada cunhou o conceito de “interiorização da metrópole“ que, segundo Neves (IN:
Grinberg e Salles, 2009), pode ser definido como:
A) A transferência da corte para o Rio de Janeiro, sem nenhum aparato administrativo, que
foi a peça chave para o definitivo e cabal processo de emancipação política encabeçado por
Dom Pedro, em 1822. A transferência da corte para o Rio de Janeiro, sem um aparato
administrativo, que foi a peça-chave para o definitivo e cabal processo de emancipação
política encabeçado por D. Pedro, em 1822.
B) O estabelecimento, a partir de 1808, da monarquia e de instituições-chave para o governo
do Império português no Rio de Janeiro, além da criação e consolidação de interesses de
súditos americanos.
C) A operação do aparato administrativo português, em decorrência das invasões
napoleônicas, entre 1807 e 1808, precisou ser transferida para as periferias de Lisboa afim de
manter o governo do Império operante.
D) O descontentamento das elites metropolitanas, explicitado pela revolução do porto em
1820, provocou um processo que daria assim à fuga das elites e da administração do governo
para o interior do reino.
20. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
Ao concluir a aula sobre a Revolta dos Malês (1835), o professor exibe duas imagens para os
estudantes da turma:
REIS, João José. Rebelião Escrava no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
Após fazer a análise das imagens e do conteúdo lecionado, o professor pede aos educandos
que escrevam em seus cadernos características da Revolta dos Malês. Dentre essas
características, é INCORRETO afirmar que:
A) foi uma revolta escrava cujo sentido deve ser buscado na articulação entre conflitos de
classe, étnicos e religiosos.
B) foram as experiências comuns, tais como o próprio cativeiro, a vida nas ruas ou a
segregação racial, a peça chave da construção da identidade entre os revoltosos.
C) os integrantes dessa revolta pertenciam todos à população mulçumana escravizada e
contrabandeada para a Bahia de Todos os Santos.
D) o dia escolhido para a revolta conciliava o dia de Nossa Senhora da Guia, levando a
população e a policia para distante do Bonfim, e o final do Ramadã e dos jejuns.
21. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
Observe as duas imagens:
“O padre Feijó abandona a Regência e deixa um rastro. Antes de ser eleito o primeiro regente
uno, em 1835, Diego Feijó foi ministro da Justiça.
“As disputas políticas e o clima de confronto durante as Regências eram temas frequentes
nas sátiras das caricaturas.”
MOREL, Março. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Zahar, 2003. Caderno
de ilustrações.
Ao preparar uma aula sobre o Período Regencial (1831-1840) utilizando as ilustrações acima,
o professor deve levar em consideração que:
“Um boato corre, há dias, pela cidade que tem enchido a uns de pavor, e a outros de
indignação, em cujo último número me coloco”, desabafou o médico Joaquim Cândido Soares
de Meirelles (1797-1868), diante do clima de pânico instaurado no Rio de Janeiro em 1831.
Rumores crescentes garantiam estar em andamento, na capital do Império, uma trama
conspiratória inspirada na Revolução do Haiti (1791-1825).
(Iuri Lapa, O Haiti é aqui? Revista de História da Biblioteca Nacional, 03.03.2010).
O clima instaurado na ocasião tinha origem
A) na propaganda abolicionista promovida pelos revolucionários haitianos e pela população
do norte dos EUA, mais afeita ao trabalho livre, à pequena propriedade e à policultura, e
defensora da libertação dos escravos em todo o continente americano.
B) na defesa da revolução realizada pelos herdeiros políticos da Revolução Francesa, que
defendiam que o governo francês exportasse a radicalidade revolucionária para o outro lado
do Atlântico, ameaçando a existência institucional do Império no Brasil.
C) na aproximação política entre os líderes republicanos da independência de alguns países
da América Latina, como Bolivar (Venezuela), San Martin (Argentina) e Toussaint- -Louverture
(Haiti), que queriam transformar o Brasil em uma República.
D) no fantasma que assombrou por décadas os senhores escravistas do Brasil, receosos de
que se repetisse aqui o movimento haitiano, no qual convergiram abolição da escravidão e
proclamação da independência, incluindo o massacre de brancos.
E) no sentimento anticomunista existente no Brasil desde o início do século XIX, quando a
elite escravista assistiu assustada à tomada do poder no Haiti por revolucionários socialistas,
inspirados nas ideias do socialismo utópico de Saint-Simon.
A) pela ruptura das relações econômicas de dependência frente aos países europeus.
B) pela abolição do trabalho escravo e de todas as formas de sujeição dos seres humanos.
C) pelas atitudes recolonizadoras e militares do Estado e do governo português.
D) pelas lutas em prol da integração das diferentes regiões do país ao poder central.
E) pela queda da dinastia portuguesa e pela instituição do regime republicano.
(CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 1. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2001. p. 26).
E) O jornal Província de São Paulo, que mais tarde passou a chamar-se Folha de S. Paulo,
nasceu em 1875.
Tendo em vista o contexto da Independência do Brasil e o sentido dado pela charge a esse
importante momento da história do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) A Independência do Brasil foi um processo liderado, em grande parte, pelos grupos que
mais se beneficiaram com a ruptura dos laços coloniais, ou seja, latifundiários e
comerciantes.
B) O principal objetivo da Independência era organizar o novo Estado Nacional Brasileiro sem
colocar em risco sua autonomia econômica, conseguida a longo prazo através do pacto
Colonial.
C) A situação da maioria da população sofreu drásticas mudanças com a implantação da nova
situação política do Brasil através de uma nova reorganização social, mesmo sem o
consentimento do povo.
D) A aparência liberal construída pela elite agrária, que apoiara D. Pedro I a romper os laços
com a metrópole lusitana, foi descoberta pela população, que logo empreendeu uma série de
movimentos sociais.
O texto trata das preocupações que então nortearam o processo de consolidação do Brasil
como país independente. O país que surgiu desse processo caracterizava-se pela
A) intervenção política de grupos populares, sobretudo nas áreas distantes dos centros
urbanos, voltada para sua legitimação e a imposição de uma ordem social baseada na
tradição europeia.
B) adoção de um projeto de civilização pactuado entre os diversos grupos sociais do país, que
tinha por base a mescla das culturas americana e europeia.
C) formação de um corpo social marcado pela ausência da cidadania e a exclusão de grande
parte da população, em especial negros, dos quais se esperava comportamento passivo e
amorfo.
D) presença vitoriosa no cenário político de grupos até então excluídos e mobilizados em
torno de líderes populares, contrários à ordem social excludente defendida pelas elites.
37.
A transferência da Corte portuguesa para a América foi proposta em crises anteriores à de
1807. Seus defensores consideravam a fragilidade de Portugal em meio às disputas entre as
potências europeias, marcadamente entre França e Inglaterra, e a importância das
possessões coloniais para a manutenção da Coroa portuguesa. Entre os proponentes dessa
ideia, encontrava-se o padre Antônio Vieira, ainda no século XVII.
39.
Movimentos de revolta restritos ao ambiente regional, a Inconfidência Mineira, a Conjuração
dos Alfaiates, na Bahia, e a Revolução Pernambucana de 1817 não visavam à emancipação de
todo o território brasileiro.
40.
Ao promoverem a industrialização de Portugal, as reformas pombalinas atingiram os
interesses da elite mercantil brasileira, cujos ganhos estavam relacionados à importação de
manufaturados da Inglaterra.
Mais que gesto meramente simbólico, o grito do Ipiranga, proclamado a sete de setembro de
1822, anunciou o nascimento do Estado nacional brasileiro, que rompeu com as estruturas
básicas sobre as quais se assentaram mais de três séculos de colonização estruturada no
latifúndio, na monocultura e na escravidão.
O Império teve uma única Constituição, a de 1824, outorgada por D. Pedro I, que instituiu um
Estado unitário no Brasil.
As elites brasileiras que assumiram o poder em 1822 organizaram um sistema político com
eleições indiretas, baseadas no voto censitário, excluindo a grande maioria da população do
processo eleitoral; a criação da Guarda Nacional veio propiciar às classes proprietárias a força
policial necessária à manutenção do poder local.
Após a abdicação de D. Pedro I, liberais radicais se insurgiram em vários pontos do país contra
os grupos no poder: ressentindo-se da extrema centralização política, alguns defendiam o
modelo federativo, outros propunham a abolição gradual da escravidão e, ainda, havia os que
pleiteavam a nacionalização do comércio.
XVI, opõe o português da Europa e o do Novo Mundo. E mesmo onde se aguça a antipatia,
chegando a tomar colorido sedicioso, com a influência dos princípios franceses ou do
exemplo da América inglesa, nada prova que tenda a superar os simples âmbitos regionais.
Sérgio Buarque de Holanda. A herança colonial - sua desagregação. In: História Geral
da Civilização Brasileira. Tomo II, O Brasil Monárquico. 1.º volume, O processo da
Emancipação. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, p. 9 (com adaptações).
50.
A primeira constituição brasileira foi outorgada pelo imperador D. Pedro I em 1824 e vigorou
até o final do período imperial, tendo sido seu texto original aprovado integralmente pela
Assembleia Constituinte de 1823.
Os engenhos de açúcar do atual nordeste brasileiro não superaram a crise que lhes atingiu
em meados do século XIX, apesar da abundância de crédito e da política governamental de
estímulo à atividade econômica açucareira.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue (C ou E) os itens que se seguem, relativos
a aspectos marcantes do quadro político brasileiro nas décadas iniciais do período
monárquico.
52.
A crise política dos primeiros tempos do Brasil independente teve sua expressão máxima na
dissolução da Assembleia Constituinte, razão pela qual a Constituição de 1824, outorgada,
afastava-se do contexto histórico da época ao não incorporar elementos da nova ordem
política nascida dos movimentos revolucionários liberais burgueses.
53.
Criação brasileira e sem fundamentação teórica consistente, o Poder Moderador acabou por
ser responsável direto pelas crises políticas que, recorrentes em todo o Primeiro Reinado,
acabaram por levar D. Pedro I à abdicação.
O trecho final do texto sugere que o reconhecimento do Estado nacional brasileiro pelos
Estados Unidos da América (EUA) era condição essencial para que outras potências também o
fizessem, devido à relevância de Washington no jogo de poder mundial e à amplitude de sua
ação internacional na primeira metade do século XIX.
Acerca da história do Brasil monárquico, julgue os itensseguintes, tendo o texto acima como
referência inicial.
As “reações mais fortes” ao peso centralizante do Estado brasileiro, a que o texto alude,
podem ser exemplificadas pela Confederação do Equador (1824) e pela Revolução
Farroupilha (1835-1845).
IV. A Revolução Pernambucana de 1817 teve como uma de suas motivações a reação aos
privilégios concedidos por D. João aos comerciantes, burocratas e proprietários de escravos e
terras do Rio de Janeiro e áreas próximas, o que lhes possibilitara prosperar, acumular poder
e ganhar prestígio. Para os revolucionários de 1817, o Rio de Janeiro se transformara em uma
“nova Lisboa”, dominada por “portugueses” que oprimiam os “brasileiros” de outras partes
do Reino do Brasil.
Assinale:
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
B) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
C) se somente as afirmativas I e IV estiverem corretas.
D) se somente as afirmativas II, III e IV estiverem corretas.
E) se somente as afirmativas I, II e IV estiverem corretas.
O texto refere-se aos viajantes como autores de um “novo descobrimento do Brasil” porque
eles teriam
A) denunciado a condição degradante dos indígenas da América, dada a expropriação de suas
terras.
B) apontado a necessidade de emancipação política brasileira frente aos interesses
colonialistas de Portugal.
C) influenciado as práticas agrícolas brasileiras por compartilharem tecnologias
modernizantes dos Estados Unidos.
D) divulgado as informações sobre o país ao transformarem suas anotações de viagens em
relatos publicados na Europa.
Tendo em vista o movimento literário mencionado no trecho acima, e seu alcance na história
do período, é correto afirmar que:
A) o nacionalismo foi impulsionado na literatura com a vinda da família real, em 1808,
quando houve a introdução da imprensa no Rio de Janeiro e os primeiros livros circularam no
país.
B) o indianismo ocupou um lugar de destaque na afirmação das identidades locais,
expressando um viés decadentista e cético quanto à civilização nos trópicos.
C) os autores românticos foram importantes no período por produzirem uma literatura que
expressava aspectos da natureza, da história e das sociedades locais.
D) a população nativa foi considerada a mais original dentro do Romantismo e, graças à
atuação dos literatos, os indígenas passaram a ter direitos políticos que eram vetados aos
negros.
A campanha abolicionista ganhou força nacional, mas ainda encontrava alguns obstáculos,
tais como:
A) a falta de apoio de alguns setores sociais, como o intelectual e o artístico.
B) a noção de escravo como um bem, o que exigia a indenização para os proprietários de
escravos.
C) a reação do proletariado urbano, pelo temor da concorrência da mão de obra escrava.
D) o apoio dos senhores de engenho para a abolição, principalmente do setor açucareiro,
devido à mecanização da agricultura nordestina.
mais perigoso, pois se trata do mais forte numericamente falando. Tal partido vê com prazer
e com esperanças criminosas as dissensões existentes entre os brancos, os quais dia a dia têm
seus números reduzidos”.
Fonte: REIS, João José. O Jogo Duro do Dois de Julho: o “Partido Negro” da Independência da
Bahia. In: REIS, João José & SILVA, Eduardo. Negociação e Conflito. A resistência negra no
Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 79-98.
C) a Lei de Terras, aprovada em 1850, estipulava que os imigrantes não poderiam se tornar
proprietários fundiários.
D) a diminuição do tráfico transatlântico resultou no deslocamento de escravos da região
mineradora para suprir as necessidades de cativos na lavoura açucareira.
com uma determinada política nacional, pautada pela negociação destes interesses e pela
manutenção da exclusão social, marcou não apenas o século XIX, como também o século XX.
Através do parlamento essas elites regionais têm imposto uma determinada dinâmica para o
jogo político que se materializa na imensa dificuldade de empreender reformas sociais
profundas.
Dolhnikoff, Miriam. O pacto imperial. As origens do federalismo no Brasil. São Paulo: Globo,
2005, p. 11-12.
De acordo com o ponto de vista apresentado no texto,
A) a história brasileira é marcada por práticas de tolerância política acentuadas nas últimas
décadas com a redemocratização do país.
B) o parlamento é a única instituição política imune aos interesses e ao controle das elites
regionais brasileiras.
C) as profundas reformas sociais só foram possíveis graças às transformações políticas
ocorridas na primeira metade do século XIX no Brasil.
D) a dinâmica política do Estado nacional se constituiu com base em negociações entre as
elites regionais e a exclusão social de outros setores.
E) as características descritas sobre o Estado revelam a supremacia do Poder Judiciário sobre
o Poder Legislativo na história política brasileira.
(COTRIM, 2009)
I. As duas Constituições foram feitas por Assembleias Constituintes (no século XIX, chamadas
de Câmaras) e, portanto, as duas Cartas foram promulgadas.
II. Na primeira Constituição Brasileira há a ideia de que o poder Executivo existe pela graça de
Deus, enquanto, na atual, a Assembleia Constituinte se colocou sob a proteção de Deus.
III. A Constituição Imperial trazia quatro poderes, sendo o poder Moderador o mais
importante, pois dele dependiam os outros poderes; na Constituição de 1988, não se
apresenta a superioridade de nenhum poder sobre os demais, pois tornou- se fundamental, à
época, a busca da igualdade perante a lei e a prática da justiça.
Assinale a alternativa:
A) se I, II e III forem corretas.
B) se apenas II e III forem corretas.
C) se apenas I e II forem corretas.
D) se apenas I e III forem corretas.
E) se apenas a I for correta.
Está(ão) correta(s):
A) Somente a I.
B) I e II.
C) I e III.
D) II e III.
E) I, II e III.
província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer
espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata.
Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo
despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que
olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos separaremos
do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud Sandra JatahyPesavento.
A Revolução Farroupilha, 1986.)
(Moura,Clóvis.Os Quilombos e a Rebelião Negra. 7 ed. São Paulo, Brasiliense, 1987. pp. 63-
69.)
Sobre a rebelião escrava relatada no texto, é correto afirmar que:
A) foi comandada por Ganga Zumba que planejava implantar um território livre no Recôncavo
Baiano.
B) nessa rebelião, chamada de Revolta dos Males, participaram escravos de diversas etnias
que pretendiam acabar com a escravidão na Bahia.
C) a revolta ocorreu devido à intolerância religiosa, já que os escravos foram impedidos de
praticarsua religião, o Candomblé.
D) seu líder Zumbi dos Palmares, após longa resistência às tropas do governo, acabou sendo
preso e enforcado e o quilombo foi destruído.
E) nessa rebelião, denominada Conjuração Baiana, os revoltosos queriam a independência do
Brasil e o fim da escravidão.
Com relação à Guarda Nacional, criada durante o Império, é CORRETO afirmar que:
A) funcionava como única força armada que podia defender os interesses dos escravistas e
coibir a fuga dos escravos.
B) objetivava o controle da Corte e da burocracia imperial, alvos frequentes de manifestações
populares de descontentamento.
C) tinha por finalidade a garantia da segurança e da ordem, defendendo a Constituição, a
obediência às leis e a integridade do Império.
D) atuava na defesa das fronteiras externas brasileiras, impedindo a expansão dos países
platinos em direção ao território brasileiro.
Até logo...
Autor:
Sergio Henrique
19 de Maio de 2023
SUMÁRIO
Foi um período de grande prosperidade econômica devido ao ciclo do café. O Brasil foi
durante décadas o maior produtor e exportador de café do mundo. O modelo agrícola era o
implantado pelos portugueses, o qual permanece até os dias de hoje: o plantation (monoculturas
de exportação em latifúndios). O café começou a ser plantado no Rio de Janeiro e espalhou-se pelo
estado de São Paulo, que foi seu maior produtor, chegando ao sul de Minas Gerais. A principal
região produtora era o Vale do Paraíba (entre SP e RJ). Quando começou a ser produzido no
interior, no Oeste Paulista, foi necessária a instalação de ferrovias devido à distância do litoral, o
que promoveu uma grande modernização no Brasil, visto que, até àquela altura, o gado era
transportado por meio dos tropeiros. Não havia indústrias no país e tudo o que consumíamos de
origem industrial era da Inglaterra. Desde os tratados de comércio e navegação de 1810, os
ingleses pagavam impostos muito reduzidos, a ponto de nossa arrecadação de impostos não cobrir
os gastos do Estado. Dessa forma, o ministro da fazenda criou uma tarifa protecionista que
aumentava os impostos dos ingleses, a Tarifa Alves Branco. Os Ingleses não gostaram dessa
atitudeecomo há tempos eles vinham pressionando o Brasil para que ele abolisse o tráfico de
escravos, fizeram issoà força decretando o Bill Aberdeen. De acordo com esta medida inglesa, eles
poderiam abater qualquer navio brasileiro que estivesse carregado de africanos para serem
escravizados. A pressão inglesa fez com que fosse lançada, em1850, a Lei Eusébio de Queiroz, que
proibia o tráfico de escravos.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Entre as consequências dessa lei, tivemos o aumento do tráfico interno (a região nordeste,
com a economia decadente, vendia os escravos para o sudeste), a imigração europeia (pois com o
fim do tráfico, a escravidão acabaria em pouco tempo), e a lei de terras (toda terra teria que ser
comprada à vista em leilão, sendo esta uma medida para impedir que imigrantes tivessem acesso a
elas).
A migração européia foi um dos elementos fundamentais para a formação da população
brasileira. Ela ocorreu durante muitas décadas. Como vimos, seu início aconteceu durante o ciclo
do café, em torno de 1950 até 1930. As primeiras experiências de imigração foram influenciadas
pelas ideias do Darwinismo social, pseudociência racista do século XIX, que sugeria a existência de
raças e que as superiores estavam destinadas a dominar. Diante disso, foi realizada a imigração
europeia, pois além de muitos europeus estarem fugindo da guerra, a vinda de imigrantes iria
branquear a população brasileira. Esta é a chamada teoria do branqueamento. No início, os
imigrantes vinham com a promessa de que pagariam sua passagem com trabalho. No entanto,
essas experiências não tinham sucesso, pois eles eram super explorados; os fazendeiros brasileiros
eram acusados de praticar a escravidão por dívidas, a ponto de governos europeus proibirem a
imigração para o Brasil. A imigração teve sucesso a partir do momento em que o governo começou
a pagara passagem dos trabalhadores, que assim chegavam ao país sem dívidas. Eles vinham direto
para a lavoura de café em São Paulo ou para as colônias de imigrantes na região sul do país.
No início do século XX, o Brasil ainda atraía muitos imigrantes, foi quando migram para cá os
japoneses e os sírio-libaneses, principalmente no contexto da primeira Guerra Mundial.
A partir de 1930, no início da Era Vargas, foi elaborada uma legislação de controle mais
rígido da imigração.
Foram criadas cotas de migração: 2% da população total da nacionalidade de origem (por
exemplo, se entraram 100.000 imigrantes italianos, era reservada anualmente uma cota de 2.000
daquela nacionalidade). Portugal ficou isento da cota. Também foram tomadas medidas sanitárias
e de seleção social: não poderiam migrar portadores de doenças infecciosas (como a tuberculose,
que ainda era muito comum no início do século XX) nem pessoas com antecedentes criminais. Com
isso, a migração diminuiu bastante nos anos seguintes.
Nos anos 60, recebemos muitos asiáticos, sobretudo coreanos, que se estabeleceram em
São Paulo; atualmente somos o destino dos vizinhos latino-americanos mais pobres, como os
bolivianos. Merece destaque a imigração dos haitianos, que recentemente passaram a migrar para
o Brasil, entrando em nosso território pelo Acre. A postura do governo para com os migrantes,
sobretudo os latino-americanos, é de acolhida, e não temos leis xenófobas quanto à imigração.
2. A REVOLUÇÃO PRAIEIRA
A “Revolução” Praieira foi a última a questionar a monarquia enquanto pacto político de
governança. Ela ocorreu pouco após a Regência, num período de afirmação do Estado Imperial no
Segundo Reinado. Tinha forte caráter liberal, mas também era muito elitista, apesar de ter tido a
participação das camadas populares, sendo um momento de grande convulsão social, em que a
população aderiu ao conflito político articulado pelas elites liberais republicanas. Foi uma revolta
motivada por questões políticas ligadas ao poder do Estado e que ocorreu entre as elites liberais e
as elites conservadoras (chamados naquele contexto de Gabirus). A concentração de terras e o
grande poder político e econômico da família Cavalcanti estavam no centro do conflito. Na época,
eles eram donos da maioria dos engenhos do estado e líderes do Partido Liberal. Nesse momento,
sobe ao poder como govenador da província o conservador Rego Barros, que foi marcado por
grandes negociatas secretas entre os conservadores e os liberais (que eram “farinha do mesmo
saco”, numa expressão da época, e divergiam quanto ao controle do poder). O governador
conservador, Rego Barros, foi acusado de favorecer os Cavalcanti na distribuição de cargos
políticos e no contrabando de escravos. Ocorreu uma forte luta jornalística na imprensa local, e o
Partido Liberal sofreu um racha político, saindo dele o Partido da Praia.
O Partido da Praia fez sua plataforma política na denúncia das práticas corruptas de
contrabando e favorecimento que foram praticadas entre os liberais e os conservadores. Em 1844,
o partido se fortaleceu muito com a eleição de deputados e com a indicação naquele ano de um
ministério liberal (apesar de terem saído dele, possuíam um certo alinhamento), além disso, o
presidente de província indicado pelo imperador também era liberal.
No poder, o Partido da Praia envolveu-se em vários casos de corrupção e seus membros
realizaram práticas políticas muito parecidas com as práticas corruptas de seus antecessores.
Durante o período de ascensão do Partido da Praia, surgiu um caos administrativo devido à prática
corrupta de despedir todo o quadro do funcionalismo que pertencia à oposição (prática que era
sempre presente). Com os altos gastos públicos, os impostos aumentaram, assim ocorreu a
inflação, penalizando os pobres. Em 1847, manifestações e revoltas populares que possuíam um
profundo sentimento antilusitano começaram a acontecer.
Ocorreram fortes enfrentamentos entre os praieiros e os gabirus (conservadores). O Partido
da Praia se aliou aos liberais radicais, que lançaram o Manifesto ao Mundo, em 1° de janeiro de
1849. As principais exigências do texto eram:
Abreu e Lima é o nome de um general e liderança jornalística que foi muito influente na
Revolução Praieira. Ele e sua família eram diretamente envolvidos no conflito. O nome da
refinaria recentemente construída em Pernambuco foi uma homenagem ao liberal.
Após o conflito, o exército tornou-se uma instituição forte e com grande participação na
política nacional, aderindo ao abolicionismo e ao republicanismo. A produção histórica, durante
muito tempo, caracterizou o conflito como inevitável, acreditando que a Inglaterra, a qual se
beneficiou dele, teria manipulado os países para que eles realizassem a guerra, mas esta visão já
caiu por terra, e hoje é consenso que o ocorrido foi por tentativas expansionistas do Brasil na Bacia
do Rio da Prata.
As artes possuem uma profunda relação com a política. O estilo estético que vigorava no
século XIX era o romantismo, entre suas características está a criação da imagem de líderes
populares, como vemos nas pinturas sobre Dom Pedro Ie sobre a Batalha de Riachuelo, na guerra
do Paraguai. A ideia de heroísmo militar e nacionalismo é um tema sempre presente. Já Dom
Pedro II sempre foi também retratado com uma visão glorificada de imperador, e na maioria das
telas em que foi representado, mesmo jovem, é um senhor sábio ou um jovem homem que inspira
confiança, responsabilidade e que conduziria um governo de forma estável.
Na literatura, temos José de Alencar como uma figura de destaque, este foi um grande
político (senador do império) e sua obra é marcada pelo indigenismo. Ele retratava o indígena de
forma romântica e idealizada, e procurou criar a ideia da identidade nacional fundada na
miscigenação do europeu e do índio. A valorização da influência cultural e social do negro só seria
discutida e aceita na década de 30 do século XX, com a obra de Gilberto Freyre.
O fim da escravidão teve um caráter gradual. Ocorreu a participação dos escravos com sua
resistência ao cativeiro por meio de fugas, formação de quilombos, abortos, suicídios e várias
revoltas. Surgiu depois da lei Eusébio de Queiroz o movimento abolicionista que fazia forte
militância artística, jurídica e política pelo fim da escravidão. Também devemos lembrar a pressão
inglesa. Várias leis foram decretadas:
1850: Lei Eusébio de Queiroz (proibição do tráfico).
1871: Lei do Ventre Livre (estavam livres os recém-nascidos).
1885: Lei dos Sexagenários (liberdade aos maiores de 60 anos).
1888: Lei Áurea (a abolição definitiva).
3. TEXTOS COMPLEMENTARES
Desde 1834, com o Ato Adicional, a elite política dividiu-se em dois agrupamentos: o dos
regressistas e o dos progressistas. Desses agrupamentos se originaram, no final da Regência, os
partidos conservador e liberal, respectivamente. No Segundo Reinado, os conservadores eram
também conhecidos como Saquaremas, e os liberais, como Luzias.
Conservadores e liberais tinham em comum a formação superior (universitária) e o
sentimento aristocrático. Para eles, a sociedade brasileira estava dividida em “três classes; a dos
brancos e sobretudo daqueles que por sua posição constituíam o que se chamava a boa sociedade;
a do povo mais ou menos miúdo; e finalmente a dos escravos”. Naturalmente, incluíam a si
próprios na “boa sociedade” - além de “brancos”, eram possuidores da qualidade de homens livres
e proprietários. Como homens livres, distinguiam-se dos escravos; e sendo proprietários,
apartavam-se do povo miúdo. Por isso, conservadores e liberais atribuíam a si próprios a missão de
governar, isto é, de manter os escravos presos ao mundo do trabalho e de impor a ordem aos
homens livres e pobres, em geral mulatos ou negros alforriados, os quais eram considerados por
essa elite indivíduos naturalmente inclinados à rebeldia e à desordem.
Apesar de tais afinidades, conservadores e liberais diferiam quanto ao método ou ao modo
de lidar com a realidade social. Os conservadores apostavam num poder central forte. Os liberais
defendiam a autonomia provincial e valorizavam a representação nacional (deputados eleitos).
Embora a diferença de posição entre conservadores e liberais não fosse grande nem
irreconciliável, a luta entre eles era muitas vezes sangrenta. Nas províncias, ocorriam confrontos
mortais entre família liberais e conservadoras, cujas relações estavam envenenadas pelo ódio e o
desejo de vingança.
Atribui-se a Holanda Cavalcanti (1797-1863), político pernambucano, uma frase que ficou
famosa:
“Nada mais igual a um saquarema do que um luzia no poder.”
A afirmação não é totalmente exata, mas não é falsa. Conservadores (Saquaremas) e liberais
(luzias) divergiram em muitos assuntos, como centralismo, federalismo e poder vitalício do
Senado, mas não punham em questão o essencial: a monarquia e a escravidão.
No fundo, a diferença entre conservadores e liberais tinha origem na composição social de
cada partido. No Partido Conservador, predominavam os funcionários públicos, enquanto no
Partido Liberal, predominavam os profissionais liberais, como advogados e jornalistas. Em ambos
participavam, em proporções variáveis, os demais grupos sociais da elite (juízes, comerciantes,
proprietários rurais).
Em termos de coerência, coesão e firmeza, os conservadores mostraram-se superiores aos
liberais. Um dos fatores que os favoreceram foi a ascensão da economia cafeeira a partir da
década de 1830. Aos grandes e poderosos proprietários (cafeicultores) do Rio de Janeiro, aliaram-
se os altos funcionários e os grandes comerciantes. Eles formavam o principal núcleo conservador,
cujos representantes mais destacados eram três políticos fluminenses: Joaquim José Rodrigues
Torres (futuro visconde de Itaboraí), Paulino José Soares de Sousa (futuro visconde de Uruguai) e
Eusébio de Queirós - integrantes da chamada “trindade saquarema”.
Com exceção do período compreendido entre 1844 e 1848 – o quinquênio liberal – em que
o imperador se inclinou pelos liberais, na maior parte do Segundo Reinado, os conservadores
dominaram o ministério (poder Executivo do Império). Às vezes, esse domínio era total. Em 1850,
apenas um deputado liberal foi eleito. Em 1852, todos os 113 deputados da Câmara eram
conservadores. O predomínio avassalador do Partido Conservador permitiu que o líder Honório
Hermeto Carneiro Leão (marquês de Paraná) chamasse políticos liberais para o ministério que ele
organizou em 1853, dando início à política de conciliação. Essa política vigorou até 1868, quando
os conservadores voltaram a dominar com exclusividade o ministério.
A reunião de fatores favoráveis – Tarifa Alves Branco, abolição do tráfico e ascensão do café
– estimulou uma onda de empreendimentos urbanos. O historiador Nelson Werneck Sodré
contabiliza:
“(...) fundaram-se 62 empesas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de
navegação a vapor, 23 de seguros, 4 de colonização, 8 de mineração, 3 de transportes urbanos,
2 de gás, 8 de estradas de ferro.”
Dentro desse surto de empreendedorismo, destacou-se, quase como símbolo desse tempo,
Irineu Evangelista de Sousa, Barão de Mauá, pela ousadia de sua atuação. Como empresário,
investiu nos mais variados setores da economia urbana: produção de navios a vapor, estradas de
ferro, comunicações telegráficas, bancos, entre outros.
Apesar de ter iniciado sua atividade comercial na década de 1830 e ter criado o primeiro
estaleiro da América do Sul por volta de 1846, a maioria de seus empreendimentos de grande
envergadura concentram-se na década de 1850. Porém, não tiveram continuidade e já se
encontravam seriamente ameaçados em 1864, quando ocorreu uma grave crise bancária. Mauá
faliu em 1873.
De todo modo, seus feitos demonstraram que começava a surgir no país a mentalidade
empreendedora, ainda que amparada pelo Estado, que priorizava o dinheiro, em vez do
patrimônio latifundiário. Ou seja, começava a ganhar força no Brasil a mentalidade capitalista. Mas
ela continuaria minoritária por mais algumas décadas.
Um segundo aspecto importante dessa modernização durante o Segundo Reinado é que ela
foi pouco capaz de colocar a escravidão em xeque. Andar de trem, deslocar-se pela cidade em
bonde puxado por burros, ver as ruas iluminadas a querosene, agilizar as comunicações com a
Europa por meio do cabo submarino, do telégrafo ou mesmo do telefone, tudo isso, para a elite,
era perfeitamente compatível com a presença de escravos, que continuavam carregando água
para o consumo doméstico e saindo de madrugada para jogar os excrementos dos patrões no mar.
Modernização e escravidão se conciliaram durante um certo tempo.
De comum acordo, o tratado que criou a Tríplice Aliança fez de Bartolomeu Mitre o
comandante-em-chefe das forças aliadas, condição válida somente em combates travados em solo
argentino ou paraguaio. Os confrontos no Brasil ou no Uruguai teriam como chefes militares o
general Luís Osório e Venâncio Flores, respectivamente. Quanto à força naval, quase toda
brasileira, ficaria sob o comando do almirante Tamandaré.
A diversificação do comando foi responsável pelos inúmeros desentendimentos que
facilitaram, durante anos, a atuação do exército paraguaio.
O plano dos aliados tinha por objetivo tomar a estratégica fortaleza de Humaitá, às margens
do Rio Paraguai, o mais difícil obstáculo a ser superado, antes de dar continuidade à marcha em
direção a Assunção, capital paraguaia.
Em 24 de maio de 1866, já em território paraguaio, o exército aliado enfrentou uma
contraofensiva (batalha de Tuiuti) que, no entanto, fracassou. Os paraguaios perderam 13 mil
homens, entre muitos feridos e 6 mil mortos.
Na primeira quinzena de setembro de 1866, Solano López chamou Bartolomeu Mitre para
uma conferência e tentou convencê-lo a abandonar a aliança. A ideia era isolar o Brasil que, sem
aliados, seria fácil derrotar. Mitre recusou a proposta.
Fonte: KOSHIBA, Luis e PEREIRA, Denize Manzy Frayze. História do Brasil no Contexto
da História Ocidental. 8 ed. São Paulo; Atual, 2003.
5. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO
Composta por João Bráulio Muniz, José da Costa Carvalho e Francisco de Lima e Silva,
governou entre 1831 e 1835; este grupo representava os liberais moderados, em busca da
manutenção da ordem política e social.
apresentar desculpas formais, forçando o rompimento das relações diplomáticas, que seriam
retomadas somente em 1865. Este episódio ficou conhecido como Questão Christie.
24) Explique sucintamente os conflitos em que o Brasil esteve inserido na região platina ao
longo do século XIX.
Além da já mencionada Guerra da Cisplatina, podemos destacar mais três conflitos: Guerra
do Prata (1851-1852), que, após a formação da República Oriental do Uruguai (1828), elegeu
Rivera como presidente, não interferindo nas relações com o Brasil. Contudo, em 1834 Oribe
venceu as eleições e se uniu ao presidente argentino, Juan Manuel Rosas, que pretendia
anexar o Uruguai ao território argentino, prejudicando os interesses brasileiros referentes à
navegação e às fronteiras. Diante de tal situação, o Brasil interveio militarmente, aliando-se
ao colorado Rivera e derrubando Oribe do poder. O segundo movimento foi a Guerra do
Uruguai (1864-1865), quando fazendeiros gaúchos se queixaram de que os blancos uruguaios
estavam invadindo e roubando gado no Brasil; o presidente uruguaio, Atanásio Aguirre, do
Partido Blanco, não deu muita atenção à situação. Neste cenário, o Brasil declarou guerra ao
Uruguai e se aliou ao Partido Colorado sob a liderança de Venâncio Flores. Em 1865, Flores
derrotou Aguirre com apoio das tropas brasileiras, assumindo a presidência do país. Por fim,
ocorreu a Guerra do Paraguai (1864-1870), na qual fatores econômicos foram fundamentais
para sua eclosão. O desenvolvimento dos produtos paraguaios ameaçava os interesses
ingleses, que preferiam que os latino-americanos fossem apenas fornecedores de matérias-
primas e consumidores de seus produtos industrializados. O governo paraguaio, contudo, não
se encaixava nessa política, assim a Inglaterra favoreceu a luta entre Argentina, Brasil e
Uruguai contra o Paraguai. Além destes aspectos, as questões de navegação foram cruciais
para o desenvolvimento do conflito.
25) Quais foram os efeitos da Guerra do Paraguai para o Brasil e para o Paraguai?
No Brasil, a questão econômica foi sentida consideravelmente, visto que o país contraiu
inúmeros empréstimos e teve muitos prejuízos, além das dívidas com os banqueiros da
Inglaterra. O exército brasileiro também se mostrou conflituoso, pois se apresentou contrário
à escravidão. No caso do Paraguai, estima-se que metade da população tenha sido morta ao
longo das lutas, mas os números não são confiáveis, devido à falta de informações a respeito.
De toda forma, as perdas humanas foram extremamente significativas para o país.
26) Comente sobre as leis abolicionistas da segunda metade do século XIX.
- Lei do Ventre Livre (1871): declarava livres todos os nascidos de mãe escrava a partir de sua
promulgação. Além disso, isentava os donos de escravos da obrigação de alimentar os filhos
dos escravos. Permitia, também, que os escravos que juntassem dinheiro poderiam comprar
sua liberdade (alforria).
- Lei dos Sexagenários (Saraiva-Cotegipe, 1885): declarava livres os escravos com mais de 60
anos, além de isentar os donos de sustentar aqueles que ultrapassassem tal idade (o que era
muito raro devido às condições precárias de vida).
- Lei Áurea (1888): extinguiu a escravidão no Brasil, assinada pela Princesa Isabel.
27) Cite os principais motivos que levaram à queda da Monarquia Brasileira.
6. EXERCÍCIOS
O trecho acima foi escrito por José de Alencar em 1867 para defender a escravidão no Brasil
contra a iminente ameaça do governo em submetê-la a um processo legislativo de
emancipação. Já a ilustração acima, de Agostini, refere-se ao confronto entre os
abolicionistas e os escravocratas, que insistiam em manter a instituição da escravidão. A
respeito deste período, assinale a alternativa incorreta.
A) Pode-se dizer que os discursos escravistas, produzidos no contexto da lei do ventre livre,
compõem o ponto de chegada de um processo mais amplo, cuja montagem data, pelo
menos, desde meados do período regencial (1831- 1840)
B) Embora a escravidão negra tivesse sido progressivamente desmontada nos países e nas
colônias da América após a Era das Revoluções, duas outras sociedades também fundadas na
instituição cresceram vigorosamente sob o influxos do capitalismo de livre mercado: a ilha de
Cuba e o sul dos Estados Unidos
C) Enquanto o governo norte americano exerceu jurisdição sobre territórios sem cativos, o
Império do Brasil se arquitetou sobre uma sociedade genuína e integralmente escravista
D) Por volta de 1850, o contrabando de africanos se avolumou em escala extraordinária,
montando a cerca de 900 mil pessoas violentamente trazidas ao país nos quinze anos
subsequentes
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois a Lei do Ventre livre foi uma lei abolicionista, que pregava a
liberdade para os filhos de escravas que nasceram a partir da data em que a lei foi vigorada,
inicialmente desde o período regencial.
A alternativa B está incorreta, pois a expansão rápida da indústria do algodão no extremo sul após
a invenção da máquina de tecer, fez com que a demanda por trabalho escravo no sul dos Estados
Unidos aumentasse exponencialmente. Os estados escravagistas tentaram expandir a escravidão
para os estados novos formados nos territórios do oeste para que assim eles pudessem manter sua
influência política pela nação. Os líderes políticos sulistas queriam anexar Cuba como um território
escravagista. A questão da escravidão continuaria a polarizar politicamente os Estados Unidos
durante toda a primeira metade do século XIX, efetivamente dividindo o país entre os estados
escravos e livres.
A alternativa C está incorreta, pois o governo americano concentrava o poder no Estado,
decorrente de sua soberania, para editar leis e ministrar a justiça. Já o Brasil, presava por um
governo autêntico, verdadeiro.
A alternativa D está correta, ou seja, é falsa. Pois os escravos ainda eram utilizados como
mercadoria muito cara, já que a Lei Euzébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfego negreiro e não era
mais possível que os escravos fossem transportados de um lugar para outro.
(MOTA; BRAICK, 2005; SKIDMORE, 1998; ENEM, 2020).
Gabarito: D
2. (Pref. de Juazeiro do Norte-CE - Professor de História /2019)
Sobre as mudanças causadas pela economia cafeeira no Brasil do século XIX, analise as
afirmativas a seguir.
I. Até o final do século XIX, por volta de 1870, havia poucas indústrias no Brasil. Contudo,
após o crescimento da produção cafeeira, muitos cafeicultores usaram seu dinheiro para
montar indústrias de sabão, de tecidos, de bebidas, de papel e de alimentos.
II. São Paulo foi a cidade que mais passou por mudanças com a riqueza trazida pelo café. O
comércio e a população cresceram, mansões luxuosas foram construídas, indústrias foram
instaladas e a eletricidade passou a ser utilizada para iluminar as ruas e fazer funcionar os
bondes e as máquinas das indústrias.
III. Um dos símbolos mais expressivos da economia cafeeira foram as grandes construções, as
estradas de ferro que transportavam o café pelo País como, por exemplo, a estação de trem
da Luz em São Paulo.
companhias de bondes no Rio de Janeiro. Barão de Mauá foi ainda um dos grandes incentivadores
da implantação de ferrovias no Brasil, com o objetivo de transportar a produção agrícola do país
com maior velocidade. A primeira delas foi a ferrovia Mauá, que ligava o Rio de Janeiro ao Vale do
Paraíba fluminense, cuja licença para sua construção foi concedida em 1852. A estação reflete o
momento histórico em que foi construída, evidenciando o poder do café na trajetória de expansão
da cidade. Erguida junto ao Jardim da Luz, por décadas a sua torre dominou parte da paisagem
central paulistana. O seu relógio era o principal referencial para acerto dos relógios da cidade.
Destruído pelo incêndio de 1946, foi substituído, cinco anos depois, por um relógio Michelini, de
fabricação nacional. No período de auge da estação (ou seja, nas primeiras décadas do século XX,
quando a Luz era uma região de destaque na cidade), ela compunha um conjunto arquitetônico
que não só era um referencial urbano como efetivamente fazia parte da vida cotidiana do
município, constituindo aquilo que pode ser chamado de a "imagem da cidade". A estação, vizinha
do Jardim da Luz, compunha com o edifício da Pinacoteca do Estado um marco na definição da
região da Luz, marcando os limites dos bairros do Bom Retiro e Campos Elíseos.
Assim, a resposta correta é a letra C).
(CAFEICULTURA. 2007; NEVES. 2020)
Gabarito: C
3. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
Sobre a política e o trabalho no Segundo Reinado marque a alternativa incorreta:
A) Nos primeiros anos da monarquia, a vida política do Brasil concentrava-se em torno de três
grupos políticos: liberais moderados, liberais exaltados e restauradores.
B) A disputa entre liberais e conservadores pelo poder no parlamento, por meio do gabinete
ministerial, deixava nossa política bastante instável. D. Pedro II foi o responsável por
controlar as disputas políticas e por criar um regime conhecido como parlamentarismo,
sistema parlamentar no qual o imperador tinha função meramente decorativa.
C) Havia muitas tensões políticas no país envolvendo diferentes questões. Existiam os
federalistas, que defendiam maior autonomia para as províncias, enquanto outros defendiam
a centralização do poder para que as províncias não tivessem autonomia; alguns eram
monarquistas, enquanto outros eram republicanos.
D) O processo de transição para o fim do trabalho escravo foi realizado lentamente,
demonstrando o desinteresse da monarquia em acabar com a escravidão no Brasil.
E) A vinda dos imigrantes ao Brasil surgiu como alternativas para substituir os escravos.
Vieram para o Brasil um grande número de italianos e portugueses, bem como alemães e
espanhóis.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois nos primeiros anos da monarquia, a vida política do
Brasil concentrava-se em torno de três grupos políticos: liberais moderados, liberais exaltados e
restauradores, cada um com suas próprias convicções políticas. Durante o Primeiro Reinado e o
D)Em 1864, forças brasileiras invadiram o Uruguai com o objetivo de derrubar o presidente
Atanásio Aguirre e substituí-lo por Venâncio Flores.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois a disputa pelo poder realizada por conservadores e liberais era
intensa e tinha impactos negativos para a política brasileira, pois gerava muita instabilidade. A
saída encontrada pelo imperador foi promover uma política de revezamento em que
conservadores e liberais alternavam-se na liderança do gabinete ministerial. Isso reduziu um pouco
os conflitos. A distribuição do poder durante o Segundo Reinado acontecia de forma que o
imperador tivesse amplos poderes na política. O imperador representava pessoalmente o Poder
Moderador e estava à frente do Executivo. No Executivo também constava o Conselho de Estado.
No caso do Legislativo, destacam-se os cargos de senador e deputado.
A Alternativa B) é incorreta, pois, por fim, da política brasileira, um último e importante destaque a
ser mencionado é o que ficou conhecido como parlamentarismo às avessas. O Brasil funcionava
como uma monarquia parlamentarista na qual o imperador interferia na política sempre que fosse
necessário para garantir seus interesses. Assim, se fosse eleito um primeiro-ministro que não lhe
agradasse, ele o destituía, e se a Câmara tomasse medidas que não lhe agradassem, ela era
dissolvida. Apesar disso, uma crítica muito forte à atuação dos dois partidos e que já era realizada
na época é a de que as divergências entre os liberais e conservadores eram quase inexistentes.
Também se dizia, à época, que não havia nada mais parecido com um conservador do que um
liberal no poder.
A Alternativa C) é incorreta, pois, em termos econômicos, o grande destaque vai para a economia
cafeeira, que se consolidou durante o Segundo Reinado como o principal meio de produção da
economia brasileira. As zonas produtoras de café do Brasil nesse período foram três: Vale do
Paraíba (RJ/SP), Oeste Paulista (SP) e Zona da Mata (MG).
A Alternativa D) é correta, pois a Guerra do Uruguai, também referida como Guerra contra Aguirre,
ocorreu de 10 de agosto de 1864 até 20 de fevereiro de 1865 e foi travada entre o governante
Partido Blanco do Uruguai e uma aliança que consistia no Império do Brasil e o Partido Colorado.
Desde a sua independência, o Uruguai tinha sido devastado por lutas constantes entre as facções
colorada e branca, cada uma tentando conquistar e manter o poder. O líder colorado Venancio
Flores lançou a Cruzada Libertadora em 1863, uma insurreição que visava derrubar Bernardo
Berro, que presidia um governo de coalizão fusionista Colorado–Blanco. Flores foi ajudado pela
Argentina, cujo presidente Bartolomé Mitre lhe forneceu suprimentos, voluntários argentinos e
transporte fluvial para as tropas. Em abril de 1864, o Brasil enviou o ministro plenipotenciário José
Antônio Saraiva para negociar com Atanasio Aguirre, que tinha sucedido Berro no Uruguai. Saraiva
fez uma primeira tentativa de resolver a diferença entre blancos e colorados. Confrontado com a
intransigência de Aguirre em relação às demandas de Flores, o diplomata brasileiro abandonou o
esforço e ficou do lado dos colorados. Em 10 de agosto de 1864, depois que um ultimato brasileiro
foi recusado, Saraiva declarou que os militares do Brasil começariam represálias severas. O Brasil
se recusou a reconhecer um estado formal de guerra e, durante a maior parte de sua duração, o
conflito armado uruguaio–brasileiro foi uma guerra não declarada.
(NEVES. 2020)
Gabarito: D
A respeito do Primeiro Reinado e do processo de independência do Brasil, julgue os itens
seguintes.
5. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A chamada Lei do Ventre Livre trouxe amplas mudanças nas relações entre senhores e
pessoas escravizadas, como a criação do Fundo de Emancipação de Escravos, cujo objetivo
era promover a alforria de escravos, com preferência para famílias, mulheres e crianças.
Comentário: A questão está verídica, posto que, a Lei do Ventre Livre foi promulgada em 28 de
Setembro de 1871 e determinava que os filhos de escrava que teriam nascido depois dessa data
seriam considerados homens livres, enquanto, o Fundo de Emancipação de Escravos, criado no
mesmo ano, tinha como objetivo de angariar fundos para libertar o máximo de escravos
possível.
Gabarito: Certo
Com relação aos movimentos sociais ocorridos no Brasil imperial, julgue os itens
subsecutivos.
6. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A abolição da escravatura foi resultado de campanha elitista concentrada em debates
parlamentares e dirigida por políticos, como Joaquim Nabuco.
Comentário: A questão está inverídica, sendo que, a abolição da escravatura foi um dos
acontecimentos mais marcantes da história do Brasil e determinou o fim da escravização dos
negros no Brasil. A abolição do trabalho escravo ocorreu por meio da Lei Áurea, aprovada no dia
13 de maio de 1888 com a assinatura da regente do Brasil, a princesa Isabel. A abolição da
escravatura foi a conclusão de uma campanha popular que pressionou o Império para que a
instituição da escravidão fosse abolida de nosso país.
(SILVA)
Gabarito: Errado
7. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A imposição do sistema métrico decimal, na segunda metade do século XIX, levou à
ocorrência de diversas revoltas pelo Brasil imperial, as quais vieram a ser conhecidas como
revoltas do quebra-quilos.
Comentário: A questão está adequada, porque, ficou conhecida pelo nome de Revolta do
Quebra-Quilos o movimento popular iniciado na Paraíba, a 31 de outubro de 1874, e que se
opunha às mudanças introduzidas pelos novos padrões de pesos e medidas do sistema
internacional, recém introduzidas no Brasil. Praticamente sem uma unidade e sem liderança, a
revolta logo se alastrou por outras vilas e povoados da Paraíba, estendendo-se a Pernambuco,
Rio Grande do Norte e Alagoas.
(SANTIAGO)
Gabarito: Certo
8. (IBADE – SEE-Vitória-ES – Professor de História PEB III / 2019)
Leia o relato do naturalista Charles Darwin em sua passagem por terras brasileiras no século
XIX:
“(...)É notório este lugar, pelo fato de ter sido, durante muito tempo, o quilombo de alguns
escravos fugidos que, cultivando pequeno terreno próximo à vertente, conseguiram suprir-se
do necessário sustento. Mas foram, um dia, descobertos e reconduzidos dali por uma escolta
de soldados. Uma velha escrava, no entanto, preferindo a morte à vida miserável que vivia,
lançou-se do alto do morro, indo despedaçar-se contra as pedras da base. Se se tratasse de
alguma matrona romana, esse gesto seria interpretado como nobilitante amor à liberdade,
mas, numa pobre negra, não passava de simples caturrice de bruto.”
(Darwin, 1871, p. 7).
A passagem acima indica que:
A) o racismo é também um conjunto de disposições, esquemas de percepção e estratégias de
ação – ou seja, um aspecto do habitus – que reforça e legitima a dominação racial.
B) grupos que racializam outros de maneira negativa tendem a trair os ideais que formam o
conjunto de heranças culturais ocidentais.
C) os ideais ingleses de liberdade, apesar de difundir os ideais do anti-escravismo, foram
incapazes de inibir a prática do tráfico negreiro e seus males.
D) o habitus racial do grupo minoritário se reproduz pela internalização das divisões raciais do
mundo social, o que implica na impossibilidade de mudanças e reformulações no processo de
reprodução.
E) podemos presumir que toda e qualquer desigualdade racial é consequência do racismo e a
continuação de tais diferenças em longo prazo sugerem fortemente a operação de algum tipo
de discriminação racial.
Comentários:
A Alternativa A) é correta, pois o Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em
percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre os povos. Muitas vezes toma a forma
de ações sociais, práticas ou crenças, ou sistemas políticos que consideram que diferentes raças
devem ser classificadas como inerentemente superiores ou inferiores com base em características,
habilidades ou qualidades comuns herdadas. Também pode afirmar que os membros de diferentes
raças devem ser tratados de forma distinta. Entre as formas sobre como definir o racismo está a
questão de se incluir formas de discriminação que não são intencionais, como as que fazem
suposições sobre preferências ou habilidades dos outros com base em estereótipos raciais, ou
formas simbólicas e/ou institucionalizadas de discriminação, como a circulação de estereótipos
étnicos pela mídia. Também pode haver a inclusão de dinâmicas sociopolíticas de estratificação
social que, por vezes, têm um componente racial.
A Alternativa B) é incorreta, pois uma interpretação do termo sustenta que o racismo é melhor
entendido como "preconceito aliado ao poder", visto que sem o apoio de poderes políticos ou
econômicos, o preconceito não seria capaz de manifestar-se como um fenômeno cultural,
institucional ou social generalizado. Alguns críticos do termo afirmam que ele é aplicado
diferencialmente, com foco em preconceitos que partem de brancos e de formas que definem
meras observações de eventuais diferenças entre as raças como racismo.
A Alternativa C) é incorreta, pois nada se sabe sobre o aparecimento de um antiescravismo
genuinamente brasileiro durante a segunda metade do século XVIII, período este das primeiras
manifestações de condenação da escravidão principalmente na França, na Inglaterra e nos Estados
Unidos. Isso não impede, no entanto, supor que se houve alguma manifestação contra a
escravidão gerada internamente a sua difusão deve ter sido inexpressiva, pois, além das limitações
impostas pela censura, a impressão tipográfica era proibida no Brasil; não bastassem estas
restrições, Estado, Igreja e senhores estavam interessados em preservar a escravidão, e se
empenhavam em bloquear a expressão de idéias que ameaçassem a ordem vigente.
A Alternativa D) é incorreta, pois o racismo aversivo é uma forma de racismo implícito, na qual as
avaliações negativas inconscientes de uma pessoa de minorias raciais ou étnicas são realizadas por
uma persistente evitação da interação com outros grupos raciais e étnicos. Ao contrário do
racismo aberto e tradicional, que se caracteriza pelo ódio aberto e discriminação explícita contra as
minorias raciais/étnicas, o racismo aversivo é caracterizado por expressões e atitudes mais
complexas e ambivalentes. O termo foi cunhado por Joel Kovel para descrever os comportamentos
raciais sutis de qualquer grupo étnico ou racial que racionalizem sua aversão a um grupo
específico, apelando a regras ou estereótipos.
A Alternativa E) é incorreta, pois alguns estudiosos consideram que o racismo moderno é
caracterizado por uma rejeição explícita de estereótipos, combinada à resistência à mudança de
estruturas de discriminação por razões ostensivamente não-raciais, uma ideologia que considera a
oportunidade em uma base puramente individual, negando a relevância da raça na determinação
individual, oportunidades e a exibição de formas indiretas de micro-agressão contra e/ou evitar
pessoas de outras raças.
(ROCHA. 2000)
Gabarito: A
9. (NUCEPE/UESPI – Pref. Teresina-PI - SEMEC - Professor 2º Ciclo - História / 2019)
Sentimento capaz de explicar comportamentos coletivos, o medo de revoltas marcou a
primeira metade do século XIX. O acúmulo de frustrações com a emancipação criou uma
reação no corpo social. Miséria, fome, fisco, falta de liberdade, concorrência com os
“alfacinhas”, tudo se misturou num caldeirão de sangue e fogo, e, entre a abdicação de d.
Pedro I e a maioridade de d. Pedro II, conflitos violentos sacudiram o país.
(DEL PRIORE, Mary. Histórias da gente do Brasil: Império. São Paulo: LEYA, 2018, p.27)
Entre os conflitos ocorridos no intervalo de tempo mencionado no texto, merecem destaque
(SOUSA)
Gabarito: C
10. (NUCEPE/UESPI – Pref. Teresina-PI - SEMEC - Professor 2º Ciclo - História / 2019)
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois com aproximadamente 500% de lucro, o tráfico de
escravos foi tão conveniente quanto atroz na época. Por isso, não havia problemas com a média de
25% dos escravizados que morriam no trajeto por causa das más condições dos navios. Partindo
desse ponto de vista, a Lei Eusébio de Queiroz chegou a incentivar a continuação do tráfico, por ter
resultado no aumento do preço da mercadoria humana, e, portanto, dos benefícios monetários
dos traficantes brasileiros e portugueses que, durante alguns anos, ainda tiveram na ausência da
proibição, a garantia da continuidade de seus "investimentos".
A Alternativa B) não é a resposta correta, pois o Bill Aberdeen foi uma lei inglesa aprovada em
1845, que concedia direitos à Marinha Real britânica de atuar de maneira rígida contra o tráfico
negreiro, que trazia milhares de africanos para o Brasil anualmente. Essa medida drástica foi
tomada pela Inglaterra por conta da falta de iniciativas do governo brasileiro em pôr fim ao tráfico
de escravos. A questão do fim do tráfico negreiro foi um assunto de grande relevância tanto para
Portugal quanto para o Brasil e desde o começo do século XIX, a Inglaterra esteve atuando
diplomaticamente para obter dos dois países garantias de que o tráfico ultramarino de escravos
teria fim. O primeiro acordo nesse sentido deu-se em 1810, com o Tratado de Amizade e Aliança
com a Grã-Bretanha.
A Alternativa C) não é a resposta correta, pois durante a gestão de Eusébio, vários desembarques
clandestinos de africanos ocorreram no litoral do Rio de Janeiro. Sem qualquer disfarce, o próprio
Ministro admitia a entrada na capital do Império de mais de 90 navios vindos da costa africana,
apenas no ano de 1837. Entre 1850 e 1856, ano da última apreensão de que se tem registro, ainda
entraram no país cerca de 38 mil africanos. Muitos fazendeiros brasileiros, especialmente do
norte, tinham hipotecado suas terras a fim de saldar dívidas com os traficantes de escravos e
vários eram portugueses. Assim, corria-se o risco das terras passarem novamente para as mãos de
portugueses. Dias depois, em 18 de setembro de 1850, o Senado aprova a Lei de Terras. Esta
garantia a propriedade a quem tivesse um título registrado em cartório, ou seja, para aqueles que
pudessem comprá-la. Assim, os fazendeiros poderiam perder um bem móvel (os escravos), mas
tinham garantido os seus bens imóveis (as terras). Igualmente, o preço do escravo subiu e
aumentou-se o tráfico interno.
A Alternativa D) é a resposta certa, pois a Lei Eusébio de Queirós (Lei nº 581), promulgada dia 4 de
setembro de 1850, visava a proibição do tráfico de escravos. A lei foi elaborada pelo político
brasileiro Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara (1812-1868), durante o Segundo
Reinado. O Partido Conservador, a partir de aproximadamente 1831, passou a defender no Poder
Legislativo, o fim do tráfico negreiro. À frente dessa defesa esteve Eusébio de Queirós, Ministro da
Justiça, que já havia exercido o cargo de chefe de polícia da Corte. Ele insistiu na razão do país
tomar por si só a decisão de colocar fim ao tráfico, preservando a imagem de nação soberana.
Medidas mais árduas contra o comércio de pessoas pelo Atlântico foram escritas. A partir desta
medida os gastos excedentes passaram a ser utilizadas em infra-estrutura. Assim foram
construídas as primeiras linhas telegráficas e de navegação, as primeiras estradas de ferro. A
iluminação a gás chegou às cidades, e o número de colégios passou a se expandir.
(BEZERRA, 2020; NEVES, 2020)
Gabarito: D
Gabarito: C
D) garantir aos trabalhadores imigrantes vindos da Europa que tivessem acesso livre e direto
às fazendas de café do interior e às fábricas da capital.
E) escoar o café produzido na região do então chamado “Oeste paulista”, para onde a
cafeicultura tinha se expandido recentemente.
Comentários
Os séculos XIX e XX brasileiros presenciaram o crescimento de uma atividade econômica
extremamente vantajosa para a época, sobretudo em decorrência dos reflexos do processo de
Revolução Industrial na Europa e que, consequentemente, incentivaram o desenvolvimento
econômico no Brasil.
Neste cenário, a inserção da atividade cafeeira no Brasil obteve grande sucesso, sobretudo na
década de 1870, quando a economia paulista experimentava um desenvolvimento com proporções
nunca antes vistas. Assim, o café, em sua expansão para o Oeste paulista, transpôs Campinas e
alcançou Ribeirão Preto e Jaú.
O texto supracitado diz respeito à construção da Estrada de Ferro São Paulo Railway, a qual ligava
o município de Santos a Jundiaí, tendo como ponto de passagem a cidade de São Paulo. Cruzava as
cidades de Cubatão, Santo André (Paranapiacaba), Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá,
novamente Santo André (área central) e São Caetano do Sul até chegar à capital paulista. Foi a
responsável por escoar o café produzido no Oeste paulista até o Porto de Santos, o qual exportaria
o produto para a Europa e EUA.
Gabarito: E
O fragmento apresenta a
A) Confederação do Equador.
B) Farroupilha.
C) Sabinada.
D) Balaiada.
E) Revolta dos Malês.
Comentários
A revolta a que o texto se refere é a Revolução Farroupilha, ocorrida no período regencial
brasileiro, entre os anos de 1835 e 1845, na atual região do Rio Grande do Sul. Ocorreu em
decorrência da cobrança, por parte dos portugueses, de impostos sobre os produtos rio-
grandenses, como o mate, o couro e, sobretudo, o charque (carne bovina).
Com a baixa nos impostos do charque estrangeiro para a importação ao Brasil, sobretudo vindo do
Paraguai, a elite rio-grandense, que já se encontrava insatisfeita, passou a se unir contra o Império.
Em 1835, portanto, teve início a Farroupilha, que uniu negociações e conflitos armados entre os
defensores do Império e os que defendiam a proclamação da República. Dentre os grandes nomes
da liderança farroupilha, temos o brasileiro Bento Gonçalves e o italiano Giuseppe Garibaldi, este
último tendo aderido ao movimento ao entrar em contato com o brasileiro.
Gabarito: B
A alternativa A é incorreta, uma vez que através do Decreto nº 4.887 de 20 de novembro de 2003 é
feito o procedimento de identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das
terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos.
A alternativa B é falsa, porque o fim da escravidão levou os ex-escravos a uma condição de
extrema miséria, pois foram poucos que se dispuseram a empregá-los, preferindo a mão-de-obra
branca do que a negra. Muitos ex-escravos que moravam nas fazendas foram parar nas cidades,
mas lá a situação foi a mesma ou pior, pois nas cidades não tinham como plantar ou colher para
sobreviver. Vale dizer que foi neste contexto, portanto, que surgiram as primeiras favelas.
A alternativa C também é falsa, pois a República brasileira logo em seu surgimento foi excludente,
principalmente em relação à cidadania. O plano mais expressivo dessa exclusão foi expresso na
própria Constituição Republicana de 1891, no que diz respeito ao direito ao voto, que era universal
e não-secreto para homens acima de 21 anos e vetado a mulheres, analfabetos, soldados e
religiosos. Ora, o fato é que a grande maioria dos escravos eram analfabetos e, portanto, estavam
excluídos do direito ao voto.
A alternativa D é a resposta certa, pois a abolição da escravatura não foi acompanhada de uma
política de inclusão social, como a concessão de terras. Sem receber qualquer tipo de indenização,
a maioria dos ex-escravos permaneceu por um longo período à margem da sociedade.
(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2005; SANTOS, 2016; VAZ, 2013).
Gabarito: D
Comentários
A alternativa A é falsa, pois os movimentos operários no Brasil tiveram seu início ainda na
República Velha (1889-1930). Vale lembrar que em 1900, 92% dos operários de São Paulo eram
imigrantes e trabalhavam em condições duríssimas: dezesseis horas de trabalho por dia, seis a sete
dias de trabalho por semana, sem descanso. Para reverter essa situação, os trabalhadores
A alternativa B é incorreta, apesar de certa historiografia explicar e discutir o fato pelas condições
econômicas do meio, ocasionadas pela grande seca de 1877 a 1879, não é correto afirmar que o
processo abolicionista do Ceará ocorreu daí, uma vez que já em 1850, o representante do Ceará,
Pedro Pereira Silva Guimarães, na Câmara Geral, apresentava decreto a fim de facilitar a abolição
total a curto prazo; propunha a lei do ventre livre, a libertação dos sexagenários e a proibição da
venda, em separado, de cativos casados.
A alternativa C está correta, pois de fato o Ceará, após intenso movimento abolicionista, partido de
sua capital, onde houve lances de heroísmo e de abnegação, libertou seus cativos, antes de todo
Império, em 25 de março de 1884. Os jangadeiros do Ceará deixaram de embarcar e transportar os
cativos para o sul ou mesmo os poucos que deveriam seguir para o norte. As ações repercutiram
no país e os abolicionistas cearenses, gente de elite econômica e intelectual, foram congratulados
pela imprensa abolicionista nacional.
A alternativa D também é incorreta, de modo que o tráfico interprovincial não estava levando à
falência comerciantes, uma vez que após o decreto que proibiu o tráfico de escravos procedentes
da África este comercio passou a ser feito através da troca de mercadorias, trocando escravos no
interior do Ceará e despachando-os em navios até São Paulo, onde os cafezais consumiam a mão
de obra cativa.
A alternativa E também é incorreta, pois a polícia e o batalhão do exército foram acionados para
impedir as ações dos cearenses, mas foram incapazes de deter a decisiva resolução, que foi
apoiada acima de tudo pela Sociedade Libertadora Cearense. Além disso, o batalhão do exército,
aquartelado em Fortaleza, tinha tendência abolicionista, sendo transferido para o Norte por isso.
(FIGUEIREDO FILHO, 1970).
Gabarito: C
23. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís - MA - Professor Nível Superior/PNS-A - História)
No Brasil, a abolição da escravatura
A) impediu a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção.
B) implantou vasta mão de obra no mercado de trabalho que substituiu a mão de obra
imigrante.
C) aconteceu em concomitância com uma política de inserção dos ex-escravos na sociedade.
D) resultou de um longo processo iniciado com a extinção do tráfico, em 1850, e
posteriormente, com a Lei do Ventre Livre.
E) ocorreu por decisão isolada da corte, sem pressão da população ou de parte da elite
nacional.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção ocorreu
antes mesmo do fim da escravidão, especialmente na produção de café da região Sudeste. Além
disso, a pressão inglesa para o fim da escravidão era também uma forma de impulsionar o sistema
capitalista, pois a mão de obra assalariada movimenta mais o mercado do que o uso da mão de
obra cativa, portanto o fim da escravidão impulsionaria ainda mais o país no sistema capitalista e
industrial.
A alternativa B é falsa, pois antes mesmo do fim da escravidão muitos donos de escravos já
estavam substituindo a mão de obra cativa pela mão de obra assalariada, principalmente de
imigrantes europeus que vieram para trabalhar nas plantações de café. Com o fim da escravidão,
essa substituição se intensificou, especialmente porque havia uma crença racista de que a mão de
obra branca seria melhor e mais produtiva do que a negra.
A alternativa C também é falsa, pois não houve política de inserção social dos ex-escravos. A
maioria deles viveram na mais completa miséria, sem trabalho, sem moradia, sem o que comer, e
malvistos pela sociedade. Aqueles que moravam nas cidades ou que saíram do campo e foram
para as cidades em busca de melhores condições, também não tiveram recursos, sendo excluídos e
marginalizados, de onde surgiram as primeiras favelas.
A alternativa D é a resposta certa, pois de fato a abolição da escravidão no Brasil resultou de um
longo processo que culminou na Lei Áurea, assinada em 13 de maio de 1888. Desde o início do
século XIX a Inglaterra já pressionava as nações pelo fim do tráfico de escravos pelo Atlântico. Este
processo se deu a partir de medidas legais que, gradativamente, tentavam propor resoluções à
questão da escravidão. A primeira medida tomada efetivamente foi a Lei Eusébio de Queirós
(1850), que proibiu de vez o tráfico através do Oceano Atlântico para o Brasil. Já vinte anos mais
tarde foi a Lei do Ventre Livre (1871), que declarou livres os nascidos no Brasil, criando um
desconforto com os cafeicultores do Vale do Paraíba, base importante de apoio ao governo.
Próxima à Lei Áurea, decretou-se a Lei dos Sexagenários (1885), que libertou os escravos com mais
de sessenta anos. Todas essas medidas, de alguma maneira, anunciavam o fim da escravidão.
A alternativa E é incorreta, ao passo que o processo que levou à abolição da escravatura foi
motivado por pressões populares, por intelectuais, magistrados e militares, estes especialmente
após terem lutado ao lado de muitos escravos durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).
(FAUSTO, 2007; VAZ, 2013; ANDRADE, 2018).
Gabarito: D
24. (FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - História)
Durante o Segundo Reinado instalou-se o chamado parlamentarismo às avessas, que tinha
por característica, entre outras, a
A) tutela política sobre Pedro II conferida ao poder legislativo, o Parlamento, considerando a
pouca idade do imperador e a necessidade de que uma junta ministerial governasse por ele,
ainda que provisoriamente.
B) inspiração no modelo britânico, uma vez que, na prática, o primeiro ministro passava a ter
mais poderes que o monarca, fazendo com que o poder moderador fosse, dessa maneira,
deturpado ou invertido.
C) inversão da lógica do parlamentarismo tradicional, uma vez que o poder judiciário passava
a ser exercido pelo Parlamento e o presidente se subordinava ao Conselho de Ministros,
órgão judiciário e executivo do Império.
Tendo em vista que a questão servil, como denominada por D. Pedro II em sua fala do trono
em 1865, foi elemento fulcral na formação da sociedade brasileira, julgue (C ou E) o próximo
item, relativo à escravidão no Império brasileiro.
25.
O fortalecimento das ideias racistas foi um dos desdobramentos da ação da denominada
Geração de 1870 e influenciou a condução dos debates acerca da escravidão em seus anos
finais e, principalmente, sobre a eleição da imigração europeia como caminho preferencial
para a formação da mão de obra assalariada pós-abolição.
Comentários
A afirmativa é verdadeira, pois de fato as teorias racistas tiveram grande impulso no século XIX,
com a Geração de 1870, que abrigava nomes tão díspares quanto Joaquim Nabuco, Alberto Salles,
Sílvio Romero, Lopes Trovão, entre tantos outros, um conjunto que reunia liberais, republicanos,
positivistas e federalistas, todos às voltas com Spencer, Comte e Darwin. O fato é que a construção
da Identidade Nacional era uma preocupação para os intelectuais da Geração de 1870. Estes
buscavam as peculiaridades que fundamentariam a nossa nacionalidade, analisando em o que nos
diferenciávamos dos demais povos e definindo em que nos assemelhávamos como brasileiros.
Alguns membros da Geração de 1870, entre eles Sílvio Romero, identificaram como fator de
diferenciação das demais nacionalidades, a “raça” e o meio físico brasileiro, porém estes eram
fatores que não se traduziam em algo positivo para nação, visto que o meio era responsável por
gerar povos pouco dispostos ao trabalho físico e intelectual, e as etnias que compunham o país
eram consideradas inferiores e pouco civilizáveis. A solução foi encontrada na mestiçagem. Se a
mestiçagem não era bem vista pelas teorias racistas estrangeiras que tanto influenciaram os
homens de ciência de 1870, estes tiveram que adaptar tais teorias para que atendessem melhor
aos problemas de um país que já era muito miscigenado. A mestiçagem passou então, a ser
solução e não mais o problema nacional, visto que por meio dela se branquearia a população.
(MAIA, 2004; SENRA; NASSIF, 2012).
Gabarito: Certo
26.
O projeto da chamada Lei do Ventre Livre foi inicialmente discutido no Conselho de Estado,
sob a demanda de D. Pedro II, e aprovado pelo parlamento, sob a ação do Visconde do Rio
Branco. Se, por um lado, a lei garantiu aos proprietários a manutenção da mão de obra
escrava, por outro, pôs em questão a legitimidade dessa instituição e ampliou as expectativas
de liberdade dos cativos.
Comentários
A afirmação está correta. A Lei do Ventre Livre, também conhecida como Lei Rio Branco, foi
promulgada em 28 de setembro de 1871 e determinava que os filhos de mulheres escravizadas
nascidos a partir desta data ficariam livres, conforme consta: “Art. 1º - Os filhos de mulher escrava
que nasceram no Império desde a data desta lei serão considerados de condição livre”. O fato é
que a segunda metade do século XIX no Brasil é marcada por tensões sociais, especialmente no
que se refere às relações de trabalho. Leis como a Eusébio de Queirós (1850), a do Ventre Livre
(1871), a dos Sexagenários (1885) e por fim a Lei Áurea (1888) mostram a preocupação em torno
da questão da mão-de-obra escrava. Neste sentido as leis referentes à escravidão no Brasil foram
gradativamente implementadas e a Lei do Ventre Livre é das mais significativas do período. Esta lei
é resultado de ampla discussão no parlamento e é aprovada na câmara contando com 65 votos
favoráveis e 45 contrários. O projeto foi elaborado pelo gabinete do conservador Visconde do Rio
Branco e a Lei do Ventre Livre acaba criando problemas nas relações com as bases de apoio como
os cafeicultores. A promulgação da Lei do Ventre Livre traz uma nova preocupação: sem o tráfico
negreiro pelo atlântico trazendo novos sujeitos escravizados, e os nascidos em terras brasileiras
livres pela lei de 1871 como manter o sistema escravagista e a mão-de-obra para as fazendas de
café? A lei garantia que as crianças nascidas a partir daquela data ficariam sob responsabilidade
dos senhores de suas mães até completarem oito anos de idade. Após essa data, tinham duas
opções. Ou recebiam indenizações por parte do Estado ou poderiam utilizar os serviços do menor
até seus vinte e um anos. Mas poucos foram efetivamente entregues ao poder público e os
senhores donos de escravos continuaram a utilizar sua força de trabalho. Mais do que garantir a
liberdade dos filhos de sujeitos escravizados no país a partir da data citada, a Lei do Ventre Livre é
um acontecimento que representa as preocupações do período em relação ao sistema
escravagista, em seus momentos finais. A década seguinte – 1880 – é uma das mais emblemáticas
na luta contra a escravidão e que tem a força do movimento abolicionista cada vez mais presente
na sociedade brasileira.
(FAUSTO, 2007; ANDRADE, 2018).
Gabarito: Certo
27.
Os escravos, obviamente, dispunham de poucos recursos políticos, mas não desconheciam o
que se passava no mundo dos poderosos. Aproveitaram-se das divisões entre estes,
selecionaram temas que lhes interessavam do ideário liberal e anticolonial, traduziram e
emprestaram significados próprios às reformas operadas no escravismo brasileiro ao longo
do século XIX.
REIS, J. J. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra no Brasil
oitocentista. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
São Paulo: Senac, 1999.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:
A) estruturas urbanas como ambiente para escapar do cativeiro.
B) dimensões territoriais como elemento para facilitar as fugas.
C) limitações econômicas como pressão para o fim do escravismo.
D) contradições políticas como brecha para a conquista da liberdade.
E) ideologias originárias como artifício para resgatar as raízes africanas.
Comentários
O texto deixa claro que uma das formas de resistência escravista era o aproveitamento, por parte
dos escravos, dos conflitos políticos entre a elite brasileira, com vista a buscar a liberdade.
Gabarito: D
28.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Disponível em: www.slavevoyages.org. Acesso em 24 fev. 2012 (adaptado).
Comentários
A Lei Eusébio de Queiróz proibia o tráfico intercontinental de escravos e classificava os navios que
o fizessem como piratas.
Gabarito: B
29.
Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865
Art. 1º – O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do
Exército por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento
não só do recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é
responsável por o que o substituiu, no caso de deserção.
Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).
No artigo, tem-se um dos mecanismos de formação dos “Voluntários da Pátria”,
encaminhados para lutar na Guerra do Paraguai. Tal prática passou a ocorrer com muita
frequência no Brasil nesse período e indica o (a):
A) forma como o Exército brasileiro se tornou o mais bem equipado da América do Sul.
B) Incentivo de grandes proprietários à participação dos seus filhos no conflito.
C) solução adotada pelo país para aumentar o contingente de escravos no conflito.
D) envio de escravos para os conflitos armados, visando sua qualificação para o trabalho.
E) Fato de que muitos escravos passaram a substituir seus proprietários em troca de
liberdade.
Comentários
Na formação dos Voluntários da Pátria para compor o exército brasileiro, na Guerra do Paraguai,
muitos senhores acabaram convencendo seus escravos a se alistarem em seus lugares em troca da
alforria. O Exército brasileiro que lutou tal Guerra teve maciça presença de negros, o que chegou a
ser objeto de piada no Paraguai.
Gabarito: E
I. Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema positivista.
II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do sistema do voto universal, o
que permitia a acomodação das classes sociais.
III. A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre os oficiais
de alta patente.
IV. A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da ordem
através da força militar, na chamada República de Espadas.
O Positivismo foi criado por Auguste Comte na França, em meados do século XIX. Esta corrente de
pensamento defende a harmonia entre ordem e progresso, a coesão social, a linearidade histórica
que caminha para progresso dentro da ordem. Após a Guerra do Paraguai, 1865-1870, os militares
brasileiros adotaram ideais positivistas criticando a monarquia e defendendo a modernização do
Brasil dentro do império da lei e da ordem. Estudiosos como Benjamim Constant, Teixeira Mendes,
Miguel Lemos, entre outros, adotaram e divulgaram o arcabouço teórico Positivista. O exército,
ancorado no Positivismo, proclamou a República em 15 de novembro de 1889. Surgiu a República
da Espada, 1889-1894, Deodoro, 1889-1891, e Floriano, 1891-1894. Estes governantes utilizaram o
autoritarismo e a força para fazer a transição da Monarquia para a República.
Gabarito: C
Comentários
A Lei do Ventre Livre previa que toda criança nascida a partir da data da promulgação da Lei seria
considerada livre. Mas previa, também, que o senhor da mãe da criança poderia manter a mesma
sob sua guarda até ela completar 21 anos.
Gabarito: C
I. A nacionalização da língua falada no Brasil e a busca por uma literatura brasileira autônoma
foram tarefas assumidas pelos escritores ligados ao Romantismo, entre os quais se destacam
Gonçalves de Magalhães, Gonçalves Dias e José de Alencar.
II. A expressão “Brasil, ame-o ou deixe-o” foi difundida durante o governo de D. Pedro I como
propaganda contra os ideais restauradores do Partido Português, que defendia o retorno do
Brasil à condição de Vice-Reino de Portugal.
III. Um dos traços marcantes do modernismo dos anos 1920 foi propor um nacionalismo
crítico em que se conjugava a tradição cultural do Brasil com as vanguardas artísticas
europeias, enfatizando a mestiçagem e o caráter híbrido da formação nacional brasileira.
A charge ironiza o dístico “ordem e progresso”, presente na atual Bandeira do Brasil. A sua
origem e significado remetem a um contexto marcado
A) pela presença do catolicismo romano nas instituições políticas do Império Brasileiro e o
esforço de preservar a ordem social vigente.
B) pela influência do positivismo francês entre os oficiais militares republicanos e uma
postura ideológica das elites dirigentes em evitar radicalismos políticos.
C) pelo desejo dos oficiais militares republicanos em romper os laços com a sociedade agrária
imperial, inspirando-se no liberalismo norte-americano.
D) pelo esforço das elites agrárias paulista e mineira em manter os seus privilégios sociais e
políticos, mas, ao mesmo tempo, buscando o progresso econômico.
Comentários
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete ao conflito que ocorreu no Segundo
Reinado, entre a farda e o paletó, ou seja, entre militares e os políticos. Após a Guerra do Paraguai,
I. Os capitais advindos da grande produção cafeeira foram aplicados no setor industrial. Este
se beneficiou também da entrada de levas de imigrantes europeus que seriam utilizados
como mão de obra operária.
II. Na virada do século XIX para o XX, o Brasil ainda possuía como principal pilar de sua
economia a exportação de produtos agrícolas, produzidos em larga escala nas grandes
propriedades.
III. O fluxo imigratório para o Brasil nesse período foi elevado. A totalidade dos imigrantes
fixou-se nas áreas urbanas em função do baixo recrutamento de mão de obra no campo.
Após a abolição da escravidão estes postos de trabalho foram ocupados por negros e seus
descendentes.
IV. A intensa produção cafeeira no final do século XIX saturou tanto o mercado interno como
o externo, gerando uma queda nos preços. Essa crise foi estimulada pela ausência de
medidas que viessem defender e valorizar o café, levando à falência dos produtores já na
primeira década de século XX.
cenário de modernização econômica do Brasil. Surgiram leis vinculadas à escravidão como a Lei
Euzébio de Queirós de 1850 que proibiu o tráfico de escravos, a Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei
dos Sexagenários de 1885 e a Lei Áurea de 13 de maio de 1888 que aboliu a escravidão no Brasil.
Esta última lei não indenizou os proprietários de escravos que, por consequência, abandonaram a
monarquia.
Gabarito: A
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:
A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.
B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.
C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.
D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.
E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.
Comentários
A preocupação de d. Pedro II com relação ao rio da Prata era a possibilidade de a Argentina invadir
e dominar o Rio Grande do Sul e o Mato Grosso.
Gabarito: B
seu longo reinado que se tornaram visíveis a originalidade do protocolo e o projeto romântico
de representação política do Estado”.
(SCHWARCZ, Lilia. As Barbas do Imperador, p.140);
Com base no trecho acima e em seus conhecimentos, é CORRETO afirmar que a identidade
nacional no século XIX foi construída:
A) Tendo como base as referências europeias existentes nas províncias que formavam o Brasil
antes da Independência do país.
B) A partir de um processo de longa duração, que se valeu do uso de aspectos naturais e de
elementos simbólicos locais que pretendiam representar a Nação.
C) De forma consensual e harmônica, considerando a heterogeneidade dos diferentes povos
que formavam o país.
D) Através da valorização da herança africana e dos costumes da África, continente ao qual o
país estava diretamente ligado pelo Atlântico Sul.
E) Com o objetivo de reproduzir no país recém-independente as mesmas características
existentes em Portugal.
Comentários
O texto deixa claro que dois símbolos foram adotados ao longo do século XIX como representativos
da identidade nacional brasileira: o INDÍGENA e a NATUREZA. Assim, elementos simbólicos locais
foram usados para forjar a ideia de nação ao longo do Segundo Reinado.
Gabarito: B
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete à lei Eusébio de Queiroz aprovada no
Brasil em 1850. Esta lei proibiu o tráfico de escravos para o Brasil. Devido ao café, havia uma
grande demanda por mão de obra, assim, ocorreu um comércio interprovincial de escravos e, ao
mesmo tempo, aumentou o preço cobrado pelo escravo. Neste contexto, intensificou a imigração
para o Brasil.
Gabarito: E
Comentários
Somente a alternativa [C] está correta. A questão aponta para a crise da monarquia brasileira que
ocorreu no Segundo Reinado, 1840-1889, em especial a partir de 1870 com o fim da Guerra do
Paraguai. A monarquia foi perdendo suas bases de apoio. Perdeu apoio da Igreja, exército e da
elite agrária após a Lei Áurea que não indenizou os proprietários de escravos. Em 1873 surgiu em
Itu, na Convenção de Itu, o Partido Republicano Paulista, partido dos barões do café que não tinha
mais interesse em apoiar a monarquia. Este partido defendia a República e o Federalismo.
Gabarito: C
A) acarretou para o Brasil uma redução considerável em sua dívida externa, bem como uma
crescente influência política e social do Exército na política vigente.
B) ocorreu a união entre Brasil, Argentina, Uruguai e Bolívia, para combater as tropas de
Solano Lopes e acabar com seu sonho de chegar ao Oceano Atlântico através da Bacia do
Prata.
C) estimou-se uma pequena perda de soldados paraguaios e as importações chegavam ao
dobro das exportações no final da guerra.
D) acarretou a destruição para a indústria paraguaia, que ficou arrasada após a guerra.
Comentários
A questão faz referência à Guerra do Paraguai e suas desastrosas consequências para a nação
Guarani, a grande derrotada neste conflito. Formou-se a Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e
Uruguai contra o Paraguai governado pelo ditador Solano Lopes. Com a derrota do Paraguai, o país
foi destruído economicamente perdendo grande parte da população economicamente ativa.
Gabarito: D
A questão remete a Lei do Ventre Livre ou Rio Branco, que concedia “liberdade” para as crianças
escravas nascidas a partir dela, 1871. Conforme esclarece o artigo desta Lei, na prática, muitas
crianças permaneciam servindo a seus proprietários. A Lei foi aprovada para acalmar a forte
campanha abolicionista que crescia no Brasil.
Gabarito: D
O poeta Wesley Correia sintetiza no poema “Memória a sangue” as dores dos irmãos
escravizados e apresenta, em “sangue coletivo dessas memórias” (v. 9), as diferentes formas
de resistência negra à condição que lhe fora imposta pelo branco dominador, entre os
séculos XV ao XIX. Na História do Brasil, é possível identificar algumas formas de resistência
negra, como a:
A) Rebelião dos Marinheiros cariocas, no início do período republicano, em protesto, contra a
falta de democracia e de participação popular nas decisões políticas do novo regime.
B) luta do povo baiano, na chamada Conjuração Baiana, em defesa do livre comércio, da
liberdade religiosa e do estabelecimento de relações mais liberais com a metrópole.
C) ação dos chamados irmãos da senzala, grupos que, no contexto da luta abolicionista,
invadiam as fazendas, libertando os escravos e aterrorizando as famílias dos senhores.
D) Revolta dos Malês, em que negros islamizados propunham uma aliança com os brancos
baianos para libertar o Brasil de Portugal e estabelecer um regime republicano.
E) Guerra de Canudos, onde os seguidores de Antônio Conselheiro procuraram derrubar o
recém-instalado regime republicano e restaurar a Monarquia e o poder imperial de D. Pedro
II.
Comentários
A questão aponta para a resistência dos negros diante da escravidão e exploração. A partir da
segunda metade do século XIX, no contexto do Segundo Reinado, surgiu a campanha abolicionista
que visava abolir a escravidão no Brasil. Neste cenário, apareceram diversos grupos que apoiavam
a libertação dos negros como os Caifazes em São Paulo e os “irmãos da senzala”.
Gabarito: C
doméstico, o mais torpe dos exemplos. Finalmente, com as degradantes cenas da servidão,
não pode a mais ilustrada das sociedades deixar de corromper-se.”
(apud Sidney Chalhoub, Machado de Assis, historiador. 2003)
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
B) social, que assinala a inconsistência da defesa do fim da escravidão no país, em razão da
incapacidade dos homens escravizados de participar das estruturas hierárquicas e culturais,
estabelecidas ao longo dos séculos, durante os quais prevaleceu o trabalho compulsório.
C) econômico, que distingue os cidadãos ativos dos passivos, estes considerados um estorvo
para as atividades produtivas, fossem na agricultora ou na procura de metais preciosos, por
causa da desmotivação para o trabalho, elemento central para explicar a estagnação
econômica do país.
D) cultural, que se consubstancia na impossibilidade da convivência entre homens livres e
homens libertos e tenderia a produzir efeitos sociais devastadores, como tensões raciais
violentas e permanentes, a exemplo do que já ocorria no sul dos Estados Unidos.
E) moral, que aponta para os malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos e que esses malefícios terminam por contaminar toda a sociedade, mostrando, em
síntese, que os brancos eram muito prejudicados pela ordem escravocrata.
Comentários
Somente a proposição [E] está em consonância com o excerto elaborado por uma Comissão da
Câmara dos Deputados sobre a Lei de 1871, a lei do Ventre Livre. No documento há um argumento
moral que faz referência aos malefícios que a experiência da escravidão provoca nos próprios
escravos contaminando toda a sociedade, inclusive os brancos eram prejudicados.
Gabarito: E
A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.
primeira experiência republicana no País, pois os regentes eram escolhidos pelo voto
universal direto.
III. O Segundo Reinado foi um período de grande estabilidade política da história imperial,
pois o imperador D. Pedro II ficou quase 50 anos no poder, governando com o apoio de um só
partido, o Partido Conservador.
IV. Dentre os fatores que contribuíram para a crise do regime imperial, podemos elencar o
conflito do Imperador com o Exército, a crise entre a monarquia e a Igreja e, por fim, a
abolição da escravidão, que levou a elite cafeicultora fluminense a romper politicamente com
a monarquia.
E) fazendeiros e militares.
Comentários
A despeito da participação popular, nossa República foi proclamada a partir da ação dos grandes
fazendeiros (insatisfeitos com o governo devido à abolição da escravatura) e dos militares
(insatisfeitos com a falta de participação política e influenciados pelos ideais republicanos
europeus).
Gabarito: E
Comentários
A Revolta do Vintém enquadra-se no quadro de crise do Segundo Reinado, deflagrada,
principalmente, após a Guerra do Paraguai. Esse quadro de crise incluía o fortalecimento do
Exército e a ampliação dos movimentos Republicano e abolicionista. Nesse contexto, a opinião
pública e a população em geral passaram a defender mudanças de cunho político, econômico e
social do país. Quando o governo da capital decidiu cobrar um imposto sobre o preço da passagem
de bonde, a população, já insatisfeita com os rumos do país, revoltou-se, o que serviu para abalar
ainda mais o já conturbado ambiente da Monarquia brasileira em fins da década de 1870.
Gabarito: D
Gabarito: C
A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores
da charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:
III. Mesmo depois da Lei Áurea, o tráfico de escravos continuou a representar a atividade
mais lucrativa do Império.
IV. Com o advento da Lei Áurea, a legitimidade antes atribuída à escravidão, deixa de existir
oficialmente no Brasil.
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua história.
Nas novas interpretações dos historiadores para a guerra,
A) tem sido destacada a natureza democrática do governo de Solano López, bem como a
crescente industrialização do Paraguai.
B) tem sido enfatizada a importância do conflito para o fortalecimento do regime monárquico
brasileiro.
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e
1880, podem ser explicadas, entre outros fatores,
A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus
assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos
obtidos com exportação.
B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração
política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de
São Paulo.
C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do
Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas
províncias.
D) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades regionais e em aprofundar a
unidade do país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico nacional.
E) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e
por sua influência junto à intelectualidade local e ao governo monárquico.
Comentários
São Paulo era o principal centro econômico brasileiro na época do Segundo Reinado. Nesse estado,
o movimento republicano priorizou a discussão acerca da adoção do federalismo, que conferiria ao
estado autonomia para gerenciar seus assuntos políticos e econômicos, utilizando, assim, sua
economia em benefício próprio.
Gabarito: A
De acordo com o texto, a tensão entre as quatro nações envolvidas na Guerra do Paraguai,
iniciada pouco depois do contexto descrito, teria sido motivada pela:
A) ação imperialista da Inglaterra.
B) disputa geopolítica no estuário do Prata.
C) expansão do modelo federalista da Argentina.
D) reprovação ao governo autoritário do Uruguai.
E) convergência de interesses econômicos na América.
Comentários
A disputa pelo domínio do estuário do rio da Prata – e, consequentemente, da sua riqueza – foi um
dos motores para o início da Guerra do Paraguai. Brasil, Argentina e Paraguai desejavam controlar
tal região.
Gabarito: B
Desde então, parte dos movimentos populares, que se destacam pelos gritos e barulhos dos
manifestantes, levam o nome dessa ousada bailarina.
É correto afirmar que, no período histórico em que Baderna chegou ao Brasil, o governo
enfrentava:
A) a Revolução Praieira.
B) a Guerra de Canudos.
C) a Revolta da Vacina.
D) a Inconfidência Mineira.
E) o Quilombo dos Palmares.
Comentários
O texto é muito interessante, porém a questão é factual e envolve apenas o conhecimento
cronológico. Das alternativas apresentadas, a única que ocorreu durante o reinado de D. Pedro II
foi a Revolução Praiera, movimento de curta duração em 1848, na cidade de Recife, reprimida pelo
governo e que produziu pequenos efeitos nos anos seguintes (que não são retratados nos livros
didáticos e apostilas).
Gabarito: A
O desenraizamento do escravo crioulo provocado pelo tráfico interno teve peso considerável
para o fim da escravidão, pois:
A) a separação de famílias, ou o perigo dela, gerava revoltas, fugas, formação de quilombos e
atentados individuais contra senhores e feitores, sem contar os suicídios.
B) o progressivo aparecimento de pequenos proprietários de escravos contribuiu para a
crescente deslegitimação da propriedade escrava e o aumento das forças opositoras ao
escravismo.
C) os escravos de nação resistiram ao processo de ladinização, que afetava o modo de vida de
africanos, desestimulando o trabalho coletivo, base das estratégias de resistência.
D) o número de escravos nas áreas urbanizadas aumentou em relação ao das rurais, onde os
fazendeiros rejeitaram o tráfico interprovincial e investiram na abolição.
E) as Províncias onde o número de escravos era maior antes de 1850, aderiram à campanha
abolicionista deflagrada pelo Império para combater o tráfico interno e estimular a imigração.
Comentários
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete a expansão do café para o Oeste de São
Paulo. O Brasil vivia o contexto do Segundo Reinado, 1840-1889, quando aconteceu a transição do
trabalho escravo para o trabalho livre. Em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós proibindo o
tráfico de escravos para o Brasil o que explica a chegada de muitos imigrantes europeus. A partir
desta data ocorreu um comércio interno de escravos, principalmente negros que foram deslocados
do nordeste decadente economicamente para o Sudeste. Neste tráfico interno ocorreu a
separação entre famílias o que contribuiu para o fim da escravidão no Brasil.
Gabarito: A
O trecho acima foi escrito por José de Alencar em 1867 para defender a escravidão no Brasil
contra a iminente ameaça do governo em submetê-la a um processo legislativo de
emancipação. Já a ilustração acima, de Agostini, refere-se ao confronto entre os
abolicionistas e os escravocratas, que insistiam em manter a instituição da escravidão. A
respeito deste período, assinale a alternativa incorreta.
A) Pode-se dizer que os discursos escravistas, produzidos no contexto da lei do ventre livre,
compõem o ponto de chegada de um processo mais amplo, cuja montagem data, pelo
menos, desde meados do período regencial (1831- 1840)
B) Embora a escravidão negra tivesse sido progressivamente desmontada nos países e nas
colônias da América após a Era das Revoluções, duas outras sociedades também fundadas na
instituição cresceram vigorosamente sob o influxos do capitalismo de livre mercado: a ilha de
Cuba e o sul dos Estados Unidos
C) Enquanto o governo norte americano exerceu jurisdição sobre territórios sem cativos, o
Império do Brasil se arquitetou sobre uma sociedade genuína e integralmente escravista
a centralização do poder para que as províncias não tivessem autonomia; alguns eram
monarquistas, enquanto outros eram republicanos.
D) O processo de transição para o fim do trabalho escravo foi realizado lentamente,
demonstrando o desinteresse da monarquia em acabar com a escravidão no Brasil.
E) A vinda dos imigrantes ao Brasil surgiu como alternativas para substituir os escravos.
Vieram para o Brasil um grande número de italianos e portugueses, bem como alemães e
espanhóis.
Com relação aos movimentos sociais ocorridos no Brasil imperial, julgue os itens
subsecutivos.
6. (CEBRASPE – Pref. São Cristóvão-SE - Professor de EB - História / 2019)
A abolição da escravatura foi resultado de campanha elitista concentrada em debates
parlamentares e dirigida por políticos, como Joaquim Nabuco.
(DEL PRIORE, Mary. Histórias da gente do Brasil: Império. São Paulo: LEYA, 2018, p.27)
Entre os conflitos ocorridos no intervalo de tempo mencionado no texto, merecem destaque
A) a Cabanagem (1835-1840), ocorrida na Bahia e que tinha como principal objetivo a
conquista da independência da província, e a Balaiada (1838-1841) ocorrida no Maranhão,
motivada, entre outros fatores, pela insatisfação popular diante dos desmandos políticos dos
grandes fazendeiros da região.
B) a Guerra dos Farrapos (1835-1845), ocorrida no Rio Grande do Sul e motivada pela reação
de pequenos fazendeiros à política fiscal do governo imperial, e a Cabanada (1832-1835),
ocorrida no Pará, que tinha como objetivo principal a conquista da independência do Grão-
Pará.
C) a Balaiada (1838-1841), ocorrida no Maranhão e motivada pelos conflitos entre as facções
dos Cabanos e dos Bem te vis, grupos que desconsideravam os problemas das camadas
populares, e a Sabinada (1837-1838 ), ocorrida na Província da Bahia e motivada pela revolta
de populares contra o recrutamento obrigatório.
D) a Guerra dos Farrapos (1835-1848), ocorrida no Rio Grande do Sul e motivada pela
insatisfação dos grandes proprietários rurais com a abdicação de D. Pedro I, e a Balaiada
(1838-1841), ocorrida no Maranhão e que tinha como principal finalidade a independência da
Província do Grão-Pará e Maranhão.
E) a Cabanada (1832-1835), ocorrida no Pará e motivada pela insatisfação dos grandes
proprietários de terras com a cobrança de altos impostos sobre o comércio do algodão, e a
Guerra dos Farrapos, ocorrida no Rio Grande do Sul (1835-1848) e liderada por monarquistas
contra o movimento republicano local.
12. (Pref. do Rio de Janeiro - SME-RJ - Professor de Ensino Fundamental – História / 2019)
“Dois fortes paradigmas impregnam há décadas as histórias gerais da escravidão no Brasil.
Em poucas palavras, trata-se da gradualidade da abolição e da pressão inglesa como fator
determinante para que o tráfico de africanos chegasse ao fim.”
rebeliões do período regencial, nas quais a participação popular e dos grupos médios urbanos
foi expressiva, o governo imperial assumiu, nesse caso, postura que aliou negociação e
repressão.
(Ronaldo Vainfas (org). Dicionário do Brasil Imperial, 2002.)
O fragmento apresenta a
A) Confederação do Equador.
B) Farroupilha.
C) Sabinada.
D) Balaiada.
E) Revolta dos Malês.
D) mesmo com o fim da escravidão não houve grandes alterações na produção nem na
distribuição de renda, pois aos escravos foi negado, inclusive, a propriedade de minifúndio
através da posse ou doação.
23. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís - MA - Professor Nível Superior/PNS-A - História)
No Brasil, a abolição da escravatura
A) impediu a inserção do Brasil no sistema capitalista de produção.
B) implantou vasta mão de obra no mercado de trabalho que substituiu a mão de obra
imigrante.
C) aconteceu em concomitância com uma política de inserção dos ex-escravos na sociedade.
D) resultou de um longo processo iniciado com a extinção do tráfico, em 1850, e
posteriormente, com a Lei do Ventre Livre.
E) ocorreu por decisão isolada da corte, sem pressão da população ou de parte da elite
nacional.
24. (FCC - 2014 - TJ-AP - Analista Judiciário - Área Apoio Especializado - História)
Durante o Segundo Reinado instalou-se o chamado parlamentarismo às avessas, que tinha
por característica, entre outras, a
A) tutela política sobre Pedro II conferida ao poder legislativo, o Parlamento, considerando a
pouca idade do imperador e a necessidade de que uma junta ministerial governasse por ele,
ainda que provisoriamente.
B) inspiração no modelo britânico, uma vez que, na prática, o primeiro ministro passava a ter
mais poderes que o monarca, fazendo com que o poder moderador fosse, dessa maneira,
deturpado ou invertido.
C) inversão da lógica do parlamentarismo tradicional, uma vez que o poder judiciário passava
a ser exercido pelo Parlamento e o presidente se subordinava ao Conselho de Ministros,
órgão judiciário e executivo do Império.
D) busca de conciliação política entre os dois partidos hegemônicos no país, o Partido
Brasileiro, liberal radical, e o Português, conservador, mediante a atuação de um Conselho de
Ministros acima dos três poderes clássicos.
E) adaptação parcial do sistema vigente no Reino Unido aos interesses políticos imperiais, de
modo a que o monarca continuasse com amplos poderes, a despeito da aparente
descentralização do governo.
Ao longo do século XIX, os negros escravizados construíram variadas formas para resistir à
escravidão no Brasil. A estratégia de luta citada no texto baseava-se no aproveitamento das:
28.
Estimativa do número de escravos africanos desembarcados no Brasil
entre os anos de 1846 a 1852.
1846 64.262
1847 75.893
1848 76.338
1849 70.827
1850 37.672
1851 7.058
1852 1.234
Disponível em: www.slavevoyages.org. Acesso em 24 fev. 2012 (adaptado).
29.
Decreto-lei 3.509, de 12 de setembro de 1865
Art. 1º – O cidadão guarda-nacional que por si apresentar outra pessoa para o serviço do
Exército por tempo de nove anos, com a idoneidade regulada pelas leis militares, ficará isento
não só do recrutamento, senão também do serviço da Guarda Nacional. O substituído é
responsável por o que o substituiu, no caso de deserção.
Arquivo Histórico do Exército. Ordem do dia do Exército, n. 455, 1865 (adaptado).
Juiz de Fora progredia. A população subia, andava aí pelos doze a treze mil habitantes –
imaginem! Treze mil! e essa densidade exigia progresso. Esse começara em 1870 com a
inauguração dos telégrafos. Logo depois viriam os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II. Em
1885 a cidade começa a ser dotada de encanamentos e de água a domicílio. No mesmo ano
as casas passam a ser numeradas. Em 1886, grande animação com uma Exposição Industrial
que reflete a pujança do município. (...) Meu avô teve certa pena de não terminar os serviços
que começara, de dotar a cidade de luz e energia elétrica. A inauguração foi procedida a 5 de
novembro de 1889...
NAVA, Pedro. Baú de ossos – memórias 1; 5ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, pp. 200-
201.
A charge ironiza o dístico “ordem e progresso”, presente na atual Bandeira do Brasil. A sua
origem e significado remetem a um contexto marcado
A) pela presença do catolicismo romano nas instituições políticas do Império Brasileiro e o
esforço de preservar a ordem social vigente.
B) pela influência do positivismo francês entre os oficiais militares republicanos e uma
postura ideológica das elites dirigentes em evitar radicalismos políticos.
C) pelo desejo dos oficiais militares republicanos em romper os laços com a sociedade agrária
imperial, inspirando-se no liberalismo norte-americano.
D) pelo esforço das elites agrárias paulista e mineira em manter os seus privilégios sociais e
políticos, mas, ao mesmo tempo, buscando o progresso econômico.
Segundo o texto, uma das preocupações da política externa brasileira para a região do Rio da
Prata, durante o Segundo Reinado, era:
A) estimular a participação militar da Argentina na Tríplice Aliança.
B) limitar a influência argentina e preservar a divisão política na área.
C) facilitar a penetração e a influência política britânicas na área.
D) impedir a autonomia política e o desenvolvimento econômico do Paraguai.
E) integrar a economia brasileira às economias paraguaia e uruguaia.
Com base no trecho acima e em seus conhecimentos, é CORRETO afirmar que a identidade
nacional no século XIX foi construída:
A) Tendo como base as referências europeias existentes nas províncias que formavam o Brasil
antes da Independência do país.
B) A partir de um processo de longa duração, que se valeu do uso de aspectos naturais e de
elementos simbólicos locais que pretendiam representar a Nação.
C) De forma consensual e harmônica, considerando a heterogeneidade dos diferentes povos
que formavam o país.
D) Através da valorização da herança africana e dos costumes da África, continente ao qual o
país estava diretamente ligado pelo Atlântico Sul.
E) Com o objetivo de reproduzir no país recém-independente as mesmas características
existentes em Portugal.
O poeta Wesley Correia sintetiza no poema “Memória a sangue” as dores dos irmãos
escravizados e apresenta, em “sangue coletivo dessas memórias” (v. 9), as diferentes formas
de resistência negra à condição que lhe fora imposta pelo branco dominador, entre os
séculos XV ao XIX. Na História do Brasil, é possível identificar algumas formas de resistência
negra, como a:
A) Rebelião dos Marinheiros cariocas, no início do período republicano, em protesto, contra a
falta de democracia e de participação popular nas decisões políticas do novo regime.
B) luta do povo baiano, na chamada Conjuração Baiana, em defesa do livre comércio, da
liberdade religiosa e do estabelecimento de relações mais liberais com a metrópole.
C) ação dos chamados irmãos da senzala, grupos que, no contexto da luta abolicionista,
invadiam as fazendas, libertando os escravos e aterrorizando as famílias dos senhores.
D) Revolta dos Malês, em que negros islamizados propunham uma aliança com os brancos
baianos para libertar o Brasil de Portugal e estabelecer um regime republicano.
E) Guerra de Canudos, onde os seguidores de Antônio Conselheiro procuraram derrubar o
recém-instalado regime republicano e restaurar a Monarquia e o poder imperial de D. Pedro
II.
No trecho, há um argumento:
A) político, que reconhece a importância da emancipação dos escravos, ainda que de forma
paulatina, para a construção de novos elementos de cidadania social, condição mínima para o
país abandonar a violência cotidiana e sistemática contra a maioria da população.
A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo
Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e
monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos
da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da
Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus
pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil: o longo caminho. 17ª edição, Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2013, p. 80-81. (Adaptado)
A charge sobre o período da guerra do Paraguai demonstra o claro preconceito dos autores
da charge contra os soldados brasileiros negros que lutaram na Guerra do Paraguai. Sobre o
alistamento de soldados para essa guerra é CORRETO afirmar que:
A) Como é demonstrado na charge, no Brasil um grande número de militares de alta patente,
como coronéis e generais, eram negros.
B) Ao alistarem-se para lutarem na Guerra do Paraguai, os escravos negros eram alforriados
de seus senhores.
C) Apesar da promessa de alforria para os que lutaram na Guerra do Paraguai, a lei não foi
cumprida.
Artigo 1º: É declarada extinta desde a data desta Lei a escravidão no Brasil.
Artigo 2º: Revogam-se as disposições em contrário.
(Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-
apoio/legislacao/trabalho-escravo/lei_3353_1888.pdf.)
Para os historiadores das décadas de 1960 e 1970, o Brasil e a Argentina teriam sido
manipulados por interesses da Grã-Betanha, maior potência capitalista da época, para
aniquilar o desenvolvimento autônomo paraguaio, abrindo um novo mercado consumidor
para os produtos britânicos. A guerra era uma das opções possíveis, que acabou por se
concretizar, uma vez que interessava a todos os envolvidos. Seus governantes, tendo por
base informações parciais ou falsas do contexto platino e do inimigo em potencial, anteviram
um conflito rápido, no qual seus objetivos seriam alcançados com o menor custo possível.
Aqui não há “bandidos” ou “mocinhos”, mas interesses.
DORATIOTTO, Francisco. Maldita guerra. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 87-96.
(Adaptado).
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito militar no qual o Brasil se envolveu em sua história.
Nas novas interpretações dos historiadores para a guerra,
A) tem sido destacada a natureza democrática do governo de Solano López, bem como a
crescente industrialização do Paraguai.
B) tem sido enfatizada a importância do conflito para o fortalecimento do regime monárquico
brasileiro.
C) tem sido valorizada a dinâmica geopolítica interna do continente sul-americano, em
oposição às teorias da responsabilidade externa pela guerra.
D) têm sido destacados os interesses expansionistas brasileiros como a principal causa da
guerra.
As diferenças entre os republicanos de São Paulo e do Rio de Janeiro, nas décadas de 1870 e
1880, podem ser explicadas, entre outros fatores,
A) pelo interesse dos paulistas em reduzir a interferência do governo central nos seus
assuntos econômicos e em concentrar, na própria província, a maior parte dos recursos
obtidos com exportação.
B) pela disposição dos intelectuais da capital de assumir o controle pleno da administração
política nacional e de eliminar a hegemonia econômica dos cafeicultores e comerciantes de
São Paulo.
C) pela ausência de projetos políticos nacionais comuns aos representantes de São Paulo e do
Rio de Janeiro e pela defesa pragmática dos interesses econômicos das respectivas
províncias.
D) pelo esforço dos paulistas em eliminar as disparidades regionais e em aprofundar a
unidade do país em torno de um projeto de desenvolvimento econômico nacional.
E) pela presença dos principais teóricos ingleses e franceses do liberalismo no Rio de Janeiro e
por sua influência junto à intelectualidade local e ao governo monárquico.
De acordo com o texto, a tensão entre as quatro nações envolvidas na Guerra do Paraguai,
iniciada pouco depois do contexto descrito, teria sido motivada pela:
A) ação imperialista da Inglaterra.
B) disputa geopolítica no estuário do Prata.
C) expansão do modelo federalista da Argentina.
D) reprovação ao governo autoritário do Uruguai.
E) convergência de interesses econômicos na América.
Desde então, parte dos movimentos populares, que se destacam pelos gritos e barulhos dos
manifestantes, levam o nome dessa ousada bailarina.
É correto afirmar que, no período histórico em que Baderna chegou ao Brasil, o governo
enfrentava:
A) a Revolução Praieira.
B) a Guerra de Canudos.
C) a Revolta da Vacina.
D) a Inconfidência Mineira.
E) o Quilombo dos Palmares.
( ) Nesse processo, algumas leis foram aprovadas com o objetivo de acalmar os abolicionistas
e ir lenta e gradualmente extinguindo a escravidão, quais sejam: Lei do Ventre Livre, Lei do
Sexagenário.
( ) Nesse movimento não se tem notícias de insurreições ou ações dos próprios escravos em
prol da própria liberdade, em virtude da forte repressão presenciada nos últimos momentos
do período escravocrata.
( ) A abolição da escravatura se deu ainda no Reinado de D. Pedro II e representou um
grande avanço para a inserção do ex-escravo como cidadão na sociedade brasileira.
O desenraizamento do escravo crioulo provocado pelo tráfico interno teve peso considerável
para o fim da escravidão, pois:
A) a separação de famílias, ou o perigo dela, gerava revoltas, fugas, formação de quilombos e
atentados individuais contra senhores e feitores, sem contar os suicídios.
B) o progressivo aparecimento de pequenos proprietários de escravos contribuiu para a
crescente deslegitimação da propriedade escrava e o aumento das forças opositoras ao
escravismo.
C) os escravos de nação resistiram ao processo de ladinização, que afetava o modo de vida de
africanos, desestimulando o trabalho coletivo, base das estratégias de resistência.
D) o número de escravos nas áreas urbanizadas aumentou em relação ao das rurais, onde os
fazendeiros rejeitaram o tráfico interprovincial e investiram na abolição.
E) as Províncias onde o número de escravos era maior antes de 1850, aderiram à campanha
abolicionista deflagrada pelo Império para combater o tráfico interno e estimular a imigração.
7. CONSIDERAÇÕESFINAIS
Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcançá-los.
Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Encontro
você na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.
Até logo...