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SUMÁRIO

00. Bate-Papo Inicial .............................................................................................................. 2


1. As Invasões Estrangeiras (Inglesas e Francesas)................................................................ 3
1.1. As Invasões Francesas ............................................................................................................ 3
1.2. A União Ibérica e a Invasão Holandesa ................................................................................... 4
1.3. Consequências da “União Ibérica” .......................................................................................... 5
2. A Fundação da Companhia das Índias Ocidentais (W.I.C.) e a Invasão Holandesa ao
Mundo Colonial Português .................................................................................................... 7
2.1. O Governo de Maurício de Nassau ......................................................................................... 7
3. O Fim do Domínio Holandês e a Crise do Ciclo da Cana-de-Açúcar .................................. 9
4. Formação do Território ................................................................................................... 10
4.1. Interesses Portugueses ......................................................................................................... 11
4.2. Interesses Espanhóis ............................................................................................................ 11
4.3. Principais Tratados ............................................................................................................... 12
5. A Sociedade Mineradora: a Corrida do Ouro e o Povoamento do Interior ..................... 13
5.1. Impactos da Mineração ........................................................................................................ 13
5.2. A Vila Rica do Barroco, Rococó e Republicanismo ................................................................. 16
6. Revoltas no Período Colonial (Nativistas) e Projetos de Independência ........................ 19
6.1. As Revoltas Nativistas .......................................................................................................... 19
6.2. Revoltas Emancipacionistas: Inconfidência Mineira e Conjuração Baiana ............................ 20
7. O Período Pombalino ...................................................................................................... 22
8. Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar .................................................. 23
8.1. Escravidão e Domínio Holandês............................................................................................ 23
8.2. Bandeirantismo, Mineração e Primórdios da Independência ................................................ 25
9. Questionário de Revisão ................................................................................................. 28
Questionário - Somente Perguntas.............................................................................................. 28
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 29
10. Exercícios ....................................................................................................................... 34
10.1. Referências Usadas nos Comentários das Questões ......................................................... 128
11. Considerações Finais ................................................................................................... 130

História. 1
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Aula 04 - Colônia II.

00. BATE-PAPO INICIAL


Olá, querido concurseiro. É com muita alegria que o recebo novamente para falarmos de
História. Estudar as aulas anteriores é fundamental para que você possa compreender muitas das
coisas que vamos tratar aqui. Leia com atenção o seu texto de apoio, releia e pratique exercícios.
Aos poucos, o conteúdo básico vai ficar retido na sua memória. Claro que, para isso, é muito
importante que você faça suas próprias anotações, em forma de resumo ou comentários nos
exercícios, não importa como, você escolhe!O importante é estudarmos bastante e nos
concentrarmos nos estudos. Estimule sua disciplina e procure motivação pensando em seus
sonhos. Bons estudos!

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1. AS INVASÕES ESTRANGEIRAS (INGLESAS E FRANCESAS)


As invasões inglesas não são muito destacáveis, pois não passaram de atividades de piratas
ou corsários que pouco frequentaram aqui. Com os Franceses foi diferente, pois havia um projeto
de exploração e colonização que queriam implantar.

1.1. AS INVASÕES FRANCESAS

O litoral brasileiro era bastante frequentado por


piratas e corsários franceses. Piratas e corsários são coisas
diferentes? Sim, são. Aparentemente são a mesma coisa:
capitães de navios que atacavam frotas mercantes para
pilhá-las. No entanto, a pirataria era uma atividade
marginal e individual, e o sujeito que a praticasse era um
saqueador, enquanto o Corsário era um “pirata oficial”. Se
o navegador recebesse um documento do Estado chamado
Carta de Corso, ele se transformava em um corsário,
podendo saquear e derrubar navios, desde que eles
fossem de inimigos da coroa francesa, ou seja: navios espanhóis, portugueses e ingleses.
A França realizou duas invasões ao Brasil. A
primeira no Rio de Janeiro e a segunda no Maranhão.
A primeira invasão ocorreu entre 1555 e 1558 na Baia
da Guanabara, no Rio de Janeiro. Um grupo de
huguenotes (calvinistas) tentava fugir das
perseguições religiosas na Europa. Vieram sob o
comando de Villegagnon e do Almirante Coligny.
Fundaram um forte militar e iniciaram uma colônia: a
França Antártica. Foram expulsos pelo Governador
Geral Mem de Sá, em 1560. Durante todo o tempo de
permanência, exploraram ativamente as madeiras do
litoral. Na guerra contra os franceses, os portugueses
tiveram apoio das tribos Guaianazes, e os invasores
franceses, dos Tupinambás.

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Franceses + Tupinambás X Portugueses + Guaianazes

Eles eram chamados pelos europeus de Tamoios e as tribos já estavam organizadas para
atacar os portugueses, então apoiaram a França. Essa união dos indígenas contra os portugueses
ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios.

Dança dos Trarairiú – Tapuias- Eckhout, Óleo sobre tela, 172x295, século XII

A Segunda invasão francesa foi em 1612, no Maranhão, onde fundaram a cidade de São Luiz.
Criaram a França Equinocial, uma nova colônia, mas dessa vez não era um refúgio huguenote
(calvinista). Nas duas tentativas, associaram-se aos indígenas contra os portugueses. Foram
expulsos do Maranhão em 1615.

1.2. A UNIÃO IBÉRICA E A INVASÃO HOLANDESA

Em 1578, Portugal passou por uma profunda crise sucessória que fez com que o país fosse
anexado pela Espanha.
O rei português D. Sebastião, imbuído de uma grande motivação religiosa de expansão do
cristianismo, empreendeu uma invasão ao Norte da África, no Marrocos, com o objetivo de
expulsar os árabes da região. Ele morreu na batalha de Alcácer-Quibir, como era muito jovem, não
deixou herdeiros, sendo assim, quem assumiu o trono foi seu tio-avô, o velho cardeal D. Henrique,

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o qual já estava com mais de 80 anos e que por sua vez faleceu em 1580. Com a morte de D.
Henrique chegou ao fim o domínio da Dinastia de Avis.

Desde a morte de Dom Sebastião, passou a ocorreu uma manifestação popular conhecida
como sebastianismo. Surgiu o mito de que o rei morto retornaria triunfante, como um
messias salvador, para retirar Portugal da crise.

Dinastia Borgonha: 1139 – 1385


Dinastia de Avis: 1385 –1580

Vários pretendentes se candidataram ao trono vago. O mais poderoso pretendente era o rei
da Espanha, Felipe II, que subornou vários nobres portugueses e ocupou militarmente o território
português, anexando-o. Assim, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser também o rei de
Portugal, dando origem ao período denominado “União Ibérica”. Duas exigências foram impostas a
Felipe II: a preservação da estrutura administrativa de Portugal e a exclusividade comercial com as
colônias.

1.3. CONSEQUÊNCIAS DA “UNIÃO IBÉRICA”

Com a União Ibérica, Portugal passou a ser controlado pela Espanha e herdou seus inimigos.
No mesmo contexto, os holandeses, que eram parte do território do império espanhol, estavam
em guerra de independência e se separaram. Fundaram assim, em 1581, a União Utrecht (primeiro
nome da Holanda independente da Espanha). A Guerra de independência da Holanda teve
motivações religiosas. O país é uma região predominantemente composta por protestantes
calvinistas, e o super católico Felipe II encerrou a era de tolerância religiosa de seu país, passando
assim a ocorrer violentas guerras. A Espanha, para punir economicamente os holandeses, que
eram antigos parceiros econômicos dos portugueses em suas colônias no Brasil, na África e na
Índia,afastou-os do comércio com o mundo colonial lusitano, principalmente do açúcar no
nordeste brasileiro. Todos os portos espanhóis, inclusive os brasileiros, foram proibidos de
comercializar com os flamengos (holandeses).

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1. Em 1578, dom Sebastião, rei de Portugal, morre na batalha de Alcácer-Quibir. Sem


descendentes, o trono foi entregue a seu tio dom Henrique, que viria a falecer dois anos
depois, sem deixar herdeiro. Depois de acirrada disputa, a Coroa portuguesa acabou nas
mãos de Filipe II, rei espanhol, dando início à chamada União Ibérica. Com esta união, um
tradicional inimigo da Espanha torna-se inimigo de Portugal.

Das opções abaixo, assinale aquele que se tornou inimigo de Portugal.


A) Holanda.
B) Alemanha.
C) Itália.
D) Inglaterra.
E) EUA.

Comentários
A Holanda era, nos reinados de Carlos I e seu filho Filipe II, uma possessão espanhola. Mas,
devido à forma de governo autoritária de Filipe II no século XVI, a burguesia holandesa
promoveu sua luta de independência. Em resposta a isso, Filipe II proibiu todas as possessões
espanholas de fazer comércio com a Holanda. Devido à ocorrência da União Ibérica, Portugal
e Brasil estavam incluídos nessa proibição.
Gabarito: A

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2. A FUNDAÇÃO DA COMPANHIA DAS ÍNDIAS OCIDENTAIS (W.I.C.) E A


INVASÃO HOLANDESA AO MUNDO COLONIAL PORTUGUÊS
Diferente das invasões francesas, a Holanda criou uma empresa comercial de colonização, a
Cia. Das Índias Ocidentais. A existência da companhia de comércio teve um significado mais amplo,
pois foi o mecanismo que garantiu à Holanda quebrar o monopólio do comércio oriental mantido
pelos portugueses. Eles invadiram os portos portugueses na Índia, na África e no Brasil. Os
holandeses tinham fortes motivos para conquistar o Brasil, pois eram responsáveis pelo refino de
boa parte do açúcar comercializado na Europa.
Realizaram duas invasões: a primeira na capital Salvador, em 1624, e a segunda e duradoura
em Recife. Lá ficaram até 1654.
 Invasão na Bahia (1624-1625) –Esta tentativa de invasão foi frustrada, pois os colonos
(inclusive os associados aos indígenas) se organizaram militarmente em guerrilhas para
expulsar os holandeses. Eles foram expulsos, mas também foram premiados pelo
destino: em 1628, no retorno à Europa, foram amplamente recompensados com a
apreensão, nas Antilhas (ilhas no Caribe, América Central), de um dos maiores
carregamentos de prata americana que ia para a Espanha. Os recursos obtidos pela WIC
com esse ato de pirataria serviram para financiar uma segunda tentativa, dessa vez
contra Pernambuco.

 Invasão em Pernambuco (1630-1654) – Em 1630 com uma esquadra de setenta navios,


os holandeses chegaram a Pernambuco e dominaram Recife e Olinda sem maiores
dificuldades. A Espanha, envolvida em outras prioridades militares, não mandou grande
apoio militar para a resistência estabelecida pelos colonos. Aos poucos, com as
vantagens oferecidas pelos invasores, a resistência se enfraqueceu e muitos produtores
passam para o lado flamengo, pois estes se comprometem a: respeitar a liberdade
religiosa (lembre-se de que os holandeses eram calvinistas e os portugueses católicos),
assim como o direito de propriedade das terras e engenhos, realizar financiamentos e
comprar a produção.

2.1. O GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU

Maurício de Nassau foi governador-geral dos domínios holandeses, e aqui permaneceu


entre 1637 e 1644. Preocupou-se com a reorganização da produção açucareira (que foi
comprometida pelas tentativas de resistência dos colonos) e com a segurança. Procurou conciliar

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os luso-brasileiros (portugueses e descendentes que aqui habitavam)que ficaram sob seu domínio,
e tratou de ampliar territorialmente o domínio holandês, que passou a ocupar territórios entre o
Maranhão e a Bahia. Nassau devolveu as propriedades aos seus antigos donos, ampliou o crédito e
forneceu empréstimos a juros controlados. Ainda passou a cobrar impostos mais baixos que os
cobrados por Portugal e a realizar importantes melhoramentos urbanos. Apesar da política
conciliadora, ele não conseguiu impedir conflitos e contradições. Os senhores de engenho que
haviam contraído empréstimos com os holandeses não conseguiam saldar suas dívidas, e conflitos
religiosos (apesar da liberdade religiosa concedida pelos holandeses) estavam ocorrendo. Os
conflitos se tornaram mais intensos quando, em 1640, Portugal restabeleceu sua coroa e se
libertou da Espanha, pondo fim à União Ibérica.

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3. O FIM DO DOMÍNIO HOLANDÊS E A CRISE DO CICLO DA CANA-DE-


AÇÚCAR
Com o fim da União Ibérica, Portugal tratou de recuperar seus territórios coloniais e propôs
uma trégua de 10 anos para a desocupação holandesa do Nordeste.
A partir desse momento, a Cia das Índias Ocidentais resolveu diminuir seus efetivos militares
a fim de conter os gastos. Nassau foi demitido e o novo governo tornou-se extremamente severo,
sobretudo em relação às dívidas dos senhores de engenho e ao prazo para saldá-las. Muitas
propriedades foram confiscadas e a tolerância religiosa não era mais observada com os mesmos
cuidados. As tensões se acumularam e começaram a se manifestar na forma de rebeliões que se
generalizaram, até que eclodiu um processo de rebelião que expulsou os holandeses: a Insurreição
Pernambucana. Os colonos luso-brasileiros confrontaram os holandeses entre 1645 e 1654,
quando finalmente foram expulsos. Portugal ainda pagou uma pesada indenização à Holanda, e o
comércio e a produção de açúcar foram profundamente prejudicados, pois os flamengos foram se
instalar nas Antilhas (na ilha de Curaçau, na América central) e se tornaram fortes concorrentes do
Brasil no mercado açucareiro. A produção de açúcar no caribe foi o início da decadência da nossa,
pois o açúcar era de melhor qualidade e estava muito mais próximo da Europa, barateando o
frete. Dessa forma, os holandeses passaram a fornecer um açúcar melhor e mais barato.

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4. FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO
A expansão territorial foi motivada por fatores políticos, religiosos e econômicos.
 Políticos: com a União Ibérica (1580-1640) o tratado de Tordesilhas tornou-se obsoleto,
e colonos brasileiros ultrapassaram a fronteira.
 Religiosos:as Missões Jesuíticas penetraram profundamente no território espanhol, na
região sul e no vale do rio Amazonas.
 Econômicos
 Pecuária: foi praticada como atividade complementar à açucareira, oferecendo
animais de carga, couro e carne. Desenvolveu-se muito bem no cerrado e usava
mão de obra livre indígena.
 Bandeirantismo:principais responsáveis pela interiorização do território,
escravização de indígenas, destruição de quilombos e procura de metais preciosos.
 Mineração:povoou o interior do território e gerou povoamento e desenvolvimento
de núcleos urbanos espontâneos no MT (Cuiabá), Goiás (cidade de Goiás e
Pirenópolis) e MG (Vila Rica, Mariana, São João del Rey, Congonhas do Campo).

Depois de muitas disputas territoriais, em 1750, foi assinado o Tratado de Madri,que


estabeleceu as fronteiras atuais (com exceção do Acre, que foi incorporado em 1903 pelo Tratado
de Petrópolis). O grande articulador do acordo com a Espanha foi o primeiro ministro português
Marques de Pombal, que governou a colônia entre 1750 e 1777, e o princípio jurídico que norteou
as negociações foi o do “uti possidetis”(o direito de posse é de quem usa). Os critérios usados por
Portugal foram a presença de Igrejas portuguesas, a exploração econômica e o mapeamento do
território. Uma das consequências do tratado naquele contexto foram as Guerras Guaraníticas. A
região sul do Brasil era motivo de intenso litígio entre Portugal e Espanha. No tratado, a região dos
Sete Povos das Missões do Uruguai (missões jesuíticas) ficaria no Brasil, e Portugal cederia a região
de Sacramento (na foz do rio da Prata) à Espanha. Isso envolveria o deslocamento de missões
jesuíticas espanholas para cá da fronteira, bem como de milhares de indígenas e de cabeças de
gado. Os Jesuítas uniram-se aos indígenas e passaram a combater as tropas portuguesas e
espanholas que foram designadas para garantir a saída dos Jesuítas. Os confrontos ocorreram
entre 1753 e 1756, e foram um dos motivos políticos que levaram o Marquês de Pombal a
expulsar a ordem dos Jesuítas do Brasil, em 1759. Em 1767, a Espanha fez o mesmo, acabando
com o poderoso domínio das missões jesuíticas nas colônias ibéricas. O território dos sete povos
das missões, pouco depois, em 1801, foi reincorporado ao território brasileiro.

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O Tratado de Madri foi o mais importante de todos, principalmente porque depois dele as
alterações nas fronteiras do Brasil foram muito pequenas, ele colocou um limite à expansão
portuguesa nos territórios que, de acordo com o tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha. A
região amazônica foi ocupada pelos portugueses por meio de fortes militares e missões jesuíticas.
Portugal ficou com a bacia amazônica e garantiu a sua posse sobre sua foz atlântica, mas ficou sem
a foz do rio da Prata, que ficou com a Espanha, onde ficava a colônia de Sacramento.

4.1. INTERESSES PORTUGUESES

Podemos sintetizar os objetivos portugueses para negociar com os espanhóis nos seguintes
pontos:
1. Conseguir o equilíbrio entre as reivindicações sobre fronteiras coloniais, outorgando
uma parte maior da bacia amazônica a Portugal e do rio da prata à Espanha.
2. Garantir soberania indiscutível sobre os distritos de ouro e diamantes para a Coroa
Portuguesa.
3. Garantir a fronteira sulina do Brasil pela conservação do Rio Grande do Sul e pela
aquisição da região da missão espanhola jesuíta “sete povos”, na margem esquerda do
rio Uruguai.
4. Garantir a fronteira ocidental do Brasil e a comunicação fluvial com Maranhão-Pará,
certificando-se de que a navegação pelos rios amazônicos Tocantins, Tapajós e Madeira
permanecessem em mãos portuguesas.

4.2. INTERESSES ESPANHÓIS

1. Deter o avanço dos portugueses para o Oeste, pois eles já tinham se estendido por
grande parte do território que, em teoria, era espanhol, embora a área fosse
principalmente de mata virgem.
2. Garantir a colônia de Sacramento, na foz do rio da Prata, que funcionava como porta
dos fundos para o comércio ilegal de portugueses, o contrabando de navios ingleses e
franceses. Piratas ingleses tentaram navegar pelo estuário do rio da prata e procurar
caminhos para chegar às montanhas dos Andes, pois comercializavam ilegalmente com
o vice-reino do Peru, colônia espanhola. A pressão diplomática e ações de pirataria,
tornavam Buenos Aires perigosamente exposta à invasão estrangeira.

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3. Sabotar alianças entre contrabandistas ingleses e portugueses, e facilitar a união com


Portugal para combater as ambições inglesas na foz do rio da Prata.

4.3. PRINCIPAIS TRATADOS

 1713/1715: Tratado de Utrecht- O primeiro, de 1713,estabeleceu o rio Oiapoque, no


extremo norte (atual Amapá), como o limite de fronteira entre o Brasil e a Guiana
Francesa. O segundo, de 1715, estabeleceu que a Colônia do Sacramento, atual Uruguai,
passaria para os domínios portugueses. Ocorreu uma forte oposição dos Jesuítas e dos
indígenas dos Sete Povos que não aceitaram o domínio português na região.
 1750: Tratado de Madrid - Estabeleceu praticamente os limites atuais. O sul continuou
conflituoso e foi objeto de mais tratados. Também não existia ainda o Acre, que seria
incorporado ao território nacional em 1903, em decorrência do ciclo da borracha. Vigorou
o princípio do “uti possidetis”.
 1777: Tratado de Santo Ildefonso - A Espanha recuperou o território de sacramento e dos
7 povos das missões. Portugal achou desvantajoso e o conflito continuou.
 1801:Tratado de Badajoz- Retorna aos limites do sul estabelecidos pelo tratado de Madri.
Sacramento ficou para a Espanha e os sete povos para Portugal.
 1903: Tratado de Petrópolis - Incorporou o Acre ao território brasileiro.

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5. A SOCIEDADE MINERADORA: A CORRIDA DO OURO E O POVOAMENTO


DO INTERIOR

O Ouro foi encontrado no final do século XVII, por volta de 1695, pelo bandeirante paulista
Manoel de Borba Gato, que relatou ter encontrado ouro de aluvião às margens do rio das Velhas.
O século XVIII é conhecido como o século do ouro, pois floresceu uma sociedade diferente,
existente até então no Nordeste, e o garimpo foi a principal atividade econômica praticada no país
nesse momento. Havia o ouro de aluvião (encontrado nas beiras dos rios) e o ouro de lavras,
jazidas profundas que, para explorar, eram construídas as minas.
Milhares de pessoas migraram para a região, que passou por grandes transformações. Os
bandeirantes paulistas passaram a cruzar a região planáltica da serra da Mantiqueira (limites entre
SP e MG) e a cabeceira do Rio São Francisco. As principais minerações se desenvolveram ao longo
do Rio das Velhas, das Mortes e do Rio Doce. As monções (expedições fluviais dos bandeirantes)
tornaram-se mais intensas para as Minas através dos rios da bacia do Paraná (como o Tietê,
Paranapanema e Grande, que beira a foz do Velho Chico), e o rio São Francisco tornou-se o grande
eixo de integração e deslocamento entre o nordeste e a região mineradora.
O fluxo migratório foi tão intenso que a coroa portuguesa tentou inutilmente bloquear
algumas vezes os caminhos. Inevitavelmente os bandeirantes paulistas entraram em conflito com
os recém-chegados, pois queriam o monopólio das terras mineradoras. O choque entre os
paulistas e os imigrantes levou à Guerra dos Emboabas. Era o nome pejorativo pelo qual os
bandeirantes tratavam os “forasteiros”, comparando-os com um passarinho emplumado, pois os
recém-chegados se enrolavam em panos para não se machucar em meio aos espinhos do cerrado
que atravessavam.
Numa das batalhas, os emboabas, numericamente superiores, renderam os paulistas, que
estavam em desvantagem. Ao se renderem, baixaram as armas quando o líder emboaba Bento
Manoel Coutinho ordenou que fossem todos mortos. Esse episódio ficou conhecido como o Capão
da Traição. Em 1720, contra a instalação da casa de fundição, ocorreu a Revolta de Felipe dos
Santos, e contra a Derrama de 1789, foi tramada a revolta conhecida como Inconfidência Mineira,
que não chegou a deflagrar-se, pois foi delatada.

5.1. IMPACTOS DA MINERAÇÃO

 Grande migração para a região, o que provocou um incrível aumento populacional.

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 Urbanização da região de Vila Rica (atual Ouro Preto). É a primeira urbanização


espontânea do Brasil.
 Mudança do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste.
 Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
 Surgimento de trabalhadores livres, e pela primeira vez na colônia a pecuária era uma
exceção.
 Surgimento de vias de comunicação entre as regiões brasileiras e a região mineradora.
Surgiram estradas cuja mais importante foi a Estrada Real, que ligava Vila Rica a Parati
(caminho velho) e ao RJ (caminho novo).

2. Entre as consequências da atividade mineradora na colônia do Brasil, nos séculos XVII e


XVIII, é incorreto afirmar que favoreceram:

A) o enfraquecimento do mercado interno.


B) a integração econômica da colônia.
C) o povoamento da região das minas.
D) a conquista do Brasil central.
E) o desenvolvimento urbano.

Comentários
A mineração proporcionou o povoamento da região das minas, promovendo a urbanização e
o desenvolvimento do mercado interno, até então inexistente.
Gabarito: A

A coroa portuguesa, para fiscalizar a mineração e cobrar impostos, criou as Casas de


Fundição. O ouro em pó deveria ser levado para elas, a fim de que fosse derretido e transformado
em barras. Os principais impostos eram:
 Quinto (20%).
 Capitação (17g por escravo).
 Finta (quando a produção caiu, deveriam mandar 15 arrobas anuais para Portugal).

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No final do século XVIII, o Brasil deixou de mandar os carregamentos de ouro;sendo assim,


Portugal decretou a cobrança forçada, a Derrama (a grande motivação para a Inconfidência
Mineira).
O fluxo de pessoas para a região mineradora foi intenso, tanto de portugueses vindos da
metrópole quanto de colonos aventureiros, principalmente do nordeste, como também de ordens
religiosas. Chegavam aos montes, o que fez com que, em pouco tempo, Vila Rica se tornasse um
enorme aglomerado, todo desordenado e com muitos conflitos. O ambiente era bastante violento,
com uma grande quantidade de mendigos e gente de toda sorte, que iam para a região a fim de se
refugiarem.
É muito interessante observar que o ouro era muito abundante, e isso gerou uma situação
econômica interessante:
 1° – o preço do ouro caiu no chão, e todos os gêneros de consumo, principalmente os
alimentos, foram às alturas.
 2° As grandes fortunas foram criadas não por mineradores, mas por comerciantes que
abasteciam as minas com todo tipo de produtos. Muitas fazendas no interior mineiro
fizeram fortunas plantando alimentos e processando produtos básicos.
Talvez a maior preocupação da metrópole fosse manter o controle sobre a região
mineradora, pois o contrabando era preocupante. As Casas de Fundição serviam para combatê-lo
na medida em que foi proibido o ouro em pó, e quando as barras eram fundidas com o selo real, o
quinto já era cobrado. Havia os chamados santos do pau oco, em que ouro era contrabandeado em
imagens sacras.

3. Diferentemente de outras atividades econômicas do Brasil Colônia, a mineração foi


submetida a um rigoroso controle por parte da metrópole. Neste contexto:
A) os Códigos Mineiros de 1603 e 1618 já impediam a livre exploração das minas, impondo
uma série de condições e restrições.
B) as Intendências das Minas criadas pelo Regimento de 1702 impuseram um controle
absoluto sobre toda a produção mineradora, embora ainda estivessem subordinadas a outras
autoridades coloniais.
C) a cobrança do quinto foi facilitada com a criação das Casas de Fundição, no final do século
XVII, onde o ouro era fundido em barras timbradas com o selo real, embora a circulação do
ouro em pó ainda fosse permitida.

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D) foram instalados postos fiscais em pontos estratégicos das estradas, com o objetivo de
fiscalizar se o pagamento do quinto havia sido realizado; cobrar impostos sobre a passagem
de animais e pessoas e sobre a entrada de todas as mercadorias transportadas para as Minas.
E) a capitação foi um imposto que exigia do minerador o pagamento de uma taxa sobre cada
um de seus escravos, do qual ficavam isentos os faiscadores que não possuíam escravos.
Comentários
Devido ao contrabando existente na região, o governo metropolitano precisava impor um
controle rígido, inclusive nas estradas. É necessária uma atenção especial à opção [C], já que
a primeira parte está correta, mas o final da opção contém um equívoco: a circulação do ouro
em pó também foi proibida com a criação das Casas de Fundição.
Gabarito: D

5.2. A VILA RICA DO BARROCO, ROCOCÓ E REPUBLICANISMO

Durante a mineração, floresceu a arte Barroca e o Rococó, cujo principal nome é Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho. São estéticas artísticas profundamente influenciadas pela
religiosidade católica e caracterizadas principalmente pelas igrejas e imagens sacras. Foi a
expressão do mundo urbano colonial que, como regra, era profundamente religioso.

O Museu da Inconfidência, situado na Praça Tiradentes, na atual cidade de Ouro Preto, era
o prédio da Câmara Municipal de Vila Rica. Sua parte inferior (na altura da escadaria) era a
prisão em que Tiradentes ficou preso antes de sua decapitação no RJ.

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O traço arquitetônico e o interior da Igreja de São Francisco de Assis são atribuídos a


Aleijadinho. Ela éo principal elemento arquitetônico que simboliza o Barroco/Rococó, sendo um
registro da riqueza das irmandades religiosas mineiras.

Observe atentamente as imagens. Elas são representações artísticas de práticas sociais


que ocorriam no país. Essas imagens já foram objetos de questão, pois demonstram como é
relativa a ideia de “bárbaro”. Tanto os tupinambás canibais quanto o sistema jurídico português
tinham práticas que podemos considerar bárbaras, como o esquartejamento e a exposição dos
membros.

Vila Rica, atual Ouro Preto, foi o símbolo de um ciclo econômico. Cada vez mais, a pesquisa
histórica recente combate à ideia de ciclos econômicos, pois eles podem passar o conceito errôneo
de uma economia monoprodutora. Na colônia, éramos sem dúvidas dependentes do açúcar, pois
leis portuguesas proibiam o cultivo de qualquer produto que não fosse a cana, a 100 km do litoral.
No entanto, as pesquisas atuais apontam para uma economia mais diversificada do que se
imaginava, pois, no século XVII, éramos também o maior fornecedor de tabaco e algodão das
empresas europeias. Entretanto, durante a mineração, o termo ciclo não é inadequado, pois ela

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durou pouco mais de 70 anos. Depois disso, as reservas se esgotam e começaram a ocorrer vários
conflitos com a metrópole, o mais importante deles foi a Inconfidência Mineira.
A civilização do ouro era essencialmente urbana, sendo assim o comércio era muito
importante. O preço do ouro caiu (lei da oferta e da procura), com isso a prata passou a ser mais
valiosa em alguns momentos, e os preços dos alimentos também ficaram altíssimos. A paisagem
era toda desordenada e sem saneamento adequado. Uma modalidade diferente de escravidão
surgiu ali: o escravo de ganho. Eles pertenciam a algum comerciante e eram vendedores
ambulantes. Com o tempo de trabalho compravam sua alforria, muito africanos conseguiram sua
liberdade e a de descendentes de suas tribos dessa maneira. De acordo com as novas pesquisas,
alguns chegaram até mesmo a enriquecer com a prática.
Quem foi o maior beneficiário do ouro brasileiro? A Inglaterra. Portugal encontrava-se
muito endividado com os ingleses, de tal modo que os carregamentos de ouro chegavam a
Portugal e nem eram descarregados: somente realizavam a contabilidade e o navio seguia para
Inglaterra. A origem dessa dívida foi um tratado comercial de 1703, o Tratado de Methuen, mais
conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos. Os produtos importados por Portugal eram
manufaturados, de maior valor agregado, enquanto exportava vinhos e outros produtos
artesanais, com baixo valor agregado. Em pouco tempo, uma dívida gigantesca surgiu, tornando a
economia lusitana dependente da britânica, que acumulou capitais para industrializar-se,
enquanto Portugal continuou um império comercial e agrário, dependente de tecnologia externa.

4. O Tratado de Methuen, assinado em 1703, por portugueses e ingleses,

A) incrementou a industrialização em Portugal e no Brasil.


B) abriu um importante canal para a transferência da riqueza produzida no Brasil para a
Inglaterra.
C) criou foro especial para julgar cidadãos britânicos que viviam no Brasil.
D) trouxe vantagens para Portugal nas relações comerciais bilaterais com a Inglaterra.
E) favoreceu o desenvolvimento da indústria luso-brasileira.

Gabarito: B

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6. REVOLTAS NO PERÍODO COLONIAL (NATIVISTAS) E PROJETOS DE


INDEPENDÊNCIA

6.1. AS REVOLTAS NATIVISTAS

As Revoltas Nativistas foram provocadas pela insatisfação das elites coloniais com o
monopólio comercial da metrópole e com as disputas por território, como a guerra dos emboabas.
Elas não pretendiam a independência de Portugal, mas flexibilizações no pacto colonial, pois eram
contra os altos impostos.
Principais razões:
 Monopólio português do comércio de mercadorias (pacto colonial).
 Preços elevados cobrados pelos produtos comercializados pelos portugueses.
 Medidas da metrópole que favoreciam os portugueses, principalmente os
comerciantes.
 Conflitos culturais, políticos e comerciais entre colonos e portugueses.
 Altos impostos cobrados pela coroa portuguesa, principalmente sobre a extração de
ouro realizada pelos colonos brasileiros.
 Exploração colonial praticada por Portugal e o rígido controle imposto pela metrópole,
por meio de leis, sobre o Brasil.

Em 1640, contra o fim da União Ibérica, os paulistas que queriam ficar com a Espanha
recusaram-se a reconhecer o novo rei de Portugal, D. João duque de Bragança, e aclamaram como
rei o governador-geral Amador Bueno, que não aceitou a aclamação e jurou lealdade à coroa.

Revolta Ano Local

Bandeirantes contra os forasteiros


Guerra dos
1708 disputando as regiões auríferas recém- MG
Emboabas
encontradas em MG.

Revolta de Revolta da elite mineradora contra os


Felipe dos 1720 autos impostos e a exploração MG
Santos metropolitana.

Guerra dos 1710- Olinda era a capital da província e Recife PE

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Mascates 1711 conseguiu sua emancipação política. Era


o centro econômico, aterra dos
comerciantes e dos mascates.
Insatisfação com os altos impostos e com
Beakman 1684 o abastecimento precário de víveres e MA
mão de obra no Maranhão.

6.2. REVOLTAS EMANCIPACIONISTAS: INCONFIDÊNCIA MINEIRA E CONJURAÇÃO BAIANA

Elas foram duas revoltas que pretendiam conquistar a independência de Portugal e


possuíam um projeto de República. A inconfidência mineira foi uma conspiração sufocada antes de
chegar a sair às ruas.
A inconfidência foi também chamada de inconfidência dos poetas, pois alguns de seus
integrantes, como Cláudio Manoel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, foram importantes poetas
do Arcadismo (estética da literatura da época). Teve caráter elitista e republicano, e seus membros
reivindicavam a independência das Minas (não de todo o Brasil). Eles eram liberais, ou seja,
influenciados pelo iluminismo, sendo assim, tinham o projeto de livre comércio, logo que se
libertassem do pacto colonial, e da criação de uma universidade em Vila Rica.
O movimento foi delatado por José Silvério dos Reis, um rico dono de lavras,
profundamente endividado com Portugal. É dessa época que surgiu a delação premiada. Entregou
os inconfidentes antes de o movimento ser deflagrado, pois tinha sido marcado para o dia da
Derrama, e em troca teve suas dívidas perdoadas. Eles foram presos, mas a maior parte foi
anistiada (receberam o perdão dos crimes políticos), uns foram exilados em Angola, e o alferes
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi enforcado no Rio de Janeiro e
depois esquartejado e exposto na estrada real, que ligava Vila Rica ao Rio de Janeiro. Era um
movimento separatista e republicano, com ideais iluministas e inspirado na independência dos
EUA.
A Conjuração Baiana, ou Revolta dos Alfaiates, foi também separatista e republicana. Mais
radical que a inconfidência mineira, chegou a sair às ruas e seus integrantes tiveram vários
combates armados com as tropas metropolitanas. A revolta foi guiada pelas elites, mas teve amplo
apoio popular. Devido a isso, tinham claramente a proposta de abolição da escravidão (o que não
era consenso entre os inconfidentes mineiros). Ela também foi guiada pelos ideais iluministas e se
inspirou na fase mais radical da Revolução Francesa.

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5. No Brasil colônia, particularmente no séc. XVIII, ocorreram dois movimentos


revolucionários que ficaram conhecidos como Inconfidência Mineira (1789) e Conjuração
Baiana (1798).
Quais características são comuns entre eles?
A) A influência do pensamento iluminista e a participação maciça de pessoas da elite da
sociedade local.
B) Foram inspiradas pelo lema Liberdade, Igualdade e Fraternidade e pretendiam acabar com
a escravidão.
C) Queriam romper com a dominação colonial e tiveram influência do pensamento iluminista.
D) Foram sufocadas sem grande derramamento de sangue, pois havia grande participação de
pessoas ligadas à elite da sociedade local.
E) Pretendiam acabar com a escravidão e estabelecer a independência política do Brasil.

Comentários
Foram os principais movimentos “emancipacionistas”, ou seja, lutaram pela independência
do Brasil, rejeitando o pacto colonial que caracterizava o domínio português. Os dois
movimentos foram influenciados pelo iluminismo e defendiam um modelo republicano para
o país livre. Enquanto o movimento baiano teve forte presença popular e defendeu o fim da
escravidão, o movimento mineiro foi elitizado e se omitiu frente à questão do escravismo.
Gabarito: C

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7. O PERÍODO POMBALINO
Corresponde ao período do governo do primeiro ministro português Marques de Pombal,
entre 1750 e 1777. Ele era um déspota esclarecido, ou seja, era representante de um poder
absolutista, mas influenciado pelas ideias liberais do iluminismo. Pretendia dinamizar a economia
da colônia e aumentar a arrecadação portuguesa, bem como aumentar o controle metropolitano.
 Criou companhias de comércio colonial no Grão Pará (Amazônia), Pernambuco e
Paraíba.
 Extinguiu a capitação (imposto sobre escravos nas minas) e decretou a derrama.
 Tratado de Madri.
 Transferência da capital de Salvador para o RJ.
 Liberação de Manufaturas.
 Expulsão dos Jesuítas.
 Proibição da escravidão indígena.
 Extinção das capitanias hereditárias.
Pombal teve um governo determinante para Portugal. Em 1755 ocorreu o terremoto de
Lisboa, que destruiu a capital. Ele reconstruiu a cidade e as regiões destruídas, organizou a
administração colonial tirando a influência jesuítica, promoveu o fim das capitanias e o mais
importante: liberou as manufaturas, que eram expressamente proibidas pelo pacto colonial, desde
o início da colonização. Apesar de sua importância, não gozava de popularidade entre a nobreza e
era protegido do rei. Seu governo teve fim com a morte do rei Jaime I, que foi sucedido pela rainha
Maria, conhecida como a louca, por apresentar sinais de demência. Ela revogou todas as medidas
tomadas por Pombal, o que ficou conhecido como a Viradeira.
No final do século XVIII, o antigo sistema colonial apresentava sinais de desgaste, e o contexto
político europeu era de revoluções que combatiam o antigo regime e, consequentemente, o
sistema colonial então vigente. Em 1808, para escapar das ameaças francesas de Napoleão
Bonaparte (desfecho da Revolução Francesa), a corte portuguesa foi transferida para o RJ, dando
início ao processo de independência do Brasil.

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8. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

8.1. ESCRAVIDÃO E DOMÍNIO HOLANDÊS

1. A mão de obra dos engenhos era, inicialmente, indígena. Contudo, a partir do século XVII,
ocorreu uma redução na população indígena, o que fez com que os colonos buscassem
alternativas de trabalho.
2. Para tanto, optou-se pela escravidão africana, a qual resultou em um lucrativo tráfico de
negros entre o continente africano e o litoral brasileiro (sobretudo a Bahia e o Rio de
Janeiro).
3. A mão de obra africana representou a base das atividades econômicas no Brasil colonial,
com a produção do açúcar e a mineração. Contudo, os africanos também foram utilizados
em outros cultivos agrícolas (arroz, tabaco e algodão), na criação de animais, no transporte
e nos serviços domésticos.
4. O mercado interno colonial era voltado à produção para exportação, com base na
exploração de recursos em proveito da metrópole portuguesa e do comércio europeu.
Neste sentido, a plantation representa a forma básica da colonização, constituída pela
grande propriedade agrícola (o latifúndio), a monocultura exportadora e a escravidão.
5. A economia brasileira também se dedicou à pecuária, em regiões como o Maranhão, a
Bahia, o sul de Minas e o Rio Grande do Sul.
6. No século XVIII, com a descoberta de jazidas de ouro no interior do país, a necessidade da
mão de obra aumentou, o que incentivou o crescimento significativo do tráfico negreiro
para o Brasil. Vinham, em grande parte, da África Central (no caso dos bantos, vindos da
Angola e do Congo) e da África Ocidental (Daomé, atual Benin, Nigéria e Guiné, no caso
dos sudaneses).
7. Dentre os escravos que vinham para o Brasil, havia distinção entre as suas funções. Os
escravos de ganho, obtidos em leilões, trabalhavam nos engenhos, nas plantações de
algodão, na mineração, em serviços domésticos, fazendo artesanato ou nas cidades. Os
escravos que trabalhavam nas lavouras eram chamados de negros de eito e estavam sob a
fiscalização dos feitores. Os escravos domésticos recebiam, normalmente, melhores
roupas e uma alimentação mais adequada, ao contrário dos que trabalhavam em lavouras.
8. O processo de adaptação cultural também distinguia os negros em dois grupos: boçal, que
tinha menor valor e desconhecia a língua portuguesa e o trabalho na colônia, e o ladino,
que já conhecia o idioma e a rotina de trabalho.

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9. Diante das torturas e castigos sofridos, os africanos se organizaram em grupos de


resistência e reação à escravidão. As formas de resistência iam desde o aborto de
mulheres grávidas, para que seus filhos não nascessem escravizados, até ao suicídio. As
fugas individuais e coletivastambém eram práticas comuns, nas quais os escravos
formavam comunidades negras para a mútua proteção: os chamados quilombos ou
mocambos.
10. Dentre os quilombos mais conhecidos, destaca-se o dos Palmares, localizado em Alagoas,
que existiu entre 1629 e 1694, cujo ápice marca a presença de cerca de 20 mil habitantes.
Dentre seus principais líderes, destacamos Ganga Zumba e seu sobrinho Zumbi, que
comandaram a luta contra os ataques dos brancos.
11. Durante a União Ibérica (1580-1640), o território até então português passou ao domínio
espanhol. Neste cenário, em 1581, a Holanda e outros territórios, até então sob o jugo
espanhol, declararam independência por meio da proclamação da República das
Províncias Unidas.Como punição, Felipe II, rei espanhol, proibiu que os holandeses
comercializassem com os produtores das colônias portuguesas, o que ficou conhecido
como embargo espanhol.
12. A Holanda reagiu ocupando o nordeste brasileiro, no início do século XVII. Em 1621,
fundaram a Companhia das Índias Ocidentais, possuindo o monopólio do comércio com
regiões da África Atlântica e da América. Obtiveram sucesso em Pernambuco, no ano de
1630, após uma fracassada tentativa de ocupar a Bahia, em 1624.
13. Para reorganizar a produção açucareira em Pernambuco, a Holanda enviou o conde
Maurício de Nassau, o qual ficou entre 1637 e 1644 na região. Dentre as principais
características de sua administração, temos: crédito aos senhores de engenho, tolerância
religiosa, obras urbanas e desenvolvimento da vida cultural.
14. Após a saída de Nassau, grupos de luso-brasileiros reagiram às cobranças excessivas de
impostos por parte da Companhia das Índias Ocidentais.No ano de 1645, teve início a luta
pela expulsão dos holandeses, conhecida como Insurreição Pernambucana.
15. A Batalha dos Guararapes (1648-1649) é um marco desse período, no qual os holandeses
foram derrotados pela união dos luso-brasileiros e indígenas.
16. Em 1654, finalmente, os holandeses se rendem. Contudo, a saída dos holandeses se deu,
efetivamente, por meio de acordos diplomáticos, como o Tratado de Haia (1661), que
estabelecia que os territórios conquistados pela Holanda no Brasil (Nova Holanda) seriam
devolvidos a Portugal em troca do pagamento de uma indenização em dinheiro.
17. Diante de tal situação, Portugal passou por crises econômicas em consequência de sua
dependência inglesa, responsável pela proteção político-militar. O Tratado de
Methuen(conhecido como Tratado de Panos e Vinhos, de 1703), estabelecia que Portugal
compraria tecidos de lã ingleses e, em troca, a Inglaterra compraria os vinhos portugueses.
Este monopólio fez com que o desenvolvimento de Portugal se estagnasse e se armasse
em dívidas.

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18. A concorrência açucareira, com a produção do açúcar antilhano pelos holandeses, também
agravou a crise financeira portuguesa. Em 1710, havia um clima de hostilidades e tensão
entre Olinda e Recife. Nesse ano, os olindenses invadiram o Recife dando início à Guerra
dos Mascates. Inicialmente os olindenses levaram vantagem, porém, em 1711, os
recifenses (mascates) se organizaram e invadiram Olinda, destruindo vilas e engenhos na
cidade. A guerra terminou em 1711, sendo que os mascates reassumiram suas posições.

8.2. BANDEIRANTISMO, MINERAÇÃO E PRIMÓRDIOS DA INDEPENDÊNCIA

1. A partir do século XVII, a ocupação territorial do Brasil ganhou força rumo ao interior,
resultado de diferentes sujeitos: os exploradores, em expedições feitas pelo governo para
expulsar invasores; os bandeirantes, que aprisionavam indígenas e africanos fugidos em
sua busca por metais preciosos; os jesuítas, que fundaram aldeamentos para a
catequização de nativos e busca de riquezas naturais; e os criadores de gado, cujos
rebanhos e fazendas se expandiram rumo ao interior do país.
2. Houve, ainda no século XVI, uma série de expedições em busca de ouro organizadas pelo
governo e que ficaram conhecidas como as entradas. No século XVII, por sua vez, também
ocorreram expedições organizadas por particulares, as chamadas bandeiras. Os
bandeirantes entravam pelo sertão em busca de riquezas sob a liderança de um armador.
3. São comuns 3 tipos de atividades bandeirantes: a de apresamento (captura de nativos para
a venda como escravos), a de caráter prospector (procura de metais preciosos) e a de
sertanismo de contrato (combate de nativos e captura de negros fugidos).
4. Outro tipo de expedição ficou conhecido pelo nome de monções: expedições de comércio
com o intuito de atender às necessidades de abastecimento, sobretudo nas regiões de São
Paulo, Mato Grosso e Goiás.
5. No que diz respeito à presença jesuíta, sacerdotes pertencentes à Companhia de Jesus,
fundada na Europa por Inácio de Loyola em 1534, procuravam divulgar o catolicismo pelo
mundo, inclusive no Brasil. Contudo, muitos colonos eram contrários à presença jesuíta,
uma vez que desejavam a captura e a escravização dos nativos, algo que era condenado
pela ordem jesuítica.
6. Em 1684, no Maranhão, ocorreu a chamada Revolta de Beckman, cuja causa é o
descontentamento com a Companhia Geral de Comércio do Estado do Maranhão,
instituída dois anos antes e que não cumpriu com seus compromissos, agravando a crise
econômica e o descontentamento dos colonos.
7. A pecuária também gerou um avanço das fronteiras, os tratados até então estabelecidos
(no caso, o de Tordesilhas, de 1494) foram desconsiderados e as atividades foram
intensificadas, sobretudo, nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo,
com o charque (nome sulino para a carne bovina cortada em mantas, salgada e secada ao
sol).

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8. Para fixar novas fronteiras coloniais, alguns tratados foram assinados entre Portugal,
França e Espanha:
 Tratado de Ultrecht (1713 e 1715): estabelecia que o limite de fronteira entre Brasil
e Guiana Francesa seria, inicialmente, o rio Oiapoque; o segundo procurava resolver
as pendências entre portugueses e espanhóis, estabelecendo que a Colônia de
Sacramento pertenceria aos portugueses.
 Tratado de Madri (1750): entre Espanha e Portugal, deixava a Colônia de
Sacramento sob posse da Espanha, mas reivindicava a Portugal a região dos Sete
Povos das Missões, mas não foi cumprido.
 Tratado de Santo Ildefonso (1777): estabelecia que os espanhóis ficariam com
Sacramento e a região dos Sete Povos, mas exigia que as terras do Rio Grande do
Sul, até então ocupadas pela Espanha, fossem devolvidas a Portugal, mas os
portugueses recusaram.
 Finalmente, o Tratado de Badajós (1801) estabeleceu os mesmos pontos do
Tratado de Madri e foi aceito pelas potências.
9. A mineração, a partir do século XVIII, também foi um fator determinante para a expansão
das fronteiras, sendo que jazidas de ouro de aluvião (encontrado às margens de rios)
foram descobertas desde o final do século anterior. Sua notícia se espalhou e inúmeras
pessoas foram em direção às Minas Gerais.
10. Entre 1707 e 1709 ocorreu a Guerra dos Emboabas, conflito pelo direito de exploração das
recém-descobertas jazidas de ouro em Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os
desbravadores paulistas e os portugueses que vieram depois da descoberta das minas,
tendo sido vencido pelos portugueses.
11. Para o controle do ouro, a Coroa Portuguesa criou as Casas de Fundição, responsáveis pela
transformação do ouro em barras e que, de sua transformação, já retirava o quinto, ou
seja, 20% de todo o ouro extraído deveria ser pago, sob o título de impostos, a Portugal.
12. Tais atitudes geraram revoltas em Minas Gerais, sendo a mais famosa delas a de Vila Rica,
em 1720, na qual cerca de 2 mil pessoas se rebelaram contra a existência das Casas de
Fundição. Contudo, seu líder, Felipe dos Santos,foi preso, enforcado e esquartejado em 16
de julho de 1720.
13. Devido à alta exploração ao longo do século XVIII, ocorreu uma crise econômica na qual os
mineradores não conseguiam mais pagar os impostos. Portugal, então, estipulou a
cobrança da Derrama, em 1765, que representava a cobrança compulsória dos impostos
atrasados. Isto gerou inúmeras insatisfações na população e causou, em 1789, aquela que
ficou conhecida como a Inconfidência Mineira, de caráter separatista, sob a liderança do
alferes Tiradentes e outros letrados, cujos referenciais iluministas já estavam existentes.
Denunciada por Joaquim Silvério dos Reis, um de seus membros, em troca do perdão de
suas dívidas, a revolta foi contida e seus líderes presos, à exceção de Tiradentes, membro
mais pobre, que foi punido com o esquartejamento.
14. Em virtude da decadência da economia açucareira e da transferência da capital da colônia
para o Rio de Janeiro, em 1763, a Bahia passava por uma grave crise econômica,

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especialmente as camadas inferiores, composta por ex-escravos, pequenos artesãos e


mestiços. Em 1797 é fundada, em Salvador, a primeira loja maçônica do Brasil (Loja dos
Cavaleiros da Luz). Participavam de suas reuniões, dentre outros, os intelectuais Cipriano
Barata e Francisco Muniz Barreto. Contaram também com o apoio de pessoas
provenientes de camadas populares: João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas e Luís
Gonzaga das Virgens. A partir de 1798, circulam panfletos dirigidos à população,
conclamando a todos a uma revolução e à proclamação da República Baiense. Os panfletos
defendiam a igualdade social, a liberdade de comércio, o trabalho livre, a extinção de
todos os privilégios sociais e do preconceito de cor. Esse movimento apresentava um forte
caráter popular, sendo por isto também conhecido como a Revolta dos Alfaiates.
15. Em 1808, ocorreu a transmigração da Corte Portuguesa ao Brasil, inaugurando uma nova
era político-administrativa, que abriu definitivamente uma nova fase na Colônia, até
culminar com a sua independência, no ano de 1822.
16. Neste preâmbulo, revoltas de caráter emancipacionista ocorrem e enfraquecem o domínio
da metrópole portuguesa, aspectos estes que serão mais bem trabalhados em nosso
material sobre o Brasil Império.

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9. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS

1) Os portugueses não se preocuparam em promover, de início, a ocupação definitiva dos


territórios então “descobertos”. A que fato isso se deve?
2) O primeiro produto a ser explorado pelos portugueses foi o pau-brasil, árvore típica da
região e que tinha enorme valor no mercado europeu. Qual era o interesse econômico
e como a árvore era extraída?
3) Que motivos levaram a Coroa Portuguesa a intensificar a colonização do Brasil?
4) Sabemos que a produção açucareira foi incentivada no Brasil. Qual era o interesse
português nessa produção?

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5) Como foi o contato inicial dos portugueses com os indígenas e o que mudou ao longo
do século XVI?
6) Quantas eram as capitanias hereditárias e quais resultados elas apresentaram?
7) O que foi o sistema de Governo-Geral?
8) Quem eram os chamados “homens bons” e onde eles atuavam?
9) Comoera a relação entre a Igreja e o Estado nesse período?
10) Como se chamava o órgão responsável pela punição de práticas contrárias ao
catolicismo?
11) Quais eram os principais beneficiados com a produção do açúcar no Brasil?
12) Comente os principais fatores que levaram ao uso da escravidão africana na América
Portuguesa.
13) Quais foram as principais divisões entre os escravos africanos no Brasil?
14) De que forma se estruturou o mercado interno colonial?
15) Cite algumas das principais formas de resistência utilizadas pelos escravos africanos.
16) Quais foram as principais repercussões da União Ibérica no Brasil?
17) Quais foram as principais medidas do governo de Maurício de Nassau em Pernambuco?
18) Quais foram as formas de expansão rumo ao interior do Brasil?
19) Cite e explique, sucintamente, os principais Tratados fronteiriços do século XVIII.
20) Explique a diferença entre “bandeiras” e “entradas” no contexto da expansão
territorial.
21) Cite as causas da Guerra dos Emboabas.
22) O que eram as Casas de Fundição e o que representava o “quinto”?
23) O que gerou a Revolta de Vila Rica, em 1720, e como ela pode ser relacionada com a
sociedade da época?
24) O que foi a “derrama”?
25) O que defendia a Conjuração Baiana de 1798?

QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Os portugueses não se preocuparam em promover, de início, a ocupação definitiva dos


territórios então “descobertos”. A que fato isso se deve?
O período entre 1500 e 1530 é conhecido como pré-colonização, uma vez que os interesses
de Portugal ainda se encontravam no comércio de especiarias com as Índias, muito lucrativo
no período. A partir de 1530, contudo, em virtude do aumento da concorrência, sobretudo a

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italiana, Portugal voltou sua atenção de forma mais direta às terras descobertas, além da
preocupação com as possíveis invasões. Vale lembrar que não são apenas Portugal e Espanha
que estão realizando a expansão marítimo-comercial no período.
2) O primeiro produto a ser explorado pelos portugueses foi o pau-brasil, árvore típica da
região e que tinha enorme valor no mercado europeu. Qual era o interesse econômico e
como a árvore era extraída?
O pau-brasil foi amplamente explorado no Brasil, sobretudo nas regiões litorâneas do
território, de forma a ser enviado mais facilmente à Europa. O interesse econômico em
relação à árvore era devidoa sua pigmentação avermelhada, que era utilizada para colorir
tecidos europeus. Sua extração se deu a partir do trabalho indígena, o qual inicialmente era
trocadopor objetos de pouco valor, vindos da Europa, e que os nativos nunca tinham visto
antes, ou seja, o chamado escambo. Posteriormente, com as resistências indígenas, passou-
se a utilizar da força física e de castigos para que a extração continuasse.
3) Que motivos levaram a Coroa Portuguesa a intensificar a colonização do Brasil?
A intensificação da colonização brasileira se deu como consequência da esperança em achar
metais preciosos, como em territórios espanhóis, e também como proteção das terras de
invasões estrangeiras. Ademais, pode-se apontar o declínio no comércio das especiarias em
virtude da concorrência estabelecida.
4) Sabemos que a produção açucareira foi incentivada no Brasil. Qual era o interesse
português nessa produção?
Sua produção ocorreu, inicialmente, graças às experiências positivas do cultivo de cana-de-
açúcar na África. Como os solos eram semelhantes, Portugal procurou plantar a cana no
Brasil, pois sua produção e venda gerariam imensos lucros à Coroa.
5) Como foi o contato inicial dos portugueses com os indígenas e o que mudou ao longo do
século XVI?
Inicialmente foi positivo e mais acessível em razão do escambo realizado, no entanto, no
decorrer do século XVI, o contato com os indígenas passou a sofrer resistências, como
resultado da violência empregada pelos colonos e do excesso de trabalho aos quais os
indígenas eram submetidos.
6) Quantas eram as capitanias hereditárias e quais resultados elas apresentaram?
No total, o território brasileiro foi dividido em 15 capitanias, de norte a sul. Contudo, elas não
obtiveram o sucesso esperado, uma vez que o território era muito vasto e dificultava a
comunicação entre si. Houve, inclusive, capitanias em que os donatários sequer tomaram
posse. Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente obtiveram êxito financeiro, e tal
sistema foi gradualmente substituído pelo Governo-Geral.
7) O que foi o sistema de Governo-Geral?
Foi um sistema que procurou integrar o território brasileiro por meio da centralização do
poder administrativo da colônia. Seu primeiro governador-geral foi Tomé de Sousa e sua sede
era em Salvador.
8) Quem eram os chamados “homens bons” e onde eles atuavam?

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Os chamados homens bons eram os proprietários de terras, de gados ou de escravos e que


viviam na cidade. Sua atuação se dava no campo político, sobretudo nas Câmaras Municipais.
9) Como era a relação entre a Igreja e o Estado nesse período?
A relação Igreja-Estado era feita por meio do regime do padroado, acordo entre o papa e o
Rei de Portugal que estabelecia direitos e deveres da Coroa em relação à Igreja. Dentre seus
principais deveres, podemos destacar a expansão do catolicismo nas terras conquistadas por
Portugal e a construção de igrejas. Como direitos, a Coroa receberia o dízimo (10%) dos
ganhos ofertados pelos fiéis à Igreja.
10) Como se chamava o órgão responsável pela punição de práticas contrárias ao
catolicismo?
O órgão responsável pelas punições e julgamentos de práticas heréticas era a Inquisição
Portuguesa, ou Tribunal do Santo Ofício, que realizava visitações em que o sacerdote abria
processos contra as pessoas acusadas, levando-os, inclusive, a Portugal para julgamento.
11) Quais eram os principais beneficiados com a produção do açúcar no Brasil?
Os principais beneficiados com a produção do açúcar foram, sobretudo, os holandeses, que
ficaram responsáveis pelo controle da distribuição comercial no mercado europeu
(transporte, refino e venda), uma vez que a produção, feita pelos portugueses, era menos
rentável que a comercialização.
12) Comente os principais fatores que levaram ao uso da escravidão africana na América
Portuguesa.
A mão de obra africana procurou substituir a indígena, uma vez que muitos nativos foram
dizimados ao longo dos séculos XVI e XVII. Ademais, deve-se destacar que o tráfico negreiro
era extremamente lucrativo para os envolvidos, no qual os africanos eram vendidos da África
para o Brasil e geravam lucros a Portugal.
13) Quais foram as principais divisões entre os escravos africanos no Brasil?
Os escravos africanos que trabalharam no Brasil foram divididos entre: escravos de ganho
(adquiridos em leilões), negros do eito (aqueles que trabalhavam nas lavouras), escravo boçal
(que desconhecia a língua portuguesa e o trabalho na colônia) e escravo ladino (entendia a
língua e já conhecia a rotina de trabalho).
14) De que forma se estruturou o mercado interno colonial?
O mercado interno colonial foi estruturado, basicamente, visando ao comércio com o
exterior, sobretudo com os países da Europa. A exploração dos recursos naturais visava ao
proveito da metrópole portuguesa e sua obtenção de lucros. Sua atividade exportadora foi
resultado do cultivo e organização da economia em torno da chamada plantation, uma das
formas mais básicas da colonização do Brasil, pautada pela grande propriedade agrícola e
pela monocultora, sendo escravocrata e exportadora.
15) Cite algumas das principais formas de resistência utilizadas pelos escravos africanos.
Dentre as principais formas de resistência, podemos citar: prejuízo de produções, incêndios
propositais e organização de quilombos, ou seja, grupos de escravos que fugiam e se
organizavam mutuamente contra os europeus.

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16) Quais foram as principais repercussões da União Ibérica no Brasil?


O fim da União Ibérica, em 1640, marca o processo da restauração portuguesa ao trono de
Portugal. Neste sentido, durante a União, o rei Felipe II instituiu aquele que ficou conhecido
como o embargo espanhol à Holanda. Em 1621 foi criada a Companhia das Índias Ocidentais
pelos holandeses, que foram os responsáveis pela ocupação do Nordeste brasileiro e pela
busca de lucros na região.
17) Quais foram as principais medidas do governo de Maurício de Nassau em Pernambuco?
Dentre as principais medidas adotadas por Maurício de Nassau, em seu governo na capitania
de Pernambuco (1637-1644), podemos destacar: reativação da produção açucareira,
tolerância religiosa, investimento em obras urbanas, estímulo à vida cultural e obras
sanitárias.
18) Quais foram as formas de expansão rumo ao interior do Brasil?
Dentre as principais formas de expansão rumo à interiorização do Brasil, temos: as
expedições militares (ocupar e defender as terras brasileiras de ameaças estrangeiras), as
entradas, as bandeiras, as missões jesuíticas e a ampliação da pecuária.
19) Cite e explique, sucintamente, os principais Tratados fronteiriços do século XVIII e o
Tratado de Badajós.
Os principais tratados feitos no período foram: Ultrecht (1713 e 1715), estabelecia as
fronteiras entre o Brasil e a Guiana Francesa, além de buscar solucionar os embates
fronteiriços entre Portugal e Espanha; Madri (1750), determinava que a Portugal e à Espanha
caberia a posse das terras que ocupavam na colônia. Sacramento pertenceria à Espanha e
Sete Povos das Missões a Portugal, mas não foi assinado em razão das resistências de jesuítas
e guaranis; Santo Ildefonso (1777), estabelecia a posse de Sacramento e Sete Povos à
Espanha, e devolvia as terras correspondentes ao Rio Grande do Sul a Portugal. Foi
considerado desvantajoso por Portugal, então não foi assinado; Badajós(1801), confirmou as
fronteiras estabelecidas no Tratado de Madri, de 1750.
20) Explique a diferença entre “bandeiras” e “entradas” no contexto da expansão
territorial.
As bandeiras eram as expedições feitas rumo ao interior do país em busca de ouro,
patrocinadas por particulares. Por sua vez, as entradas representavam a exploração do
território brasileiro em busca de metais preciosos, eram patrocinadas pelo governo.
21) Cite as causas da Guerra dos Emboabas.
A Guerra dos Emboabas é resultado da disputa pelas jazidas de ouro encontradas pelos
paulistas na região das Minas Gerais. Os portugueses, por sua vez, ao ficarem sabendo das
jazidas, partiram em direção à região e lutaram contra os paulistas, tendo saído vitoriosos sob
a liderança de Bento Amaral Coutinho.
22) O que eram as Casas de Fundição e o que representava o “quinto”?
As Casas de Fundição eram locais nos quais ocorria o controle do ouro extraído em Minas
Gerais. Todo o ouro extraído deveria ser, obrigatoriamente, fundido e transformado em
barras. Assim que recebiam as barras, as Casas efetuavam a retirada do “quinto”, ou seja,
20% de impostos cobrados pela Coroa Portuguesa.

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23) O que gerou a Revolta de Vila Rica, em 1720, e como ela pode ser relacionada com a
sociedade da época?
A insatisfação de inúmeros minerados de Vila Rica culminou, em 1720, em uma revolta contra
as Casas de Fundição, uma vez que estas dificultavam a circulação e o comércio do ouro
dentro da capitania e facilitavam somente a cobrança dos impostos. Esse cenário, associado à
insatisfação popular, ocasionou a Revolta de Vila Rica, quando cerca de 2 mil revoltosos,
comandados por Felipe dos Santos, conquistaram a cidade, exigindo a extinção das Casas de
Fundição. O governador fingiu aceitar as reivindicações e organizou suas tropas para reagir à
revolta. Dias depois, seus líderes foram presos e Felipe dos Santos foi condenado, enforcado
e esquartejado.
24) O que foi a “derrama”?
A derrama foi um dispositivo utilizado em Minas Gerais a partir de 1751, com o intuito de
garantir a cobrança dos 20% de impostos à Coroa Portuguesa. Ela representava a cobrança
obrigatória dos impostos atrasados, os quais não eram pagos pelos mineradores em virtude
de extravios e, sobretudo, em razão da diminuição na extração do ouro.
25) O que defendia a Conjuração Baiana de 1798?
A Conjuração ou Revolta dos Alfaiates, de caráter popular, ocorreu em 1798 e pretendia
libertar o Brasil do domínio português. Procurava, ademais, atender às demandas da
população mais pobre e foi composta, em sua grande parte, por escravos, negros livres,
brancos pobres e mestiços. Teve influência na Revolta de São Domingos, chefiada pelo negro
Toussaint Louverture no Haiti contra os colonizadores franceses. Era também uma revolta de
caráter separatista, a qual procurava fundar a República Baiana.

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10. EXERCÍCIOS

1. (Pref. de Juazeiro do Norte-CE - Professor de História /2019)


Esse conflito ocorreu em meio à situação em que a Capitania de Pernambuco se encontrava
nas décadas que se seguiram após a expulsão dos holandeses em 1654. A situação financeira
dos senhores de engenho, cujo centro político estava na cidade de Olinda, agravava-se, haja
vista a concorrência holandesa. Como tinham controle sobre a Câmara de Olinda, esses
senhores de engenho induziram o governo a aumentar os impostos que os comerciantes
tributavam. A maior parte desses comerciantes estava em Recife e, em protesto, entre os
anos de 1710 e 1711, rebelou-se contra Olinda. O conflito descrito acima refere-se à
A) Revolução Pernambucana (1817).
B) Confederação do Equador (1824).
C) Guerra dos Mascates (1710-1711).
D) Conspiração dos Suassunas (1801).
E) Insurreição Pernambucana (1645-1654).
Comentários:
A partir de 1654, a expulsão definitiva dos holandeses de Pernambuco provocou uma grande
mudança no cenário econômico daquela região. Os grandes produtores de açúcar que
anteriormente usufruíram dos investimentos holandeses, agora viviam uma crise decorrente da
baixa do açúcar no mercado internacional e a concorrência do açúcar produzido nas Antilhas.
Contudo, esses senhores de engenho ainda possuíam o controle do cenário político local por meio
do poder exercido na câmara municipal de Olinda.
Com o passar do tempo, a divergência da situação política e econômica entre os fazendeiros de
Olinda e os comerciantes portugueses de Recife criou uma tensão local. Inicialmente, os senhores
de engenho de Olinda, vivendo sérias dificuldades para investirem no negócio açucareiro, pediram
vários empréstimos aos comerciantes portugueses de Recife. Contudo, a partir da deflagração da
crise açucareira, muitos dos senhores de engenho acabaram não tendo condições de honrar seus
compromissos.
Nessa mesma época, a complicada situação econômica de Olinda somou-se ao completo
sucateamento da cidade, que sofreu com as guerras que expulsaram os holandeses. Com isso, a
câmara de Olinda decidiu aumentar os impostos de toda a região, incluindo Recife, para que fosse
possível recuperar o centro administrativo pernambucano. Inconformados, os comerciantes

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portugueses, pejorativamente chamados de “mascates”, buscaram se livrar da dominação política


olindense.
Para tanto, os comerciantes de Recife conseguiram elevar o seu povoado à categoria de vila, tendo
dessa maneira o direito a formar uma câmara municipal autônoma. A medida deixou os
latifundiários de Olinda bastante apreensivos, pois temiam que dessa forma os comerciantes
portugueses tivessem meios para exigir o pagamento imediato das dívidas que tinham a receber.
Dessa forma, a definição das fronteiras dos dois municípios serviu como estopim para o conflito.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar a
nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle de
sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O
prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou,
em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um
ponto final ao conflito.
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e
estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso,
visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir
semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões
para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José.
Dessa forma, a resposta correta é a letra C).
(SOUSA. 2020)
Gabarito: C
2. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
Quanto à Revolta dos Beckman (1684), considere V para afirmativa verdadeira e F para falsa:
( ) Em 1682, para aumentar a lucratividade da colônia, a Coroa portuguesa criou a Companhia
de Comércio do Maranhão, concedendo-lhe o monopólio do comércio na região.
( ) Foi uma revolta que mostrou os problemas de mão de obra e abastecimento na região do
Maranhão.
( ) Os principais líderes do movimento foram enforcados, exceto Thomas Beckman, que foi
deportado para Pernambuco.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A) F – V – V
B) V – V – F
C) V – F – V
D) V – V – V
E) F – F – V
Comentários:

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O Item I é correto, pois o primeiro registro que se tem da entrada de africanos no Maranhão e
Grão-Pará é de março de 1662 e, a partir da década de 1680, essa entrada ficaria sob encargo da
Companhia de Comércio do Maranhão, criada em 1682, principalmente para regular e organizar a
entrada de escravos africanos na região. Essa companhia tinha como promessa entregar, ao
menos, 500 escravos por ano no Maranhão, mas nunca conseguiu cumprir sua promessa. Essa
companhia também tinha como atribuição o monopólio do comércio no Maranhão. Isso foi uma
determinação régia, portanto, vinha de uma ordem real. A Companhia de Comércio do Maranhão
era a única autorizada a comprar as mercadorias produzidas pelos locais e ela era a responsável
por realizar a venda dessas mercadorias adquiridas. Outros itens relacionados ao abastecimento
do Maranhão também eram trazidos e vendidos exclusivamente pela companhia. Esse monopólio
recebeu o nome de estanco.
O Item II é correto, pois na questão econômica, o estanco prejudicava os interesses comerciais dos
colonos. Além disso, havia denúncias de favorecimentos de terceiros por parte da Companhia de
Comércio do Maranhão; outras denúncias falavam que a companhia pagava valores muito baixos
pelas mercadorias trazidas pelos locais e abastecia São Luís com produtos de baixa qualidade. A
rivalidade existente entre São Luís e Belém também repercutiu para o início da Revolta de
Beckman. Os habitantes da cidade maranhense sentiam-se prejudicados pelo fato de o governador
da província, Francisco de Sá e Menezes, preferir morar em Belém. Do ponto de vista popular, a
miséria, na qual uma parte da população era obrigada a viver, também serviu de motivação para a
revolta.
O Item III é correto, pois a chegada do governador fez com que a normalidade (do ponto de vista
da Coroa) fosse restabelecida. O novo governador emitiu as ordens para prender os envolvidos
com a revolta, e as punições foram ditadas. Manuel Beckman e Jorge de Sampaio de Carvalho
foram condenados à forca. Tomás Beckman e Eugênio Ribeiro Maranhão foram presos, Belquior
Gonçalves foi açoitado e degredado de volta para Portugal. Outros envolvidos foram multados.
Com o fim da revolta, os jesuítas retornaram e continuaram explorando a mão de obra dos
indígenas. A Companhia de Comércio do Maranhão foi extinta, pois a rejeição popular a ela era
muito grande (a revolta em si foi um sinal disso). Por fim, a proibição acerca da escravização dos
indígenas foi revista pela Coroa no Maranhão. Em 1688, uma nova lei entrou em vigor a partir do
mês de abril. Com essa lei, foram criados critérios para escravização de indígenas e o controle
sobre essas questões foi atribuído à Fazenda Real e à Corte. Com essa lei, retomaram-se as
expedições (chamadas de “descimentos”) para realizar a captura de indígenas. A escravização de
indígenas no Brasil só foi terminantemente proibida em 1755, por ordem do Marquês de Pombal.
Sendo assim, a resposta correta é a letra D).
(NEVES, 2020)
Gabarito: D
3. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)
A respeito da Revolta de Filipe dos Santos (1720), assinale a alternativa incorreta.
A) O governo português proibiu a circulação de ouro em pó em Minas Gerais, exigindo que
todo o minério extraído fosse entregue às Casas de Fundição.

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B) Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro e a revolta durou um ano.
C) Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.
D) Após a revolta, a coroa portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das
minas, visando combater a evasão fiscal e o contrabando de ouro.
E) Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a capitania de Minas Gerais.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois a região de Minas Gerais produzia muito ouro no
século XVIII. A coroa portuguesa aumentou muito a cobrança de impostos na região. O quinto, por
exemplo, era cobrado sobre todo outro extraído (20% ficavam com Portugal). Esta cobrança
ocorria nas Casas de Fundição. Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pepitas. Quem fosse
pego desrespeitando as leis portuguesas era preso e recebia uma grave punição (degredo para a
África era a principal).
A Alternativa B) é a resposta certa, pois Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro
(dono de tropas de mulas para transporte de mercadorias). Com seus discursos e ideias atraiu a
atenção das camadas mais populares e da classe média urbana de Vila Rica. Defendia o fim das
Casas de Fundição e a diminuição da fiscalização metropolitana. A revolta durou quase um mês. Os
revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação tensa, o
governador da região, Conde de Assumar, chamou os revoltosos para negociar, solicitando que
abandonassem as armas.
A Alternativa C) não é a resposta correta, pois os rebeldes voltaram então para Vila Rica, de onde
haviam saído. Aproveitando a trégua, o conde mandou prender os líderes do movimento, cujas
casas foram incendiadas. Muitos deles foram deportados para Lisboa, mas Filipe do Santos foi
condenado e executado. Assim, essa revolta não conseguiu cumprir seus objetivos e foi facilmente
sufocada pelo governo. Felipe dos Santos foi morto porque ele e sua tropa demoliram as casas de
fundição.
A Alternativa D) não é a resposta correta, pois, vencedor, o Conde de Assumar impôs todas as suas
vontades: as Câmaras se calaram, o povo ficou submisso enquanto a polícia do governador passava
a vigiar todo o distrito, com uma legislação pesada que a todos subjugava. As casas de fundição
foram, então, instaladas, passando a funcionar a partir de 1725. As estradas passaram então a ser
ainda mais limitadas para o escoamento do ouro, a fim de se evitar o contrabando e a sonegação.
Foi criado um sistema de salvo-conduto, erguidos postos de alfândega e de pedágio nos caminhos
que levavam às regiões mineradoras.
A Alternativa E) não é a resposta correta, pois ainda se pode apontar como consequência do
levante a emancipação da Capitania das Minas do Ouro da de São Paulo; e o fato de ter se
registrado que no movimento tenha sido falado em República, fazendo com que a revolta seja
considerada uma precursora da Conjuração Mineira de 1789.
(SOUSA, 2020).
Gabarito: B
4. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)

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Assinale a alternativa incorreta sobre a Conjuração Baiana.


A) A Conjuração Baiana foi bastante ampla e popular entre as rebeliões coloniais.
B) A Conjuração Baiana foi antagônica aos ideais iluministas que eram propagados naquele
período.
C) Dela participaram padres, profissionais liberais (como médicos e advogados), alguns
membros da elite intelectual e, sobretudo, pessoas dos grupos sociais mais pobres, como
sapateiros, ex-escravos, soldados e vários alfaiates.
D) Esse clima favoreceu a propagação dos ideais iluministas de liberdade, igualdade e
fraternidade, divulgados na Bahia por membros da maçonaria (associação civil não religiosa
que cresceu na Europa do século XVIII e logo foi difundida no Brasil).
E) Em 12 de agosto de 1798 papéis foram pregados nas vias públicas de Salvador e falavam
em liberdade e República.
Comentários:
A Alternativa A) não é a resposta correta, pois a Conjuração Baiana, também denominada como
Revolta dos Alfaiates (uma vez que alguns participantes da trama exerciam este ofício) e
recentemente também chamada de Revolta dos Búzios, foi um movimento de caráter
emancipacionista, ocorrido no final do século XVIII (1798-1799), na então Capitania da Bahia, na
colônia brasileira. Diferentemente da Inconfidência Mineira (1789-1792), foi difundida pela
historiografia tradicional enquanto sendo um movimento de caráter popular em que defendiam a
independência e mais igualdade racial, um governo republicano, democrático, com liberdades
plenas, o livre comércio e abertura dos portos como principais pontos, além de um salário maior
para os soldados.
A Alternativa B) é a resposta certa, pois no século XVIII, a insatisfação da população baiana contra a
administração colonial se avolumava por conta da ausência de produtos, da fome e outras mazelas
que assolavam a população. Além disso, percebemos que, nesse mesmo período, os conteúdos do
pensamento iluminista ali se manifestavam sob o signo da liberdade, da igualdade e da
fraternidade. De fato, a experiência revolucionária ocorrida na França servia de inspiração contra o
domínio dos colonizadores.
A Alternativa C) não é a resposta correta, pois o movimento teve participação de pessoas com
profissões mais simples, como sapateiros, bordadores, ex-escravos e escravos, além, claro, de
alfaiates. O movimento envolveu indivíduos de setores urbanos e marginalizados na produção da
riqueza colonial, que se revoltaram contra o sistema que lhes impedia perspectivas de ascensão
social.
A Alternativa D) não é a resposta correta, pois no ano de 1797, sob a influência da maçonaria
francesa, formou-se em Salvador uma sociedade secreta que tinha como foco inicial realizar a
disseminação do iluminismo. Composta por membros da elite intelectual baiana, essa loja
maçônica promovia a leitura de textos de Voltaire e Rousseau. Além disso, seus integrantes,
também conhecidos como “Cavaleiros da Luz”, passaram a circular panfletos que criticavam o
governo local e defendiam a criação de uma República na Bahia. Com o passar do tempo, esse
processo de doutrinamento político ganhou forças com o expresso apoio de outros extratos da

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sociedade local. Em agosto de 1798, o número de integrantes do movimento se avolumou, assim


como a variabilidade das reivindicações. Entre estas, destacamos a criação de um governo de
inspiração jacobina, a transformação do sistema tributário, a melhoria nos salários dos oficiais, a
liberdade econômica e intelectual, e a libertação dos escravos.
A Alternativa E) não é a resposta correta, pois em 12 de agosto de 1798, o movimento precipitou-
se quando alguns de seus membros, distribuindo os panfletos na porta das igrejas e colando-os nas
esquinas da cidade, alertaram as autoridades que, de pronto, reagiram, detendo-os. Tal como na
Conjuração Mineira, interrogados, acabaram delatando os demais envolvidos.
(SOUSA, 2020; SÓ HISTÓRIA, 2020).
Gabarito: B
5. (ITAME - Pref. de Senador Canedo-GO - Professor de História /2019)
Analise a charge.

A charge faz alusão ao contexto de 1789, remontando a emblemática revolta da


Inconfidência Mineira. Inserindo o uso do recurso humorístico ao contexto, podemos concluir
que a expressão presente na charge, “Colônia de Portugal uma ova!!”, relaciona-se
A) ao fim do pacto colonial.
B) ao estabelecimento do quinto.
C) à chegada da família real ao Brasil.
D) ao direito dos emboabas sobre as minas.
Comentários:
A alternativa A está correta, pois o Pacto Colonial, ou Exclusivo Comercial Metropolitano, era um
sistema de leis e normas que as metrópoles impunham às suas colônias durante o período colonial,
ou seja: as metrópoles eram os países que se beneficiavam dos produtos e da atividade econômica
de seus territórios coloniais. Assim, a expressão confirma a total revolta dos brasileiros com esse
pacto.

História. 39
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A alternativa B está incorreta, pois o quinto era um imposto cobrado pela Coroa de Portugal e as
Casas de Contratações sobre o ouro encontrado em suas colônias. Correspondia a 20% do metal
extraído e sua forma de cobrança variou conforme a época e a Coroa Portuguesa era feita das
primeiras doações das capitanias hereditárias por D. João III, em outra época, na colonização em
1534.
A alternativa C está incorreta, pois a vinda da família real foi um acontecimento iniciado em 29 de
novembro de 1807, e o seu desembarque em terras brasileiras ocorreu em 22 de janeiro de 1808,
na cidade de Salvador. A vinda foi consequência direta do Período Napoleônico e do
desentendimento existente entre França e Portugal na questão do Bloqueio Continental.
A alternativa D está incorreta, pois a Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a
1709 pelo direito de exploração das recém-descobertas jazidas de ouro na região do atual estado
de Minas Gerais, no Brasil. O conflito contrapôs os desbravadores vicentinos e os forasteiros que
vieram depois da descoberta das minas.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013)
Gabarito: A
6. (IBADE - Pref. Municipal de Vilhena-RO – Prof. De Geografia / 2019)
A colonização neerlandesa no Nordeste Brasileiro, embora tenha durado menos de trinta
anos, marcou de forma indelével o desenvolvimento econômico e urbano de cidades como
Recife e Olinda. Quais teriam sido as motivações neerlandesas para a tomada de territórios
americanos considerados pertencentes a Portugal no século XVII?
A) A invasão das capitanias do Nordeste insere-se em um cenário mais amplo de guerra entre
os Países Baixos e a Inglaterra, aliada do Reino de Portugal
B) Manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto
europeu, sendo considerado também um ataque à Coroa Espanhola durante o período da
União Ibérica
C) A ocupação das terras da capitania de Pernambuco teria sido realizada a pedido dos
próprios colonos, os quais consideravam economicamente vantajosa a presença da
Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais
D) Contestação dos tratados diplomáticos celebrados entre Portugal e Espanha nos séculos
XV e XVI, os quais excluíam os Países Baixos do processo de colonização das Américas
E) Conflitos religiosos entre protestantes e católicos na Europa, o que teria aumentado as
hostilidades entre neerlandeses e portugueses em meados do século XVII
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois as invasões holandesas no Brasil ocorreram quando os
holandeses ocuparam territórios no Nordeste brasileiro no século XVII. Essa invasão estava
diretamente relacionada com as questões diplomáticas envolvendo Portugal, Espanha e a própria
Holanda naquele período. Os holandeses procuraram construir sua própria colônia na América ao
se apropriar de uma das principais praças produtoras de açúcar da América Portuguesa.

História. 40
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A Alternativa B) é correta, pois a invasão do Nordeste brasileiro pelos holandeses resultou


diretamente das relações diplomáticas entre Portugal, Espanha e Holanda no final do século XVI.
Até 1580, a Holanda tinha um envolvimento direto com o negócio do açúcar produzido no Brasil,
pois foram eles que financiaram o desenvolvimento do negócio aqui e eles também participavam
do refino e da comercialização do açúcar na Europa. A atividade açucareira rendeu bastante lucro
para Portugal e Holanda. No entanto, essa situação sofreu profundas modificações com a crise da
dinastia de Avis em Portugal, no final do século XVI. Essa crise de sucessão deflagrou-se quando d.
Henrique, rei de Portugal, morreu e não deixou herdeiros diretos. Assim sendo, uma disputa
aconteceu e resultou na coroação de Filipe II, da Espanha, como rei de Portugal. Como
desdobramento, as coroas de Espanha e Portugal foram unificadas sob o domínio do mesmo rei.
Isso ficou conhecido como União Ibérica e representava, naturalmente, que mudanças drásticas
aconteceriam nas relações diplomáticas entre Holanda e Portugal, pois a Holanda estava em
guerra contra a Espanha desde 1568. Essa guerra entre Espanha e Holanda tinha relação com a luta
dos holandeses por sua independência (até 1581, a Holanda estava sob o domínio dos Habsburgo,
a dinastia que reinava na Espanha). Por conta desse contexto, os inimigos da Espanha tornaram-se
os inimigos de Portugal, já que os dois países passaram a ser governados pelo mesmo rei. Assim, os
holandeses acabaram sendo excluídos do negócio do açúcar e isso resultou em uma ação dos
holandeses contra Portugal. Em 1595, os holandeses saquearam portos portugueses no continente
africano e, em 1604, atacaram a cidade de Salvador, na Bahia, mas o ataque dos holandeses
acabou fracassando. Depois disso, os holandeses permaneceram em trégua com os espanhóis até
1621.
A Alternativa C) é incorreta, pois depois de terem sido expulsos de Salvador, os holandeses
voltaram-se contra Pernambuco, outra capitania brasileira que prosperava com a produção de
açúcar. Em 1630, uma expedição holandesa formada por 65 embarcações e 7280 homens atacou
Olinda. Com essa força, os holandeses conseguiram conquistar Olinda em 14 de fevereiro de 1630.
Entre 1630 e 1637, os holandeses estenderam o seu domínio pelo Nordeste brasileiro e
conquistaram regiões como a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Para isso, contaram com a preciosa
ajuda de um colono chamado Domingo Fernandes Calabar. O conhecimento que ele tinha da terra
foi crucial para o sucesso dos holandeses. A partir da década de 1640, a WIC entrou em processo
de falência, e Maurício de Nassau acabou entrando em conflito com a administração da WIC. Em
1643, Nassau recebeu ordens de retornar para a Holanda. A partir daí a colônia holandesa no Brasil
só entrou em decadência.
A Alternativa D) é incorreta, pois a trégua da Holanda com a Espanha encerrou-se em 1621 e, no
mesmo ano, a Companhia das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie, em holandês) foi
fundada. Esses acontecimentos fizeram com que a guerra fosse retomada. A WIC (sigla da
companhia no holandês) tinha como objetivo tomar o controle dos locais produtores de açúcar de
Portugal, bem como dos postos de comércios de escravos na África. Em 1624, veio o primeiro
grande ataque dos holandeses contra a capital do Brasil, a cidade de Salvador, e eles a
conquistaram após 24 horas de batalha. O domínio dos holandeses concentrou-se nos limites da
cidade, uma vez que a resistência dos colonos e dos portugueses não permitiu que os holandeses
se expandissem pelo Recôncavo Baiano.

História. 41
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A Alternativa E) é incorreta, pois essa guerra entre Espanha e Holanda tinha relação com a luta dos
holandeses por sua independência (até 1581, a Holanda estava sob o domínio dos Habsburgo, a
dinastia que reinava na Espanha). Por conta desse contexto, os inimigos da Espanha tornaram-se
os inimigos de Portugal, já que os dois países passaram a ser governados pelo mesmo rei. Assim, os
holandeses acabaram sendo excluídos do negócio do açúcar e isso resultou em uma ação dos
holandeses contra Portugal.
(MOTA; BRAICK, 2005; NEVES. 2020)
Gabarito: B
7. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)

Sobre a ocupação holandesa em parte da atual Região Nordeste, assinale a afirmativa


correta.
A) Mostrou-se insustentável após a Restauração portuguesa, em função da aliança luso-
britânica.
B) Era o resultado de conflitos de ordem global que envolviam holandeses, espanhóis e
portugueses.
C) Organizou-se de modo a dispensar o trabalho de africanos escravizados e de índios
aldeados.
D) Representou um momento de intolerância religiosa em relação a outras matrizes
culturais.
E) Caracterizou-se pelo aumento dos índices de produção da lavoura a níveis inéditos para os
padrões portugueses.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois a Restauração de Portugal ocorreu quando Portugal readquiriu
sua independência, e seu trono passou a ser ocupado por d. João IV, inaugurando a dinastia dos
Bragança. Com esse acontecimento, os portugueses deram início a esforços para recuperar sua
colônia e passaram a incentivar os colonos para que os holandeses fossem expulsos do Nordeste. A
guerra entre holandeses e portugueses estourou a partir de 1645 e estendeu-se até 1654. Esse
período de batalhas ficou conhecido como Guerras Brasílicas e contou com lideranças locais

História. 42
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importantes na luta contra os holandeses, tais como André Vidal de Negreiros e João Fernandes
Vieira. A mobilização contra os holandeses teve a participação de donos de engenhos, negros e
indígenas.
A Alternativa B) é correta, pois as invasões holandesas no Brasil ocorreram quando os holandeses
ocuparam territórios no Nordeste brasileiro no século XVII. Essa invasão estava diretamente
relacionada com as questões diplomáticas envolvendo Portugal, Espanha e a própria Holanda
naquele período. Os holandeses procuraram construir sua própria colônia na América ao se
apropriar de uma das principais praças produtoras de açúcar da América Portuguesa.
A Alternativa C) é incorreta, pois entre 1630 e 1637, os holandeses estenderam o seu domínio pelo
Nordeste brasileiro e conquistaram regiões como a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Para isso,
contaram com a preciosa ajuda de um colono chamado Domingo Fernandes Calabar. O
conhecimento que ele tinha da terra foi crucial para o sucesso dos holandeses. A partir de 1637, foi
enviado pela WIC o Alemão Maurício de Nassau para administrar a colônia holandesa. Ele era um
militar e foi indicado para assumir o cargo e aqui permaneceu até 1643. A administração de Nassau
foi um momento importante para o estabelecimento dos holandeses no Brasil. Maurício de Nassau
realizou inúmeras ações para o desenvolvimento da colônia. Ele procurou recuperar a economia
açucareira de Pernambuco ao vender engenhos que tinham sido abandonados durante a guerra
entre portugueses e holandeses e procurou estabelecer algumas normas para a melhoria da vida,
como a obrigatoriedade de se plantar mandioca, proibição de se jogar lixo nas ruas, entre outras
medidas.
A Alternativa D) é incorreta, pois a invasão do Nordeste brasileiro pelos holandeses resultou
diretamente das relações diplomáticas entre Portugal, Espanha e Holanda no final do século XVI.
Até 1580, a Holanda tinha um envolvimento direto com o negócio do açúcar produzido no Brasil,
pois foram eles que financiaram o desenvolvimento do negócio aqui e eles também participavam
do refino e da comercialização do açúcar na Europa.
A Alternativa E) é incorreta, pois a decadência da colônia holandesa pode ser explicada por alguns
fatores. Primeiramente, houve a falência da Companhia das Índias Ocidentais, o que acabou
prejudicando severamente o empreendimento, uma vez que eles eram os responsáveis. Nessa
questão, podemos destacar também a demissão de Maurício de Nassau de sua função de
governador-geral da colônia. Os problemas econômicos da WIC acabaram fazendo com que ela
não investisse o necessário para garantir a segurança de sua colônia. Isso foi um erro muito
grande, porque desde a Restauração de Portugal, em 1640, os rumores de que os portugueses se
lançariam em uma guerra contra os holandeses por Pernambuco só aumentavam.
(NEVES, 2020)
Gabarito: B
8. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)
Leia o texto a seguir. “Fixando-se os olhos no Brasil, contudo, percebe-se que a corrosão do
Antigo Regime não o destruiu completamente, marcando-se também por continuidades. Se o
absolutismo, a sociedade estamental, o fanatismo religioso, o poderio desmesurado dos
clérigos e da Igreja, o monopólio comercial e a sujeição de Lisboa tornaram-se página virada,

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o mesmo não se deu com a escravidão, os valores aristocráticos e, em certa medida, o


‘capitalismo comercial’, que tinha no tráfico negreiro uma de suas fontes. O mesmo se pode
dizer a respeito da dependência econômica, ainda que esta não se desse mais nos quadros do
antigo sistema colonial, mas, sim, sob a égide de uma potência capitalista, que desenvolvia
uma política imperialista: a Inglaterra.”
VILLALTA, Luiz Carlos. O Brasil e a crise do Antigo Regime português. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2016, p. 236-237.
Considerando o processo de emancipação política do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) Realizou-se de modo pacífico e sem contestações violentas, com acentuado protagonismo
popular.
B) Manteve ileso o sistema político do período colonial, baseado no favorecimento e no
personalismo.
C) Silenciou proposições dissidentes em favor da permanência da monarquia e da
escravidão.
D) Assegurou uma política de inclusão social para os mestiços que, a partir de 1824, passaram
a exercer cidadania política.
E) Aprofundou as relações de dependência com a antiga metrópole até, pelo menos, a
maioridade de d. Pedro II.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois o processo de independência do Brasil aconteceu, de fato,
durante a regência de Pedro de Alcântara no Brasil. As Cortes portuguesas (instituição surgida com
a Revolução do Porto) tomaram algumas medidas que foram bastante impopulares aqui, como a
exigência de transferência das principais instituições criadas durante o Período Joanino para
Portugal, o envio de mais tropas para o Rio de Janeiro e a exigência de retorno do príncipe regente
para Portugal. Essas medidas junto com a intransigência dos portugueses, no decorrer das
negociações com representantes brasileiros, e do tratamento desrespeitoso em relação ao Brasil
fizeram com que a resistência dos brasileiros com os portugueses aumentasse, e reforçou a ideia
de separação em alguns locais do Brasil, como no Rio de Janeiro. A exigência de retorno de D.
Pedro para Portugal resultou em uma reação instantânea no Brasil.
A Alternativa B) é incorreta, pois a sucessão dos acontecimentos nos meses seguintes foram
responsáveis por incitar o Brasil à ruptura com Portugal, uma vez que, como mencionado, isso não
era certo em janeiro de 1822. Ao longo do processo de independência, duas pessoas tiveram
grande influência na tomada de decisões de D. Pedro: sua esposa, Maria Leopoldina, e José
Bonifácio de Andrada e Silva. O rompimento ficou cada vez mais evidente com algumas medidas
aprovadas no Brasil. Em maio de 1822, foi decretado o “Cumpra-se”, medida que determinava que
as leis e as ordens decretadas em Portugal só teriam validade no Brasil com o aval do príncipe
regente. No mês seguinte, em junho, foi determinada a convocação de eleição para a formação de
uma Assembleia Constituinte no Brasil.

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A Alternativa C) é correta, pois a relação das Cortes portuguesas com as autoridades brasileiras
permaneceu irreconciliável e prejudicial aos interesses dos brasileiros. Em 28 de agosto de 1822,
ordens de Lisboa chegaram ao Brasil com a mensagem que o retorno de D. Pedro para Portugal
deveria ser imediato. Além disso, anunciava-se o fim de uma série de medidas em vigor no Brasil e
tidas pelos portugueses como “privilégios” e os ministros de D. Pedro eram acusados de traição.
A Alternativa D) é incorreta, pois nossa independência resultou mais de um acordo entre as elites
dominantes, que estavam interessadas em manter a mesma estrutura colonial e agrária do Brasil.
Claro que tivemos algumas lutas, mas a participação popular foi praticamente nula, pois a maioria
esmagadora da população, que vivia no campo, viu indiferente o poder mudar de mão e sua
situação de penúria continuar exatamente a mesma.
A Alternativa E) é incorreta, pois Entre as consequências do processo de independência do Brasil,
podem ser mencionados o surgimento do Brasil enquanto nação independente e a construção da
nacionalidade “brasileira”.
(NEVES, 2020)
Gabarito: C
9. (FUNDEP – Pref. de Uberlândia – Professor de História / 2019)
[...] são questionáveis algumas observações de (Fernando) Novais (1986) no que se refere às
interpretações das inconfidências, em especial a Mineira. Sua concepção de que as ideias que
em Portugal possuíam uma face reformista, quando transpostas a uma situação colonial,
ganhavam uma face ‘revolucionária’ nos parece hoje inadequada e mesmo insustentável. [...]
FURTADO, João Pinto. Inconfidências e conjurações no Brasil: notas para um debate
historiográfico em torno dos movimentos do último quartel do século XVIII. In: FRAGOSO,
João; GOUVÊA, Maria de Fátima. Coleção O Brasil Colonial, 1720-1821. V. 3. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014. p. 647.

Para justificar sua contraposição a Fernando Novais, João Pinto Furtado argumenta, entre
outros elementos, que
A) o baixo nível de alfabetização da região impedia, por si só, a expansão do ideal
revolucionário, absolutamente dependente da leitura dos princípios franceses, embora os
Autos de Devassa indiquem o confisco de vários livros nas bibliotecas dos inconfidentes.
B) havia uma crença plantada pelo Conde de Assumar, em 1720, de que o ar de Minas
inspirava revoluções e, por isso, todos os governantes enviados pelo rei para a região eram
negociadores por natureza, contendo, assim, todo ímpeto revolucionário local.
C) manifestações populares nas ruas ao som de “viva o rei, viva o povo e morra o
governador” eram especificamente contra o governador Barbacena, não contra o rei, porque
este aplicava cegamente as determinações de Lisboa quanto à cobrança dos impostos
atrasados.

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D) nomes importantes do movimento mineiro, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio


Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, almejavam algumas reformas no sistema, mas restritas
à troca de nomes em postos de poder, não alterando os seus pilares.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois, popularmente conhecida como Inconfidência Mineira, a sedição
abortada entre os anos de 1788 e 1789 era um movimento, ao contrário do que comumente já se
afirmou, bastante heterogêneo, tanto no que respeita à extração social dos agentes e suas
motivações econômicas, quanto às ideias que alimentavam, quanto ao sentido último do projeto
sedicioso. Se acompanhamos as modernas tendências da historiografia e ampliamos o campo de
visão sobre os personagens presentes na trama de 1788-1789 e, ainda, pensamos no testemunho
de seus contemporâneos, os principais protagonistas poderão apresentar muitas facetas
interessantes e diversificadas. Tomados alternada e sucessivamente como idealistas, astutos,
oportunistas ou loucos, os inconfidentes de 1789 e a Inconfidência Mineira foram um pouco
marcados, em sua existência concreta, por cada uma destas características as quais são
profundamente relevantes para análise de seus discursos e práticas.
A Alternativa B) é incorreta, pois a natureza e o sentido do levante não poderiam ser
definitivamente estabelecidos antes da deliberação final dos agentes sobre esse e outros temas, o
que acabou não ocorrendo. A correta atribuição das respectivas posições e responsabilidades
sobre esses temas, nesse sentido, é fulcral ao entendimento dos propósitos finais dos
inconfidentes que poderiam, para alguns, se revelar apenas reformistas ou regeneradores,
portanto, inscritos na linha dos demais motins e demandas características do Antigo Regime
português.
A Alternativa C) é incorreta, pois, inspirados pelo exemplo dos “americanos ingleses” e premidos
pelo processo de transformação econômica que se arrastava há décadas, redefinindo relações
pessoais e de poder, nossos protagonistas começaram a trocar, perigosa e publicamente, algumas
impressões sobre a conjuntura em que viviam, bem como sobre o futuro da América Portuguesa.
Foram realizadas pelo menos cinco reuniões importantes no ano de 1788, sendo a mais decisiva a
última, que ocorreu em 26 de dezembro. Nela, supostamente se definiram as principais propostas
e linhas de ação para os primeiros tempos que se seguiriam ao levante, o qual deveria ser
deflagrado nos primeiros meses de 1789, tão logo decretada a “Derrama”. A importância da
Derrama como principal gerador de descontentamento era tão capital que foi naturalmente
percebida também pelas autoridades da Capitania que não só a suspenderam, como jamais
voltaram a mencionar o tema após a desestruturação do levante, em demonstração de grande
habilidade e, ao mesmo tempo, de grande realismo quanto à percepção da conjuntura vivida pela
capitania ao se aproximar o final do século XVIII. É importante destacar, nesse caso, que a
suspensão se deu antes mesmo da denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, isto é, tão logo o
Visconde de Barbacena se deu conta de seu potencial de geração de instabilidade na Capitania.
A Alternativa D) é correta, pois, embora o apelo “separatista” pudesse caracterizar um horizonte
relativamente novo de mobilização na Inconfidência Mineira de 1789, a evocação da questão
fiscal, expressa pela iminente decretação da derrama, era forte indício de uma componente
tradicional no levante. Articulando homens tão diferentes como o empedernido Tomás Antônio

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Gonzaga, ouvidor da comarca de Vila Rica, e o eloquente Alferes Joaquim José, o movimento
parece ter ganho maior visibilidade, pela primeira vez, no batizado de um filho do poeta Alvarenga
Peixoto em oito de outubro de 1788 quando, em meio a “bravatas etílicas” e imprecações contra o
governador, alguns aspectos da trama foram trazidos à luz. Segundo afirma a historiografia,
estiveram presentes ao batizado vários inconfidentes da Comarca do Rio das Mortes sendo ali,
pela primeira vez, traçadas publicamente e com grande excitação, algumas das linhas do levante.
Inicialmente, acordou-se que era preciso um fato de inequívoco apelo político, que estimulasse a
revolta popular e reacendesse o velho espírito insurgente que desde o início caracterizara as
Minas. Sendo a cobrança dos débitos acumulados especialmente adequada a este fim, optou-se
por deixar em aberto a data efetiva de deflagração pois julgava-se, por aquela ocasião, que uma
das principais instruções trazidas pelo novo governador era relativa ao lançamento da derrama, o
que deveria se dar ainda no primeiro semestre de 1789. Segundo o que se acertou grosseiramente
naquela data, o movimento inconfidente seria, portanto, deflagrado a partir de decretação da
derrama e através da senha “hoje é o dia do batizado”, a ser divulgada entre todos os sediciosos
através de emissários designados por Francisco de Paula Freire de Andrade e por Tiradentes.
(FURTADO. 2002)
Gabarito: D
10. (IBADE - SEMED-Porto Velho-RO – Professor Nível II - História / 2019)
Em 3 de setembro de 1759 a Coroa portuguesa expulsou a Companhia de Jesus de todos os
seus territórios ultramarinos. Entre as principais razões apontadas para o banimento da
ordem religiosa está:
A) o apoio jesuítico à Espanha em meio a disputas por fronteiras ao Sul da América do Sul.
B) o fracasso da política indianista da Cia. De Jesus, incapaz de transformá-los em súditos de
Portugal.
C) a falta de apoio dos jesuítas para impedir a União Ibérica, que submetia Portugal à
Espanha.
D) a descoberta de articulações políticas entre os jesuítas para deporem o Rei D. José I de
Portugal.
E) a política de modernização do Estado português levada a frente pelo futuro Marquês de
Pombal.
Comentários:
A Alternativa A) é incorreta, pois na raiz dos conflitos entre as autoridades civis e eclesiásticas com
os missionários jesuítas no norte do Brasil (atuais estados do Pará e do Maranhão), estavam
reformas político-econômicas propostas pelo Marquês de Pombal, implementadas naquela região
por seu meio-irmão Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador entre 1751 e 1759.
A Alternativa B) é incorreta, pois boa parte desses conflitos tinham sua raiz no modo como os
jesuítas administraram as aldeias sob seu controle, pois esses apartavam os povos nativos da
sociedade colonial; sendo, desse modo, um obstáculo aos interesses dos colonos de explorar, sem
restrições, o trabalho dos povos nativos, portanto, pode-se concluir que as leis decretadas pelo

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Marquês de Pombal, atendiam os interesses dos colonos. Tais conflitos estão entre as causas da
expulsão dos Jesuítas do Grão-Pará e Maranhão, em 1759.
A Alternativa C) é incorreta, pois como antecedentes próximos da referida expulsão, pode-se citar
a expulsão de dez jesuítas no ano de 1757, com destaque para: o padre João Daniel, que
apresentou reclamações ao governador contra uma lei de 1757, que retirou dos missionários a
administração temporal das aldeias e, por isso, foi acusado de insubordinação; e os Padres André
Meisterburg e Anselmo Eckart, acusados de terem armado os índios, de modo similar a fatos que
teriam ocorrido na Guerra Guaranítica.
A Alternativa D) é incorreta, pois o Embaixador português no Vaticano, a pedido do Marquês de
Pombal, denunciou a Companhia de Jesus pela prática de comércio no Estado do Grão-Pará e
Maranhão, o que resultou na investigação dirigida pelo Cardeal Saldanha da Gama, indicado pelo
Papa para o cargo de Reformador e Visitador da Companhia de Jesus no Estado do Grão-Pará e
Maranhão. Em 1758, as investigações foram encerradas, e permitiram que o Cardeal confirmasse
as denúncias, retirasse as faculdades de confessar dos jesuítas e condenou Lorenzo Ricci, então
Superior-geral da Companhia de Jesus, por permitir a comercialização das "drogas do sertão".
A Alternativa E) é correta, pois Após o Sismo de Lisboa de 1755, percebendo, no episódio, uma
oportunidade para reforma dos costumes e da moral, o padre jesuíta Gabriel Malagrida escreveu
um opúsculo sobre moral do qual ofereceu exemplares a José I de Portugal e ao Marquês de
Pombal. Este último, entretanto, entendeu a oferta e as exortações moralistas do religioso como
uma insinuação acusatória, pelo que desterrou o religioso para Setúbal. Pouco tempo depois,
Pombal acusou os jesuítas de instigarem os motins contra si, nomeadamente contra a sua criação
da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (Porto, 1757), o que lhe permitiu
entre outras coisas o de extinguir as missões no Brasil e passar as suas enormes propriedades
imobiliárias e empresariais para o Estado. Na época, o Marquês de Pombal, insinuou que o
atentado seria obra daquela família em conluio com os jesuítas. Em 1759, Pombal enviou um
relatório oficial a Roma acerca do ferimento de D. José, mas este acabou por ter poucas
repercussões na Santa Sé. Em 28 de junho de 1759, foi publicada uma Carta Régia que proibiu os
jesuítas de ensinarem latim, grego e retórica. Em 3 de setembro, o Rei Dom José I, de Portugal,
proclamou a "Lei de Extermínio, Proscrição e Expulsão dos seus Reinos e Domínios Ultramarinos
dos Regulares da Companhia de Jesus", que incluia o imediato confisco das suas casas e bens.
Naquele ato, o Rei afirmou que os jesuítas seriam: "Notórios Rebeldes, Traidores, Adversários, e
Agressores". Após a referida publicação, os jesuítas foram detidos nos principais colégios em cada
região e expulsos para a Europa em 1760. Dom José I e o Marquês de Pombal acreditavam que,
esmagando a força dos jesuítas, estariam eliminando o principal entrave político interno para um
maior controle da economia por parte do Estado, o que possibilitaria a formação de forças políticas
mais racionais de fomento manufatureiro. A expulsão foi a ruptura de uma colaboração entre a
Companhia de Jesus e a Coroa Portuguesa que já durava cerca de dois séculos e foi um prelúdio,
do que ocorreria em 21 de julho de 1773: a Supressão da Companhia de Jesus, com a assinatura
pelo Papa Clemente XIV do breve Dominus ac Redeptor Noster.
(OLIVEIRA, BORGES, BORTOLOSSI. 2020)
Gabarito: E

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11. (VUNESP - PM-SP - Aluno Oficial / 2019)


A ênfase fortemente regionalista dos inconfidentes inclinava-se, às vezes, para o
nacionalismo econômico. Isto era mais explícito nos pronunciamentos do alferes Tiradentes,
embora ele não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava a beleza de Minas e apontava
seus recursos naturais. Livre, republicano, industrializado, continuava o propagandista, o
Brasil não teria necessidade de importar mercadorias estrangeiras.
(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-
1808, 1978. Adaptado)

Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica
de:
A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa
do absolutismo monárquico.
B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de
igualdade natural dos homens.
C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas
proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.
D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o
declínio da produção aurífera.
E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre
economias industrializadas europeias.
Comentários
O trecho do livro de Kenneth Maxwell, historiador britânico especializado nos estudos sobre a
História Ibérica e as relações entre o Brasil e Portugal ao longo do século XVIII, é trazido pela banca
para dar subsídio a uma questão (muito bem elaborada, por sinal) sobre o período colonial
brasileiro. No caso em específico, aborda-se sobre uma das revoltas de caráter separatista
ocorridas à época e muito conhecida até os dias de hoje: a chamada Inconfidência (ou Conjuração)
Mineira, ocorrida no ano de 1789.
Para compreender melhor a sua origem, é preciso entender que a mineração, a partir do século
XVIII, foi um fator determinante para a expansão das fronteiras no interior do país, sendo que
muitas jazidas de ouro de aluvião (encontrado às margens dos rios) foram descobertas desde o
final do século XVII. A notícia dessas descobertas se espalhou pelo Brasil e inúmeras pessoas foram
em direção às Minas Gerais.
Com isso, a Coroa Portuguesa, que detinha o controle sobre o ouro extraído, criou as chamadas
Casas de Fundição, instituições responsáveis pela transformação do ouro em barras e que, a partir
de sua transformação, já teria retirado o “quinto”, ou seja, 20% de todo o ouro extraído deveria ser
pago, sob o título de impostos, à Portugal.

História. 49
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Aula 04 - Colônia II.

Devido à alta exploração ao longo do século XVIII, uma grave crise econômica ocorreu, na qual os
mineradores não conseguiam mais pagar os impostos para a Coroa. Acreditando que os
mineradores estavam roubando o ouro que era extraído (o que de fato acontecia durante a época,
sobretudo em virtude dos contrabandos) devido à sua brusca redução, Portugal determinou, em
1765, a existência de um novo pagamento, a Derrama, que representava o pagamento
compulsório dos impostos devidos pelos colonos.
No dia 16 de julho de 1788, Luís Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena,
pronunciou-se perante a Junta da Fazenda, em Vila Rica, cinco dias depois de assumir o governo da
capitania de Minas Gerais. Deu origem a um plano de reformas que Lisboa elaborara para a região.
Reivindicou o pagamento das dívidas do quinto real. Nesta ocasião, a derrama transformava-se no
dilema histórico, preâmbulo da Inconfidência Mineira.
Sob a ameaça do lançamento da Derrama entre 1788 e 1789 por Portugal, os mineiros ilustrados,
insatisfeitos com a situação ocasionada, organizaram uma revolta em 1789, que ficou conhecida
como a Inconfidência Mineira, de caráter separatista e sob a liderança do alferes Tiradentes e de
outros letrados, cujos referenciais iluministas já estavam presentes em suas ações.
Denunciada, contudo, por Joaquim Silvério dos Reis, um dos membros do grupo, em troca do
perdão de suas dívidas, a revolta foi, por sua vez, suprimida e os seus líderes foram presos ou
exilados, à exceção de Tiradentes, membro mais pobre, que foi punido com o esquartejamento e
exposição a público.
(Fonte: Derrama, boatos e historiografia: o problema da revolta popular na Inconfidência Mineira - Tarcísio de Souza Gaspar).

Gabarito: D

12.(VUNESP - PM-SP - Oficial / 2018)


Observe a imagem e leia o trecho a seguir.

“As tropas holandesas e luso-brasileiras enfrentaram-se nos montes Guararapes em 1648 e


1649. Nas duas ocasiões, as bem treinadas forças da Holanda foram derrotadas por uma
milícia local da colônia portuguesa. As batalhas travadas nos Guararapes são consideradas
decisivas para a expulsão dos holandeses, que ainda levaria cinco anos para se concretizar.”
(Lilia M. Schwarcz; Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. Adaptado).

História. 50
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O detalhe da obra destacado na questão evidencia:


A) a importância da escravização de negros para a vitória luso-brasileira contra os holandeses,
na medida em que os invasores eram contrários à utilização da mão de obra negra
escravizada na produção de açúcar.
B) a violência do processo de escravização, pois os negros presentes nas batalhas estavam lá
apenas obedecendo ordem de seus senhores e correndo o risco de serem castigados em caso
de derrota para os holandeses.
C) a ideia de traição associada a Calabar no contexto das batalhas, na medida em que os
negros e mestiços brasileiros lutaram ao lado dos holandeses como forma de resistência à
escravização promovida pelos senhores luso-brasileiros.
D) as contradições da sociedade luso-brasileira do século XVII, na medida em que os senhores
prometeram a alforria aos negros escravizados que participassem das batalhas contra os
holandeses.
E) a perspectiva de expulsão dos holandeses feita à base de mistura racial, constituindo-se
numa espécie de marco zero de criação da nação brasileira, devido à presença de negros e
mestiços escravizados e forros nas batalhas.
Comentários
A questão aborda um episódio muito importante da História do Brasil Colônia, o qual reflete alguns
dos interesses europeus na colônia portuguesa: as guerras holandesas existentes no período
conhecido como o da Restauração Portuguesa(a partir de 1640, com o fim da União Ibérica e a
separação entre a Espanha e Portugal).
Os engenhos do Nordeste brasileiro passavam por inúmeras dificuldades financeiras, fruto de
grandes períodos de seca, sendo que a Companhia das Índias Ocidentais, de origem holandesa,
exigia a cobrança das dívidas existentes até então.
Este cenário foi favorável à chamada Insurreição Pernambucana, movimento ocorrido na Capitania
de Pernambuco contrário ao domínio holandês da região e a consequente exploração dos
engenhos de açúcar. No ano de 1645, comandados por João Fernandes Vieira, os luso-portugueses
que viviam em Pernambuco, com o apoio de alguns negros e mestiços libertos e escravizados,
além de índios potiguares, formaram uma resistência local para expulsar os holandeses da
Capitania.
O episódio mais marcante deste período ficou conhecido como a Batalha dos Guararapes,
retratada no quadro de 1758. Ocorrida entre os anos de 1648 e 1649, resultou em uma das
primeiras derrotas holandesas. Tal obra representa uma espécie de primórdio da criação da nação
brasileira, uma vez que apresenta a mistura racial que teria derrotado os holandeses.
Gabarito: E

13.(VUNESP - PM-SP - Oficial / 2015)

História. 51
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A guerra ou as guerras holandesas assistiram ao emprego crescente dos recursos locais, e


decrescente dos da metrópole, tendência que se acentuou durante a restauração. (Evaldo
Cabral de Mello, Olinda restaurada. Disponível em: https://goo.gl/gLRQDz. Adaptado).
Contribuiu (íram) para tal tendência:
A) o fato de que os luso-brasileiros já não dispunham do apoio da monarquia espanhola, de
quem Portugal se separara há pouco, e a prioridade que tinha para Portugal a guerra contra a
Espanha nas fronteiras do reino, e não o conflito no Brasil contra os holandeses.
B) a baixa importância econômica que Pernambuco e seu entorno representavam para
Portugal à época, e, portanto, o apoio quase nulo dado pelos portugueses à expulsão dos
holandeses, pois estavam mais preocupados com a exploração do ouro das Minas Gerais.
C) o aparecimento de vários quilombos em diferentes regiões da colônia portuguesa, entre
eles o quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi e localizado no Nordeste, o que levou a
Coroa Portuguesa a centrar todos os seus esforços na violenta repressão aos quilombos,
visando a sua destruição.
D) o forte vínculo econômico que aproximava Portugal à Holanda, responsável pelo refino e
pela comercialização de grande parte do açúcar português exportado para a Europa, o que
tornava a guerra direta entre portugueses e holandeses algo incômodo e desinteressante.
E) o receio que tinha Portugal de que a guerra contra a Holanda pudesse insuflar a própria
população contra a dominação portuguesa, acirrando os conflitos entre colônia e metrópole,
e colocando em risco o projeto português de construção de um grande império colonial.
Comentários
A questão aborda um episódio muito importante da História do Brasil Colônia, o qual reflete alguns
dos interesses europeus na colônia portuguesa: as guerras holandesas existentes no período
conhecido como o da Restauração Portuguesa (a partir de 1640, com o fim da União Ibérica e a
separação entre Espanha e Portugal).
Neste sentido, é possível observar que a metrópole portuguesa não se empenhou, diretamente,
em expulsar os holandeses do Brasil, uma vez que se encontrava em pleno processo de
Restauração e luta contra o reino espanhol. Por sua vez, os engenhos do Nordeste brasileiro
passavam por inúmeras dificuldades financeiras, fruto de grandes períodos de seca, sendo que a
Companhia das Índias Ocidentais, de origem holandesa, exigia a cobrança das dívidas existentes
até então.
Este cenário foi favorável à chamada Insurreição Pernambucana, movimento ocorrido na
Capitania de Pernambuco contrário ao domínio holandês da região e a consequente exploração
dos engenhos de açúcar. No ano de 1645, comandados por João Fernandes Vieira, os portugueses
que viviam em Pernambuco, com o apoio de alguns africanos libertos e índios potiguares,
formaram uma resistência local contra os holandeses. O episódio mais marcante deste período foi
a chamada Batalha dos Guararapes, ocorrida entre 1648 e 1649 e que resultou na derrota
holandesa.

História. 52
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A sua expulsão, contudo, deu-se somente em 1654, mas foi efetivamente encerrada através de um
acordo diplomático conhecido como Tratado de Haia, de 1661, assinado entre Portugal e Holanda,
na qual a chamada Nova Holanda (região que abrangia o leste de Pernambuco, então sob o
domínio holandês) era “vendida” a Portugal.
Gabarito: A

14. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2012)


Observe o seguinte trecho do Tratado de Methuen.
Artigo 1º – Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete admitir para sempre de aqui
em diante, no Reino de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício da Inglaterra.
Artigo 2º – É estipulado que Sua sagrada e Real Majestade Britânica será obrigada para
sempre, de aqui em diante, de admitir na Grã-Bretanha os vinhos de Portugal, de sorte que
em tempo algum não se poderá exigir direitos de Alfândega nestes vinhos.
(Tratado de Methuen – 1703. In: Nelson Werneck Sodré, As Razões da Independência.
Adaptado).

Entre outros fatores, foi devido ao Tratado de Methuen que


A) as manufaturas têxteis se desenvolveram muito no Brasil.
B) Inglaterra e Portugal foram os primeiros países a se industrializarem.
C) a burguesia portuguesa enriqueceu e lutou contra a monarquia.
D) o ouro explorado no Brasil foi transferido para a Inglaterra.
E) Portugal diminuiu o seu interesse pela exploração da colônia.
Comentários
O Tratado de Methuen, conhecido também por Tratado de Panos e Vinhos (em decorrência das
mercadorias que teriam privilégios no mercado entre Portugal e Inglaterra, sendo que os britânicos
reduziram a tarifa de importação do vinho português, enquanto os portugueses se comprometiam
a abrir o mercado para os produtos feitos a partir da indústria têxtil britânica), estimulou o
processo de industrialização da Inglaterra, deixando Portugal “atrasado” e desfavorável
economicamente.
Tal acordo comprometeu a economia portuguesa, uma vez que a tornou dependente da Inglaterra
e com dívidas que somente eram pagas (ainda que em atraso) através da extração de minérios
(sobretudo o ouro), que eram transferidos diretamente para a Inglaterra.
Dessa forma, Portugal teve de ampliar a exploração da sua colônia em terras americanas, com o
intuito de pagar suas dívidas. Diante deste contexto, a única alternativa correta que se apresenta é
a “D”, que retrata a transferência do ouro luso-brasileiro diretamente para a Inglaterra.
Gabarito: D

História. 53
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15. (MetroCapital Soluções - 2018 - Prefeitura de Cerquilho - SP - Professor de Ensino


Fundamental I)
Entre os séculos XVII e XVIII, o Brasil colonial esteve marcado por vários conflitos dos quais
participavam escravos, estrangeiros, indígenas e colonizadores. No que se refere aos
movimentos de resistência no período colonial, assinale a alternativa correta:
A) No tocante aos seus objetivos, tanto a Conjuração Baiana como a Conjuração Mineira
eram radicais na defesa da abolição da escravatura.
B) A Guerra dos Mascates uniu reinóis e mazombos no movimento de resistência dos
comerciantes do Recife ao governo português, que proibiu o comércio de açúcar e escravos.
C) As disputas econômicas e políticas de âmbito local, como as Revolta dos Beckman no
Maranhão, significavam a reação contra o aumento dos impostos exigidos pela Coroa na
extração do ouro.
D) O processo de luta pela independência da colônia começou a assumir os seus contornos a
partir da Inconfidência Mineira, motivado por transformações políticas de caráter
internacional, principalmente a difusão de ideias iluministas e a Revolução Americana.
E) Na base social da Inconfidência Mineira predominavam os escravos e os negros libertos,
inspirados nos ideais da Revolução Francesa e no exemplo da rebelião negra de São
Domingos, que reagiram contra a escravidão.
Comentários
A alternativa A está incorreta, uma vez que apenas a Conjuração Baiana defendia o fim da
escravatura, ao passo que a Conjuração Mineira não, apesar de ambas as conjurações terem sido
inspiradas nos ideais iluministas.
A alternativa B também está incorreta, pois a Guerra dos Mascates ocorreu em decorrência do
descontentamento dos senhores de terras de Olinda em relação à emancipação de Recife,
motivada pelo movimento portuário e econômico dos mascates.
A alternativa C também está incorreta, de maneira que a Revolta de Beckman, ocorrida no
Maranhão, se deu devido a insatisfação com a Companhia de Comércio do Estado do Maranhão,
propondo a abolição do monopólio desta companhia.
A alternativa D está correta, pois a Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789, o mesmo ano da
Revolução Francesa, demarcou politicamente a gestação de um processo de insatisfações que
culminaria na Independência do Brasil em 1822. O fato é que a exploração das riquezas brasileiras
por Portugal revoltou as elites coloniais, que manifestaram a sua indignação através de diversas
rebeliões contra a metrópole. Algumas revoltas tinham como objetivo apenas modificar os
aspectos da dominação portuguesa (Guerra dos Emboabas, Revolta de Vila Rica, Revolta de
Beckman e a Guerra dos Mascates); outras tinham o objetivo separar o Brasil de Portugal e
estabelecer a Independência do Brasil (Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana).
A alternativa E é falsa, pois a Inconfidência Mineira contou com a participação de pessoas da elite e
com nível cultural elevado, sendo que boa parte dos líderes estudaram os pensamentos dos

História. 54
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grandes filósofos iluministas. A maioria deles eram senhores de escravos, motivo pelo qual o fim
da escravidão não era uma de suas bandeiras, ao contrário da Conjuração Baiana.
(REBELIÕES NATIVISTAS, 2018; GOMES, 2019).
Gabarito: D
16. (CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
Em novembro de 1807, temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o
príncipe regente de Portugal, D. João VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de boa
parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil, onde se estabeleceu até 1821, ano em que
regressou à metrópole já como rei.
Com relação às diversas consequências, para a colônia, da permanência de D. João VI no
Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
A noção de brasilidade, ou seja, a consciência de ser brasileiro, esteve presente desde cedo
na cultura política e na identidade da sociedade brasileira, tendo-se manifestado nas sedições
nativistas da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, ambas de cunho
emancipacionistas, e, em fins do período colonial, terminado por ser a base da luta pela
independência do Brasil
Comentários
A afirmativa está errada, pois o tema da identidade brasileira é uma reivindicação que se pode
considerar gestada com a elevação do Brasil a Reino Unido a Portugal e Algarves, ocorrido em
1815. Vale dizer que a identidade coletiva não é uma marca indelével, mas uma construção muitas
vezes imaginária e histórica. Por outro lado, o nativismo é uma forma variada que assume a
explicação de revoltas isoladas ocorridas na colônia portuguesa, motivadas por um sentimento
muito mais regionalista dos “filhos da terra” (nascidos em suas respectivas províncias), do que uma
relação nacionalista.
Gabarito: Errada
17. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís-MA - Professor Nível Superior/PNS-A)
A primeira companhia privilegiada de comércio, surgida em 1755, voltada ao
desenvolvimento da região Norte, e que pretendia oferecer preços atraentes para os
produtos que a região deveria exportar para o mercado europeu, foi instituída pelo Marquês
de Pombal e denominada
A) Companhia Geral do Comércio do Brasil.
B) Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
C) Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
D) Companhia das Índias Ocidentais.
E) Companhia Comercial do Governo Geral.
Comentários

História. 55
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A alternativa A é incorreta, pois a Companhia Geral do Comércio do Brasil é de 1649, isto é, um


século antes do rei D. José I o nomear como secretário de Estado (ministro) para assuntos
exteriores.
A alternativa B é a resposta certa. Antes da criação da Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará
e Maranhão, em 1755, já havia a Companhia de Comércio do Maranhão, que foi fundada em 1682.
O Marquês de Pombal, contudo, fundou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e
Maranhão com o poder de monopólio estabelecido, não tendo uma estrutura muito diferente de
outras companhias, com acionistas e corpo administrativo, mas de caráter fortemente estatal, com
poderes governamentais na prática, o que justifica a ideia de ser uma companhia privilegiada de
comércio. Entre seus principais acionistas se inclui, inicialmente, o próprio rei Dom José I e o
criador da companhia, o Marquês de Pombal.
A alternativa C também é incorreta, pois a Companhia Geral de Pernambuco e paraíba foi fundada
apenas em 1759.
A alternativa D também é incorreta, de tal modo que a Companhia das Índias Ocidentais era uma
companhia holandesa e não portuguesa, que foi fundada em 1621.
A alternativa E também é incorreta, pois o nome correto é Companhia Geral do Comércio no Brasil,
e esta foi fundada em 1649.
(SHIKIDA, 2007).
Gabarito: B
18. (Itame - 2015 - Prefeitura de Padre Bernardo-GO - Contador)
Entre 1708 e 1709 o estado de Minas Gerais foi palco de um conflito marcado pela disputa
pelo Ouro. Tal guerra se baseou no conflito entre bandeirantes paulistas e forasteiros que
buscavam a riqueza oriunda dos metais preciosos. Tal conflito ficou conhecido como:
A) Guerra das Emboabas.
B) Inconfidência Mineira.
C) Levante de Vila Rica.
D) Guerra Mata Maroto.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, uma vez que a Guerra dos Emboabas (1707-1709) foi um
confronto que ocorreu pelo direito de exploração das recém descobertas jazidas de ouro, na região
das Minas Gerais. O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores vicentinos, ou
Bandeirantes, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam à
exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses e
imigrantes das demais partes do Brasil (pejorativamente apelidados de “emboabas” pelos
Bandeirantes), todos atraídos à região pela febre do ouro.
A alternativa B é falsa, pois a Inconfidência Mineira foi uma tentativa de revolta abortada pelo
governo em 1789, em pleno ciclo do ouro, na então capitania de Minas Gerais, contra a execução
da derrama e o domínio português, visando a implantação de um República.

História. 56
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A alternativa C também é falsa, pois a chamada Revolta ou Levante de Vila Rica, também
conhecido como Revolta de Felipe dos Santos, aconteceu no ano de 1720, em razão do
descontentamento dos viventes com os impostos e imposições da Coroa Portuguesa.
A alternativa D também é falsa, uma vez que a Guerra Mata-Maroto foi um movimento que
aconteceu na área do São Francisco, com disputas entre brancos nacionais, que participavam da
luta pela independência do Brasil em 1823, e portugueses.
(FARIA, 2013; GASPAR, 2010).
Gabarito: A
19. (ACAFE - 2015 - SED-SC - Professor - História)
Integrando diversas regiões, construindo caminhos e formando vilarejos e cidades, o
tropeirismo foi muito importante na história do período colonial brasileiro. Sobre as
atividades dos tropeiros, assinale a alternativa correta.
A) Comercializavam gado somente na faixa litorânea do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná.
B) Exerciam a mineração e o comércio de terras no interior da colônia.
C) Praticavam a agricultura extensiva e o comércio de ouro nas cidades do litoral.
D) Transportavam gado e mercadorias para suas atividades mercantis.
E) Foram os responsáveis pela mudança da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois os tropeiros trataram de fazer a ligação entre as zonas agrícolas mais
ao sul da colônia e as zonas mineradoras do interior.
A alternativa B é incorreta, pois os tropeiros não exerciam a mineração, de tal modo que seu
comércio se dava principalmente com os mineradores.
A alternativa C também é incorreta, de tal modo que não eram os tropeiros que praticavam a
agricultura, sendo eles os comerciantes que cuidavam de estabelecer a relação entre as regiões
econômicas da colônia, além das zonas portuárias.
A alternativa D é a resposta certa. O tropeirismo se estruturou como o mercado paulista
abastecedor das zonas mineradoras. As mercadorias comercializadas passam a ser discriminadas,
bem como os tipos de agentes mercantis envolvidos nos negócios. Como a demanda era cada vez
maior, a produção agrícola foi intensificada e o comércio paulista estendido aos confins dos
campos sulinos, representado pelo intenso tráfico de animais, entre eles, muares, gado cavalar e
vacum. Mais do que isto, a corrente comercial paulista foi decisiva para a articulação da região
mineira com os mercados produtores do além-mar, transformando o porto de Santos em local
privilegiado de entrada de mercadorias importantes. Dessa forma, eram mandados às Minas
Gerais e, posteriormente, a Cuiabá e Goiás, boiadas, toucinho, aguardente, açúcar, panos,
calçados, drogas e remédios, trigo, algodão, enxadas e artigos importados como sal, armas, azeite,
vinagre, ferro, tecidos, enfim, todas as manufaturas cuja fabricação era proibida no Brasil. Também
escravos africanos entraram para as minas através do porto de Santos.

História. 57
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A alternativa E também é falsa, de tal modo que a mudança da capital, de Salvador para o Rio de
Janeiro, em 1763, se deu principalmente por causa da descoberta do ouro e o consequente risco
de contrabando, que exigia uma capital mais perto das Minas Gerais.
(BORREGO, 2006).
Gabarito: D
20. (EXATUS-PR - 2015 - Prefeitura de Nova Friburgo - RJ - Guarda Municipal)
Que fator abaixo foi determinante para que a Coroa Portuguesa transferisse a Capital do
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro?
A) A descoberta de minas de ouro no atual Estado de Minas Gerais.
B) A Revolta dos Alfaiates que ocorreu em Salvador.
C) A Revolução Haitiana, onde os negros mulatos tomaram o poder na então colônia
francesa.
D) Os movimentos separatistas ocorridos na Região Nordeste do Brasil.
Comentários
A alternativa A é a resposta certa, de maneira que até 1763, quando houve a mudança da capital,
Salvador foi a sede do poder português no Estado do Brasil. Salvador era considerada uma cidade
mais moderna e equipada do que o Rio de Janeiro, mas a descoberta do ouro e o consequente
risco de contrabando exigia uma capital mais perto das Minas Gerais.
A alternativa B é falsa, uma vez que a Revolta dos Alfaiates ocorreu entre 1798 e 1799, quando a
capital já estava instalada no Rio de Janeiro.
A alternativa C também é falsa, pois quando ocorreu a Revolução do Haiti, entre 1791 e 1804, a
capital já estava instalada no Rio de Janeiro.
A alternativa D também é falsa, pois no período a inquietação que levou à mudança da capital foi
de ordem econômico-política, além do que não se tem registros de movimentos separatistas no
período específico.
(CANUTO, 2013).
Gabarito: A
21. (FCC - 2012 - SEE-MG - Professor de Educação Básica - História)
Leia o texto abaixo.
O nobre metal (...) provocou um afluxo formidável de gente, não só da metrópole como das
capitanias vizinhas. (...) Em 1709, era 30 mil o número das pessoas ocupadas em atividades
mineradoras, agrícolas e comerciais, sem falar nos escravos vindos da África e das zonas
açucareiras em retração.
Com os olhos voltados para o ouro, (...) pode-se imaginar a fome que assolou essa população.
(Laura de Mello e Souza. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. Rio de
Janeiro: Graal, 2004. p. 41-42)

História. 58
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Segundo o texto, está correto afirmar que a sociedade mineradora


A) assemelhava-se à sociedade formada em torno da produção do açúcar, ambas marcadas
pela diversidade das atividades econômicas e intensa mobilidade social.
B) caracterizou-se pela ausência de dinamismo e poucos conflitos entre os colonos e o
governo português, desinteressado por esse tipo de atividade econômica.
C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades
econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.
D) contou com uma produção artística precária, desprovida de religiosidade e marcada por
valores e princípios tradicionais da cultura portuguesa.
Comentários
A alternativa A é falsa, de tal modo que a economia das Minas Gerais setecentistas era voltada
para a exploração mineral; enquanto a produção do açúcar se concentrava especialmente na
região nordeste, desde o século XVI.
A alternativa B também é falsa, uma vez que a Coroa portuguesa se voltou de modo especial para a
exploração do ouro nas minas, criando uma fiscalização e um administração especial que
garantissem os interesses mercantilistas da metrópole. Por esse mesmo motivo, houve muito
conflitos e disputas pela exploração das jazidas e contra a alta cobrança de impostos.
A alternativa C está correta, pois a mineração do ouro e dos diamantes alimentou as finanças de
Portugal e enriqueceu os senhores das lavras e os agentes da administração colonial no Brasil.
Vastos contingentes de homens pobres e expropriados também foram originados desse mesmo
ouro, muitos deles se voltaram para a pequena agricultura, fornecendo alimentos de todo tipo e
comercializando com os tropeiros.
A alternativa D também é falsa, uma vez que o grande contingente de riquezas que movimentou
repentinamente a economia colonial fez com que surgisse um expressivo movimento artístico,
financiado pelas elites locais e as ordens religiosas, ostentando o que Laura de Mello e Souza
chamou de “falso fausto”, por ter sido uma produção artística muito rica, mas momentânea,
devido a rápida escassez das minas, durando cerca de um século apenas.
(MELLO E SOUZA, 2004).
Gabarito: C
22. (CS-UFG - 2012 - TJ-GO - Escrevente Judiciário)
A economia brasileira sempre manteve fortes vínculos com a extração mineral. Desde o
período colonial, a Coroa Portuguesa considerava a mineração um dos principais setores da
economia. Entre 1707 e 1709, pelo direito de exploração das jazidas de ouro na região das
Minas Gerais, iniciou-se um confronto entre os bandeirantes paulistas, que reivindicavam a
exclusividade da atividade mineradora, e outro grupo formado por portugueses e migrantes
de outras regiões do Brasil. Esse conflito ficou conhecido como
A) Guerra de Canudos.
B) Guerra dos Farrapos.

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C) Guerra do Paraguai.
D) Guerra dos Emboabas.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a Guerra de Canudos (1896-1897) ocorreu no sertão da Bahia, nos anos
finais do século XIX, já no período republicano.
A alternativa B também é falsa, pois a Guerra dos Farrapos (1835-1845) ocorreu no Rio Grande do
Sul, durante o Período Regencial.
A alternativa C também é falsa, pois a Guerra do Paraguai ocorreu durante o Segundo Reinado,
entre 1864 e 1870.
A alternativa D é a resposta certa. A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado entre 1707 e
1709, pelo direito de exploração das recém descobertas jazidas de ouro, na região das Minas
Gerais. O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores vicentinos, ou Bandeirantes, que
haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam à exclusividade de
explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses e imigrantes das
demais partes do Brasil – pejorativamente apelidados de “emboabas” pelos Bandeirantes –, todos
atraídos à região pela febre do ouro.
(FARIA, 2013).
Gabarito: D
23. (CESPE - 2013 - SEE-AL - Professor - História)
Com relação à história colonial brasileira, julgue o item que se segue.
A descoberta do ouro nos sertões mineiros foi recebida pela Coroa portuguesa com grande
apreensão. Não havia um projeto de colonização definido a priori. A tarefa de controlar a
multidão de aventureiros que se dirigiria àqueles sertões parecia algo grande demais para os
poucos recursos lusos. Por fim, existia a possibilidade da descoberta daquela riqueza
despertar a cobiça das demais nações europeias.
Comentários
A afirmativa está correta. O ouro inicialmente foi encontrado no leito dos rios e riachos. Era o ouro
de aluvião, isto é, encontrado em depósitos de cascalho, areia e argila que se formam junto às
margens dos rios. A notícia da descoberta trouxe para as zonas auríferas uma enorme multidão:
calcula-se que tenham chegado à região cerca de 30 a 50 mil aventureiros. Em decorrência desse
afluxo populacional, a região das minas alcançou uma densidade populacional relativamente alta e
assistiu ao primeiro surto urbano da vida brasileira. Nos primeiros anos a fome e a desnutrição
assolaram as regiões mineradoras. Além da fome, ocorriam todo tipo de contravenções,
principalmente assassinatos e roubos. Era uma região que não contava com a presença e nem com
o controle do governo metropolitano. Só após um primeiro momento de caos e violência que o
governo metropolitano começou a interferir na área das lavras de ouro. Promoveu a construção de
estradas e passou a cobrar impostos. As principais medidas administrativas implantadas na região
foram: criação da capitania de São Paulo e Minas do Ouro; distribuição das jazidas;

História. 60
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estabelecimento do quinto (imposto que cobrava a quinta parte do ouro extraído); a criação de
Casas de Fundição, permitindo a circulação apenas do ouro em barras com o selo real; e a
implantação da taxa de capitação, que cobra imposto sobre o número de escravos.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: Correto
24. (ACAFE - 2008 - PC-SC - Investigador de Polícia)
Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para
a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características
básicas: a monocultura e o trabalho escravo.
C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos
europeus numa relação de escambo com os nativos.
D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico
interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.
Comentários
A alternativa A é incorreta, pois de fato o ciclo do ouro contribui para o primeiro surto urbano do
Brasil. A notícia espalhou-se rapidamente e milhares de pessoas da Colônia e da Metrópole
dirigiram-se para a região das Minas Gerais. Essa alteração na ordem colonial acabou exigindo que
a capital colonial se transferisse para o Rio de Janeiro, que tinha menos infraestrutura do que
Salvador, mas era mais perto das minas de ouro, facilitando o controle da situação.
A alternativa B também é incorreta, pois de fato a produção agrícola do período colonial foi
organizada aos moldes do sistema de plantation, isto é, baseado na monocultura e no trabalho
escravo, produzindo para a exportação e comercio metropolitano.
A alternativa C também é incorreta, pois de fato os portugueses exploraram primeiramente o pau-
brasil, sob a mão de obra indígena, que era explorada em troca de objetos desconhecidos para
eles, como espelhos, facas, miçangas, foices e machados.
A alternativa D é a resposta certa, uma vez que é falso afirmar que o ciclo da cana-de-açúcar
contribuiu para a criação de um mercado econômico interno, ao passo que a produção de cana-de-
açúcar seguiu os moldes mercantilistas, firmando o pacto colonial que permitia o comércio apenas
com a metrópole e monopolizando a produção. Além disso, também é falso dizer que o ciclo do
açúcar fez a ligação entre o litoral e o interior da Colônia, de modo que a atividade açucareira se
concentrou especialmente na costa do nordeste brasileiro.
(VAZ, 2013).
Gabarito: D
(CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
Acerca da configuração territorial da América portuguesa, julgue (C ou E) os seguintes itens.

História. 61
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25.
A criação de gado foi a primeira atividade produtiva promotora da interiorização mais
profunda da colonização.
Comentários
A afirmativa está correta. A pecuária bovina contribuiu para a ocupação de áreas mais irrigadas do
sertão, entre Pernambuco e Bahia. A atividade expandiu-se pelo vale do Rio São Francisco e foi a
principal responsável pela interiorização do projeto colonial português do século XVII. Alguns
indígenas trabalhavam nas fazendas de gado, mas a maioria dos trabalhadores era composta de
caboclos, mestiços e brancos pobres. Embora o couro e o sebo fossem exportados, em geral a
criação de gado estava voltada para o mercado interno. Além da produção de carne, os animais
eram usados para transporte e tração.
(VAZ, 2013).
Gabarito: Correto
26.
O Tratado de Madri tinha como princípio principal, quanto à definição de fronteiras, o uti
possidetis e como argumento subsidiário, aplicável à foz do Amazonas e ao Rio da Prata, o
mare liberum.
Comentários
A afirmativa está errada, uma vez que o Tratado de Madri, firmado em 13 de janeiro de 1750 entre
os reinos de Portugal e Espanha, tinha o intuito de substituir o Tratado de Tordesilhas (1494), o
qual dividia as terras conquistadas no Novo Mundo, estabelecendo assim, novas fronteiras de
exploração. Depois de 1750, a região dos Sete Povos das Missões (atual região oeste do Rio Grande
do Sul), que era da Espanha, deveria ser entregue aos portugueses. Em troca, a Espanha ficaria
com a Colônia do Sacramento.
(RAMOS, 2017).
Gabarito: Errado
27. (CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
A expansão da agroindústria açucareira atingiu proporções assombrosas a partir do final do
século XVI. Essa expansão não era coisa simples. Exigia um grande investimento, que deveria
cobrir os gastos em instalações para o processamento da cana e na compra de mão de obra
importada da África.
Considerando o texto acima e os aspectos marcantes do processo de colonização do Brasil,
julgue o item seguinte.

Em decorrência da peculiaridade da extração de ouro e diamante, a mineração provocou a


ampliação da utilização de mão de obra escrava, impediu o surgimento de classes médias e
dificultou o aparecimento de cidades.

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Comentários
A afirmativa está errada, pois durante o período colonial, devido ao grande contingente de
aventureiros que imigraram da Metrópole e de diferentes cantos da Colônia em busca do ouro,
existiu um conjunto heterogêneo de elementos, na maioria pobres, designados como
desclassificados do ouro. Esses homens e mulheres desempenhavam papéis diferentes e até
opostos: ora exerciam funções necessárias à manutenção da ordem, ora ameaçavam-na, na
medida em que muitos não se incorporavam ao mundo do trabalho. Esse contingente era formado
pelos escravos libertos, mulatos, mamelucos (mestiço de branco e índio), índios aculturados e
brancos pobres. Os homens tendiam a concentrar-se nos ofícios de artesão, alfaiate, sapateiro,
carpinteiro, barbeiro e pescador. Já as mulheres costumavam trabalhar como costureiras e
vendedoras ambulantes. Outro conjunto de pessoas, predominantemente brancas, situava-se
acima dos desclassificados na hierarquia social, mas sem integrar as elites coloniais. Eram
classificados como pertencentes ao povo. Esse grupo englobava desde os pequenos proprietários
rurais, soldados, funcionários inferiores, pequenos comerciantes, até os artesãos urbanos.
Raramente essa gente conseguiu assegurar um posição entre os “homens bons das vilas”.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: Errado
28. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios - História)
Com relação ao Brasil colonial, julgue o item que se segue.
A aliança entre a Companhia de Jesus e o Marquês de Pombal permitiu aos jesuítas estender
o projeto missionário desenvolvido com os indígenas ao vale do rio Amazonas e ao sul da
colônia.
Comentários
A afirmativa está errada. Quando Pombal assumiu o cargo de ministro de D. José I, implantou uma
política governamental de natureza despótica. Uma das medidas mais controvertidas da
administração pombalina foi a expulsão dos jesuítas da Colônia, em 1759. No intuito de centralizar
a administração, julgando que os jesuítas formavam um segundo Estado dentro do Estado
português, Pombal impediu que as missões se transformassem num centro de poder autônomo.
Após a expulsão dos jesuítas, os bens pertencentes à Companhia de Jesus passaram às mãos de
militares e particulares, e parte foi doada ou vendida em leilão.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: Errado
29. (CESPE - 2011 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
No que concerne à configuração territorial da América portuguesa, assinale a opção correta.
A) Em oposição às determinações da Coroa portuguesa, ao longo do século XVII, colonos
partiram de Piratininga em busca de riquezas pelos sertões afora, o que foi decisivo para a
configuração das fronteiras do Brasil e para a consolidação de São Paulo como importante
polo econômico no período colonial.

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B) As tensões entre castelhanos e portugueses, no Novo Mundo, tiveram início com a


decisão, tomada por Portugal, de ocupar vastas extensões de terra na bacia amazônica, já nas
primeiras décadas do século XVI, e atingiram dimensão ainda mais violenta na vigência da
União Ibérica (1580-1640).
C) Ponto principal entre as diversas áreas de colonização portuguesa no extremo sul do Novo
Mundo, a Colônia de Sacramento foi fundada para servir como base do comércio lusitano na
região, e a necessidade de neutralizar a crescente importância econômica dessa colônia levou
os espanhóis a fundarem Buenos Aires na outra margem do rio da Prata.
D) A decisão castelhana de invadir a Colônia de Sacramento, motivada por interesses
específicos da elite de Buenos Aires, foi tomada quando o estado de hostilidade entre Castela
e Portugal, presente em grande parte da segunda metade do século XVIII, sinalizava evidente
distensão.
E) No período entre a assinatura dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), as
duas metrópoles ibéricas foram levadas ao confronto bélico na fronteira meridional do Brasil,
cujo resultado beneficiou Portugal, que anexou à sua colônia territórios que, pelo disposto no
Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois as expedições dos Bandeirantes, que partiram de Piratininga, não
foram contrárias às determinações da Coroa portuguesa, mas antes o contrário, ao passo que a
Coroa incentivou e financiou muitas dessas expedições que partirão em busca de jazidas de pedras
preciosas.
A alternativa B também é falsa, pois a primeira grande expedição à região amazônica ocorre em
1637, durante o período da União Ibérica (1580-1640). Apesar de que antes, em 1540, os
desbravadores lusitanos já haviam descoberto a Amazônia, quando chegaram à região para
impedir a invasão de ingleses, franceses e holandeses, mas não se estabeleceram. De todo modo, o
estabelecimento da fronteira do território brasileiro na região amazônica só ocorre com o Tratado
de Madri, em 1750.
A alternativa C está incorreta, pois a Colônia do Sacramento não está localizada no extremo sul do
Novo Mundo, ela está na foz do Rio da Prata, mais especificamente na península de San Grabiel.
Apesar disso, de fato a Colônia de Sacramento foi fundada para servir como base do comércio
lusitano na região, e a necessidade de neutralizar a crescente importância econômica dessa colônia
levou os espanhóis a fundarem Buenos Aires na outra margem do rio da Prata.
A alternativa D também é falsa, uma vez que não foi na segunda metade do século XVIII, mas na
primeira. Os portugueses, a partir de 1735-1737, viram-se privados da exploração dos recursos da
Colônia do Sacramento, pela ação bélica do patriciado portenho (elite de Buenos Aires). Evocando
cláusulas diplomáticas do segundo tratado de Utrecht, a elite de Buenos Aires buscou controlar os
recursos pecuários da campanha oriental, nomeadamente, buscou evitar que os habitantes de
Sacramento explorassem o gado, ou se internalizassem na campanha.
A alternativa E é a resposta certa, uma vez que o Tratado de Madri, firmado em 1750 entre os
reinos de Portugal e Espanha, tinha o intuito de substituir o Tratado de Tordesilhas (1494), que

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dividia as terras conquistadas no Novo Mundo, estabelecendo assim, novas fronteiras de


exploração. O fato é que depois de 1750, a região dos Sete Povos das Missões (atual região oeste
do Rio Grande do Sul), que era da Espanha, deveria ser entregue aos portugueses. Em troca, a
Espanha ficaria com a Colônia do Sacramento. Contudo, os jesuítas espanhóis que atuavam na área
não aceitaram o acordo e armaram os indígenas da região. Quando os portugueses foram tomar
posse do local, em 1754, houve conflito militar entre esses e os índios, que não aceitaram deixar
suas terras. Tropas espanholas também entraram na batalha, ao lado dos portugueses, e
combateram os indígenas na tentativa de expulsá-los das terras, fazendo assim cumprir o Tratado
de Madri. Tal episódio ficou conhecido como Guerras Guaraníticas, que são consideradas o
principal levante indígena brasileiro contra o domínio dos colonizadores europeus. Já o Tratado de
Santo Ildefonso, assinado em 1777 por Portugal e Espanha, tratou de restabelecer os novos limites
de seus territórios localizados ao sul, região de fronteiras entre a Província do Rio Grande do Sul e
o Uruguai, indicando novas extensões geopolíticas.
(PRADO, 2003; RAMOS, 2017; CERQUEIRA E FRANCISCO, 2019).
Gabarito: E
30. CESPE - 2009 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
Acerca das características econômicas e sociais da América Portuguesa Colonial, julgue o
seguinte item.
Os paulistas descobriram as minas de ouro e foram os primeiros a explorá-las.
Comentários
A afirmação está correta. Diversas expedições exploratórias foram organizadas para encontrar
riquezas, com nome de entradas e bandeiras, partiam do litoral para o interior em busca de metais
e pedras preciosas. As expedições que partiam de São Paulo podiam reunir centenas de homens,
entre brancos, mamelucos e indígenas aculturados, que conheciam melhor a região, as trilhas e
também raízes, frutas, peixes e animais para a alimentação. As jazidas de ouro foram descobertas
em áreas situadas nos limites da Capitania de São Paulo, por isso os paulistas se sentiram com
direito ao ouro, opondo-se à presença de portugueses e colonos vindos de outras capitanias. O que
resultou na chamada Guerra dos Emboabas.
(MOTA; BRAICK, 2005; VAZ, 2013).
Gabarito: Correta
31. (CESPE - 2006 - Instituto Rio Branco - Diplomata)
A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à da expansão
comercial e colonial europeia na época Moderna. Parte integrante do império ultramarino
português, o Brasil-Colônia refletiu, em todo o largo período de sua formação colonial, os
problemas e os mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial lusitana. Por outro
lado, a história da expansão ultramarina e da exploração colonial portuguesa desenrola-se no
amplo quadro de competição entre várias potências, em busca do equilíbrio europeu; dessa
forma, é na história do sistema geral de colonização europeia moderna que devemos
procurar o esquema de determinações no interior do qual se processou a organização da vida

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econômica e social do Brasil na primeira fase de sua história e se encaminharam os


problemas políticos de que esta região foi o teatro.
Fernando A. Novais. Aproximações: estudos da história e historiografia. São Paulo; Cosac
Naify, 2005, p.45.
Ainda considerando o texto de Fernando A. Novais, julgue (C ou E) os itens seguintes.
A descoberta de ouro em Minas Gerais, no início do século XVII, inibiu a expansão da
economia açucareira.
Comentários
A afirmação está errada, porque a descoberta de ouro em Minas Gerais não ocorreu no início do
século XVII, mas nos anos finais. Os paulistas, pelas suas andanças nos sertões, descobriram, por
volta de 1695, ouro em abundância na região do Rio das Velhas, em terras dos atuais municípios
de Sabará e Caeté. Em 1696, a descoberta de novas jazidas deu início à ocupação do Vale do Ouro
Preto. Os anos seguintes viram ser abertos caminhos auríferos em Mato Grosso e Goiás, e, ao lado
do ouro, a descoberta de diamantes no norte de Minas, na região de Serro Frio e do Arraial do
Tijuco, atual Diamantina.
(MOTA; BRAICK, 2005).
Gabarito: Errado
32.(VUNESP/PM-SP/2011 – ALUNO OFICIAL)
O principal motivo da criação da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os
espanhóis tomassem a região e chegassem a Goiás e Minas Gerais. Era a época em que
Portugal e Espanha discutiam as cláusulas do Tratado de Madri, finalmente assinado em
1750, que fixou os contornos aproximados da atual fronteira brasileira, substituindo o
Tratado de Tordesilhas (1494).
(Masilia Aparecida da Silva Gomes. Comer, beber, governar. In Revista de História da
Biblioteca Nacional, setembro de 2010, n.º 60).
A expansão territorial da América portuguesa teve relação com:
A) as colônias de povoamento do sul e a cafeicultura.
B) a produção de algodão e as oficinas de artesanato.
C) as missões jesuíticas e a mineração.
D) a produção de tabaco em São Paulo e os desterrados portugueses.
E) as manufaturas e as feitorias do nordeste.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a expansão territorial na América portuguesa aconteceu por
conta da necessidade de ocupar o interior do país e de explorar riquezas minerais, através das
entradas e bandeiras. Esse movimento foi favorecido no período da União Ibérico (1580-1640),

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quando o reino da Espanha incorporou o reino de Portugal, de tal modo que facilitou aos
portugueses atravessarem os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas em 1494.
As alternativas B e E estão incorretas pelo mesmo motivo, pois o modo de exploração da Colônia
portuguesa na América seguia o modelo mercantilista, que estabelecia o pacto colonial, impedindo
a criação de manufaturas na Colônia e o comércio que não fosse com a Metrópole.
A alternativa C está correta. Os missionários da Companhia de Jesus que se dedicaram a converter
os indígenas americanos eram também difusores no poder ibérico, sendo parte constituinte e
transformador da expansão portuguesa no século XVI, e uma ação paulatina de tomadas de
decisões possíveis que as diferentes realidades de um novo mundo impunham aos reis lusitanos.
Outra ação importante na expansão portuguesa foram as bandeiras que partiram de Piratininga
em busca de jazidas de pedras preciosas, ouro, prata e as sonhas esmeraldas. Os Bandeirantes
abriram diversos caminhos e picadas pelo sertão brasileiro, especialmente durante o século XVII.
A alternativa D é incorreta, de modo que a produção de tabaco era associada à economia de
subsistência, desenvolvendo-se desde meados do século XVII no Recôncavo Baiano e no litoral e
zona da mata da capitania de Pernambuco.
(SABEH, 2009).
Gabarito: C

33.(VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)


No Brasil colonial, a mineração:
A) dependeu de investimentos holandeses e franceses.
B) financiou a construção de ferrovias para transportar o ouro.
C) empregou apenas indígenas, conhecedores das técnicas.
D) contribuiu para o povoamento de regiões do interior.
E) acabou com a exclusividade dos portugueses no comércio.

Comentários
A alternativa A é falsa, pois a mineração na Colônia não dependeu de investimentos holandeses e
franceses, de tal modo que a Coroa portuguesa realizou concessões das jazidas descobertas para
metropolitanos e colonos particulares, sob um processo legal que definia as exigências para a
concessão.
A alternativa B também é falsa, uma vez que a primeira ferrovia do Brasil foi construída em 1852
pelo Barão de Mauá.
A alternativa C também é falsa, pois a mão de obra da mineração no Brasil colonial foi de escravos
vindos da África ou nascidos no território.
A alternativa D está correta, uma vez que por meio da busca por metais preciosos a Coroa
portuguesa investiu nas entradas e bandeiras, o que levou à expansão para o interior e sua

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consequente ocupação, como em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Assim sendo, a mineração
contribuiu significativamente para o povoamento e ocupação do interior do Brasil.
A alternativa E também é falsa, uma vez que durante o ciclo do ouro no Brasil o comércio dos
tropeiros se intensificou, de modo que eles faziam a ligação entre a economia agraria e a
mineradora, pois nas regiões auríferas a febre do ouro voltava a todos para a exploração do metal,
deixando em outro plano a subsistência.
(VAZ, 2013).
Gabarito: D

34. (VUNESP/PM-SP/2007 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Reflita sobre os textos.
Quanto à ação revolucionária propriamente dita, os inconfidentes tinham arquitetado um
plano militar que deveria ser acionado no dia da derrama.
Animai-vos povo baianense que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade: o tempo
que seremos todos irmãos, tempo em que seremos todos iguais.
(Luiz Koshiba e DenizeManziFrayze Pereira, História do Brasil)

Os dois textos referem-se, respectivamente, aos movimentos conhecidos por Inconfidência


Mineira e Conjuração Baiana.
Com base nos textos e no conhecimento histórico, pode-se afirmar que esses dois
movimentos:
I. defendiam os interesses econômicos da classe dominante das metrópoles europeias.
II. tinham em comum a luta pela ruptura dos laços coloniais entre Brasil e Portugal.
III. foram influenciados pelos ideais dos pensadores iluministas do continente europeu.

É correto o que se apresenta somente em:


A) I.
B) II.
C) II e III.
D) III.
E) I e III.
Comentários
A alternativa C é a resposta certa, pois apenas o que se afirma nas proposições II e III está correto.
A Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana foram movimentos que ocorreram nas últimas
décadas do século XVIII no Brasil, sendo influenciadas por ideais iluministas, tal como o
republicanismo e os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade, especialmente difundidos

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entre os grupos maçônicos. Ambas as revoltas defendiam mudanças sociais em seus estados, ainda
que a Inconfidência Mineira tenha sido organizada por uma elite intelectual. Ao passo que a
Conjuração Baiana foi uma revolta de cunho popular. O que há em comum entre elas, além disso, é
que as duas revoltas foram de caráter separatista e republicano, buscando romper com Portugal e
estabelecer a independência destas províncias.
(VAZ, 2013).
Gabarito: C
35. (VUNESP/PM-SP/2009 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)
Na região das Minas Gerais, em fins do século XVIII, ocorreu uma revolta colonial contra a
dominação portuguesa. Esse movimento foi provocado pelos impostos abusivos cobrados
sobre a produção mineradora.
Identifique corretamente esse movimento.
A) Revolução Praieira.
B) Inconfidência Mineira.
C) Guerra de Canudos.
D) Guerra da Independência.
E) Revolta dos Farrapos.
Comentários
A alternativa A é falsa, pois a Revolução Praieira ocorreu na província de Pernambuco em meados
do século XIX, entre 1848 e 1850.
A alternativa B é a resposta certa, uma vez que a Inconfidência Mineira, de caráter separatista, se
opôs à cobrança forçada de impostos atrasados (a chamada derrama), referentes aos tributos
sobre a extração do ouro nas Minas Gerais. O tributo cobrado era o quinto, ou seja, 20% sobre
toda a extração de ouro. Devido à intensa exploração do ouro durante todo o século XVIII, houve
uma redução drástica na quantidade de impostos recolhidos nas últimas décadas daquele século
por causa da diminuição das explorações, o que deixou a Coroa portuguesa insatisfeita e a levou a
decretar a referida derrama. Diante disso, uma parcela letrada da população mineira, da qual se
destacam mineradores, grandes proprietários de terras e membros do clero, sob a influência dos
ideais iluministas que ecoava, inclusive, no Brasil, passaram a se reunir para discutir formas
contrárias à exploração portuguesa. Dentre alguns de seus objetivos, podemos destacar: a
separação de Minas Gerais de Portugal e a respectiva proclamação da República; o fim do
monopólio do comércio com Portugal; o serviço militar obrigatório. Os inconfidentes iriam se
rebelar contra o governo português em 1789, ano que seria cobrada a derrama. Organizados um
ano antes, os inconfidentes, contudo, foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, que
buscava o perdão das suas dívidas com a Coroa. Todos os membros que preparavam a revolta
foram presos, mas o único condenado à morte foi Tiradentes, que teve seu corpo esquartejado e
exibido em praça pública, a fim de servir como modelo aos que buscavam a insurreição.
A alternativa C também é falsa, pois a Guerra de Canudos aconteceu no interior da Bahia, entre
1896 e 1897, já no período republicano.

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A alternativa D também é falsa, pois a Guerra de Independência ocorreu em 1822.


A alternativa E também é falsa, pois a Revolta dos Farrapos (ou Farroupilha) aconteceu no Rio
Grande do Sul, entre 1835 e 1845, durante o Período Regencial, por conta do preço do charque
gaúcho e da concorrência com o charque importado.
(VAZ, 2013).
Gabarito: B

36. (UCS 2014)


Durante a União Ibérica (1580-1640), iniciou-se a ocupação do território que hoje
denominamos de Amazônia. Considere as seguintes afirmativas sobre a ocupação desse
território.
I. A ocupação portuguesa foi empreendida de duas maneiras: a primeira com a instalação de
fortalezas militares na beira dos rios para controlar a navegação (única via de comunicação) e
os navios de outros países europeus; a segunda, através de várias ordens de padres católicos
que instalaram missões para a evangelização dos índios.
II. O Forte do Presépio, instalado em 1616, deu origem à cidade de Belém; do Forte de São
José do Rio Negro, fundado em 1669, nasceu Manaus.
III. Os índios, nas Missões, cultivavam a terra e entravam na floresta para colher as drogas do
sertão, tais como: a baunilha, o cacau, o guaraná e a castanha-do-pará. Porém, as Missões
transformaram-se em empreendimentos pouco lucrativos, uma vez que os índios não
gostavam de trabalhar.

Das afirmativas acima, pode-se dizer que


A) apenas I está correta.
B) apenas II está correta.
C) apenas I e II estão corretas.
D) apenas II e III estão corretas.
E) I, II e III estão corretas.
Comentários
Somente a alternativa [C] está correta. A afirmação [III] está incorreta. Os índios retiravam da
floresta vários produtos conhecidos como as “Drogas do Sertão” como urucum, pó de guaraná,
ervas medicinais, entre outros. É uma postura etnocêntrica (e equivocada) afirmar que os nativos
não gostavam de trabalhar. As afirmações [I] e [II] estão corretas. A coroa portuguesa ocupou a
região através da instalação de fortalezas militares na margem dos rios e na criação das missões
jesuíticas visando a catequese dos nativos. Muitas cidades brasileiras surgiram devido a estes
fortes militares como a cidade de Belém (Forte do Presépio) e Manaus (Forte do São José do Rio
Negro).

História. 70
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Gabarito: C

37. (G1 - IFSC 2016)


Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território
que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII.
Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
A) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro.
B) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira.
C) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira.
D) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando
estes invadiram sua colônia.
E) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado “União Ibérica”.
Comentários
Somente a proposição [B] está correta. A questão remete às invasões holandesas no Brasil, no
século XVII. Os holandeses eram parceiros comerciais de Portugal no que diz respeito ao açúcar. A
Holanda se separou da Espanha no final do século XVI e, durante a União Ibérica, a Espanha
boicotou o comércio do açúcar entre Holanda e Portugal. Desta forma, os holandeses criaram a
Companhia das Índias Ocidentais com o intuito de invadir o Brasil. Ocorreu a invasão fracassada na
Bahia em 1624 e, posteriormente, em 1630, ocorreu a invasão em Pernambuco.
Gabarito: B

38. (UEM 2015)


Em 1750, Portugal e Espanha firmaram o Tratado de Madri, que tinha como objetivo o
estabelecimento de fronteiras entre as possessões dos dois países na América. Assinale a(s)
alternativa(s) que se relaciona(m) corretamente a esse tratado de limites.
01) Os territórios dos Sete Povos das Missões, a leste do rio Uruguai, eram, até então,
ocupados por missões de jesuítas subordinados à Coroa da Espanha, que tinham como
objetivo a catequese de índios guaranis.
02) A orientação dos superiores da Companhia de Jesus para que os padres não
abandonassem os índios guaranis dos Sete Povos das Missões foi decisiva para a eclosão da
Guerra Guaranítica.
04) Segundo o Tratado de Madri, o território dos Sete Povos das Missões, a leste do rio
Uruguai, na atual região missioneira do estado do Rio Grande do Sul, passaria para o domínio
português.
08) A recusa de parte dos jesuítas e dos índios em abandonar os territórios dos Sete Povos
das Missões levou à “guerra dos guaranis” (ou Guerra Guaranítica).
16) A derrama, imposto sobre a mineração cobrado por Portugal na região de Minas Gerais,
em 1769, financiou as expedições militares organizadas por Portugal e Espanha para lutar

História. 71
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contra os índios guaranis que, orientados pelos jesuítas, tinham a intenção de fundar uma
República Teocrática na região das Missões.
Comentários
A afirmativa [02] está incorreta, porque os superiores da Companhia de Jesus foram contra o apoio
que os padres deram aos indígenas na região dos Sete Povos das Missões;
A afirmativa [16] está incorreta, porque os indígenas não tinham a intenção de fundar uma
República na região dos Sete Povos das Missões. Eles, simplesmente, recusavam-se a abandonar
suas terras e cruzar a fronteira, como ficou determinado pelo Tratado de Madrid. Além disso,
Portugal e Espanha financiaram de maneira diferente o ataque aos Sete Povos das Missões.
Gabarito: 01+04+08 = 13

39. (Mackenzie 2015)


A expulsão da Companhia de Jesus de todos os territórios portugueses, em 1759, foi uma das
medidas mais polêmicas tomadas por Pombal. Em geral, as justificativas para esse ato são a
total incompatibilidade entre o controle das práticas pedagógicas adotadas pelos jesuítas e o
projeto educacional iluminista pombalino. Todavia, é importante assinalar que tal expulsão
também está relacionada:

A) aos embates entre o Despotismo Esclarecido e as convicções dogmáticas da Igreja, que


persistiram no governo de Pombal e de D. Maria I.
B) à imposição do catolicismo como religião oficial da colônia, fruto da subordinação da coroa
portuguesa às decisões do papa.
C) ao controle do comércio de escravos africanos pelos jesuítas na região norte, impedindo
lucros para a coroa portuguesa.
D) à influência da burguesia huguenote na corte de D. José I, exigindo o direito de educar os
filhos dos colonos, até então monopólio dos jesuítas.
E) ao interesse em estabelecer o controle sobre as fronteiras da América portuguesa e sobre
os recursos econômicos produzidos nessas regiões.
Comentários
Somente a proposição [E] está correta. A questão remete a expulsão dos jesuítas do Brasil e de
Portugal durante o Período Pombalino, 1750-1777. Os primeiros padres jesuítas chegaram ao
Brasil em 1549 liderados por Manoel da Nóbrega tendo como objetivo a catequese dos nativos. Ao
longo do período colonial, os padres geraram inúmeros problemas para a coroa portuguesa, como
por exemplo não aceitar a escravidão dos indígenas e, assim, gerar um conflito entre padres e
colonos. No final do século XVII e início do século XVIII, ocorreram inúmeros conflitos no Sul devido
a criação da Colônia do Sacramento e dos Sete Povos das Missões. Os padres jesuítas ficaram ao
lado dos índios durante as “Guerras Guaraníticas”. O déspota esclarecido de Portugal, Marquês de
Pombal, expulsou os padres do Brasil e de Portugal em 1759.
Gabarito: E

História. 72
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40. (Mackenzie 2015)


“Meu avô foi buscar prata,
mas a prata virou índios.
Meu avô foi buscar índio,
mas o índio virou ouro.
Meu avô foi buscar ouro,
mas o ouro virou terra.
Meu avô foi buscar terras
e a terra virou fronteira.
Meu avô, ainda intrigado,
foi modelar a fronteira:
E o Brasil tomou a forma de harpa.”
(Martim Cererê - Cassiano Ricardo)

O autor, no seu poema Metamorfoses se refere às várias transformações verificadas no


território brasileiro. Tais “metamorfoses” presentes acima se referem
A) à importância do indígena brasileiro na composição étnica e cultural do povo brasileiro.
B) às dimensões continentais adquiridas pela nação brasileira e sua semelhança com um
instrumento musical.
C) ao processo histórico de penetração e ocupação do território nacional e a delimitação das
nossas fronteiras.
D) à conquista do território nacional, realizada pelos nossos indígenas, graças à navegação
dos nossos rios.
E) à enorme diversidade de ecossistemas e paisagens naturais presentes no nosso vasto
território.
Comentários
Somente a proposição [C] está correta. A questão remete a formação territorial do Brasil durante o
período colonial. A belíssima poesia de Cassiano Ricardo faz referência a formação territorial do
Brasil associada aos metais preciosos e aos índios. Contribuíram para este processo a mineração, a
atuação dos bandeirantes paulistas, a pecuária, as drogas do sertão e as missões portuguesas na
Amazônia. Assim, em 1750 foi assinado o Tratado de Madri que anulou o Tratado de Tordesilhas
dando ao Brasil praticamente o tamanho atual, exceto o Acre que foi anexado em 1904.
Gabarito: C

41. (UFPR 2015)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é
resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades
indígenas’."

História. 73
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(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por
Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).
A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles
trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram:
A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.
B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-
brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação
da sua organização social.
C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade
por conta dos confrontos com os espanhóis.
D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os
índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.
E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o
que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho
e organização habitacional.
Comentários
Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete as missões jesuíticas na América Latina
durante o período colonial. No contexto da contrarreforma ou Reforma católica em meados do
século XVI foi criada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus com o objetivo de angariar fiéis
para o catolicismo e impedir o avanço protestante. Estes jesuítas desempenharam um papel
importante na América, criaram as missões para catequese dos nativos. Daí que as aldeias que
eram um espaço indígena passaram a ser um aldeamento, ou seja, missões jesuíticas que ao
catequizar os nativos contribuíram para o processo de aculturação e destribalização. No caso do
Brasil, os padres jesuítas foram expulsos em 1759 pelo ministro Pombal.
Gabarito: E

42. (UESPI 2012)


Entre os objetivos dos monarcas portugueses na colonização do Brasil, se destacaram:
expandir as fronteiras territoriais e encontrar metais preciosos. A esse propósito, analise as
seguintes proposições:
1. a ocupação de quase todo o litoral brasileiro estava esboçada nos dois primeiros séculos da
colonização portuguesa.
2. no século XVIII, através do Maranhão, os portugueses percorreram o Amazonas,
rechaçando esporádicos estabelecimentos de espanhóis e infiltrações francesas.

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3. a colônia de Sacramento era periodicamente alvo de ataque dos espanhóis de Buenos


Aires, enquanto se consolidava o povoamento do Rio Grande do Sul.
4. a configuração do território brasileiro, tal como hoje se verifica foi, em linhas gerais,
definida pelo Tratado de Madri no século XVII.
5. os limites do território do Brasil obedeceram sempre ao estabelecido no Tratado de
Tordesilhas, quando se fixaram os domínios portugueses e espanhóis na América.

Estão corretas apenas:


A) 1, 4 e 5.
B) 1, 2 e 5.
C) 2, 4 e 5.
D) 1, 2 e 3.
E)2, 3 e 4.
Comentários
A divisão do Brasil em capitanias hereditárias e a exploração de cana-de-açúcar determinaram uma
ocupação mais próxima ao litoral, com expedições que, através de rios, percorriam áreas do
interior, ora na procura de metais preciosos, ora para rechaçar ameaças estrangeiras. Brasileiros
ocuparam diversas áreas após o meridiano de Tordesilhas que, teoricamente, pertenciam à
Espanha, incluindo a Colônia de Sacramento, às margens do Rio da Prata. O Tratado de Madri foi
firmado em 1750, portanto, metade do século XVIII.
Gabarito: D

43. (UPF 2014)


Durante governo do marquês de Pombal (1750-1777), a tentativa de consolidação das
fronteiras da colônia brasileira provocou uma disputa acirrada com a Espanha. Das
negociações entre as metrópoles portuguesa e espanhola, resultou o tratado de Madrid
(1750), segundo o qual a Colônia do Sacramento deveria passar para a Espanha e as Missões
ficariam com Portugal. Por conta desse tratado, os missioneiros deveriam retirar-se com os
índios para o lado da Banda Oriental (Uruguai). Sem querer deixar as Missões, os índios, com
apoio parcial dos jesuítas, resistiram ao cumprimento do tratado. A fim de expulsar os índios,
Portugal e Espanha armaram seus exércitos e, em 1756, avançaram sobre as Missões de
Santo Ângelo, São Borja, São João, São Lourenço, São Luiz Gonzaga, São Miguel e São Nicolau.
Dessa guerra, os chamados Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai saíram aniquilados.
Esse episódio ficou conhecido como:
A) Revolução dos Tamoios.
B) Guerra Guaranítica.
C) Inconfidência Mineira.
D) Guerra dos Emboabas.

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E) Revolução Farroupilha.
Comentários
A Guerra Guaranítica – assim chamada devido a etnia dos indígenas nela envolvidos – foi
caracterizada pelo confronto entre os exércitos de Portugal e Espanha e os índios guaranis que
ocupavam a região dos chamados Sete Povos das Missões (atual Rio Grande do Sul).
Após acordo envolvendo Portugal e Espanha pelo domínio das terras ao sul da Colônia portuguesa,
os indígenas e os missionários deveriam sair das Missões Jesuítas rio-grandenses (pertencentes a
Portugal) e dirigir-se para o território do atual Uruguai (pertencente à Espanha). Como se
recusaram a isso houve confronto armado, vencido pelos exércitos de Portugal e Espanha.
Gabarito: B

44. (G1 - Col. Naval 2014)


A União Ibérica foi um importante estímulo à expansão territorial portuguesa sobre o
território que legalmente pertencia à Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas. Com isso,
aconteceram vários conflitos entre os dois países e foram necessários alguns tratados de
limites para que as novas fronteiras se definissem. Sobre os tratados de limites que definiram
o território brasileiro, pode-se afirmar que:
A) o Tratado de Lisboa foi assinado entre Portugal e Espanha e restabeleceu os limites
territoriais existentes à época do Tratado de Tordesilhas.
B) o Tratado de Madri, assinado entre Portugal e Espanha, usando o princípio da restauração,
restabeleceu as fronteiras existentes antes da União ibérica.
C) com o Tratado do Santo Ildefonso, Portugal recebeu o domínio dos Sete Povos das
Missões, o que provocou a chamada Guerra Guaranítica.
D) o Tratado de Methuen, assinado entre Portugal e Inglaterra, definiu as fronteiras ao norte
do Brasil, e a Guiana ficou sob domínio inglês.
E) o Tratado de Badajoz foi o último a ser assinado e praticamente definiu os limites
territoriais brasileiros. A única alteração, desde aquela época, foi a anexação do Acre.
Comentários
O Tratado de Badajoz (1801) foi assinado por Portugal (de um lado) e Espanha/França (de maneira
conjunta). Tal tratado continha determinações pesadas para Portugal, como a obrigação de fechar
os portos sob seu domínio para os navios ingleses. Após esse acordo, o território brasileiro
manteve inalterado até a anexação do Acre, no Segundo Reinado.
Gabarito: E

45. (UFG 2013)


O Tratado de Madri (1750) pretendeu atender à disputa de territórios entre Portugal e
Espanha, representando também uma estratégia para melhor administrar os domínios
ibéricos na chamada região das Missões. A tentativa de impô-lo gerou uma guerra que, ao

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seu final, terminou por definir o controle sobre as colônias que ocupavam a região dos
Pampas. Esse tratado
A) determinou a troca entre os sete povos das missões, no Uruguai, e a colônia de
Sacramento, no Brasil.
B) redefiniu as fronteiras territoriais na América do Sul, com base no uti possidetis.
C) permitiu aos jesuítas exercer um domínio que se estendeu por toda a região do Prata.
D) garantiu a consolidação da chamada “República dos Guaranis”, sob influência da Igreja
Católica.
E) possibilitou a anexação da região das Missões ao território argentino e do Chaco ao
Uruguai.
Comentários
O Tratado de Madrid, basicamente, surgiu para substituir o Tratado de Tordesilhas, que, na prática,
já não era respeitado desde o período da União Ibérica. De acordo com aquele tratado, Portugal e
Espanha admitiam a violação de Tordesilhas e a necessidade de estipular os novos domínios
territoriais, tanto na América quanto na Ásia. A base do novo Tratado era o direito privado
romano do uti possidetis, ita possideatis (quem possui de fato, deve possuir de direito). Sendo
assim, as terras espanholas na América do Sul ocupadas por Portugal passaram a ser, por direito,
dos portugueses.
Gabarito: B

46. (Unicamp 2012)


Emboaba: nome indígena que significa “o estrangeiro”, atribuído aos forasteiros pelos
paulistas, primeiros povoadores da região das minas. Com a descoberta do ouro em fins do
século XVII, milhares de pessoas da colônia e da metrópole vieram para as minas, causando
grandes tumultos. Formaram-se duas facções, paulistas e emboabas, que disputavam o
governo do território, tentando impor suas próprias leis.
(Adaptado de Maria Beatriz Nizza da Silva (coord.), Dicionário da História da Colonização
Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1994, p. 285.)

Sobre o período em questão é correto afirmar que:


A) As disputas pelo território emboaba colocaram em confronto paulistas e mineiros, que
lutaram pela posse e exploração das minas.
B) A região das minas foi politicamente convulsionada desde sua formação, em fins do século
XVII, o que explica a resistência local aos inconfidentes mineiros.
C) A luta dos emboabas ilustra o processo de conquista de fronteiras do império português
nas Américas, enquanto na África os portugueses se retiravam definitivamente no século
XVIII.

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D) A monarquia portuguesa administrava territórios distintos e vários sujeitos sociais, muitos


deles em disputa entre si, como paulistas e emboabas, ambos súditos da Coroa.
Comentários
Os primeiros ocupantes da região das minas foram paulistas de origem bandeirante, que sonharam
enriquecer com o ouro encontrado. No entanto, toda a estruturação da exploração aurífera ficou
sobcontrole de representantes da metrópole, que distribuíram as terras àqueles que possuíam
escravos – normalmente vindos da região açucareira em crise – e privilegiavam mercadores de
origem portuguesa, muitos vindos da cidade do Rio de Janeiro. Esses dois grupos, que chegaram
posteriormente, eram vistos como “forasteiros” pelos primeiros ocupantes da região e seus
privilégios foram contestados, num movimento que redundou em uma Guerra, com violenta
repressão sobre os pequenos mineradores.
Gabarito: D

47.
O mapa a seguir apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia
amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século
XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de
Madri, apenas em 1750.

Adaptado de Carlos de Meira Mattos. Geopolítica e teoria de fronteiras.

Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente,
dominar
A) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
B) economicamente as grandes rotas comerciais.
C) as fronteiras entre nações indígenas.
D) o escoamento da produção agrícola.
E) o potencial de pesca da região.
Comentários
A região amazônica foi pouco explorada durante o período colonial e a atividade econômica
predominante foi o extrativismo. A maior preocupação portuguesa na época da construção das

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unidades militares foi garantir a posse da terra em uma região que pertenceu teoricamente aos
espanhóis até 1750, mas nunca foi efetivamente dominada. Apesar da presença de grandes rios, a
pesca nunca foi uma atividade econômica desenvolvida, assim como não havia entre os povos
indígenas a ideia de fronteira.
Gabarito: A

48. (ACAFE 2016)


A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas tropas
e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha.
No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, EXCETO a:
A) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de
Bragança. O duque foi coroado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança.
B) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites
territoriais portugueses e espanhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para o
interior da colônia.
C) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu
território. A União do exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta
ameaça.
D) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os
espanhóis não estavam permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de
açúcar.
Comentários
A questão remete a União Ibérica, 1580-1640, através da submissão da coroa portuguesa e suas
colônias pela coroa espanhola que era governada por Filipe II da dinastia de Habsburgo. Em 1578
morreu Sebastião, rei de Portugal e o cardeal Henrique assumiu o trono. Após a morte do rei
Henrique, a Espanha conseguiu realizar um velho sonho, unir as coroas ibéricas. Esta “união” gerou
mudanças na Europa e no Brasil. O Tratado de Tordesilhas perdeu o sentido, a Holanda através da
Companhia das Índias Ocidentais invadiu o Brasil em 1624 na Bahia (fracassou) e Pernambuco em
1630.
Gabarito: C

49. (UPE 2015)


A primeira metade do século XVII em Pernambuco foi marcada pela invasão holandesa à
capitania. A presença holandesa em Pernambuco durou 24 anos, de 1630 a 1654. A invasão
foi motivada por vários fatores, dos quais podemos destacar
A) o sucesso da colonização holandesa no sul da América, especialmente nas possessões
espanholas, e a vontade da Holanda em expandir seus domínios no Novo Mundo.
B) a necessidade do algodão, produto amplamente produzido na capitania de Pernambuco,
desde o século XVI, por parte das indústrias têxteis holandesas.

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C) o bloqueio do acesso holandês pela Coroa Espanhola ao comércio do açúcar produzido em


Pernambuco, durante a União Ibérica.
D) a presença maciça de tropas holandesas na Bahia, desde 1625.
E) os interesses dos comerciantes e senhores de engenho locais em comercializar com os
holandeses, em detrimento dos portugueses.
Comentários
Durante a União Ibérica, a Holanda, então colônia da Espanha, proclamou sua independência. O rei
espanhol, então, proibiu a ex-colônia de fazer comércio com qualquer possessão espanhola,
incluindo o Brasil. A Holanda, devido à participação que tinha no comércio do açúcar brasileiro,
invadiu a Capitania de Pernambuco.

Gabarito: C

50. (FGV 2013)


Sobre a conquista holandesa do Nordeste brasileiro, no período colonial, é correto afirmar:
A) Os conflitos entre portugueses e holandeses devem ser compreendidos no contexto da
União Ibérica (1580-1640) e da separação das Províncias Unidas do Império Habsburgo.
B) A ocupação das áreas de plantio de cana obrigou os holandeses a intensificarem a
escravização dos indígenas, uma vez que não possuíam bases no continente africano.
C) Estabelecidos em Pernambuco, os holandeses empreenderam uma forte perseguição aos
judeus e católicos ali residentes e fortaleceram a difusão do protestantismo no Brasil colonial.
D) A administração de Maurício de Nassau foi caracterizada pelo pragmatismo e pela
desmontagem do grande centro de artistas e letrados organizado pelas autoridades
portuguesas em Olinda.
E) Os holandeses implementaram uma nova e eficiente estrutura produtiva baseada em
pequenas e médias propriedades familiares, que se diferenciava das antigas plantations
escravistas.
Comentários
As invasões holandesas no nordeste – Bahia e Pernambuco – ocorreram no contexto das “Guerras
do Açúcar” entre Holanda e Espanha. A potência Ibérica controlava Portugal e suas colônias e,
como forma de retaliar os holandeses foi decretada a proibição do comércio de açúcar brasileiro,
representando grande prejuízo para os investidores holandeses.
Gabarito: A

51. (PUC-RS 2013)


A União Ibérica (1580-1640) provocou o acirramento de conflitos europeus, alguns dos quais
foram transferidos para os territórios coloniais de Portugal e Espanha. A situação que NÃO
tem relação com os conflitos do contexto da União Ibérica é:

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A) Os portugueses fundam a cidade de Rio Grande e a Colônia de Sacramento, utilizando-se


da temporária nulidade dos limites territoriais estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.
B) Os espanhóis não reconhecem a independência dos territórios holandeses que formaram
as Províncias Unidas dos Países Baixos, sob a liderança da Casa de Orange.
C) Os holandeses criam as Companhias de Comércio (Oriente e Ocidente), que lhes
possibilitam recursos para as invasões no nordeste brasileiro e na costa africana.
D) Os ingleses, que apoiavam a independência das Províncias Unidas dos Países Baixos, aliam-
se aos franceses para invadir o Recife em 1595.
E) Os franceses ocupam cidades brasileiras no Sudeste, como Santos e Rio de Janeiro, e em
estados do Nordeste, como Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Comentários
A fundação de ambas as províncias (Rio Grande e Sacramento) não ocorreu devido à União Ibérica
ou ao fim temporário do Tratado de Tordesilhas: a província de Rio Grande foi fundada em 1737 e
a Colônia do Sacramento foi fundada em 1680.
Gabarito: A

52. (UFSM 2013)


Analise o mapa e o texto.

Os domínios holandeses da colônia portuguesa estenderam-se desde o litoral dos atuais


Maranhão até Sergipe. Para administrá-los, foi nomeado o conde Maurício de Nassau, que
permaneceu no cargo entre 1637 e 1644. Preocupado em normalizar a rica produção
açucareira, o conde conseguiu a colaboração de muitos senhores de engenho, concedendo-
lhes empréstimos que permitiram o aumento da produtividade. [...]
A administração de Nassau destacou-se pelas realizações urbanísticas e culturais, saneando e

História. 81
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modernizando Recife, que se converteu num centro urbano repleto de notáveis obras
arquitetônicas, passando a chamar-se Mauritzstadt, ou cidade Maurícia.
Fonte: VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. São Paulo:
Scipione, 2008. p. 188-189. (adaptado)
A economia colonial portuguesa do nordeste açucareiro constituiu um dos núcleos
fundamentais do mercado mundial em expansão, nos séculos XVI e XVII. As invasões dos
holandeses, o domínio das regiões produtoras e os investimentos feitos atestam essa
importância.
Integram esse contexto histórico, entre outros, os seguintes processos:
I. o domínio da Espanha sobre Portugal durante a denominada “União Ibérica”.
II. as rivalidades entre holandeses e espanhóis na Europa, fruto das lutas para a formação do
Estado Nacional holandês em territórios sob o domínio da monarquia espanhola.
III. a continuidade da produção açucareira, caracterizada como uma economia colonial típica,
voltada para o exterior, com a função de promover a acumulação primitiva do capital.
IV. o enfraquecimento do controle dos senhores sobre seus escravos durante o conflito com
os holandeses, facilitando o aumento das fugas e a ampliação da população dos quilombos,
principalmente o de Palmares.
Está(ão) correta(s)
A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I, II e III.
D) apenas III e IV.
E) I, II, III e IV.
Comentários
As invasões holandesas e o domínio de uma porção do norte do Brasil se insere no contexto da
União Ibérica – quando Portugal esteve submetido a coroa espanhola – e as guerras entre Espanha
e Holanda, uma vez que esta última se rebelou contra o domínio estrangeiro, libertou-se e
promoveu sua independência, tornando-se um Estado livre. No primeiro período de ocupação,
antes da administração de Nassau, os conflitos prejudicaram os fazendeiros e dentre outras
consequências, perderam parte de seus escravos, devido às fugas.
Gabarito: E

53. (Mackenzie 2013)


Com a união das coroas de Portugal e Espanha, ocorreu o início do período chamado de
União Ibérica (1580-1640). A Holanda, que enfrentou diversas lutas contra a Espanha,
exerceu influência direta na colônia portuguesa na América, pois

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A) passou a pilhar e saquear as feitorias na costa africana dominada pelos espanhóis,


interessada no comércio de escravos e de marfim, invadindo, também, as cidades de Santos e
Salvador, no Brasil.
B) o embargo espanhol representou prejuízos para os interesses holandeses no Brasil, uma
vez que participavam do comércio de produtos tropicais nacionais, principalmente do pau-
brasil.
C) sofria, na época, perseguições religiosas na Europa e retaliações dos católicos residentes
em seu país, por isso, seu desejo foi montar uma colônia protestante no Brasil.
D) ocupou o nordeste brasileiro para evitar a criação de bases e feitorias espanholas, visando
quebrar o monopólio da rota da prata advinda das demais colônias e também minar o
prestígio internacional ibérico.
E) apoderou-se do nordeste brasileiro e retomou o controle da lucrativa operação de
transporte, refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro, perdido a partir da União
Ibérica.
Comentários
Devido ao seu conflito com a Espanha (luta de independência), a Holanda, através da Companhia
das Índias Ocidentais, invadiu o Nordeste brasileiro para retomar o negócio do refino e do
comércio do nosso açúcar que a Espanha havia proibido. Os holandeses permaneceram no nosso
Nordeste por 24 anos.
Gabarito: E

54. (PUC-RS 2015)


Associe as revoltas coloniais (coluna A) às suas características essenciais (coluna B).
Coluna A
1. Revolta dos Beckman
2. Guerra dos Emboabas
3. Guerra dos Mascates
4. Revolta de Vila Rica
5. Inconfidência Mineira

Coluna B
( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela
oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo
como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e
cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses.
( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com
a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia
de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus.

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( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve
como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer
4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte
por cento) sobre o ouro.
( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes),
primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os
seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias.

A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é


A) 3 – 1 – 4 – 2
B) 1 – 2 – 3 – 5
C) 3 – 4 – 1 – 2
D) 2 – 3 – 4 – 5
E) 3 – 4 – 5 – 2
Comentários
Na época colonial, ocorreram as seguintes revoltas nativistas:
[1] Guerra dos Mascates: travada em Pernambuco pelos comerciantes portugueses de Recife e os
senhores de engenho nativos de Olinda, pelo domínio do comércio na Capitania;
[2] Revolta dos Beckman: ocorrida no Maranhão devido à proibição, por parte dos Jesuítas, da
escravidão indígena;
[3] Revolta de Vila Rica: ocorrida em Vila Rica, tinha como líder Felipe dos Santos e como exigência
o fim da cobrança do quinto;
[4] Guerra dos Emboabas: conflito que opôs mineiros e paulistas (emboabas) pelo controle das
minas descobertas na Colônia.
Gabarito: A

55. (UECE 2015)


A Historiografia do Brasil registra várias revoltas e insurreições ‒ ações situadas no âmbito do
contexto social, político e econômico do Brasil colonial que expressavam a insatisfação dos
vários grupos sociais com os poderes instituídos. Assinale a opção que apresenta somente
movimentos ocorridos nesse período.
A) Inconfidência Mineira, Conjuração dos Alfaiates, Revolução Pernambucana.
B) Inconfidência Mineira, Balaiada e Conjuração dos Alfaiates.
C) Balaiada, Cabanagem e Revolução Pernambucana.
D) Revolução Praieira, Inconfidência Mineira, Revolução Pernambucana.
Comentários

História. 84
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As três revoltas ou insurreições ocorridas durante o Período Colonial (1530-1822) foram: a


Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração dos Alfaiates ou Conjuração Baiana (1797) e a
Revolução Pernambucana (1817).
Gabarito: A

56. (G1 - IFSC 2014)


Dentre os movimentos que contestavam o imperialismo português no Brasil, podemos
destacar a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Apesar dos dois movimentos terem
como base as ideologias do Iluminismo, também tiveram grandes diferenças entre si.
Comparando esses dois movimentos, é CORRETO afirmar que:
A) Minas Gerais e Bahia se comunicavam ativamente para que seus movimentos ocorressem.
Tanto é verdade que Tiradentes se tornou herói nacional por lutar nas duas revoltas.
B) Tanto a Conjuração Baiana quanto a Inconfidência Mineira foram movimentos burgueses,
com a participação popular quase nula e apenas os mais pobres foram condenados: João de
Deus Nascimento, na Bahia, e Tiradentes, em Minas Gerais.
C) Diferente da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana tinha como proposta o fim da
escravidão e um levante armado imediato.
D) Um dos grandes motivos para que as revoltas ocorressem foi a Independência dos Estados
Unidos. Os revoltosos da Bahia e de Minas Gerais foram em comitiva para o país recém-
independente conseguir apoio para suas revoltas.
E) Os dois movimentos foram sumariamente reprimidos. Os dois líderes, João de Deus
Nascimento e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foram enforcados juntos, lado a
lado, no Rio de Janeiro para servirem de exemplos.
Comentários
A diferença fundamental entre a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana é que a primeira era
elitista e a última era popular. Nesse sentido, uma das exigências da Conjuração Baiana era a
abolição da escravatura.
Gabarito: C

57. (Mackenzie 2014)


Em 12 de agosto de 1798, as paredes das igrejas de Salvador, lugares públicos e paredes de
casas, apareceram com panfletos manuscritos que diziam: “Está para chegar o tempo feliz da
nossa liberdade, o tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em que todos seremos
iguais”. Tal manifesto conclamava à revolução a população, que estava insatisfeita com o
agravamento do custo de vida.

A respeito dessa revolta é correto afirmar que


A) a Inconfidência Mineira foi influenciada pelos ideais de liberdade vindos da Europa, pela
independência das Treze Colônias da América do Norte e pela opressão metropolitana.

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B) a Inconfidência Baiana foi o mais importante e significativo dentre os movimentos


emancipacionistas, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Conjura do Rio de
Janeiro.
C) tal movimento de rebeldia contra a Metrópole se manifestou em um momento em que o
próprio Estado Português afrouxou sua política de arrecadação fiscal sobre a Colônia.
D) a Conjuração Baiana, diferente das demais revoltas da época, não se limitou apenas aos
ideais de independência e liberdade, como propunha mudanças estruturais para a sociedade
brasileira.
E) a Revolta dos Alfaiates contou com a participação de todas as classes sociais da Bahia, ao
contrário dos outros movimentos emancipatórios, mas a liderança coube aos grandes
proprietários de terras.
Comentários
A Conjuração Baiana, de caráter majoritariamente popular, além dos ideais iluministas de
liberdade e República, buscava pôr fim à escravidão e às desigualdades sociais.
Gabarito: D

58. (VUNESP 2011)


Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro,
podemos citar:
A) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros
podiam viver livremente.
B) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da
África.
C) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados
pela Igreja Católica.
D) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em
navios que rumavam para a África.
E) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida
pela Igreja.
Comentários
Além das mais conhecidas formas de resistência à escravidão como as fugas e os Quilombos, a
resistência cultural foi também de extrema importância durante o período em que vigorou a
escravidão no Brasil. Mesmo sendo batizados ao desembarcar no Brasil e obrigados a participar
das celebrações católicas, muitos escravos mantiveram tradições de seus locais de origem como
maneira de resistir ao processo de aculturação que lhes era imposto. Isso era feito na maioria das
vezes com a associação de divindades de origem africana com santos da liturgia católica, porém
não devemos esquecer da Revolta dos Malês que teve como característica fundamental em sua

História. 86
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organização a coesão de um grupo de escravos de fé islâmica e que mantiveram as características


fundamentais de sua religião sem abrir espaço para a influência do catolicismo.
Gabarito: C

59. (UFPR 2016)


Na América portuguesa, as irmandades eram espaços de:
A) assistência aos negros que fugiam de seus senhores, providenciando alojamento e laços de
solidariedade para arrecadar fundos para sua alforria, através da realização de festas de
devoção aos seus santos padroeiros.
B) congregação de negros, indígenas e brancos pobres, constituindo sociedades de auxílio
mútuo para garantir um enterro digno aos seus membros e familiares, além de proteger seus
membros das visitações da Inquisição.
C) resistência ao catolicismo do regime de padroado, permitindo que os negros mantivessem
seus cultos originais africanos após conquistarem sua alforria, proibindo a entrada de
membros brancos e indígenas.
D) auxílio mútuo, em caso de doença, enterro e assistência a órfãos e viúvas, e de
arrecadação de recursos para alforria, servindo também para manter traços das culturas
africanas, como forma de resistência à sociedade escravocrata.
E) sociabilidade dos negros escravizados e libertos, compreendendo debates políticos de
resistência à escravização, por meio da preservação das culturas e devoções africanas, o que
gerou o primeiro ideário abolicionista.
Comentários
As irmandades coloniais eram espaços de auxílio mútuo entre seus membros, em casos de saúde,
falecimento, assistencialismo e arrecadação monetária.
Gabarito: D

60. (UFPR 2015)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é
resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades
indígenas’."
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por
Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).

A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles


trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram
A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.

História. 87
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B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-


brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação
da sua organização social.
C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade
por conta dos confrontos com os espanhóis.
D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os
índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.
E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o
que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho
e organização habitacional.
Comentários
Somente a alternativa [E] está correta. A questão remete as missões jesuíticas na América Latina
durante o período colonial. No contexto da Contrarreforma ou Reforma católica em meados do
século XVI foi criada por Inácio de Loyola a Companhia de Jesus com o objetivo de angariar fiéis
para o catolicismo e impedir o avanço protestante. Estes jesuítas desempenharam um papel
importante na América, criaram as missões para catequese dos nativos. Daí que as aldeias que
eram um espaço indígena passaram a ser um aldeamento, ou seja, missões jesuíticas que ao
catequizar os nativos contribuíram para o processo de aculturação e destribalização. No caso do
Brasil, os padres jesuítas foram expulsos em 1759 pelo ministro Pombal.
Gabarito: E

61. (G1 - UTF-PR 2015)


O principal interesse da metrópole portuguesa em relação ao Brasil, no período Colonial, era:
A) produzir alimentos para alimentar a população de Portugal.
B) fazer o comércio e escravidão de índios e negros.
C) vender os produtos manufaturados de Portugal e Espanha.
D) extrair produtos e matérias-primas rentáveis no mercado mundial da época.
E) criar gado para atender ao mercado europeu.
Comentários
Somente a proposição [D] está correta. A questão remete ao interesse de Portugal na colonização
do Brasil. No final da Idade Média e início da Idade Moderna surgiram os Estados Nacionais
Modernos através de uma aliança entre rei e burguesia. Portugal foi o primeiro Estado Moderno a
surgir. Estes Estados necessitavam de recursos para criar e manter exército, criar e manter a
marinha além do custo para manter a burocracia estatal. Assim, surgiu a política econômica
denominada de Mercantilismo. Como consequência, surgiram as Grandes Navegações e a
Colonização da América. O interesse da metrópole na colonização da América era exatamente
angariar recursos através de produtos tropicais e matérias-primas como o açúcar entre outros.

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Gabarito: D

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Observe as figuras 1 e 2.

62. (UEL 2015)

História. 89
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A colonização no Brasil pela coroa portuguesa teve sua origem no sistema de Capitanias
Hereditárias que definiu a propriedade e a posse das terras. No início do século XIX, com a
vinda de imigrantes europeus para o Brasil, estabeleceu-se a Lei de Terras de 1850, com o
intuito de normatizar a propriedade e o seu uso.
Sobre o domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850,
assinale a alternativa correta.
A) Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei de
Terras definiu que as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada somente pela
compra.
B) Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para fazê-la.
Com a vinda dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos desprovidos de
recursos.
C) Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo das
capitanias. Com a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo monopólio do
poder econômico.
D) O sistema de capitanias vigorou até o século XIX quando aconteceram as insurreições do
Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu que a mão de obra livre pudesse se locomover
para as atividades industriais.
E) A Coroa tinha o direito de confiscar todos os metais preciosos extraídos das capitanias. A
Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o arrendamento das terras consideradas devolutas.

Comentários
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete a propriedade e posse de terras no Brasil
entre 1534 com a criação das Capitanias Hereditárias até 1850 com a aprovação da Lei de Terras
no Brasil. No contexto das Capitanias Hereditárias, os donatários não podiam vender as terras, pois
estas pertenciam à Coroa Portuguesa. Assim, os colonos deveriam ocupar e explorar as terras e
pagar impostos à Portugal. A partir de meados do século XIX, o Brasil começou a receber muitos
imigrantes europeus. Desta forma, a elite política aprovou a Lei de Terras em 1850 afirmando que
a posse de terras no Brasil só acontecia através de compra. O objetivo era impedir a ocupação de
terras por parte de imigrantes e pobres em geral e vincular estes trabalhadores à lavoura cafeeira
de exportação. As demais alternativas estão incorretas.
Gabarito: A

63. (UEL 2014)


Leia o texto a seguir.
Afluente da margem direita do Rio Vermelho, ao norte de Cambé, próximo ao Distrito da
Prata, o Rio Palmeira forma um vale onde a mata nativa ainda concentra reservas. Ali, séculos
atrás havia um lago. Era um ponto estratégico com água, peixe, caça e floresta subtropical.

História. 90
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Ali, em 1625 foi construída a redução jesuítica de San Joseph – o termo missão foi adotado
pelos portugueses, enquanto espanhóis e pesquisadores preferem redução
(Jornal de Londrina, 3 mar. 2013. p.21.)

Recentemente no município de Cambé, localizado no norte do Paraná, foram descobertas


ruínas de fundações da Redução Jesuítica, que comportou cerca de 200 pessoas, com fácil
acesso à água e aos produtos oriundos da floresta.
As Reduções ou Missões Jesuíticas no Brasil estão associadas
A) às ações das bandeiras, que buscavam, nas Reduções, mão de obra indígena para a
escravização.
B) às atividades mercantis de minérios e de drogas do sertão que abasteciam a metrópole.
C) à cristianização facultativa dos indígenas pelos irmãos jesuítas com o apoio da Santa Sé.
D) à libertação dos indígenas do jugo católico, conquistando a autonomia para professarem a
sua fé.
E) ao desenvolvimento de práticas agrícolas e de pecuária extensiva que vieram a abastecer o
comércio metropolitano.
Comentários
Nos séculos XVII e XVIII, os bandeirantes paulistas, devido à pobreza da região, realizaram
inúmeras atividades para sobreviver, tais como: caça ao índio, caça ao ouro, monções (abastecer
as áreas mineratórias) e o sertanismo de contrato (abafar revoltas indígenas e dos escravos
negros). No século XVII, havia o império holandês no nordeste brasileiro que recrutava muita mão
de obra escrava negra e, assim, faltavam braços para trabalhar nas regiões adjacentes. Desta
forma, os bandeirantes paulistas destruíram as missões jesuíticas no sul para vender os nativos
como escravos, principalmente no nordeste. Recentemente foi encontrado na cidade de Cambé,
no norte do Paraná, vestígios de uma redução jesuítica que possuíam cerca de 200 pessoas.
Somente a alternativa [A] é correta. As alternativas [B], [C], [D] e [E] estão incorretas. As drogas do
sertão estavam localizadas no Amazônia. A catequese realizada pelos padres jesuítas não era
facultativa. Os nativos não foram libertos do jugo católico, conquistando sua autonomia religiosa.
Não ocorreram a pecuária extensiva e práticas agrícolas para abastecer a metrópole.
Gabarito: A

64. (UFPR 2013)


Assinale a alternativa correta sobre o papel social e econômico das cidades no período
colonial da América Portuguesa.
A) As cidades nunca tiveram um papel significativo na economia colonial, pois toda a riqueza
que interessava ao comércio português era de origem agrária. Dessa forma, as cidades eram
núcleos administrativos sem qualquer povoamento significativo, que só se tornaram alvo de
investimentos após a vinda da Família Real portuguesa.

História. 91
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B) As cidades passaram a ter um papel econômico primordial na colônia a partir da fundação


de São Paulo, que se tornou um grande entreposto comercial. Posteriormente, com o ciclo do
ouro, as cidades de Minas Gerais tornaram-se um centro irradiador de progresso econômico,
superando a importância das áreas rurais na economia colonial. Isso impulsionou um maior
desenvolvimento urbano, trazendo progresso material e cultural a toda a sociedade.
C) Mesmo com papel econômico secundário, a partir dos séculos XVII e XVIII, algumas cidades
foram valorizadas com o aumento da participação da colônia no comércio ultramarino, em
especial após as políticas pombalinas de incentivo às Companhias de Comércio. Além de
possuírem órgãos administrativos e políticos, as cidades agregaram boa parte dos elementos
sociais da colônia, definindo em seus espaços as diferenças de gênero, raça e status social.
D) Além de serem centros administrativos, as cidades formaram pequenos centros
educacionais de catequese dos indígenas e de evangelização dos colonos, agregando uma
população majoritariamente masculina. Por serem muito pobres, as cidades eram vilas
incipientes, o que gerava uma concentração populacional e econômica nas áreas rurais.
E) As cidades foram centros administrativos importantes para o desenvolvimento econômico
e social da colônia, por concentrarem escolas, jardins botânicos e assistência médica e
jurídica à população. Escravos frequentemente fugiam para tentar uma vida melhor nas
cidades, o que gerava uma rivalidade entre os centros urbanos e as áreas rurais.
Comentários
Grande parte das cidades, no período colonial brasileiro, ficou em segundo plano porque o poder
político e econômico estava descentralizado, de certo modo, nas mãos dos fazendeiros. Uma outra
razão está em que o Brasil, na divisão internacional do trabalho, dentro da perspectiva colonial,
assumiu o papel de produtor e exportador de produtos agrícolas. Algumas exceções: Rio de Janeiro
– capital; Vila Rica, Diamantina – ouro e diamantes.
Gabarito: C

65. (G1 - UFT-PR 2012)


O Brasil foi colonizado pelos portugueses que estabeleceram o antigo sistema colonial. Este
sistema vigorou na maioria dos países latino-americanos entre os séculos XV e XIX.
Assinale a alternativa que explica o sistema colonial corretamente.
A) As metrópoles ajudaram na implantação das indústrias nas colônias.
B) As colônias produziam produtos agrícolas e manufaturas livremente e podiam vender com
lucro para as metrópoles.
C) Os comerciantes das metrópoles traziam as mercadorias manufaturadas que vendiam nas
colônias e estas podiam revender aos outros países.
D) O comércio entre as colônias e as metrópoles era regulado por leis que não permitiam a
exploração das colônias.
E) As colônias produziam matéria-prima que vendiam as metrópoles e só podiam comprar
produtos manufaturados das metrópoles.

História. 92
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Comentários
A colonização da América se deu em um contexto mercantilista e absolutista. Surgiram os Estados
Nacionais Modernos Europeus através de uma aliança entre rei e burguesia. Estes Estados
necessitavam de muitos recursos para montar e equipar exército, montar e equipar a marinha bem
como manter a burocracia estatal. Assim a colonização da América tinha como escopo gerar
recursos para a metrópole. O papel da colônia era complementar a economia da metrópole, enviar
matéria prima e produtos tropicais e importar produtos manufaturados da metrópole. As demais
alternativas estão incorretas. Não foram criadas indústrias nas colônias. Havia o pacto colonial no
qual a colônia não tinha autonomia política e econômica, portanto não tinha liberdade para
comercializar.
Gabarito: E

66. (UEL 2012)


A Inquisição Portuguesa, ou Tribunal do Santo Ofício de Portugal, que esteve nas mãos do
poder real, utilizou-se da coerção para obter a confissão de culpa. Uma vez condenado, um
dos rituais consistia na execução pública do acusado na fogueira como forma de purificação.
Sobre esta instituição, é correto afirmar:
A) A Inquisição atuou mais contra os inimigos da pessoa do Papa do que sobre os inimigos da
Igreja.
B) A Inquisição durou em Portugal até meados do século XX, tendo sido abolida pelo Concílio
Vaticano II.
C) A Inquisição, por intermédio de seu braço papal, o Tribunal do Santo Ofício, poupava
judeus e muçulmanos da execução.
D) No Brasil, a Inquisição atuou por intermédio das Visitações detendo judeus, mulheres e
sodomitas, os quais eram julgados em Portugal.
E) O Tribunal do Santo Ofício, após as reformas religiosas ocorridas no século XIX,
transformou-se na Encíclica Rerum Novarum.
Comentários
Somente a proposição [D] está correta. A questão remete a Santa Inquisição em Portugal. O
Tribunal do Santo Ofício ganhou força no contexto da Contrarreforma ou a Reforma Católica em
meados do século XVI. Ao longo do período colonial, o Brasil recebeu as Visitações, isto é, a visita
dos membros da Inquisição que detinham mulheres, judeus e sodomitas para serem julgados em
Portugal. Muitos morriam aguardando o julgamento em prisões subterrâneas. A Bahia foi visitada
entre 1591-1593 e Pernambuco entre 1593-1595. Os cristãos novos (judeus convertidos ao
cristianismo) foram importantes para a construção do Brasil Colonial. As demais alternativas estão
incorretas.
Gabarito: D

História. 93
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1. (Pref. de Juazeiro do Norte-CE - Professor de História /2019)


Esse conflito ocorreu em meio à situação em que a Capitania de Pernambuco se encontrava
nas décadas que se seguiram após a expulsão dos holandeses em 1654. A situação financeira
dos senhores de engenho, cujo centro político estava na cidade de Olinda, agravava-se, haja
vista a concorrência holandesa. Como tinham controle sobre a Câmara de Olinda, esses
senhores de engenho induziram o governo a aumentar os impostos que os comerciantes
tributavam. A maior parte desses comerciantes estava em Recife e, em protesto, entre os
anos de 1710 e 1711, rebelou-se contra Olinda. O conflito descrito acima refere-se à
A) Revolução Pernambucana (1817).
B) Confederação do Equador (1824).
C) Guerra dos Mascates (1710-1711).
D) Conspiração dos Suassunas (1801).
E) Insurreição Pernambucana (1645-1654).

2. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)


Quanto à Revolta dos Beckman (1684), considere V para afirmativa verdadeira e F para falsa:
( ) Em 1682, para aumentar a lucratividade da colônia, a Coroa portuguesa criou a Companhia
de Comércio do Maranhão, concedendo-lhe o monopólio do comércio na região.
( ) Foi uma revolta que mostrou os problemas de mão de obra e abastecimento na região do
Maranhão.
( ) Os principais líderes do movimento foram enforcados, exceto Thomas Beckman, que foi
deportado para Pernambuco.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A) F – V – V
B) V – V – F
C) V – F – V
D) V – V – V
E) F – F – V

3. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)


A respeito da Revolta de Filipe dos Santos (1720), assinale a alternativa incorreta.

História. 94
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A) O governo português proibiu a circulação de ouro em pó em Minas Gerais, exigindo que


todo o minério extraído fosse entregue às Casas de Fundição.
B) Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro e a revolta durou um ano.
C) Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.
D) Após a revolta, a coroa portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das
minas, visando combater a evasão fiscal e o contrabando de ouro.
E) Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a capitania de Minas Gerais.

4. (IDHTEC - Pref. de Maragogi-AL - Professor de História /2019)


Assinale a alternativa incorreta sobre a Conjuração Baiana.
A) A Conjuração Baiana foi bastante ampla e popular entre as rebeliões coloniais.
B) A Conjuração Baiana foi antagônica aos ideais iluministas que eram propagados naquele
período.
C) Dela participaram padres, profissionais liberais (como médicos e advogados), alguns
membros da elite intelectual e, sobretudo, pessoas dos grupos sociais mais pobres, como
sapateiros, ex-escravos, soldados e vários alfaiates.
D) Esse clima favoreceu a propagação dos ideais iluministas de liberdade, igualdade e
fraternidade, divulgados na Bahia por membros da maçonaria (associação civil não religiosa
que cresceu na Europa do século XVIII e logo foi difundida no Brasil).
E) Em 12 de agosto de 1798 papéis foram pregados nas vias públicas de Salvador e falavam
em liberdade e República.

5. (ITAME - Pref. de Senador Canedo-GO - Professor de História /2019)


Analise a charge.

História. 95
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A charge faz alusão ao contexto de 1789, remontando a emblemática revolta da


Inconfidência Mineira. Inserindo o uso do recurso humorístico ao contexto, podemos concluir
que a expressão presente na charge, “Colônia de Portugal uma ova!!”, relaciona-se
A) ao fim do pacto colonial.
B) ao estabelecimento do quinto.
C) à chegada da família real ao Brasil.
D) ao direito dos emboabas sobre as minas.

6. (IBADE - Pref. Municipal de Vilhena-RO – Prof. De Geografia / 2019)


A colonização neerlandesa no Nordeste Brasileiro, embora tenha durado menos de trinta
anos, marcou de forma indelével o desenvolvimento econômico e urbano de cidades como
Recife e Olinda. Quais teriam sido as motivações neerlandesas para a tomada de territórios
americanos considerados pertencentes a Portugal no século XVII?
A) A invasão das capitanias do Nordeste insere-se em um cenário mais amplo de guerra entre
os Países Baixos e a Inglaterra, aliada do Reino de Portugal
B) Manutenção e ampliação da hegemonia neerlandesa no comércio do açúcar no contexto
europeu, sendo considerado também um ataque à Coroa Espanhola durante o período da
União Ibérica
C) A ocupação das terras da capitania de Pernambuco teria sido realizada a pedido dos
próprios colonos, os quais consideravam economicamente vantajosa a presença da
Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais
D) Contestação dos tratados diplomáticos celebrados entre Portugal e Espanha nos séculos
XV e XVI, os quais excluíam os Países Baixos do processo de colonização das Américas
E) Conflitos religiosos entre protestantes e católicos na Europa, o que teria aumentado as
hostilidades entre neerlandeses e portugueses em meados do século XVII

7. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)

História. 96
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Sobre a ocupação holandesa em parte da atual Região Nordeste, assinale a afirmativa


correta.
A) Mostrou-se insustentável após a Restauração portuguesa, em função da aliança luso-
britânica.
B) Era o resultado de conflitos de ordem global que envolviam holandeses, espanhóis e
portugueses.
C) Organizou-se de modo a dispensar o trabalho de africanos escravizados e de índios
aldeados.
D) Representou um momento de intolerância religiosa em relação a outras matrizes
culturais.
E) Caracterizou-se pelo aumento dos índices de produção da lavoura a níveis inéditos para os
padrões portugueses.

8. (FGV - Pref. de Salvador-BA - Professor de História /2019)


Leia o texto a seguir. “Fixando-se os olhos no Brasil, contudo, percebe-se que a corrosão do
Antigo Regime não o destruiu completamente, marcando-se também por continuidades. Se o
absolutismo, a sociedade estamental, o fanatismo religioso, o poderio desmesurado dos
clérigos e da Igreja, o monopólio comercial e a sujeição de Lisboa tornaram-se página virada,
o mesmo não se deu com a escravidão, os valores aristocráticos e, em certa medida, o
‘capitalismo comercial’, que tinha no tráfico negreiro uma de suas fontes. O mesmo se pode
dizer a respeito da dependência econômica, ainda que esta não se desse mais nos quadros do
antigo sistema colonial, mas, sim, sob a égide de uma potência capitalista, que desenvolvia
uma política imperialista: a Inglaterra.”
VILLALTA, Luiz Carlos. O Brasil e a crise do Antigo Regime português. Rio de Janeiro: Editora
FGV, 2016, p. 236-237.
Considerando o processo de emancipação política do Brasil, assinale a afirmativa correta.
A) Realizou-se de modo pacífico e sem contestações violentas, com acentuado protagonismo
popular.
B) Manteve ileso o sistema político do período colonial, baseado no favorecimento e no
personalismo.
C) Silenciou proposições dissidentes em favor da permanência da monarquia e da
escravidão.
D) Assegurou uma política de inclusão social para os mestiços que, a partir de 1824, passaram
a exercer cidadania política.
E) Aprofundou as relações de dependência com a antiga metrópole até, pelo menos, a
maioridade de d. Pedro II.

História. 97
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9. (FUNDEP – Pref. de Uberlândia – Professor de História / 2019)


[...] são questionáveis algumas observações de (Fernando) Novais (1986) no que se refere às
interpretações das inconfidências, em especial a Mineira. Sua concepção de que as ideias que
em Portugal possuíam uma face reformista, quando transpostas a uma situação colonial,
ganhavam uma face ‘revolucionária’ nos parece hoje inadequada e mesmo insustentável. [...]
FURTADO, João Pinto. Inconfidências e conjurações no Brasil: notas para um debate
historiográfico em torno dos movimentos do último quartel do século XVIII. In: FRAGOSO,
João; GOUVÊA, Maria de Fátima. Coleção O Brasil Colonial, 1720-1821. V. 3. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2014. p. 647.

Para justificar sua contraposição a Fernando Novais, João Pinto Furtado argumenta, entre
outros elementos, que
A) o baixo nível de alfabetização da região impedia, por si só, a expansão do ideal
revolucionário, absolutamente dependente da leitura dos princípios franceses, embora os
Autos de Devassa indiquem o confisco de vários livros nas bibliotecas dos inconfidentes.
B) havia uma crença plantada pelo Conde de Assumar, em 1720, de que o ar de Minas
inspirava revoluções e, por isso, todos os governantes enviados pelo rei para a região eram
negociadores por natureza, contendo, assim, todo ímpeto revolucionário local.
C) manifestações populares nas ruas ao som de “viva o rei, viva o povo e morra o govenador”
eram especificamente contra o governador Barbacena, não contra o rei, porque este aplicava
cegamente as determinações de Lisboa quanto à cobrança dos impostos atrasados.
D) nomes importantes do movimento mineiro, como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio
Manoel da Costa e Alvarenga Peixoto, almejavam algumas reformas no sistema, mas restritas
à troca de nomes em postos de poder, não alterando os seus pilares.

10. (IBADE - SEMED-Porto Velho-RO – Professor Nível II - História / 2019)


Em 3 de setembro de 1759 a Coroa portuguesa expulsou a Companhia de Jesus de todos os
seus territórios ultramarinos. Entre as principais razões apontadas para o banimento da
ordem religiosa está:
A) o apoio jesuítico à Espanha em meio a disputas por fronteiras ao Sul da América do Sul.
B) o fracasso da política indianista da Cia. De Jesus, incapaz de transformá-los em súditos de
Portugal.
C) a falta de apoio dos jesuítas para impedir a União Ibérica, que submetia Portugal à
Espanha.
D) a descoberta de articulações políticas entre os jesuítas para deporem o Rei D. José I de
Portugal.

História. 98
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E) a política de modernização do Estado português levada a frente pelo futuro Marquês de


Pombal.

11. (VUNESP - PM-SP - Aluno Oficial / 2019)


A ênfase fortemente regionalista dos inconfidentes inclinava-se, às vezes, para o
nacionalismo econômico. Isto era mais explícito nos pronunciamentos do alferes Tiradentes,
embora ele não estivesse isolado em tal posição. Silva elogiava a beleza de Minas e apontava
seus recursos naturais. Livre, republicano, industrializado, continuava o propagandista, o
Brasil não teria necessidade de importar mercadorias estrangeiras.
(Kenneth R. Maxwell. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-
1808, 1978. Adaptado)

Os projetos defendidos pelos inconfidentes podem ser explicados pela conjuntura histórica
de:
A) reafirmação da prática econômica mercantilista e de instauração na metrópole portuguesa
do absolutismo monárquico.
B) avanço dos movimentos socialistas de contestação social e de difusão da concepção de
igualdade natural dos homens.
C) consolidação das independências políticas latino-americanas e de retração das riquezas
proporcionadas pelas exportações agrícolas brasileiras.
D) crítica ao Antigo Regime europeu e de aumento do peso da exploração colonial com o
declínio da produção aurífera.
E) disputas econômicas entre metrópoles coloniais e de guerras permanentes entre
economias industrializadas europeias.

12. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2018)


Observe a imagem e leia o trecho a seguir.

História. 99
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“As tropas holandesas e luso-brasileiras enfrentaram-se nos montes Guararapes em 1648 e


1649. Nas duas ocasiões, as bem treinadas forças da Holanda foram derrotadas por uma
milícia local da colônia portuguesa. As batalhas travadas nos Guararapes são consideradas
decisivas para a expulsão dos holandeses, que ainda levaria cinco anos para se concretizar.”
(Lilia M. Schwarcz; Heloisa M. Starling. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das
Letras, 2015. Adaptado).
O detalhe da obra destacado na questão evidencia:
A) a importância da escravização de negros para a vitória luso-brasileira contra os holandeses,
na medida em que os invasores eram contrários à utilização da mão de obra negra
escravizada na produção de açúcar.
B) a violência do processo de escravização, pois os negros presentes nas batalhas estavam lá
apenas obedecendo ordem de seus senhores e correndo o risco de serem castigados em caso
de derrota para os holandeses.
C) a ideia de traição associada a Calabar no contexto das batalhas, na medida em que os
negros e mestiços brasileiros lutaram ao lado dos holandeses como forma de resistência à
escravização promovida pelos senhores luso-brasileiros.
D) as contradições da sociedade luso-brasileira do século XVII, na medida em que os senhores
prometeram a alforria aos negros escravizados que participassem das batalhas contra os
holandeses.
E) a perspectiva de expulsão dos holandeses feita à base de mistura racial, constituindo-se
numa espécie de marco zero de criação da nação brasileira, devido à presença de negros e
mestiços escravizados e forros nas batalhas.

13. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2015)


A guerra ou as guerras holandesas assistiram ao emprego crescente dos recursos locais, e
decrescente dos da metrópole, tendência que se acentuou durante a restauração. (Evaldo
Cabral de Mello, Olinda restaurada. Disponível em: https://goo.gl/gLRQDz. Adaptado).
Contribuiu (íram) para tal tendência:
A) o fato de que os luso-brasileiros já não dispunham do apoio da monarquia espanhola, de
quem Portugal se separara há pouco, e a prioridade que tinha para Portugal a guerra contra a
Espanha nas fronteiras do reino, e não o conflito no Brasil contra os holandeses.
B) a baixa importância econômica que Pernambuco e seu entorno representavam para
Portugal à época, e, portanto, o apoio quase nulo dado pelos portugueses à expulsão dos
holandeses, pois estavam mais preocupados com a exploração do ouro das Minas Gerais.
C) o aparecimento de vários quilombos em diferentes regiões da colônia portuguesa, entre
eles o quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi e localizado no Nordeste, o que levou a
Coroa Portuguesa a centrar todos os seus esforços na violenta repressão aos quilombos,
visando a sua destruição.

História. 100
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D) o forte vínculo econômico que aproximava Portugal à Holanda, responsável pelo refino e
pela comercialização de grande parte do açúcar português exportado para a Europa, o que
tornava a guerra direta entre portugueses e holandeses algo incômodo e desinteressante.
E) o receio que tinha Portugal de que a guerra contra a Holanda pudesse insuflar a própria
população contra a dominação portuguesa, acirrando os conflitos entre colônia e metrópole,
e colocando em risco o projeto português de construção de um grande império colonial.

14. (VUNESP - PM-SP - Oficial / 2012)


Observe o seguinte trecho do Tratado de Methuen.
Artigo 1º – Sua Sagrada Majestade El-Rei de Portugal promete admitir para sempre de aqui
em diante, no Reino de Portugal, os panos de lã e mais fábricas de lanifício da Inglaterra.
Artigo 2º – É estipulado que Sua sagrada e Real Majestade Britânica será obrigada para
sempre, de aqui em diante, de admitir na Grã-Bretanha os vinhos de Portugal, de sorte que
em tempo algum não se poderá exigir direitos de Alfândega nestes vinhos.
(Tratado de Methuen – 1703. In: Nelson Werneck Sodré, As Razões da Independência.
Adaptado).

Entre outros fatores, foi devido ao Tratado de Methuen que


A) as manufaturas têxteis se desenvolveram muito no Brasil.
B) Inglaterra e Portugal foram os primeiros países a se industrializarem.
C) a burguesia portuguesa enriqueceu e lutou contra a monarquia.
D) o ouro explorado no Brasil foi transferido para a Inglaterra.
E) Portugal diminuiu o seu interesse pela exploração da colônia.

15. (MetroCapital Soluções - 2018 - Prefeitura de Cerquilho - SP - Professor de Ensino


Fundamental I)
Entre os séculos XVII e XVIII, o Brasil colonial esteve marcado por vários conflitos dos quais
participavam escravos, estrangeiros, indígenas e colonizadores. No que se refere aos
movimentos de resistência no período colonial, assinale a alternativa correta:
A) No tocante aos seus objetivos, tanto a Conjuração Baiana como a Conjuração Mineira
eram radicais na defesa da abolição da escravatura.
B) A Guerra dos Mascates uniu reinóis e mazombos no movimento de resistência dos
comerciantes do Recife ao governo português, que proibiu o comércio de açúcar e escravos.
C) As disputas econômicas e políticas de âmbito local, como as Revolta dos Beckman no
Maranhão, significavam a reação contra o aumento dos impostos exigidos pela Coroa na
extração do ouro.

História. 101
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Aula 04 - Colônia II.

D) O processo de luta pela independência da colônia começou a assumir os seus contornos a


partir da Inconfidência Mineira, motivado por transformações políticas de caráter
internacional, principalmente a difusão de ideias iluministas e a Revolução Americana.
E) Na base social da Inconfidência Mineira predominavam os escravos e os negros libertos,
inspirados nos ideais da Revolução Francesa e no exemplo da rebelião negra de São
Domingos, que reagiram contra a escravidão.

16. (CESPE - 2018 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


Em novembro de 1807, temendo ser aprisionado pelas tropas de Napoleão Bonaparte, o
príncipe regente de Portugal, D. João VI, deixou Lisboa acompanhado de sua família e de boa
parte da nobreza da Corte, em direção ao Brasil, onde se estabeleceu até 1821, ano em que
regressou à metrópole já como rei.
Com relação às diversas consequências, para a colônia, da permanência de D. João VI no
Brasil, julgue (C ou E) o item seguinte.
A noção de brasilidade, ou seja, a consciência de ser brasileiro, esteve presente desde cedo
na cultura política e na identidade da sociedade brasileira, tendo-se manifestado nas sedições
nativistas da Inconfidência Mineira e da Conjuração Baiana, ambas de cunho
emancipacionistas, e, em fins do período colonial, terminado por ser a base da luta pela
independência do Brasil

17. (CESPE - 2017 - Prefeitura de São Luís-MA - Professor Nível Superior/PNS-A)


A primeira companhia privilegiada de comércio, surgida em 1755, voltada ao
desenvolvimento da região Norte, e que pretendia oferecer preços atraentes para os
produtos que a região deveria exportar para o mercado europeu, foi instituída pelo Marquês
de Pombal e denominada
A) Companhia Geral do Comércio do Brasil.
B) Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão.
C) Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
D) Companhia das Índias Ocidentais.
E) Companhia Comercial do Governo Geral.

18. (Itame - 2015 - Prefeitura de Padre Bernardo-GO - Contador)


Entre 1708 e 1709 o estado de Minas Gerais foi palco de um conflito marcado pela disputa
pelo Ouro. Tal guerra se baseou no conflito entre bandeirantes paulistas e forasteiros que
buscavam a riqueza oriunda dos metais preciosos. Tal conflito ficou conhecido como:
A) Guerra das Emboabas.

História. 102
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Aula 04 - Colônia II.

B) Inconfidência Mineira.
C) Levante de Vila Rica.
D) Guerra Mata Maroto.

19. (ACAFE - 2015 - SED-SC - Professor - História)


Integrando diversas regiões, construindo caminhos e formando vilarejos e cidades, o
tropeirismo foi muito importante na história do período colonial brasileiro. Sobre as
atividades dos tropeiros, assinale a alternativa correta.
A) Comercializavam gado somente na faixa litorânea do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná.
B) Exerciam a mineração e o comércio de terras no interior da colônia.
C) Praticavam a agricultura extensiva e o comércio de ouro nas cidades do litoral.
D) Transportavam gado e mercadorias para suas atividades mercantis.
E) Foram os responsáveis pela mudança da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro.

20. (EXATUS-PR - 2015 - Prefeitura de Nova Friburgo - RJ - Guarda Municipal)


Que fator abaixo foi determinante para que a Coroa Portuguesa transferisse a Capital do
Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro?
A) A descoberta de minas de ouro no atual Estado de Minas Gerais.
B) A Revolta dos Alfaiates que ocorreu em Salvador.
C) A Revolução Haitiana, onde os negros mulatos tomaram o poder na então colônia
francesa.
D) Os movimentos separatistas ocorridos na Região Nordeste do Brasil.

21. (FCC - 2012 - SEE-MG - Professor de Educação Básica - História)


Leia o texto abaixo.
O nobre metal (...) provocou um afluxo formidável de gente, não só da metrópole como das
capitanias vizinhas. (...) Em 1709, era 30 mil o número das pessoas ocupadas em atividades
mineradoras, agrícolas e comerciais, sem falar nos escravos vindos da África e das zonas
açucareiras em retração.
Com os olhos voltados para o ouro, (...) pode-se imaginar a fome que assolou essa população.
(Laura de Mello e Souza. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. Rio de
Janeiro: Graal, 2004. p. 41-42)
Segundo o texto, está correto afirmar que a sociedade mineradora

História. 103
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A) assemelhava-se à sociedade formada em torno da produção do açúcar, ambas marcadas


pela diversidade das atividades econômicas e intensa mobilidade social.
B) caracterizou-se pela ausência de dinamismo e poucos conflitos entre os colonos e o
governo português, desinteressado por esse tipo de atividade econômica.
C) provocou intenso deslocamento populacional, motivado pelo ouro de aluvião e atividades
econômicas paralelas à mineração, como a agricultura e o comércio.
D) contou com uma produção artística precária, desprovida de religiosidade e marcada por
valores e princípios tradicionais da cultura portuguesa.

22. (CS-UFG - 2012 - TJ-GO - Escrevente Judiciário)


A economia brasileira sempre manteve fortes vínculos com a extração mineral. Desde o
período colonial, a Coroa Portuguesa considerava a mineração um dos principais setores da
economia. Entre 1707 e 1709, pelo direito de exploração das jazidas de ouro na região das
Minas Gerais, iniciou-se um confronto entre os bandeirantes paulistas, que reivindicavam a
exclusividade da atividade mineradora, e outro grupo formado por portugueses e migrantes
de outras regiões do Brasil. Esse conflito ficou conhecido como
A) Guerra de Canudos.
B) Guerra dos Farrapos.
C) Guerra do Paraguai.
D) Guerra dos Emboabas.

23. (CESPE - 2013 - SEE-AL - Professor - História)


Com relação à história colonial brasileira, julgue o item que se segue.
A descoberta do ouro nos sertões mineiros foi recebida pela Coroa portuguesa com grande
apreensão. Não havia um projeto de colonização definido a priori. A tarefa de controlar a
multidão de aventureiros que se dirigiria àqueles sertões parecia algo grande demais para os
poucos recursos lusos. Por fim, existia a possibilidade da descoberta daquela riqueza
despertar a cobiça das demais nações europeias.

24. (ACAFE - 2008 - PC-SC - Investigador de Polícia)


Sobre a economia do período colonial do Brasil, todas as alternativas estão corretas, exceto a:
A) O ciclo do ouro contribuiu para a formação de núcleos urbanos no interior do Brasil e para
a transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.
B) A propriedade agrícola no qual se baseava o sistema colonial tinha duas características
básicas: a monocultura e o trabalho escravo.

História. 104
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Aula 04 - Colônia II.

C) O pau-brasil foi um dos primeiros produtos explorados no Brasil, sendo obtido pelos
europeus numa relação de escambo com os nativos.
D) O ciclo da cana-de-açúcar foi fundamental para a criação de um mercado econômico
interno, realizando a ligação comercial entre o litoral e o interior da colônia.

(CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


Acerca da configuração territorial da América portuguesa, julgue (C ou E) os seguintes itens.
25.
A criação de gado foi a primeira atividade produtiva promotora da interiorização mais
profunda da colonização.
26.
O Tratado de Madri tinha como princípio principal, quanto à definição de fronteiras, o uti
possidetis e como argumento subsidiário, aplicável à foz do Amazonas e ao Rio da Prata, o
mare liberum.

27. (CESPE - 2013 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


A expansão da agroindústria açucareira atingiu proporções assombrosas a partir do final do
século XVI. Essa expansão não era coisa simples. Exigia um grande investimento, que deveria
cobrir os gastos em instalações para o processamento da cana e na compra de mão de obra
importada da África.
Considerando o texto acima e os aspectos marcantes do processo de colonização do Brasil,
julgue o item seguinte.

Em decorrência da peculiaridade da extração de ouro e diamante, a mineração provocou a


ampliação da utilização de mão de obra escrava, impediu o surgimento de classes médias e
dificultou o aparecimento de cidades.

28. (CESPE - 2011 - Correios - Analista de Correios - História)


Com relação ao Brasil colonial, julgue o item que se segue.
A aliança entre a Companhia de Jesus e o Marquês de Pombal permitiu aos jesuítas estender
o projeto missionário desenvolvido com os indígenas ao vale do rio Amazonas e ao sul da
colônia.

29. (CESPE - 2011 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


No que concerne à configuração territorial da América portuguesa, assinale a opção correta.

História. 105
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A) Em oposição às determinações da Coroa portuguesa, ao longo do século XVII, colonos


partiram de Piratininga em busca de riquezas pelos sertões afora, o que foi decisivo para a
configuração das fronteiras do Brasil e para a consolidação de São Paulo como importante
polo econômico no período colonial.
B) As tensões entre castelhanos e portugueses, no Novo Mundo, tiveram início com a
decisão, tomada por Portugal, de ocupar vastas extensões de terra na bacia amazônica, já nas
primeiras décadas do século XVI, e atingiram dimensão ainda mais violenta na vigência da
União Ibérica (1580-1640).
C) Ponto principal entre as diversas áreas de colonização portuguesa no extremo sul do Novo
Mundo, a Colônia de Sacramento foi fundada para servir como base do comércio lusitano na
região, e a necessidade de neutralizar a crescente importância econômica dessa colônia levou
os espanhóis a fundarem Buenos Aires na outra margem do rio da Prata.
D) A decisão castelhana de invadir a Colônia de Sacramento, motivada por interesses
específicos da elite de Buenos Aires, foi tomada quando o estado de hostilidade entre Castela
e Portugal, presente em grande parte da segunda metade do século XVIII, sinalizava evidente
distensão.
E) No período entre a assinatura dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), as
duas metrópoles ibéricas foram levadas ao confronto bélico na fronteira meridional do Brasil,
cujo resultado beneficiou Portugal, que anexou à sua colônia territórios que, pelo disposto no
Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

30. CESPE - 2009 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


Acerca das características econômicas e sociais da América Portuguesa Colonial, julgue o
seguinte item.
Os paulistas descobriram as minas de ouro e foram os primeiros a explorá-las.

31. (CESPE - 2006 - Instituto Rio Branco - Diplomata)


A história do Brasil, nos três primeiros séculos, está intimamente ligada à da expansão
comercial e colonial europeia na época Moderna. Parte integrante do império ultramarino
português, o Brasil-Colônia refletiu, em todo o largo período de sua formação colonial, os
problemas e os mecanismos de conjunto que agitaram a política imperial lusitana. Por outro
lado, a história da expansão ultramarina e da exploração colonial portuguesa desenrola-se no
amplo quadro de competição entre várias potências, em busca do equilíbrio europeu; dessa
forma, é na história do sistema geral de colonização europeia moderna que devemos
procurar o esquema de determinações no interior do qual se processou a organização da vida
econômica e social do Brasil na primeira fase de sua história e se encaminharam os
problemas políticos de que esta região foi o teatro.
Fernando A. Novais. Aproximações: estudos da história e historiografia. São Paulo; Cosac
Naify, 2005, p.45.

História. 106
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Aula 04 - Colônia II.

Ainda considerando o texto de Fernando A. Novais, julgue (C ou E) os itens seguintes.


A descoberta de ouro em Minas Gerais, no início do século XVII, inibiu a expansão da
economia açucareira.

32.(VUNESP/PM-SP/2011 – ALUNO OFICIAL)


O principal motivo da criação da capitania de Mato Grosso, em 1748, foi impedir que os
espanhóis tomassem a região e chegassem a Goiás e Minas Gerais. Era a época em que
Portugal e Espanha discutiam as cláusulas do Tratado de Madri, finalmente assinado em
1750, que fixou os contornos aproximados da atual fronteira brasileira, substituindo o
Tratado de Tordesilhas (1494).
(Masilia Aparecida da Silva Gomes. Comer, beber, governar. In Revista de História da
Biblioteca Nacional, setembro de 2010, n.º 60).
A expansão territorial da América portuguesa teve relação com:
A) as colônias de povoamento do sul e a cafeicultura.
B) a produção de algodão e as oficinas de artesanato.
C) as missões jesuíticas e a mineração.
D) a produção de tabaco em São Paulo e os desterrados portugueses.
E) as manufaturas e as feitorias do nordeste.

33.(VUNESP/PM-SP/2011 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)


No Brasil colonial, a mineração:
A) dependeu de investimentos holandeses e franceses.
B) financiou a construção de ferrovias para transportar o ouro.
C) empregou apenas indígenas, conhecedores das técnicas.
D) contribuiu para o povoamento de regiões do interior.
E) acabou com a exclusividade dos portugueses no comércio.

34. (VUNESP/PM-SP/2007 – SOLDADO 2ª CLASSE)


Reflita sobre os textos.
Quanto à ação revolucionária propriamente dita, os inconfidentes tinham arquitetado um
plano militar que deveria ser acionado no dia da derrama.
Animai-vos povo baianense que está por chegar o tempo feliz da nossa liberdade: o tempo
que seremos todos irmãos, tempo em que seremos todos iguais.
(Luiz Koshiba e DenizeManziFrayze Pereira, História do Brasil)

História. 107
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Os dois textos referem-se, respectivamente, aos movimentos conhecidos por Inconfidência


Mineira e Conjuração Baiana.
Com base nos textos e no conhecimento histórico, pode-se afirmar que esses dois
movimentos:
I. defendiam os interesses econômicos da classe dominante das metrópoles europeias.
II. tinham em comum a luta pela ruptura dos laços coloniais entre Brasil e Portugal.
III. foram influenciados pelos ideais dos pensadores iluministas do continente europeu.

É correto o que se apresenta somente em:


A) I.
B) II.
C) II e III.
D) III.
E) I e III.

35. (VUNESP/PM-SP/2009 – SOLDADO - SERVIÇO AUXILIAR VOLUNTÁRIO)


Na região das Minas Gerais, em fins do século XVIII, ocorreu uma revolta colonial contra a
dominação portuguesa. Esse movimento foi provocado pelos impostos abusivos cobrados
sobre a produção mineradora.
Identifique corretamente esse movimento.
A) Revolução Praieira.
B) Inconfidência Mineira.
C) Guerra de Canudos.
D) Guerra da Independência.
E) Revolta dos Farrapos.

36. (UCS 2014)


Durante a União Ibérica (1580-1640), iniciou-se a ocupação do território que hoje
denominamos de Amazônia. Considere as seguintes afirmativas sobre a ocupação desse
território.
I. A ocupação portuguesa foi empreendida de duas maneiras: a primeira com a instalação de
fortalezas militares na beira dos rios para controlar a navegação (única via de comunicação) e
os navios de outros países europeus; a segunda, através de várias ordens de padres católicos
que instalaram missões para a evangelização dos índios.

História. 108
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II. O Forte do Presépio, instalado em 1616, deu origem à cidade de Belém; do Forte de São
José do Rio Negro, fundado em 1669, nasceu Manaus.
III. Os índios, nas Missões, cultivavam a terra e entravam na floresta para colher as drogas do
sertão, tais como: a baunilha, o cacau, o guaraná e a castanha-do-pará. Porém, as Missões
transformaram-se em empreendimentos pouco lucrativos, uma vez que os índios não
gostavam de trabalhar.

Das afirmativas acima, pode-se dizer que


A) apenas I está correta.
B) apenas II está correta.
C) apenas I e II estão corretas.
D) apenas II e III estão corretas.
E) I, II e III estão corretas.

37. (G1 - IFSC 2016)


Os holandeses estão entre os diversos povos que invadiram ou tentaram invadir o território
que hoje corresponde ao Brasil, durante o período colonial, no século XVII.
Sobre a presença holandesa no Brasil, assinale a alternativa CORRETA.
A) Os holandeses estabeleceram suas colônias no Sudeste brasileiro.
B) Os holandeses eram parceiros comerciais dos portugueses na atividade açucareira.
C) O principal interesse dos holandeses era a crescente economia cafeeira.
D) Os portugueses estabeleceram uma política de cordialidade com os holandeses quando
estes invadiram sua colônia.
E) Os holandeses saíram do Brasil por meio de um processo chamado “União Ibérica”.

38. (UEM 2015)


Em 1750, Portugal e Espanha firmaram o Tratado de Madri, que tinha como objetivo o
estabelecimento de fronteiras entre as possessões dos dois países na América. Assinale a(s)
alternativa(s) que se relaciona(m) corretamente a esse tratado de limites.
01) Os territórios dos Sete Povos das Missões, a leste do rio Uruguai, eram, até então,
ocupados por missões de jesuítas subordinados à Coroa da Espanha, que tinham como
objetivo a catequese de índios guaranis.
02) A orientação dos superiores da Companhia de Jesus para que os padres não
abandonassem os índios guaranis dos Sete Povos das Missões foi decisiva para a eclosão da
Guerra Guaranítica.

História. 109
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04) Segundo o Tratado de Madri, o território dos Sete Povos das Missões, a leste do rio
Uruguai, na atual região missioneira do estado do Rio Grande do Sul, passaria para o domínio
português.
08) A recusa de parte dos jesuítas e dos índios em abandonar os territórios dos Sete Povos
das Missões levou à “guerra dos guaranis” (ou Guerra Guaranítica).
16) A derrama, imposto sobre a mineração cobrado por Portugal na região de Minas Gerais,
em 1769, financiou as expedições militares organizadas por Portugal e Espanha para lutar
contra os índios guaranis que, orientados pelos jesuítas, tinham a intenção de fundar uma
República Teocrática na região das Missões.

39. (Mackenzie 2015)


A expulsão da Companhia de Jesus de todos os territórios portugueses, em 1759, foi uma das
medidas mais polêmicas tomadas por Pombal. Em geral, as justificativas para esse ato são a
total incompatibilidade entre o controle das práticas pedagógicas adotadas pelos jesuítas e o
projeto educacional iluminista pombalino. Todavia, é importante assinalar que tal expulsão
também está relacionada:

A) aos embates entre o Despotismo Esclarecido e as convicções dogmáticas da Igreja, que


persistiram no governo de Pombal e de D. Maria I.
B) à imposição do catolicismo como religião oficial da colônia, fruto da subordinação da coroa
portuguesa às decisões do papa.
C) ao controle do comércio de escravos africanos pelos jesuítas na região norte, impedindo
lucros para a coroa portuguesa.
D) à influência da burguesia huguenote na corte de D. José I, exigindo o direito de educar os
filhos dos colonos, até então monopólio dos jesuítas.
E) ao interesse em estabelecer o controle sobre as fronteiras da América portuguesa e sobre
os recursos econômicos produzidos nessas regiões.

40. (Mackenzie 2015)


“Meu avô foi buscar prata,
mas a prata virou índios.
Meu avô foi buscar índio,
mas o índio virou ouro.
Meu avô foi buscar ouro,
mas o ouro virou terra.
Meu avô foi buscar terras
e a terra virou fronteira.
Meu avô, ainda intrigado,
foi modelar a fronteira:

História. 110
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E o Brasil tomou a forma de harpa.”


(Martim Cererê - Cassiano Ricardo)

O autor, no seu poema Metamorfoses se refere às várias transformações verificadas no


território brasileiro. Tais “metamorfoses” presentes acima se referem
A) à importância do indígena brasileiro na composição étnica e cultural do povo brasileiro.
B) às dimensões continentais adquiridas pela nação brasileira e sua semelhança com um
instrumento musical.
C) ao processo histórico de penetração e ocupação do território nacional e a delimitação das
nossas fronteiras.
D) à conquista do território nacional, realizada pelos nossos indígenas, graças à navegação
dos nossos rios.
E) à enorme diversidade de ecossistemas e paisagens naturais presentes no nosso vasto
território.

41. (UFPR 2015)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é
resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades
indígenas’."
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por
Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).
A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles
trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram:
A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.
B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-
brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação
da sua organização social.
C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade
por conta dos confrontos com os espanhóis.
D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os
índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.

História. 111
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E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o


que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho
e organização habitacional.

42. (UESPI 2012)


Entre os objetivos dos monarcas portugueses na colonização do Brasil, se destacaram:
expandir as fronteiras territoriais e encontrar metais preciosos. A esse propósito, analise as
seguintes proposições:
1. a ocupação de quase todo o litoral brasileiro estava esboçada nos dois primeiros séculos da
colonização portuguesa.
2. no século XVIII, através do Maranhão, os portugueses percorreram o Amazonas,
rechaçando esporádicos estabelecimentos de espanhóis e infiltrações francesas.
3. a colônia de Sacramento era periodicamente alvo de ataque dos espanhóis de Buenos
Aires, enquanto se consolidava o povoamento do Rio Grande do Sul.
4. a configuração do território brasileiro, tal como hoje se verifica foi, em linhas gerais,
definida pelo Tratado de Madri no século XVII.
5. os limites do território do Brasil obedeceram sempre ao estabelecido no Tratado de
Tordesilhas, quando se fixaram os domínios portugueses e espanhóis na América.

Estão corretas apenas:


A) 1, 4 e 5.
B) 1, 2 e 5.
C) 2, 4 e 5.
D) 1, 2 e 3.
E)2, 3 e 4.

43. (UPF 2014)


Durante governo do marquês de Pombal (1750-1777), a tentativa de consolidação das
fronteiras da colônia brasileira provocou uma disputa acirrada com a Espanha. Das
negociações entre as metrópoles portuguesa e espanhola, resultou o tratado de Madrid
(1750), segundo o qual a Colônia do Sacramento deveria passar para a Espanha e as Missões
ficariam com Portugal. Por conta desse tratado, os missioneiros deveriam retirar-se com os
índios para o lado da Banda Oriental (Uruguai). Sem querer deixar as Missões, os índios, com
apoio parcial dos jesuítas, resistiram ao cumprimento do tratado. A fim de expulsar os índios,
Portugal e Espanha armaram seus exércitos e, em 1756, avançaram sobre as Missões de
Santo Ângelo, São Borja, São João, São Lourenço, São Luiz Gonzaga, São Miguel e São Nicolau.

História. 112
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Dessa guerra, os chamados Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai saíram aniquilados.
Esse episódio ficou conhecido como:
A) Revolução dos Tamoios.
B) Guerra Guaranítica.
C) Inconfidência Mineira.
D) Guerra dos Emboabas.
E) Revolução Farroupilha.

44. (G1 - Col. Naval 2014)


A União Ibérica foi um importante estímulo à expansão territorial portuguesa sobre o
território que legalmente pertencia à Espanha, segundo o Tratado de Tordesilhas. Com isso,
aconteceram vários conflitos entre os dois países e foram necessários alguns tratados de
limites para que as novas fronteiras se definissem. Sobre os tratados de limites que definiram
o território brasileiro, pode-se afirmar que:
A) o Tratado de Lisboa foi assinado entre Portugal e Espanha e restabeleceu os limites
territoriais existentes à época do Tratado de Tordesilhas.
B) o Tratado de Madri, assinado entre Portugal e Espanha, usando o princípio da restauração,
restabeleceu as fronteiras existentes antes da União ibérica.
C) com o Tratado do Santo Ildefonso, Portugal recebeu o domínio dos Sete Povos das
Missões, o que provocou a chamada Guerra Guaranítica.
D) o Tratado de Methuen, assinado entre Portugal e Inglaterra, definiu as fronteiras ao norte
do Brasil, e a Guiana ficou sob domínio inglês.
E) o Tratado de Badajoz foi o último a ser assinado e praticamente definiu os limites
territoriais brasileiros. A única alteração, desde aquela época, foi a anexação do Acre.

45. (UFG 2013)


O Tratado de Madri (1750) pretendeu atender à disputa de territórios entre Portugal e
Espanha, representando também uma estratégia para melhor administrar os domínios
ibéricos na chamada região das Missões. A tentativa de impô-lo gerou uma guerra que, ao
seu final, terminou por definir o controle sobre as colônias que ocupavam a região dos
Pampas. Esse tratado
A) determinou a troca entre os sete povos das missões, no Uruguai, e a colônia de
Sacramento, no Brasil.
B) redefiniu as fronteiras territoriais na América do Sul, com base no uti possidetis.
C) permitiu aos jesuítas exercer um domínio que se estendeu por toda a região do Prata.

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D) garantiu a consolidação da chamada “República dos Guaranis”, sob influência da Igreja


Católica.
E) possibilitou a anexação da região das Missões ao território argentino e do Chaco ao
Uruguai.

46. (Unicamp 2012)


Emboaba: nome indígena que significa “o estrangeiro”, atribuído aos forasteiros pelos
paulistas, primeiros povoadores da região das minas. Com a descoberta do ouro em fins do
século XVII, milhares de pessoas da colônia e da metrópole vieram para as minas, causando
grandes tumultos. Formaram-se duas facções, paulistas e emboabas, que disputavam o
governo do território, tentando impor suas próprias leis.
(Adaptado de Maria Beatriz Nizza da Silva (coord.), Dicionário da História da Colonização
Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo, 1994, p. 285.)

Sobre o período em questão é correto afirmar que:


A) As disputas pelo território emboaba colocaram em confronto paulistas e mineiros, que
lutaram pela posse e exploração das minas.
B) A região das minas foi politicamente convulsionada desde sua formação, em fins do século
XVII, o que explica a resistência local aos inconfidentes mineiros.
C) A luta dos emboabas ilustra o processo de conquista de fronteiras do império português
nas Américas, enquanto na África os portugueses se retiravam definitivamente no século
XVIII.
D) A monarquia portuguesa administrava territórios distintos e vários sujeitos sociais, muitos
deles em disputa entre si, como paulistas e emboabas, ambos súditos da Coroa.

47.
O mapa a seguir apresenta parte do contorno da América do Sul destacando a bacia
amazônica. Os pontos assinalados representam fortificações militares instaladas no século
XVIII pelos portugueses. A linha indica o Tratado de Tordesilhas revogado pelo Tratado de
Madri, apenas em 1750.

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Adaptado de Carlos de Meira Mattos. Geopolítica e teoria de fronteiras.

Pode-se afirmar que a construção dos fortes pelos portugueses visava, principalmente,
dominar
A) militarmente a bacia hidrográfica do Amazonas.
B) economicamente as grandes rotas comerciais.
C) as fronteiras entre nações indígenas.
D) o escoamento da produção agrícola.
E) o potencial de pesca da região.

48. (ACAFE 2016)


A União Ibérica (1580-1640) caracterizou-se quando Filipe II invadiu Portugal com suas tropas
e assumiu a coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha.
No contexto da União Ibérica, todas as alternativas estão corretas, EXCETO a:
A) Em 1640 terminou o domínio espanhol, através do movimento liderado pelo Duque de
Bragança. O duque foi coroado monarca de Portugal, dando início à dinastia de Bragança.
B) Neste período, o Tratado de Tordesilhas não teve nenhum efeito entre os limites
territoriais portugueses e espanhóis na América. Isto favoreceu o avanço português para o
interior da colônia.
C) O principal motivo da União Ibérica foi a tentativa da França de anexar a Espanha ao seu
território. A União do exército espanhol com o exército português conseguiu afastar esta
ameaça.
D) Os holandeses invadiram o nordeste neste período e dominaram Pernambuco, pois os
espanhóis não estavam permitindo o contato comercial dos batavos com os produtores de
açúcar.

49. (UPE 2015)


A primeira metade do século XVII em Pernambuco foi marcada pela invasão holandesa à
capitania. A presença holandesa em Pernambuco durou 24 anos, de 1630 a 1654. A invasão
foi motivada por vários fatores, dos quais podemos destacar
A) o sucesso da colonização holandesa no sul da América, especialmente nas possessões
espanholas, e a vontade da Holanda em expandir seus domínios no Novo Mundo.
B) a necessidade do algodão, produto amplamente produzido na capitania de Pernambuco,
desde o século XVI, por parte das indústrias têxteis holandesas.
C) o bloqueio do acesso holandês pela Coroa Espanhola ao comércio do açúcar produzido em
Pernambuco, durante a União Ibérica.

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D) a presença maciça de tropas holandesas na Bahia, desde 1625.


E) os interesses dos comerciantes e senhores de engenho locais em comercializar com os
holandeses, em detrimento dos portugueses.

50. (FGV 2013)


Sobre a conquista holandesa do Nordeste brasileiro, no período colonial, é correto afirmar:
A) Os conflitos entre portugueses e holandeses devem ser compreendidos no contexto da
União Ibérica (1580-1640) e da separação das Províncias Unidas do Império Habsburgo.
B) A ocupação das áreas de plantio de cana obrigou os holandeses a intensificarem a
escravização dos indígenas, uma vez que não possuíam bases no continente africano.
C) Estabelecidos em Pernambuco, os holandeses empreenderam uma forte perseguição aos
judeus e católicos ali residentes e fortaleceram a difusão do protestantismo no Brasil colonial.
D) A administração de Maurício de Nassau foi caracterizada pelo pragmatismo e pela
desmontagem do grande centro de artistas e letrados organizado pelas autoridades
portuguesas em Olinda.
E) Os holandeses implementaram uma nova e eficiente estrutura produtiva baseada em
pequenas e médias propriedades familiares, que se diferenciava das antigas plantations
escravistas.

51. (PUC-RS 2013)


A União Ibérica (1580-1640) provocou o acirramento de conflitos europeus, alguns dos quais
foram transferidos para os territórios coloniais de Portugal e Espanha. A situação que NÃO
tem relação com os conflitos do contexto da União Ibérica é:
A) Os portugueses fundam a cidade de Rio Grande e a Colônia de Sacramento, utilizando-se
da temporária nulidade dos limites territoriais estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas.
B) Os espanhóis não reconhecem a independência dos territórios holandeses que formaram
as Províncias Unidas dos Países Baixos, sob a liderança da Casa de Orange.
C) Os holandeses criam as Companhias de Comércio (Oriente e Ocidente), que lhes
possibilitam recursos para as invasões no nordeste brasileiro e na costa africana.
D) Os ingleses, que apoiavam a independência das Províncias Unidas dos Países Baixos, aliam-
se aos franceses para invadir o Recife em 1595.
E) Os franceses ocupam cidades brasileiras no Sudeste, como Santos e Rio de Janeiro, e em
estados do Nordeste, como Maranhão, Paraíba e Rio Grande do Norte.

52. (UFSM 2013)


Analise o mapa e o texto.

História. 116
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Os domínios holandeses da colônia portuguesa estenderam-se desde o litoral dos atuais


Maranhão até Sergipe. Para administrá-los, foi nomeado o conde Maurício de Nassau, que
permaneceu no cargo entre 1637 e 1644. Preocupado em normalizar a rica produção
açucareira, o conde conseguiu a colaboração de muitos senhores de engenho, concedendo-
lhes empréstimos que permitiram o aumento da produtividade. [...]
A administração de Nassau destacou-se pelas realizações urbanísticas e culturais, saneando e
modernizando Recife, que se converteu num centro urbano repleto de notáveis obras
arquitetônicas, passando a chamar-se Mauritzstadt, ou cidade Maurícia.
Fonte: VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. São Paulo:
Scipione, 2008. p. 188-189. (adaptado)

A economia colonial portuguesa do nordeste açucareiro constituiu um dos núcleos


fundamentais do mercado mundial em expansão, nos séculos XVI e XVII. As invasões dos
holandeses, o domínio das regiões produtoras e os investimentos feitos atestam essa
importância.
Integram esse contexto histórico, entre outros, os seguintes processos:
I. o domínio da Espanha sobre Portugal durante a denominada “União Ibérica”.
II. as rivalidades entre holandeses e espanhóis na Europa, fruto das lutas para a formação do
Estado Nacional holandês em territórios sob o domínio da monarquia espanhola.
III. a continuidade da produção açucareira, caracterizada como uma economia colonial típica,
voltada para o exterior, com a função de promover a acumulação primitiva do capital.
IV. o enfraquecimento do controle dos senhores sobre seus escravos durante o conflito com
os holandeses, facilitando o aumento das fugas e a ampliação da população dos quilombos,
principalmente o de Palmares.

Está(ão) correta(s)

História. 117
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A) apenas I.
B) apenas II.
C) apenas I, II e III.
D) apenas III e IV.
E) I, II, III e IV.

53. (Mackenzie 2013)


Com a união das coroas de Portugal e Espanha, ocorreu o início do período chamado de
União Ibérica (1580-1640). A Holanda, que enfrentou diversas lutas contra a Espanha,
exerceu influência direta na colônia portuguesa na América, pois
A) passou a pilhar e saquear as feitorias na costa africana dominada pelos espanhóis,
interessada no comércio de escravos e de marfim, invadindo, também, as cidades de Santos e
Salvador, no Brasil.
B) o embargo espanhol representou prejuízos para os interesses holandeses no Brasil, uma
vez que participavam do comércio de produtos tropicais nacionais, principalmente do pau-
brasil.
C) sofria, na época, perseguições religiosas na Europa e retaliações dos católicos residentes
em seu país, por isso, seu desejo foi montar uma colônia protestante no Brasil.
D) ocupou o nordeste brasileiro para evitar a criação de bases e feitorias espanholas, visando
quebrar o monopólio da rota da prata advinda das demais colônias e também minar o
prestígio internacional ibérico.
E) apoderou-se do nordeste brasileiro e retomou o controle da lucrativa operação de
transporte, refino e distribuição comercial do açúcar brasileiro, perdido a partir da União
Ibérica.

54. (PUC-RS 2015)


Associe as revoltas coloniais (coluna A) às suas características essenciais (coluna B).
Coluna A
1. Revolta dos Beckman
2. Guerra dos Emboabas
3. Guerra dos Mascates
4. Revolta de Vila Rica
5. Inconfidência Mineira

Coluna B

História. 118
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( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela


oposição entre os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo
como base a tentativa dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e
cobrar as dívidas dos produtores de açúcar olindenses.
( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com
a proibição da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia
de Jesus, medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão” pelos colonos europeus.
( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve
como causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer
4 Casas de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte
por cento) sobre o ouro.
( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes),
primeiros aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os “forasteiros”, os
seja, os grupos que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias.

A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é


A) 3 – 1 – 4 – 2
B) 1 – 2 – 3 – 5
C) 3 – 4 – 1 – 2
D) 2 – 3 – 4 – 5
E) 3 – 4 – 5 – 2

55. (UECE 2015)


A Historiografia do Brasil registra várias revoltas e insurreições ‒ ações situadas no âmbito do
contexto social, político e econômico do Brasil colonial que expressavam a insatisfação dos
vários grupos sociais com os poderes instituídos. Assinale a opção que apresenta somente
movimentos ocorridos nesse período.
A) Inconfidência Mineira, Conjuração dos Alfaiates, Revolução Pernambucana.
B) Inconfidência Mineira, Balaiada e Conjuração dos Alfaiates.
C) Balaiada, Cabanagem e Revolução Pernambucana.
D) Revolução Praieira, Inconfidência Mineira, Revolução Pernambucana.

56. (G1 - IFSC 2014)


Dentre os movimentos que contestavam o imperialismo português no Brasil, podemos
destacar a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Apesar dos dois movimentos terem
como base as ideologias do Iluminismo, também tiveram grandes diferenças entre si.
Comparando esses dois movimentos, é CORRETO afirmar que:

História. 119
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A) Minas Gerais e Bahia se comunicavam ativamente para que seus movimentos ocorressem.
Tanto é verdade que Tiradentes se tornou herói nacional por lutar nas duas revoltas.
B) Tanto a Conjuração Baiana quanto a Inconfidência Mineira foram movimentos burgueses,
com a participação popular quase nula e apenas os mais pobres foram condenados: João de
Deus Nascimento, na Bahia, e Tiradentes, em Minas Gerais.
C) Diferente da Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana tinha como proposta o fim da
escravidão e um levante armado imediato.
D) Um dos grandes motivos para que as revoltas ocorressem foi a Independência dos Estados
Unidos. Os revoltosos da Bahia e de Minas Gerais foram em comitiva para o país recém-
independente conseguir apoio para suas revoltas.
E) Os dois movimentos foram sumariamente reprimidos. Os dois líderes, João de Deus
Nascimento e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foram enforcados juntos, lado a
lado, no Rio de Janeiro para servirem de exemplos.

57. (Mackenzie 2014)


Em 12 de agosto de 1798, as paredes das igrejas de Salvador, lugares públicos e paredes de
casas, apareceram com panfletos manuscritos que diziam: “Está para chegar o tempo feliz da
nossa liberdade, o tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em que todos seremos
iguais”. Tal manifesto conclamava à revolução a população, que estava insatisfeita com o
agravamento do custo de vida.

A respeito dessa revolta é correto afirmar que


A) a Inconfidência Mineira foi influenciada pelos ideais de liberdade vindos da Europa, pela
independência das Treze Colônias da América do Norte e pela opressão metropolitana.
B) a Inconfidência Baiana foi o mais importante e significativo dentre os movimentos
emancipacionistas, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Conjura do Rio de
Janeiro.
C) tal movimento de rebeldia contra a Metrópole se manifestou em um momento em que o
próprio Estado Português afrouxou sua política de arrecadação fiscal sobre a Colônia.
D) a Conjuração Baiana, diferente das demais revoltas da época, não se limitou apenas aos
ideais de independência e liberdade, como propunha mudanças estruturais para a sociedade
brasileira.
E) a Revolta dos Alfaiates contou com a participação de todas as classes sociais da Bahia, ao
contrário dos outros movimentos emancipatórios, mas a liderança coube aos grandes
proprietários de terras.

58. (VUNESP 2011)

História. 120
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Entre as formas de resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro,


podemos citar:
A) a organização de quilombos, nos quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros
podiam viver livremente.
B) as sabotagens realizadas nas plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da
África.
C) a preservação de crenças e rituais religiosos de origem africana, que eram condenados
pela Igreja Católica.
D) as revoltas e fugas em massa dos engenhos, seguidas de embarques clandestinos em
navios que rumavam para a África.
E) a adoção da fé católica pelos negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida
pela Igreja.

59. (UFPR 2016)


Na América portuguesa, as irmandades eram espaços de:
A) assistência aos negros que fugiam de seus senhores, providenciando alojamento e laços de
solidariedade para arrecadar fundos para sua alforria, através da realização de festas de
devoção aos seus santos padroeiros.
B) congregação de negros, indígenas e brancos pobres, constituindo sociedades de auxílio
mútuo para garantir um enterro digno aos seus membros e familiares, além de proteger seus
membros das visitações da Inquisição.
C) resistência ao catolicismo do regime de padroado, permitindo que os negros mantivessem
seus cultos originais africanos após conquistarem sua alforria, proibindo a entrada de
membros brancos e indígenas.
D) auxílio mútuo, em caso de doença, enterro e assistência a órfãos e viúvas, e de
arrecadação de recursos para alforria, servindo também para manter traços das culturas
africanas, como forma de resistência à sociedade escravocrata.
E) sociabilidade dos negros escravizados e libertos, compreendendo debates políticos de
resistência à escravização, por meio da preservação das culturas e devoções africanas, o que
gerou o primeiro ideário abolicionista.

60. (UFPR 2015)


“(...) a aldeia é um espaço escolhido e organizado pelo próprio índio, e ‘o aldeamento é
resultado de uma política feita por vontade dos europeus para concentrar comunidades
indígenas’."
(Aldeias que não estão no mapa. Entrevista com a Profa. Dra. Nanci Vieira de Oliveira por
Maria Alice Cruz. Jornal da Unicamp. 197, novembro de 2002, p.5.).

História. 121
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A afirmação acima se refere aos aldeamentos missionários e às transformações que eles


trouxeram à vida dos indígenas no período colonial da América portuguesa. Os objetivos das
missões jesuíticas eram
A) a catequese e a escravidão dos indígenas como mão de obra para a monocultura, o que
implicou para os índios a mestiçagem com os escravos negros e a modificação de sistema de
trabalho e organização social.
B) a aculturação, a conversão religiosa e a escravização dos indígenas para extração do pau-
brasil, o que implicou para os índios a mestiçagem com os brancos europeus e a modificação
da sua organização social.
C) a catequese, o isolamento político e cultural dos jesuítas e o controle das áreas de
fronteiras com as colônias espanholas, o que implicou para os índios uma grande mortalidade
por conta dos confrontos com os espanhóis.
D) a aculturação e a proteção dos indígenas perante os bandeirantes, o que implicou para os
índios a conversão religiosa e a formação de clérigos e de noviças para a Companhia de Jesus.
E) a catequese, a proteção dos indígenas e a assimilação dos nativos ao sistema colonial, o
que implicou para os índios a modificação de hábitos, crenças religiosas, sistema de trabalho
e organização habitacional.

61. (G1 - UTF-PR 2015)


O principal interesse da metrópole portuguesa em relação ao Brasil, no período Colonial, era:
A) produzir alimentos para alimentar a população de Portugal.
B) fazer o comércio e escravidão de índios e negros.
C) vender os produtos manufaturados de Portugal e Espanha.
D) extrair produtos e matérias-primas rentáveis no mercado mundial da época.
E) criar gado para atender ao mercado europeu.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Observe as figuras 1 e 2.

História. 122
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62. (UEL 2015)


A colonização no Brasil pela coroa portuguesa teve sua origem no sistema de Capitanias
Hereditárias que definiu a propriedade e a posse das terras. No início do século XIX, com a
vinda de imigrantes europeus para o Brasil, estabeleceu-se a Lei de Terras de 1850, com o
intuito de normatizar a propriedade e o seu uso.

História. 123
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Sobre o domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850,
assinale a alternativa correta.
A) Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei de
Terras definiu que as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada somente pela
compra.
B) Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para fazê-la.
Com a vinda dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos desprovidos de
recursos.
C) Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo das
capitanias. Com a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo monopólio do
poder econômico.
D) O sistema de capitanias vigorou até o século XIX quando aconteceram as insurreições do
Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu que a mão de obra livre pudesse se locomover
para as atividades industriais.
E) A Coroa tinha o direito de confiscar todos os metais preciosos extraídos das capitanias. A
Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o arrendamento das terras consideradas devolutas.

63. (UEL 2014)


Leia o texto a seguir.
Afluente da margem direita do Rio Vermelho, ao norte de Cambé, próximo ao Distrito da
Prata, o Rio Palmeira forma um vale onde a mata nativa ainda concentra reservas. Ali, séculos
atrás havia um lago. Era um ponto estratégico com água, peixe, caça e floresta subtropical.
Ali, em 1625 foi construída a redução jesuítica de San Joseph – o termo missão foi adotado
pelos portugueses, enquanto espanhóis e pesquisadores preferem redução
(Jornal de Londrina, 3 mar. 2013. p.21.)
Recentemente no município de Cambé, localizado no norte do Paraná, foram descobertas
ruínas de fundações da Redução Jesuítica, que comportou cerca de 200 pessoas, com fácil
acesso à água e aos produtos oriundos da floresta.
As Reduções ou Missões Jesuíticas no Brasil estão associadas
A) às ações das bandeiras, que buscavam, nas Reduções, mão de obra indígena para a
escravização.
B) às atividades mercantis de minérios e de drogas do sertão que abasteciam a metrópole.
C) à cristianização facultativa dos indígenas pelos irmãos jesuítas com o apoio da Santa Sé.
D) à libertação dos indígenas do jugo católico, conquistando a autonomia para professarem a
sua fé.
E) ao desenvolvimento de práticas agrícolas e de pecuária extensiva que vieram a abastecer o
comércio metropolitano.

História. 124
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64. (UFPR 2013)


Assinale a alternativa correta sobre o papel social e econômico das cidades no período
colonial da América Portuguesa.
A) As cidades nunca tiveram um papel significativo na economia colonial, pois toda a riqueza
que interessava ao comércio português era de origem agrária. Dessa forma, as cidades eram
núcleos administrativos sem qualquer povoamento significativo, que só se tornaram alvo de
investimentos após a vinda da Família Real portuguesa.
B) As cidades passaram a ter um papel econômico primordial na colônia a partir da fundação
de São Paulo, que se tornou um grande entreposto comercial. Posteriormente, com o ciclo do
ouro, as cidades de Minas Gerais tornaram-se um centro irradiador de progresso econômico,
superando a importância das áreas rurais na economia colonial. Isso impulsionou um maior
desenvolvimento urbano, trazendo progresso material e cultural a toda a sociedade.
C) Mesmo com papel econômico secundário, a partir dos séculos XVII e XVIII, algumas cidades
foram valorizadas com o aumento da participação da colônia no comércio ultramarino, em
especial após as políticas pombalinas de incentivo às Companhias de Comércio. Além de
possuírem órgãos administrativos e políticos, as cidades agregaram boa parte dos elementos
sociais da colônia, definindo em seus espaços as diferenças de gênero, raça e status social.
D) Além de serem centros administrativos, as cidades formaram pequenos centros
educacionais de catequese dos indígenas e de evangelização dos colonos, agregando uma
população majoritariamente masculina. Por serem muito pobres, as cidades eram vilas
incipientes, o que gerava uma concentração populacional e econômica nas áreas rurais.
E) As cidades foram centros administrativos importantes para o desenvolvimento econômico
e social da colônia, por concentrarem escolas, jardins botânicos e assistência médica e
jurídica à população. Escravos frequentemente fugiam para tentar uma vida melhor nas
cidades, o que gerava uma rivalidade entre os centros urbanos e as áreas rurais.

65. (G1 - UFT-PR 2012)


O Brasil foi colonizado pelos portugueses que estabeleceram o antigo sistema colonial. Este
sistema vigorou na maioria dos países latino-americanos entre os séculos XV e XIX.
Assinale a alternativa que explica o sistema colonial corretamente.
A) As metrópoles ajudaram na implantação das indústrias nas colônias.
B) As colônias produziam produtos agrícolas e manufaturas livremente e podiam vender com
lucro para as metrópoles.
C) Os comerciantes das metrópoles traziam as mercadorias manufaturadas que vendiam nas
colônias e estas podiam revender aos outros países.
D) O comércio entre as colônias e as metrópoles era regulado por leis que não permitiam a
exploração das colônias.

História. 125
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E) As colônias produziam matéria-prima que vendiam as metrópoles e só podiam comprar


produtos manufaturados das metrópoles.

66. (UEL 2012)


A Inquisição Portuguesa, ou Tribunal do Santo Ofício de Portugal, que esteve nas mãos do
poder real, utilizou-se da coerção para obter a confissão de culpa. Uma vez condenado, um
dos rituais consistia na execução pública do acusado na fogueira como forma de purificação.
Sobre esta instituição, é correto afirmar:
A) A Inquisição atuou mais contra os inimigos da pessoa do Papa do que sobre os inimigos da
Igreja.
B) A Inquisição durou em Portugal até meados do século XX, tendo sido abolida pelo Concílio
Vaticano II.
C) A Inquisição, por intermédio de seu braço papal, o Tribunal do Santo Ofício, poupava
judeus e muçulmanos da execução.
D) No Brasil, a Inquisição atuou por intermédio das Visitações detendo judeus, mulheres e
sodomitas, os quais eram julgados em Portugal.
E) O Tribunal do Santo Ofício, após as reformas religiosas ocorridas no século XIX,
transformou-se na Encíclica RerumNovarum.

História. 126
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1. Alternativa C 27. Alternativa E 53. Alternativa E


2. Alternativa D 28. Alternativa E 54. Alternativa A
3. Alternativa B 29. Alternativa E 55. Alternativa A
4. Alternativa B 30. Alternativa C 56. Alternativa C
5. Alternativa A 31. Alternativa E 57. Alternativa D
6. Alternativa B 32. Alternativa C 58. Alternativa C
7. Alternativa B 33. Alternativa D 59. Alternativa D
8. Alternativa C 34. Alternativa C 60. Alternativa E
9. Alternativa D 35. Alternativa B 61. Alternativa D
10. Alternativa E 36. Alternativa C 62. Alternativa A
11. Alternativa D 37. Alternativa B 63. Alternativa A
12. Alternativa E 38. 01+04+08=13 64. Alternativa C
13. Alternativa A 39. Alternativa E 65. Alternativa E
14. Alternativa D 40. Alternativa C 66. Alternativa D
15. Alternativa D 41. Alternativa E
16. Alternativa E 42. Alternativa D
17. Alternativa B 43. Alternativa B
18. Alternativa A 44. Alternativa E
19. Alternativa D 45. Alternativa B
20. Alternativa A 46. Alternativa D
21. Alternativa C 47. Alternativa A
22. Alternativa D 48. Alternativa C
23. Alternativa C 49. Alternativa C
24. Alternativa D 50. Alternativa A
25. Alternativa C 51. Alternativa A
26. Alternativa E 52. Alternativa E

História. 127
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10.1. REFERÊNCIAS USADAS NOS COMENTÁRIOS DAS QUESTÕES

BORREGO, Maria Aparecida de Menezes. A teia mercantil: negócios e poderes em São Paulo
colonial (1711-1765). 2006. 352 f. Tese (Doutorado) - Curso de História, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-16072007-
112028/pt-br.php>. Acesso em: 11 mar. 2019.

CANUTO, Luiz Cláudio. Em 1763 a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de
Janeiro. 2013. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/A-
MUSICA-DO-DIA/434576-EM-1763-A-CAPITAL-DO-BRASIL-FOI-TRANSFERIDA-DE-SALVADOR-PARA-
O-RIO-DE-JANEIRO.html>. Acesso em: 11 mar. 2019.

CERQUEIRA E FRANCISCO, Wagner de. A ocupação da Amazônia. Disponível em:


<https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/a-ocupacao-amazonia.htm>. Acesso em: 12
mar. 2019.

FARIA, Luana de Souza. Os descaminhos do ouro: questões acerca do modo de administrar e fazer
justiça no Antigo Regime – Minas Gerais (1709-1750). 2013. 203 f. Dissertação (Mestrado) - Curso
de História, Universidade Federal de Juiz de Fora, 2013. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/ppghistoria/files/2013/03/disserta%C3%A7%C3%A3o_vers%C3%A3o-final-
Luana.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2018.

GASPAR, Tarcísio de Souza. Derrama, boatos e historiografia: o problema da revolta popular na


Inconfidência Mineira. Topoi, [S.I.] v. 11, n. 21, p.51-73, jul./dez. 2010. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/topoi/v11n21/2237-101X-topoi-11-21-00051.pdf>. Acesso em: 08 nov.
2018.

GOMES, Cristiana. Independência do Brasil. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/historia/independencia-do-brasil/>. Acesso em: 11 mar. 2019.

MELLO E SOUZA, Laura de. Desclassificados do Ouro: A Pobreza Mineira no Século XVIII. Rio de
Janeiro: Graal, 2004. 323 p.

MOTA, Myriam Becho; BRAICK, Patrícia Ramos. História das cavernas ao terceiro milénio. São
Paulo: Editora Moderna, 2005. 728 p.

PRADO, Fabrício Pereira. Colônia do Sacramento: a situação na fronteira platina no século


XVIII. Horizontes Antropológicos, [s.l.], v. 9, n. 19, p.79-104, jul. 2003. FapUNIFESP (SciELO).
http://dx.doi.org/10.1590/s0104-71832003000100004. Disponível em:
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Acesso em: 12 mar. 2019.

História. 128
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RAMOS, Jefferson Evandro Machado. Guerra Guaranítica. 2017. Disponível em:


<https://www.historiadobrasil.net/brasil_colonial/guerra_guaranitica.htm>. Acesso em: 17 jan.
2019.

REBELIÕES NATIVISTAS. Disponível em:


<http://www.colegioacademia.com.br/admin/professores/arquivos_upl/7_aulas_23.pdf>. Acesso
em: 12 nov. 2018.

SABEH, Luiz Antonio. COLONIZAÇÃO SALVÍFICA: OS JESUÍTAS E A COROA PORTUGUESA NA


CONSTRUÇÃO DO BRASIL (1549-1580). 2009. 166 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de e Ciências
Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009. Disponível em:
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SHIKIDA, Cláudio Djissey. Apontamentos sobre a Economia Política da Companhia Geral de


Comércio do Grão-Pará e Maranhão. Revista de Economia e Administração, São Paulo, v. 6, n. 2,
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<https://www.researchgate.net/publication/269959446_Apontamentos_sobre_a_Economia_Politi
ca_da_Companhia_Geral_de_Comercio_do_Grao-Para_e_Maranhao>. Acesso em: 11 mar. 2019.

VAZ, Valéria (Ed.). História: Ser Protagonista. 2. ed. São Paulo: Edições SM, 2013. 376 p. Volumes 1,
2 e 3.

História. 129
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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido concurseiro. Se você chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não se esqueça, também, dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para
alcançá-los. Sonhe alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em
rastejar”. Encontro você na nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

História. 130
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