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HISTÓRIA DE

ALAGOAS -
POVOAMENTO
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HISTÓRIA DE ALAGOAS - POVOAMENTO


FORMAÇÃO HISTÓRICA
A região onde hoje se encontra o Estado de Alagoas foi invadida por franceses no início do
século XVI, sendo retomada pelos portugueses em 1535, sob o comando de Duarte Coelho, dona-
tário da capitania de Pernambuco, que organizou duas expedições e percorreu a área fundando
alguns vilarejos, como o de Penedo. Também incentivou a plantação de cana-de-açúcar e a forma-
ção de engenhos. Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco e também ocuparam a região
de Alagoas até 1645, quando os portugueses voltaram a conquistar o controle da região. Em 1706
Alagoas é elevada à condição de comarca, primeiro passo para o alcance de sua autonomia. Em
torno de 1730 a comarca possuía cerca de 50 engenhos, 10 freguesias e razoável prosperidade. A
emancipação política aconteceu em 1817, quando a comarca foi elevada à condição de capitania.
Durante os períodos subsequentes, várias sublevações contra os portugueses se sucederam em
Alagoas. A Primeira Constituição do Estado foi assinada em 11 de junho de 1891, em meio a graves
agitações políticas, que assinalaram o início da vida republicana.

PRESENÇA FRANCESA
A primeira invasão da França foi comandada por Villegaignon. Os franceses se estabeleceram
na baía de Guanabara em novembro de 1555, onde fundaram a França Antártica. Para facilitar sua
permanência na região, aliaram-se aos índios tamoios, apoiando-os na luta contra os portugueses.
O governador-geral Duarte da Costa empreendeu diversas tentativas de expulsar os franceses, mas
não obteve sucesso. Isso só aconteceu em 1567, sob o comando de Estácio de Sá, sobrinho do ter-
ceiro governador-geral, Mem de Sá. Para isso, contou com o apoio de jesuítas, colonos e algumas
populações indígenas da região, além de reforços mandados pela metrópole. Expulsos do Rio de
Janeiro, os franceses voltaram-se para a região norte da colônia.
Para termos uma noção da influência francesa na história alagoana devemos lembrar que o
historiador alagoano Alfredo Brandão chega a conjecturar, “haver sido a cidade de Penedo originada
de um entreposto francês do comércio do pau-brasil, naquela região do rio São Francisco”, aliado
ao fato de existir ainda hoje, sobrevivências culturais da’ presença francesa em nosso litoral, como
é o exemplo da tão conhecida “Praia do Francês”, nas proximidades da atual cidade e município de
Marechal Deodoro, há alguns quilômetros da cidade de Maceió.
A obra Tratado Descritivo do Brasil, de 1587, nos informa que existiram alguns portos franceses
no litoral alagoano, assim apontados:
» Porto Velho dos Franceses - localizado a quatro léguas antes do rio S. Miguel, que
é hoje conhecido como “Praia do Francês”;
» Porto Novo dos Franceses - localizado a duas léguas adiante da foz daquele rio, na
barra do rio Jequiá;
» Porto dos Franceses - próximo aos Baixios ou arrecifes de Dom Rodrigo próximo à
enseada formada pelo rio Coruripe.
Além dos locais acima citados, os franceses chegavam a penetrar além da desembocadura
dos rios e planícies litorâneas, em busca do pau-brasil. Entretanto o contrabando do pau-brasil, nas
costas alagoanas foi realizado até quase meados do século passado. Em 18 de Novembro de 1840
“foi apreendido em Coruripe, durante a Presidência de Manuel Felizardo de Souza e Meio, um navio
francês, que já se achava em parte carregado daquela preciosa madeira. Uma outra embarcação
que ali se encontrava em operação de contrabando, conseguiu escapar”, segundo nos informa o
historiador Moacir Santana.
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Apesar da intensidade do contrabando do pau-brasil pelos franceses, a referida apreensão foi à


primeira feita, desde quando passamos a condição político-administrativa de Província emancipada.
O pau-brasil, sendo monopólio do governo português, só poderia efetivar-se através de contratos,
não trazendo a exploração da referida madeira nenhum lucro para a Capitania e depois província
das Alagoas, de onde eram extraídos das matas do Poxim, São Miguel, Sumaúma, Jacuípe e outros
locais do território alagoano. A exploração indiscriminada do pau-brasil levou a quase extinção
da espécie vegetal. Até 1875 o pau-brasil ainda aparecia na lista dos produtos de exportação de
economia brasileira.
França Equinocial
Comandados por La Touche, em 1612 ergueram no Maranhão o forte de São Luís, em homenagem ao rei francês
Luís XIII, e fundaram ali a França Equinocial. Foram expulsos três anos depois, graças a uma aliança luso-espa-
nhola com o apoio dos índios tremembés.

A GUERRA HOLANDESA
Os holandeses invadiram e ocuparam o território do Brasil em duas ocasiões:
» em 1624, invasão na Bahia;
» em 1630, invasão em Pernambuco.
A Holanda, na época, era dominada pela Espanha e lutava por sua independência. As invasões
constituíram um modo de atingir as bases coloniais espanholas – uma vez que, de 1580 a 1640,
período conhecido como União Ibérica, o Brasil pertencia às duas Coroas: Portugal e Espanha. A
situação econômica da Holanda, além disso, era difícil, devido ao embargo imposto pela Espanha:
os holandeses estavam proibidos de comerciar com qualquer região dominada pela Espanha, per-
dendo assim o direito de refinar e distribuir o açúcar produzido no Brasil, como vinham fazendo
havia vários anos.
Com a invasão, os holandeses pretendiam estabelecer uma colônia voltada para a exploração
econômica do Brasil, controlando os centros de produção açucareira. Desejavam, ainda, romper o
monopólio comercial ibérico e recuperar seu papel no comércio do açúcar.
Maurício de Nassau foi um conde e militar germânico que ficou conhecido por ter sido enviado pelos holande-
ses para administrar a região de Pernambuco durante o período que os holandeses dominaram a região. Maurí-
cio de Nassau ficou conhecido por ser um humanista que apreciava as ciências e as artes e tentou desenvolver
ambas no Brasil.
No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas já eram freguesias, admitindo-se
que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no século anterior. Foram vilas, porém, em 1636.
Repousando a economia regional na atividade açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os
núcleos principais da ocupação da terra. A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão holandesa,
teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.
Os portugueses reagiram duramente. Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já desa-
nimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos Fernandes
Calabar, de Porto Calvo. Grande conhecedor do terreno, orientou os holandeses em uma nova
expedição a Alagoas. Os invasores aportaram à Barra Grande, de onde passaram a vários pontos,
sempre com bom êxito. Em Santa Luzia do Norte, a população, prevenida, ofereceu resistência.
Após encarniçada peleja, os holandeses recuaram e retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder
o arraial do Bom Jesus, entre Recife e Olinda, obtiveram várias vitórias.
Alagoas, Penedo e Porto Calvo: eis os pontos principais onde se trava a luta em terras alagoa-
nas. Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que morreu na forca
em 1635. Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena, também se salientou na luta
contra os holandeses. Acompanhou o marido, o índio Filipe Camarão, em quase todos os lances e
arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a frente.

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