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A Colonização da América Portuguesa - Capítulo 1 - História Geral do Brasil

● 1500-1530: Período pré-colonial.


○ Reinado de D. Manuel I (1496-1521).
○ Colonização de feitorias.
■ Interesses da burguesia mercantil lusitana.
■ Lucro pela diferença do preço de compra e venda, apenas.
■ Assim, o processo produtivo português só se sustentava por seu
monopólio, o que demandava uma forte frota de combate aos piratas
ingleses e franceses. Todavia, em 1522, a Espanha encontrou um
novo caminho para o Oriente, pelo estreito sul da América.
■ Importância do Tratado de Tordesilhas (1494) - mare clausum.
○ Negligência portuguesa devido aos lucros do comércio das Índias e do litoral
africano, enquanto o Brasil poderia apenas dispor de madeira tintorial,
papagaios e pimenta.
○ 1519 a 1524 - Crise no Oriente + Pressão Francesa na América - interesse de
Portugal por Vera Cruz.
○ Missões de Portugal:
○ 1501 e 1503 - Exploradoras.
○ 1516 e 1526 - “guarda-costas”, expulsar os franceses.
○ 1530 - missão de Martim Afonso de Souza - ocupação.
■ Expulsar os corsários;
■ Explorar o litoral até o rio da Prata, em busca de metais preciosos.
■ Fundar o primeiro núcleo colonial - Vila de São Vicente (1532).
○ Colonização com base na experiência da ilha da Madeira.
■ Produção agrícola para auto abastecer o Império (cereais,
principalmente trigo) e para exportar (açúcar).
■ Financiamento por Flandres (Região Flamenga - Bélgica).
○ Primeiro engenho fundado em 1533, em São Vicente, com mudas de cana de
Madeira.

● A distribuição das terras e a colonização efetiva.


○ Reinado de D. João III (1521-1557)
○ Distribuição de terras - 1532.
○ As capitanias foram distribuídas entre a pequena nobreza e funcionários da
burocracia monárquica, bem como para a recente burguesia e cristãos-novos.
■ Os grandes se interessavam pelas Índias ou por ter terras no Reino e
em suas ilhas próximas.
○ Inicialmente, o ímpeto agrícola ficou em São Vicente (Martim Afonso de
Souza) e em Pernambuco (Duarte Coelho). As outras capitanias
comercializavam pau-brasil, tabaco e algodão e buscavam metais
preciosos.
○ Os capitães-donatários desempenhavam funções semelhantes às funções de
um soberano, todavia é importante relembrar que a soberania ainda era do
monarca e as ações dos capitães eram bem vigiadas pelos funcionários reais.

● O Governo-Geral e a organização administrativa colonial.


○ Sistema de capitanias em crise - tendiam a se despovoar (exceto São Vicente
e Nova Lusitânia - Pernambuco/Duarte Coelho).
○ Sensação de abandono pelos colonos, incursões francesas e ataques
indígenas.
○ 1548 - Nomeação de um governador-geral, Tomé de Souza (carreira das
Índias).
■ Compra da capitania da Bahia, após o assassinato do capitão-
donatário pelos tupinambás.
■ Bahia como sede do governo-geral do Brasil.
■ Principais focos: combate à pirataria francesa, aos ataques indígenas
e conciliação dos problemas internos entre os colonos.
■ Criação de outros cargos para auxiliar as capitanias: ouvidor-mor
(justiça); provedor-mor (impostos e taxas da Coroa) e capitão-mor da
costa (defesa).
■ Fundação, em 1549, de São Salvador.
■ Destruição ou escravidão dos tupinambás.
■ Interesses centrais de Portugal foram mantidos coerentes:
regulamento do comércio do pau-brasil e defesa das matas.
■ Transporte de gado de Cabo Verde ao Brasil como pagamento de
soldos aos colonos - incentivo à distribuição de terra sob sesmarias.
■ Intensificação do tráfico de escravos.
■ Vinda dos jesuítas para implantação dos colégios.
● Superação do tupi como língua geral.
● Aldeamento dos indígenas.
■ Criação de órgãos locais - câmaras.
● Oficiais deveriam ter “pureza de sangue”.
● Nobreza local - senhores de engenho e lavradores muito ricos.

● Os índios e sua resistência.


○ Os dois principais grupos indígenas, tupi-guarani e arawak praticavam a
agricultura (mandioca, milho e batata-doce).
○ População de 2 milhões de indígenas, com dois troncos centrais: os tupi-
guarani no litoral e os arawak, distribuídos pela Amazônia ocidental até os
altiplanos da Bolívia e Peru, e ao norte até as Antilhas.
■ Problemas ambientais - fronteira sempre aberta, todavia pelo
nomadismo e pela pequena população, a terra poderia descansar.
○ Deterioração rápida da relação entre indígenas e portugueses, visto que os
nativos não aceitavam a escravidão, sendo taxados de preguiçosos.
■ Falta de compreensão, por não ser uma população mercantil.
■ Maiores resistências no RJ (tamoios) e no Nordeste (Guerra do Gentio
- XVII até metade do XVIII, com ataques indígenas às vilas de Cairu,
Jiquiriçá, Ilhéus e Maragogipe).
○ Coroa luta contra o etnocídio indígena, mas suas ações, juntamente com a
dos jesuítas, promove uma aculturação e desapropriação do que é ser
indígena.
■ Disputas entre jesuítas e colonos de áreas pobres (SP, São Luís e
Belém), em que a escravidão indígena era a única viável pelos altos
preços dos escravos negros.
■ Escravidão indígena só é eficazmente proibida durante o governo de
D. José I, pelo Marquês de Pombal.

● O domínio espanhol no Brasil.


○ Após Tomé de Souza (1549-1553), houve outros quatro governadores gerais
até a União Ibérica (1580-1640).
■ França tornou-se forte no RJ, com a França Antártica (1555-1565),
substituída pela cidade de São Sebastião.
■ Capitanias continuavam a existir: última a ser extinta será São
Vicente, em 1791. Todavia, os direitos dos capitães/donatários foram
paulatinamente limitados pelos governadores-gerais.
○ União Ibérica:
■ Morte de D. Sebastião e de seu tio velho, D. Henrique. Grande
burguesia aclama Filipe II, da Espanha, como monarca português.
● Aceitação devido à crise do Império Português no Oriente e à
ânsia da burguesia lusa em ter maior acesso ao mercado
espanhol na América. Profundas ligações da nobreza lusa com
a espanhola.
■ Expansão territorial:
● Ampla penetração da Amazônia e do Centro-Oeste com o “fim”
de tordesilhas.
● Maior comércio com Buenos Aires e com o Peru, suprindo a
burguesia lusa com prata.
■ 1621 - Criação do Estado do Maranhão e do Grão-Pará.
■ Rompimento das relações entre Portugal e Holanda.
● Holanda - Companhia das Índias Ocidentais (1621) - implantar
uma colônia sul-americana.
○ Bahia - 1624.
○ Pernambuco - 1630. A partir dessa base conquistam
todo o Nordeste, com exceção da Bahia.
● Holanda toma Angola, São Jorge da Mina (Gana), a fortaleza
de Arguim (Mauritânia) e atacam o Ceilão e as Molucas.
■ Fraqueza entre Lisboa-Sevilha.
● Perdas no Oriente - Portugal como Império Atlântico.
● Incursões holandesas, francesas e inglesas.
○ Queda do preço dos produtos exportados.
○ Aumento do preço dos escravos, dado o perigo da
viagem (corsários).
● Queda do fluxo de prata do Peru.
● Aumento dos impostos para pagar a defesa do Império.
● Eclosão de conflitos em Portugal, pela fome, e no Brasil contra
jesuítas pela queda da importação de escravos africanos.
● Eclosão da Restauração da Independência, com a aclamação
de D. João IV, de Bragança, como monarca de portugal.

● A Idade de Ouro do Brasil.


○ Problemas após a Restauração (duram até 1690)
■ Perda do Império do Oriente.
● Fechamento do Japão após o proselitismo jesuítico.
● Holandeses e ingleses dominavam as praças das Índias e do
Sudeste Asiático.
■ Mesmo com a paz em 1641, a Holanda não restitui as colônias
ocupadas e impõe a cláusula de livre comércio de ouro, escravos e
especiarias entre as possessões de ambos os Estados.
■ Desorganização interna e queda nos preços do açúcar.
● Holandeses, ingleses e frances montam engenhos de açúcar
nas Antilhas (São Domingos e Barbados).
■ Ato de Navegação de Cromwell (1651).
○ Aproximação da Inglaterra:
■ Tratados comerciais: Methuen (1703) - panos e vinhos.
■ Poder de compra de Portugal restaurado com a chegada do ouro
brasileiro.
■ Aliança militar com a Inglaterra devido às pressões da Holanda e da
Espanha - Inglaterra era o único poder naval capaz de garantir a frágil
independência portuguesa.

● Produção de alimentos e crises de fome.


○ Agricultura indígena tornou-se a base da alimentação colonial.
■ Bahia - fragilidade agrícola, necessidade de transferência interna do
sul da província e do RJ de alimentos.
○ Produção de alimentos integrada ao caráter escravista, então
consequentemente ao circuito mercantil geral.
○ As plantações de mandioca e outros alimentos para consumo interno
apresentavam um perfil pequeno escravista.
■ Contato direto entre o roceiro e seus escravos.
■ Presença de brancos pobres e negros alforriados.
■ Terras arrendadas, em sua maioria.
○ A fragilidade de tal sistema gerava crises periódicas, marcadas por grandes
fomes.
■ Não está ligada, somente, ao balanço de pagamentos colonial.
■ Adaptação incorreta da agricultura indígena:
● Fim do manejo e da variedade, em prol da produtividade -
cansaço da terra - decretos da Coroa promoveram isso.
● Fim da variedade facilitou os ataques de epizootias.
● Esgotamento, erosão e desertificação de áreas agricultáveis.
● Alterações climáticas - secas no Nordeste e chuvas pesadas
no Sudeste (El Niño).

● O caráter do Estado Português e a administração colonial.


○ Criação de Conselhos para tornar o governo régio mais coerente e eficaz.
■ Conselho de Guerra - 1640.
■ Conselho ou junta dos Três Estados - 1641.
■ Conselho Ultramarino - 1642.
○ Centralização do poder na Coroa e não na figura do rei - nobreza e letrados
servem no conceito do “bem comum” e do “bom servir”.
■ Foram esses letrados que produziram a obra doutrinária e filosófica de
justificação da revolta contra o domínio espanhol (dos Habsburgos).
■ Tal doutrina marcou a distensão entre a visão tradicional do Reino
como patrimônio régio (XIII e XIV) e a que emergiu após as Cortes de
1641 e a consulta ao Conselho de Estado em 1656.
■ Limitação ao poder fiscal do rei.
■ Distinção universal entre o privado e o público, não apenas na
vida política, mas no cotidiano, nos negócios e na administração
civil.
■ Bem comum - útil versus deleitoso.
○ Conselho Ultramarino discutia temas cultos demais até mesmo para nobreza,
por vezes, inculta. Assim, surgiu o mecanismo da ab-rogação (a contestação
das decisões reais emendas do C. Ultramarino) e de sub-rogação, uma
transposição de um preceito jurídico português para outro uso e efeito no
Brasil.
○ Criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649)
■ Auge no governo de D. Pedro II (De Portugal e não do Brasil).
■ Reunir capitais dispersos para a Coroa retomar esforços de fomento e
defesa.
■ Imunidade aos cristãos-novos ou judeus (mesmo que residentes em
outras nações), sem a problemática da Inquisição.
■ Armou-se o comboio de 70 a 90 navios, ligando RJ, Salvador e Recife
aos portos portugueses.

● A recuperação agrícola: açúcar, tabaco e alimentos.


○ Governo de D. Pedro II.
○ Tabaco - Bahia, RJ e Maranhão.
■ Comércio entregue aos arrematantes do contrato.
■ Exportado para Portugal, mas também para Costa da Mina e Angola,
onde era trocado por escravos.
■ Contrabando pelos holandeses, entre o litoral nigeriano e angolano.
■ Abandono de plantação alimentícia por pequenos agricultores
(mandioca), devido ao baixo investimento e alto lucro trazido pelo
tabaco.
● Confronto com o Conselho Ultramarino - defesa das matas e
autossuficiência agrícola.
○ Defesa ligada à necessidade de lenha para as
fornalhas dos senhores de engenho e à defesa do
continente (Armada Real).
● Temor do aviltamento dos preços pelo C. Ultramarino.
● Ações contra o plantio de tabaco em novas áreas e a exigência
de retorno ao plantio de mandioca e gêneros alimentícios - já
se via fome na terra.
○ Açúcar.
■ A expulsão dos holandeses em 1654, já dominadores das técnicas
agrícolas, levou-os a plantarem nas Antilhas, o que rompeu com o
monopólio comercial português e levou ao aviltamento dos preços do
açúcar.
○ Devido ao colbertismo e à luta contra evasão de moeda, o Conselho
Ultramarino e os vice-reis exigem que haja um equilíbrio entre a produção
para o mercado externo e para o mercado interno. Os senhores de engenho e
lavradores de cana, bem como produtores de tabaco usam as câmaras
municipais para reagir contrariamente e sabotam o plantio de mandioca.
○ RJ mostrará ser um imenso celeiro da Colônia, abastecendo o Nordeste, a
região do Sacramento, a Angola e as naus portuguesas.

● A retaguarda da expansão agrícola: grande sertão da pecuária.


○ Amplo movimento de penetração para o interior do país (meados do século
XVII) - invasões holandesas e choques consequentes.
○ Principais obstáculos: romper com a fronteira fechada, dominada por
quilombos; e vencer a resistência indígena, especialmente da Confederação
dos Cariris.
○ Protagonistas colonos: bandeirantes paulistas.
○ 4 eixos econômicos: criação do gado; caça ao índio, suprimento de mão de
obra em face do comércio africano em declínio; busca de metais preciosos e
a busca de especiarias e drogas do sertão.

● O Grande Norte e suas drogas do sertão.


○ Fundação do Estado do Maranhão e Grão-Pará em 1621, após a expulsão
dos franceses.
○ População indígena estável e agrícola, fabricante de cerâmica diversificada,
organizada em verdadeiros Estados sob a forma de cacicados.
○ Belém do Pará como base para o reerguimento do comércio de especiarias,
perdido pelos portugueses na Ásia.
○ Jesuítas utilizam técnicas indígenas e seu trabalho compulsório para
constituir a Amazônia como um empório de produtos da floresta, as “drogas
do sertão”.
○ Euforia inicial levou a um amplo fracasso, especialmente as tentativas de
aclimatação de espécies vegetais orientais no clima Amazônico.
■ Grandes distâncias.
■ Epidemias.
■ Retomada econômica nordestina que tornava-se mais atrativa para
colonos e mercadores.

● A mineração e consolidação do mercado interno.


○ Reinado de D. Pedro II (1683 - 1705).
○ Linha do tempo:
■ 1695 - achados por Borba Gato em Ouro Preto.
■ 1720 - achados na Bahia.
■ 1725 - achados no Goiás.
■ 1729 - diamantes em MG - Diamantina.
○ 1700 - 1766: produção contínua, mesmo que irregular.
○ Impactos:
■ Alargamento da faixa de ocupação do território brasileiro.
■ A economia do outro atraiu para si a pecuária sulina, através de SP, e
a nordestina, através do rio São Francisco - integração das ilhas de
povoamento.
■ Alterou as bases políticas e administrativas da Colônia, realçando o
papel de RJ, porto principal de escoamento dos metais e capital
colonial depois de 1763, incentivando a vida urbana.

● Terra e colonização no Brasil Colônia.


○ Distribuição de terras na Lei das Sesmarias.
■ Os donos dão por certo tempo as terras para alguém que possa lavrá-
las e semeá-las.
■ Distribuição gratuita (até 1699), apenas com a prova de ter condições
de cultivar as terras.
■ Problemas informais e favoritismo visto, por vezes, das autoridades
locais.
■ As primeira sesmarias eram gigantescas (13 mil hectares), sendo os
proprietários obrigados a aforar a terra, levando a diversos litígios
entre proprietários e foreiros.
○ 4 tipos de posse e uso da terra:
■ “(a) grande propriedade, de origem sesmarial, com exploração direta e
trabalho escravo, como os engenhos de açúcar; (b) plantações, sítios
e situações, terras arrendadas por foro contratual, sob a gerência do
foreiro e trabalho escravo, podendo dedicar-se ao plantio do açúcar,
tabaco ou de alimentos, conforme suas dimensões e/ou número de
escravos disponível; (c) terras indivisas ou comuns, de propriedade
comunal, com exploração escravista ou por parte dos roceiros, muitas
vezes com o caráter de pequena exploração escravista ou familiar; (d)
áreas de uso coletivo, como malhadas ou pastos comunais, utilizadas
pelos criadores de gado e pelas pequenas aldeias e vilas no interior
do país. Aos poucos juntar-se-iam a esse mosaico de formas de
apropriação e uso da terra, hábitos e tradições de uso comunal de
antigas terras indígenas e de áreas de quilombos ou mocambos, onde
os negros fugidos organizavam pequenos enclaves de vida
camponesa.”

O Trabalho na Colônia - Capítulo 2 - História Geral do Brasil

● Do esquematismo excessivo à relativa complexidade.


○ Obsessão plantacionista - perspectiva simplificadora, focada no latifúndio,
monocultura e escravidão negra - bem como nos respectivos “ciclos” do
açúcar, ouro e café.
○ Relevância e recorrência da estrutura familiar (entre senhores de engenho,
homens livres e normalmente pobres e entre escravizados).

● Fatores incidentes no estabelecimento das grandes linhas do trabalho na colônia.


○ Três fatores centrais:
■ Forças produtivas - limites de possibilidades por sua lentidão em
transformar-se.
● Demografia - distribuição da população anterior à chegada
europeia. Existência de desertos populacionais no interior,
enquanto a costa litorânea mostrava-se o local com maior
densidade populacional indígena.
○ Os indígenas, oriundos de uma cultura econômica de
subsistência, não se adaptaram ao trabalho
compulsório por não compreenderem a necessidade do
excedente - diferentemente dos africanos que vinham
de culturas econômicas semelhantes a dos europeus.
○ Vinda de cerca de 2 milhões e meio de africanos entre
1530 e 1888.
○ Papel fundamental dos brancos pobres, especialmente
no Sul. Os brancos pobres tinham mais chance no
Nordeste, por contrastarem com os negros.
○ Mestiçagem.
● Distribuição espacial das áreas ecológicas e recursos naturais
- Portugal só poderia sustentar as navegações e o Império
Colonial com produtos rentáveis, como o açúcar e o ouro.
○ Abundância de terras.
○ Tal abundância implicou em uma abundância de
trabalhadores, que só pôde ser contínua e suficiente
pelo trabalho compulsório, especialmente manifesto da
escravidão dos africanos e seus descendentes.
● Técnicas de produção.
○ Pouco investimento - tributação metropolitana,
necessidade de importar a alto custo todo o ferro
consumido, terras abundantes e condições comerciais
favoráveis à metrópole.
○ Setor agrícola - adotou-se o sistema indígena de
coivara ou queimada.
○ Pouco investimento educacional (nenhuma
universidade e poucas escolas) - incentivo ao trabalho
compulsório.
■ Impacto do sistema colonial mercantilista.
● O exclusivo colonial e o grau de integração ao mercado
atlântico.
○ Adequação à DIT.
○ Pressão sobre os colonos e escravizados, reforçado
com a intensificação do tráfico negreiro, de modo que
era viável substituir, a preços aceitáveis, os escravos
que morressem.
● A tributação metropolitana na Colônia.
○ Incentivo ao trabalho compulsório, pois seria um dos
meios de garantir os lucros, mesmo com taxas
altíssimas, aos colonos.
● A coação estatal.
○ Repressão às revoltas e aos quilombos.
● A escassez interna da moeda em circulação.
○Como qualquer metrópole, Portugal tentava drenar as
moedas cunhadas e outros metais preciosos do Brasil.
As que sobraram ficaram restritas aos comerciantes e
outras pessoas ricas.
○ Relações salariais limitadas.
○ Aprofundamento de problemáticas relacionadas a
empréstimos e no caso de arrendatários e parceiros em
dívida com fazendeiros e comerciantes.
● A ação da Igreja.
○ Associação íntima com a colonização.
○ Jesuítas buscaram impedir a escravidão indígena.
■ Mecanismos básicos na estruturação das relações de produção.

● A diversidade no tempo.
○ 4 fases centrais:
■ 1500 - 1532: período pré-colonial; economia extrativa baseada no
escambo com os indígenas.
● Apesar de problemáticas, especialmente em relação à
catequização, a relação entre portugueses e indígenas era
pacífica e, por vezes, harmoniosa (com mulheres indígenas
casando com portugueses).
■ 1532 - 1600: predomínio da escravidão indígena.
● Aumento da população europeia.
● Genocídio cultural dos indígenas por parte dos jesuítas.
● 1570 - primeiras leis contrárias à escravidão indígena, mas que
se manteve em número considerável até o século XVIII.
■ 1600 - 1700: instalação do escravismo colonial de plantation, em sua
forma clássica.
● As epidemias, a mortalidade alta ligada ao trabalho forçado e à
ruptura da economia de subsistência indígena, bem como a
fuga de tribos para o interior inviabilizaram uma plantation
açucareira baseada no trabalho indígena.
● Uso da mão de obra africana e escravizada em engenhos de
açúcar já era prática nas ilhas africanas, sob domínio
português, do Atlântico.
● Os engenhos eram, para época, extremamente modernos
(especialmente em sua divisão de trabalho).
● Predomínio na zona rural - em alguns casos, os escravos
poderiam trabalhar durante fins de semana e feriados, com a
licença de vender os excedentes eventuais que produzissem
para acumular dinheiro e comprar sua liberdade.
● O escravo é incapaz juridicamente (não possui nome, família
ou vontade própria), mas é capaz penalmente (podendo ser
castigado e torturado).
● Diferenciação no mundo dos escravos:
○ Boçal - cativo recém-chegado da África.
○ Ladino - africano já aculturado e entendendo o
português.
○ Mulato e crioulo - descendente de africano nascido no
Brasil. Preferido para as tarefas domésticas, artesanais
e de supervisão.99
● Fuga, resistência e revolta existiram conjuntamente com a
escravidão - quilombos (Palmares - rede de povoados com
milhares de habitantes, resistindo a holandeses e portugueses,
caindo somente em 1694).
● Menor número de escravizados na pecuária nordestina,
marcada por brancos livres e pobres, crioulos, mestiços e
negros alforriados.
■ 1700 - 1822: anos de diversificação das atividades em função da
mineração, do surgimento de uma rede urbana e mais tarde de uma
importância maior da manufatura, mes sempre sob o signo da
escravidão predominante.
● Expansão e diversificação agrícola - intensificação da
escravidão e do tráfico.
● Imigração de centenas de milhares de portugueses pobres por
conta do ouro e do renascimento agrícola, no fim do século
XVIII.
● Urbanização e o crescimento do tamanho e importância do RJ.
● Mestiçagem em MG, devida à escassez aguda de mulheres
brancas.

● A Diversidade no Espaço:
○ Amazônia:
■ Virtualmente abandonada e não colonizada, até 1750.
■ Coleta de drogas do sertão, com escravidão indígena e confronto com
jesuítas.
■ Expedições para escravização de indígenas em teoria condenados à
morte por outros índios - chamadas de tropas de resgate.
■ Pequeno setor agrário que empregava escravos e libertos índios.
○ Rio Grande do Sul:
■ Rio Grande de São Pedro.
■ Disputa com espanhóis.
■ Missões religiosas jesuíticas espanholas destruídas por caçadores de
indígenas.
■ Comércio da pecuária, especialmente do charque e comércio do mate.

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