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AMADO CERVO/GERSON MOURA

Governo Dutra (1946-1951)


● Chanceler: Raul Fernandes.
● Contexto global:
○ Guerra Fria.
○ Descolonização e oposição entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

● Contexto doméstico:
○ Política econômica conservadora e repressiva no plano político e social,
tremendo que por trás de cada movimento social estivesse o comunismo
internacional.

● Contexto regional:
○ Aspecto econômico:
■ A AL e o Brasil permaneceram sob a égide dos EUA, devido à ação
coordenada estadunidense desde a 2° Guerra Mundial para não apenas
conquistar o apoio bélico latino-americano entre 1939 e 1945, mas para
consolidar a conquista de mercados e as relações econômicas. Todavia,
no imediato pós-guerra, não viu-se a priorização dos Estados da
AL pelos EUA, que focalizaram seus esforços na Europa Ocidental,
no Oriente Próximo, na África e no Japão.
■ O Brasil demandava a via política para a cooperação para o
desenvolvimento, enquanto os EUA insistiam que os programas de
desenvolvimento eram responsabilidade do Banco Mundial (BIRD).
Dentre as parcas ações dos EUA em relação ao BR esteve a missão
Abbink, limitada a facilitar o fluxo de capital privado para o Brasil,
mas incapaz de promover financiamento externo.

○ Aspectos político e militar:


■ Alinhamento automático: Dutra tornou-se o primeiro presidente
brasileiro a visitar os EUA, visita que foi retribuída por Truman em
1947.
● Expectativa de uma 3° Guerra Mundial; a manutenção da
superioridade militar na América do Sul e a participação plena
na construção da ordem internacional do pós-guerra.
● Política do voto duplo em órgãos internacionais, especialmente
a ONU. A única e relevante retribuição dos EUA para o Brasil
foi o apoio à candidatura ao assento não permanente, no CSNU,
o que já estava prometido desde 1945.
● Os EUA visavam a industrialização da América Latina, mas
apenas de bens leves, para diminuir a dependência da Ásia e da
Europa - de modo que não competissem com a indústria
estadunidense.
● Criação da ESG, conforme os padrões norte-americanos.
● Defesa do capital privado, incluso já na Ata de Chapultepec de
1945, como um dos pré-requisitos para o desenvolvimento
econômico latino-americano.
■ Assinatura do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR)
- 1947 - Conferência do Rio.
● Origens na Conferência de Chapultepec, com a aprovação de
uma resolução denominada Assistência Recíproca e
Solidariedade Americana, quando o inimigo ainda era o Eixo.
○ Direcionamento especial para Argentina, que ainda
mostrava-se neutra e com tons domésticos fascistas.
● Mostrou-se inefetivo, em 1982, na ocasião da Guerra das
Malvinas - visto que o TIAR, desde sua criação, foi pensado
para a liderança dos EUA, os quais escolheriam quais seriam os
conflitos a serem lutados.
● Assim, era menos um tratado de defesa hemisférica e mais um
canal de articulação político-militar da hegemonia norte-
americana no continente.
■ Formação da OEA, a partir da Conferência de Bogotá, em 1948.
● Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem
(04/1948) - Primeiro documento internacional de caráter geral
relativo aos direitos humanos.
■ Ruptura das relações diplomáticas com a URSS (estabelecidas em
1945, por Vargas), em 1947.
● Após a cassação do registro do PCB, a imprensa estatal
soviética criticou o governo brasileiro e as Forças Armadas.
● Outros fatores: ataque da delegação e da imprensa soviética a
Osvaldo Aranha na ONU; declaração controversa de Prestes
que lutaria pela URSS em um conflito com o Brasil.

○ Outros Estados.
■ Apoio à República da China (Taiwan) - fechamento da embaixada na
China Continental e do consulado em Xangai.
■ As Conferências de Paz.
● Fez parte do grupo de 21 nações que discutiram os problemas
do pós-guerra, em 1946. Defendeu a manutenção do status quo
da Itália - argumentando que os movimentos sociais eram
extensões do comunismo internacional.
● Defesa das compensações no pós-guerra, não para gerar
benefícios econômicos para o país, mas para inserir o Brasil
numa posição importante na política internacional - mesmo que
suas propostas tenham sido negadas.
■ Osvaldo Aranha na ONU.
● Presidente do CSNU e da AGNU em 1947. Esse fato permitiu
um maior espaço de manobra para a diplomacia brasileira, pois
Aranha mostrava-se mais pragmático que Raul Fernandes.
■ A Missão João Neves da Fontoura.
● 1946 - relações econômicas entre Brasil e Reino Unido.
● O Reino Unido demandava tratamento igualitário para o capital
britânico e brasileiro no Brasil - temor de possíveis
nacionalizações; melhorias das condições das empresas
britânicas - o governo brasileiro deveria ajudá-las na aquisição
de patrimônios e no provimento de serviços eficientes.
● Por sua vez, o Brasil demandava prioridade máxima para
compra de material e equipamento para o sistema de transportes
do Brasil; a transformação das companhias britânicas de
serviços públicos em companhias mistas anglo-brasileiras.
● Apesar de atenderem quase todas as demandas, de ambos os
lados, nenhuma das partes se esforçou suficientemente para
cumprir os acordos de 20 de setembro.
■ O Caso Leopoldina.
● As empresas de serviço público inglesas, especialmente
referentes ao transporte, mostravam-se cada vez mais
ineficientes e próximas da falência. Apesar de considerar a
expropriação mediante indenização a melhor saída, o Reino
Unido não poderia claramente expressar isto, pois inflamaria os
setores nacionalistas que buscariam a expropriação sem
indenizações.
● Após pedidos estaduais de expropriação sem indenização e
consequentes protestos ingleses, o governo Dutra tomou ações e
comprou diversas destas empresas (numa jogada de
expropriação com indenização), como foi o caso da Leopoldina
Railway Company, que servia o então DF.

O 2° Governo Vargas (1951-1954)


● Chanceler: João Neves da Fontoura.
● Contexto regional:
○ Aspectos político e econômico:
■ Polarização de tendências na opinião pública: nacionalistas e
entreguistas (liberais que defendiam a maior participação do capital
estrangeiro na economia nacional).
■ Relação com a Argentina:
● O governo de Perón entre 1946 e 1955 marcou uma distensão
com a política externa do Brasil. A Argentina mostrou-se
reticente em relação ao TIAR (ratificando apenas em 1951),
discordou da ONU acerca do CSNU e da criação do Estado de
Israel e reclamou constantemente a soberania das Malvinas.
● Todavia, viu-se uma aproximação entre os dois países, com a
subida de Vargas ao poder.
● Tensão, logo em 1952 com o Acordo militar com os EUA, os
quais firmaram entendimentos militares também com o Uruguai
e o Chile, isolando a Argentina. Assim, Perón tentou fortalecer
o Pacto ABC, o que não prosperou pelos entendimentos
militares do Brasil e Chile já estabelecidos com os EUA.
● O momento crítico de tensão deu-se, em 1953, quando Perón
criticou o Itamaraty e, nominalmente, João Neves da Fontoura -
como o responsável pela obstrução da política de aliança com
Vargas, em função do “sonho de hegemonia”.
● Estabelecimento do Acordo Comercial de 1953 - a Argentina
forneceria 80% do abastecimento externo de trigo no Brasil,
enquanto o Brasil exportaria madeira, café, aço, cacau, banana e
abacaxi.
● Assim, entre os desacordos, viu-se uma disputa entre a
Argentina e o Brasil pela hegemonia na América Latina.
■ A IV Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos da OEA levou
ao Brasil pressionar os EUA pelo estabelecimento de um órgão
econômico bilateral - viabilizando a criação da Comissão Mista Brasil
- EUA para o Desenvolvimento Econômico, entre 1951 e 1953.
● A partir de um memorandum, o qual demandava maior apoio
econômico, visto a fidelidade política ao bloco capitalista.
● Brasil ofereceu a exportação de materiais estratégicos
(manganês e areias monazíticas).
● Instalada no RJ, em 1951, ficou encarregada de formular
projetos para serem submetidos ao BIRD e ao Banco de
Exportação e Importação (Eximbank).
● Vargas buscava articular três variáveis: a interiorização das
relações de dependência através da cooperação internacional; a
extensão da autonomia do Executivo sobre o Legislativo e o
aparecimento de novos interesses e novas alianças entre
técnicos e empresários. Para isso, cria que era necessário
institucionalizar a cooperação internacional, visto que a fixação
do capital internacional no Brasil era ainda baixa - para isso foi
criado o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDE), em 1952, para coordenar a aplicação de recursos
externos e internos.
● As críticas à Comissão estiveram ligadas ao fato que de os
empréstimos foram, em sua maioria, destinados para
subsidiárias norte-americanas que exigiam a aquisição de
produtos estadunidenses.
● Plano Lafer - apoio diplomático brasileiro na Guerra das
Coreias (1950-1953), em troca do aumento do financiamento
externo (em torno de meio bilhão de dólares).
● Extinção, em 1953, por parte dos EUA - após a eleição de
Eisenhower, o qual sendo republicano, priorizou a liquidação
dos atrasados comerciais em vez de promover novos
investimentos.
■ Lançamento do argumento, pelo chanceler, de que a pobreza colocava
a democracia ocidental em risco no continente, abrindo margens
para o comunismo.
● Todavia, mantivera-se alinhado aos EUA nos casos de maior
relevância, na América Latina - como a revolução boliviana de
1952 e a intervenção norte-americana na Guatemala, em 1954.
■ Criação da Petrobrás em 1953 e regulamentação da remessa de lucros
pelas empresas estrangeiras estabelecidas no país, em 1952 (limite de
10% do capital inicial investido).
● Empecilhos para a Comissão Mista, mas contornados, a
Comissão pôde aprovar 41 projetos relativos, mormente, a
transportes e energia.
● Vargas buscava criar a Petrobras como uma empresa mista, para
garantir o apoio estadunidense - mas não conseguiu, sendo a
Petrobras estatal.
■ Diversificação da Agenda Externa, em temas não diretamente
relacionados aos interesses estratégicos norte-americanos. Assim, a
aproximação de países subdesenvolvidos, buscava uma maior projeção
internacional brasileira e uma valorização do espaço multilateral (sendo
a ONU o espaço por excelência).
● Via-se dificuldade do Brasil se aproximar de outros países
desenvolvidos, visto que a prioridade da Europa era reestruturar
sua relação com suas ex-colônias. Ademais, viam a América
Latina como zona de influência dos EUA.

○ Aspecto militar:
■ 1952 - assinatura de um acordo de assistência militar recíproca, de
modo que os EUA seriam responsáveis pelas armas, financiamento e
treinamento do contingente, enquanto a América Latina seria
responsável pela disponibilização de matéria-prima.
■ 1952 - acordo com os EUA para venda de minerais atômicos e
estratégicos (manganês e areias monazíticas) para a Guerra da Coreia
mediante promessa de financiamento para a economia.
● Equidistância entre os nacionalistas e os entreguistas.
● Todavia as discussões em torno do envio de tropas brasileiras
para a Coreia e a assinatura do acordo militar com os EUA
acabou por minar a aliança entre Vargas e os setores militares
nacionalistas.
● Debate nacional, durante a tramitação de nove meses no
Congresso, acerca da ratificação do acordo militar BR-EUA.
■ Tentativa de aquisição de ultracentrífugas de separação de urânio, pelo
CNPq, de firmas alemãs - negociação que não se concretizou.
■ Heterogeneidade da política nuclear - diferentes órgãos defendiam
diferentes visões (Itamaraty, CNPq e Forças Armadas).

Governo Café Filho (1954-1955)


● Chanceler: Raul Fernandes.
● Apesar de ser, mormente, irrelevante, destaca-se a cooperação dos EUA na área da
energia atômica. Houve a assinatura, em 1955, do acordo de cooperação sobre usos
civis de energia atômica (facilidades para o intercâmbio de informações) e a criação
do Programa Conjunto de Cooperação para o Reconhecimento dos Recursos de Urânio
no Brasil (execução de um programa de levantamento das províncias uraníferas
brasileiras).
● As pressões internas, de maioria nacionalista, criticavam as salvaguardas impostas
pelos EUA e sua política de “Átomos para a paz”, com a acusação de celeuma na
soberania brasileira, especialmente pela concessão do monopólio sobre as jazidas
brasileiras de minerais atômicos. Tais pressões levaram à denúncia dos acordos em
1955.

Governo Juscelino Kubitschek (1956-1961)


● Chanceleres: José Carlos de Macedo Soares (1956-1958); Horácio Lafer (1959-
1961).
● A PEB de JK insere-se num contexto global de questionamento da monolitismo dos
blocos ocidental (devido à condenação estadunidense da intervenção franco-britânica-
israelense em Suez, em 1956) e soviético (devido à repressão violenta das revoltas
húngara e polonesa).
○ X Conferência Interamericana de Caracas (1954) - Intervenção na Guatemala -
Queda de Jacobo Árbenz, político nacionalista.
● Trata-se da última fase da diplomacia americanista, iniciada por Rio Branco, e o início
de uma diplomacia universalista, cuja consolidação se dará com o lançamento da PEI,
na gestão Jânio/Jango.
● Contexto Regional:
○ Aspectos político e econômico:
■ A partir do Plano de Metas (1956) e de seu lema “50 anos em 5”, JK
busca se associar ao capital estrangeiro e se alinhar, estrategicamente,
de forma automática com os EUA, para transformar seu nacional-
desenvolvimentismo em um desenvolvimentismo-associado.
● Enfoque no crescimento econômico acelerado e não na
estabilização monetária.
■ JK buscou, então, visitar os EUA e a Europa em busca de
financiamento externo, o que de fato conseguiu, devido às
características do modelo de desenvolvimento adotado por JK e às
amplas facilidades oferecidas pela legislação brasileira, como também
pela concorrência entre os EUA e os países europeus.
● A primeira grande montadora de automóveis a instalar-se no
Brasil foi a alemã Volkswagen, seguida de empresas norte-
americanas.
■ Até 1958, o Brasil abandonou suas pretensões de barganha política com
os EUA e se alinharam plenamente ao Ocidente.
● Apoio estreito a Portugal - recebimento de imigrantes
portugueses, apoio de um país ex-colonizado por Portugal para
defender suas possessões na África na ONU. Para o Brasil,
importava a defesa do comércio do café no mundo
desenvolvido.
● Recuo comercial com o mundo socialista.
● Adensamento das relações com a América Latina, mas enfoque
bilateral.
■ Reforço da visão de que o contexto externo constituía importante
componente para o desenvolvimento econômico nacional - lançamento
da Operação Pan-Americana (OPA) (1958-1959).
● O primeiro impulso da industrialização passou a desacelerar em
1958 e surgiram as primeiras consequências negativas: a
inflação, o aumento do custo de vida, greves, recessão e
endividamento externo (queda das exportações - especialmente
do café.)
○ Brasil busca se aproximar dos países produtores para
reduzir o nível de oferta, para aumentar o preço do
produto. Tal tentativa será frustrada, mas será criada a
Organização Internacional do Café, na Conferência
Internacional do Café.
○ Maior problemática em 1957, com a assinatura do
Tratado de Roma que criou a CEE (7 Estados), que
inseriram tarifas preferenciais para os Estados-Membros
e suas colônias - de modo que os produtos tropicais
vindos do continente africano tinham vantagens imensas
sobre os produtos brasileiros.
● Início com uma carta de Kubistchek a Eisenhower após a
fracassada visita do Vice-Presidente Nixon aos países latino-
americanos (Peru e Venezuela) - evoca a necessidade de
fortalecer o pan-americanismo.
○ A OPA veio do Palácio do Catete e não do Itamaraty.
● Apesar de receber com frieza, as condições internacionais
(guerrilha em cuba, proximidade do Brasil com a URSS) não
permitiam que os EUA ignorassem o apelo de JK. Assim, após
uma minuta que ignorava a OPA ser apresentada pelo chanceler
americano Dulles, os EUA cederam e reconheceram os
princípios da OPA, aceitaram a criação do BID e esboçaram a
formação da ALALC - como também liberaram empréstimos
junto ao Eximbank e entidades bancárias particulares. Criação
do comitê dos 21, para implementar medidas político-
diplomáticas da OPA junto à OEA.
○ Os EUA reservaram as discussões econômicas para o
Cies (Conselho Interamericano Econômico e Social) da
OEA, para tirar o processo decisório das mãos da Cepal.
● Defesa de que o desenvolvimento econômico e o fim da miséria
seriam as maneiras mais eficazes de se combater o comunismo
no continente.
● Defesa conjunta da América Latina diante dos EUA.
● Adoção da OPA na OEA, na criação de uma Comissão
Especial. Alguns de seus reflexos também foram a criação do
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a formação
da ALALC e a da Aliança para o Progresso de Kennedy.
○ ALALC - Tratado de Montevidéu (1960) - estabilidade,
ampliação do intercâmbio comercial, desenvolvimento
de novas atividades, aumento da produção e substituição
das importações de países não membros.
○ Três objetivos - captar recursos em vasta escala para
projetos de desenvolvimento econômico; colocar o
Brasil numa posição de liderança entre os países latino-
americanos; e assegurar as boas relações com os EUA.
■ Identificação de três principais problemas: a necessidade de receber
capitais e tecnologia por meio da cooperação internacional; a
deterioração dos termos de troca no comércio internacionais e a
necessidade de ampliação do mercado exterior do Brasil. Surgimento
do nacional-desenvolvimentismo.
■ Em relação ao café, buscou-se ampliar sua exportação, por meio da
propaganda, da conquista de novos mercados e da assinatura de
acordos.
● Superávit considerável da balança comercial, excedendo em 40
milhões de dólares a do ano anterior.
● Entrada de 150 milhões de dólares líquidos na economia
brasileira.
■ Em relação aos EUA, o Brasil mostrava-se paulatinamente um bom
importador de tecnologia e bens duráveis, estando atrás apenas da
Alemanha Ocidental e da Grã-Bretanha. Por sua vez, as importações
norte-americanas do Brasil mostravam-se cada vez mais declinantes.
● Continuidade do Acordo Átomos para a Paz.
● Instalação de uma base americana para rastreamento de
foguetes em Fernando de Noronha, em troca de fornecimento de
equipamentos militares no valor de 100 milhões de dólares.
Exigência brasileira de presença apenas de técnicos.
■ FMI:
● Em 1958, uma missão do FMI exige medidas econômicas
drásticas de JK, as quais se aceitas solapariam as bases de
governo de JK e levariam ao abandono do projeto econômico,
assim, em seu dilema, JK opta por romper com o FMI, em
1959.
■ O ensaio do multilateralismo:
● A segunda parte da política externa de JK levou o Brasil a se
associar economicamente ao bloco socialista, à Europa
Ocidental, ao Japão e ao mundo afro-asiático em
descolonização.
● O Brasil tentou lançar a “Operação Brasil-Ásia”, mas fracassou
pela existência de fortes grupos aliados ao modelo norte-
americano de desenvolvimento. Por sua vez, em sua política
modesta, reconheceu entre 1958 e 1960, os países recentemente
independentes, sempre que as ex-metrópoles reconheciam
também.
● Proposição da Comissão Econômica para a África, na ONU;
voto favorável à Declaração de Independência dos Povos.
● Contrário, até 1960, à autodeterminação argelina.
● Repudiou o Apartheid e o Massacre de Sharpeville, mas não
tomou qualquer ação ativa contra a África do Sul.
■ Revolução Cubana:
● Confirmação da tese da OPA, de que a pobreza leva a
subversão.
■ Acordos de Roboré:
● Acordos que delimitaram a extração conjunta de petróleo entre
o Brasil e a Bolívia, no território boliviano (na área subandina),
em 1958.
● Crítica dos setores nacionalistas, visto que a nota reversal
excluía a Petrobrás da exploração, sendo concedida apenas para
empresas privadas de capitais brasileiros. Todavia, como a
Bolívia não especificava claramente como se dava a
nacionalidade de uma empresa, viu-se a problemática da
exploração estadunidense por meio de empresas “fantoches”
brasileiras.

● Contexto Global:
○ A existência de excedentes de café e a carência de petróleo, bem como o
contexto global de détente, levou o Brasil a reatar as relações comerciais com a
URSS, por meio de um envio de missão comercial àquele país em 1959.
○ O Brasil não exerceu um papel relevante no processo de descolonização,
decisivo entre os anos de 1958 e 1960. Todavia, reconhecendo a relevância de
tais Estados, criou-se missões diplomáticas juntos aos seus governos e apoiou-
se as teses relativas ao desenvolvimento econômico nos órgãos internacionais.

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