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● 1889 - 1902

● O tempo abordado localiza-se numa fase da história das relações internacionais


brasileiras em que se deitavam as raízes de uma nova política externa decorrente da
inauguração do regime republicano. Aqui, o Brasil busca emancipar-se da estrutura
tradicional imperial
● De acordo com Quintino Bocaiuva, a forma anterior de governo era "antinômica (ser
contrário a) e hostil ao direito e aos interesses dos Estado americanos” e geradoras de
hostilidade e de guerras com os países vizinhos. Além disso, também dizia que o
Brasil era um país isolado, pois era tido, na Europa como “uma democracia
monárquica que não inspirava simpatia nem provocava adesões''. Perante a América
passamos por ser uma democracia monarquizada"
● Assim, era necessário um esforço para que o Brasil conseguisse suprir este estado de
coisas colocando-o em contato fraternal com todos os povos e em solidariedade
democrática com o continente americano. De modo que a República teria a obrigação
de criar uma relação de amizade com toda a América do Sul
● Após a proclamação da república, o Brasil possuía uma política expansionista
idealista, mas que não conseguiu passar do campo das ideias, já que ele manteve-se
equidistante dos demais países
● Chile e Argentina passaram por momentos difíceis no que se refere a disputa por
fronteiras e tentativas de exercício de primazia num quadro formalmente parecido
como europeu; ao consultar jornais, dá-se a entender que o momento seria uma versão
sul-americana caracterizada de uma “paz armada” e pela "política das alianças”
● O texto busca mostrar como os representantes brasileiros localizados nesses países
lidaram com a situação de acordo com os interesses brasileiros
● Após um curto período de concórdia entre Argentina e Chile, as relações entre esses
dois países voltava a tensionar; é nesse momento que o Brasil retraia-se
● Carlos de Carvalho: “Procure não externar opinião alguma sobre a questão
argentino-chilena. Incerteza deles é grande força para nós”
● Chile e Argentina passaram por diversos momentos de acirramento da disputa entre
eles, mas também passaram por alguns períodos de concórdia
● Chile estava com as finanças exauridas devido a paz armada
● Argentina aumentou seu prestígio na região, erguendo-se como defensora do Peru e
da Bolívia; além da criação de legações em países como México, Colômbia,
Venezuela, Equador e América Central; já que a nação platina era rica, tinha
condições de aumentar sua arrecadação, a renda tendia ao crescimento e havia
progresso material
● A Argentina estaria colocando em prática uma política internacional com tendências
hegemônicas no contexto sul-americano; houve rompimento do apoio à Bolívia e ao
Peru, já que a nova posição era de neutralidade e de ênfase no revigoramento das
forças nacionais
● Houve uma ausência de continuidade, já que houve diversas mudanças na PE da
Argentina. Ciro de Azevedo coloca q a política externa argentina mudou radicalmente
indo de comunhão de interesses, para aliança ofensivo defensiva, para indiferença
● Preocupação diplomática brasileira durante toda a 1° República: manter relações com
as nações menores do Prata em excelente nível e entreter com o Chile relações mais
cordiais possíveis. Essas, além dos interesses comerciais, poderiam funcionar como
contrapeso a presença da Argentina no contexto sub-regional
● O Brasil nunca abandonou sua posição de equidistância entre Argentina e Chile,
mesmo quando as relações estavam em seus momentos mais tensos. A sua atitude
manteve-se de atento acompanhamento, o que proporcionou importantes subsídios às
orientações de seu posicionamento no contexto
● Além disso, a mídia foi extremamente influenciadora das relações que ocorriam nos
países do Cone Sul, já que ela era o veículo de divulgação de qualquer informação,
sendo ela verdadeira ou apenas um rumor
● Mostra-se uma análise do jornalista argentino Ernesto Quesada, que diz que o Chile
teria um plano de vasta projeção, o qual não se esgotava em questões transitórias nem
de limite com a Argentina, e que ele seria impossível de se realizar sem a aliança com
outros países
● Afirmava ainda que, se não havia um acordo formal escrito, haveria uma entente
tácita, principalmente entre Chile e Brasil, o que poderia ser um perigo para a pez na
América
● Isso levou a um clima de desconfiança entre as principais nações do Cone Sul, já que
todos estavam retraídos devido aos rumores de aliança
● “Assim como na Europa, a Alemanha, unida a Áustria e a Itália, formaram uma
tríplice aliança para garantir o equilíbrio europeu, assim, na América do Sul, o
Brasil e o Chile poderiam formar uma aliança para garantir a paz e a estabilidade
desta parte do continente, para manter o equilíbrio sul-americano, e para ser o
árbitro dos destinos desta região. Seus interesses estariam reciprocamente
assegurados, e, como em parte alguma podem chocar entre si, - porque
geograficamente estão separados por outras nações e politicamente tem esferas
distintas de ação, são as duas únicas potências da Sul América nessas condições… É
a única aliança sólida que cabe nesta parte do mundo, e é a única que garante a
ambos os contratantes o justo predomínio que a cada um corresponde nos respectivos
oceanos que banham as suas costas”
● Então, de modo geral, as relações entre os países do Cone Sul foi muito baseada
naquilo que a mídia divulgava. Houve momentos de suspeita por parte de outros
países devido aquilo que era noticiado, o que ocasionava em uma política externa
mais fechada e protecionista. Além disso, os conflitos que ocorriam nesses países
também dificultaram a expansão da política externa brasileira. Política essa que, ao
final do período analisado, o Brasil já havia abandonado sua visão romântica em
detrimento de outra mais realista

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