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Capítulo IX e X
Capítulo IX
Bases sociais dos governos de Dutra e Perón
• AS RELAÇÕES BRASIL-ARGENTINA
• A QUESTÃO DO TRIGO
Semelhanças:
Os dois governos foram longos e com objetivo de permanência no poder. Características
semelhantes no sistema político governamental de governo conservador com aparência de
democrático.
Diferenças:
Dutra - reconciliou as elites econômicas e políticas do Estado Novo e da oposição em um bloco
de caráter liberal-conservador, ao mesmo tempo que, a pretexto de combater o comunismo e
o queremismo (trabalhismo), reprimia o movimento sindical e os que lutavam pela
nacionalização do petróleo
Perón - O governo de Perón, pelo contrário, consolidou a aliança entre o movimento sindical e
o Exército, como fatores reais de poder, com o objetivo de garantia do trabalho e promover o
desenvolvimento industrial da Argentina, e por isto não só coagiu as classes dirigentes, mas
também todos os que a ele se opunha, estendendo o raio de perseguição aos jornais e as
universidades, tanto aos alunos como aos professores. Perón estabeleceu um governo populista
e conquistou o povo ou os mais pobres a aceitar seu governo.
BASES SOCIAIS DOS GOVERNOS DE
DUTRA E PERÓN
No entanto, João Neves da Fontoura, que assumira o Ministério das Relações Exteriores
e era profundamente adverso a Perón, tratou de conduzir a política do Itamaraty
“diretamente em harmonia’’ com os EUA, o que inibiu o Brasil de aproximar-se da
Argentina. (Pg.224)
OS INTERESSES COMERCIAIS DO
BRASIL
O governo de Buenos Aires, que desde 1948 já se tornara mais conciliatório com os EUA,
começou a aceitar suas condições, a fim de receber ajuda financeira. Tomou várias medidas por
modo a melhorar o clima para os investimentos estrangeiros, como a liquidação dos motivos de
queixa da Swift Internacional e da Pan American, e o congresso, dominado pela maioria do
partido justicialista, ratificou o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
E os EUA, em 1950, começaram a suplantar a Grã-Bretanha, como principal cliente da
Argentina, absorvendo cerca de 26% do total de suas exportações, em 1952, enquanto
mantinha o primeiro lugar como fornecedor da Argentina, reconquistando antes da guerra de
193-1945. (Pg.229-230)
Por outro lado, os investimentos norte-americanos, pela primeira vez, superaram os britânicos
na Argentina, que caiu em completa dependência dos EUA, dependência maior que a do Brasil,
porque nem sequer conseguira implantar uma forte indústria pesada.
A política de Perón, conforme diplomatas britânicos em 1945 previram, concorreu,
paradoxalmente, para produzir aquela situação. Com o fim do predomínio da oligarquia rural,
afastada da direção do Estado pelo golpe militar de 1943, o programa de industrialização da
Argentina, ao fomentar a demanda de bens de capital e insumos e prejudicar a produção
agropecuária, esgarçou os vínculos de dependência em relação à Grã-Bretanha, o principal
mercado de consumo para as suas exportações, e a levou a ajoelhar-se ante os EUA, que não
necessitavam de carne e cereais para o abastecimento de seu mercado interno.