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Introdução

O termo misoginia é utilizado para se referir a expressões e comportamentos que sinalizam


desprezo, repulsa, desrespeito ou ódio às mulheres. Alguns exemplos são desqualificar
mulheres; impedir que elas verbalizem opiniões e pontos de vista; intimidá-las; praticar
violências verbal, física, psicológica, moral, patrimonial e sexual; e, por fim, o feminicídio um
crime de ódio baseado no gênero

O que causa a misoginia é uma cultura machista e sexista que reforça a superioridade
masculina, ao mesmo tempo que desvaloriza, inferioriza e anula a mulher. A misoginia
contribui para assegurar a desigualdade de gênero. Ou seja, que as relações de poder
assimétricas entre homens e mulheres persistam e que haja uma supremacia masculina

Como a misoginia é reflexo de uma construção social machista e que perpassa todas as
pessoas independente do sexo biológico, mulheres também podem ter atitudes misóginas.
Pode haver mulheres que defendem valores preconceituosos, reforçam e naturalizam a
submissão das mulheres aos homens e condenam aquelas que se negam a desempenhar
os papéis de gênero convencionais. Assim, antagonizam com outras mulheres sem se
darem conta

lidar com a misoginia exige apontá-la e expor comportamentos misóginos no dia a dia. Isso
permite discutir amplamente para que as pessoas compreendam o quanto ela é nociva e
perigosa. Além disso, é preciso educar os mais jovens e desenvolver campanhas de
prevenção. Isso desconstrói as convenções e hierarquias de gênero que contribuem para
que comportamentos e atitudes misóginas sejam reproduzidos e tolerados

Em caso de sofrer ou testemunhar atitudes misóginas, é indicado se posicionar contra e


denunciá-las, sejai na polícia, no Ministério Público e, no caso de empresas, para lideranças
e área de recursos humanos. Atualmente, em termos de legislação, a Lei nº 13.642/2018
(Lei Lola) atribui à Polícia Federal a investigação de crimes online que propaguem o ódio ou
a aversão às mulheres. Além disso, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que
inclui a misoginia na Lei 7.716/ 1989, que trata dos crimes de racismo, homofobia e
transfobia.

comportamentos e ações que são exemplos


concretos de misoginia no cotidiano.

• Usar expressões que possam indicar a inferioridade da mulher, como: “mulher não sabe
dirigir”, “mulher é frágil”, “mulher é sensível demais”, “colocar a mulher em seu lugar”, entre
outras;

• Classificar como arrogantes e mandonas mulheres que expressam suas opiniões


• Dizer que a mulher é incapaz de exercer determinada ação ou atividade por ser mulher;

• Em seleções, beneficiar homens na hora de escolher entre ele e uma mulher;

• Interromper uma mulher quando ela está falando;

• Rejeitar a ideia de uma mulher para depois se apropriar dela, apresentando-a como sua;

• Culpabilizar a mulher por um fracasso amoroso ou sexual;

• Esperar que as mulheres mantenham a harmonia social e emocional em um ambiente de


trabalho ou relacionamento;

• Explicar algo para uma mulher, assumindo que ela não entenda sobre o assunto;

• Culpabilizar a mulher vítima de assédio, abuso ou importunação sexual (“Ela mereceu”,


“usava roupa curta”);

• Dizer que o homem “ajuda” nas tarefas do lar, o que subentende que o trabalho doméstico
não é uma obrigação compartilhada entre ambos os gêneros;

• Deslegitimar a opinião ou percepção de uma mulher usando frases como “você está louca”
e “isso é coisa da sua cabeça”;

• Atribuir “à TPM” comportamentos de recusa ou discordância de uma mulher;

• Recusar-se a fazer atividades lidas socialmente como “femininas”, caso de serviços


domésticos e de estética;

• Assediar ou constranger mulheres por meio de importunações e insinuações sexuais;

• Assediar moralmente mulheres em ambiente de trabalho com: metas e cobranças


abusivas, não repassar trabalho ou repassar demais, chamar por apelidos, xingar, humilhar,
criticar todas as ações sem motivo, excluir ou ignorar a vítima;

• Afirmar que uma mulher é “pouco feminina”;

• Dizer que a roupa feminina é “provocante”;

• Dizer que certos comportamentos ou modos de falar não são “coisas de menina”;

• Em um jantar, parabenizar a mulher pelo prato sem perguntar quem realmente o preparou;

• Apresentar a mulher tendo como referência o seu companheiro. “Essa é a mulher de


Fulano”;

• Chamar uma mulher desconhecida de forma informal ou como “linda”;


• Perguntar apenas a mulheres como elas conciliam a vida profissional e a familiar;

• Fazer comentários depreciativos sobre a aparência de mulheres na política e em cargos


de comando.

Desfecho

Ser uma mulher é difícil

Se você não tem quadril, as pessoas vão te zoar por ser "reta";

Mas se você tiver, não mostre se não você é babaca;

Se você não tiver peitos, as pessoas vão te zoar;

Se você tem, não traga atenção para eles, se não você é uma meretriz;

Se você é baixa, use saltos;

Se você é mais alta que os garotos, é vergonhoso;

Se você é magra, é anoréxica e precisa comer;

Se você é gorda, é obesa e precisa fazer uma dieta;

Porquê ninguém gosta de garotas gordas;

Se você nunca teve um namorado, é lésbica;

Mas se você já teve mais de um, você é rodada;

Se você menstrua, é nojenta;

Mas se não, você é imatura;

Se você perder a virgindade, é garota de programa;

Mas se você não perder, você é medrosa;

Se você não mandar nudes, é bloqueada;

Mas se você mandar, é exposta e humilhada por isso;

E os garotos se perguntam porquê as garotas são tão inseguras


Abram seus olhos.

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