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MACHISMO 

CONCEITO 1:

Machismo é o comportamento, expresso por opiniões e atitudes, de um indivíduo que recusa a


igualdade de direitos e deveres entre os gêneros sexuais, favorecendo e enaltecendo o sexo
masculino sobre o feminino. O machista é o indivíduo que exerce o machismo. 

CONCEITO 2:

Resumidamente, podemos definir o Machismo como preconceito, expressado por opiniões e


atitudes que são opostos aí IGUALDADE DE DIREITOS ENTRE HOMEM E MULHER, cuja inclinação
é o favorecimento do homem em detrimento a mulher. 

...

Mesmo conquistando seu espaço a cada dia, as mulheres ainda sofrem com situações machistas
diariamente. A cultura machista está tão enraizada que às vezes o machismo começa em casa.
“Isso não é coisa de menina”, dizem alguns pais. Até mesmo as coisas mais comuns como as
cores (rosa para menina e azul para menino) acabam limitando o comportamento feminino e pré-
estabelecendo o que seria “certo e errado” entre homens e mulheres. O jornalista Daniel Bovolento,
do site Entre Todas as Coisas”, perguntou a cerca de 50 mulheres no Facebook quais as atitudes
machistas que elas mais sofrem no dia a dia. A partir das respostas ele elaborou uma lista com 20
situações encaradas por elas. Aos homens, cabe a reflexão: aquela piadinha com sua colega de
trabalho é realmente necessária? Você sabia que aquela “olhadela” às mulheres que passam na
rua geram mal-estar e constrangimento?

Para Daniel Bovolento, a mudança de comportamento é necessária. “Eu sei que a olhadela é
natural na cultura masculina, mas talvez seja a hora da gente reavaliar as atitudes e prezar por um
espaço de convivência mais justo, igualitário e menos agressivo. Todos saímos ganhando nessa.” 

Confira a lista:

1. Ter que saber realizar tarefas domésticas pra ser considerada uma mulher de verdade. Ouvir
sempre: “Você não sabe cozinhar? Assim não vai conseguir casar nunca, tem que ser prendada.”

2. Quando a conta da mesa é pedida, ela é sempre direcionada ao homem.

3. Ouvir que mulher não sabe dirigir ou ter que aturar piadinhas deste cunho o tempo todo.

4. Quando as pessoas ainda se surpreendem por ela ser inteligente ou bem sucedida.

5. Tolerar cantadas grosseiras e piadas invasivas de desconhecidos na rua.

6. Ser desprezada quando opina sobre assuntos “tipicamente masculinos” como o futebol e lutas,
mesmo que ela saiba bem do que está falando.

7. Ser xingada de “puta, piranha, vagabunda, ordinária, cachorra” e derivados porque não quis ficar
com o cara na balada. Ou por exercer sua liberdade usando qualquer tipo de roupa que quiser.

8. A famosa – e idiota – divisão entre mulher que presta e mulher que não presta, mulher pra
pegar e mulher pra namorar. Pior ainda é quando decidem fazer julgamentos baseados na
aparência ou nas pessoas com quem ela anda.
9. O status de sucesso só existe se ela for casada ou se estiver em um relacionamento. Caso ela
esteja solteira depois de algum tempo, ninguém se importa com as conquistas profissionais.
Conferem status de “encalhada, mal amada, infeliz” e afins.

10. Ter que cuidar excessivamente do corpo porque a cobrança é muito grande. E caso esteja fora
dos padrões, ter que ouvir que “nenhum homem vai te querer”, como se atrair um cara fosse mais
importante que autoestima.

11. Não poder andar sozinha em locais mais desertos ou em horários mais tardios só por ser
mulher.

12. Viver com a ameaça constante de não ser apenas assaltada em certas ocasiões de violência e
insegurança, mas também estuprada.

13. Ter sua capacidade intelectual desmerecida em profissões “tipicamente masculinas”, como
engenharia mecânica e informática.

14. Não ter a mesma remuneração e reconhecimento pessoal que um homem no mesmo nível que
o dela. Parece mentira, mas isso ainda acontece em muitos lugares que pagam valores diferentes
pro mesmo cargo pra pessoas com a mesma experiência, mas pertencentes a sexos opostos.

15. Serem vetadas em atitudes nos relacionamentos, como tomar a iniciativa em chegar em um
cara.

16. Ouvir que coisas como carros, tatuagens, esportes radicais, roupas fechadas e afins “não são
coisa de mulher”.

17. Não poder usar roupas curtas por medo ou receio do julgamento instantâneo e dos abusos
que podem sofrer.

18. Ter seu direito de expressão comprometido por ser mulher. Ela não não pode sair pra balada
com as amigas só pra dançar, não pode ter amigos homens e muito mais.

19. Falar de sexo é algo que causa estranheza. Caso ela fale, é considerada vulgar. Caso utilize
jargões ou palavreado mais informal e direto, é julgada porque “isso não é coisa de mulher”.

20. Não poder reclamar de atitudes machistas que limitam ou ameaçam seu comportamento
cotidiano e serem consideradas “chatas, mal comidas, mal amadas, exageradas” quando decidem
reclamar.

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CONFIRA ALGUNS DEPOIMENTOS: 

Depoimento 1

“O que mais me deixa triste, referente aos processos da Lei Maria da Penha, é quando as pessoas
ficam comentando que as mulheres têm mesmo que apanhar, pois no outro dia algumas delas
virão chorando para retirar a denúncia, ou por que se acertaram com o companheiro ou por que
aceitam ficar num relacionamento abusivo. Para essas pessoas, é fácil se separar, mas elas não
avaliam as condições e as realidades dessas mulheres que sofrem esse tipo de violência.” (R.P)

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Depoimento 2

“As típicas frases machistas sempre aparecem disfarçadas, colocando a culpa ou a


responsabilidade na mulher. Lembro de uma que me marcou, pois escutei de um chefe há algum
tempo: ‘É por isso que não gosto de trabalhar com mulheres. Em cartório onde há mais homens
que mulheres, o trabalho flui melhor.’” (F.M.S.S)

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Depoimento 3

“A chefia foi trocada no período em que eu estava em licença maternidade. No meu retorno, o
novo coordenador passou a desconsiderar todas as contribuições e reduziu as minhas
atribuições. Em certa ocasião, depois de tantas negativas, sugeri a um colega homem que ele
apresentasse a minha proposta. A ideia foi acolhida e o colega parabenizado pela contribuição.
(J.C.P)

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Depoimento 4

“Às vezes, percebemos que os jurisdicionados (quando homens) parecem validar mais o
atendimento de um outro homem no balcão do que de uma mulher, por exemplo. Isso é uma
questão da sociedade mesmo. Sabemos que às vezes as nossas vozes não são validadas,
infelizmente. É uma luta constante.” (D.A.C)

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Depoimento 5

“Ao assumir um cargo de chefia, um colega perguntou, em tom de brincadeira (fique atenta a isso),
com quem eu estava me relacionando sexualmente para ter alcançado aquela posição.” (J.A)

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Depoimento 6

O mais assustador é que quando vocês está no meio desse redemoinho demora muito para cair a
ficha, para entender que tu tá realmente sendo vítima desse tipo de violência, que tá sendo
assediada. (…) Eu tive que protelar tratamentos médicos, por que o assédio que eu sofri foi nesse
sentido. (…) Nós, mulheres, temos que lutar duplamente contra o assédio e contra o machismo
que está por aí. Vamos continuar firmes para luta para coibir qualquer tipo de de agressão, de
violência e de discriminação. 

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Depoimento 7

“Todas nós Mulheres, sofremos em maior ou menor grau com o machismo estrutural desde tenra
idade, no seio da família, nas relações de amizade, na Escola. Surgiram várias lembranças:

Aos 23 anos, trabalhava em um Banco privado, lá pelos idos Anos 80, quando tive meu primeiro
filho. Logo no retorno da LM fui demitida da função, sem nenhuma justificativa ou razão aparente,
mas todos, todos, sabiam que essa era a praxe da época.

Mulheres casadas e mães já não serviam mais ao modelo padrão vigente.

A licença maternidade é vista como algo dispendioso e caro pelo empregador. Depois a mãe ainda
terá que se ausentar para levar o filho ao Pediatra quando adoece, talvez precise de uma alguma
licença para cuidar do bebê, tudo isso incompatível com uma visão capitalista em que o
machismo estrutural está inserido, nos colocando assim em uma posição de subalternidade e
exploração. Ali se encerrava a breve carreira como bancária.”

(Eva)

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Depoimento 8

“Era final de carreira, já no Judiciário, faltando pouco tempo para a Aposentadoria, veio uma
relotação de Cartório. Aquelas mudanças que normalmente nos deixam desolados, depois de
tantos anos trabalhando em um mesmo lugar. Deixar bons Colegas e uma zona de conforto onde
conhecemos bem o trabalho e as rotinas, não é tarefa fácil, muitas vezes, causa dores e mágoas.

Nesse cenário autoritário e sem mais diálogos, fui desalojada para outro lugar. Limpei gavetas,
enxuguei lágrimas e fui, porque no Judiciário não tem conversa, tem ordens à serem
rigorosamente cumpridas. Era preciso vestir um santo e desvestir outro, e claro com algum grau
de maldade de alguma Chefia. Quem ler esse texto, sendo um funcionário do Judiciário irá
entender do que falo, especialmente se for um ou uma Oficial Escrevente.

No início a acolhida no novo Cartório foi boa, depois comecei a sofrer uma espécie de assédio
moral por parte de um Colega também OE e a coisa descambou e se misturou assédio com
atitudes machistas sutis e crescentes.

Ele fazia o tipo temperamental, as vezes mal educado, em dados momentos bem alegre e solícito,
em outros irritado e estúpido.
Eu recém chegando no ambiente, estranhei as condutas; todas as Mulheres do Cartório baixavam
a cabeça para ele e riam das piadas sem graça e se calavam diante das grosserias, talvez por
medo de se contraporem ou por achar normal e aceitável esse tipo de comportamento vindo de
um homem.

Eu não ria das piadinhas sem graça, tampouco dava razão para ele em tudo como faziam as
demais Colegas. Bastou para que se desse conta que ali havia uma resistência, então se abriu um
portal de dissabores para mim.

O machismo aparecia quando desqualificava minhas falas, discordava de tudo que eu elaborava e
não admitia contrariedades de pensamento em questões de trabalho e até mesmo em outros
assuntos. Ficava muito irritado e certa vez chegou a levantar a voz, de um jeito bem intimidatório.

Na época foi bem sofrido para compreender que estava sendo assediada e que não tinha dado
causa, tampouco tinha culpa acerca do que estava acontecendo, coisas que a terapia me ajudou a
resolver. É um padecimento real.

Hoje vejo esse tipo de comportamento, esse fato, como parte do machismo estrutural que
permeia as nossas relações. As vezes se mostra de forma sutil, tipo um sorriso irônico, ou então,
interrompendo as falas, dizendo ainda “acho que ela quis dizer isso ou aquilo” mas também de
forma escancarada e até agressiva como narrei.

 Espero que com esse depoimento possa ajudar outra Mulher em algum grau a saber identificar
que está sendo assediada e que possa aprender a se proteger. Não se deixe calar!”

(Eva)

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