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A história das mulheres é marcada por uma série de desigualdades, durante muito tempo,

a mulher foi excluída da participação nos espaços públicos, do trabalho que não fosse
doméstico e da possibilidade de desenvolvimento intelectual e pessoal. Enquanto solteiras,
ficavam sob domínio dos pais ou responsável legal, e após casadas, eram submissas aos
maridos.
Apesar da grande luta feminina pelos seus direitos e pela igualdade de gênero, ainda se
pode notar muitos desafios pela frente. As mulheres ocupam cada vez mais espaço no
mercado de trabalho, contribuindo assim para a economia do país, no entanto, a diferença
salarial entre homens e mulheres ainda é muito grande, o acaba afetando a autoestima e
causa um impacto no estado psicológico, pois mexe com os sentimentos, emoções,
desperta uma frustração e até sentimento de impotência, faz com que a mulher fique
insatisfeita profissionalmente.
A mulher também se depara com a desigualdade no lar, pois, muitas mulheres que
trabalham fora, tem que escolher entre dois extremos: ou abrir mão de casar-se e ter filhos,
para poder se dedicar na sua vida profissional, e consecutivamente conquistar a sua
carreira promissora que tanto sonhou, ou viver exaustivamente após longas jornadas de
trabalho e cuidar de todos os afazeres doméstico e ainda cuidar dos seus filhos, saúde e
educação dos mesmos.
A violência contra mulher pode ser percebida de várias maneiras, que vai desde o pré
julgamento seja pela sua forma de se vestir ou pela forma de agir, como também pela forma
que expressam suas opiniões. Muitas mulheres vivem relacionamentos abusivos onde
sofrem abusos físicos, psicológicos e sexuais, humilhadas e proibidas de ter contato com a
família, esta é a vida de muitas mulheres que vivem em cárcere privado, que buscam ajuda
e oportunidade de ser livre. Segundo o monitor de violência, no ano passado, o Brasil
registrou cerca de 1410 casos de feminicídio. Em média, uma mulher é assassinada a cada
6 horas no país, apenas por ser mulher. Mesmo com a Lei Maria da Penha, muitos casos de
feminicídio ainda são divulgados todos os dias nos jornais.
Os fatores sociais e biológicos também contribuem para o maior contágio de infecções
sexualmente transmissíveis, pois a mulher não apenas tem uma maior vulnerabilidade
biológica para contrair alguma infecção, como também, a dependência econômica e afetiva
que a mulher tem com o homem, muitas vezes, faz com que ela não possua a liberdade de
dizer não a uma relação sexual não desejada ou desprotegida. Em algumas culturas, a
figura feminina foi associada à ideia de uma fragilidade, o que distorceu o termo feminina,
que para muitos acabou ganhando um novo significado, "ser feminina" ou segundo o
google: ser delicada, se comportar de formas específicas, ter profissões consideradas
adequadas e até mesmo a cor de roupa que uma mulher escolhe pode definir o quão
feminina ela é diante da sociedade. Essa estereotipagem da mulher como delicada a coloca
em uma situação de total dependência da figura masculina.
Em alguns países, já foram relatados casos em que escritoras têm que criar um nome
fictício masculino para poder vender suas obras, porque as pessoas ainda associam a
imagem da mulher a livros de romance clichê, julgam seu conhecimento literário, e seguem
uma lógica na qual no seu ponto de vista, torna impossível que uma mulher tenha
capacidade de criar alguma ficção, terror ou aventura e demais gêneros literários. Este foi o
caso de Hiromi Arakawa, uma mangaká japonesa, criadora de Fullmetal Alchemist, um dos
mangás mais famosos e conhecidos entre a comunidade de animes, no seu início de
carreira, adotou um nome masculino que é “Hiromu”. Ela optou por este nome, pois não
queria que seu trabalho fosse desconsiderado de início, só por ser mulher, dado a enorme
quantidade de preconceito que profissionais femininas ainda sofrem no mercado.
A sociedade ainda vê a mulher como uma figura submissa ao homem, vista como um
objeto, onde segundo grande parte da população, suas ações, vestimentas e
comportamento são os responsáveis pelo estrupo ou pela violência, sempre terá alguém
que promoverá um discurso onde a mulher que é a culpada por ter provocado o estrupo de
alguma maneira. A sociedade coloca padrões sobre a mulher, tanto sobre peso, formato do
corpo, cor de pele, cabelo, estrias e além de padrões sobre sua forma física, ainda lhe
impõem padrões comportamentais, apenas para agradar ao homem. A mulher tem e deve
ter o direito de ser livre, e de usufruir dos seus direitos como bem quiser. Pois como já disse
a filósofa Djamila Ribeiro: "A mulher tem o direito de estar no espaço público, de ser
autônoma, de vestir o que quiser. Isso não abre espaço para ninguém a questionar ou
violentar."

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