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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
APOSTILA
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEUS REFLEXOS ECONÔMICOS E
JURÍDICOS
Não escolhe raça, gênero ou classe social. Normalmente ocorre nas classes
menos favorecidas, onde o fator financeiro acaba por influenciar no humor
causando comportamentos conflituosos e provocando agressões.
O que nos deixa perplexo é que grande parte das vítimas são crianças,
mulheres e idosos, podemos dizer que isso deve ao sistema de criação, que
ainda hoje vigora, esse mesmo que considera da mulher (esposa), submissa
ao marido, e este se vê, no direito de ter o pleno controle sobre a família, e a
partir desse sistema, muitos maridos e pais tratam suas esposas e seus filhos
como subalternos, pois os mesmos tem que obedecer a todas as suas
vontades, caso contrário, de alguma forma serão coagidos. Esses pais, ainda,
vivem nos tempos patriarcal, onde o chefe de família podia e fazia tudo e os
demais obedeciam ou eram punidos.
VIOLÊNCIA
Esse tema vem sendo discutido, a violência pode ocorrer em qualquer lugar,
com qualquer pessoa e de diversas maneiras. Se pararmos pra pensar, sempre
conhecemos ou ouvimos falar de pessoas próximas que foram violentadas. É
uma dura realidade, não temo como negar. Não é de um dia pro outro, vem se
arrastando ao longo do tempo.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Assim como em outros artigos que cita Punição severa aplicada ao filho que
batesse no pai, nesse caso segundo o Código de Hammurabi, a mão do filho,
considerada o órgão agressor, era decepada (art. 195). Em contrapartida, se
um homem livre tivesse relações sexuais com sua filha, a pena aplicada ao pai
limitava-se à sua expulsão da cidade (art. 154). Já em Roma existia a Lei das
XII Tábuas, entre os anos 303 e 304, que chegava a permitir ao pai matar o
filho que nascesse disforme, mediante o julgamento de cinco vizinhos (Tábua
Quarta). (BARROS, 2005)
A Física está relacionada aos atos de agressão que utiliza da força física pra
cometer lesões internas ou externas, ou ambas, utilizando-se de algum
material, instrumento, ou apenas as próprias mãos. Vem crescendo muito de
adolescentes contra pais e avós.
Por fim, temos a Sexual que se relaciona ao ato da prática sexual ocorrida
contra a vontade do parceiro, que utiliza-se da sua situação de poder, com
força física ou influência psicológica, podendo também utilizar-se do manuseio
de armas ou provocando a ingestão de drogas para vítima, sejam lícitas ou
ilícitas, cometendo mais um ato criminoso.
Estudos têm mostrado que muitas mulheres são agredidas diariamente por
seus parceiros, mas muitos casos são omitidos pelas vítimas, isso ocorre
geralmente por uma questão de medo, pois as mesmas sofrem ameaças por
parte de seus agressores, porém, esse não é o único motivo da omissão,
outras não denunciam, devido a dependência em que vive, pois as vezes não
possuem profissão, ou seja, renda própria, ou não possuem renda suficiente
pra manter a casa e sustentar o filhos, e com isso encontram-se em uma
situação complicada, por causa da dependência financeira.
Muitos idosos sofrem maus tratos, isso acontece pelo fato de serem
consideradas pessoas que não possuem mais utilidade, e são considerados
inválidos, e em muitas famílias, os membros querem se ver livres deles, e por
isso internam eles em asilos, e os deixam esquecidos até o final de suas vidas,
outros ainda convivem, porém cometem agressões constantemente, tratam
mal, roubam suas aposentadorias, e deixam os idosos sem a devido
assistência, tudo isso acelera o processo de envelhecimento, que
consequentemente acelera o processo de morte.
A melhor forma de ensinar é pelo exemplo, não por violência. Muitos jovens
são problemáticos na escola, e isso se justifica pelos problemas vividos em
casa, pois constantemente brigam com os pais, sofrem agressões, abusos, e
isso afeta diretamente o desenvolvimento do mesmo.
Muitos trabalhos vêm sendo realizados para diminuir o alto número de vítimas
de violência doméstica. Estes trabalhos aos poucos vão sendo desenvolvidos
com a expressiva participação dos principais meios de comunicação social.
Trabalhos divulgados com a importância da mulher na sociedade, seu papel,
ajudando na conscientização pra tentar diminuir esses números alarmantes,
porém muitas outras medidas ainda devam ser tomadas, sempre lembrando
que vai muito além da violência contra a mulher.
ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
Não se pode associar esta violência somente à pobreza, nas classes mais altas
esse problema é tratado de forma mais reservada, fazendo com que o caso
seja “abafado”.
Isso também pode abrir caminhos para uma patologia ser identificada, o
indivíduo pode passar a ter sérios problemas psiquiátricos, podendo agravar
ainda mais a situação.
Sendo que, dentre esses fatores citados, o que mais “pesa” na decisão de
denunciar o agressor ou não denunciá-lo ,é o fator econômico, visto que,
muitas das pessoas que sofrem agressões, não têm condição ou apoio da sua
família para deixar seu companheiro.
Em muitos casos a denuncia não ocorre, isso pode ser justificado por um fator
econômico, pois o agressor, geralmente, é que sustenta a casa, e
consequentemente por causa dessa situação, os demais membros da família
encontram-se dependentes financeiramente do mesmo, também, outro fato que
justifica a não denuncia da vítima, é o medo que ela possui do agressor, isso
se da pelo fato dela ser constantemente ameaçada.
São muitos fatores que justificam a violência doméstica, é um tema complexo
que envolve não só a família especificamente, mas sim, toda a sociedade, pois
está ligado a questões culturais, sociais e econômicas.
Desde os tempos mais antigos, como Grécia, em Roma, até a sociedade atual
existe o conceito machista de que a mulher é submissa ao homem, embora no
século XXI essa realidade tenha mudado um pouco, pois as mulheres vêm
ganhando mais destaque dentro da sociedade. Mas infelizmente ainda existem
homens que pensam que são superiores as mulheres, estes acreditam que
suas parceiras devem viver de acordo com suas vontades, para atender suas
necessidades e seus gostos, e não devem possuir liberdade, tanto financeira
como social.
Temos como uma das principais leis para combater a violência doméstica a lei
Maria da Penha, que visa erradicar e punir toda violência contra a mulher. De
acordo com o artigo 69, em caso de violência doméstica, o juiz poderá
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou lugar
de convivência com a vítima.
Sua criação se deu por base no ''Princípio da igualdade'', de acordo com art.50
da Constituição Federal, ''Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país, a inviolabilidade do direito à vida, á liberdade, á segurança e à
propriedade.
A lei foi sancionada em 7 de agosto de 2006, pelo então presidente, Luís Inácio
Lula da Silva, e entrou em vigor dia 22 de setembro do mesmo ano.
Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a
Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela
República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.
De acordo com a lei, os tipos de violência são: Física: que lhe cause danos
corporais, afetando sua saúde; Psicológica: que lhe cause danos emocionais,
como diminuição de sua autoestima, isso pode acontecer por meio de
humilhações, ou por ameaças. Sexual: que o ato sexual seja forçado, ou seja,
relações sexuais sem o seu consentimento, e que a parti de tal ato gere,
lesões, gravidez, doenças dentre outros. Patrimonial: esta é entendida como,
destruição, subtração, de seus bens, objetos pessoais, profissionais. Moral:
esta pode ser entendia como qualquer ato que expresse calúnia, injúria ou
difamação.
Esse fato acontecia porque até um tempo atrás, a queixa poderia ser retirada,
porém recentemente houve uma alteração na lei, essa modificação diz que
depois de ser feito o boletim, a mulher não poderá mais voltar atrás, pois a
partir do momento em que ela prestou a queixa, o ministério público é quem vai
tomar a frente do caso, pois isso se enquadra no ''Direito Subjetivo da vítima'',
e o MP visa garantir os interesses da mesma, e assim vai ser aberto um
inquérito contra o agressor, para assim não ocorrer impunidade.
Também qualquer pessoa poderá prestar a queixa, mesmo que não esteja
envolvida no caso, existem pontos de vista antagônicos em relação a essas
alterações, alguns concordam, pois acreditam que assim a impunidade irá
diminuir, outros defende que não deveria ser dessa forma, que as vítimas
deveriam ter autonomia, pois os casos são diferentes uns dos outros.
As leis não resolverão o problema, ainda que amenizem, mesmo com a sua
rigidez, constantemente tem passado nos meios midiáticos mulheres sofrendo
agressões, idosos, crianças, entre outros. Não será fácil combater esse ato
criminoso, muita coisa está por volta, são aspectos sociais, econômicos,
culturais e jurídicos que os entrelaçam.
Muitos casos nem se quer entraram para os dados estatísticos das pesquisas,
devido ao seu não conhecimento, por falta de denúncia das vítimas e seus
demasiados argumentos peculiares aos fatores econômicos e afetivos.