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incivilizados
“Entre marido e mulher não se mete a colher” é uma expressão popular que significa
que ninguém se deve intrometer entre as discussões dos casais. Porém, esta
expressão, felizmente, já está a cair em desuso, pois a sociedade está cada vez mais
alerta para casos de violência doméstica em que geralmente, o homem agride a
mulher, ocorrendo em muitos outros casos o oposto.
Também pratica o crime de violência doméstica quem infligir maus tratos físicos ou
psicológicos, uma ou várias vezes, sobre pessoas particularmente indefesas, tendo
este fator automática relação com a idade, deficiência, doença, gravidez ou
dependência económica, desde que com ela coabite.
(tipos de violência)
A reação de cada mulher à sua situação de vitimação é única, sendo estas reações
que devem ser encaradas como mecanismos de sobrevivência psicológica que, cada
uma, aciona de maneira diferente para suportar a vitimação. Muitas delas não
consideram os mau tratos a que são sujeitas, o sequestro, o dano, a injúria, a
difamação, a coação sexual e a violação por parte dos cônjuges ou companheiros
como crimes.
Na maior parte dos casos as mulheres encontram-se em situações de violência
doméstica pelo domínio e controlo que os seus agressores exercem sobre elas
através de variadíssimos mecanismos, tanto psicológicos como físicos.
Mas, a violência doméstica não pode nem deve ser vista como um destino que a
mulher tem que aceitar passivamente. O destino sobre a sua própria vida pertence-
lhe, deve ser ela a decidi-lo, sem ter que aceitar a violência.
Existem algumas questões que podem ajudar a pessoa a perceber se está a ser
vítima do crime de violência doméstica, visto que muitas vezes sofrer deste tipo de
violações e nem nos apercebemos. A presença de um ou mais destes
comportamentos, sobretudo utilizados para controlar as outras pessoas, pode
significar que estamos sim a ser vítimas de violência, seja esta física, psicológica ou
sexual, e que, mesmo sem nos apercebermos, na nossa cabeça estamos a normalizar
essas atitudes e a desculpar esses atos.
Essas questões envolvem questionarem-se a vocês mesmos sobre os seguintes
parâmetros:
(mitos e factos)
O tema da Violência Doméstica está envolta em alguns mitos, que têm servido para
desculpar a violência e o agressor e outros para culpabilizar a vítima. Estes mitos
tornam a procura e o pedido de ajuda da vítima mais complicado e contribuem para
a falta de compreensão de terceiros acerca das reais questões da vitimação. Por isso,
é importante desmistificá-los.
(perguntar ao publico)
1. Vocês acham que o consumo de drogas é que faz com que o individuo seja
violento?
Então, é verdade que algumas drogas podem desencadear no outro reações
violentas ou comportamentos agressivos nalguns indivíduos, contudo, se uma
pessoa consome drogas sabendo que se pode tornar violenta ou que pode, por isso,
vir a agredir o companheiro, então trata-se sim de violência doméstica e a pessoa é
totalmente responsável pelas suas ações. Estes agressores tentam muitas vezes
minimizar ou negar as suas responsabilidades, ao culpar as drogas, ou o álcool, pelos
seus atos.
(conclusão)
Assim, de uma forma geral podemos concluir que, de facto encontramo-nos na
civilização dos incivilizados, em que a maioria das pessoas preferem ignorar a
situação e, “não meter a colher” do que realmente agir e fazer alguma coisa umas
pelas outras, visto que muitas vezes a vítima é incapaz de pedir auxilio sozinha.
Felizmente acho que a nossa sociedade está a evoluir, no que diz respeito a estes
temas, no entanto, ainda há muita coisa que pode ser feita, e esse trabalho
introspetivo deve começar por nós, para percebermos se realmente temos ou não
que intervir quando se trata de um assunto “entre marido e mulher”. Ás vezes não
nos diz respeito, outras vezes podemos estar a salvar uma vida.