Você está na página 1de 14

COLÉGIO ESTADUAL NEMÍSIA RIBEIRO DOS SANTOS

INICIAÇÃO CIENTÍFICA

LARISSA OLIVEIRA LEITE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

MORPARÁ - BAHIA
2022
LARISSA OLIVEIRA LEITE

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Projeto de pesquisa apresentado ao Colégio


Estadual Nemísia Ribeiro dos Santos, como
requisito parcial para o aproveitamento da
disciplina de iniciação científica da Larissa
Oliveira Leite da 2ª série do ensino médio, no
turno noturno.

Professora: Deyse Cerqueira.

MORPARÁ - BAHIA
2022
1 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Violência doméstica tem aumentado cada vez mais a cada ano, tem se tornado
um fenômeno constante, enchendo manchetes e jornais, em alguns casos se resulta
na morte da vítima, dificilmente iremos ligar a televisão e não ver a notícia de uma
mulher que foi agredida pelo seu parceiro, ou que teve um final trágico tendo sua
vida tirada pelas mãos daquele que um dia resolveu formar uma família.
Infelizmente, as mulheres não são as únicas a sofrerem diariamente com isso,
nos deparamos com crianças, idosos, pessoas deficientes, LGBTS, e até mesmo os
companheiros, chegamos também a ver que o agressor ele pode ser uma mulher
em alguns casos. Mas, dou principal destaque a violência doméstica no feminino,
especificamente a mulher adulta.
Início o trabalho definindo o tema, abordando as causas, público alvo,
estatísticas e tipos de violência doméstica, onde também menciono alguns mitos
relacionados a violência que muitas delas sofrem caladas diariamente.
.
2 JUSTIFICATIVA

2.1 DEFINIÇÃO

As definições contemporâneas de violência doméstica incluem todos os atos de


abusos físicos, sexuais, psicológicos e económicos perpetrados por um membro da
família ou parceiro íntimo. Em termos históricos, a violência doméstica estava
associada à violência física. No entanto, termos como "bater na mulher" ou
"violência contra a esposa" têm entrado em desuso, uma vez que o fenómeno da
violência doméstica também afeta casais solteiros e casais homossexuais, e inclui
outro tipo de abusos que não físicos e agressões por parte da mulher.
Embora os termos "violência conjugal" ou "violência nas relações de intimidade"
sejam muitas vezes usados como sinónimos de "violência doméstica", estes termos
referem-se especificamente à violência que ocorre numa relação de intimidade,
como casamento, namoro ou união de facto. Nestes casos, a Organização Mundial
de Saúde (OMS), considera também o comportamento controlador como forma de
abuso. A violência conjugal ocorre tanto em relações heterossexuais como
homossexuais. Os agressores tanto podem ser homens como mulheres. "Violência
familiar" é um termo mais amplo, muitas vezes usado para incluir abuso infantil,
abuso de idosos e outros atos de violência contra membros da família.
Violência Doméstica é todo sofrimento físico, moral, patrimonial, sexual ou
psicológico praticado contra a mulher em seu ambiente doméstico, familiar ou de
intimidade.

2.2 FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica pode assumir diversas formas, incluindo ameaças ou


agressões físicas (bater, pontapear, morder, acorrentar, atirar objetos, choques
elétricos, etc.), abusos sexuais, comportamento controlador, intimidação,
perseguição contínua, abusos passivos (como negligência) ou privação económica.
Pode ainda incluir outras formas de abuso, como colocar deliberadamente a pessoa
em perigo, coerção, rapto, detenção forçada, invasão de propriedade e assédio.

2.2.1 VIOLÊNCIA FÍSICA


Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal
da vítima.
 Espancamento
 Atirar Objetos, Sacudir E Apertar Os Braços
 Estrangulamento Ou Sufocamento
 Lesões Com Objetos Cortantes Ou Perfurantes
 Ferimentos Causados Por Queimaduras Ou Armas De Fogo
 Tortura

2.2.2 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

É considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da


autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise
degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.
 Ameaças
 Constrangimento
 Humilhação
 Manipulação
 Isolamento (Proibir De Estudar E Viajar Ou De Falar Com Amigos E Parentes)
 Vigilância Constante
 Perseguição Contumaz
 Insultos
 Chantagem
 Exploração
 Limitação Do Direito De Ir E Vir
 Ridicularização
 Tirar A Liberdade De Crença
 Distorcer E Omitir Fatos Para Deixar A Mulher Em Dúvida Sobre A Sua
Memória E Sanidade (Gaslighting)

2.2.3 VIOLÊNCIA SEXUAL

Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar


de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força.
 Estupro
 Obrigar A Mulher A Fazer Atos Sexuais Que Causam Desconforto Ou
Repulsa
 Impedir O Uso De Métodos Contraceptivos Ou Forçar A Mulher A Abortar
 Forçar Matrimônio, Gravidez Ou Prostituição Por Meio De Coação,
Chantagem, Suborno Ou Manipulação
 Limitar Ou Anular O Exercício Dos Direitos Sexuais E Reprodutivos Da
Mulher.

2.2.4 VIOLÊNCIA PATRIMONIAL

Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição


parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais,
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades.
 Controlar O Dinheiro
 Deixar De Pagar Pensão Alimentícia
 Destruição De Documentos Pessoais
 Furto, Extorsão Ou Dano
 Estelionato
 Privar De Bens, Valores Ou Recursos Econômicos
 Causar Danos Propositais A Objetos Da Mulher Ou Dos Quais Ela Goste.

2.2.5 VIOLÊNCIA MORAL

É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.


 Acusar A Mulher De Traição
 Emitir Juízos Morais Sobre A Conduta
 Fazer Críticas Mentirosas
 Expor A Vida Íntima
 Rebaixar A Mulher Por Meio De Xingamentos Que Incidem Sobre A Sua
Índole
 Desvalorizar A Vítima Pelo Seu Modo De Se Vestir.

2.3 DEMOGRAFIA

A violência doméstica ocorre em todo o mundo, nas mais diversas culturas, e afeta
pessoas de todas as classes económicas.
As diferenças de gênero no contexto da violência doméstica são alvo de debate
entre a comunidade científica. A investigação atual é limitada por vários fatores. Os
inquiridos apresentam frequentemente relutância em reportar situações. Algumas
metodologias, como as quantitativas que utilizam a escala de tácticas de conflito,
não levam em conta a motivação, as consequências e o contexto em que a violência
ocorre. E as qualitativas que usam entrevistas em profundidade, possuem em sua
maioria amostras compostas apenas por mulheres já previamente identificadas
como vítimas, o que pode inflar os números. Entre os vários estudos há disparidades
de amostragem e operacionalização. Além disso, a normalização da violência em
vítimas de abusos dissimulados, vítimas de abusos por parte de vários parceiros ou
vítimas de abusos durante um longo período de tempo faz com que seja difícil
reconhecerem e reportarem episódios de violência doméstica.
A violência contra mulheres e crianças é uma das mais prevalentes violações
dos direitos humanos em todo o mundo. Uma em cada três mulheres será, em
determinado momento da vida, vítima de abuso físico ou sexual. A violência contra
mulheres tende a ser menos prevalente nos países desenvolvidos ocidentais e
normalizada nos países em vias de desenvolvimento.
Embora a percentagem exata seja discutível, as mulheres são significativamente
mais sujeitas a violência doméstica do que os homens. Há ainda um amplo
consenso de que as mulheres são as principais vítimas das formas de abuso mais
graves e o grupo com maior probabilidade de ser magoado por um parceiro abusivo,
e que esta probabilidade aumenta em função da dependência económica ou social
em relação ao parceiro.
As formas mais comuns de violência doméstica contra homens incluem abusos
físicos, emocionais e sexuais, incluindo violência mútua. As vítimas masculinas de
violência doméstica demonstram relutância em procurar auxílio por diversos motivos.
Um estudo verificou que existiam poucas probabilidades de a polícia prender as
mulheres agressoras, por presumir que o homem se poderia defender por si próprio
e que a violência por parte da mulher só seria perigosa fora do contexto conjugal.
Outro estudo concluiu que existem algumas evidências que os tribunais podem ver
as mulheres perpetradoras de violência doméstica mais como vítimas do que como
agressoras.

2.4 ESTATISTICAS

Agressões físicas e psicológicas são as principais formas de violência contra


mulheres.
Do total de atendimentos realizados pelo Ligue 180 – a Central de Atendimento
à Mulher no 1º semestre de 2016, 12,23% (67.962) corresponderam a relatos de
violência. Entre esses relatos, 51,06% corresponderam à violência física; 31,10%,
violência psicológica; 6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%,
violência sexual; 1,93%, violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas.
O levantamento revela aumento generalizado nos indicadores de violência de
gênero no país no último ano. Nos casos de agressões (0,6%), ameaças (3,3%),
chamadas ao 190 (4%) e pedidos de medidas protetivas de urgência (13,6%) de
mulheres vítimas de violência doméstica.
Além disso, a violência sexual escalou 4,2% comparada ao ano anterior. E, pela
primeira vez, o estudo reuniu dados sobre perseguição (stalking) contra as
brasileiras.
As violências contra meninas e mulheres cresceram no país, segundo o Anuário
Brasileiro de Segurança Pública 2022.
Casos de estupro somaram 66.020, 4,2% a mais do que no ano anterior, sendo
que 75,5% das vítimas eram vulneráveis, incapazes de consentir com o ato sexual.
A maioria, 61,3%, tinha até 13 anos e em 79,6% dos casos o autor era
conhecido da vítima.
Quanto ao crime de perseguição ou stalking, o número chega a 27.722 em 2021,
crescimento de 35,8%; já a violência psicológica contra mulheres somou 8.390
casos, com aumento de 17,6% comparado a 2020.
O Brasil tem mais de 31 mil denúncias de violência doméstica ou familiar contra
as mulheres até julho de 2022.

2.4 ALGUNS MITOS SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


"As mulheres apanham porque gostam ou porque provocam."

Quem é vítima de violência doméstica passa muito tempo tentando evitá-la para
assegurar sua própria proteção e a de seus filhos. As mulheres ficam ao lado dos
agressores por medo, vergonha ou falta de recursos financeiros, sempre esperando
que a violência acabe, e nunca para manter a violência.

"A violência doméstica só acontece em famílias de baixa renda e pouca


instrução."

A violência doméstica é um fenômeno que não distingue classe social, raça, etnia,
religião, orientação sexual, idade e grau de escolaridade. Todos os dias, somos
impactados por notícias de mulheres que foram assassinadas por seus
companheiros ou ex-parceiros. Na maioria desses casos, elas já vinham sofrendo
diversos tipos de violência há algum tempo, mas a situação só chega ao
conhecimento de outras pessoas quando as agressões crescem a ponto de culminar
no feminicídio.

"É fácil identificar o tipo de mulher que apanha."

Não existe um perfil específico de quem sofre violência doméstica. Qualquer mulher,
em algum período de sua vida, pode ser vítima desse tipo de violência.

"Se a situação fosse tão grave, as vítimas abandonariam logo os agressores."

Grande parte dos feminicídios ocorre na fase em que as mulheres estão tentando se
separar dos agressores. Algumas vítimas, após passarem por inúmeros tipos de
violência, desenvolvem uma sensação de isolamento e ficam paralisadas, sentindo-
se impotentes para reagir, quebrar o ciclo da violência e sair dessa situação.

"É melhor continuar na relação, mesmo sofrendo agressões, do que se separar


e criar o filho sem o pai."

Muitas mulheres acreditam que suportar as agressões e continuar no


relacionamento é uma forma de proteger os filhos. No entanto, eles vivenciam e
sofrem a violência com a mãe. Isso pode ter consequências na saúde e no
desenvolvimento das crianças, pois elas correm o risco não só de se tornarem
vítimas da violência, mas também de reproduzirem os atos violentos dos agressores.

"Em briga de marido e mulher não se mete a colher./Roupa suja se lava em


casa."

A violência sofrida pela mulher é um problema social e público na medida em que


impacta a economia do País e absorve recursos e esforços substanciais tanto do
Estado quanto do setor privado: aposentadorias precoces, pensões por morte,
auxílios-doença, afastamentos do trabalho, consultas médicas, internações etc. De
acordo com o § 2º do art. 3º da Lei Maria da Penha, é de responsabilidade da
família, da sociedade e do poder público assegurar às mulheres o exercício dos
“direitos à vida, à segurança, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária”. Além disso, desde 2012, por decisão do
Supremo Tribunal Federal (STF), a Lei Maria da Penha é passível de ser aplicada
mesmo sem queixa da vítima, o que significa que qualquer pessoa pode fazer a
denúncia contra o agressor, inclusive de forma anônima. Achar que o companheiro
da vítima “sabe o que está fazendo” é ser condescendente e legitimar a violência
num contexto cultural machista e patriarcal. Quando a violência existe em uma
relação, ninguém pode se calar.

“A violência doméstica só ocorre esporadicamente.”


A cada 15 segundos, uma mulher é agredida no Brasil.

“Roupa suja se lava em casa.”


Enquanto o problema não for encarado como de saúde pública, os cofres
governamentais continuarão a ser onerados com aposentadorias precoces, licenças
médicas, consultas e internações. Os índices de delinquência juvenil e repetência
escolar continuarão altos e as mulheres continuarão a serem mortas.
2.5 ANEXOS SOBRE ESTATÍTISCAS
3 OBJETIVO GERAL E OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Objetivo geral: O objetivo geral é conscientizar ainda mais as pessoas, sobre o


aumento contínuo da violência doméstica, mesmo vendo nos jornais todos os dias,
tem uma necessidade de mostrar o apoio que essas vítimas precisam, verificar o
aumento nesses últimos anos, as principais vitimas que nem sempre são somente
as mulheres, mesmo sendo o maior número de casos em denúncias, e atestar
verdadeiramente como é a realidade dessas mulheres.

Objetivos específicos:

 PROTEÇÃO DAS VÍTIMAS: Analisar a proteção que as vítimas de violência


doméstica recebem, como realmente se trata o tema “Violência doméstica”
pela sociedade, e para alguns tem se tornado algo comum que acabam
caindo no esquecimento, mas não devemos achar algo comum, é sério,
necessário entender que essas vítimas precisam de apoio, não julgamentos,
violência doméstica não é uma escolha, a vítima não pediu pra passar por
tudo que passou, sofreu diariamente na mão de outro ser humano.

 AUMENTO DE CASOS DIARIAMENTE: É preocupante os números de


denúncias sobre a violência doméstica, seja elas mulheres, idosos,
deficientes, crianças, LGBTS, na pandemia foram registrados números
preocupantes, o que mais preocupa é se todas essas denúncias são
atendidas, se a proteção é eficaz, por isso surge o medo de denunciar e
talvez por isso, se mantém no silêncio.

 ACOLHIMENTO: Como essas vítimas estão sendo acolhidas, como a


sociedade encara esse número de violência doméstica, os julgamentos
diários pela vizinha que permanece com o marido, mesmo apanhando todos
os dias, até ela ter coragem de denunciar e dar um fim na situação é uma
longa estrada, e nesse decorrer não recebem o apoio necessário, alguns
casos chegam ao um fim trágico, antes mesmo da denúncia ser atendida.
 CONSCIENTIZAÇÃO: Não é mais tabu, para a sociedade falar sobre
violência doméstica, devemos levar em conta que qualquer um pode passar
por esse tipo de situação ou alguém próximo, e ver os números crescendo a
preocupação é grande, ter consciência da nossa realidade, saber o que fazer
quando acontecer com você, ou alguém próximo, saber acolher ao invés de
julgar, que as autoridades cumpram mais o seu papel, que as denúncias
sejam atendidas e essas vítimas protegidas antes de um fim trágico, que as
mulheres saibam identificar os primeiros sinais do comportamento violento do
seu parceiro. Sabemos que hoje as mulheres são amparadas pela Lei Maria
da Penha, mais acredito que ainda não seja suficiente, se não os casos de
homicídios por causa da violência doméstica não aumentariam.
4 METODOLOGIA

Por meio de pesquisas na internet, fazendo a descrição do tema, principais


vítimas da violência doméstica, usando os números das estatísticas, seu
crescimento diariamente, e o apoio que essas mulheres recebem, se estão
realmente funcionando, acrescentando ao trabalho gráficos com dados sobre perfil
de vítimas e do crescimento dos homicídios por violência doméstica nos últimos 30
anos.

CRONOGRAMA

Atividades 3 dias 4 dias 5 dias 6 dias

Escolha do tema x

Tema e assunto X

Justificativa X

Objetivo geral e específicos X

Metodologia X

Cronograma X

Você também pode gostar