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A CARTILHA DA

MULHER QUE LUTA


CONTRA A VIOLÊNCIA
FAMILIAR E DOMÉSTICA

U
C IDE

de si!
Projeto Direito na Escola do Núcleo de Prática
do Curso de Direito da Católica em Joinville - SC
ORGANIZAÇÃO
Núcleo de Prática Jurídica do Curso do Direito

INSTITUIÇÃO
Centro Universitário Católica de Santa Catarina
em Joinville-SC

COORDENADORA RESPONSÁVEL
Profa. Flávia Balduino Brazzale

ELABORAÇÃO
Alicia M. V. Silveira
Bruno E. dos Santos
Elen O. da Silva
Francisca F. do Nascimento
Gustavo H. L. Borges
Isabelle S. A. da Silveira
Julia T. Theis
Raiany L. Carbonal

REALIZAÇÃO
2023 (2º semestre)
Olá
Está cartilha visa proporcionar uma
compreensão mais clara e abrangente dos
direitos das mulheres envolvidas na luta
contra a violência doméstica. Esta iniciativa
tem como objetivo oferecer orientação
essencial para aquelas que buscam entender
seus direitos, encontrar apoio e procurar
ajuda diante de situações de violência.

Reconhecendo a importância de capacitar as


mulheres a tomar medidas em direção à
segurança e ao bem-estar, esta cartilha visa
ser um recurso informativo para todos os
estágios dessa jornada crucial.

Você não está sozinha, nós estamos com


você! Não tenha medo! Denuncie!

LIGUE 180
sumár io
Violência doméstica...............................................…...05
O que é?.....................................................................….05
Propósito de compreensão............................….06
Quais os tipos de violência?..................................…..07
Violência Moral...................................................…...08
Violência Física..................................................…....09
Violência Sexual..............................................….…...10
Violência Psicológica............................….........….....11
Violência Patrimonial.......................................…...12
Riscos e Proteção............................................…...............14
Medidas protetivas................................................16
Descumprimento.................................…....…..........20
Identificando o agressor..........................…..................21
Mentiras sobre a violência doméstica....…..........23
Artigos da Lei 11.340/06.............................….................26
Referências.....................................................…................34

Faça uma boa leitura!


O QUE É A VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA?
CONFORME ESTABELECIDO NO
ARTIGO 5º DA LEI 11.340
"CARACTERIZA-SE COMO VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
MULHER QUALQUER CONDUTA, SEJA
ELA DE NATUREZA ATIVA OU
PASSIVA, FUNDAMENTADA NO
CRITÉRIO DE GÊNERO, QUE RESULTE
EM ÓBITO, FERIMENTO, AFLIÇÃO
FÍSICA, SEXUAL OU PSICOLÓGICA,
BEM COMO PREJUÍZO DE NATUREZA
EMOCIONAL OU ECONÔMICA."
al o
Qu ito?
p ó s
pro

O propósito fundamental de
compreender e abordar a
violência doméstica é a proteção
das vítimas e a promoção de
relacionamentos saudáveis e
seguros.
Incluindo

1. Proteção e Segurança das Vítimas


2. Prevenção do Ciclo de Abuso
3. Responsabilização dos Agressores
4. Conscientização e Educação
5. Promoção de Mudanças Sociais
Quais são os tipos de
violência dómestica?

Existem 5 tipos de violência


doméstica.

Encontram-se listadas abaixo


Violência moral
A VIOLÊNCIA MORAL, REFERE-SE A AÇÕES
QUE TÊM COMO OBJETIVO DENEGRIR,
HUMILHAR OU DIFAMAR UMA PESSOA, NESTE
CASO, UMA MULHER, PERANTE A SOCIEDADE.
ESSAS AÇÕES SÃO CARACTERIZADAS PELO
USO DE MENTIRAS, OFENSAS, DIFAMAÇÕES E
ACUSAÇÕES FALSAS QUE VISAM CAUSAR
DANO EMOCIONAL, ABALAR A AUTOESTIMA E
PREJUDICAR A REPUTAÇÃO DA VÍTIMA.

Exemplos
Acusar falsamente
Xingar diante de conhecidos/familiares
Realizar comentários mentirosos para
outras pessoas
Violência Física
A VIOLÊNCIA FÍSICA É UM TIPO DE ABUSO QUE
ENVOLVE A APLICAÇÃO INTENCIONAL DE
FORÇA FÍSICA PARA CAUSAR DANOS, DOR OU
SOFRIMENTO A UMA MULHER POR PARTE DE UM
PARCEIRO ÍNTIMO, MEMBRO DA FAMÍLIA OU
PESSOA COM QUEM ELA COMPARTILHA UM
RELACIONAMENTO DOMÉSTICO. ESSA FORMA
DE VIOLÊNCIA É CARACTERIZADA PELO USO DA
FORÇA FÍSICA COMO MEIO DE CONTROLE,
INTIMIDAÇÃO E SUBJUGAÇÃO DA MULHER,
RESULTANDO EM UMA SÉRIE DE
CONSEQUÊNCIAS FÍSICAS. A VIOLÊNCIA FÍSICA
DOMÉSTICA PODE SE MANIFESTAR DE
DIVERSAS MANEIRAS, INCLUINDO, MAS NÃO SE
LIMITANDO A:

Exemplos
Bater e espancar
Estrangulamento
Empurrar e puxar
Queimar ou usar objetos para infligir dor
Ataques com objetos Isolamento
Violência Sexual
A VIOLÊNCIA SEXUAL DOMÉSTICA CONTRA
MULHERES É UMA FORMA DE ABUSO QUE
OCORRE DENTRO DO CONTEXTO DE
RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS, SEJA EM
CASAMENTOS, PARCERIAS ROMÂNTICAS OU
FAMILIARES. ENVOLVE QUALQUER AÇÃO QUE
FORCE, COAJA OU MANIPULE UMA MULHER A
PARTICIPAR EM ATIVIDADES SEXUAIS CONTRA
SUA VONTADE OU SEM SEU CONSENTIMENTO.
ESSA FORMA DE VIOLÊNCIA NÃO SE LIMITA
APENAS A AGRESSÕES FÍSICAS, MAS TAMBÉM
ABRANGE AMEAÇAS, INTIMIDAÇÃO, COERÇÃO
EMOCIONAL E OUTRAS FORMAS DE PRESSÃO
PARA OBTER RELAÇÕES SEXUAIS INDESEJADAS.
PODE INCLUIR:

Exemplos
Estupro Conjugal
Coerção Sexual
Exploração Sexual
Assédio Sexual
Exposição Forçada a Conteúdo Sexual
Controle Reprodutivo
Violência Psicológica
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA É UMA FORMA
TRAIÇOEIRA DE ABUSO QUE PODE TER
CONSEQUÊNCIAS DURADOURAS PARA A SAÚDE
MENTAL E EMOCIONAL DAS VÍTIMAS.
RECONHECER ESSA FORMA DE ABUSO É
FUNDAMENTAL PARA PROPORCIONAR APOIO
ADEQUADO E PROTEÇÃO ÀS MULHERES QUE
ESTÃO ENFRENTANDO ESSA SITUAÇÃO. A LEI
BUSCA DEFINIR CLARAMENTE ESSES
COMPORTAMENTOS, TORNANDO POSSÍVEL A
INTERVENÇÃO LEGAL PARA PREVENIR E PUNIR
A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA DOMÉSTICA

Exemplos
Dano emocional e diminuição da
autoestima
Degradação ou controle das ações
Ameaça, constrangimento, humilhação
Manipulação
Vigilância constante e perseguição
contumaz
Insulto, chantagem e ridicularização
Violação da intimidade e exploração
Limitação do direito de ir e vir
Violência Patrimonial
A VIOLÊNCIA PATRIMONIAL É UMA FORMA DE
VIOLÊNCIA QUE ENVOLVE O CONTROLE, A
MANIPULAÇÃO E A DESTRUIÇÃO DOS RECURSOS
ECONÔMICOS E PATRIMONIAIS DA MULHER POR
PARTE DE UM PARCEIRO ÍNTIMO OU MEMBRO
DA FAMÍLIA. ESSA FORMA DE VIOLÊNCIA ESTÁ
ENRAIZADA NO DESEQUILÍBRIO DE PODER
ENTRE OS GÊNEROS E TEM COMO OBJETIVO
EXERCER CONTROLE, SUBMISSÃO E
DEPENDÊNCIA DA VÍTIMA.

Exemplos
Controle Financeiro
Destruição de Propriedade
Sabotagem Profissiona
Endividamento Forçado
Ameaças e Intimidação financeira
Negligência Econômica
Privar de Bens Essenciais

A violência patrimonial tem efeitos devastadores


na vida das mulheres. Ela não apenas prejudica a
segurança financeira da vítima, mas também mina
sua independência, autoestima e capacidade de
tomar decisões autônomas
Você é forte!

Não desista.

Denuncie.

180
RISCO E PROTEÇÃO
Principais (mas não todos)
fatores de RISCO:

Desigualdade de Gênero;

Falta de conscientização sobre os direitos das


mulheres e a natureza prejudicial da violência
doméstica;

Normas sociais que desencorajam as mulheres


a denunciarem a violência, por medo de
estigma ou retaliação, também conhecida como
Cultura do Silêncio;

Desemprego e Dependência Econômica;

Histórico de Violência Familiar;

Uso de Substâncias como álcool ou droga


RISCO E PROTEÇÃO
Principais (mas não todos)
fatores de PROTEÇÃO:

Relações familiares saudáveis e laços afetivos


fortes;

Suporte social de pessoas e instituições;

Disposição para buscar ajuda de profissionais;

Determinação para superar obstáculos;

Confiança em si mesma;

Autossuficiência financeira;

Relações de trabalho positivas;

Consciência dos próprios direitos


MEDIDAS PROTETIVAS
E DE URGÊNCIA

O QUE SÃO?

As medidas protetivas são regras dadas


pelo tribunal para ajudar e proteger
alguém em perigo, não importando a
classe social, raça, orientação sexual,
renda, cultura, educação, idade ou
religião dessa pessoa.
Essas regras são criadas para garantir os
direitos básicos de cada pessoa e para
manter a segurança e o bem-estar dela.
Isso é feito para cuidar da saúde física,
mental e emocional da pessoa que está
em perigo.
MEDIDAS PROTETIVAS
E DE URGÊNCIA

Qual o objetivo?

O objetivo das medidas protetivas é


garantir a segurança e o bem-estar da
vítima de violência doméstica.
Elas visam interromper qualquer
ameaça ou dano real à integridade da
mulher, incluindo seu corpo, emoções e
propriedades.
Essas medidas são tomadas para
proteger a vítima e prevenir novos
episódios de violência.
MEDIDAS PROTETIVAS
E DE URGÊNCIA

Como conseguir?
A medida protetiva pode ser requisitada pela
vítima ou qualquer pessoa que saiba ou
desconfie da situação, na Delegacia de Polícia
por autoridade policial, Ministério Público ou
Defensoria Pública, seguindo os trâmites da Lei
11.340/06.
Não exige a presença de um advogado, e será
analisada por um juiz. As medidas são tratadas
separadamente do processo criminal contra o
agressor para garantir eficácia. Isso assegura a
aplicação das restrições, como afastamento do
lar e outros. A falta de um prazo definido
significa que ela persiste enquanto o risco
persistir
MEDIDAS PROTETIVAS
E DE URGÊNCIA

Quem tem direto?

A Lei Maria da Penha protege mulheres de


qualquer forma de violência doméstica e
familiar relacionada ao gênero. Todas as
mulheres nessa situação têm direito a
medidas protetivas da lei separadamente
do processo criminal contra o agressor
para garantir eficácia.
Isso assegura a aplicação das restrições,
como afastamento do lar e outros.
A falta de um prazo definido significa que
ela persiste enquanto o risco persistir.
MEDIDAS PROTETIVAS
E DE URGÊNCIA

Consequências do
agressor caso descumpra

De acordo com o Art. 24-A da Lei


11.340/06, se o agressor descumprir a
medida protetiva pode ter com
consequência a pena/detenção de 3
meses a 2 anos
Como identificar
o agressor?

Agressores podem ser parceiros,


familiares, empregadores, e a
violência muitas vezes começa com
atos menores que se agravam ao
longo do tempo
Quais as
caracteristica
do agressor?

Comportamento Controlador: A pessoa


violenta monitora e controla as ações e
relacionamentos da vítima.

Envolvimento amoroso rápido: O


agressor intensifica a relação
rapidamente, tornando=se insubstituível
na vida da vítima.

Expectativa de perfeição: O agressor


exige que a vítima seja perfeita em todos
os papéis e a isola de amigos e família.

Violência refletida em fantasias:


Agressores mostram crueldade com
crianças e animais, fantasiando atos
violentos na relação sexual,
desrespeitando o desejo da parceira
MENTIRAS
Sobre a violência
doméstica
MENTIRA: "A violência doméstica só ocorre
esporadicamente."
Realidade: A cada 15 segundos, uma mulher é
agredida no país.

MENTIRA: "Roupa suja se lava em casa."


Realidade: A violência doméstica não deve ser
mantida em segredo; qualquer pessoa pode
denunciar. Ela afeta não só a vítima, mas
também a família e a sociedade.

MENTIRA: "A violência doméstica só acontece


em famílias de baixa renda."
Realidade: A violência não discrimina classe
econômica, raça ou cultura; é um fenômeno
democrático.
MENTIRAS
Sobre a violência
doméstica
MENTIRA: "Se a situação fosse tão grave, as
vítimas abandonariam logo os agressores."
Realidade: Muitos casos de feminicídio ocorrem
quando as vítimas tentam se separar. A síndrome
do estresse pós-traumático pode deixá-las
incapazes de reagir.

MENTIRA: "É fácil identificar o tipo de mulher que


apanha."
Realidade: A violência pode afetar qualquer
mulher em algum momento de sua vida.

MENTIRA: "A violência doméstica vem de


problemas com álcool, drogas ou doenças mentais."
Realidade: Muitos agressores não apresentam
esses fatores.

MENTIRA: "Para acabar com a violência, basta


proteger as vítimas e punir os agressores."
Realidade: É necessário um processo educativo
desde a infância para construir relações saudáveis
de gênero, além de proteger as vítimas.
MENTIRAS
Sobre a violência
doméstica
MENTIRA: "As mulheres apanham porque
gostam ou provocam."
Realidade: Nenhuma mulher gosta de ser
agredida. Muitas vivem a violência tentando
evitá-la e proteger a si mesmas e seus filhos.

MENTIRA: "A violência só acontece nas


famílias problemáticas."
Realidade: Famílias aparentemente
funcionais também podem ser afetadas pela
violência doméstica.

MENTIRA: "Os agressores não sabem


controlar suas emoções."
Realidade: Se fosse apenas falta de controle
emocional, agressores atacariam outros além
de suas parceiras
Artigos relacionados ao
assunto exposto
serão citados a seguir

Todos os artigos citados fazem parte


da Lei 11.340/06, também conhecida
como Lei Maria da Penha.
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher e de outros tratados internacionais ratificados
pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a
criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e
proteção às mulheres em situação de violência doméstica
e familiar.
Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça,
etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional,
idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes
à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e seu
aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para
o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-
las de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as
condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados no caput
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura
violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,
sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150,
de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica,
compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a
comunidade formada por indivíduos que são ou
se consideram aparentados, unidos por laços
naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual
o agressor conviva ou tenha convivido com a
ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais
enunciadas neste artigo independem de
orientação sexual.
Das Medidas Protetivas de
Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de
imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas
protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de
armas, com comunicação ao órgão competente,
nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre
as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e
das testemunhas, fixando o limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e
testemunhas por qualquer meio de
comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim
de preservar a integridade física e psicológica da
ofendida;
Das Medidas Protetivas de
Urgência que Obrigam o Agressor
IV - restrição ou suspensão de visitas aos
dependentes menores, ouvida a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou
provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas
de recuperação e reeducação; e (Incluído pela Lei
nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor,
por meio de atendimento individual e/ou em
grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº 13.984, de
2020
§ 1º As medidas referidas neste artigo não
impedem a aplicação de outras previstas na
legislação em vigor, sempre que a segurança da
ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao
Ministério Público.
Das Medidas Protetivas de
Urgência que Obrigam o Agressor
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I,
encontrando-se o agressor nas condições
mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei
nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência
concedidas e determinará a restrição do porte
de armas, ficando o superior imediato do
agressor responsável pelo cumprimento da
determinação judicial, sob pena de incorrer nos
crimes de prevaricação ou de desobediência,
conforme o caso.
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas
protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a
qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste
artigo, no que couber, o disposto no caput e nos
§5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro
de 1973 (Código de Processo Civil).
Das Medidas Protetivas de
Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem
prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
programa oficial ou comunitário de proteção ou
de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de
seus dependentes ao respectivo domicílio, após
afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar,
sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da
ofendida em instituição de educação básica mais
próxima do seu domicílio, ou a transferência
deles para essa instituição, independentemente
da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882,
de 2019)
Das Medidas Protetivas de
Urgência à Ofendida
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade
particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre
outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos
pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de
atos e contratos de compra, venda e locação de
propriedade em comum, salvo expressa
autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela
ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante
depósito judicial, por perdas e danos materiais
decorrentes da prática de violência doméstica e
familiar contra a ofendida. Parágrafo único.
Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
para os fins previstos nos incisos II e III deste
artigo.
Referências
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. . Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília - DF, 8 de agosto de 2006.
Acesso em: 16 JUN. 2023.

CARTILHA Enfrentando a violência doméstica e familiar contra a


mulher. Brasília: Secretaria Nacional de Politicas para Mulheres,
2020.

CARTILHA MARIA DA PENHA EM AÇÃO: Prevenção da Violência


Doméstica nas Instituições de Ensino. São Luís: Ministério
Público do Estado do Maranhão, 2012.

CARTILHA Orientação para pessoas envolvidas em violência


doméstica. Bahia: Ministério Público do Estado da Bahia, 2022.

FACHINI, Tiago. Medidas Protetivas. Projuris, 2021. Disponível


em: https://www.projuris.com.br/blog/medidas-protetivas/. Acesso
em: 20, AGOS. 2023.

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