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Equipe Especializada de

Violência – EEV Ermelino


Matarazzo/Penha

Cithilene – Psicóloga
Mariana – Psicóloga
Roseli – Assistente Social
CHEGAMOS!

“As Equipes Especializadas de Violência – EEV colaboram de forma


complementar e qualificar o manejo dos casos acompanhados pelo
NPV e realizando atendimento daqueles casos mais complexos e que
demandam uma atenção especializada. Nesse sentido, através do
apoio matricial dos casos, é percebido uma potencialização da atenção
Básica na condução desses casos.” Guia rápido Atenção Integral à
Saúde da Pessoa em Situação de Violência. Pg. 28
MAS...

...O QUE É
VIOLÊNCIA?
A OMS utiliza a seguinte definição para
conceituar o termo violência:

“Uso intencional da força física ou poder, em ameaça


ou na pratica, contra si próprio, outra pessoa ou contra
um grupo ou comunidade, que resulte ou possa
resultar em sofrimento, morte, dano psicológico,
desenvolvimento prejudicado ou privação” (OMS
2002).
A violência...

[…] é um fenômeno sócio histórico que se tem conhecimento dese a Antiguidade. Sua manifestação é
diversa e multideterminada. Diante disso, a violência afeta a saúde, pois acarreta lesões, traumas, mortes
físicas e emocionais. […] tem impacto em diversas áreas da vida e, desse modo, é preciso que sua discussão
esteja dentro do conjunto de problemas que relacionam saúde, situações socioeconômicas, história, cultura,
política e estilos de vida. […] É sempre relacionada por uma ou mais relações de poderes, num cenário onde
o autor de violência exerce um determinado poder sobre a pessoa em situação de violência, subjugando – a
numa relação de dominação e submissão. […] essa relação de poder transcende a relação entre duas ou mais
pessoas, sendo constantemente alimentada por questões estruturais, tais como o Racismo, Misoginia,
Homofobia, Capacitismo, Desigualdade Social, Transfobia, Xenofobia, etc. Desta maneira, a violência
caracteriza um grave problema de saúde pública, além de uma violação de uma série dos direitos
humanos, por isso nos cabe refletir sobre essa temática (OMS, 2002).
Além da violência estrutural, podemos citar
outras causas:
Contexto socioeconômico
• Pobreza/ Desemprego/ Isolamento social/ Crises familiares (separação, morte, gravidez indesejada).
• Pouco contato com a família extensa/ Pouca interação social (na vizinhança, no trabalho, na escola).
• Pouco acesso a instituições de saúde, de educação e de lazer da comunidade/ Pouca expectativa e mobilidade social.

Contexto cultural
• Determinação da atitude perante a infância, a sexualidade, o castigo e a violência
 Regulamentação das relações entre sexos e entre gerações.

Contexto familiar
• Experiências de socialização dos pais/ História de desarmonias ou rupturas familiares.
• História pessoal de violência ou abuso/ Fatores situacionais de estresse.
• Ignorância a respeito das características e necessidades da criança, tais como crescimento, desenvolvimento
emocional e sexualidade.
• Características patológicas dos pais, tais como desordens físicas e psíquicas, distúrbios neurológicos,
alcoolismo, dependência de drogas, baixa autoestima, despreparo para os papéis de pai e mãe, impulsividade,
baixa tolerância à frustração e ao estresse.
• Características dos filhos, tais como prematuridade, deficiência física ou mental, problemas
De saúde apatia, hiperatividade, rebeldia, dentre outros.
Quais são os TIPOS de violências?

 VIOLÊNCIAS INTERPESSOAIS – Estão divididas em  VIOLÊNCIA COLETIVA – Compreendem aos atos


infrafamiliar, que compreende na violência violentos, que do ponto de vista social, incluem atos
cometida entre membros da família e parceiros cometidos por grupos organizados, atos terroristas,
íntimos, e de dentro de casa. As violências e os crimes de multidões [...]. Também representa o
Comunitárias ocorrem em ambientes sociais que conceito de violência estrutural a qual se refere aos
podem ser conhecidos ou desconhecidos. Já as processos sociais, de gênero, de etnia e mantém o
violências institucionais podem acontecer em domínio autocêntrico sobre as crianças e
escolas, locais de trabalho ou asilos. adolescentes.

 VIOLÊNCIA AUTOINFLIGIDA – Compreende o ... A maioria dos tipos de violência tem sua base na
suicídio, ideação suicida e tentativas de suicídio. violência estrutural..
Também engloba o conceito de auto abuso, o qual
se refere as auto agressões e às automutilações.
De acordo com o Ministério da saúde, a NATUREZA
dos atos de violência é classificada como:

 VIOLÊNCIA FÍSICA – Corresponde à pratica de atos


violentos, nos quais se faz uso de força intencional,
com objeto de ferir, lesar, provocar dor e sofrimento  NEGLIGENCIA/ABANDONO – Caracteriza pela omissão
à pessoa, deixando – ou não com marcas no corpo. do cuidado em prover as necessidades básicas para o
desenvolvimento físico, emocional e social de uma
pessoa. Por exemplo: deixar vacinas em atraso; não
 VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA – Tem como levar ao médico ou desconsiderar o tratamento; manter
características todas as formas de rejeição, crianças fora da escola; não evitar acidente domésticos
depreciação, discriminação, punições humilhantes e previsíveis; falta de supervisão dos responsáveis; deixar
utilização da pessoa para atender as necessidades passar fome; deixar em isolamento; fornecer
psíquicas de outrem, colocando em risco a auto vestimentas inadequadas face as condições ambientais.
estima e desenvolvimento. O Bullying e o assédio
moral são exemplos desse tipo de violência.
Violência Sexual e suas características
 VIOLÊNCIA SEXUAL – É toda relação de natureza sexual em que a pessoa é obrigada a se submeter, contra sua vontade,
por meio de força física, coerção, sedução, ameaça ou influencia psicológica, mesmo quando praticada por um familiar ou
companheiro íntimo. Também é considerado violência quando o ofensor obriga a vítima a realizar estes atos com
terceiros. Pode se considerar como uma violência crônica quando em mais de uma ocasião ou ainda abuso sexual quando
é praticada contra pessoas que não tem condições de discernir, consentir ou resistir aos atos. A violência sexual pode ter
diferentes características de acordo com o contexto em que a vítima e o agressor se encontram, algumas delas são:

• Autor desconhecido – quando o agressor é desconhecido e a violência acontece uma única vez, de forma abrupta, e o
abuso é acompanhado de violência física;

• Extrafamiliar – nesse caso o autor é conhecido pela vítima, mas não pertence ao seu contexto familiar. Esse tipo de
violência sexual ocorre em geral com atividades sexuais que se intensificam gradativamente e pode ocorrer junto de
ameaças verbais e de sedução. O silencio da vítima é frequente pelo medo , vergonha ou desejo da família.

• Infrafamiliar – ocorre mais frequentemente no ambiente doméstico. A existência de um vínculo entre os envolvidos
dificulta a quebra do silencio. Nessas situações outros familiares podem estar envolvidos de maneira direta ou indireta.
Violência auto provocada
Engloba o suicídio, ideação suicida, tentativa de suicídio, autoagressões e automutilações. É um fenômeno complexo que
continua a impactar familiares, amigos e membros da comunidade, por essa razão é importante promover um espaço de
escuta a estes outros também. O predomínio do fenômeno é entre homens jovens e frequentemente ha presença de um
diagnóstico de transtorno mental. Os quadros mais observados são depressão, transtorno afetivo bipolar e dependência
química, entre outros.

ELEMENTOS QUE COLABORAM COM A PREVENÇÃO


 Diagnóstico precoce dos transtornos mentais; / Oferecer possibilidade de tratamento ao sujeito
Identificação e o fortalecimento de uma rede de apoio;/ Apoiar os familiares.
 Compreender assim também todos os métodos da vida daquela pessoa (condições ambientais, clínicas, familiares,
psicológicas e de trabalho);

FATORES DE RISCO
 Histórias de tentativas anteriores;/ Desemprego;/ Perdas recentes;/ Solidão, apatia, isolamento;
 Transtornos mentais como depressão, alcoolismo, transtorno bipolar, esquizofrenia;/ Migrantes e imigrantes;
 Sexo masculino;/ Faixa etária entre 15 e 45, e acima de 75 anos;/ Aposentados;/ Personalidade impulsiva e instável;
 Doenças orgânicas;/ Vivencias de situação de violência, de vulnerabilidade;
 Acesso fácil aos meios letais (principalmente de arma de fogo, fármacos, facas, etc).
MAS...

...PORQUE FALAR SOBRE O


SETEMBRO AMARELO?
Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS

[…] são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios
substantificados, pois com isso, estima-se mais de 01 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam
de 14 mil casos por ano, ou seja, em media 38 pessoas cometem suicídio por dia. Entre 2010 e 2019,
ocorreram no Brasil 112.230 mil mortes por suicídio Houve um aumento de 43% nos casos registrados.

[…] disseminar conteúdos orientativos para toda população é imprescindível para ajudar a diminuir esses
números "Precisamos orientar para conscientizar, prevenir e no mês de setembro concentramos os nossos
esforços e vamos para a prevenção efetiva do suicídio A morte por suicídio é uma emergência medica e pode
ser evitada através do tratamento adequado do transtorno mental de base", afirma o presidente da ABP, Dr.
Antônio Geraldo da Silva. Durante o mês de setembro, a ABP prepara diversas ações para conscientizar sobre
o tema como eventos online, iluminação de espaços públicos e monumentos com a cor da ação, campanha
nas redes sociais, além de disponibilizar cartilhas informativas no site, materiais gráficos e ficar disponível
para toda a imprensa que desejar realizar matérias sobre o tema.
Se precisar, peça ajuda!

Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do
suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam
passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor
escolha. Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações
apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber
outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o
sofrimento emocional impõe. Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra
esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está
pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para
ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levandoa ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a
situação e salvar esse paciente.
Manejos no atendimento

Quando o risco de suicídio é detectado pelo profissional, deve buscar


promover uma escuta qualificada, acolhendo o usuário, demonstrando
empatia e evitando julgamentos. É o tipo de fenômeno que pode
necessitar de decisões rápidas para possibilitar os encaminhamentos e a
vinculação do indivíduo aos serviços Os familiares e amigos pertencentes
a rede de apoio podem ser orientados também de maneiras adequadas
para prover suporte aquela pessoa.
Se precisar, peça ajuda!
Existem alguns fatores relacionados à vida de uma Toda pessoa tem alguns fatores protetivos e alguns fatores de
pessoa, que podem atuar como proteção para o suicídio. risco para o suicídio. Sendo assim, na prevenção ao suicídio,
várias medidas podem ser tomadas para aumentar os fatores
 Ausência de doença mental de proteção e diminuir os de risco.
 Autoestima elevada
 Aumentar contato com familiares e amigos
 Bom suporte familiar
 Capacidade de adaptação positiva  Buscar e seguir tratamento adequado para doença mental
 Capacidade de resolução de problemas  Envolvimento em atividades religiosas ou espirituais
 Estar empregado  Iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado
 Realização de pré-natal
 Reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas
 Laços sociais bem estabelecidos com amigos e
familiares
 Relação terapêutica positiva
 Frequência a atividades religiosas
 Ter sentido existencial
 Senso de responsabilidade com a família
 Ter crianças em casa
REFERÊNCIAS
 Coordenação de Atenção Básica, Secretaria Municipal da Saúde e Prefeitura de São Paulo. Linha de Cuidado para a atenção integral à
Saúde da Pessoa em situação de violência. 2015.

 Coordenadoria Regional de Saúde – Sul. Área Técnica de Atenção Integral à Saúde da Pessoa em Situação de Violência. Guia Rápido:
Atenção Integral à Saúde da Pessoa em Situação de Violência. São Paulo, SP: Coordenadoria Regional de Saúde – Sul, 2021.

 Reconstrução de vidas: Como prevenir e enfrentar a violência doméstica o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes./
Ana Cristina Marcondes Moura [et al]. São Paulo: SMADS. SEDES Sapientae, 2008.

 O fim da Omissão: A implantação de polos de prevenção à violência doméstica. Fundação Abrinq. Premio Criança 2002

https://www.institutomariadapenha.org.br/violencia-domestica/ciclo-da-violencia.html (acessado em 11/08/2023).

 https://www.setembroamarelo.com/ (acessado em 29/08/2023).


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