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Desenvolvimento
A violência é um problema social e de saúde pública que ameaça o desenvolvimento dos
povos, afeta a qualidade de vida e erosiona o tecido social.
É definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como qualquer ato de agressão ou
negligência à pessoa que produz ou pode produzir dano psicológico, sofrimento físico ou
sexual, incluindo as ameaças, coerção ou privação arbitrária de liberdade, tanto em público
como em privado (OLIVEIRA et al., 2015). É o uso intencional de força ou poder em uma
forma de ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa, grupo ou comunidade,
que ocasiona ou tem grande probabilidade de ocasionar lesão, morte, dano psíquico,
alterações do desenvolvimento ou privações (KOPCAVAR; SVAB; SELIC, 2011).
Vitimação masculina
A ideia de que, numa relação de intimidade violenta, os homens são os agressores
e as mulheres as vítimas, tem sido cada vez mais desmistificada na literatura internacional,
especialmente, no que se refere às questões de género, sendo que diversos autores
consideram de fundamental importância a análise do contexto da relação, personalidade
dos parceiros e consequências que advém do comportamento violento antes de se
determinar agressor e agredido (Silva, 2014).
Segundo Nelson Marques(2021), estas noções refletem que o Ideal a que muitos homens
ainda aspiram exerce uma pressão que acaba por ter um impacto terrível nas suas vidas e
nas daqueles que os rodeiam. Dentro da Caixa do Homem cabem todas as expectativas
dominantes na sociedade sobre como os homens de verdade se devem
comportar caso não queiram ser considerados maricas, falhados, bichas.
Fora dela, ficam todas as características que são consideradas femininas, como a
sensibilidade ou a expressão de emoções de afeto e de ternura, ou de tristeza e sofrimento
(Ibidem, p. 24).
Deste modo:
Os sintomas psicológicos frequentemente encontrados
em vítimas de violência doméstica são: insônia, pe-
sadelos, falta de concentração, irritabilidade, falta de
apetite, e até o aparecimento de sérios problemas men-
tais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico,
estresse pós-traumático, além de comportamentos au-
todestrutivos, como o uso de álcool e drogas, ou mesmo
tentativas de suicídio (KASHANI; ALLAN, 1998, p. 15).
As consequências psicoemocionais da
violência doméstica atingem o bem-estar e
até a vida social da vítima, seja imediatamente
ou à longo prazo. Segundo Day (2003), esses
danos psicológicos podem ser imediatos ou
tardios, no primeiro refere-se a pesadelos
repetitivos, raiva, culpa, ansiedade, medo
do agressor e de pessoas do mesmo sexo,
quadros fóbico-ansiosos e depressivos
agudos, queixas psicossomáticas, isolamento
social e estigmatizaçã
Referências
OLIVEIRA, P. P.; VIEGAS, S. M. F.; SANTOS, W. J.; SILVEIRA, A. A.; ELIAS, S.
C. Mulheres vítimas de violência doméstica: uma abordagem fenomenológica. Texto
Contexto Enferm. v. 24, n. 1, p. 196-203, 2015.
DAY, V. P.; TELLES, L. E. B.; ZORATTO, P. H.; AZAMBUJA, M. R. F.;
MACHADO, D. A.; SILVEIRA, M. B.; DEBIAGGI, M.; REIS, M. G.; CARDOSO, R.
G.; BLANK, P. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. R. Psiquiatr. v.
25, (supll 1) 2003.