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Introdução

Neste trabalho de pesquisa, trataremos de um tema muito delicado e que, ultimamente vem
ampliando o quadro de vítimas, dentro do próprio seio familiar. Trata-se da Violência Doméstica,
que muito tem contribuído para triste escalada da violência no convívio social.
Algumas pessoas acham até que este seja um assunto de difícil compreensão, outros se limitam a
comentar sobre o assunto sem ter uma postura definida, mas a grande maioria debate o tema
tentando entender sua prováveis razões e se inclinam a achar, definitivamente, alguma solução para
esse problema.
O ser humano perdeu o respeito e o amor pelo próximo, e esse fato traz graves conseqüências para a
vida em sociedade, uma dela é a violência dentro da família. A violência domestica não escolhe
classe social, raça, religião ou lugar para acontecer, ela simplesmente acontece, suas causas são
muitas, como o alcoolismo, desemprego, drogas, stress, pobreza, entre outras. Esses mesmo
motivos que acabamos de citar servem de justificativas muitas vezes para os agressores, como se
algo pudesse justificar tais atitudes.
Diante do exposto, também abordaremos sobre o que pode ser feito a esse respeito, se há alguma
solução, o que poderíamos fazer para amenizar essa situação, como lidar diante de um quadro de
violência, que atitude tomar, tentar esclarecer as dúvidas, e abordaremos um pouco sobre tudo que
envolve o tema Violência Doméstica.
Por fim, trataremos do assunto segundo entendimento acadêmico, porém como uma visão
sociológica a respeito do tema dentro dos ensinamentos adquiridos até então, a fim de tentar
sensibilizar aquelas pessoas que terão acesso a esse trabalho e, quem sabe, restaurar um pouco da
dignidade humana, para assim conseguirmos amenizar nosso convívio dentro da sociedade.
Desenvolvimento

A expressão violência doméstica designa um tipo de violência exercida por alguém sobre um outro em, contexto
doméstico. Esta pode ser exercida contra o cônjuge ou parceiro, pelos pais contra os filhos, ou pelos filhos contra
os pais. Pode assumir a forma de abusos físicos, sexuais, psicológicos, económcos, entre outros. Sendo muito
frequente em muitos países subdesenvolvidos e em determinadas culturas, esta tem vindo a
aumentar também nos países desenvolvidos, quer em quantidade quer em gravidade. Este flagelo
acontece porque nem sempre a mesma é identificada como tal, uma vez que assume diferentes
formas e contornos que podem não ser reconhecidos como violência.

A violência doméstica, para além de ser considerada uma forma de violação dos direitos humanos, é
também considerada um problema de saúde pública. Dela fazem parte quaisquer tipos de agressão
direccionados do agressor para a vítima, seja ao nível físico, psicológico ou sexual. Traduz-se
invariavelmente em trauma sobre a vítima e, muitas vezes em sequelas graves ou mesmo na morte.
Devido ao agravar cada vez maior da situação, é imperativo accionar todas as formas possíveis de
protecçao e ajuda comunitária (família, escola, polícia, centros de ajuda e comunidade em geral). O
objetivo é ajudar a vítima a compreender que não está sozinha e que existem organizações que a
podem apoiar e proteger. Verifica-se ainda a enorme eficácia dos grupos de ajuda em que as vítimas
podem sentir-se compreendidas e aceites, partilhando as suas experiências, no sentido de se
ajudarem mutuamente.

A vítima de Violência Doméstica, geralmente, tem pouca auto-estima e se encontra atada na relação
com quem agride, seja por dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a
vítima de ser responsável pela agressão, a qual acaba sofrendo uma grande culpa e vergonha. A
vítima também se sente violada e traída, já que o agressor promete, depois do ato agressor, que
nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, para depois repeti-lo.
Em algumas situações, felizmente não a maioria, de franca violência doméstica persistem
cronicamente porque um dos cônjuges apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se
desligar daquele ambiente, sejam por razões materiais, sejam emocionais.
Para entender esse tipo de personalidade persistentemente ligada ao ambiente de violência
doméstica poderíamos compará-la com a atitude descrita como co-dependência, encontrada nos
lares de alcoolistas e dependentes químicos.
Tipos de violência doméstica
A violência doméstica se divide em quatro tipos que são: violência física, violência psicológica,
violência sexual, violência verbal.
Violência Física
Violência física é o uso da força com o objetivo de ferir, deixando ou não marcas evidentes. São
comuns murros e tapas, agressões com diversos objetos e queimaduras por objetos ou líquidos
quentes. Quando a vítima é criança, além da agressão ativa e física, também é considerado violência
os atos de omissão praticados pelos pais ou responsáveis.

Quando as vítimas são homens, normalmente a violência física não é praticada diretamente. Tendo
em vista a habitual maior força física dos homens, havendo intenções agressivas, esses atos podem
ser cometidos por terceiros, como por exemplo, parentes da mulher ou profissionais contratados
para isso .
Outra modalidade são as agressões que tomam o homem de surpresa, como por exemplo, durante o
sono. Não são incomuns, atualmente, a violência física doméstica contra homens, praticados por
namorados (as) ou companheiros (as) dos filhos (as) contra o pai.
Apesar de nossa sociedade parecer obcecada e entorpecida pelos cuidados com as crianças e
adolescentes, é bom ressaltar que um bom número de agressões domésticas são cometidos contra os
pais por adolescentes, assim como contra avós pelos netos ou filhos. Dificilmente encontramos
trabalhos nessa área.
Não havendo uma situação de co-dependência do(a) parceiro(a) à situação conflitante do lar, a
violência física pode perpetuar-se mediante ameaças de “ser pior” se a vítima reclamar à
autoridades ou parentes. Essa questão existe na medida em que as autoridades se omitem ou tornam
complicadas as intervenções corretivas.
O abuso do álcool é um forte agravante da violência doméstica física. A Embriagues Patológica é
um estado onde a pessoa que bebe torna-se extremamente agressiva, às vezes nem lembrando com
detalhes o que tenha feito durante essas crises de furor e ira. Nesse caso, além das dificuldades
práticas de coibir a violência, geralmente por omissão das autoridades, ou porque o agressor quando
não bebe “é excelente pessoa”, segundo as próprias esposas, ou porque é o esteio da família e se for
detido todos passarão necessidade, a situação vai persistindo.
Mesmo reconhecendo as terríveis dificuldades práticas de algumas situações, as mulheres vítimas
de violência física podem ter alguma parcela de culpa quando o fato se repete pela 3a vez. Na
primeira ela não sabia que ele era agressivo. A segunda aconteceu porque ela deu uma chance ao
companheiro de corrigir-se, mas, na terceira, é indesculpável.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram agredidas fisicamente por seus parceiros
entre 10% a 34% das mulheres do mundo.
A Violência Psicológica
Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes tão ou mais prejudicial que a física, é
caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições
exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente
causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a autoria dos comportamentos histéricos,
cujo objetivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de atenção, carinho
e de importância. A intenção do(a) agressor(a) histérico(a) é mobilizar outros membros da família,
tendo como chamariz alguma doença, alguma dor, algum problema de saúde, enfim, algum estado
que exija atenção, cuidado, compreensão e tolerância .
É muito importante considerar a violência emocional produzida pelas pessoas de personalidade
histérica, pelo fato dela ser predominantemente encontrada em mulheres, já que, a quase totalidade
dos artigos sobre Violência Doméstica dizem respeito aos homens agredindo mulheres e crianças.
Esse é um lado da violência onde o homem sofre mais.
Outra forma de Violência Emocional é fazer o outro se sentir inferior, dependente, culpado ou
omisso é um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude
com esse objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente certinho, não com o
propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. O agressor com
esse perfil tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente.
Normalmente é o tipo de agressão dissimulada pelo pai em relação aos filhos, quando esses não
estão saindo exatamente do jeito idealizado ou do marido em relação às esposas.
O comportamento de oposição e aversão é mais um tipo de Agressão Emocional. As pessoas que
pretendem agredir se comportam contrariamente àquilo que se espera delas. Demoram no banheiro,
quando percebem alguém esperando que saiam logo, deixam as coisas fora do lugar quando isso é
reprovado, etc.
Até as pequenas coisinhas do dia-a-dia podem servir aos propósitos agressivos, como deixar uma
torneira pingando, apertar o creme dental no meio do tubo e coisas assim. Mas isso não serviria de
agressão se não fossem atitudes reprováveis por alguém da casa, se não fossem intencionais.
Essa atitude de oposição e aversão costuma ser encontrada em maridos que depreciam a comida da
esposa e, por parte da esposa, que, normalmente se aborrecendo com algum sucesso ou admiração
ao marido, ridiculariza e coloca qualquer defeito em tudo que ele faça.
Esses agressores estão sempre a justificar as atitudes de oposição como se fossem totalmente
irrelevantes, como se estivessem corretas, fossem inevitáveis ou não fossem intencionais. “Mas, de
fato a comida estava sem sal… Mas, realmente, fazendo assim fica melhor…” e coisas do gêner .
Entretanto, sabendo que são perfeitamente conhecidos as preferências e estilos de vida dos demais,
atitudes irrelevantes e aparentemente inofensivas podem estar sendo propositadamente agressivas.

As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de utensílios, mobílias e
documentos pessoais também são consideradas violência emocional, pois não houve agressão física
direta. Quando o (a) cônjuge é impedida (a) de sair de casa, ficando trancado (a) em casa também se
constitui em violência psicológica, assim como os casos de controle excessivo (e ilógico) dos gastos
da casa impedindo atitudes corriqueiras, como por exemplo, o uso do telefone.

Violência Sexual

A violência sexual acontece quando a coação se exerce tendo em vista obter a participação em
práticas eróticas. O abuso sexual é todo ato ou jogo sexual entre a criança/adolescente e um familiar
seja ele seu responsável legal ou não podendo também ocorrer entre o homem e mulher ou marido e
a esposa. É considerado abuso sexual a apresentação de material pornográfico, uso de linguagem
erotizada, carícias nos genitais e relações orais, anais e vaginais.
É muito maior do que se pode imaginar, o número de crianças e adolescentes que sofre abuso sexual
dentro de suas casas. Pesquisas apontam que em 70% dos casos registrados, o agressor é o pai ou
padrasto da vítima. Os estudos mostram também que a violência sexual ocorre como decorrência de
um conjunto de circunstâncias que uma vez configuradas, determinam à situação de abuso.
Quando o abuso sexual acontece e é descoberto pela família, em razão do desconforto social que
este fato pode acarretar, por desfazer o mito do lar seguro, a fim de manter o segredo, as
crianças/adolescentes são privados dos contatos sociais e a família tende cada vez mais, a se fechar.
A única saída das vítimas é o “olhar atento” dos educadores e pessoas que de algum modo, fazem
parte de sua vida fora de casa.
Crianças e adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um vínculo de confiança
com outro adulto. Crianças mais velhas e adolescentes tendem a fazer revelações intencionais. Já as
mais novas, são incapazes de verbalizar e relatam o abuso, através de sinais.
Na violência sexual doméstica, as agressões ocorrem no território físico e simbólico da estrutura
familiar onde o homem praticamente possui o domínio total. Ela é definida por Deslandes, como:
“Todo ato ou jogo sexual, relação heterossexual ou homossexual cujo agressor esteja em estágio de
desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou o adolescente com o intuito de
estimulá-las sexualmente ou utilizá-las para obter satisfação sexual”.
No espaço doméstico, por um processo de domínio e poder estabelecido pelas regras sociais,
agressores com laços consangüíneos ou de parentescos perpetram o tipo de violência sexual
chamada de intrafamiliar.
Na violência sexual intrafamiliar, a criança ou adolescente do sexo feminino se mostra como vítima
preferencial dos agressores sexuais, encontrando-se inserida numa estrutura na qual sofre relações
de poder expressas por um lado pela capacidade física, mental e social do agressor, e por outro, pela
sua imaturidade, submissão à autoridade paterna e dos mais velhos, e à desigualdade de gênero.
Mesmo que nas agressões exista o exercício de poder e domínio, as situações de violência sexual
intrafamiliar originam-se da utilização irresponsável de condições como as diferenças físicas e de
idade, do grau de maturidade psicológica, da capacidade social e das razões que motivam a agressão
em termos interpessoais. Por essas características, a violência sexual abrange o campo da moral e da
proteção aos direitos humanos e sexuais, já que ela compromete o crescimento e desenvolvimento
de crianças e adolescentes, produzindo seqüelas e uma matriz reprodutora que insere futuros
agressores no círculo da violência.
Tipos De Violência Sexual

A violência sexual pode ser evidenciada sob varias formas e apresenta maneiras diferenciadas de
expressão, tais como: estupro, incesto, atentado violento ao pudor, abuso sexual e exploração sexual
comercial (prostituição).

O Abuso Sexual
Abusar é precisamente ultrapassar limites, podendo ainda ter o abuso de poder ou de astúcia, abusar
na confiança, da lealdade, o que significa que houve uma intenção e que as premeditações estão
presentes.
O abuso sexual é o caso de um individuo ser submetido por outro individuo para obter gratificação
sexual. Envolve o emprego, uso, persuasão, indução, coerção ou qualquer experiência sexual que
interfira na saúde do individuo incluindo componentes físicos, verbais e emocionais.
A OMS considera o abuso sexual como um fenômeno de maus-tratos na infância e na adolescência,
definindo essa violência da seguinte maneira:
“A exploração sexual de uma criança implica que esta vitima de uma pessoa sensivelmente mais
idosa do que ela com a finalidade de satisfação sexual desta”. O crime pode assumir diversas
formas: ligações telefônicas ou obscenas, ofensa ao pudor e voyeurismo, imagens pornográficas,
relações ou tentativas de relações sexuais, incesto ou prostituição de menores. ’
Na realidade, devemos sempre considerar que se trata de atividades sexuais inadequadas para a
idade e o desenvolvimento da criança ou do adolescente, sendo sempre impostas por coerção,
violência ou sedução, ou que transgridem os tabus sociais.
Violência Verbal
A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até em pessoas que permanecem em
silêncio. O agressor verbal, vendo que um comentário ou argumento é esperado para o momento, se
cala, emudece e, evidentemente, esse silêncio machuca mais do que se tivesse falado alguma coisa.
Nesses casos a arte do agressor está, exatamente, em demonstrar que tem algo a dizer e não diz.
Aparenta estar doente, mas não se queixa, mostra estar contrariado, “fica bicudo”, mas não fala, e
assim por diante . Ainda agrava a agressão quando atribui a si a qualidade de “estar quietinho em
seu canto”, de não se queixar de nada, causando maior sentimento de culpa nos demais.
A violência verbal normalmente se dá concomitante à violência psicológica. Alguns agressores
verbais dirigem sua artilharia contra outros membros da família, incluindo momentos quando estes
estão na presença de outras pessoas estranhas ao lar. Em decorrência de sua menor força física e da
expectativa da sociedade em relação à violência masculina, a mulher tende a se especializar na
violência verbal mas, de fato, esse tipo de violência não é monopólio das mulheres.
Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos e conflitos, algumas
pessoas se utilizam da violência verbal infernizando a vida de outras, querendo ouvir,
obsessivamente, confissões de coisas que não fizeram. Atravessam noites nessa tortura verbal sem
fim. “Você tem outra (o) … você olhou para fulana (o) … confesse, você queria ter ficado com ela
(e)” e todo tido de questionamento, normalmente argumentados sob o rótulo de um relacionamento
que deveria se basear na verdade, ou coisa assim.
Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação da família e do trabalho do
outro. Um outro tipo de violência verbal e psicológica diz respeito às ofensas morais. Maridos e
esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que o outro tem amantes. Muitas vezes a
intenção dessas acusações é mobilizar emocionalmente o (a) outro(a), fazê-lo (a) sentir diminuído
(a). O mesmo peso de agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do
(a) cônjuge.

As causas mais comuns que levam a violência doméstica

A violência doméstica possui diferentes causas, tanto que ela não escolhe gênero, idade, classe
social, etnia ou características físicas.

Bebidas Alcoólicas e Uso de Drogas


Bebidas alcoólicas e drogas não causam, por si só, a violência doméstica. Essas substâncias são, na
verdade, facilitadoras para que ela ocorra.
Álcool e drogas não são responsáveis por qualquer violência, pois um cidadão que se encontra
embriagado e agride sua mulher, por exemplo, não realiza outros atos considerados prejudiciais a si
próprio. Ele não rasga dinheiro, ou quebra os seu bens – o que prova que ele está ciente do que é
certo e errado fazer.
Não estamos aqui julgando cidadãos que utilizam substâncias ilícitas, ou afirmando que este ato é
fruto de uma escolha consciente e particular. São muitos os motivos que levam um indivíduo a
utilizar essas substâncias, e estamos aqui simplesmente trazendo que essa prática impacta
fortemente nos índices elevados de violência doméstica.

Ciúmes
O ciúme é um dos principais motivos alegados por agressores(as) em casos de violência doméstica
e um dos motivos que mais aparecem em processos judiciais sobre a violência doméstica.
A raiz deste problema está na estrutura da sociedade –as pessoas de uma relação conjugal acham, na
sua grande maioria, que são donas umas das outras. É possível perceber o quão real é esta afirmação
quando notamos que uma das frases mais comuns nos processos judiciais são “se ela (vítima) não
for minha, não será de mais ninguém”.
Desemprego e problemas financeiros
O desemprego e os problemas financeiros são também causas que levam à violência doméstica.
Prblemas financeiros levam a pessoa, muitas vezes, a um desequilíbrio emocional enorme, fazendo
com que alguns indivíduos que já estariam propensos a praticarem violência doméstica, de fato
pratiquem.

Problemas familiares
Entre as causas mais comuns que levam a violência doméstica, não podemos deixar de fora
problemas familiares em geral. Estes podem ser simples discordância quanto a escola dos filhos, a
falta de respeito, até a não aceitação de uma separação, de uma mudança na rotina, entre outros.

Consequências da Violência Doméstica


As lesões físicas como os ferimentos, ossos partidos e hemorragias e lesões dos órgãos internos são
as consequências mais evidentes e diretas da violência doméstica. Em alguns casos mais graves de
violência física, pode acontecer a morte da vítima.
Outras consequências são, entre outros, depressão, perturbações de ansiedade e de pânico, abuso de
álcool e drogas, cefaleias, problemas psíquicos,e até mesmo o suicídio. A longo prazo, e se
praticada de forma repetida, pode originar diverso tipo de doenças. Alguns exemplos são as doenças
do foro gasto-intestinal, doenças inflamatórias, dor pélvica, etc.

Método de intervenção sobre a Violência Doméstica


Os método de intervenção sobre a violência doméstica pode ser acolhimento e estabelecimento de
uma relação de confiança com a vítima. Como exemplo refere a intervenção em grupo como forma
eficaz de sensação de acolhimento. É também importante que se accionem outras organizações
comunitárias com vista a implementar a promoção da saúde junto destas pessoas. Incluem-se nestas
organizações as escolas, igrejas, polícia, associações e grupos de auto-ajuda de mulheres.
Hoje em dia existem programas de apoio à vítima de violência doméstica, que maioritariamente
recebem mulheres com queixas e marcas de agressões físicas.
Principais Causas da Violência Doméstica em Angola

1.1 O uso excessivo de bebidas alcoólicas

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas tem sido a principal causa dos casos de violência
doméstica ocorridos em Angola, declarou em Luanda a ministra da Família e Promoção da Mulher.
Em declarações à agência angolana de notícias (ANGOP), à margem dum "Workshop sobre o
Combate ao Consumo Excessivo de Bebidas Alcoólicas", a governante fez saber que casos de
abusos sexuais a menores, conflitos nos lares, homicídios, entre outros actos criminosos são, na sua
maioria, motivados pelo "uso exagerado de bebidas alcoólicas".
"O fenómeno do alcoolismo tem causado consequências drásticas na nossa sociedade, dando origem
a casos de maridos que matam mulheres, mulheres a matarem maridos, filhos a matarem pais, fatos
que estão a causar desintegração das famílias e a influenciarem negativamente no processo de
desenvolvimento do país", frisou.
Ela aconselhou igualmente as famílias a procuram sempre as instituições especializadas, para
aconselhamentos dos casais, visando diminuir o impacto da violência baseada no género na
sociedade.

1.2 Apobreza social e a falta de diálogo familiar

Segundo a deputada Maria Mpava Medina para resolver essa situação e conseguir harmonia
familiar deve-se fazer questão de garantir a educação, sensibilização e formação das pessoas.
De acordo com estimados, ao menos um terço dos 16 milhões de habitantes de Angola padecem
pobreza.
Defendeu, por outra parte, que as vítimas conheçam quais são seus direitos e saibam para onde se
dirigir para fazer valer suas demandas. Por outro lado, disse ser também importante que os
agressores no seio dos lares sejam reeducados pela sociedade.
Em Angola, País que vive hoje imerso em um intenso período de reconstrução nacional, muitos
admitem que as mulheres são ainda vítimas da violência intrafamiliar e sofrem desigualdades nas
oportunidades de emprego.

1.3 Situação Jurídica da Violência Doméstica

O ordenamento jurídico angolano passa a incorporar, depois da competente promulgação, a prática


da violência doméstica como crime público, na sequência da aprovação, pela Assembleia Nacional,
da "Lei Contra a Violência Doméstica".
A lei que tipifica os casos de violência dentro do lar como um crime público resulta da adequação
da proposta do Executivo às recomendações sugeridas pelos parlamentares aquando da sua
discussão na especialidade no dia 13 de Janeiro de 2011.
Naquele data os deputados sugeriram a conformação da proposta de lei aos princípios e garantias
jurídico criminal, conciliação e coesão familiar, a reinserção e protecção da vítima e do agente do
crime, bem como da oportunidade de sancionar e responsabilizar os actos que atentem contra a
mulher grávida e outras práticas que atentem contra a dignidade humana.

Nesse âmbito, a adequação procurou delimitar o objecto, bem como ampliar o espectro da lei, com
o intuito de dar resposta célere à realidade social actual, de forma a evitar qualquer atentado aos
direitos, liberdades e garantias fundamentais das pessoas.
Nessa perspectiva, foi aclarado o conceito de violência doméstica, suas manifestações no seio
familiar, patrimonial, sexual, físico e psicológico, bem o impacto na sociedade. O diploma adopta
um conjunto de medidas de apoio e protecção da vítima e do agente entre os quais se destaca a
possibilidade de encaminhamento para espaços de abrigo, sempre que a gravidade da situação
determine, a restrição de contactos entre a vítima e o agente do crime, quando a segurança da vítima
ou interesse processual se imponha.
Insere-se nesse âmbito a prestação de apoios gratuitos, entre os quais o psicológico, social, médico e
jurídico, bem como a consagração do estatuto de vítima para efeitos legais.
No domínio da responsabilidade criminal evita-se a duplicação de preceitos penais no ordenamento
jurídico angolano e são criados novas tipificações penais públicas e as respectivas sanções, tais
como a ofensa à integridade física ou psicológica grave e irreversível, a falta de prestação de
alimentos à criança e de assistência devida à mulher grávida.

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