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Unidade Curricular: Ética e Cidadania

1ºano de Licenciatura de Gerontologia Social (1ºsemestre)

Docente: Sónia Costa

Discente: João Pedro Tavares Batista Nº2020142113

Reflexão crítica sobre um tema livre/ problema da atualidade

Violência no namoro
No âmbito da unidade curricular de Ética e Cidadania lecionada pela
professora Sónia Costa, foi-nos proposto o desenvolvimento de uma reflexão
crítica sobre um tema/problema da atualidade, à nossa escolha. Ao pensar
sobre este assunto deparei-me com um, que na minha opinião, continua a ser
um problema atual. A meu ver, o tema violência no namoro é um tema muito
presente na sociedade atual, pois tanto este tipo de violência como todos os
outros são um pouco desvalorizados pela sociedade.
A violência caracteriza-se pelo uso intencional da força ou poder, em
forma de ameaça ou ato concretizado, contra outra pessoa, podendo resultar
em ferimentos, danos psicológicos ou até mesmo morte.
Infelizmente, cada vez mais nos dias de hoje nos deparamos com
situações de violência no namoro. Esta acontece quando o(a) nosso(a)
parceiro(a) nos magoa, exerce poder ou controlo sobre nós.
Sendo assim, a violência no namoro pode ser definida como a prática ou
ameaça de um ato de agressão num casal de namorados, do mesmo sexo ou
do sexo oposto. Normalmente este tipo de violência ocorre por parte do rapaz
sobre a rapariga.
Segundo a Ordem dos Psicólogs Portugueses, existem várias formas de
violência no namoro, tais como: a violência física, violência social, violência
digital, violência financeira, violência sexual, violência psicológica e a violência
verbal.
A violência física é a mais usada e ocorre quando o agressor utiliza o
abuso físico para exercer superioridade, ou seja, “mostrar que manda”. Agride
a vítima com pontapés, chapadas na cara, empurrões. Se ninguém impedir,
estas agressões vão sendo cada vez mais fortes.
A violência social, define-se por controlar a vida social, como por
exemplo, impedir o contacto com familiares, amigos, o controlo de chamadas
telefónicas e redes sociais.
A violência digital relaciona-se diretamente com as redes sociais, ou
seja, quando o agressor controla tudo aquilo que a vítima faz nas redes sociais.
A violência financeira ocorre quando o agressor controla o dinheiro da
vítima sem a sua autorização, ou seja, controlar o ordenado e exigir a
justificação de gastos realizados.
A violência sexual caracteriza-se pela execução de comportamentos
sexuais, sem o consentimento de ambas as partes.
A violência psicológica acontece quando o agressor controla
obcecadamente a vítima, podendo isolá-la, persegui-la, ameaça-la e também
tentar humilhá-la perante os seus amigos.
A violência verbal vai de encontro, em alguns pontos, com a violência
psicológica. Uma vez que o agressor é capaz de rebaixar e destruir a
estabilidade da vítima: humilhando-a, usando palavras fortes, julgando-a e
criticando-a.
Todas estas formas de violência têm como objetivo magoar, humilhar e
controlar o outro. A violência não é uma forma de expressar amor por outra
pessoa, quando alguém escolhe uma pessoa para namorar, será para passar
bons momentos com essa mesma pessoa, mas muitas vezes essa pessoa que
já vem com a intenção de fazer mal. O que acontece em alguns casos, é que a
vítima tem receio de pedir ajuda a alguém, com medo que o parceiro descubra
e a magoe ainda mais, por vezes, esta também pensa que é culpada, e desta
forma “desculpa” o agressor. Nestes casos quando a vitima se acha culpada
por sofrer de violência, esta tem uma baixa autoestima. Se ela não denuncia o
agressor, todos os que têm conhecimento da situação o devem fazer.
Este tipo de violência pode trazer varias consequências, dependendo
também do tempo da relação e da sua intensidade, desde ansiedade,
nervosismo, sentimento de culpa, baixa-autoestima, isolamento, baixo
rendimento ou abandono escolar, medo, entre outras. A estas consequências
acresce uma outra preocupação, a forte probabilidade de estas vítimas se
tronarem vítimas de violência domestica no futuro.
Relativamente a dados estatíscos, foi realizado um estudo nacional
sobre a voilência no namoro 2020 no âmbito do projeto ART’THEMIS+ Jovens
Protagonistas na Prevenção e na Igualdade de Género da UMAR. Este estudo
concluiu que  58% de jovens que namoram ou já namoraram reportam já ter
sofrido pelo menos uma forma de violência por parte de atual ou ex-
companheiro/a; e 67% de jovens consideram como natural algum dos
comportamentos de violência. Como podemos verificar estamos perante
valores muito altos. Se existem problemas na relação devem-se resolver a falar
e não utilizando a violência.
Nos últimos anos, a violência no namoro tem sido um tema de grandes
desenvolvimentos investigacionais, e assim sendo, são cada vez mais os
métodos de prevenção deste problema social, no entanto parece ainda não ser
suficiente.
Na minha opinião, muitas das vezes o agressor age de forma violenta
com a vítima, devido a situações que presenciou durante o seu crescimento por
exemplo: pode ter crescido num ambiente em que um dos pais sofria de
violência doméstica. Estas situações podem influenciar a personalidade do
agressor, que vão passando de geração para geração, contudo não são de
forma alguma, justificação para qualquer ato de violência.
Muitas das vezes as vítimas são “compradas” por parte do agressor,
pois este oferece-lhes presentes para que elas o possam perdoar. Não existe
desculpa possível para perdoar a violência seja de que forma for.
Consegui aprofundar e criar uma opinião mais densa à cerca deste
tema- Violência no namoro. Na minha opinião, ao primeiro sinal de violência
deve colocar-se um ponto final na relação. Se o agressor agride a vítima pela
primeira vez e vê que ela dá o seu lado fraco, este provavelmente vai continuar
com as agressões podendo até aumentá-las ao longo do tempo. A vítima deve
fazer queixa e não ter vergonha de se revelar, para se ajudar a si mas também
para prevenir que outras pessoas sejam também vítimas.
Numa relação saudável é suposto existir um equilíbrio, ambos os
parceiros têm que tratar e serem tratados de forma igual, com os mesmos
direitos, quando isto não acontece não é considerada uma relação saudável,
nem tão pouco amor.

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