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Violência Doméstica

O tema que escolhemos foi a Violência Doméstica, é um comportamento violento continuando ou de


controle excessivo sobre a vítima, sendo exercida de forma direta e indireta sobre qualquer pessoa que
habite, ou mesmo não habitando com o agressor, seja companheiro, ex-companheiro ou familiar.

A Violência Doméstica funciona como um sistema circular, o chamado círculo da violência doméstica,
este ciclo caracteriza se pela sua repetição sucessiva ao longo de meses ou anos: 

1. aumento de tensão: as tensões acumuladas no quotidiano, as injúrias e as ameaças tecidas pelo


agressor, criam, na vítima, uma sensação de perigo iminente.

2. ataque violento: o agressor maltrata física e psicologicamente a vítima; estes maus-tratos tendem a
escalar na sua frequência e intensidade.

3. lua-de-mel: o agressor envolve agora a vítima de carinho e atenções, desculpando-se pelas


agressões e prometendo mudar (nunca mais voltará a exercer violência).

Desde os primórdios da humanidade, há uma forte cultura em várias sociedades que privilegia os
homens, colocando-os nos espaços do poder. Essa desigualdade de gênero estrutural, essa  cultura
que trata com desigualdade as mulheres por seu gênero, é a principal causa da violência contra a
mulher. A violência doméstica é um grave problema social que afeta muitas pessoas no mundo,
independentemente da idade, do gênero. É um fenômeno complexo que ocorre em diferentes formas e
níveis, incluindo abuso emocional, físico, sexual e financeiro. Além disso, o isolamento social em que
muitas pessoas se encontram durante uma pandemia pode aumentar a vulnerabilidade de algumas
pessoas a esses tipos de abuso.
Infelizmente, a violência doméstica é um problema ainda da atualidade, apesar dos esforços para
combatê-lo e proteger as vítimas.

Na Idade Média e no século XVI a Violência Doméstica era considerada uma prática comum,
especialmente contra as mulheres. Na época a figura do marido era como o líder da família e muitas
vezes a violência era desculpada como forma de corrigir a esposa desobediente. Além disso, a igreja
católica permitia ao marido castigar fisicamente a sua esposa, logo que não a matassem nem causasse
graves lesões. Os líderes religiosos incentivaram as esposas a apoiar a violência e buscar a
reconciliação.
No século XVI, o marido era  também obrigado a protegê-la e a sustentá-la, além disso podia vir a ser
acusado de abuso e ser castigado. A sociedade destas épocas não viam a violência como um problema
social ou criminal, mas como uma questão privada da família.

 Embora haja hoje uma maior conscientização sobre o tema e uma maior divulgação das ferramentas
de denúncia e apoio, ainda existem muitos casos que não chegam ao conhecimento das autoridades.

Na atualidade, a violência doméstica pode ser caracterizada por diversos comportamentos, desde
agressões físicas e verbais até ameaças, controle financeiro e violência sexual. E isso pode acontecer
em qualquer tipo de relacionamento, seja entre casais heterossexuais, homossexuais, pais e filhos,
entre outros…
É importante ressaltar que a violência doméstica não é uma questão exclusiva de gênero, pois os
homens também podem ser vítimas desse tipo de violência. No entanto, a maior parte das vítimas são
mulheres, o que demonstra a persistência do machismo e da cultura na nossa sociedade. Além disso,
durante a pandemia do covid-19, os casos de violência doméstica aumentaram significativamente no
mundo, já que muitas pessoas ficaram em casa com seus agressores.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima registaram
uma média diária de cerca de 54 casos de violência doméstica.
Nesta imagem podemos observar uma figura feminina sentada no chão com uma feição de medo e de
cansaço. Também podemos observar uma sobra que nos indica ser um agressor
Está imagem representa o que várias pessoas sofrem diariamente, e é um padrão de comportamento
usado por um parceiro para manter o controlo e o poder sobre o outro parceiro.

A peça "A Farsa de Inês Pereira", escrita por Gil Vicente no século XVI, não aborda diretamente o tema
da violência doméstica. No entanto, pode-se interpretar que o tratamento de Brás da Mata com sua
esposa, Inês Pereira, reflete uma relação desigual de poder e uma falta de respeito por parte do marido
em relação à esposa.
Embora a peça seja uma comédia satírica que critica a hipocrisia e a negligência da sociedade
medieval, essa análise da relação entre Brás e Inês pode ser vista como uma crítica implícita à violência
doméstica e às relações abusivas que ainda persistem na sociedade atual. 
A violência doméstica tem sido uma questão presente na sociedade há muito tempo, e infelizmente, a
história de Portugal não é diferente. Embora não haja   registros explícitos sobre a violência doméstica
durante o reinado de Dom João I, as relações familiares eram governadas por leis que muitas vezes
favoreciam os homens e permitiam o controle e a coerção sobre as mulheres e filhos.

As mulheres, em particular, eram frequentemente subjugadas em seus deveres tradicionais na


sociedade portuguesa e eram vistas como propriedades do marido. Em muitos casos, as mulheres eram
compradas de trabalhar fora de casa, eram alvo de violência sexual e abuso físico e psicológico de seus
maridos.

Em suma, a violência doméstica inclui comportamentos que prejudicam fisicamente, despertam medo,
impedem o parceiro de fazer o que ele deseja ou o força a se comportar de uma forma que ele não
deseja.

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