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É verdade que, sob o ponto de vista da origem etimológica do termo, cria-se alguma
uniformidade na significação que se pode atribuir a uma palavra, mas, apesar disto, o
seu conteúdo pode ser divergente, variando no tempo e espaço. torna-se patente a
consideração de que violência não é apenas no sentido de aplicação de força física, mas
também incluem-se neste conceito outras dimensões da vida humana desde que esta
força contrarie a vontade da pessoa violentada e que isto directa ou indirectamente lhe
cause algum prejuízo. Pois, na verdade, a experiência prática e vivencial tem
confirmado que a violência moral e psicológica não é visível, porém, ela é muito mais
grave e traumatizante do que a física. Porque ao contrário desta, aquela é
multidimensional, ataca quase, o homem todo. Ou seja, afecta a auto-estima, a auto
confiança, o orgulho próprio, a emotividade, a dimensão afectiva e por isso, a sua dor é
muito mais profunda.
Tal como no tema anterior, o conceito de violência doméstica não é de fácil definição.
Porque entre os autores aparecem definições díspares sobretudo no que tange aos
elementos que integram este conceito. Assim, Alexander 2 por exemplo defende que a a
violência doméstica inclui o abuso contra mulheres, o abuso de menores, o incesto, a
violação entre os cônjuges, bem como o abuso contra pais, irmãos e outros familiares.
(Alexander 2).
Por sua vez Magalhães, afirma que constitui violência doméstica qualquer forma de
comportamento físico ou emocional, não acidental e inadequado, resultante de
disfunções ou carências nas relações interpessoais, num contexto de uma relação de
dependência por parte da vítima (física, emocional ou psicológico) e de confiança e
poder - arbitrariamente exercido por parte do abusador que, habitando, ou não no
mesmo agregado familiar, seja cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro ou ex-
companheiro/a, ou filho/a, pai, mãe, Avó, Avô, ou outro familiar. (Magalhães).
Para análise deste tema, a nossa grande questão é: Por que razão tem vindo aumentar em
Angola, o número de casos de violência doméstica, frequentemente com vítimas
mortais?
Em terceiro lugar, é preciso ter em conta a influência dos meios de comunicação social.
Os meios de comunicação sobretudo a Televisão, pelo poder da imagem que detém, mas
mesmo a própria rádio pela força informativa e educativa de que é capaz, podem
influenciar negativa ou positivamente a ocorrência de actos de violência doméstica.
CAPÍTULO II
Por outro lado, a violência na família é acautelada pelo próprio sistema de organização
social. Ademais, num caso desta natureza, a vítima não se sente isolada, nem o
problema é simplesmente seu, pois, afecta toda a família e porque todos participam e se
comprometeram com esta união. Daí a solidariedade familiar. Neste caso, a família
alargada conserva uma unidade superior a todas as instituições angolana, porque se
fundamenta numa realidade sagrada. A comunidade de vida encontra a sua estabilidade
numa sólida organização social comunitária, ao mesmo tempo religiosa e económica. O
chefe de família resolve os conflitos e responsabiliza-se pelo bem-estar familiar. A sua
autoridade estende-se ao campo social, político, judicial e religioso.
Este posicionamento tem a sua razão de ser na medida em que por um lado, o valor que
a sociedade actual atribui ao casamento não é como no antigamente. Por outro lado, as
motivações que moviam as pessoas para o casamento ontem não são as mesmas de hoje.
Pois, na actualidade a maior parte das pessoas que se casam principalmente as mulheres
tendem não muito a valorizar as virtudes dos seus futuros noivos com a perspectiva de
um casamento próspero e duradouro, mas são frequentemente movidas principalmente
pelo interesse material, isto é, consideram homem ideal aquele indivíduo que possui
bens económicos.
Na sociedade tradicional angolana, uma das condições para o casamento era a prova de
capacidade de produzir e criar condições para o sustento do futuro lar. Era impensável
casar sem possuir o capital necessário para sustentar uma família. Todos estes
conhecimentos eram fornecidos pela literatura tradicional, sobretudo pela oralidade,
baseada em provérbios e não só.
A violência doméstica pode assumir diversos tipos, incluindo abusos físicos, verbais,
emocionais, económicos, religiosos, reprodutivos e sexuais. Estes abusos podem
assumir de várias formas subtis e coercivas até violação conjugal e abusos físicos
violentos como sufocação, espancamento, mutilação genital feminina e ataques com
ácido que provoquem desfiguração ou morte.
Psicológicas
As teorias que explicam as causas psicológicas da violência doméstica focam-se nos
traços de personalidade e nas características mentais do agressor. Entre os traços de
personalidade associados à violência doméstica estão explosões súbitas de raiva, falta de
capacidade em controlar os impulsos e baixa autoestima.
Sociais
Quando uma pessoa testemunha comportamento violento, está mais suscetível a imitá-
lo. A probabilidade de o agressor manter esse comportamento é maior quando
existe reforço positivo ou quando não existem consequências negativas e a vítima aceita
submissivamente a violência.
Stresses sociais
A incidência de violência doméstica é maior entre famílias e casais em situação de
precaridade económica. Os stresses sociais, como o desemprego, aumentam a tensão e
os conflitos entre as famílias.
Embora a violência nem sempre seja causada por stresse, algumas pessoas respondem
ao stress de forma violenta. Alguma investigação sugere também que a precaridade e a
incapacidade de sustentar a família diminui a noção de masculinidade de alguns
homens, o que os faz recorrer a misoginia, abuso de substâncias ou crime como forma
de exprimir essa masculinidade. No caso das relações homossexuais,
a homofobia generalizada é um stresse social adicional que contribui para diminuir a
auto-estima e aumentar a ira, tanto no agressor como na vítima.
Relacionamento abusivo
Um relacionamento abusivo é aquele em que um dos membros recorre a estratégias
abusivas de poder e controlo para dominar a relação, como abusos físicos, sexuais,
psicológicos ou económicos. O agressor tenta exercer controlo sobre todos os aspetos da
vida da vítima, incluindo decisões sociais, pessoais, profissionais e financeiras
2.5– CONSEQUÊNCIAS
As Consequências da violência doméstica dependem de diversos factores, do tipo de
violência:
física, psicológica, sexual, económica,
Na maior parte das situações, não há apenas um tipo de violência, podendo acontecer
todos eles em simultâneo.
Da frequência e duração
Da intensidade da gravidade
Quanto mais traumáticas são as agressões e quanto mais graves são as lesões ou danos
provocados, mais profundas serão as suas consequências.
Quanto mais íntima é a relação entre agressor e vítima e quanto maior for a proximidade
relacional, mais graves são as consequências do comportamento agressivo (ex. a
violência pelo marido é mais traumática do que o mesmo tipo de violência realizada por
uma pessoa desconhecida).
Consequências Físicas
São as mais visíveis. Podem originar fracturas, invalidez, deficiências visuais, auditivas,
motoras e até a Morte.
Distúrbios Emocionais
São variados e muitas vezes apontadas pelos agressores como a razão para que eles, se
descontrolem e agridam. Dando afecto:
-Perturbações intelectuais e da memória das vítimas e seus filhos: pesadelos, confusão,
dificuldades de concentração e de memorização de imagem negativa, de fraca de
dependente, de inferior aos outros.
Consequências Financeiras
Consequências Profissionais
Fica quase o difícil acabar com a violência doméstica, desta o governo Angolano tem
adotado medidas para combater a prática da violência.
Muitas vezes as vítimas calam-se por medo, dando mais liberdade ao agressor.
Escolas, Igrejas, Empresas muitas vezes são vistas como uma via aceitável para acabar
com a violência em Angola, delas são centro de ocupações muitas vezes dando
instruções de como viver em sociedade.
1. Aprovar melhores leis. Criar leis e fazer cumprir leis existentes que protegem
as mulheres contra discriminação e violência, incluindo estupro,
espancamento, abuso verbal, mutilação, tortura, assassinatos de “honra” e
tráfico.
2. Educar as meninas. Ressaltar o valor da educação das meninas e da
contribuição das mulheres ao desenvolvimento econômico.
3. Solucionar conflitos de forma pacífica. Promover a resolução de conflitos
incluindo perspectivas de mulheres e meninas.
4. Capacitar mulheres. Fortalecer a capacidade da mulher de ganhar
dinheiro oferecendo treinamento de habilidades.
5. Acabar com o casamento infantil. Sensibilizar a população quanto à violação
de direitos humanos inerentes aos casamentos infantis.
6. Incentivar as mulheres a votar. Conversar sobre o valor do voto feminino
e incentivar as mulheres a se candidatar.
7. Conscientizar sobre a pobreza, especialmente sobre as condições ruins que as
mulheres enfrentam em algumas zonas rurais.
8. Explicar os direitos humanos. Falar às pessoas sobre suas
responsabilidades conforme as leis de direitos humanos nacionais e
internacionais.