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TIAGO MACIEL MAGALHÃES

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


SERVIÇO SOCIAL

MULHER, UMA HISTÓRIA DE SOBREVIVÊNCIA.

Sobral
2021
TIAGO MACIEL MAGALHÃES

MULHER, UMA HISTÓRIA DE SOBREVIVÊNCIA.

Trabalho de Produção Textual apresentado à


Universidade UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção de média semestral nas disciplinas de
Metodologia Científica, Responsabilidade Social e
Ambiental, Homem, Cultura e Sociedade e Psicologia e
Políticas Públicas.

Orientadores: Profª Maria Luzia Mariano


Profº Maurilio Bergamo
P`rofª Maria Gisele de Alencar
Profª Mayra Campos
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................4

3 CONCLUSÃO............................................................................................................9

4 REFERÊNCIAS........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

A humanidade ao longo dos séculos, enfrentou vários problemas,


tais como, guerras, pandemias, revoltas populares, mas nada é tão duradouro
quanto a prática da violência contra a mulher. A sociedade sempre manteve a
mulher com submissão, delegando funções apenas domésticas e maternas,
impedindo-a de qualquer tipo de participação ativa nas decisões e rumos, a violência
praticada contra as mulheres não tem barreiras e nem fronteiras, é uma conduta
entranhada em um machismo cultural da sociedade antiga e moderna, tornando-se
praticamente socializada, muitas vezes imperceptível, as mulheres sofrem a muito
com essa prática abusiva e possessiva, que interferiu e interfere diretamente na vida
política, social e econômica de uma sociedade. Essa violência praticada em sua
grande maioria por companheiros, no meio familiar, dentro de suas casas, gerando
uma sensação de conflito para a mulher, que pelo histórico de submissão e muitas
vezes sem estrutura econômica e social, agregando a isso o vínculo afetivo aos
filhos, se coloca nessa posição desmerecida e não consegue se livrar dessas
amarras.
Diante desse contexto iremos analisar os pontos que culminam
nessa submissão, o que leva a prática dessa violência, o fato motivador desses atos,
pois sim, há formas de se evitar que muitos desses atos violentos aconteçam, e com
a forma correta poderemos, nós como sociedade, desenraizar essa cultura de
submissão e violência, colocando na mão dessas mulheres a sua essência, o amor
e seu poder de luta, juntamente com ações do poder público, fomentando o
cumprimento rígido das leis que protegem as mulheres, para que elas deixem de ser
sobreviventes e passem a ser, em sua maioria, protagonistas, de nossa, da sua
história.
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2 DESENVOLVIMENTO

Desde os tempos antigos a mulher é subjugada, uma prática que se


enraizou em uma cultura machista de dominação, a mulher sempre foi considerada
o sexo frágil, inferior ao homem, por questões naturais como o fato de gerar a vida, a
maternidade colocava a mulher num ciclo vulnerável e por praticamente toda sua
vida, não bastando há a diferença física, biológica, que transforma o homem
fisicamente mais forte, dando-lhe condições de exercer e praticar funções de
predador, de caçador e lutador, colocando a mulher numa posição secundária na
história da sociedade, pois enquanto a mulher pela diferença física ficava “em casa”
o homem saia para caçar, atividade essa, que era bem mais valorizada na
antiguidade, embora as mulheres tivessem participação, para as tribos e
comunidades não era de suma importância para a sobrevivência. Vemos na história
que a mulher nem direito a escolher seu companheiro tinha, geralmente o pai se
incumbia de conseguir um marido para sua filha, não se importando sobre seus
sentimentos, a mulher era tratada como um simples objeto, causando assim uma
relação, em sua grande maioria, sem nenhum afeto e repleta de intolerância e
violência.

Os maus tratos femininos eram muito frequentes, a mulher que


desobedecesse ao marido ou fosse contraria a alguma decisão sofria
punição, o espancamento do marido em relação à esposa era visto com
normalidade, em caso de adultério ele poderia matá-la e não sofreria
punição, pois estava defendendo sua honra. (LEITE e NORONHA, 2015,
p4)

Esse enraizamento cultural machista e violento, por ter sido


adquirido com o passar do tempo, se pode criar uma cultura reversa, criando
possibilidades de amadurecimento de um novo pensar, fomentando uma nova forma
de agir e pensar de nossa sociedade, pois esses atos atingem diretamente a
essência da mulher como ser humano, causando um impacto em todas as áreas de
sua vida, o Brasil, segundo Melo (2018) o Brasil registra uma mulher agredida a
cada quatro minutos e uma morta a cada 8 minutos, números alarmantes.
Como na grande maioria dos casos, a violência contra a mulher,
ocorre em um ambiente familiar com as normas de isolamento social, forçando um
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convívio por mais tempo com os agressores, as mulheres estão sofrendo abusos em
maior escala, a pandemia do novo coronavírus evidenciou uma outra pandemia
obscura, abusos de meninas e mulheres causada por quem deveria amar e
proteger, e isso desestabiliza emocionalmente a mulher lhe causando vários
transtornos psicológicos, interferindo diretamente em sua produtividade laboral, pois
limita as suas qualidades, sempre retraída e violentada em seu ambiente pessoal,
tornando praticamente impossível que a mulher se mantenha focada em seus
trabalhos e atribuições profissionais.
Dessa forma as instituições privadas ou públicas devem manter um
olhar especial para essas mulheres, pois esses fatores externos a empresa, de
violência doméstica, interfere em sua produtividade, e com responsabilidade as
empresas públicas e/ou privadas devem sim ser corresponsáveis em cuidar dessa
problemática, investindo na saúde mental das mulheres, desenvolvendo um setor de
apoio com psicólogos(as), assistentes sociais, para que haja um acompanhamento
e fortalecimento para que essas práticas abusivas sejam denunciadas, em uma
análise produtiva, de desempenho, de observação, pode-se identificar as mulheres
que mais necessitam de atenção nesse quesito, comitantemente a empresa deve ter
uma política de apoio, criação de canais para atendimento para encorajar as
mulheres a denunciar e reportar o problema para a empresa, através de palestras e
constante instigação com meios apropriados e técnicos, tais como mensagens de
apoio contra a violência, para que a mulher encontre apoio para seu problema,
incluindo na pauta do RH o tratar da violência contra a mulher é fato importante.
Paralelamente ao tratamento com a vítima ou possível vítima, há de
se trabalhar o consciente dos trabalhadores masculinos também, da mesma forma,
com um olhar atento e constantes mensagens, sejam com cartazes em locais do
cafezinho, do banheiro, no refeitório, levando para o ambiente corporativo essa
temática que ainda é um tabu na sociedade. Essa prática além de salvar vidas,
melhorará economicamente a empresa, que muito perde com a falta de
produtividade de mulheres vítimas.
Esse tabu de nossa sociedade, vem dos tempos antigos, remontam
estereótipos que foram introduzidos na sociedade ao longo dos séculos e nessa
estereotipização a mulher negra é a mais afetada por essa prática, misturando o
racismo a prática de violência contra a mulher. A imagem da mulher negra, nesse
mundo obscuro, diante de todo o contexto histórico de submissão, escravidão e
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servidão deixa a mulher negra mais vulnerável a esse tipo de prática, meio que essa
contextualização “autoriza“ a prática de violência contra as mulheres negras, que
sofrem abusos de todas as formas, por esses estereótipos criados e enraizados em
nossa sociedade, essa “cultura” que a mulher negra é pra servidão, é forte,
resistente, e sempre forma vítimas de abusos desde a época da escravidão, há
pouco mais de 100 anos atrás, ainda respinga nos dias de hoje. A doutora em
demografia da Unicamp (Universidade de Campinas) Jaqueline Romio, em suas
pesquisas, constatou que há diferenciação na prática da violência contra a mulher
pela sua raça, trazendo particularidades.

Numa categoria de mulher universal [associada à mulher branca], surgiram


tópicos em torno da violência doméstica dentro da conjugalidade, como
brigas de casal, ciúmes e separação. Mas no caso das mulheres negras há
variação de cenários. Elas não eram agredidas só em seu lar, mas também
na rua e na casa de terceiros. Isso demonstra uma grande quantidade de
violações vindas de companheiros e ex-companheiros, mas também de
outros atores como vizinhos, indivíduos das relações de trabalho e um
grande número de desconhecidos. Romio (2009, p.17).

O machismo e racismo são duas forças predatórias que tentam


dizimar a essência da mulher negra, pois em grande maioria são de classe social
baixa, o que gera ainda mais possiblidades de agressões, e a aceitação da
violência, pois em sua maioria a mulher não tem estudo ou profissão, com muitos
filhos e se sujeita a tal situação por um teto e um prato de comida, remetendo-nos a
época da escravidão, essa escravidão moderna impera no meio de nossa
sociedade, e essa pratica foi escancarada com a imersão nesta pandemia, mesmo
sendo algo que venha desde muito antes da COVID-19, a mulher negra, pobre, que
mora nas periferias vive essa realidade há muitos anos, há décadas, há séculos.

As denúncias dessa prática estão aumentando, mas estamos longe de uma


real situação de estagnação de casos, as agressões viraram números, e
agora precisam virar soluções. A mulher negra nasce com dupla carga de
inferioridade em relação ao mundo masculino, que é também
hegemonicamente controlado por brancos. Se ela for pobre, então, essa
mulher será carregada para o fundo da hierarquia social, pois, no sistema
capitalista, como se sabe, o poder se institui não só pela opressão racial e
de gênero, mas sobretudo pelo controle da riqueza.
(BERTH, 2020)

A mulher mesmo com toda essa diferença culturalmente imposta,


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agressões, físicas e morais, lutou e conquistou espaço, o movimento das mulheres


no Brasil é destaque em muitos órgãos internacionais, os movimentos feministas, a
mulher tem um grande poder, pois ela é base, segundo DAVIS (2017), quando a
mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela,
porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde elas se
encontram.
Nosso país não consegue implementar uma política efetiva para a
prevenção do abuso contra a mulher, mesmo sendo um país que tem umas das
melhores leis, Lei Maria da Penha de nº 11.340/206, para defesa da mulher, diga-se
de passagem, criada bem tardia, mas em contrapartida conseguiu agregar os
melhores ´tópicos legislativos, fazendo uma lei bem mais completa para a defesa
das mulheres e isso favoreceu e encorajou muitas mulheres a denunciarem tais
abusos, mas há muitas falhas no quesito prevenção, pois não é um problema
apenas jurídico, mas sim social, e isso engloba o poder público a agir e responder
sobre o problema.
Em meados da década de 1980 as mulheres começam a colher
frutos de suas lutas no Brasil da década de 1970, justamente na década que a ONU
declarou, em 1985, como sendo a década da mulher, o estado de São Paulo criou a
primeira delegacia especializada para a mulher. A violência contra a mulher deve ser
vista como ponto central das políticas de estado, no Brasil, temos uma Política de
Assistência Social, que garante a seguridade social, que tem sua definição explícita
no artigo 194 da Constituição Federal (1988) que diz: “como um conjunto integrado
de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.  E em
seu artigo 203 diz:

A assistência social será prestada a quem dela necessitar,


independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à
velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária;
(Constituição Federal, 1988, artigo 203)
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Essa prerrogativa, acaba com a imaginação de


assistencialismo e institui direitos, a Política de Assistência Social em consonância
com o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), inserindo na agenda política
nacional o enfrentamento a essa situação, sendo instituída no Governo da
presidenta Dilma Rousseff em 2011 a Política Nacional de Enfrentamento a
Violência Contra as Mulheres, buscando a prevenção e assistência as mulheres
vítimas de violência,
A mulher vítima de violência tem o direito de estar protegida
pelo Estado, seguindo as diretrizes citadas, através dessas políticas públicas
adotadas, nesse ponto a Política Nacional de Assistência Social, através do SUAS
materializando na vida do cidadão a teoria do LOAS, fazendo o que tem que ser
feito, conscientizando, protegendo e gerando ações de prevenção com a Política
Nacional de Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres, sendo uma das
principais formas de prevenção e retirada da mulher dessa situação vulnerável é o
Estado investir em educação, pois gera uma sociedade mais crítica, uma sociedade
mais ativa economicamente, trazendo principalmente para a mulher uma perspectiva
não dependente, de um macho provedor, como cursos profissionalizantes,
fomentando essas mulheres a darem o primeiro passo rumo a libertada, atrelado a
isso a conscientização feminina e coletiva para fortalecimento das mulheres e o
desenvolvimento da equidade de gênero para tomar e colocar o poder no universo
feminino, pois apenas a partir do momento que as mulheres se reconhecerem
capazes e merecedoras irá começar uma mudança significativa na vida delas. Muito
se conquistou, mas há muito o que se conquistar.
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.
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3 CONCLUSÃO

Levando-se em consideração esses aspectos, vemos que nossa


sociedade adquiriu essa cultura de violência contra a mulher desde o início da
civilização, essa prática veio se enraizando e tomando proporções absurdas,
desencadeando malefícios físicos, morais, econômicos e sociais.
Verifico que o Assistente Social e as Políticas Públicas da
Assistência Social são de extrema importância para levar a reflexão sobre a
problemática e intervir com ações práticas para que isso ocorra, acredito que nunca
irá cessar essa prática, mas com boas ações, planejamento, podemos, sim, diminuir
drasticamente essa mazela social, que tomou proporções gigantescas com o
isolamento social nesta pandemia.
O que nós, futuros profissionais do Serviço Social, devemos refletir e
questionar é que, será que a impunidade não favorece o crime contra a mulher?
Embora tendo uma Lei específica, a burocratização e a falta de empatia ao
cumprimento, não gera uma sensação de impunidade, culminando em mais
voracidade nesse crime?
Essa leva de conhecimentos e objetivos alcançados me prepara
para cada vez mais buscar aprofundamento nos saberes dessa área e buscar
soluções práticas para os problemas de nossa sociedade.
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REFERÊNCIAS

PRADO, A. Violência doméstica: empresas criam iniciativas para proteger


funcionárias. UOL, São Paulo, 2020. Disponível em:
<https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/08/18/como-as-empresas-estao-
abordando-o-problema-da-violencia-contra-a-mulher.htm> Acesso em: 07/05/2021.

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<https://www.mobiletime.com.br/noticias/01/05/2020/iniciativas-podem-auxiliar-
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BERNARDO, A. Violência doméstica contra a mulher: um problema de saúde


pública. VEJA Saúde, São Paulo, 2020. Disponível em:
<https://saude.abril.com.br/blog/saude-e-pop/violencia-domestica-contra-a-mulher-
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invisível, afirma diretora executiva da ONU Mulheres. Disponível em:
<https://www.onumulheres.org.br/noticias/violencia-contra-as-mulheres-e-meninas-
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06/05/2021

LEITE, R.M e NORONHA, R.M.L. A violência contra a mulher: Herança histórica


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<http://periodicos.urca.br/ojs/index.php/DirDialog/article/download/959/787> Acesso
em: 06/05/2020

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Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-outro-do-outro/> Acesso em:
06/05/2020

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<https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2019-03/mesmo-tardia-
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