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FACULDADES INTEGRADAS DE CACOAL

ALINE DE HOLANDA E. MOREIRA;


JOELMA M. MORIS;
MICHELLY MARQUIOLI;
NATALIA JACOBOWSKI;
ROGER E. C. DE OLIVEIRA;
THAIS MIRANDA.

FEMINICIDIO: SUA HISTÓRIA E CONSEQUÊNCIAS

CACOAL/RO
2022
ALINE DE HOLANDA E. MOREIRA;
JOELMA M. MORIS;
MICHELLY MARQUIOLI;
NATALIA JACOBOWSKI;
ROGER E. C. DE OLIVEIRA;
THAIS MIRANDA.

FEMINICIDIO: SUA HISTÓRIA E CONSEQUÊNCIAS

Trabalho da Disciplina Projeto


Integrador, apresentado à Faculdades
Integradas de Cacoal (UNESC), como
requisito parcial para cumprimento da
Matriz Curricular corrente e aprovação
na disciplina Projeto Integrador: Direito
Internacional e Direitos Humanos.
Professora: Matilde Mendes

CACOAL-RO
2022
RESUMO: O objetivo deste estudo tem como finalidade identificar fatores
associados ao alto índice de feminicídio, evidenciando o histórico Patriarcal e atos
expressivos praticados contra a mulher associado à violência doméstica e familiar no
contexto da pandemia COVID – 19, e danos causados aos familiares das vítimas.
Objetivo Geral: Analisar as vertentes existentes que levam ao feminicídio por “razões
da condição de sexo feminino”, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto
mulher, sua incidência no período de pandemia do COVID-19 e consequências
geradas a família. Objetivos Específicos: •Identificar parte Histórica do Feminicídio:
origem, raízes do Patriarcal; •Analisar Politicas Publicas proativas e repressivas,
bem como se ocorreu o aumento durante a pandemia; •Descrever Estudo de caso –
síntese: Sentença nacional e a corte; •analisar danos causados a família da vítima.

Palavras-chaves: Feminicídio. Violência doméstica. Pandemia. Impactos causados.


Imunidade Parlamentar.

INTRODUÇÃO

O feminicídio é a morte violenta de uma mulher simplesmente pelo fato de ser


mulher. Discutir sobre as mortes de mulheres é responsabilidade de disposição
hipoteticamente real de muita complexidade, na medida em que são tantas as
características frente à mortalidade da violência de gênero, que o campo de estudo
se torna inconstante, mas absolutamente necessário explorar.
Na sociedade brasileira durante muito tempo firmou-se diante da ideologia
patriarcalista, onde o homem prevalecia como centro da família e detentor de todas
as decisões familiares, restando à mulher apenas o papel de cuidar dos filhos, da
casa e do marido, muitas vezes sendo considerada apenas um objeto para
satisfazer os desejos maritais.
Para entender a ocorrência dos feminicídios torna-se fundamental, identificar
às novas formas de renovação do patriarcado, buscando compreender os fatores
ligados a violência doméstica e familiar, e através de detalhadas pesquisas,
reconhecer vários aspectos no que se refere ao feminicídios e reforçar a importância
de identificá-las e compreendê-las.
O objetivo deste trabalho é analisar assassinatos cometidos contra mulheres
no Brasil, buscando compreender os motivos do aumento da taxa de homicídios,
mesmo com a vigência da Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, e
as medidas tomadas pelo Estado brasileiro. Analisar projetos existentes para
garantir a estrutura física e emocional das famílias atingida por esse tipo de crime.
A implementação de políticas públicas de enfrentamento para este tipo de
crime no Brasil, pois o Brasil é signatário da Convenção Interamericana para
Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Doméstica desde 1994, no qual se firmou o
dever de preservar e garantir os direitos humanos das mulheres.

1 FEMINICIDIO E FEMICIDIO: SUAS DIFERENÇAS

Antes de aprofundar-nos no estudo “Feminicídio”, devemos conhecer a


diferença entre os termos “Feminicídio” e “Femicídio”, que se embaralham e são
usados de forma errônea. Feminicídio (espécie) é o homicídio praticado contra a
mulher simplesmente pelo fato da vítima ser do sexo feminino, já o Femicídio
(gênero), nada mais do que o homicídio praticado contra o indivíduo do sexo
feminino de uma maneira genérica. Nesse sentido, adotamos o conceito de
feminicídio descrito por Romero (2014), no qual afirma que o feminicídio é todo e
qualquer ato de violência proveniente da dominação de gênero e que é praticado
contra a mulher, ocasionando sua morte.
A violência imposta às mulheres é observada no decorrer da história da
humanidade e tem seu início com o patriarcado que garantia a dominação do
homem, que determinava o papel de cada gênero em sociedade, violando direitos e
submetendo as mulheres a uma condição de inferioridade em relação aos homens.
Na tentativa de reduzir a violência contra as mulheres, foi criada a Lei do
Feminicídio que entrou em vigência em março de 2015, como uma qualificadora
penal e que reconhece o homicídio de mulheres como crime hediondo, este
resultando de violência doméstica e familiar ou em razão de menosprezo ou
discriminação, conforme a Lei N°13.104, de 9 de março de 2015. Mas ainda restam
questões a serem resolvidas e duvidas a serem respondidas: Como ficam as
“vítimas ocultas?”; o que o Estado tem feito para garantir a qualidade de vida e a
promoção da cidadania dos órfãos?; O que está sendo feito para garantir saúde
mental da família atingida?.
O feminicídio deixa marcas de dor, que segue viva após o assassinato da
mulher. As famílias se veem diante de muitas dificuldades para se reconstruir; o
serviço público, que deveriam ser oferecidos para auxiliar na superação da perda
ainda é muito precário. Talvez com o fortalecimento de políticas públicas de
enfrentamento e diminuição do impacto do feminicídio na sociedade, poderemos
desacelerar essa tragédia social.

1.1 FEMINICÍDIO: ASPECTOS HISTÓRICOS E AUMENTO DURANTE A


PANDEMIA

A violência contra a mulher é um fenômeno histórico, fruto das relações de


desigualdade de gênero, a qual estabelece uma relação de dominação-
subordinação entre homens e mulheres. Narvaz e Koller (2006), mencionam que
Millet (1970) e Scott (1995), definem o patriarcado, como uma forma de organização
social na qual as relações são regidas por dois princípios básicos: as mulheres estão
hierarquicamente subordinadas aos homens e os jovens estão hierarquicamente
subordinados aos homens mais velhos, forma de dominação que ainda se faz
bastante presente na organização social. Uma possibilidade de origem da
dominação e consequente violência contra a mulher é o patriarcado, uma vez que
legitima a superioridade masculina nas relações de gênero. Por sua vez, a violência
de gênero produz e se reproduz nas relações de poder, em que se entrelaçam
homens e mulheres (ARAÚJO; MATIOTTI, 2004).
A violência de gênero é considerada fenômeno próprio das sociedades
patriarcais, é preciso compreendê-las dentro e a partir das desigualdades de raça,
classe e sexualidade, sem classifica-las, já que também é bases estruturantes da
sociedade e encontram-se atadas umas às outras.
Em se tratando das relações de poder entre os gêneros, o patriarcalismo
assenta todas as sociedades, institucionaliza um ciclo de violações e privações, nas
quais as mulheres são submetidas ao longo de toda a vida.
Nessa circunstância se criam dois espaços: o do lar onde a mulher fica com a
obrigação de cuidar do marido e dos filhos e o público que coube ao homem,
colaborando assim para a criação de dois mundos, criando uma separação que
consumou ao homem o espaço da dominação, externo, produtor, o outro da
submissão, interno e reprodutor. O provedor da família e a protetora do lar, cada um
desempenhando sua função conforme Dias (2010).
De acordo com Castells (2010), o patriarcalismo se trata de

Uma das estruturas sobre as quais se contemporâneas. Caracteriza-se pela


autoridade, imposta institucionalmente, do homem sobre a mulher e filhos
no âmbito familiar. Para que essa autoridade possa ser exercida, é filhos no
âmbito familiar. Para que essa autoridade possa ser exercida, é necessário
que o patriarcalismo permeie toda a organização da sociedade, da produção
e do consumo à política, à legislação e à cultura. Os relacionamentos
interpessoais e, consequentemente, a personalidade, também são
marcados pela dominação e violência que têm sua origem na cultura e
instituições do patriarcalismo (CASTELLS, 2010, p. 169).

Segundo Fonseca et al. (2018), a violência contra a mulher ocorre por meio
de uma construção social articulada em um sistema de dominação masculina. Uma
violência observada no decorrer da história da humanidade e,

Tem sua gênese em um modelo construído socialmente que promove a


dominação, determinando os papéis de cada gênero em sociedade, a partir
de representações e comportamentos que devem ser obedecidos,
alicerçado em um sistema que legitima a sujeição do outro. Por
conseguinte, este modelo social implica na violação de direitos, submetendo
as mulheres à uma condição de inferioridade em relação aos homens,
exemplificada através de vários tipos de violência, chegando até a
consumação da morte, o feminicídio (FONSECA et al., 2018, p. 62).

Pouco se sabe sobre o número exato e da ocorrência dessas mortes, mas é


possível afirmar que, ano após ano, muitas mulheres morrem em razão de seu
gênero, isto é, em decorrência da desigualdade de poder, que põe mulheres e
meninas em situação de maior vulnerabilidade e risco social, nas diferentes relações
de que participam nos espaços público e privado (ONU MULHERES, 2014).
A pobreza, a diferença de idade, situação conjugal não formalizada, situações
de desigualdade e discriminação de gênero, privação econômica, masculinidade
agressiva e machista, também são fortemente associados aos fatores que podem
aumentar fragilidade das mulheres de serem mortas pelos seus companheiros
conforme Meneghel e Hirakata (2011).
O feminicídio de acordo com Segato (2006) e Romero (2014) se define quatro
espécies: Feminicídio íntimo; Feminicídio sexual; Feminicídio corporativo;
Feminicídio infantil. Entre as classes mencionadas, a ocorrência mais comum que se
dá, é o crime de feminicídio íntimo, aqueles cometidos por homens com os quais a
vítima possuiu ou possui uma relação, familiar, de convivência.
Em um contexto geral a violência contra a mulher, ocorre em várias áreas e
se manifesta sobre formas e circunstâncias distintas. Violência esta, vindo se
agravar com o surgimento em 2019 do vírus denominado “COVID-19”, gerando uma
grande “pandemia”, assim definido pela OMS em março de 2020.
De acordo com o Ministério da Saúde (2020):

Para impedir a propagação do vírus de forma acelerada, por se tratar de


uma doença sem tratamento até o momento e para evitar a sobrecarga nos
hospitais por falta de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTI), foram
recomendadas várias medidas de saúde e de segurança, dentre essas
medidas o isolamento social (Ministério da Saúde, 2020, p. 02).

Fazendo-se necessárias medidas de prevenção, dentre elas o isolamento


social, com o estabelecimento de trabalho remoto, fechamento temporário de
estabelecimentos, proibição de aglomerações, mudança brusca que gerou uma nova
rotina e ocasionando o aumento de tensão e estresse àqueles que compartilham a
mesma residência, ocasionando assim ambiente favorável à violência contra a
mulher .

1.2 FEMINICIDIOS: LEIS E SUAS APLICAÇÕES

A lei que punia o homicídio praticado contra a mulher por razão da condição
de sexo feminino antes da LEI nº 13.104, não havia nada de especial. Dizendo em
outras palavras o FEMINICIDIO era punido, de forma genérica, como sendo um
simples homicídio previsto na Lei 121 do código Penal, em depender do caso
concreto poderia até ser enquadro como sendo Homicídio qualificado que podemos
encontrar no inciso 2º desse mesmo artigo, onde os parágrafos II ou IV desse
mesmo inciso podem ser utilizados; Homicídio qualificado:
§ 2° Se o homicídio é cometido:
II – por motivo fútil;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso
que dificulte ou torne impossível à defesa do ofendido; (art. 121, 2º, do CP).

Mas, no entanto não existia previsão de uma maior pena. A Lei nº. 13.104/2015 veio
alterar esse panorama e previu expressamente que o feminicidio deve ser punido
como homicídio qualificado, bem como o incluiu no rol dos crimes hediondos.
Portanto foi acrescentado também ao artigo 121 do CP no paragrafo 2º o inciso VI,
para tratar do FEMINICIDIO. Com pena de reclusão de 12 a 30 anos, sendo sujeito
ativo, qualquer pessoa e passivo obrigatoriamente uma pessoa do sexo feminino.
No Decreto-Lei no 2.848, art. 129 do Código Penal prevê também causas de
aumento de pena exclusivas para o feminicídio. § 7º ao § 12. No qual a pena do
feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
durante a gestação ou após 3 meses de ter tido filho, contra pessoa menor de 14,
maior de 60 ou com deficiência; na presença de descendente ou de ascendente da
vítima. A lei entrou em vigor no dia 09/03/2015 é mais gravosa e, por isso, não tem
efeitos retroativos,
Muitos irão dizer: mas a Lei Maria da Penha já não punia isso?
E a resposta é não, a lei Maria da Penha traz um rol de crimes em seu texto,
no qual o objetivo foi exposto regras processuais para proteger a mulher vítima de
violência doméstica, mas sem tipificar novas condutas, salvo apenas uma pequena
alteração feita no artigo 129 do código penal. Mas as medidas protetivas da Lei
Maria da Penha poderão ser aplicadas a vitima de feminicidio, desde que na
modalidade tentada, pois as vitimas precisaram de maior proteção.
Outras interrogações poderão surgir, agora sobre as relações
HOMOAFETIVAS, que podemos dize quando a homicídio em que uma mulher mata
sua companheira, poderá haver FEMINICIDIO, se o crime for em razão da condição
de sexo feminino. No caso de relação entre dois homens, continuará sendo
homicídio, obviamente.
No entanto existe a questão da pessoa transexual que possui a certeza de
pertencer ao sexo oposto ao inscrito em seu registro. Em uma visão atual podemos
dizer ser um corpo, com biótipo diferente da sua orientação sexual.
Portanto, para os efeitos penais da qualificadora, “entendemos ser
perfeitamente possível figurar o transexual como vítima do feminicídio, desde que
alterado suas características mediante cirurgia alterando sua identidade civil”,
FRAGOSO (1979).

2 VITIMAS INDIRETAS- DANOS FAMILIAR

Esse processo de violência que se consuma com assassinato de uma mulher


por motivo de gênero, tem deixado milhares de órfãos no Brasil, muitas vezes
invisíveis ao Estado. O feminicídio não é um fato isolado, mas o final critico de uma
etapa, sendo essa uma das faces que mais causam preocupações, pois carrega
consigo outro elemento preocupante, as vítimas indiretas: crianças e jovens órfãos.
São crianças e adolescentes privados da convivência da mãe pelo pai;
padrasto ou outro agressor, passando a ser criados por parentes ou instituições, e
carregam com sigo os efeitos desse trauma no decorrer de suas vidas, pois
inúmeras vezes, crianças e adolescentes presenciam a morte das mães. No
contexto familiar a violência é reconhecida como um problema social grave, crianças
e adolescentes naturais das famílias em que ocorre esta violência são muitas vezes
vítimas invisíveis, sofrendo em silêncio, comprometendo a curto e a longo prazo a
sua saúde mental, o seu desenvolvimento e o seu futuro.
Em muitos casos, a violência nas relações intrafamiliares revela a
perpetuação do ciclo da violência, ou seja, os adultos reproduzem a violência vivida
em sua própria infância, enquanto as crianças são socializadas para no futuro
utilizarem a violência como estratégia de enfrentamento de seus conflitos e
dificuldades (MOREIRA e SOUSA, 2012).
A psicóloga infantil Tauane Gehn em uma entrevista publicada no jornal O
Estado de S. Paulo, em 31 de agosto de 2018, avalia que, nesses casos, o filho
precisa lidar não apenas com a perda materna, mas com a vivência de um episódio
de violência. A situação desencadeia uma série de sintomas, entre os quais
flashbacks do evento traumático, pesadelos, estado constante de alerta, sentimentos
de raiva e impotência. Ainda, segundo o texto, em algumas situações, o evento pode
desencadear alguma psicopatologia, como transtorno de estresse pós-traumático.
Além disso, o desenvolvimento da identidade da criança pode ficar comprometido
após o episódio de violência.
No âmbito familiar a violência tende a influenciar todos os membros da
família, seja de forma direta, quanto indireta, podendo causar consequências a
curto, médio e longo prazo. Crianças e adolescentes que vivenciam violência familiar
tendem a ser repetida na fase adulta, fenômeno conhecido como Transmissão
Intergeracional de Violência (TIV). Em um processo de aprendizagem com base na
imitação de modelos existe a tendência de que as crianças criadas em uma casa
violenta podem a reproduzir futuramente esse tipo de comportamento. As violências
repercutem na vida social de todos os órfãos do feminicídio e dos cidadãos.
Por isso, mostra-se tão necessária a criação de uma rede de atendimento
adequada, com ações que ajudem a quebrar esse ciclo de violência. Interromper
esse círculo vicioso não é simples, além das ações que visam a impedir a
impunidade de qualquer violência cometida no âmbito familiar, é necessário que
sejam elaboradas ações de redes de proteção social, tendo em vista o apoio
psicossocial às famílias, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade.

Em ambientes em que a violência é comum, as pessoas naturalizam seu


uso, desde que determinadas regras sejam respeitadas, e interiorizam os
valores que fazem isso possível. Assim, a legitimidade social oferecida a
certos atos de violência funciona de forma independente dos códigos
formais ou penais. (CANO,2007, p. 43)

Ainda é limitado o material que detalhe a análise do problema dos órfãos da


violência doméstica, pesquisa realizada por Almeida (2016) revela como é difícil
para órfãos falar da morte da mãe e que mecanismos utilizados para guardar em
uma “caixinha” distante da memória são comuns para evitar o estigma de muitos
jovens por terem crescido em abrigos, ou seja, sem família.
Uma rede de apoio social pode favorecer a ativação dos recursos pessoais da
criança para o embate dos impasses estressantes. A rede de apoio envolve todos os
recursos sociais disponíveis ao indivíduo e no seu meio social, incluindo a família, a
escola e as instituições com as quais tem contato, salientando-se no suporte direto
de pessoas e na ação institucional mediada por políticas e programas públicos ; além
de acompanhamento psicológicos, a criação de projetos de lei em que sejam
designados recursos financeiros as famílias envolvidas, para que tenham suporte
para a criação dos órfãos.

3 JULGADO: CASO MÁRCIA BARBOSA

A Corte Interamericana de Direitos Humanos em 7 de setembro de 2021,


promulga internacionalmente o Brasil culpado pelo feminicídio de Márcia Barbosa de
Souza cometido por um parlamentar que se favoreceu indevidamente de sua
imunidade parlamentar, para não ser incriminado. Apesar de não ser a primeira vez
que a Corte IDH julga Estados partes da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos por feminicídio realizados por particulares, é uma jurisprudência que
oferece informações sobre as adversidades ao Estado que deixa de executar o
devido cuidado para investigar e punir a violência contra a mulher, em decorrência
da execução inadequada de imunidade parlamentar.
No caso especifico de Márcia Barbosa assassinada pelo então deputado
estadual Aécio Pereira de Lima, não pode ser analisado os direitos cuja violação não
se protraía no tempo, como é o caso dos direitos às garantias judiciais e a igualdade
perante a lei, no entanto ficando de fora o direito à vida de Márcia, pois tal crime
ocorreu em data anterior ao reconhecimento da competência obrigatória da Corte
IDH pelo Estado brasileiro, que se realizou em 10 de dezembro de 1998, entretanto
foi considerado o direito à integridade pessoal dos pais dela. Isso, como
consequência da aplicação inadequada da imunidade parlamentar em benefício do
principal responsável pelo homicídio, da falta de diligência adequada nas
investigações realizadas sobre os fatos, do caráter discriminatório em razão de
gênero de tais investigações, assim como da violação do prazo razoável. Conforme
informações disponíveis no site da oas.org/pt/cidh, em 2 de junho de 2022.
Ao reconhecer a competência contenciosa da Corte, o Brasil atribuiu à
mesma, a competência de operar diante de casos em que ele faz parte e que
demande matérias relacionadas à violação de direitos humanos, em atributo da
execução e da garantia dos que vem legitimado pela Convenção Americana, o que
origina na responsabilização internacional deste Estado. Assim sendo, quando o
Brasil não cumpre com o dever consagrado pelo artigo 5º, §2º da Constituição
Federal de 1988, violando as normas protetivas de Direitos humanos previstas
internacionalmente (MOREIRA, 2015).
A Corte realizou audiência de instrução do caso Márcia Barbosa vs Brasil no
início de 2021, o primeiro precedente da Corte IDH, que tratará do instituto das
imunidades parlamentar em relação a proteção dos direitos humanos.
Dualidades entre direitos humanos e imunidades parlamentares que vivem
em simultânea harmonia, onde são examinados com ponderações. As imunidades
foram protegidas pelo constitucionalismo como decorrente da divisão dos poderes,
visando proporcionar aos órgãos legislativos maior liberdade para o exercício de
suas funções, tendo em pauta a necessidade de equilibrar o Estado de Direito.
Imunidades essas de guarida a atuação parlamentar e de garantia ao livre
funcionamento do parlamento.
Nessa perspectiva, o habito brasileiro protegeu o instituto, com
desdobramentos mais ou menos democráticos. Todavia, percebe-se cada vez mais
aversão e questionamento de tais privilégios, uma vez que essas prerrogativas
podem ser entendidas como vantagens, quando mal aplicadas e interpretadas.
A imunidade formal concernente à proteção do parlamentar de prisão ou
processamento salvo em caso de flagrante crime inafiançável e de ser processado
criminalmente, se pela deliberação da suspensão do processo pela maioria dos
membros da respectiva casa. A redação original da Constituição brasileira, no
parágrafo primeiro do artigo 53, previa-se a impossibilidade de que membros do
Congresso Nacional fossem presos após a expedição do diploma excetuando-se
flagrante de crime inafiançável, tampouco processado criminalmente, sem a prévia
licença da sua casa. Destarte, o parágrafo segundo do mesmo artigo ditava que o
indeferimento do pedido de licença ou a ausência de deliberação suspendia a
prescrição enquanto durasse o mandato. (CF, artigo 53, parágrafos 2º e 3º),
Alterando a redação do artigo 53 da Constituição Federal, veio a emenda
constitucional n° 35/01, mantendo a imunidade formal em relação à prisão e alterou
consideravelmente, no aspecto normativo, a imunidade processual: de licença para
processamento, passou-se à eventual suspensão pela casa. Entretanto, na área do
conhecimento, ficou ainda, abaixo de que se esperava já que o exercício de função
pública não pode ser argumento suficiente para isentar responsabilidades.
FACHIN defende que: “No desenho constitucional das imunidades, o instituto
da imunidade deve estar a serviço da instituição (Poder legislativo), e não em
benefício pessoal dos parlamentares.” (FACHIN,2021).

Sobretudo quando estamos diante de graves violações de direitos humanos,


é fundamental rigor na aplicação do instituto das imunidades parlamentares
em relação à atividade legiferante: de modo direito, no desempenho de
funções típicas institucionais, ou de modo indireto, no caso de crime
imputado à parlamentar por motivações políticas decorrentes de sua
atividade parlamentar. Destarte, a aplicação das imunidades necessita levar
em conta os seguintes standards: 1) aos indícios envolvidos na prática
delitiva em comento, sobretudo com relação fatos graves desconexos com à
atuação parlamentar. Em especial quando se tratar de delitos envolvendo
graves violações de direitos humanos — como no presente caso de
feminicídio; 2) a eventual motivação política que possa haver por detrás das
circunstâncias — o que apela à conexão do instituto das imunidades
parlamentares com a atividade institucional própria, ou ainda, indiretamente
conectada; 3) o direito ao contraditório e à ampla defesa em todo o curso do
processamento interno; e 4) o cumprimento do ônus argumentativo de
fundamentação das decisões tomadas. (FACHIN, 2021).

A aplicabilidade das imunidades de maneira absoluta e imprecisa, como no


mencionado caso da Márcia Barbosa, veda e dificulta o acesso à justiça das vítimas.
Desse modo, é de suma importância que a hermenêutica constitucional e
convencional contenha a imunidade formal, com o propósito de que a prerrogativa
não se transforme em privilégio, ainda mais em casos de violações graves aos
direitos humanos, como o feminicídio em analise. O ápice das imunidades
parlamentares deve ser excluído.
O instituto da imunidade parlamentar processual foi originado primordialmente
para atender a autonomia do Poder Legislativo, garantindo o livre exercício da
atividade parlamentar. É um notório instrumento de fortalecimento do parlamento
contra abusos, entretanto, sua deturpação resulta por ocasionar efeito contrário,
fragilizando o Legislativo e, até mesmo deslegitimando a própria democracia.

3.1 EXCEÇÕES, CONSIDERAÇÃO PRÉVIA E REPARAÇÕES:

O Estado contestou três exceções preliminares. Sobre a referida: 1-


Incompetência ratione temporis a respeito dos fatos anteriores à data de
reconhecimento da competência da Corte, esta encontrou relativamente fundada a
exceção preliminar. 2- Quanto à falta de esgotamento de recursos internos, a Corte
desestimou tal exceção. 3- Sobre a referida incompetência ratione personae quanto
às vítimas não listadas no Relatório da Comissão, e posteriormente retificadas como
“questão prévia à análise de mérito”, a Corte fez notar que esta alegação não
constitui uma exceção preliminar, razão pela qual procedeu a examiná-la no capítulo
de consideração prévia. A esse respeito, este Tribunal considerou como supostas
vítimas à mãe e ao pai de Márcia Barbosa de Souza, conforme identificados no
Relatório de Mérito da Comissão Interamericana. Informações contidas no site
Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
A Corte estabeleceu que sua sentença constituísse por si mesma, uma forma
de reparação. Do mesmo modo ordenou ao Estado do Brasil as seguintes medidas
de reparação integral:

A) Medidas de satisfação: 1) a publicação e a difusão da Sentença e de seu


resumo oficial, e 2) a realização de um ato de reconhecimento de
responsabilidade internacional;

B) Garantias de não repetição: 1) o desenho e a implementação de um


sistema nacional e centralizado de recopilação de dados que permitam a
análise quantitativa e qualitativa de fatos de violência contra as mulheres e,
em particular, de mortes violentas de mulheres, 2) criação e implementação
de um plano de formação, capacitação continuada e sensibilização das
forças policiais responsáveis pela investigação e de operadores da Justiça
do Estado da Paraíba, com perspectiva de gênero e raça, 3) uma jornada de
reflexão e sensibilização na Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba
sobre o impacto do feminicídio, a violência contra a mulher e a utilização da
figura da imunidade parlamentar, e 4) a adoção e implementação de um
protocolo nacional para a investigação de feminicídios; e
C) Indenizações compensatórias: pagar os valores fixados na Sentença em
virtude da impossibilidade de reabrir a investigação policial sobre os outros
possíveis partícipes do homicídio de Márcia Barbosa de Souza; a título de
indenização por danos materiais e imateriais; pelo reembolso das custas e
gastos, e o montante que permita à senhora M.B.S. arcar com os custos dos
tratamentos médico, psicológico e/ou psiquiátrico que sejam necessários.

O cumprimento integral da Sentença será supervisionado pela própria Corte IDH,


que fazendo jus a seus direitos e deveres, dará por concluído o caso disposto na
Sentença desde que o Estado o tenha concluído de forma absoluta.

4 CONCLUSÃO

Diante dos fatos dispostos acima, concluímos que o Brasil vem avançando
nas ações de enfrentamento da violência contra a mulher. Porém, a legislação e as
políticas públicas adotadas pelo Estado ainda estão longe de serem suficientes,
necessitando-se de um maior apoio do governo federal, estadual e municipal, em
ações sócios educativos. Nesse sentido, constata-se a necessidade de retirar essas
crianças e adolescentes da situação de invisibilidade, pois em média, cada mulher
assassinada em decorrência de violência doméstica deixa dois órfãos. A realização
de intervenções nas famílias expostas à violência, os serviços de saúde e proteção
devem ter condições de garantir o acolhimento e o atendimento das vítimas da
violência, incluindo o acompanhamento médico, psicológico e social até ações
efetivas de proteção; precisa pensar em políticas públicas destinadas às vítimas
indiretas da violência doméstica; tais como a criação de projetos de lei em que
sejam designados recursos financeiros as famílias envolvidas, para que tenham
suporte para a criação dos órfãos. A orfandade decorrente do feminicídio doméstico
necessita sair da invisibilidade, pois crianças e adolescentes não devem ser
obrigados a lidar sozinhos com uma situação que não decorreu de suas ações;
políticas públicas devem fazer parte do que pretendam, para eliminar o estigma que
recai sobre os órfãos e diminuir o impacto do feminicídio no Brasil.

REFERÊNCIAS:

ALEIXO, Pedro. Imunidades parlamentares. Belo Horizonte, Minas Gerais: Ed.


UFMG, Revista Brasileira de Estudos Sociais e Políticos, nº 18, 1961, p. 29-30.
Disponível
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https://anistia.org.br/direitos-humanos/informes-anuais/informe-anual-20172018-o-
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Acesso em: 25 abr. 2022

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