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Contextualização
Os Estados Unidos viam com aversão os movimentos populistas latino americanos, que
por conta dos seus conteúdos nacionalistas, passaram a ser associados frequentemente
como movimentos de inspiração comunista.
Vargas caiu e Perón conseguiu aumentar apoio interno devido ao sentimento anti-
imperialista que emergiu com essa intervenção.
“Não resta dúvida que assegurar uma transição democrática sem traumas no Brasil,
onde qualquer uma das forças políticas em concorrência manteriam o alinhamento, fez
com que a derrota na Argentina não passasse de um contratempo”.
No período Dutra de 1946 até 1950 o Brasil corresponde a uma fase de extrema
inoperância do Poder Executivo, caracterizando-se pela retomada das antigas rixas
regionais e pelos choques das forças partidárias recém-criadas. No campo externo o país
se pautava por um alinhamento incondicional aos Estados Unidos.
Essas formulações tinha um caráter global a “terceira posição” foi uma posição bastante
inovadora para época com traços semelhantes ao Movimento dos Não-Alinhados, a
ideia de uma unificação latino-americana como uma unidade econômica, cujo o eixo
principal seria uma aliança entre a Argentina, Brasil e Chile.
A principal diferença entre a política externa de Varga e Perón, era que o governo
Vargas nunca abriria mão de uma velha fórmula de fazer sua política que era a
“equidistância e ambiguidade”. O objetivo da política externa do Governo Vargas era
recuperar o poder de negociação do Brasil junto aos Estados Unidos. A atitude pendular
de Vargas em seus entendimentos com Perón, se reproduzia na maneira como ele
escolheu seus atores responsáveis pela condução deste relacionamento.
A diplomacia peronista tinha uma visão errônea dos objetivos de Vargas, devido as
expectativas pessoais que Perón havia criado a respeito da política externa de Vargas,
acreditando que o projeto de alinhamento aos Estados Unidos era de responsabilidade
de setores da política interna brasileira do que do próprio Vargas. Vale ressaltar as
habilidades políticas de Vargas de se dissociar de circunstâncias que poderiam colocar
em xeque sua estratégia pendular de aproximação com os EUA em xeque.
Por isso em 1952 quando as negociações para o Acordo Militar Brasil – Estados Unidos
e as concessões brasileiras aos estadunidenses eram atribuídas às pressões internas
sofridas por Vargas. Esse período também marcado um sentimento de anti-argentinismo
no país. Alimentados em grande parte pelo avanço argentino com o objetivo
integracionista e na tentativa de criar um bloco regional.