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DITATURA MILITAR E SARNEY (1995-1990)

REGIME MILITAR Brasil estava vivendo um período ditatorial,


mas outros países na América Latina também.
 1964 foi uma resposta a várias questões
internas e externas, sendo que a mais
 o Brasil e a América Latina durante o período
relevante era o ambiente polarizado de
ditatorial vai ser uma questão bem
Guerra Fria que a gente estava vivendo.
interessante.

 Por mais que as questões internas fossem


 O Brasil não era, não estava tão amigo da
importantes, a gente não tem como entender
Argentina como se pensava.
o que aconteceu em 1964 sem entender que
a gente vivia num ambiente de Guerra Fria,
 A gente teve algumas várias questões na
num ambiente de sistematização polarizada.
América Latina, como, por exemplo, a crise
Itaipu-Corpus, a volta do Perón ao poder, a
 E essas superpotências que a gente está
Guerra das Malvinas mais para frente, então a
tratando, que eram Estados Unidos e União
gente tinha vários pontos de inflexão com a
Soviética, elas buscavam preservar as suas
Argentina durante o período ditatorial.
zonas de influência, e o Brasil era zona de
influência de Estados Unidos e houve uma
 Isso é muito importante, porque mais para
tentativa de União Soviética em alguns
frente o principal foco do governo Sarney vai
pedaços do período.
ser retomar relações com a Argentina e com o
resto da América do Sul inteira, não
 A gente começa em 1964 com Castelo Branco,
necessariamente América Latina, mas
Costa de Silva, o Geisel, lá em 85 terminando
América do Sul, principalmente com a
com o Figueiredo.
Argentina.

 O que dá para ser falado no que tanja política


 vai ser ali, nessa tentativa de reanimar todo
externa? Num primeiro momento, é de que os
mundo, vai ser criado o embrião do Mercosul,
militares não são um bloco homogêneo.
que é o que a gente tem hoje, que vai ser um
acordo entre o Brasil e a Argentina numa
 Nunca foram, nunca serão e não são até hoje.
tentativa de deixar as coisas um pouco mais
Porque há uma distinção muito grande na
amigáveis.
condução de política externa e de políticas
internas entre cada um desses militares que
 De 64 a 70 temos ditaduras disseminadas na
estavam no poder, desses oficiais generais.
América Latina inteira.
Todos eles tinham questões distintas entre si.
 mesmo com a assinatura dos acordos de salte
 O Castelo Branco vai ser o que a gente mais
lá no início dos anos 70, e com a distensão da
vai entender como alinhamento automático
polarização entre as superpotências, porque a
com os Estados Unidos.
Guerra Fria, ela não acaba necessariamente
com a queda do muro de Berlim. A gente tem
 houve um distanciamento muito grande do
princípios do fim da Guerra Fria já muito antes
Brasil com os Estados Unidos durante o
disso, e um grande início para o fim da Guerra
período militar. O único ponto de exceção é
Fria é a assinatura dos acordos de salte.
justamente o primeiro governo, que é o
governo Castelo Branco, em que houve, de
fato, um alinhamento automático com o
BRASIL E AMÉRICA LATINA
governo estadunidense.
1. Operação Condor
 os Estados Unidos estavam muito presentes,  vai ser basicamente uma aliança entre os
na verdade, na América Latina durante o serviços de inteligência e os serviços militares
nosso período de ditadura, porque não só o dos países do Cone Sul. Ou seja, países do
Cone Sul, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai 1833. A justificativa era a unificação das ilhas
e Brasil. ao território argentino.

 O objetivo era reprimir os opositores políticos


para os brasileiros. BRASIL E RÚSSIA

 foi uma campanha de repressão política e  Não houve, durante todo o período de estado
terror de Estado levada a cabo pelas militar, não houve rompimento das relações
ditaduras de direita do Cone Sul, com o apoio diplomáticas com a Rússia.
dos Estados Unidos. A operação envolveu
operações de inteligência e assassinato de  Em momento nenhum. Muito pelo contrário.
opositores políticos exilados em outros A gente foi firmando parcerias com a Rússia
países. ao longo do caminho.

2. Itaipu-Corpus  Foi criada a comissão mista lá no governo


 O Tratado de Itaipu é o instrumento legal para Castelo Branco. Brasil e União Soviética, que
o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná vai envolver autoridades de diferentes países.
pelo Brasil e pelo Paraguai, assinado em E, na verdade, a gente está falando de
Brasília em 26 de abril de 1973, no qual o autoridades ministeriais.
Paraguai se obrigou a vender o excedente
energético ali produzido, ao Brasil até 2023.  O ministro da fazenda foi à Rússia para firmar
uma parceria com empresários russos.
3. Volta de Perón
 Roberto Campos, que vai ser um economista
4. Acordo Tripartite super liberal. Acho que ele é o ápice do
 equaciona o problema da utilização dos liberalismo brasileiro. Ele vai viajar à Rússia e
recursos hídricos e permite que Brasil e vai, mais uma vez, demonstrar que não houve
Argentina iniciem uma nova etapa nas suas rompimento de relações diplomáticas e que
relações recíprocas, caracterizada pela as relações continuam amigáveis, isso lá nos
superação das antigas tensões. Deste modo, anos 70.
as notas diplomáticas trocadas pelos
signatários em 19 de outubro de 1979  e também nos anos 70 com o Médici, vamos
representam um marco simbólico, ponto de ter um avanço das relações comerciais muito
inflexão entre a disputa geopolítica e a em consideração por conta dessa comissão
política de cooperação, o qual é alcançado mista. Vai ser um avanço exponencial.
apesar dos países envolvidos serem
governados por regimes militares de exceção.  A questão do petróleo também vai ser
extremamente importante. O Brasil exportava
5. Guerra das Malvinas (ARG x ING) muito alimento e importava muito petróleo e,
 A invasão militar da Argentina nas Ilhas isso vai se manter até os dias de hoje com
Malvinas, em abril de 1982, gerou grande alguma mudança no grau de importação de
tensão no cenário internacional. O petróleo, mas vai se manter.
Brasil, devido a sua tradição de política
externa e interesses para com ambos os  o Brasil mantém uma balança comercial super
lados, optou, oficialmente, pela neutralidade agitada com a Rússia.
a fim de tentar manter o bom relacionamento
com ambos os países litigantes.  especialmente no setor de exportação, nos
anos 80, o Brasil vai rejeitar o boicote às
 O conflito foi iniciado pela ordem do ex- Olimpíadas e o embargo econômico que os
ditador argentino Leopoldo Galtieri (1926- Estados Unidos queriam fazer com a Rússia.
2003). Ele ordenou a ocupação das ilhas, que
estavam em posse da Grã-Bretanha desde  Então, a gente tem vários momentos da nossa
história de regime militar que se provam que
não houve um alinhamento do Brasil com os problemas internos no Brasil, pois alguns
Estados Unidos, que o Brasil bateu o pé com setores internos não vêm com bons olhos
várias questões. E essa questão das essa aproximação com países latino-
Olimpíadas, inclusive, foi uma bem séria. Os americanos em detrimento das potências.
EUA chegaram até a ameaçar sanção
econômica ao Brasil por conta dessa questão  uma das maiores questões de PE do BR que
das Olimpíadas. Não aconteceu, mas o Brasil vemos atuando a longo prazo foi a
vai, inclusive, firmar um acordo técnico- reformulação do relacionamento com a ARG
científico, digamos assim, com a Rússia. e, que vai ser o embrião do tratado do
Mercosul.
 Isso tudo estamos falando no período de
Guerra Fria. A gente está falando ali de 1980,  a lógica que se colocava a vista no cenário
mais ou menos, já com Figueiredo. Mas, ainda internacional no sentido econômico era
assim, é um período de regime militar no extremamente danosa para os países
período de Guerra Fria, que pontua bastante periféricos, uma vez que isso levava os países
o que a gente vai falar um pouquinho do do 3º mundo a sofrerem uma regressão
Sarney. produtiva muito grande que levava a exclusão
social e, automaticamente a um aumento de
dependência externa.
CONJUNTURAS
 já em potencias médias como o BR, ele não
1. INTERNA vai impactado do mesmo jeito. Pq embora
 Redemocratização estivesse atuando fortemente com países
 Crise da dívida externa menores no 3º mundo era considerado uma
potência média e se colocava quase como um
2. EXTERNA líder do 3º mundo.
 Fim da GF
 Ascenção da globalização e interdependência  Amado Cervo e Clodoaldo Bueno dizem que o
econômica modelo brasileiro, conjunto com a ideia do
 Redemocratização da América Latina desenvolvimentismo vai evoluir para uma fase
de crises e contradições dos anos 1980.

PEB DO SARNEY  a independência e o universalismo da PEB não


 Logo nos primeiros meses do mandato do foram restringidos, o desenvolvimento
Sarney o Itamaraty vai atuar para alterar o continuou como principal vetor do BR
status do Brasil no Pacto de São José Costa externamente nos fóruns multilaterais.
Rica na Convenção Interamericana dos
Direitos Humanos e no Pacto dos Direitos  o BR instituía muito na ideia de desenvolver
Humanos da ONU que o Brasil adere em 1985. os países periféricos, por consequência de
desenvolver o próprio BR.
 em 1985 o Brasil vai assinar a Convenção
contra a Tortura da ONU. Amado Cervo e Clodoaldo Bueno falam de 2 fatores
que consideram como fatores nocivos da PEB:
 o Brasil reata as relações com Cuba.
1. políticas econômicas internas: o BR tinha um
 Grupo de Cartagena: vai ser formado em 1984 elevado grau de estabilidade e isso freia o ritmo de
com o objetivo de tratar sobre negociações crescimento nacional e atinge negativamente a
das dívidas externas. credibilidade do governo brasileiro.

2. negociações da dívida externa: aconteceram sem a


 A partir da segunda metade do governo do articulação do Congresso e da chancelaria brasileira.
Sarney Brasil vai usar essa ideia de nova
ordem mundial, porem vai gerar alguns
 a este ponto no BR tínhamos indicadores abordagem centralizada no tema de
sociais muito ruins, inflação e soberania dos DH.
desinvestimentos estrangeiros e, tudo isso
enquanto o BR estava a tentando retomar o  o Brasil se oferecendo para assediar a COP92
multilateralismo. vai abrir um leque de oportunidades na
tratativa do meio ambiente e, ele passa a ser
 com relação a África, o BR vai adotar uma referência em como resolver problemas
nova postura de participação de fato e vai ser ambientais, como cuidar da floresta e etc.
assinado a "zona de países do atlântico sul".
 isso abre um novo capítulo na diplomacia
 o Japão perde lugar para China e Índia na brasileira como um todo, pq o BR vai deixar
associação de países asiáticos. de atuar de uma maneira tão defensiva e vai
adotar uma postura muito mais aberta e
 O BR vai ter um novo olhar para os países do construtiva sobre o meio ambiente.
Oriente Médio.
  não houve uma mudança tão significativa na
PE brasileira, com exceção de alguns temas
Temos 2 grandes quadros regionais acontecendo no
como direitos humanos, meio ambiente e
Brasil:
fóruns multilaterais.
1. democratização
 para o Brasil vai ser um momento de
2. crise econômica: coincide com o cenário consolidação e reatamento de parcerias como
internacional com os primeiros indícios de mudança por exemplo, Cuba, Argentina, América do
no relacionamento das superpotências e, que ajuda Sul.
muito o BR.
 foi um período em que o Itamaraty vai
 a ideia de diversificação de parcerias vai levar assumir um certo grau de autonomia e vai se
o Brasil a produzir o 3º maior exequente desenvolver mais ao longo dos anos.
comercial do mundo nos anos 1980.
 durante o governo de Sarney a PE foi tratada
 o BR passa a adotar a ideia de como uma política de Estado.
encapsulamento de crises como método de
política externa.

 o BR tinha crises serias com os EUA, mas não  Sarney foi o primeiro presidente pós regime
podia deixar ele de lado. Então a ideia era que militar.
essas crises não podiam contaminar as
relações bilaterais.  a caracterização da presidência de Sarney era
algo em aberto, pois era um período novo no
BR (a nova república).
Duas inovações da PEB militar:

1. Brasil voltar ao Conselho de Segurança da ONU  alguns atores como Vicentino, Amado Cerdo e
como membro rotativo Clodoaldo Bueno caracterizam o período de
Sarney como o fim do ciclo militar.
2. assinatura do tratado da zona de paz e cooperação
do atlântico sul (ZOPACAS)  outros autores como Paulo Roberto de
Almeida dizem que o governo de Sarney já é o
 a questão do meio ambiente no governo ciclo pós militar.
Sarney ganha alguns contornos novos. Na
Conferência da ONU do meio ambiente em  o período de Sarney vai ser tratado como um
Estocolmo em 1972, a posição brasileira foi de período de transição por várias questões.
privilegiar o desenvolvimento e tinha uma
 durante o período do Sarney, o BR tinha 2
chanceleres de RE e o Itamaraty teve grande  são só com o FHC que as crises econômicas
importancia nesse governo. vão acabar.

 tem-se a reformulação da inserção  Em 1982 vai ser aprovada uma lei que proibia
internacional do BR, reafirmação do BR como coligações eleitorais e introduzia a ideia de
cenário de mutação e no final do mandato voto vinculado.
temos mudanças bastante estruturais no
Itamaraty.  em 1985, essa lei cai por terra e vai ser
impedida a eleição por voto vinculado.
 a democracia vai ser incorporada em todos os
valores brasileiros na atuação da PE brasileira  em 1985, ainda quem votava era o Congresso
no período do Sarney. por ser eleições indiretas.

 o principal foco foi mostrar ao mundo o BR  a chapa do Tancredo-Sarney não foi eleita por
sendo uma democracia. voto popular, foi uma eleição indireta no
Congresso.
 a democracia vai ser um fator determinante
para reinserir o BR em várias questões, não só  As pessoas tinham que escrever na cédula o
como na AL que é um dos pontos principais nome e o número do candidato e, o candidato
no governo de Sarney, mas principalmente na que todo mundo conhecia, era o Tancredo.
esfera multilateral do mundo.
 A eleição indireta da chapa Tancredo-Sarney
vai acontecer em 15 de janeiro de 1985 e vai
Universalismo decretar formalmente o fim da história militar
no Brasil que já vinha se abrindo
 O início do universalismo começa com Geisel, gradativamente desde pelo menos a metade
mas se toma forma bem forte com o dos anos 70.
Figueiredo.
 Mas, ela vai se concretizar efetivamente com
 Quando o Brasil adota esse ritmo de política Figueiredo e o fim do regime militar com a
externa, de universalismo, operações como a eleição do governo Tancredo-Sarney.
Operação Condor vão se acabando. Porque o
Brasil não pode mais continuar com esses  O governo do Tancredo vai começar
laços ditatoriais entre os seus amigos, quando praticamente já em janeiro com uma viagem
na verdade ele está querendo firmar parcerias internacional que ele vai fazer de 13 dias para
com outros países num cenário que já não é Roma, França, Lisboa, EUA, México e Buenos
mais tão polarizado quanto a gente achava. Aires que tinha como objetivo dar visibilidade
para a transição política brasileira.
 Então não tem mais justificativa. E aí as
relações Brasil-América do Sul vão se  A posse estava marcada para o dia 15 de
esfriando especialmente depois do fim dessas março de 1985, mas, semanas antes dela,
operações que não necessariamente acabam Tancredo vinha sofrendo com dores no
no papel, mas não necessariamente acabam abdômen.
de verdade.
 e Sarney assume a presidência após a morte
de Tancredo Neves.

 O Brasil estava enfrentando uma grave crise


econômica. O período de ditadura deixou um
rombo absurdo nas contas públicas no Brasil.  Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a
E a gente estava enfrentando uma crise em gente já trabalhava com a ideia de duas
relação à dívida externa.
grandes superpotências que é tinham uma regime militar e, uma das missões mais
zona de influência ideológica. importantes desse novo governo vai ser a de
estabelecer uma nova Constituição. Uma nova
 Mesmo que o desenvolvimento econômico Constituição que abarcasse esses anseios
mundial fosse responsável por uma possível democráticos internos. Foi um governo com
suavização da bipolaridade, que é o que traços de continuidade.
estava acontecendo durante o período dos
anos 1970/1980, ainda assim tínhamos a ideia  O governo de Sarney vai começar, então, com
de grandes zonas de influência ideológica essa grande problemática, que era a
perpassando pelo mundo Mesmo num redemocratização.
cenário de desenvolvimento econômico e
suavização da bipolaridade.  Sarney precisava transformar as estruturas
jurídicas brasileiras, que eram todas do
 O Japão era um país que passava por um regime militar, estruturas institucionais.
desenvolvimento econômico absurdo e o
Japão foi um país perdedor da 2ªGM e a  por muito tempo o BR não tinha congresso e
Europa Ocidental estava se reconstruindo tínhamos traços autoritários muito fortes nas
com o Plano Marshall então, esses países, eles estruturas institucionais e jurídicas brasileiras
davam passos muito largos em direção à que precisavam mudar.
integração mais profunda, em direção à
criação do mercado comum europeu, pra  era primário que a democracia voltasse.
União Europeia, que vai acontecer mais pra Tínhamos demandas sociais, questões sociais,
frente. ajuste econômico que precisava ser feito,
plano cruzado indo de mal a pior, inflação
 Ao mesmo tempo que a gente tem zonas de altíssima, problemas econômicos externos
instabilidade e conflitos armados que vão com a questão do juro externo, grandes
eclodir, temos também conflitos armados problemas ambientais.
indiretos. como a Guerra das Coreias e a
Guerra do Vietnã.  o governo de Sarney vai ser marcado por uma
tentativa de ampliar a base do poder nacional
 A China que era membro do Conselho de brasileiro.
Segurança da ONU vai se afastando de
Moscou, conforme o tempo vai passando.  A diplomacia BR vai procurar consolidar as
relações com diversos países com o objetivo
 a economia então nos anos 1980 vai de fortalecer um eixo de cooperação que
representar uma década de profundas redimensionasse as relações com diversos
transformações estruturais e, não são só países, pq precisávamos de diversos parceiros.
transformações de parceria.
 precisávamos também de um reajuste das
 E é por isso que a década de 1980 até meados contas brasileiras, não só econômicas, mas a
dos anos 1990 tudo girava em torno do gente precisava mostrar pro mundo que a
dinheiro pq realmente, os países que não gente era uma democracia. E aí que o
estavam em crise econômica e que não posicionamento de frente aos Estados Unidos
estavam com problema de dinheiro, estavam vai ser crucial.
nadando em dinheiro. Então é assim, a
questão política e teológica desde os  até então, o Brasil enfrentava uma certa
comunistas, capitalistas, etc. dificuldade, de relacionamento com os EUA
que vai se prolongar pelos anos de 1980.
 não é porque o BR estava num processo de
transição democrática, com problemas  Até final de governo Collor, o BR tinha muitos
internos, que ele não estava ligando, porque impasses, e embora com Collor a gente volte a
estava acontecendo um cenário internacional. um quase alinhamento automático com os
O governo de Sarney encerra formalmente o EUA e as amizades vão se fortalecendo e tudo
mais, ainda assim não vai ser 100% amigável
da parte dos EUA.  O Brasil e o FMI tinham várias questões e uma
delas é que o FMI não queria dar dinheiro pro
 Apesar do mundo estar se abrindo Brasil se o Brasil não aceitasse as condições
gradativamente, são as dificuldades, de ponto dele. Então, o Brasil começa a buscar esse
econômico, que vão fazer com que o Brasil dinheiro em outros lugares. Em 1986, por
busque parcerias multilaterais e parcerias exemplo, o Sarney vai viajar aos Estados
bilaterais. Unidos numa tentativa de conseguir esse
dinheiro que deveria vir do FMI.
 Alinhado aos preceitos anteriores de política
externa, a política de aproximação regional,  o Brasil tinha um problema muito sério em
sub-regional, vai levar o Brasil a um novo como sanar a sua dívida externa e ele passou
patamar, num quadro de crescente a usar de maneira sistemática o espaço de
marginalização do terceiro mundo. organismos multilaterais que a gente conhece
como a ONU. (um objetivo muito claro de
 Foram tomadas várias iniciativas brasileiras denunciar, de discordar, de protestar contra
em direção à América Central, e isso na essas desigualdades)
verdade vai mostrar pro mundo que o Brasil
queria interagir com esses países. E a  o governo de Sarney foi então um governo de
justificativa do Brasil era justamente porque transição e não um governo de continuidade,
esses países passavam pelas mesmas ou um governo de ruptura.
dificuldades que ele passava.
 em meados dos anos 1980 também temos a
 o governo do Sarney, da mesma forma que evolução científico-tecnológica acontecendo
ele é um governo de transição, ele também é no mundo e, essa revolução vai aumentar
um governo embrionário. exponencialmente a distância entre os países
periféricos e os países de centro.
 Muitas coisas que foram começadas no
governo do Sarney continuaram, inclusive a  Os anos 1980 vai ser marcado por uma
ideia de política sul-sul. Essa ideia de se tentativa de reestruturação de um projeto
relacionar com o terceiro mundo foi uma das hegemônico.
formas do Brasil de ganhar confiança e de
intensificar os canais mais dinâmicos de  o Brasil era um país isolado do resto do
relação. mundo, não necessariamente pelas questões
políticas, mas por questões econômicas o BR
 O Sarney vai ser o primeiro país a visitar um tinha cada vez mais se marginalizado.
país africano. O Brasil, então, vai reforçar as
suas relações com a África e vai adotar uma  1979 temos o segundo choque do petróleo,
nova postura frente aos países socialistas, ele que é muito por conta da Revolução Iraniana
vai dar muito mais atenção ao Oriente Médio e da Guerra do Iraque.
e aos países árabes. E vai passar a entender a
Ásia como um centro emergente.  são a partir do final dos anos 1970 que o Brasil
começa a se envolver com a América Latina e
 o governo Sarney vai ser marcado por várias se fechar sub-regional mente, digamos assim
coisas e, uma das coisas que marca o governo e em especial com a Argentina.
Sarney é o embate com o FMI.
Fernando Collor de Melo (1980-1992)

 temos 22 anos de ditadura militar, um  o BR ainda manteve o respeito as tradições da


governo civil tutelado que o presidente morre inserção internacional brasileira.
e quem assume é o vice.

 o Sarney que foi o primeiro eleito Conjuntura Internacional


democraticamente no BR sofre um
impeachment.  fim da guerra fria
 reformas econômicas liberalizantes
 o primeiro governo que o BR vai ter
efetivamente é o FHC, até lá estamos falando  a visão de Collor em 1990 vai profundar as
de tentativas econômicas, sociais, militares, tendencias que já se iniciavam no governo
internacionais. Sarney, desde em implementar a política de
liberalização econômica (GATT) até eliminar
 no governo Collor ele vai aprofundar o que o de fato os contenciosos dos EUA a partir de
Sarney já tinha criado em alguns aspectos. uma reaproximação.

 o BR começa a se adaptar ao "estado normal"  tem-se uma reaproximação com os EUA e o
onde ele irá se aliar com os mais fortes e se BR vê um retorno disso aos círculos
adaptar com os acontecimentos do sistema financeiros internacionais além de questões
internacional. comerciais e de segurança.

O papel do Itamaraty nos anos 1990 Monica Hearst e Leticia que são da literatura
brasileira e falam das divisões de PE, colocam
 existia um debate sobre o Itamaraty durante o como objetivos da PE de Collor eram 3:
governo Collor pq o governo tomava para si as
decisões. 1. adequação do BR as notas dinâmicas da
ordem internacional.
 não tem como pensar em PE sem pensar no 2. construção de uma agenda positiva com os
Itamaraty. EUA, ou seja, retomar a aproximação e tornar-
se de fato um parceiro.
 por mais que o presidente tomasse frente do
corpo diplomático, sempre haverá a 3. descaracterizar o perfil 3º mundista do BR,
participação do Itamaraty nas tomadas de pq o objetivo era inserir o país nas nações
decisões. ocidentais.

Mesmo no governo Collor o Itamaraty se manteve  Gustavo Junior fala na verdade que o objetivo
central nas determinações de PE por duas grandes do governo Collor era de redefinir o papel do
razões: BR e participar ativamente na construção de
uma nova ordem internacional.
1. não tem como deixar o Itamaraty de lado
pq ele é vinculado ao processo decisório  Paulo Nogueira Batista vai dar bastante
de PE. ênfase ao fato de o BR ter seguido o que foi
proposto no Consenso de Washington, e que
2. os rumos que o governo Collor queria tanto a abertura política, econômica e os
tomar não eram necessariamente processos de privatização enfraquecem o BR e
contrários ao que o MRE pregava. seu desenvolvimento autônomo.

 1985 o BR começa estudar a revisão das  a estratégia de autonomia de integração não


tarifas aduaneiras brasileira com outros países se inicia com o Collor, mas sim com Sarney.
e principalmente, com os países da região. Collor apenas dá continuidade com aquilo que
Sarney já havia iniciado.
 James Baker, propôs financiamento de 29
 no final da dec. 1980 início dos anos 1990 bilhões de dólares ao longo de um período de
tem-se o colapso do bloco soviético como um três anos para países devedores selecionados,
todo; início da ideia de globalização a fim de amenizar as sequelas do processo
econômica; tendencia aos paradigmas recessivo de ajuste de 1982 a 1985.
liberais; contexto da crise fiscal; BR em
estagnação econômica.  propunha em troca de desconto do preço da
dívida externa e, em troca disso os países
 surge os EUA como a única superpotência do deveriam se submeter as políticas de reajuste
mundo. estrutural mais econômicos visando a
promoção do crescimento e, a base delas
 entra em crise a ideia nacional deveria ser um ajuste na balança de
desenvolvimentista e do ideário do pagamentos e o combate à inflação. Mas,
desenvolvimento autônomo das nações pq para chegar nisso, os estados deveriam adotar
tem tinha como sobreviver sem ser amigo dos políticas de austeridades (compensa o de
EUA. gastos públicos).

 a derrota do movimento socialista faz  os países receberiam descontos no preço do


diminuir o prestigio de políticas nacionais, título da dívida se eles se submetessem a
desenvolvimento e do papel ativo dos políticas de ajustes estruturais e
estados. macroeconômicas, onde eram políticas de
austeridade (conter os gastos públicos,
incentivar atuação da iniciativa privada,
Crise da dívida externa diminuir o déficit público por meio de uma
reforma tributária, ou seja, aumento de
 dívida externa América Latina impostos e, adoção de medidas para atrair
investimentos estrangeiros).
 a dec. 1980 foi conhecida como a década
perdida.  No entanto, em meados de 1985, ficou claro
que a estratégia adotada havia salvado os
 uma parcela significativa do mundo teve uma bancos, mas os países devedores haviam
dívida externa muito grande levando então a aprofundado suas crises.
desestruturação das contas públicas,
hiperinflação, estagnação econômica e etc 2. Plano Brady (1989)
levando o país a crises sociais.  O plano Brady foi elaborado para ajudar na
reestruturação da forma de pagamento da
 os juros da dívida externa também eram dívida externa dos países em
muito grandes. desenvolvimento num momento conturbado.
A América Latina teve adesão massiva, sendo
 a renegociação da dívida externa ficava a que o Brasil foi o último a aceitar os termos.
cargo do FMI e o BACEM.
 redução de 20% do estoque da dívida e o
 duas grandes políticas são adotadas: plano reescalonamento da dívida.
Baker e plano Brady.
 A ideia do plano Brady era aumentar a
entrada de recursos estrangeiros, além de
1. Plano Baker (1985) facilitar e dar suporte aos investimentos nos
 Politicas de ajuste estrutural e países que aderissem ao plano. No Brasil, os
macroeconômicas bônus emitidos foram chamados de Bradies.

 Ajuste na balança de pagamentos e o  O objetivo era substituir o plano Baker de


combate à inflação 1985 numa possível reestruturação do
pagamento da dívida externa de países em  era um ambiente bastante conturbado pois
desenvolvimento. tinha-se a crise da dívida externa, crise fiscal e
a inflação que estava descontrolada.

Consenso de Washington
 é criado o Plano Brasil novo (Plano Collor I)
 surge a partir de diversas reuniões entre o que tinha como objetivo atacar a inflação e a
FMI, BID e BM. crise fiscal do estado.

 10 diretrizes: disciplina fiscal, racionalização  todas as medidas que foram tomadas durante
dos gastos públicos, reforma tributária, o Collor I e II tiveram um impacto bastante
liberalização financeira, reforma cambial, negativo na população e, especialmente a
abertura comercial, investimento estrangeiro, classe média que vai sofrer com a
privatizações, desregulamentação e desvalorização dos ativos financeiros.
propriedade intelectual
 começa a surgir muitos protestos da
 reunião para determinar quais seriam as população pedindo que Collor saísse do
condições para o empréstimo de dinheiro poder.
para os países da América latina.
 entre 1991/1992 o BR vai entrar em uma
 O Consenso de Washington foi uma recessão profunda muito por conta da
recomendação internacional elaborada em abertura econômica por qualquer tipo de
1989, que visava a propalar a conduta estratégia.
econômica neoliberal com a intenção de
combater as crises e misérias dos países
Plano Collor I
subdesenvolvidos, sobretudo os da América
Latina.  foi lançado em mai./1990, com objetivo de
conter os gastos públicos.
 De modo geral, os objetivos do Consenso de
Washington era impulsionar o livre mercado,  começou com bloqueio de depósitos que
a abertura comercial e econômica dos países fossem feitos à vista e de aplicações
e o controle fiscal. Essas ideias já eram financeiras com a prefixação da correção de
adotadas pelos governos de nações salários e preços.
desenvolvidos, a exemplo do Reino Unido e
do próprio Estados Unidos, desde a década de  deixa o câmbio flutuante, ampliação da
1970. tributação sob aplicações financeiras e a
reforma administrativas.
 O Consenso pretendia proporcionar
estabilidade macroeconômica, controle da  a reforma administrativa foi basicamente o
inflação e crescimento sustentado. fechamento de inúmeros órgãos públicos e a
Entretanto, seus resultados iniciais foram demissão de 200 mil servidores federais (de
desastrosos, levando à crise, à insolvência uma única vez).
econômica e à estagnação econômica dos
países da região. O primeiro país afetado pela  congelamento das poupanças por 18 meses,
crise foi o México, em 1995. Entre 1999 e privatização das empresas estatais.
2003, ela estendeu-se para toda a região, com
impactos nacionais mais significativos no
Brasil, em 1998, no Equador, em 1999, e na Plano Collor II
Argentina, em 2001.
 lançado em jan./1991 com os objetivos de
resolver os problemas do Collor I, mas, como
Conjuntura nacional o governo já estava caindo não vai resolver
muita coisa.
 além de não conseguir conter a inflação, esse  Abandono de projetos estratégicos
pacote econômico foi extremamente  Mercosul
impopular, principalmente devido ao
chamado “confisco” de parte do valor  abandono de projetos: projeto
depositado na poupança dos brasileiros. desenvolvimentista, bomba atômica,
submarino de propulsão nuclear.

Fim do Terceiro-mundismo  o BR vai se afastar da proposta de diplomacia


mundial pelo multilateralismo, mas vai se
 BR se vê como potencia media em Ascenção aproximar da diplomacia regional.
 Globalização da economia
 Diplomacia presencial  a desculpa era de que como o BR estava se
alinhando com os EUA e eles estão na
 a abertura econômica vai obsede ao um América, o BR então estava priorizando a
momento do próprio capitalismo mundial, os diplomacia regional.
processos produtivos acabam se
internacionalizando e o BR vai seguir a ideia  há uma redução significativa da presença do
de abertura política e econômica muito por BR na África, asia, oriente médio e os antigos
conta do próprio ambiente internacional. países que eram do bloco soviético.

 nesse novo mundo quando Collor assume,


temas como o desenvolvimento vai ficando Destaques
para trás.
 relação com outros continentes
 Celso Lafer – Itamaraty
 Collor buscava colocar em pratica o discurso
 Conselho de Segurança da ONU
do BR no primeiro mundo, que nada mais é
 ECO-92
uma serie de políticas domesticas
 Perfil pacifista toma frente
internacionais de tipo liberalizantes, mas, isso
 Programa nuclear oficial e paralelo
rompia com a perspectiva histórica da
diplomacia brasileira de priorizar o
 na Assembleia Geral da ONU em 1992 no
relacionamento com países em
último ano de Collor, o BR vai participar de
desenvolvimento em países do terceiro
vários tratados gerais de proteção militar e vai
mundo e, de manter a sua independência das
aderir a várias convenções internacionais
potencias centrais (EUA).
sobre tortura, direito infantil, direito dos
refugiados, discriminação racial e mulher etc.
 o BR então, pela primeira vez rompe com a
perspectiva de relacionamento terceiro
 o BR passa a dotar uma postura muito
mundista.
diferente do que antes que era a não
participação dos fóruns multilaterais desde o
 diplomacia presidencial.
começo do governo Collor.

 o governo Collor se reaproxima dos EUA e


 o BR vai aderir a uma agenda global de
retoma um alinhamento quase automático
desarmamento, paz e segurança.
com eles.
 o BR tem o objetivo de se inserir
 BR começa a se ver como uma potência media
competitivamente e tenta adotar um modelo
em Ascenção.
de desenvolvimento que é orientado pelo
mercado, então ele vai eliminar o máximo
Legado possível de atritos com os países
desenvolvidos, estreitar relações com os
 Alinhamento com os EUA atores internacionais.
 Adoção da agenda econômica do Consenso de
Washington
 durante os anos 1990 vemos uma orientação  Itamaraty só ganha um certo grau de
da PE que busca os interesses econômicos autonomia no final de Sarney, mas, no Collor
mais do que os interesses políticos. ele vai perder um pouco da autonomia e, no
final do governo Collor o Itamaraty volta a
 o governo Collor vai representar uma ruptura aparecer no campo do corpo diplomático
das linhas geria da PEB, mas, isso não significa
uma matriz bem estruturada pois não
tínhamos planos de médios e longos prazos.
A PE DE ITAMAR FRANCO I E II

ECO 92
 o desafio para o BR era passar de uma
 aconteceu enquanto Collor ainda era
economia fechada a uma economia
presidente, mas os grandes reflexos dessa
competitiva de fato e, por isso o BR
conferencia vem depois de seu governo.
trabalhava em criar uma área geoeconômica
no cone sul pq essa área serviria de
 foi uma conferência nas Nações Unidas sobre
plataforma para negociações com os grandes
meio ambiente e desenvolvimento.
blocos geoeconômicos do mundo.

 foi a 1ª conferencia de grande suporte sobre o


 o BR tinha algumas proteções protecionistas e
tema de meio ambiente.
é por isso que o MERCOSUL funciona como
essa instancia negociadora de uma eventual
 o grande resultado é de que o mundo tinha
área externa de comercio.
divergências insuperáveis no assunto meio
ambiente.
 o BR tinha uma base maior no pleito de
potência média mundial pq ele era o maior do
 EUA está investindo fortemente na indústria
Mercosul, mas, acaba criando uma certa
militar. (o objetivo era fazer com que o país
disputa com os EUA que queria a hegemonia
não caísse em recessão)
sub-regional da AL.

 os EUA adotam a uma política rigorosa sobre


 aproximação do BR e ARG no sentido também
o uso de força armadas dos países que
de segurança e também de cunho econômico.
estavam em seu entorno estratégico,
incluindo o BR.
 Passa a fazer parte substancial da politica
comercial brasileira, especialmente na parte
 começa uma grande campanha americana
de produtos industrializados.
para que as forças militares dos países se
tornassem gradativamente forças de
 Consolidação do Mercosul.
segurança.

 começa a se ter com muito mais frequência a O BR tinha 3 grandes finalidades para o Mercosul:
incidência de operações de garantia da lei na
1. o Mercosul permitiria uma abertura gradual
ordem, onde as forças armadas são utilizadas
da economia mundial onde seriam
para garantir a segurança pública.
fortalecidos pelo mercado sub-regional e,
eventualmente regional com a AL toda,
Operação Rio 94 gerando ganhos em grande escala

 foi um convênio entre União e Estado que


2. enfrentar conjuntamente os desafios
entregou ao Comando Militar do Leste o
econômicos e políticos que os EUA impunham
controle da Segurança Pública do Rio.
para a AL
Considerou “a situação da criminalidade no
Estado, com a atuação de grupos de
3. alcançar o reconhecimento mundial como
delinquentes, estruturados em torno de
uma potência média e colocar o BR como
tráfico local de drogas e fortemente
centro econômico industrial fundamental
armados”. Pretextou fatos que “ameaçam
para existência do Mercosul
gravemente a ordem pública”.

Diplomacia Econômica
Mercosul
 ao longo da década de 1990, o BR já mostrava
 tem um papel fundamental na produção da alguns sinais de abandono na tradição de
PE brasileira. negociar externamente de maneira setorial e
militar e, começa haver um processo de  Itamar fica de (dez/1992 - jan. 1995)
liberalização comercial preferencial que enquanto Collor sofria o impeachment.
levaria uma participação do BR as negociações
multilaterais de maneira crescente.  as expectativas lançadas pela PE do Collor vão
mudar completamente graças a PI que leva o
 o BR atua multilateralmente, mas com impeachment.
algumas parcerias preferenciais.
 Itamar retoma alguns assuntos da agenda
 o BR passa por um processo de Collor e vai levar adiante alguns
desindustrialização com o governo Collor. compromissos internacionais e também vai
avançar em outros.
 as mudanças no final dos anos 1980 vão fazer
com que o BR se interesse a participar  o governo Itamar é bem atuante na PE do BR.
economicamente
 temos o início de uma nova dimensão da PE: a
 a partir dos anos 1990 começamos a ver o BR ideia do BR como um país continental.
se dissociando do grupo de países em
desenvolvimento, muito por conta do Collor  2 campos de ação foram prioritários no
que queria ser entendido como uma potência governo Itamar: ONU (o BR sendo do CS) e
media e o Itamar segue essa linha. américa do Sul (criação da ALCSA e
cooperação econômica e de infraestrutura).
 o Br passa a ver a agenda comercial de uma
forma mais positiva pq, até então eles eram  o FHC será o ministro da fazenda e vai saber
vistos como um país que tentavam atingir a conduzir muito bem a transição da ideia de
soberania internacional, mas com o GATT e a terceiro-mundismo, pró ostentalismo,
OMC vão se tornando aliados e não aproximação com os EUA.
instituições que tentam forçar a abertura
comercial.  o papel adotado pelo Itamaraty, muito pelo
presidente não gostar da ideia de diplomacia
 BR vai passar a aceitar as rodadas do Uruguai presidencial, o Itamaraty vai ser responsável
e participar ativamente dos fóruns da OMC. por conduzir a PE do começo ao fim e, não
atoa isso possibilita que o BR produza
conteúdo em diversas frentes.
CIVAN

 sistema de vigilância da Amazonia.  o BR vai se dedicar a estar inserido dentro do


mundo, fortalecendo aos poucos FHC.
 compra a tecnológica dos EUA.
 a PEB dos anos 90 vai ser chamada
 objetivo de reprimir praticas ilícitas, controle universalismo seletivo pq existem parcerias
ambiental das terras indígenas, estratégicas. (é amigo de todos, mas é mais
desenvolvimento sustentável da região. amigos de alguns)

 trouxe outras possibilidades para o BR, e ele  o BR vai se inserir em todo tipo de tratado
conseguiu desenvolver outros projetos. que envolve a paz, vai tomar conta da AL se
colocando como maior player da região.

 maior continuo das ideias


 FHC vai usar muito as forças armadas para desenvolvimentistas e autonomistas.
reprimir e principalmente, os movimentos
sociais.  vai haver uma certa sensibilidade a ideia do
paradigma norte-sul e as mudanças sociais
que estariam atreladas as reformas
econômicas partindo desse princípio.
 Colômbia: vai ser criada a comissão de
 a atuação brasileira se justifica vizinhança entre BR e COL em 1994. É a partir
constantemente a partir do desenvolvimento dos anos 1990 que o BR vai se afastar do país.
dos interesses nacionais.
 Uruguai: não foram assinados acordos, mas
 elementos que caracterizam a agenda iniciaram-se conversas para o combate de
brasileira Collor-Itamar: busca por um comercio subsidiados.
relacionamento com os EUA cada vez menor,
fortalecimento do multilateralismo, ideia do  Paraguaia: criação da hidrovia Paraguai-
BR como um global trader e intensificação do Paraná
retorno do BR a AL.
 Bolivar: negociações para a construção do
 a inauguração do governo do Itamar se dá em gasoduto
um contexto doméstico e internacional
bastante desfavorável. O BR tinha um trauma  Chile: tentativa de trazer o país para a
político e externamente tínhamos uma crise integração latino-americana.
econômica.
 Haiti: BR vai apoiar o embargo econômico que
 internamente o BR tinha um desequilíbrio tinha sido aprovado no CSNU, mas, ele vai se
crônico macroeconômico, a economia opor a intervenção militar.
brasileira ia de mal a pior. Já tinham feito
vários planos e nada tinha dado certo, a  Cuba: vai defender abertamente a
inflação era muito grande, a agenda política reintegração do país ao sistema
era extremamente pesada, o mundo tinha interamericano e, especial a OEA. (isso não vai
medo de que o BR voltasse a ditadura militar dar certo)
já que o cenário estava ruim.
 EUA: Collor não tinha deixado as relações
 projeto de inserção internacional do novo muito amigáveis, mas, as novas circunstancias
governo: atuação dos fóruns políticos, do novo contexto interamericano de que os
multilaterais, reafirmação dos compromissos países estavam se aproximando
de NP de nuclear, aprofundamento do ideologicamente, acaba piorando a imagem
regional, fim dos embaraços com os EUA e do BR pq era o único país que não estava
aproximação com a comunidade internacional perto dos EUA
com China, Índia e África do Sul.
 China: aumento bastante expressivo das
 no âmbito multilateral é aonde o BR vai se relações, parcerias estratégicas no setor de
destacar e, especialmente no CSNU. infraestrutura, energia, matéria prima e
indústria pesada.
 BR vai intensificar as ações de PE pq ele queria
ser visto. A PE vai ser muito menos defensiva  África do sul: aproximação muito grande, com
e mais ativa. uma tentativa de abrir um canal comum entre
os países do cone sul e sul do continente
 o BR vai trabalhar bastante para que a agenda africano.
de desenvolvimento seja somada a agenda
para paz.  O BR vai mostrar a estabilização estava dando
certo e consegue 2 coisas importante:
 o BR de maneira bem intensa vai intervir e suspenção das investigações enquanto
participar das reuniões na CMDH. propriedade intelectual e conclusão do Plano
Brady.
 O BR vai estreitar relações com a Venezuela,
assinando em 1993/94 o acordo de  O BR busca participar de diversos fóruns
cooperação bilateral. internacionais.
de manutenção da paz que existiu de janeiro
de 1989 a junho de 1991 em Angola durante a
o BR vai participar de 3 operações de paz diferentes
guerra civil.
no período do Itamar:

1. ONUCA: grupo de observadores na américa


O BR passa a lançar algumas medidas
central como um todo.
integracionistas para os países do sul:

2. Missão de El Salvador: Esta missão pretendia 1. incentiva amazônica (1992): objetivo de se


supervisionar a implementação do plano de criar uma área de livre comercio entre o BR e
paz consecutivo à Guerra Civil de El Salvador os países amazônicos.
iniciada em 1980 e encerrada em janeiro de
1992 com a conclusão dos Acordos de Paz de 2. criação da ALCSA (1993): área de livre
Chapultepec. comercio sul-americano; objetivo de uma
zona de livre comercio pleno no prazo de 10
3. UNAVEM: A Primeira Missão de Verificação anos; está ligada com a criação do NAFTA e
das Nações Unidas em Angola foi uma missão ALCA.
POLÍTICA EXTERNA FHC I

 FHC vai ser eleito em 1994 muito por conta do  internacionalmente, veremos uma sinalização
sucesso do plano real que foi incorporado em direção a instauração de novos projetos e
pelo Itamar. parcerias sem uma definição muito clara de
qual seria o paradigma estratégico e como
 FHC retoma o projeto neoliberal de inserção essas decisões se orientariam.
no processo de globalização econômico que
tinha sido iniciado por Collor, mas ele trata  quando o FHC era ministro ele vai delimitar
isso de uma forma muito mais articulada. uma certa esfera geográfica de política
regionalista.
 FHC era conhecido por ser um intelectual,
tinha uma postura mais contida.  em 1994 o Mercosul vai adquirir
personalidade jurídica e institucional de união
 em relação ao Itamaraty vai haver um certo aduaneira.
esvaziamento já que o próprio Itamaraty
representavam uma certa resistência ao  o objetivo do Mercosul era virar uma zona de
projeto nacional desenvolvimentista que o livre comercio e de circulação de pessoas.
FHC estava colocando.
 em meados de 1999 o Mercosul começa a ter
 resistência por parte do Itamaraty para a sucessivas crises.
evolução do projeto nacional
desenvolvimentista com bases neoliberais.  o Mercosul não é um bloco muito forte pq
diferente da UE, vemos uma diferença de
 FHC decide assumir pessoalmente a dimensão regime em países específicos, mas isso não
política da concepção internacional. afeta o bloco. Já com o Mercosul é diferente,
ele é muito suscetível e sensível as políticas
 FHC deixa a questão econômica em cargo do domesticas de cada um dos países
ministério da fazenda e a dimensão política integrantes.
ele vai tomar frente e que fica conhecido
como diplomacia presencial.  é justamente nos anos 90 com a tomada
muito grande do neoliberalismo que vemos
 as linhas de ações prioritárias vão ser: o um grande problema com o Mercosul que são
avanço na integração regional, estimulação na as políticas argentinas.
diversificação de parcerias nas relações
bilaterais, ações junto as organizações  o FHC vai ficar muito conhecido por ficar
econômicas multilaterais (OMC) e concentrar assinando o todo tratado possível que tinha
spots para elevar a posição de potência disponível.
internacional do BR (pleito na ONU)
 o BR começa a fazer parte de todo regime
 internamente, FHC vai ser conhecido por possível, mesmo que isso não traga tantos
intensificar o processo de privatização das ganhos.
grandes empresas públicas (setor
aeronáutico, petroquímicas, siderúrgicas,  política bastante agressiva dos EUA no pós GF
telecomunicações) especialmente no setor comercial. Gerando
um balanço deficitário para o BR.
 o BR vai fazer a mudança de moeda a custas
de um endividamento externo muito grande.  BR tem uma contenda com os EUA em relação
a criação da ALCA que, não vai para frente pq
 o plano real vai ter algumas dinâmicas muito Clinton não consegue apoio no congresso
próprias que envolviam fundos internacionais. para acelerar a implementação da ALCA (área
de livre comercio das américas).
 o BR está o tempo todo tentando buscar o  o princípio que vai guiar a gestão do FHC é o
título de global trader, tentando fazer acordos de que "a solução global deve ser o objetivo",
com todos. no sentido de que todo mundo irá ganhar.

 nunca vai sair um acordo entre Mercosul e  o processo de renovação do paradigma da PE


UE. vai passar a ser tratado de um modo bem
sistemático e eventualmente vai ser
 BR se aproxima da Índia e Malásia e vai tentar incorporado e transformado em uma política
aumentar as parcerias estratégicas (setor de Estado.
nuclear e aeroespacial) com a China, Índia e
Rússia.  FHC buscava se adequar bastante aos
mainstreams das RI.
 o BR entra em diversos acordos, mas ele
mesmo não cumpre. Ele só cumpria os  o BR entendia o ativismo em organizações
acordos que eram feitos com os países do internacionais como a OMC, como uma
primeiro mundo. estratégia de fortalecimento da posição
brasileira.
 1997 FHC consegue aprovar a emenda
institucional de reeleição e ele vai ser eleito  o BR se posicionava de um modo que refletia
novamente (ficou no total 8 anos no governo) o posicionamento dos Estados dominantes.
muito por conta do plano real e do controle
da inflação.  O BR tentou meio que copiar a atuação de
alguns estados quase que autoritário em
 nos anos 90 vamos ver a projeção econômica algumas questões, mas com o objetivo de
comercial tendo muito mais ênfase do que a impor à vontade.
projeção militar estratégica.
 a PE de FHC tinha como fim ampliar o controle
 durante o governo Sarney e Collor, vimos uma sobre o destino do que viria a ser o BR.
transição gradual em direção de uma ideia de
política de autonomia pela integração e, que  PE contribuía para resolver as questões
vai se consolidar no governo no Itamar e no internas, desenvolvimento, crescimento
FHC. econômico e eventualmente os problemas
sociais.
 o que é autonomia pela integração: é
autonomia de agir politicamente de maneira  a participação ativa na elaboração das normas
autônoma sem abrir mão de seus próprios e das agendas internacionais vai ser visto
interesses, mas participando ativamente do como uma forma de contribuir de fato para e
sistema internacional. estabilidade e paz do globo como um todo. O
BR assume essa posição de "falo por todos e
 o BR começa a se inserir autonomamente a não são por mim"
partir de seus interesses, mas não ficando
para fora de nenhum debate do cenário  na metade dos anos 90 para frente, FHC traz
internacional. uma nova abordagem para a PEB.

 no governo do FHC vai prevalecer o conceito  autonomia pela integração: essa abordagem
de "mudança pela continuidade". envolvia manter o comportamento alinhado
com o mainstream, mas com uma atenção as
 a opção de ser um global trader vai se dar especificidades do BR.
pela ideia da globalização comercial
multilateral pq a ideia era maximizar os  a ideia de autonomia pela integração
ganhos a todo custo. representava uma evolução bem grande do
conceito de autonomia pela distância e
autonomia pela participação.
contribuir muito para a reconstrução da
 o objetivo de FHC era organizar e imagem do BR.
regulamentar as RI em diversas áreas pq
queriam criar um ambiente favorável a  o BR vai ter algumas mudanças favoráveis
realização dos principais objetivos do BR e dos como a confiabilidade internacional que vai
parceiros do Mercosul que era gerar e atrair mais investimentos externos diretos e
garantir o desenvolvimento duradouro e que vai ser essencial para a estabilidade
sustentável para os países. macroeconômica do país; apoio de alguns
organismos multilaterais (FMI, OMC) e alguns
 embora o BR buscasse resguardar os países desenvolvidos.
objetivos, a partir do dialogo ele deixa em
momento algum de reconhecer o uso da  a participação do BR em um dos debates mais
força, a importancia do poder dos outros importantes como a regulamentação dos
países, ou seja, ele não vai tratar os outros fluxos financeiros internacionais vai refletir
países de igual para igual e também não vai um pouco nas dificuldades que sentíamos de
baixar a cabeça. influenciar na construção de uma agenda, que
não fosse uma agenda defendida pelos países
 o eixo central do governo do FHC vai ser a centrais.
retorica do fortalecimento do Mercosul e,
principalmente no 2º mandato com as  embora o BR fosse um país que estivesse se
relações com a américa do sul. posicionando estrategicamente nos fóruns
multilaterais, tomando frente de uma
integração regional da américa do sul como
5 ações do mandato de FHC
um todo, passando por um momento de
1. acordo de livre comercio com a UE estabilidade macroeconômica externamente,
ainda assim, o BR tinha muita dificuldade de
2. integração hemisférica e as integrações da influenciar a construção de uma agenda
ALCA internacional e isso vai muito na ideia de o BR
tentar a todo custo fazer parte do CSONU.
3. alianças na OMC
 em 1995 FHC começa a busca por uma
4. ampliação das relações bilaterais (com melhoria de ralações bilaterais com os EUA.
China, Rússia, Índia, Japão e África do Sul)
 teremos uma política de estabilização
5. questões de não proliferação nuclear, macroeconômica muito bem vista por
desarmamento, terrorismo, meio ambiente, Washington. No âmbito das RI, teremos o BR
direitos humanos aderindo ao acordo do misseis, a promessa de
adesão ao TNP, reconhecimento da
6. relação com Cuba (volta a se relacionar com importancia de uma relação construtiva com
o país) os EUA e tudo isso contribui para uma maior
aproximação entre os dois países.

 o governo FHC vai se um grande defensor dos  na análise de relações com os EUA durante o
valores democráticos e da ideia de governo FHC, mostra uma renovação a
autodeterminação, e isso fica muito claro adaptação dos paradigmas da PEB.
quando o BR atua nas crises do Paraguai, A busca por melhores relações bilaterais vai
Venezuela e Peru. ser muito acompanhada pela ênfase da
autonomia da atuação internacional do BR pq
 o governo FHC na área diplomática vai usar o que ele quer é reforçar a ideia de global
muito a figura do presidente. player e global trader.
Os conflitos do passado, vai diminuindo ao
 de certa forma, a diplomacia presidencial longo dos anos, então a opção de autonomia
aliada ao relativo sucesso do plano real vai
pela integração vai permitir uma aproximação  nem todos os objetivos do governo do FHC
sem um alinhamento automático. foram alcançados.

 foi pensado em uma política bem cooperativa  a política do governo era bastante pragmática
entre BR e EUA e, isso vai refletir em uma e cooperativa, e isso vai evitar ter perdas
abordagem bastante pragmática entre eles. significativas mas não vai ser suficiente para
que o país decole no debate internacional e,
 vai ser as boas relações bilaterais e as ideias embora tenha havido de fato uma
de integração que vão ser fundamentais para participação ativa nos debates internacionais
ampliar o papel do BR no cenário (com uma ênfase na busca pelo assento
internacional, especialmente partindo do permanente no CSONU) parece que ele nunca
espaço sul-americano. chega ao nível do debate internacional
mesmo ele assinando todos os tratados e
 a prioridade do BR era a consolidação do regimes e atuando ativamente em todos os
Mercosul, pq ele era visto como a plataforma fóruns, o mundo não conseguiu ver o BR
de fortalecimento e articulação. como plenamente capaz de assumir uma
posição de global player.
 o Mercosul se torna a prioridade nº1
POLÍTICA EXTERNA FHC II

cc

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