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○ Questão Cubana
■ Itamaraty buscava manter-se firme nas relações com o mundo
socialista, bem como na manutenção da neutralidade em
relação à Cuba.
■ Pressões externas e internas - rompimento com Cuba por
razões puramente ideológicas.
● Anulação da concessão de medalha da Ordem do
Cruzeiro do Sul a Che Guevara por Jânio Q.
■ Concordou com o isolamento de Cuba, mas manteve-se
contra qualquer ação militar.
○ Países Platinos.
■ A Argentina tornou-se a prioridade para o Brasil.
● Assinatura de um tratado sobre pesca e conservação dos
recursos naturais do Atlântico Sul, como meio de resolver
o conflito existente entre os dois países em virtude d
recente lei argentina sobre soberania marítima.
● Posições comuns em relação à Alalc e à proliferação das
armas nucleares - reservando o direito de promover o uso
pacífico da energia atômica.
■ Rumores de intervenção no Uruguai, negadas e infundadas.
○ Países Platinos
■ Argentina - evoluiu da rivalidade à cooperação.
● Problemática de Itaipu:
○ Trocas constantes de presidentes obstavam uma
negociação duradoura.
○ Receio de que o Brasil, criando um polo
econômico de grandeza na região, levasse as
províncias pobres do norte argentino a gravitar em
torno do Brasil.
○ Argentina, na Conferência da Bacia do Prata
(1971), advogou pela tese da consulta prévia, que
ganhou apoio!
○ Conseguiram resolver, de forma temporária a
problemática, em 1972, no Acordo de Nova Iorque.
○ Em 1972, após a visita do presidente argentino
Lanusse ao Brasil, firmaram-se seis acordos que
avançaram nas negociações pra Itaipu.
■ Paraguai - esforços de acercamento para levar ao acordo que
permitiu a construção da Usina de Itaipu, em 1973.
■ Uruguai - o Brasil apoiou e deu suporte à transformação do país
num regime ditatorial em 1973, segundo foi denunciado na
ocasião.
○ Europa Socialista.
■ Cresceram no campo econômico e mantiveram-se satisfatórias
e regulares no terreno político, mesmo que possuindo um low
profile.
■ Participação de empresas brasileiras em feiras econômicas
soviéticas.
■ Transferência de tecnologia de usinas hidrelétricas para URSS.
○ África Subsaariana.
■ O Brasil efetivou sua presença na África Ocidental e iniciou sua
atividade diplomática regular no Oriente Médio, Ásia e Oceania.
● Participou como observador da reunião preparatória da
Conferência dos PNA, em 1970. Em 1973, participou
também como observador, na V Conferência de Chefes
de Estado e de Governo dos PNA, em Argel.
● Em relação às colonias ultramarinas, votou
conjuntamente com os EUA, Reino Unido, Espanha,
Portugal e África do Sul. Todavia, absteve-se nas
questões gerais de condenação do colonialismo, como o
Apartheid e a “imposição” de interesses econômicos
estrangeiros.
● Todavia, paulatinamente, o Brasil foi se esquivando da
associação com o colonialismo português: proibiu a
venda de armas a Portugal; excluiu as colônias
portuguesas da visita que o chanceler brasileiro fez à
África em 1972; evitou o uso da expressão “províncias
ultramarinas” em documentos oficiais e evitou a
associação com Portugal na exploração do petróleo
angolano. Enfim, em 1973, em um encontro entre os
chanceleres dos dois países, o Brasil salientou que caso
Portugal se mantivesse imóvel, o Brasil se veria obrigado
a votar contra o colonialismo na ONU - Portugal aceitou
discutir com as lideranças africanas, o que não ocorreu.
Todavia, com a Revolução dos Cravos (1974), Portugal
saiu subitamente de suas colônias, as quais tornaram-se
independentes imediatamente.
● Aproximação da África do Sul, em termos de transporte
(especialmente aviação) e comerciais.
● Viagem do chanceler Mario Gibson Barbosa para uma
gama extensa de países na África - especialmente a
África Ocidental - 1972.
○ Programa de Cooperação Cultural com a África,
através da concessão de bolsas de formação e
especialização a estudantes e técnicos africanos.
○ Oriente Médio.
■ Iraque:
● Visita do chefe do Estado Maior das Forças Armadas do
Brasil, em maio de 1971, estabelecendo um Acordo sobre
Cooperação Comercial - no qual o Brasil se comprometeu
a comprar petróleo iraquiano, cujo governo facilitaria a
colocação em seu mercado de produtos brasileiros em
valor correspondente à quantidade de petróleo adquirido.
● Após a nacionalização da Iraq Petroleum Company (IPC),
o Brasil se colocou como comprador do petróleo
iraquiano, quando este sofria tentativa de boicote das
multinacionais do ramo.
● Em 1971, o primeiro embaixador do Brasil no Iraque foi
enviado.
■ Egito:
● 1973 - Brasil acertou a participação da Petrobrás na
pesquisa e prospecção do petróleo local e assinou acordo
de cooperação técnica.
○ Ásia e Oceania.
■ Ênfase puramente econômica, com exceção da Índia e Filipinas
(a qual recebeu doses de vacinas e medicamentos como ajuda
às vítimas de enchentes que assolaram algumas regiões
daquele país).
■ Índia - cooperação técnica e científica.
■ Austrália - crescimento das trocas comerciais.
■ Potência Capitalista:
● Priorização da Europa Ocidental e do Japão, em
detrimento dos EUA.
○ Oposição ferrenha dos EUA, que passaram a
denunciar as violações de direitos humanos do
Brasil - especialmente em 1977, com a divulgação
do Relatório de Direitos Humanos por Jimmy
Carter.
○ Oposição interna, especialmente do setor que já se
mostrava descontente pelo processo de abertura
política.
● Em relação à RFA e ao Japão, estabeleceu uma
cooperação estratégica para além da tradicional
diplomacia econômica de barganha.
○ RFA:
■ Acordo Nuclear com a RFA (1975).
● Rompimento do Acordo Militar Brasil-
EUA, de 1952, em 1977 - após
pressões para desistência do Acordo
Nuclear com a RFA.
■ América Latina:
● Estreitamento da cooperação, abandonando o discurso
de grande potência.
● Argentina:
○ Início das conversações para a solução do
contencioso das barragens hidrelétricas.
○ Apoio ao regime militar implantado em 1976.
● Países Amazônicos:
○ Estabelecimento do TCA, em 1978, como reação
aos rumores de internacionalização da Amazônia.
■ Aspectos gerais:
● Não se busca uma alternativa ao capitalismo ou a
realização de reformas sociais, mas um melhor
posicionamento do Brasil dentro da ordem já existente.
● Amplio da multilateralização e da confluência explícita
com o Terceiro Mundo.
● Reforço do bilateralismo (ainda mais do que visto com o
Médici) - buscando aprofundar o bilateralismo com os
países que o Brasil já apresenta relações históricas e,
especialmente, que apresentassem um viés oportunista.
● Três características: pragmatismo, responsabilidade
e ecumenismo.
○ Pragmatismo: relativo à eficiência material e a uma
perspectiva realista na avaliação das
circunstâncias.
○ Responsabilidade: proteção do pragmatismo do
epíteto de antiético.
○ Ecumenismo: aversão do Estado Brasileiro ao
isolamento, bem como aos preceitos de respeito e
de fraternidade internacional.
● Pesadas críticas internas, especialmente pela tensão com
os EUA e a ausência de resultados comerciais positivos
relevantes com a RPC e com os países árabes.
● Não se trata de uma política inédita, porém uma política
de autonomização econômica que, durante o Regime
Militar, não existiu antes - porém foi vista em outros
momentos da diplomacia brasileira - especialmente na
PEI.
● América Latina:
○ No plano do discurso, a América Latina continua a ser o foco principal
para a PEB.
○ Continua a se dar em bases comerciais, com dois objetivos:
cooperação comercial e técnica com as “potências médias da região”,
e cooperação “assistencial” no plano tecnológico comercial e financeiro
com os países de menor desenvolvimento relativo.
○ Necessidade de se defender das acusações, especialmente
argentinas, de pretensões de hegemonia.
● Bacia do Prata:
○ Negociações, com Paraguai e Argentina, acerca das Usinas
Hidrelétricas de Corpus e de Itaipu. Neste momento, não se discutia
mais sobre a possibilidade de construção destas (pois isto já estava
certo e não se podia voltar atrás), mas se discutia os termos pelos
quais as usinas seriam construídas.
○ Uruguai - Documentos de Rivera (1976) - mobilização de recursos sem
precedentes na história dos dois países.
■ 1974 - Plano de operacionalização do projeto de
desenvolvimento da Lagoa Mirim.
● Países Socialistas.
○ Ênfase nas relações econômico-comerciais.
○ Aproximação política.
■ Primeira visita de um ministro brasileiro - Ministro da Saúde
representou o Brasil na Conferência Internacional sobre
Atendimento das Necessidades Básicas de Saúde, em Alma
Ata, em 1978.
■ Ministro soviético elogiou o Acordo Nuclear Teuto-Brasileiro, em
1978, em Bonn.
■ Aproximação da Iugoslávia - visita de Geisel ao país.
● África.
○ Governo Médici - estabelecimento simbólico e efetivo de relações
diplomáticas com as nações africanas, em especial as subsaarianas.
Ademais, no fim de 1973, Brasil abandona a postura de apoio a
Portugal.
○ África era um continente estratégico:
■ África Negra aliada dos países árabes, que barganhavam com o
petróleo e costumavam acompanhar Argentina no que dizia
respeito à questão Corpus-Itaipu.
■ Possibilidade de inserção dos manufaturados brasileiros e
recepção de matérias-primas e produtos primários.
○ África Portuguesa:
■ 1974 - Reconheceu a independência de Guiné Bissau, antes
que terminasse suas negociações com Portugal.
■ 1974 - Discurso de abertura da AGNU - declaração de que não
havia motivo para o adiamento da descolonização, pedindo a
independência de Moçambique e Angola.
■ 1975 - Brasil foi o primeiro país a estabelecer relações com
Angola. Mais tarde, em novembro, reconheceu o governo
unilateral do MPLA.
● Estratégico - Angola é rica em petróleo, ferro e diamantes
- de modo que a língua comum permitiria e facilitaria o
intercâmbio comercial, técnico e de know-how.
● Assim, calculando que o MPLA tinha mais chances de
tornar-se hegemônico no poder, apoiou-o, buscando
ganhar a confiança deles, bem como contrabalançar a
influência excessiva dos soviéticos.
○ Penetração comercial na África obstaculizada pela Convenção de
Lomé (1975) - CEE + ex-colônias da África, Caribe e Pacífico - confere
vantagens para a Europa no relacionamento comercial com esses
países (apenas oito da África não assinaram - Argélia, Marrocos,
Tunísia, Líbia, Egito, Sudão, Angola e Moçambique).
● Oriente Médio.
○ Aproximação dos países árabes, uma tentativa de assegurar o
fornecimento de petróleo.
○ Passagem de uma política favorável, porém tímida - para uma política
de quase divulgação das posições pró-árabe da diplomacia.
■ Azeredo da Silveira fez um discurso em apoio à questão
palestina, em 1974 - de modo que o Brasil foi incluido na lista de
países amigos para os quais o fluxo de abastecimento de
petróleo estava garantido.
■ Apoio à Resolução 3379/XXX que condenou as formas de
racismo - incluindo o sionismo.
■ Distanciamento de Israel.
○ O Oriente Médio comprava crescentes quantidades de manufaturados
brasileiros, especialmente produzidos pela Embraer e pela Imbel
(produto bélico) - todavia, dada a importação maciça de petróleo, a
balança comercial esteve sempre negativa.
○ Relação entre a Petrobrás e as companhias petrolíferas do Irã e
Iraque.
● Ásia e Oceania.
○ RPC:
■ Afastamento após 1964.
■ Leve aproximação a partir dos Relatórios de Hong-Kong (1969-
1971).
■ No momento da détente, o Brasil envia em 1974 uma missão
comercial de 15 empresários, acompanhados de representantes
do Ministério das Relações Exteriores, do Planejamento e da
Indústria e Comércio.
■ Convergência em temas como energia nuclear, meio ambiente,
direito do mar e direitos humanos.
■ Agosto de 1974 - Estabelecimento de relações diplomáticas
entre os dois países.
● A Diplomacia do Universalismo.
○ O Brasil, mesmo em um cenário desfavorável, manteve-se alinhado
com o MNA (mesmo não integrando-o), denunciando as estruturas de
congelamento de poder.
○ Viu-se um afastamento da Europa Ocidental e do Japão, submissos ao
rearranjo econômico e diplomático de Reagan.
○ Proximidade da África, mas a recessão brasileira e o aprofundamento
das guerras na África Austral limitou a cooperação.
○ Maior alinhamento sul-americano - Grupo da Contadora, Grupo de
Apoio à Contadora e G8 (Grupo do Rio). A prioridade da América
Latina finalmente sai do mero plano do discurso.
○ América Latina:
■ 1978 - Tratado de Cooperação Amazônica.
■ 1980 - Substituição da ALALC pela ALADI.
■ 1984 - Grupo de Cartagena e Grupo de Apoio à Contadora.
○ A Bacia do Prata:
■ Acordo de Corpos-Itaipu - fim da problemática entre Brasil e Argentina
em 1978.
■ Apoio do Brasil à Argentina, na questão das Malvinas.
● Venda e disponibilização de itens militares, como aviões, para
os argentinos.
● Pressão na OEA para que o Reino Unido não atacasse a
Argentina Continental.
■ Aproximação cultural, militar, tecnológica, científica e comercial da
Argentina.
■ Compromisso argentino de não “exportar” a democracia.
■ Crise econômica na Argentina pela liberalização do mercado -
empresas nacionais quebram e a dívida externa aumenta.
● Europa Socialista.
○ Manutenção da tendência anterior: busca de expansão do intercâmbio
comercial e contatos de caráter político restritos e vagos.
○ Retomada dos contatos políticos com a URSS, com insuficiente
desenvolvimento das relações econômicas.
■ Não participou do boicote à URSS pela invasão do Afeganistão.
● África Subsaariana.
○ A prioridade era a África Lusófona.
■ Envio de tropas brasileiras para defesa da Angola da África do Sul.
■ Apoio do MPLA na Angola, a partir do entendimento de que eles
estavam efetivamente no poder e manter-se-iam.
○ Pressão da esquerda por não haver rompido com a África do Sul e da direita
por não fortalecer os laços comerciais e de segurança. A diplomacia também
recusava os pedidos de líderes africanos para pressionar formalmente a
África do Sul.
■ Assim evitou qualquer pacto militar do Atlântico Sul, como pretendido
pela África do Sul e por alguns regimes militares do Cone Sul.
○ Posição a favor de um verdadeiro regime democrático no Zimbábue e da
autodeterminação e independência da Namíbia.
○ Apoio na independência e na formação do Estado Angolano e Moçambicano.
○ Visita de Figueiredo, em 1983, para diversos países africanos (Nigéria Guiné
Bissau, Senegal, Argélia e Cabo Verde).
● Oriente Médio.
○ Solução de 2 Estados, conforme 1948.
■ Desocupação dos territórios árabes conquistados pela força -
resoluções 242 e 338 do CSNU.
○ Prestação de serviços com países como Argélia e Iraque e outros projetos
com Irã e Arábia Saudita, além da exportação de equipamentos bélicos.
○ Neutralidade em relação à guerra Irã-Iraque, vendendo armas ao Iraque
meramente para cumprir os compromissos de longo prazo.
○ Choque do Petróleo de 1979 - garantia por parte da Líbia de que não
ficaríamos sem petróleo. Irã igualmente garantiu o suprimento ao Brasil.
○ Início de negociações para abertura de um escritório da OLP no Brasil (o que
ocorrerá apenas em 1993), por pressões do Iraque, que fornecia 48% do
petróleo importado pela Petrobrás.
● Ásia e Oceania.
○ Incremento do intercâmbio comercial e político com a China.
■ Incremento da Cooperação Sul-Sul.
○ Aproximação Comercial da Austrália.
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