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Revisão

As grandes navegações – 1º e 2º século de colonização do Brasil

As grandes navegações
Em 1139, o Condado Portucalense vence a Batalha de Ourique, sob o comando de Dom Afonso
Henriques. Surge assim o novo reino português e a dinastia de Borgonha. Em 1385, D. João I assume o trono
em Portugal e dá início à dinastia de Avis, que será responsável por grandes feitos portugueses. Auxiliado por
Nuno Álvares Pereira, o Santo Condestável, Dom João vence a Espanha na Batalha de Aljubarrota, em 1385,
garantindo a independência de Portugal. Com a paz assinada em 1411, o Infante Dom Henrique, filho de Dom
João I, convence o pai a tomar Ceuta dos muçulmanos. Em agosto de 1415 Ceuta é conquistada abrindo
caminho para a expansão portuguesa. Busca-se uma nova rota para as Índias, para retirar dos muçulmanos o
domínio do comércio das especiarias com o Oriente. Os portugueses desejam aumentar seu reino e propagar a
fé católica. A expansão marítima só é possível graças ao aperfeiçoamento da navegação portuguesa
proporcionado pela Escola de Sagres. A costa e o interior da África aos poucos são descobertos.
Em 1493 chega à Lisboa Cristóvão Colombo, a serviço da Espanha, alegando a descoberta de um novo
caminho para as Índias (na verdade ele havia chegado à América), mas Dom João II reclama para si a posse
das terras descobertas. A disputa entre Portugal e Espanha pela soberania dos novos territórios só termina com
a intervenção do Papa Urbano VI e o Tratado de Tordesilhas. Com o resultado de investigações por terra e das
explorações marítimas, Vasco da Gama, a serviço de Portugal, chega às Índias em agosto de 1498.
Descobrimento do Brasil
Após o retorno de Vasco da Gama, o rei Dom Manuel I prepara uma expedição maior, comandada por
Pedro Álvares Cabral. A esquadra deixa Portugal a 8 de março de 1500. A 22 de abril, afastando-se da costa
africana para evitar as calmarias, terra é avistada. No dia 27, já em terra, é cortada uma grande árvore para
fazer a cruz marcando a posse da nova terra para a coroa portuguesa. Pero Vaz de Caminha escreve ao rei
narrando a descoberta. Em 1501 uma expedição retorna ao Brasil para melhor conhecer a terra e é descoberta
a existência do pau-brasil (usado na fabricação de tinta vermelha). O litoral brasileiro começa a ser frequentado
por estrangeiros e Portugal organizada as expedições guarda-costas: navios armados para proteger o litoral
brasileiro de navios estrangeiros que vinham em busca de riquezas.
Povoação
Como as expedições guarda-costas não resolvem o problema das invasões, em 1532 Dom João III envia
Martim Afonso numa expedição colonizadora e são fundadas duas vilas (onde hoje é o Estado de São Paulo).
Como as duas vilas não são suficientes para povoar todo o Brasil, decide-se dividir o território em Capitanias
Hereditárias. A Capitania será cedida ao donatário dando-lhe o direito de explorar a terra e lucrar com ela.
Deveria, porém, protegê-la. As Capitanias de maior importância no 1º século de colonização são: Pernambuco,
Bahia de Todos os Santos (que irá prosperar após 1549) e São Vicente.
Para auxiliar o trabalho dos donatários nas Capitanias, Dom João III determina a criação de uma forte
povoação central (Salvador). As funções serão agora centralizadas nesta povoação e na figura do Governador
Geral. Inicia-se assim um novo período da colonização brasileira, o Governo Geral. A capitania escolhida
para sede do governo é a Bahia de Todos os Santos, por causa de sua posição central. Com o 1º governador
vêm os primeiros missionários jesuítas. A conversão dos índios era o principal objetivo da povoação do Brasil,
como escreveu Dom João III.
Ao chegar ao Brasil, os jesuítas encontram os sacerdotes em situação lastimável. Padre Nóbrega escreve
a Portugal pedindo um bispo. É enviado Dom Pero Fernandes Sardinha. Após um mês, o bispo passa a reprovar
a forma de catequese dos jesuítas. Padre Nóbrega deixa a Bahia e vai para São Vicente. O bispo é chamado a
Portugal, mas seu navio naufraga. Ele sobrevive, mas acaba sendo devorado por índios canibais.
Formação do Brasil
Durante a estadia do padre Nóbrega em São Vicente, chega um novo governador geral e novo reforço
jesuíta (do qual faz parte são José de Anchieta). Na vila de São Vicente os jesuítas inauguram um colégio.
Para afastar os índios dos colonos (que não davam bom exemplo), decide-se mudar o colégio para o interior,
iniciando a nova povoação de Piratininga (futura cidade de São Paulo) em 1554.
A nova povoação enfrentará várias guerras no século XVI. Contando com a ajuda dos chefes dos índios
Tupis, Piratininga alcança várias vitórias. Na região do Piratininga, os Tamoios (inimigos dos Tupis), ajudados
pelos franceses na Baía de Guanabara (Rio de Janeiro), começam a ameaçar os tupis. Tem início uma série de
guerras em Piratininga. Para alcançar a paz, Anchieta e padre Nóbrega resolvem negociar com os Tamoios,
oferecendo-se como reféns em Iperoig. Após meses de negociação, é firmada a paz em 1563.
Rio de Janeiro
Em 1560 Mem de Sá, governador geral, já havia vencido os franceses. Os tamoios (não os pacificados
de Iperoig), porém, tinham permanecido na região, aliados aos franceses que restaram do ataque. Em 1563 os
portugueses tentam se fixar na região, comandados por Estácio de Sá, sobrinho de Mem de Sá. Padre Nóbrega
consegue enviar reforços indígenas (graças a paz de Iperoig). Em janeiro de 1567 ocorre a vitória portuguesa
no ataque final. Morre Estácio de Sá.
A catequese
Chegando ao Brasil, os jesuítas se deparam com povos muito diferentes. Os índios vivem em ocas ou
casas compridas, são nômades, não possuem religião (organizada, com ritos), não têm leis, nem governantes.
No geral, os índios da costa, chamados Tupis, são mais calmos que os do interior. Inicialmente, convida-se as
crianças a aprender a ler e escrever e, através delas, alcança-se os pais. Além da instrução, os índios são
atraídos pela música e aprendizado de outros ofícios.
A falta de perseverança dos índios e o contato com os colonos portugueses é prejudicial à catequese,
pois os portugueses davam mau exemplo. Separam-se então os índios, criando as Aldeias jesuítas. Para que
os índios deixem a vida nômade, os jesuítas tentam mudar seus costumes de moradia e fazê-los adquirir o
hábito do trabalho regular. A poligamia e a nudez são grandes problema. Com o tempo, exige-se que os índios
estejam vestidos nas atividades religiosas e quando fossem falar com os padres.
Questão dinástica
Dom Sebastião I, penúltimo rei da dinastia de Avis, morre em 1578 sem deixar herdeiros. Seu tio idoso
assume o trono, mas morre após 2 anos. O sucessor mais próximo era o rei espanhol Filipe II, que assume o
trono português em 1581. A Espanha acaba alcançando o que desejava desde o século XII: retomar Portugal.
Quando o rei espanhol assume o trono português, os inimigos da Espanha passam a ser inimigos de Portugal.

Invasões Holandesas
Ao final do século XVI e início do século XVII o restante do nordeste do Brasil (e um pouquinho do
norte) será conquistado, da Paraíba ao Pará. Nesse mesmo período aumentarão os ataques (roubo de carga)
holandeses ao nordeste brasileiro e a navios portugueses. Em 1621 o lucro dos ataques holandeses permitirá a
criação da Companhia das Índias Ocidentais, uma empresa de corso (pirataria) com o objetivo de atacar e
roubar os domínios da União Ibérica no Ocidente.
Entre 1624 e 1625 os holandeses atacarão e ocuparão Salvador, sendo expulsos por uma grande armada
de portugueses e espanhóis. Em 1630 eles atacarão Pernambuco, onde permanecerão por 24 anos, trazendo
grande prejuízo a Portugal (pois a capitania era uma grande produtora de açúcar), e causando o martírio de
católicos no Rio Grande do Norte, em 1645 (pois os holandeses eram de origem calvinista). Durante a
ocupação os holandeses deixam em Pernambuco um governador, Maurício de Nassau.
Futuramente, os holandeses serão expulsos dos Brasil pela união dos habitantes. Em Pernambuco o
Arraial do Bom Jesus resistiu e ameaçou os holandeses por 5 anos (entre 1630 e 1635), com a união de brancos,
negros e índios e a ajuda dos jesuítas, mas foi derrotado após uma traição.
Em 1640 o trono de Portugal volta a ser ocupado por um português, Dom João IV. Portugal e Holanda
voltam a conversar para tornar à antiga amizade, o que demorará ainda 20 anos. Padre Antônio Vieira será um
nome importantíssimo nessas negociações.
Enquanto as negociações correm na Europa, a Holanda age com duplicidade e aumenta suas conquistas
no nordeste brasileiro. O rei português percebe e começa a fazer o mesmo, disfarçando seu apoio aos colonos
revoltados no Brasil. Em 1645 Antônio Filipe Camarão, André Vidal de Negreiros e Henrique Dias liderarão
índios, brancos e negros e darão início à Insurreição Pernambucana, que por 9 anos irá combater os holandeses
no Nordeste. São 3 as principais batalhas:
1645 - Batalha do Monte das Tabocas
1648 - 1ª Batalha dos Guararapes
1649 - 2ª Batalha dos Guararapes
Em 1654 os holandeses, encurralados em Recife, se rendem.
Expansão territorial
Enquanto as invasões se desenrolavam no nordeste brasileiro, mais ao sul, na região de São Paulo terá
início um triste período, o ciclo da caça ao índio. Os habitantes de São Paulo, em sua maioria mamelucos, que
saíam à procura de ouro no início do século XVII não fizeram grandes descobertas, mas a cada expedição
voltavam com “prisioneiros de guerra” (índios capturados no caminho), para serem vendidos como escravos.
Esses paulistanos eram chamados de bandeirantes ou sertanistas (pois se aventuravam pelo interior do Brasil,
que naquela época era chamado de sertão). Com o passar do tempo esses homens percebem ser mais fácil
atacar as aldeias jesuíticas da América espanhola, na região onde hoje fica o estado do Paraná, onde os índios
já estão agrupados e acostumados ao trabalho. Nos primeiros anos do século XVII tem início o ciclo da caça
ao índio.
Os jesuítas espanhóis reclamam ao governador do Brasil, ao rei e ao papa. Tanto o rei quanto o papa
proíbem a escravização dos índios, o papa chega a ameaçar os escravagistas de excomunhão, mas era inútil.
Os escravagistas se revoltam contra as ordens do rei e do papa e expulsam os jesuítas de algumas cidades do
Brasil (São Paulo, Santos, Maranhão).
Com o passar do tempo, a “caça ao índio” irá diminuir e esses sertanistas serão contratados pelos
governadores e pelo próprio rei. Na segunda metade do século XVII, serão contratados principalmente para
combater índios hostis que ainda atacavam os colonos na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Ceará e para
combater quilombos que se formavam em Pernambuco. O quilombo mais duradouro e famoso foi o Quilombo
de Palmares. A essa atividade denominamos sertanismo de contrato.
Por volta de 1640 (quando o rei português voltou a assumir o trono) a caça ao índio começará a diminuir
e terá início um período de grande dificuldade financeira em Portugal. O próprio rei pedirá aos sertanistas que
partam à procura de grandes minas de metais preciosos. Começará, então, uma série de longas expedições
lideradas pelos bandeirantes. Essas expedições serão umas das responsáveis pelo aumento das fronteiras do
Brasil. Uma delas, em 1672, irá explorar a região de Minas Gerias, comandada por Fernão Dias Paes. Ele não
encontrará as grandes minas, mas deixará o caminho aberto para novos exploradores, que continuarão à
procura e, por volta de 1692, encontrarão aí ouro em uma quantidade jamais vista!
As novas descobertas na região de Minas Gerais trazem uma quantidade enorme de exploradores à
região, causando inicialmente um grande problema: a fome. Esse problema será solucionado com a chegado
dos criadores de gado. Eles haviam se espalhado pelo interior do Brasil durante todo o século XVII,
principalmente seguindo o caminho dos rios. Muitas vezes eram “bandeirantes aposentados”, que haviam se
tornado fazendeiros (por exemplo, os sertanistas contratados para combater os índios e os quilombos). As
fazendas de gado proporcionarão aos habitantes do interior uma certa independência do litoral por fornecerem
bons alimentos como leite e carne.
Ao final do século XVII o Brasil estará conquistado desde o Amapá até a Colônia de Sacramento, ao
Sul do Brasil e hoje pertencente ao Uruguai. Essa região, será ainda motivo de grandes conflitos. Ao Norte, a
Amazônia será conquistada com a ajuda de missionários.

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