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HISTÓRIA DO BRASIL

Brasil Colônia – Invasões Estrangeiras, União Ibérica e Período Holandês


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

BRASIL COLÔNIA – INVASÕES ESTRANGEIRAS, UNIÃO IBÉRICA E


PERÍODO HOLANDÊS

PRESENÇA ESTRANGEIRA NO BRASIL

Não aceitação do Tratado de Tordesilhas por ingleses, franceses e holan-


deses: a ideia de que o mundo pertenceria parte à Portugal e parte à Espanha
não agradou os demais povos da Europa, que questionaram com veemência a
existência do Tratado. Dessa forma, esses povos começam a promover inva-
sões e assaltos em alto-mar. Além disso, também ocorreram atos de piratas e
corsários no litoral, muitas vezes legitimados pela própria coroa inglesa. Ainda
ocorreu o problema do contrabando comercial.

OS FRANCESES NO BRASIL

1555-1567 – FRANÇA ANTÁRTICA NO RIO DE JANEIRO:


• Fundação de colônia huguenote liderada por Villegaignon;
• Amizade com os indígenas Tamoios;
• Portugueses fundam forte do Rio de Janeiro para expulsar franceses;
• Confederação dos Tamoios contra portugueses.
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1612-1615 – SÃO LUÍS – MARANHÃO:


• Fundação da França Equinocial;
• Expulsão por portugueses e espanhóis.

 Obs.: Posteriormente, no contexto da União Ibérica, há a expulsão dos france-


ses do território brasileiro.

A UNIÃO IBÉRICA E A INVASÃO HOLANDESA.

Naquela época D. Sebastião era o rei de Portugal e encontrava-se em uma


espécie de cruzada contra os mouros (muçulmanos) quando foi morto. Como
seu corpo não foi encontrado, cria-se uma ênfase cultural do chamado “sebastia-
nismo”. Além disso, seu tio-avô Henrique também acaba morrendo, o que deixa
o trono de Portugal vago. Felipe da Espanha, que possui um parentesco com o
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ex-monarca português, requer para si o trono de Portugal. Assim, Felipe recebe


o apoio da nobreza e da burguesia portuguesa, que enxergam uma grande pos-
sibilidade de expansão dos territórios na América Portuguesa e, logo, Felipe se
torna o rei da União Ibérica. Ou seja, uniu-se a coroa portuguesa com a coroa
espanhola. Como esses países pertencem à Península Ibérica, pode-se dizer que
naquela época o mundo encontrava-se sob o domínio dos países dessa região.

UNIÃO IBÉRICA (1580-1640)


• Casamentos interdinásticos deram à Espanha um grande poder de influên-
cia em várias regiões da Europa;
• Em 1580, Felipe II da Espanha declarou ter direito ao trono português, e
invadiu Portugal, tomando para si ambas as coroas;
• A partir desse momento, todos os territórios de domínio português passa-
ram a ser governados pela Espanha, incluindo as colônias africanas e a
América portuguesa;
• Em Portugal, havia grupos, como a nobreza feudal e a burguesia, que
tinham interesse nas atividades minerais prósperas da Espanha. Com Por-
tugal sendo governada por um espanhol, a expansão portuguesa para regi-
ões além do Tratado de Tordesilhas seria facilitada;
• Durante o período da União Ibérica, o Tratado de Tordesilhas foi abando-
nado, já que uma divisão de territórios pertencentes a uma mesma coroa
não fazia sentido;
• O boicote econômico feito pela Espanha contra a Holanda passou a afetar
mais profundamente, sendo que, com o novo governo ibérico, os holan-
deses foram impedidos de manter relações comerciais com seus maiores
parceiros no comércio do açúcar, Portugal e suas colônias.

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DISPUTAS PELO AÇÚCAR E O TRÁFICO ATLÂNTICO

• Em 1602, a Holanda fundou a Companhia das Índias Orientais, com a


função de explorar e invadir regiões de interesse econômico pertencen-
tes à Espanha e a Portugal;
• Em 1621, fundou a Companhia das Índias Ocidentais, com a mesma
função da anterior, porém tendo como alvo a América portuguesa (con-
trole sobre o açúcar no Nordeste e sobre os pontos de fornecimento de
escravos na África);
• O calvinismo holandês (presbiterianos) foi muito importante para o pro-
cesso de invasão e permanência no Brasil.

O PAPEL DOS HOLANDESES

• Parceria econômica entre Portugal e Holanda;


• Financiadores da produção açucareira (refino e comercialização);
• Trabalhavam com atividades comerciais diversas e de crédito na Europa;
• Em 1572, ocorreu o processo de independência da Holanda (República
das Províncias Unidas) em relação ao domínio da Espanha;
• Com a emancipação da Holanda, a Espanha implantou um bloqueio eco-
nômico a ela, impedindo-a de estabelecer comércio com regiões sob influ-
ência espanhola.

HOLANDESES NA BAHIA

• Em 1624, a Holanda invade Salvador e aprisiona o governador Diogo de


Mendonça Furtado;
• Os colonos organizam a resistência (Guerra de Guerrilha);
• Em 1625, a Espanha envia à Bahia uma esquadra com 50 navios e 12 mil
homens sob o comandado de Fradique Toledo Osório.
• A população luso-brasileira se refugiou no interior e organizou a resistência;
• A Guerra de Emboscadas e o auxílio espanhol expulsaram os holandeses.
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 Obs.: Por mais que os holandeses não tenham conquistado a região de Salva-
dor, algumas marcas nela ficaram. Assim, pode-se dizer que ocorreram
alguns prejuízos conforme elencado abaixo.

Resultado das conquistas holandesas até esse período (1630-1635):


• Engenhos foram destruídos;
• Olinda foi incendiada e destruída;
• Fuga de negros (cresce o Quilombo dos Palmares);
• Plantações foram destruídas;
• Holandeses dominam o litoral nordestino.

PERNAMBUCO – 1630

• Conquista do Nordeste, porém com grandes consequências, como a des-


truição de muitos engenhos, fazendas etc.);
• A aliança entre holandeses e locais, cansados do domínio luso-espanhol,
facilitou o processo de invasão.

Governo de Maurício de Nassau (1637 – 1644):


• Urbanização do vilarejo de Recife (Mauriciópolis);
• Implementação da liberdade e tolerância religiosa;
• Concessão de empréstimos a comerciantes e senhores de engenho para o
desenvolvimento da economia.

Atenção!
Maurício de Nassau foi o responsável por modernizar boa parte do Nordeste,
porém sobre ele é importante lembrar que, mesmo sendo protestante, pregou
a tolerância religiosa e permitiu, por exemplo, o culto aos judeus. Somente
uma entidade não era permitida: os jesuítas, pois esses foram constituídos
em um contexto de Reforma Protestante e, portanto, possuíam como função
primordial combater o crescente de outras fés.

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Com a tomada dos entrepostos de comércio de escravos na África pelos holan-


deses (Companhia das Índias Orientais), houve uma drástica diminuição do
comércio escravista na colônia, com exceção do território sob domínio holandês.

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1640: RESTAURAÇÃO DE BRAGANÇA – D. JOÃO IV E O FIM DA UNIÃO


IBÉRICA

• Também conhecida como Restauração da Independência;


• Com a economia abalada e culpando a União Ibérica por isso, os portugue-
ses promoveram uma revolta separatista conhecida como restauração;
• Dom João IV assumiu o trono, iniciando a Dinastia Bragança em Portugal
e um longo processo de recuperação política, econômica e social no país;
• Firmação de uma trégua de 10 anos entre Portugal e Holanda.

 Obs.: Portugal passou por um momento de crise, foi dominada pelos espanhóis
e agora consegue sair desse domínio. Contudo, não possui braço econô-
mico para lutar em uma guerra de expulsão contra os holandeses.

• Enquanto isso, no Brasil holandês, a Companhia das Índias Ocidentais


passou a exigir de Nassau a cobrança de dívidas contraídas por senhores
de engenho;
• Relações ásperas entre o governo da Companhia das Índias Ocidentais e
os senhores de engenho;
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• Afastamento de Maurício de Nassau do governo (1644);


• Aproveitando a situação instável do governo holandês no Nordeste, Portu-
gal quebrou a trégua, iniciando a invasão do Maranhão e do Sergipe.

LUTA CONTRA OS HOLANDESES

• Os novos governantes do Brasil holandês promoveram o confisco de


terras e de engenhos, a suspensão de empréstimos e a rígida cobrança de
empréstimos atrasados, além da proibição da prática do catolicismo;
• 1ª Insurreição Pernambucana – 1645;
• Primeira e segunda Batalha dos Guararapes – 1648;
• Expulsão e fuga definitiva dos holandeses em 1654;
• Rendição da Campina da Taborda (Negros, Índios e brancos contra holan-
deses);

Na imagem acima estão representados João Fernandes Vieira (branco), Hen-


rique Dias (negro) e Felipe Camarão (índio), ambos líderes dessa Insurreição
Pernambucana e que estavam no processo de luta contra os holandeses. É
importante perceber que nesse momento as etnias que formam o povo brasileiro
estavam, pela primeira vez, lutando juntas por algum processo nativo.

• Tratado de Haia (reconhecimento da vitória luso-brasileira mediante indeni-


zação de 4 milhões de cruzados);
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• A fuga dos holandeses do território brasileiro ocasionou o crescimento de


uma forte concorrência à economia açucareira, pois a Holanda, com
colônias nas Antilhas (Caribe), passaram a produzir a cana e o açúcar que
roubava boa parte do lucro luso-brasileiro do comércio açucareiro mundial.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Analisando a presença dos holandeses no Brasil colonial, podemos afirmar que:


a. os interesses econômicos relacionados com a produção do açúcar preva-
leceram, na ocupação da Bahia, durante um longo período.
b. a cultura holandesa redefiniu valores religiosos, provocando uma crise no
poder do catolicismo.
c. os comportamentos dos soldados holandeses marcaram a sociedade da
época, reformulando as táticas de guerra importantes.
d. a sociedade não foi atingida pelas concepções culturais holandesas, sen-
do apenas politicamente mais bem administrada.
e. a presença holandesa repercutiu com a adoção de novos hábitos e a ten-
tativa de dominar a produção econômica.

Comentário
Durante a ocupação na Bahia, não prevaleceram os interesses econômicos
relacionados com a produção do açúcar, pois os holandeses foram expulsos.
Não houve a redefinição dos valores religiosos, pois havia a tolerância religiosa.
O comportamento dos soldados holandeses não reformula táticas de guerra,
até porque eles foram derrotados. A sociedade foi atingida pelas concepções
culturais da Holanda.

2. A invasão e a ocupação holandesas no Nordeste do Brasil, ocorridas durante


o período da União Ibérica (1580-1640),
a. derivaram dos conflitos territoriais entre Portugal e Espanha, que fragiliza-
ram o controle português sobre a colônia.
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b. foram resultado das disputas entre Holanda e Inglaterra pelo controle da


navegação comercial atlântica.
c. derivaram dos interesses holandeses na produção e comercialização do
açúcar de cana.
d. foram resultado do expansionismo naval espanhol, que desrespeitou os
limites definidos no Tratado de Tordesilhas.
e. derivaram da corrida colonial, entre as principais potências europeias, na
busca de fontes de matérias primas e carvão.

3. A segunda metade do século XVII em Portugal parecia promissora. Afinal,


em 1640 tinha-se dado a Restauração (o fim da União Ibérica, com a auto-
nomia de Portugal perante a Coroa espanhola). Oito anos depois, Angola
seria recuperada aos holandeses e, em 1654, o mesmo aconteceria com o
Nordeste brasileiro. O Atlântico sul português, e com ele Lisboa, podia agora
respirar mais livremente. Logo, entretanto, viriam os pesadelos.
(João Fragoso, Manolo Florentino e Sheila Faria, A economia colonial brasi-
leira)
Um desses “pesadelos” foi
a. a invasão francesa ao Rio de Janeiro, centro político- administrativo da
colônia, a fim de formar um império no Novo Mundo.
b. a queda do preço do açúcar, resultado da concorrência das Antilhas, após
a expulsão dos holandeses do Nordeste brasileiro.
c. o esgotamento das minas de ouro, devido à exploração desenfreada pelos
ingleses, que detinham as técnicas de extração do metal.
d. o monopólio espanhol sobre o tráfico negreiro, após a conquista das áreas
fornecedoras até então sob domínio dos holandeses.
e. o aumento da dívida externa, a fim de custear a guerra de Restauração e
a instalação do sistema de capitanias na colônia.

GABARITO

1. e
2. c
3. b

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Admilson Costa.

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