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Aula 00

História e Aspectos Geoeconômicos do Rio Grande do Norte p/ Ministério Público-RN


(Técnico)

Professor: Leandro Signori

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História e Aspectos Geoeconômicos do RN para MP-RN
Analista e Técnico - Prof. Leandro Signori

AULA 00 - História do Rio Grande do Norte: A presença


portuguesa no Rio Grande do Norte: Conquista territorial e
resistência indígena; A presença francesa no Rio Grande do
Norte; Pacificação dos índios potiguares; Invasão holandesa
no Rio Grande do Norte.

Caros alunos,

É com imenso prazer que nos encontramos no ESTRATÉGIA


CONCURSOS para esta jornada em busca de um excelente resultado na
disciplina de HISTÓRIA E ASPECTOS GEOECONÔMICOS DO RIO GRANDE
DO NORTE no próximo concurso do MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL -
cargos de ANALISTA e TÉCNICO.

Sou o Professor Leandro Signori, gaúcho de Lajeado. Ingressei no serviço


público com 21 anos e já trabalhei nas três esferas da administração pública –
municipal, estadual e federal - o que tem sido de grande valia para a minha
formação profissional – servidor e docente. Nas Prefeituras de Porto Alegre e
São Leopoldo desenvolvi minhas atividades nas respectivas secretarias
municipais de meio ambiente; na administração estadual, fui servidor da
Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN), estatal do governo do Rio
Grande do Sul.

Fui também servidor público federal no Ministério da Integração Nacional,


onde trabalhei como Geógrafo com planejamento territorial e desenvolvimento
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regional.

Graduei-me em Geografia – Licenciatura - pela Universidade Federal do


Rio Grande do Sul (UFRGS) e – Bacharel - pelo UNICEUB em Brasília. A
oportunidade de exercer a docência e poder alcançar o conhecimento necessário
para a aprovação dos meus alunos me inspira diariamente e me traz grande
satisfação. Como professor em cursos preparatórios on line e presencial ministro
as disciplinas de Atualidades, Conhecimentos Gerais, Realidade Brasileira e
Geografia.

Feita a minha apresentação, agora vamos falar do curso.

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O curso será de teoria e exercícios, no qual vamos contemplar todos os


conteúdos listados no edital do concurso anterior. Ao todo serão três aulas,
incluindo esta aula demonstrativa, cuja estrutura é a seguinte:

Aula Conteúdo Programático

História do Rio Grande do Norte: A presença


portuguesa no Rio Grande do Norte: Conquista territorial
00 e resistência indígena; A presença francesa no Rio
Grande do Norte; Pacificação dos índios potiguares;
Invasão holandesa no Rio Grande do Norte.

História do Rio Grande do Norte: A República do Rio


Grande do Norte (1889-1930); Segunda Guerra no Rio
01 Grande do Norte: presença norte-americana e
repercussões socioculturais; Os governos do período
militar no Rio Grande do Norte (1964-1985).

Aspectos Geoeconômicos do Rio Grande do Norte:


Atividades econômicas modernas e tradicionais:
02 agropecuária; pesca; fruticultura; carcinicultura;
mineração; sal; indústria; produção de petróleo e gás;
turismo, comércio e serviços.
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A distribuição das aulas, neste formato, visa otimizar a amplitude dos


conteúdos e sua interconexão em grandes temas.

Na parte teórica seremos objetivos, todavia sem deixar de fora nenhum


conteúdo e sem esquecer dos detalhes cobrados pelas bancas. Vamos ver as
pegadinhas e as cascas de banana que são colocadas para escorregarmos na
questão.

Quem quiser também pode me seguir no Facebook, curtindo a minha fan


page. Nela divulgo gabaritos extraoficiais de provas, publico artigos, compartilho
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notícias e informações importantes do mundo atual. Segue o link:


https://www.facebook.com/leandrosignoriatualidades.

Sem mais delongas, vamos aos estudos, porque o nosso objetivo é que
você tenha um excelente desempenho em História.

Para isso, além de estudar, você não pode ficar com nenhuma dúvida.
Portanto, não as deixe para depois. Surgindo a dúvida, não hesite em contatar-
me no nosso Fórum.

Estou aqui neste curso, muito motivado, caminhando junto com você,
procurando passar o melhor conhecimento para a sua aprendizagem e sempre
à disposição no Fórum de Dúvidas.

Ótimos estudos e fiquem com Deus!

Forte Abraço,

Professor Leandro Signori

“Tudo posso naquele que me fortalece.”

(Filipenses 4:13)

Sumário Página

1. A presença portuguesa no Rio Grande do Norte: Conquista


04
territorial e resistência indígena
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2. A presença francesa no Rio Grande do Norte 09

3. Pacificação dos índios potiguares 10

4. Invasão holandesa no Rio Grande do Norte 12

5. Questões Comentadas 17

6. Lista de Questões 26

7. Gabarito 31

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1. A presença portuguesa: Conquista territorial e a resistência


indígena
Em 22 de abril de 1500, com a intenção de chegar às Índias, uma esquadra
chega ao Brasil sob o comando de Pedro Álvares Cabral, em trecho da costa,
hoje pertencente ao Estado da Bahia, em Porto Seguro. Mas, antes do
descobrimento, com o Tratado de Tordesilhas assinado entre Espanha e
Portugal em 1494, as terras do litoral brasileiro já pertenciam a Portugal.
O Tratado dividia as terras descobertas ou que viessem a ser
descobertas por um meridiano de polo a polo, situado 370 léguas a Oeste de
Cabo Verde. As terras localizadas a Ocidente do meridiano pertenceriam à
Espanha e as localizadas a Oriente, pertenceria a Portugal.
Portanto, antes mesmo de portugueses e espanhóis aportarem no
continente americano, eles já deram início à configuração do espaço territorial
das Américas.

Tratado de Tordesilhas

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Os portugueses chegaram ao litoral norte-rio-grandense em 1501, que, a


partir daí, passou a ser utilizado como escala na longa viagem até às Índias.
Com sua posição geográfica privilegiada, pronunciada no Oceano Atlântico, seria
um dos principais pontos para reabastecimento das expedições portuguesas,
para uma escala de viagem.
Na época da descoberta do Brasil, a população nativa era formada por
diversas nações. No litoral norte-rio-grandense habitavam os índios potiguares,
que se destacavam pela forte resistência em relação aos avanços das esquadras
portuguesas.

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Portugal não se preocupava com a utilização do litoral do Brasil, pois seu


foco eram as rotas comerciais indianas. A atividade realizada pelos portugueses
era a exploração do pau-brasil, os quais utilizavam os índios para extrair a
madeira. As novas terras ficaram praticamente abandonadas. Isso ocorreu
desde o ano que os portugueses aportaram no Brasil em 1500, até 1530.
No entanto, a partir de 1530, Portugal mudou a sua política no que se
refere ao Brasil devido aos seguintes fatores:
* Muito embora os lucros do comércio do Oriente ainda continuassem
elevados, Portugal passou a sofrer a concorrência de outros países. O Brasil
passou a representar uma alternativa de lucro para a Coroa e a burguesia lusa.
* A pressão estrangeira sobre o litoral do Brasil se intensificou. A Coroa
constatou que as expedições guarda-costas eram insuficientes para proteger a
nova conquista.
* A ambição pelo ouro aumentou quando os espanhóis conquistaram o
Peru (Império Inca) e passaram a explorar as riquezas da região.
* Povoar também era uma forma de valorizar as terras da colônia.

Assim, como forma de proteger o território brasileiro do saque, com o


contrabando do pau-brasil, e o receio de perder a região para os ingleses e,
sobretudo, para os franceses, que haviam sido excluídos do Tratado de
Tordesilhas, o rei de Portugal, D. João II, decidiu iniciar o processo de
colonização do Brasil. Para tanto, foi organizada a primeira expedição
colonizadora sob o comando de Martim Afonso de Souza. Essa expedição deixou
Portugal em dezembro de 1531.
Mas, os portugueses enfrentaram grandes dificuldades para desembarcar,
ocupar e colonizar o Rio Grande, pois os índios potiguares rejeitavam os
lusitanos, não admitiam a sua presença. Alguns historiadores acreditam que as
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notícias passadas por entre as tribos, de que os portugueses queriam subjugar


e escravizar os índios, chegaram até eles. Sabiam das quebras das relações de
troca que já vinham ocorrendo nas regiões limítrofes ao sul, como em
Pernambuco. Achavam que eles vinham “assaltar”, retirando-lhes a terra,
tornando-os cativos. Por esses motivos, os índios resistiam e rejeitavam os
portugueses. Com a colonização do território brasileiro, os portugueses
implantam a agroindústria do açúcar, e o indígena passa a ser a força de trabalho
e ao mesmo tempo, o grande entrave da colonização.
Para colonizar o Brasil, Portugal utilizou o sistema de Capitanias
Hereditárias, dividindo o território. De acordo com o sistema, o rei, dono das
terras, criou 15 capitanias que foram doadas para donatários, entre elas, a
Capitania de Rio Grande.

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A Capitania do Rio Grande (depois Rio Grande do Norte) foi doada a João
de Barros e a Aires da Cunha. Media 100 léguas de costa, desde a Baía da Traição
até o rio Jaguaribe. Era uma das maiores, incluindo parte dos estados da Paraíba
e do Ceará e fazendo limite para o interior com o meridiano de Tordesilhas.
Outras 50 léguas foram doadas a João de Barros e Aires da Cunha, mais para o
norte, onde hoje seria parte do estado do Maranhão. Contudo, há divergência
sobre os limites da capitania, pois a Carta de Doação foi extraviada. Monteiro
(2000) afirma ser ela uma das duas maiores do Brasil, ao lado de Pernambuco,
alongando-se pelos “sertões dos atuais estados do Ceará, Piauí e Maranhão”,
com o limite sul na Baía da Traição, no atual estado da Paraíba e o limite norte
na Angra dos Negros, no atual estado do Ceará.
Quanto ao nome - Rio Grande, para Cascudo (1999), procede da
percepção que os portugueses tiveram do rio Potengi, correndo “largo e manso”,
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em “curva serena” na direção do Refoles. Tarcísio Medeiros (1985) diz que o Rio
Grande do Norte ficou conhecido primeiro pelo nome de rio dos Tapuios, mais
tarde pelo do rio Potengi e finalmente por Capitania do Rio Grande.
Para efetivar a conquista e a colonização do Rio Grande (e do Maranhão),
João de Barros e Aires da Cunha associaram-se a Fernão Álvares de Andrade
(donatário da Capitania do Maranhão). Em 1535, Aires da Cunha veio à Capitania
do Rio Grande (do Norte), juntamente com os filhos de João de Barros, Jerônimo
e João. A expedição montada em Portugal com destino ao Brasil, foi uma das
maiores já formadas, com dez navios (cinco naus e cinco caravelas).
Contudo, a tentativa de desembarque na Capitania foi frustrada, nas
proximidades da foz do rio Ceará-Mirim. Aires da Cunha e seus homens foram

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rechaçados pelos índios potiguares, que estavam aliados aos franceses. Aires da
Cunha, durante a expedição que seguiu até o Maranhão, veio a falecer quando
sua nau foi destruída em um dos rochedos.
Ao retornarem, os filhos de João de Barros tentaram fixar-se na Capitania
do Rio Grande, mas foram rechaçados novamente pelos indígenas. Os poucos
homens que se aventuraram por terra foram mortos pelos índios. Anos depois,
houve nova tentativa de colonização, quando foi organizada uma segunda
expedição comandada pelos filhos de João de Barros, que também foi
desastrosa.
João de Barros, na tentativa de ocupar e colonizar o Rio Grande, gastou
uma quantia considerável, ainda assim, o donatário continuou parcialmente
interessado na capitania, assegurando-se dos seus limites e administrando-a
através de um procurador, Antônio Pinheiro, que ficou em Igaraçu
(Pernambuco), arrendando trechos de seu território para a extração do pau-
brasil ou coleta de búzios (na atual praia de Búzios). Mas nunca tomou posse
dela, revertendo a cessão da capitania à coroa portuguesa na segunda metade
do século XVI.
Devido ao abandono a que foi relegada a Capitania do Rio Grande e ao
endividamento de João de Barros, a coroa portuguesa resolveu intervir
diretamente, perdoando a dívida contraída com a primeira expedição (1535).
Conforme Medeiros Filho (2001), presume-se que a Capitania do Rio Grande
tenha sido revertida de hereditária para real em 1582.
Mesmo com a colonização do território, em virtude do fracasso do sistema
de Capitanias Hereditárias, grande parte do Brasil, principalmente ao norte da
Capitania de Pernambuco (Paraíba e Rio Grande do Norte), não foi povoada pelos
colonizadores portugueses, sendo constantemente ameaçada de invasão por
outras nações europeias, principalmente pelos franceses. O território continuou
de fácil acesso para os franceses, associados aos índios.
Mas, o sucesso da produção açucareira nas Capitanias de Pernambuco e
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da Bahia, paralelamente à contínua presença francesa no litoral ao norte de


Pernambuco (Paraíba e Rio Grande do Norte), levou a Coroa Portuguesa a
patrocinar expedições militares para afastar os invasores, pois os franceses
praticamente ocuparam todo o litoral ao norte de Pernambuco, inclusive a
Capitania do Rio Grande (do Norte). A região era de grande importância
estratégica, pois facilitava a conquista do litoral norte do Brasil e abria caminho
para a região amazônica.
Em 1549, a Coroa portuguesa instituiu o sistema de Governo-Geral, com
centro administrativo da Colônia em Salvador na Capitania da Bahia. Através
desse sistema buscou recuperar o controle da colônia, possibilitando um maior
controle sobre o litoral brasileiro, expulsando invasores estrangeiros e

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catequizando os índios. Para a conquista do Rio Grande do Norte e da Paraíba


era necessário também derrotar e pacificar os índios.
A combinação de forças entre portugueses e espanhóis foi decisiva para
que em 1586 estivesse garantida a conquista da Paraíba, o que abriu caminho
em direção à Capitania do Rio Grande, que se tornou o objetivo principal dos
portugueses. Contudo, novamente, o grande obstáculo para a conquista do Rio
Grande era a resistência dos indígenas, que viviam por todo o litoral norte-rio-
grandense, associada à aliança com os franceses.
Em 1587, os portugueses pensaram que a situação na Capitania de
Itamaracá (Paraíba) estivesse estabilizada. Mas, dez anos depois, os potiguares
e os franceses, com uma armada de treze navios, desembarcaram no litoral
paraibano, atacando o fortim lusitano, o que demonstrava a fragilidade da
ocupação da orla marítima na região imediatamente ao norte da Capitania de
Itamaracá (atual Paraíba), onde ficava a Capitania do Rio Grande. Desse modo,
era necessário expulsar os franceses da Capitania do Rio Grande.
A expulsão dos franceses do litoral da Capitania do Rio Grande
(depois de serem expulsos da Paraíba), em 1598, foi fundamental para a
conquista do Rio Grande pelos portugueses.

Marco de Touros
A esquadra de Pedro Álvares Cabral, após o descobrimento do Brasil,
seguiu para as Índias. Porém, antes, enviou uma caravela a Portugal para levar
e entregar a Carta de Caminha. A caravela, de Gaspar de Lemos, avançou em
direção ao noroeste acompanhando a costa brasileira, provavelmente até o cabo
de São Roque, no Rio Grande do Norte.
Existe inclusive, uma polêmica em torno da descoberta do Brasil, que esta
não teria ocorrido em Porto Seguro, mas no Rio Grande do Norte, conforme
defende o historiador Lenine Pinto. Segundo Trindade, os historiadores, de modo
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geral, defendem a tese que, navegadores espanhóis teriam estado próximo ao


território do atual Rio Grande do Norte antes de Cabral. Conforme o autor,
“admite-se que espanhóis, como Alonso de Hojeda, Diogo de Lepe e Vicente
Yáñez Pinzón, navegaram pelo litoral brasileiro, em latitudes próximas ao Rio
Grande do Norte, antes que os portugueses aqui chegassem em abril de 1500”.
Após receber a Carta de Caminha, o rei português D. Manuel enviou outra
expedição exploradora às terras brasileiras, para a tomada de posse da terra e
o início da exploração do litoral brasileiro. Em 1501, a frota de Gaspar de Lemos,
retornando, desembarcou no Rio Grande do Norte, na região de Touros, na
“praia dos marcos”, onde foi fixado o Marco de Touros. O marco foi
estabelecido com o objetivo de assegurar a terra para os portugueses.

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Os portugueses demarcavam e asseguravam a posse dos territórios


descobertos no além-mar com cruzes de madeiras. Em 1482, o padrão foi
mudado por Diogo Cão na embocadura do rio Congo (Zaire), por um padrão de
pedra. O Marco de Touros era de pedra lioz - o mármore de Lisboa, tendo a Cruz
da Ordem de Cristo em relevo.

2. A presença francesa no Rio Grande do Norte


França, Inglaterra e Holanda contestavam com frequência o que havia sido
estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Mas, foi a coroa francesa a que mais
contestou. A não ocupação dos novos territórios brasileiros pelos portugueses,
após o descobrimento, possibilitou o estabelecimento de bases de exploração de
estrangeiros no litoral brasileiro, principalmente dos franceses. Estes eram os
mais instigados em suas tentativas, principalmente após a eclosão do
movimento protestante na primeira metade do século XVI, que quebrara a
unidade religiosa europeia, desencadeando uma sucessão de conflitos que, entre
outras motivações, tinham motivações religiosas. Não respeitando o Tratado de
Tordesilhas, os franceses iniciaram a exploração do litoral brasileiro em 1504,
realizando um intenso comércio de pau-brasil com os nativos.
A presença de traficantes de pau-brasil no litoral brasileiro, de modo geral,
e no Rio Grande do Norte, de modo particular, remonta à década de 1520.
Traficantes e corsários vindos da França agiam na Costa dos Potiguares, como
era então conhecido o território habitado por aqueles silvícolas, dele fazendo
parte o atual Rio Grande do Norte. Dentre os traficantes franceses desse ilegal
e lucrativo comércio, Jean Jacques Riffault foi o mais ativo, a quem os
portugueses chamavam de Refoles, e que se instalara no estuário do rio Potengi
com a conivência dos índios.
A presença francesa nas costas da Capitania do Rio Grande não seria
possível sem a aliança estabelecida com os índios potiguares. A aliança era tão
próxima que alguns franceses chegaram a casar com índias, estabelecendo a
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primeira miscigenação na capitania. A empatia entre franceses e os índios


potiguares ultrapassava as relações comerciais. As relações eram ainda mais
facilitadas porque os franceses não tinham nenhuma “exigência moral para o
indígena nem pretendiam fundar cidade, impor costumes, obrigar disciplina”,
enquanto os portugueses, ao se depararem com os nativos tentavam logo
moldá-los, tentando catequizá-los e ensinar-lhes algumas normas de conduta.
Os franceses só queriam fazer comércio e, talvez por isso, respeitavam a vida
selvagem, protegendo-a.
Os franceses usavam o porto da desembocadura do rio Pirangi
(aproximadamente a 25 km de Natal) para o “resgate do pau”, como os
portugueses se referiam aos locais de corte e estocagem de pau-brasil. Além de

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extraírem pau-brasil, praticavam com os índios potiguares escambo de diversos


produtos, tais como: algodão, redes, cereais, tabaco, pimenta, gengibre, plantas
medicinais, óleos balsâmicos, peles de onça e de outros animais, papagaios e
aves exóticas, macacos e saguis, entre outros.
O escambo praticado entre franceses e índios foi uma solução
economicamente viável para ambos, pois permitia aos franceses explorar o pau-
brasil com total apoio e trabalho dos índios potiguares, que conseguiam
utensílios, armas e prestígio social por estarem aliados aos estrangeiros. Ambos
se viam como aliados na guerra que moviam contra os portugueses, e o apoio
recíproco era imprescindível, seja pelo conhecimento da terra e número de
guerreiros entre os potiguares, seja no municiamento e conhecimento das
táticas europeias dos franceses.
A partir de 1555, protestantes franceses tentaram ocupar e colonizar o Rio
de Janeiro, tentando fugir das perseguições religiosas. Mas, foram expulsos,
voltando-se para o Nordeste, para os atuais estados de Sergipe e Paraíba, e
tentando estabelecer um núcleo colonizador no Maranhão.
A expulsão dos franceses do Rio Grande demorou a acontecer por três
motivos: Portugal tinha uma população diminuta e grande parte dela estava
envolvida em manter conquistas ultramarinas, desde o Marrocos à China, pela
importância do comércio de especiarias orientais e pela fraqueza do Estado
português em se fazer respeitar pela coroa francesa. Um outro fator foi o fato
de que a aliança com os índios potiguares garantia uma boa retaguarda para os
franceses.
No confronto dos portugueses com os franceses e os índios foram criadas
diversas fortificações que, com o passar dos anos, transformaram-se em
importantes cidades do Nordeste e Norte do Brasil.
Era tão forte a presença francesa que muitos recantos da costa norte-rio-
grandense foram batizados com nomes como porto Velho dos Franceses e porto
Novo dos Franceses, ambos no Rio Grande do Norte.
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3. Pacificação dos índios potiguares


O projeto de colonização foi difícil de ser concretizado, segundo Sérgio
Trindade (2010), dada à violência da conquista portuguesa, marcada pelos
acirrados confrontos entre os índios potiguares e os portugueses, pois estes
queriam, além da conquista territorial, conseguir trabalhadores para as lavouras
que começavam a ser constituídas, procurando transformar os índios em servos.
Os nativos resistiram ao invasor português também por verem tomadas suas
terras. Isso explica em parte o conflito entre potiguares e portugueses e a
violência das expedições portuguesas.

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Para que o projeto de colonização avançasse era necessário que ocorresse


a pacificação dos índios. Para isso, Mascarenhas Homem (capitão-mor da
Companhia de Pernambuco, que ergueu o primeiro núcleo defensivo que deu
origem à Fortaleza) foi à Bahia, capital da Colônia, para conversar com o
Governador-Geral, enquanto Jerônimo de Albuquerque, mestiço de branco com
índio, empreendia conversações com os índios. Ao retornar, Mascarenhas
Homem trazia a solução: envolver os padres no projeto de pacificação. Dessa
forma, os religiosos Francisco Pinto e Gaspar de Samperes passaram a orientar
mais proximamente Jerônimo de Albuquerque.
Assim, a pacificação dos índios potiguares se deu somente com a
participação dos padres, que se empenharam na pacificação e catequização
dos índios. Conhecedores da língua e dos costumes indígenas, foram se
aproximando deles, visitando as tribos e buscando fazer acordos de paz com os
chefes indígenas. Os jesuítas tiveram uma participação fundamental no
processo de pacificação dos índios. Tiveram hegemonia nesse processo até
1580, o que muda quando se constitui a União Ibérica (este tema será abordado
no próximo tópico), com a entrada de outras ordens no território.
Segundo Monteiro (2000), mesmo com a estratégia de envolver os
religiosos no projeto de pacificação dos indígenas, os portugueses não
abandonaram os recursos militares. Os portugueses levavam vantagem nesse
conflito, devido ao seu maior poderio militar (armas de fogo, cavalaria, etc) e
por receberem constantes reforços das capitanias da Paraíba e de Pernambuco.
As tropas portuguesas eram lideradas por Mascarenhas Homem, Francisco Dias
Paiva e Feliciano Coelho.
A expedição que empreendeu a conquista do Rio Grande foi marcada pela
violência de ambas as partes. Só em uma aldeia, os portugueses mataram 400
e cativaram 80; em outra, foram 1.500 entre mortos e cativos. Os portugueses
tinham vindo para se estabelecer definitivamente na capitania.
Os portugueses descobriram, segundo Monteiro, uma estratégia no avanço
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contra os potiguares, a utilização de indígenas para lutar contra indígenas. Os


portugueses valeram-se de rivalidades que já existiam entre as tribos que
habitavam o litoral para firmar alianças com outras tribos com o objetivo de
enfraquecer os potiguares.
Assim, as expedições mais numerosas dos portugueses e a
participação dos jesuítas, além do uso das armas, tornou possível que
os portugueses conseguissem se estabelecer definitivamente na região.
Para se defenderem dos índios, foi construída pelos portugueses uma
Fortaleza. Com a construção da Fortificação foi realizada a primeira missa
portuguesa no território da Capitania do Rio Grande, em 24 de junho de 1598.

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A pacificação dos índios ocorreu só em 11 de junho de 1599, na


cidade de Filipéia (atual João Pessoa - PB), quando os jesuítas Gaspar de
Samperes, Francisco Lemos e Francisco Pinto, que os potiguares
chamavam de Amanaiara (Senhor da Chuva), convenceram-nos a aceitar um
tratado de paz com os portugueses. Pelo lado dos índios, os chefes Mar Grande
e Pau Seco foram de grande ajuda para obtenção da paz, enquanto pelo lado
português, além dos já citados sacerdotes, foi de substancial importância a
participação de Jerônimo de Albuquerque.
Após a pacificação dos índios, as autoridades da capitania
construíram uma igreja (antiga catedral de Natal), inaugurada no dia 25 de
dezembro de 1599, e demarcaram o espaço para a nova cidade, que seria
a cidade de Natal. A população, sentindo-se segura pelo recém assinado tratado
de paz, começou a ocupar lentamente as imediações do templo religioso. Assim,
a inauguração da igreja representa o marco cronológico inicial de Natal, quarta
cidade fundada no Brasil, em 1599.
Para Câmara Cascudo (1999), o 11 de junho finaliza “um dos capítulos
iniciais e ásperos” da história brasileira, “mais uma cidade, a marca do norte,
extrema da posse, pouso e reforço para a lusitanização do Brasil setentrional”.

4. Invasão holandesa no Rio Grande do Norte


Além dos franceses, a Capitania do Rio Grande foi palco de incursões de
holandeses. Os holandeses dominaram quase todo o Nordeste açucareiro e
permaneceram em solo norte-rio-grandense por duas décadas. Depois dos
primeiros trinta anos do século XVII, ocorreu a ameaça da invasão holandesa do
Rio Grande (do Norte). A notícia da tomada da Bahia pelos holandeses correu
por toda costa, alarmando os colonos e sobretudo os mais desprovidos de
recursos de defesa. A invasão holandesa se consumaria no Rio Grande (do
Norte) em 1633.
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No final do século XVI, o Brasil já era um importante núcleo colonial


português, pois o açúcar aqui produzido era comercializado na Europa por
negociantes holandeses, o que lhes propiciava grandes lucros. A empresa
açucareira brasileira foi instalada com capital holandês. Os holandeses
emprestaram capital para que Portugal instalasse os engenhos no Brasil e, em
troca, a coroa portuguesa assegurava para a Holanda a missão de refinar e
comercializar o açúcar brasileiro na Europa. Eram boas as relações entre Holanda
e Portugal, havia um rico comércio entre os dois países, contudo as relações
entre Espanha e Holanda não eram boas.
No período de 1580 a 1640, Portugal esteve sob domínio espanhol, o que
ficou conhecido como a União Ibérica. Com a morte do rei D. Sebastião (1557-
1578), Portugal mergulhou num colapso político, visto que o monarca não

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possuía herdeiros, e o trono de Portugal ficou vago. Com a sua ausência, teve
início uma questão dinástica que permitiu que o reino português - Portugal e
suas colônias, passasse para a Espanha, de Felipe II. Em termos políticos, a
União Ibérica fez surgir um império que controlava grande parte da América e
da costa Africana, e de postos avançados na Índia.
Em 1621, a colônia brasileira foi dividida em duas unidades
administrativas: o Estado do Maranhão, com capital em São Luiz e o Estado do
Brasil, com sede em Salvador. Na prática passou a existir duas colônias, mas os
dois governadores estavam diretamente subordinados à metrópole. Com a
anexação à Espanha, Portugal herdou também os inimigos dos espanhóis, como
os holandeses, que passaram a promover incursões em suas colônias no Oriente,
na África e no Brasil. No Brasil, instalaram-se em Pernambuco, ocupando
também boa parte do Nordeste.
Filipe II, rei da Espanha, proibiu a manutenção das relações comerciais
entre Espanha (e suas colônias, Portugal e Brasil) e Holanda. Proibidos de
frequentar os portos portugueses, os holandeses começaram a fazer
contrabando.
Foram vários os momentos (1585, 1596, 1599) em que os navios
holandeses sofreram embargos por ordem da Coroa espanhola, o que
ocasionava interrupções temporárias do comércio. Como solução ao embargo
espanhol, a Holanda decidiu invadir o Nordeste brasileiro, apossando-se da
produção de açúcar da região; e também a levou a fundar a Companhia das
Índias Ocidentais (WIC) em 1621, que obteve os direitos monopolistas na
conquista, comércio e navegação da América e África ocidental. A Companhia,
uma organização comercial e militar, detentora de grandes capitais e
administrada por hábeis comerciantes, contando com o apoio do governo
holandês, visava a realizar grandes negócios, como o controle do comércio
açucareiro e a invasão dos domínios ibéricos no continente americano, como
forma de debilitar a Espanha. 00000000000

Em 1630, ocorreu a invasão de Pernambuco pelas forças flamengas,


principal centro produtor de açúcar do Brasil, e de lá, dominariam a região do
Nordeste por 24 anos. Em Pernambuco, os holandeses prepararam o ataque e a
invasão da Capitania do Rio Grande, pois a conquista tornaria mais segura,
militarmente, sua permanência no Nordeste açucareiro. Mas, antes da conquista
definitiva da capitania, os holandeses atacaram quatro vezes o Rio Grande, com
incursões que pareceram mais expedições de reconhecimento.
A primeira incursão dos holandeses na Capitania do Rio Grande ocorreu
1625. Em 1630, fizeram uma nova incursão. Em 1631, ocorreram as duas
últimas. Os holandeses desembarcaram no litoral norte-rio-grandense nas
imediações da praia de Ponta Negra, com as forças se dividindo em duas frentes:
uma parte avançou pelo mar e a outra seguiu por terra até chegar à cidade;
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uma parcela desse contingente terrestre ficou em Natal e o restante seguiu para
as cercanias do Forte dos Reis Magos. A geografia da região facilitou
enormemente o trabalho dos holandeses.
Com a conquista do Forte dos Reis Magos e da cidade de Natal, os
holandeses tentam expandir a conquista, o que foi fácil, pois a capitania estava
em situação de abandono. Mudaram o nome da fortaleza para Castelo de Ceulen
e o nome de Natal para Nova Amsterdã.
Na maior parte do tempo da ocupação, os holandeses enfrentaram a
resistência dos luso-brasileiros. O conflito desestruturava o sistema produtivo e
o fluxo do açúcar brasileiro para os portos holandeses, ocasionando uma alta no
preço do produto. Maurício de Nassau, que chegou ao Brasil em 1637, consolidou
o governo do Brasil holandês. Contudo, os engenhos existentes, nas capitanias
de Itamaracá e Rio Grande, foram quase a metade abandonados pelos
proprietários, confiscados ou vendidos para o governo holandês entre 1637 e
1638.
Depois da conquista de Natal e dos ataques feitos aos engenhos de Cunhaú
e Ferreiro Torto, os holandeses impuseram o seu domínio sobre toda a Capitania
do Rio Grande. Aliaram-se aos índios Janduí, inimigos dos potiguares (aliados
dos portugueses), e passaram a perseguir as comunidades portuguesas,
realizando uma série de massacres, aumentando a rejeição, entre os habitantes
da capitania, à presença holandesa.
A tática holandesa junto aos índios foi a das boas relações. Alguns índios
foram estudar na Holanda, como o chefe Potiguar Antônio Paraopaba, um dos
comandantes do massacre de Uruaçu. Como delegado holandês frente aos
Janduí, encontrava-se um alemão chamado Jacob Rabi, funcionário dos
holandeses, que chegou ao Brasil em 1637. Foi responsável pelas maiores
atrocidades cometidas durante o domínio flamengo, algumas com características
de genocídio, como foram os casos nos engenhos de Cunhaú, Uruaçu e Ferreiro
Torto. Algumas tribos potiguares também se aproximaram dos flamengos.
00000000000

Mesmo contando com aliados de expressão entre duas das mais


importantes nações indígenas da capitania, os holandeses não incursionaram
muito pelo interior, limitando-se mais às áreas litorânea e agreste, nos atuais
municípios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Macaíba, Extremoz, São José de
Mipibu, Nísia Floresta, Arês, Goianinha, Canguaretama, todo o vale do rio Ceará
Mirim e toda a área salineira.
A administração holandesa era marcada por uma certa descentralização,
com o Brasil dividido em quatro províncias, ficando o Rio Grande subordinado à
da Paraíba. O poder local era exercido por uma “Câmara dos Escabinos”,
composta por um funcionário holandês – o “esculteto” – e dois luso-brasileiros,

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nomeados pelo Supremo Conselho Político Holandês, responsável pela


administração, justiça, fazenda e segurança da capitania
Todas essas medidas visavam à manutenção de uma convivência pacífica
com os luso-brasileiros, evitando os conflitos entre os holandeses calvinistas e
os portugueses católicos. Durante o governo de Nassau, praticamente não houve
conflitos entre holandeses e portugueses por questões religiosas, pois foi
concedida liberdade de culto para os luso-brasileiros. Porém, após a partida de
Nassau, os holandeses passaram a perseguir os católicos, inclusive matando
vários missionários, o que acirrou os ânimos dos colonos luso-brasileiros e
transplantou para o Brasil a tensão religiosa que assombrava a Europa desde
meados do século XVI.
Os focos de resistência retornaram com ainda mais força e, então, as
tropas luso-brasileiras começaram a obter vitórias sobre os holandeses. O
envolvimento da população luso-brasileira no movimento de expulsão dos
holandeses, a partir de 1645, acendeu o estopim dos massacres na Capitania do
Rio Grande, uma decorrência da Insurreição Pernambucana.
No engenho Cunhaú, pertencente a Gonçalo Ribeiro, ocorreu uma violenta
ação dos holandeses, pois estes achavam que aquele engenho poderia se tornar
mais um foco de resistência. O massacre foi comandado por Jacob Rabi e um
grupo de índios. Como resultado, povoados do Rio Grande do Norte foram
migrando para capitanias vizinhas. Jacob Rabi provocou outro massacre em
1645, o massacre de Uruaçu, que pode ser dividido em duas partes: o
assassinato de alguns prisioneiros de guerra, quando de sua transferência da
Fortaleza de Santos Reis (Castelo de Ceulen, como chamavam os holandeses)
para Uruaçu; e o ataque executado pelos índios ao povoado, matando a
população do engenho e do povoado e destruindo as suas edificações. Morreram
aproximadamente 150 pessoas nos massacres realizados pelos holandeses em
Cunhaú e Uruaçu. Os índios que integravam o exército holandês, entre eles
grande parte da nação Potiguar, afirmavam que só participaram dos massacres
00000000000

porque não mais suportavam os maus-tratos dos portugueses.


Depois dessa onda de massacres, que desgastou ainda mais a imagem dos
holandeses, os luso-brasileiros reagiram, organizando expedições punitivas
contra os flamengos, destruindo as suas propriedades, assassinando os seus
funcionários e espalhando o terror no Nordeste holandês, principalmente no Rio
Grande (do Norte).
Com o enfraquecimento holandês, os luso-brasileiros conseguiram
expulsá-los de Pernambuco, onde era maior o domínio, e estes não puderam
permanecer no Rio Grande. Os luso-brasileiros conseguiram o apoio da
Inglaterra para expulsá-los, uma vez que esta estava em guerra com a Holanda,
que estava bastante enfraquecida militarmente e economicamente.

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Podem ser considerados como principais fatores que possibilitaram a


expulsão dos holandeses: a resistência cultural; o conflito de interesses entre os
senhores de engenho e os comerciantes holandeses; a dívida crescente desses
senhores de engenho com a Companhia das Índias Ocidentais e os conflitos
religiosos entre os luso-brasileiros, católicos, e os holandeses calvinistas.

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QUESTÕES COMENTADAS:

01) (FCC/MPE-RN/2010 - AGENTE ADMINISTRATIVO) No processo de


conquista da Capitania do Rio Grande do Norte, a construção do Forte
dos Reis Magos em 1598 como marco definitivo da posse territorial
ibérica e fundação de uma pequena povoação em 1599, reforçaram a
presença física e cultural do homem branco na região. No entanto, não
foi fácil o relacionamento entre os portugueses e os índios potiguaras,
pois os laços de alianças que existiam entre estes e os franceses eram
muito fortes, devido ao sistema de escambo.
(Adaptado de http://www.cerescaico.ufrn.br/rnnaweb/historia/
colonia/conquista.htm acesso em 27/04/2010)
De acordo com o texto, a dificuldade no relacionamento entre
portugueses e indígenas devia-se ao fato de o sistema
A) provocar uma intensa resistência indígena ao trabalho de extração
do pau-brasil e um tratamento bastante violento e opressivo dos
franceses para com os indígenas.
B) criar um verdadeiro clima de guerra e tensão entre índios e
portugueses, em virtude da necessidade de mão de obra nativa na
produção de alimentos para os franceses.
C) restringir o lucrativo comércio de mão de obra escrava entre os
portugueses e os índios potiguaras nas plantações de cana de açúcar e
nas áreas litorâneas da capitania.
D) dificultar a existência de trabalho compulsório como imposição dos
portugueses e facilitar o convívio e as relações de troca entre índios e
franceses.
E) impedir a conquista portuguesa do território brasileiro e a ampliação
00000000000

de novos espaços de terras para a produção de mercadorias de alto valor


no comércio interno.

COMENTÁRIOS:
Os portugueses enfrentaram grandes dificuldades para desembarcar,
ocupar e colonizar o Rio Grande, pois os índios potiguares os rejeitavam. Após
à chegada dos primeiros portugueses ao Rio Grande do Norte, que não foram
bem recebidos, o relacionamento permaneceu difícil, o que se deve ao fato do
receio dos indígenas dos portugueses utilizarem sua mão de obra como escrava
para extrair o pau-brasil (e depois para a empresa açucareira). Para a resistência
dos índios potiguares, também contribuía o fato da imposição de condutas e da

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catequização por parte dos lusitanos. Já os potiguares tinham um bom


relacionamento e convívio com os franceses, entre os quais foi estabelecida uma
aliança. Os franceses realizavam a atividade de extração do pau-brasil com os
índios potiguares e praticavam com eles o escambo de diversos produtos.
Gabarito: D

02) (FCC/ MPE-RN/2010 - ANALISTA DE BANCO DE DADOS) Durante a


União Ibérica, a Capitania do Rio Grande do Norte passou a fazer parte
do interesse expansionista de Filipe II da Espanha, tendo em vista
A) o sucesso da economia de subsistência praticada pelos índios
potiguares no interior da capitania, cuja produção poderia fornecer altos
lucros no mercado consumidor de produtos tropicais.
B) a constante invasão de povos estrangeiros na capitania,
particularmente de holandeses, que estabeleciam fortes laços de
aliança com os indígenas da tribo potiguar no sertão nordestino.
C) a posição geográfica da capitania, que possibilitava acesso
estratégico à colônia e exploração de todas as terras da costa brasileira,
especificamente da região nordestina.
D) a necessidade de expansão da colonização e a implantação de
núcleos de povoamento, a organização e a criação de órgãos
administrativos capazes de promover a expulsão dos franceses da
capitania.
E) o fracasso do sistema de capitanias hereditárias que favorecia
incursões estrangeiras, principalmente francesas, na capitania que
colocavam em risco o domínio espanhol em terras brasileiras.

COMENTÁRIOS:
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A Capitania do Rio Grande, durante o processo de ocupação, foi invadida


por estrangeiros, entre eles os holandeses. Estes tinham interesse no território
do Rio Grande, uma vez que era bem localizado, tinha uma grande projeção para
o Oceano Atlântico (é o estado brasileiro que tem a maior), possibilitava acesso
estratégico à colônia e ao litoral, sobretudo o nordestino.
Gabarito: C

03) QUESTÃO 51 (CESPE/UERN/2010 – AGENTE TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) O processo de colonização do atual estado do Rio
Grande do Norte (RN) teve início em fins do século XVI, depois de
vencida a resistência indígena e cessados os ataques franceses. Uma
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das primeiras construções portuguesas na área, um dos marcos iniciais


da colonização, foi
A) o Palácio Potengi.
B) o Cemitério do Alecrim.
C) a Vila de Estremoz.
D) a Capela de Cunhaú.
E) o Forte dos Reis Magos.

COMENTÁRIOS:
A Fortaleza ou Forte do Reis Magos (imagem abaixo) tornou-se
monumento histórico da cidade de Natal, pois é um dos marcos iniciais do início
da colonização pelos portugueses do Brasil e da fundação da capital potiguar,
em 25 de dezembro de 1599. A edificação militar foi construída para proteção
do território às ameaças externas, sobretudo dos franceses. Recebeu essa
denominação, pois sua construção iniciou em 6 de janeiro de 1598, dia de Reis,
conforme o calendário católico.

Forte dos Reis Magos (Natal/RN)

00000000000

Fonte: G1
Gabarito: E

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04) (CESPE/UERN/2010 – AGENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO)


Decreto estadual instituiu o dia 7 de agosto como o aniversário do RN.
A data escolhida é uma alusão à fixação do
A) Marco de Touros.
B) Padrão dos Descobrimentos.
C) Padrão de Cananeia.
D) Marco de Angra.
E) Marco de Itamaracá.

COMENTÁRIOS:
O Marco de Touros é considerado o mais antigo documento histórico do
Brasil, pois foi o primeiro marco de posse da coroa portuguesa fixado no país. É
considerado por alguns historiadores o registro do nascimento do Brasil. Foi
fixado no dia 07 de agosto de 1501, quando ocorreu o primeiro desembarque
dos colonizadores portugueses no território do Rio Grande, pela expedição de
Gaspar Lemos. Em face de sua importância como fato histórico, a data de sua
fixação foi escolhida como sendo aniversário do Estado.
O Marco de Touros, todo em mármore com a cruz de malta esculpida e
abaixo as armas do rei de Portugal, ainda existente, foi tombado como
patrimônio histórico do Brasil e, retirado de seu local de origem na cidade de
Touros, exposto no interior do Forte dos Reis Magos desde 1976.
Gabarito: A

05) (CONSULTEC/CBM RN/2006 – BOMBEIRO) Em relação à conquista


e à ocupação do espaço geográfico brasileiro, especialmente a capitania
do Rio Grande do Norte, é correto afirmar:
00000000000

01) Para assumir a posse da capitania dominada pelos franceses, os


portugueses se uniram aos índios Tapuias, cujo contato com os
invasores foi marcado por violência e agressividade.
02) A conquista territorial do Rio Grande do Norte efetivou-se durante
a União Ibérica, quando, após a derrota dos invasores franceses, os
luso-brasileiros ergueram o forte dos Reis Magos e iniciaram a fundação
do povoado que originou Natal.
03) O interior da capitania só pode ser conquistada quando os
bandeirantes paulistas contratados pela Coroa Portuguesa saíram à
procura de ouro e para aprisionar os índios.

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04) O domínio holandês na região organizou expedições para o interior


à procura de áreas para expandir a lavoura da cana-de-açúcar,
provocando uma guerra sangrenta chamada Guerra dos Bárbaros.
05) O bandeirismo paulista foi uma alavanca no processo de expansão
territorial da colônia, sem contribuir para o aparecimento de vilas e de
povoados, já que sua meta era aprisionar índios e descobrir minas.

COMENTÁRIOS:
O grande obstáculo para a conquista da Capitania do Rio Grande foi a
aliança entre os franceses e os índios potiguares. Os franceses exploravam
largamente o litoral território norte-rio-grandense. Desse modo, para a
efetivação da colonização pelos portugueses, era necessário expulsar os
franceses do litoral do Rio Grande.
Assim, a conquista da região pelos portugueses só foi confirmada com a
expulsão dos franceses, o que ocorreu em 1598, durante o período da União
Ibérica, tornando-se fundamental para a colonização portuguesa. Após a
expulsão, para proteção do território, iniciou-se a construção do Forte dos Reis
Magos, que daria início ao povoamento, originando a capital - a cidade de Natal.
Gabarito: 02

06) (CONSULTEC/CBM RN/2006 – BOMBEIRO) Nas últimas décadas do


século XVI, Portugal passou a ser dominado pela Espanha, formando a
União Ibérica. Como inimiga da Espanha, a Holanda ficou proibida de
comercializar o açúcar brasileiro e, como represália, invadiu o Brasil.
Sobre esse assunto, é correto afirmar:
01) O domínio holandês foi de curta duração porque, imediatamente
após a invasão, as capitanias nordestinas se uniram e expulsaram os
00000000000

holandeses.
02) A perseguição realizada pelos protestantes contribuiu para a fuga
dos católicos holandeses da Europa, que buscaram se instalar no
Nordeste brasileiro.
03) A capitania do Rio Grande do Norte foi invadida pelos batavos para
servir de ponto de entrada de escravos, comércio monopolizado pelos
holandeses.
04) Após a expulsão dos holandeses, os pernambucanos, livres dos altos
impostos pagos aos invasores, investiram na produção açucareira e
retornaram à posição de maiores produtores de açúcar.

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05) A lavoura de cana-de-açúcar entrou em decadência, após a expulsão


dos holandeses, que passaram a produzir açúcar nas Antilhas,
concorrendo com o Brasil.

COMENTÁRIOS:
Portugal e Espanha tinham relações comerciais. A empresa açucareira no
Brasil foi financiada com o capital holandês. Contudo, com a União Ibérica (1580-
1640), que unificou Espanha e Portugal, a Holanda, que não mantinha boas
relações com a Espanha, foi proibida pelo Rei Felipe II de comerciar com Portugal
e suas colônias. Com o embargo, os holandeses decidiram invadir o Brasil,
ocupando o nordeste brasileiro. O término da parceria entre Brasil e Holanda
afetou a produção açucareira, pois os holandeses controlavam o transporte, o
refino e o comércio do açúcar. Com a expulsão dos holandeses do Brasil, estes
começaram a produzir açúcar nas suas colônias, nas Antilhas, fazendo diminuir
o preço do açúcar brasileiro no mercado internacional.
Gabarito: 05

07) (FCC/AL-RN/2013 - ANALISTA LEGISLATIVO - ANALISTA DE


SISTEMAS) O feriado estadual de 3 de outubro no Rio Grande do Norte
corresponde à data
a) do massacre de fiéis católicos, ocorrido em Uruaçu, comunidade de
São Gonçalo do Amarante.
b) da beatificação dos mortos na capela do Engenho de Cunhaú,
município de Canguaretama.
c) da invasão da capela do Engenho de Cunhaú por holandeses aliados
a indígenas.
d) do pacto de aliança firmado entre indígenas e colonos portugueses
00000000000

contra os holandeses invasores.


e) da conversão do indígena potiguar Poti ao cristianismo, após suas
ações contra a invasão holandesa.

COMENTÁRIOS:
O feriado estadual de 3 de outubro no Rio Grande do Norte é um feriado
estadual instituído em homenagem aos mártires do massacre de Uruaçu, da
comunidade em São Gonçalo do Amarante, e também ao massacre de Cunhaú,
no engenho de Cunhaú. Ambos ocorreram liderados por Jacob Rabi, a serviço
dos holandeses e com a ajuda de indígenas.

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Gabarito: A

08) (FCC/AL-RN/2013 - - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM) Durante o período
da ocupação holandesa no território que hoje corresponde ao Rio
Grande do Norte,
a) ocorreu grande crescimento da produção açucareira, superando
Pernambuco e Bahia.
b) não houve crescimento econômico, restando dele, segundo Tavares
Lyra, “apenas uma triste lembrança”.
c) iniciou-se, no litoral, a exploração do pau-brasil, produto de grande
interesse comercial.
d) houve convivência pacífica entre indígenas tapuias e potiguares e
colonos luso-brasileiros, unidos contra os invasores.
e) foi criada a primeira alfândega brasileira em Natal, para controlar a
entrada de produtos europeus.

COMENTÁRIOS:
Com a vinda de Maurício de Nassau para o Brasil em 1637, tornando-se o
governador do Brasil holandês, os holandeses ocuparam a região do Nordeste,
incluindo a região da Capitania do Rio Grande. Nesse período, a exportação do
açúcar cresceu. Contudo, após a saída de Nassau do governo holandês no Brasil,
a Holanda começou a adotar medidas que não eram favoráveis aos senhores de
engenho no Brasil. Houve um aumento significativo nos impostos. Isso gerou o
fechamento de engenhos na Capitania do Rio Grande e também de Itamaracá e
Paraíba. Quase a metade dos engenhos foram abandonados pelos proprietários,
confiscados ou vendidos para o governo holandês entre 1637 e 1638,
00000000000

demonstrando, segundo Tavares Lyra, que a presença holandesa no Rio Grande


deixou apenas uma triste lembrança.
Gabarito: B

09) (FCC/AL-RN/2013 - - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM) Ao longo do século
XVI,
a) os franceses frequentaram assiduamente o litoral do Rio Grande do
Norte, explorando o pau-brasil.

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b) os portugueses firmaram sólidas e fraternais alianças com os índios


da região, os potiguares.
c) a Capitania do Rio Grande coube ao donatário Duarte Coelho, que a
transmitiu a seus descendentes.
d) os moradores de Pernambuco e Itamaracá uniram-se aos franceses,
no contrabando de madeira.
e) revelou-se a excepcional fertilidade das terras do Rio Grande para o
cultivo da cana-de-açúcar.

COMENTÁRIOS:
Com o abandono pelos portugueses do território brasileiro nas primeiras
décadas após a descoberta do Brasil, estrangeiros estabeleceram bases de
exploração no litoral do Rio Grande, sobretudo os franceses. Estes realizaram
um intenso comércio de pau-brasil, com os indígenas.
Gabarito: A

10) (CESPE/UERN/2010 - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) Quanto à


história do Rio Grande do Norte durante os séculos XVI e XVII, assinale
a opção correta.
a) Em maio de 1654, o domínio português estava restaurado em todas
as capitanias anteriormente ocupadas pelos holandeses.
b) A medida capaz de incentivar a ocupação das terras, após a expulsão
dos holandeses, foi a adoção do regime de capitanias hereditárias e o
povoamento da região com índios e portugueses, o que incentivou a
miscigenação dessas etnias.
c) A chamada Guerra dos Bárbaros foi uma luta que se estendeu por
00000000000

cerca de cinquenta anos entre os índios cariris, aliados dos portugueses,


e os holandeses.
d) Durante os cinquenta anos que se seguiram à Guerra dos Bárbaros,
os índios tapuios foram perseguidos e exterminados pelo militar
Bernardo Vieira de Melo.
e) O militar português Bernardo Vieira de Melo aliou-se aos holandeses,
ajudando-os a invadir o Forte dos Reis Magos.

COMENTÁRIOS:

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Os holandeses foram expulsos de Pernambuco em 1654, o que os


impossibilitou de permanecer no Rio Grande, os quais fugiram da capitania.
Assim, ocorreu de forma definitiva a expulsão dos holandeses do Brasil.
Gabarito: A

11) (FCC/AL RN/2013 - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM)
Sobre a pacificação dos índios potiguares no território que compreendia
o Rio Grande (mais tarde do Norte), é correto afirmar:
a) A pacificação deu-se por lento processo de mestiçagem, resultante
do casamento de inúmeros portugueses com índias potiguares, cujos
descendentes povoaram o atual Rio Grande do Norte.
b) Os índios potiguares rejeitaram a intermediação de missionários
jesuítas nas negociações pelo acordo de paz, aceitando apenas as
tratativas feitas por Jerônimo de Albuquerque, mestiço de índio e
branco.
c) Os violentos confrontos entre colonizadores e potiguares ficaram
conhecidos na História do Brasil como Guerra dos Bárbaros, que
resultou, após o extermínio de grande parte da população indígena, na
pacificação.
d) Após muitos combates violentos contra colonizadores luso-
brasileiros, os índios potiguares aceitaram acordo de paz em 1599, com
intermediação de Jerônimo de Albuquerque e padres jesuítas.
e) Usa-se a expressão “pacificação dos índios potiguares” para
identificar o momento a partir do qual a prática do canibalismo foi
abandonada e a fé cristã foi adotada pelos índios.
00000000000

COMENTÁRIOS:
A Guerra dos Bárbaros foi um violento conflito ocorrido, na segunda
metade do século XVII e primeira metade do século XVIII, entre os colonizadores
portugueses e etnias indígenas do interior do Nordeste do Brasil. Portanto, bem
depois dos conflitos com os índios potiguares.
A efetiva colonização da Capitania do Rio Grande só foi possível com a
pacificação dos índios potiguares, que resistiam ao invasor português. Após
violentos combates entre os colonizadores luso-brasileiros e os índios
potiguares, estes aceitaram um acordo de paz, firmado em 1599. O acordo foi
intermediado por Jerônimo de Albuquerque e por padres jesuítas.
Gabarito: D
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LISTA DE QUESTÕES:

01) (FCC/MPE-RN/2010 - AGENTE ADMINISTRATIVO) No processo de


conquista da Capitania do Rio Grande do Norte, a construção do Forte
dos Reis Magos em 1598 como marco definitivo da posse territorial
ibérica e fundação de uma pequena povoação em 1599, reforçaram a
presença física e cultural do homem branco na região. No entanto, não
foi fácil o relacionamento entre os portugueses e os índios potiguaras,
pois os laços de alianças que existiam entre estes e os franceses eram
muito fortes, devido ao sistema de escambo.
(Adaptado de http://www.cerescaico.ufrn.br/rnnaweb/historia/
colonia/conquista.htm acesso em 27/04/2010)
De acordo com o texto, a dificuldade no relacionamento entre
portugueses e indígenas devia-se ao fato de o sistema
A) provocar uma intensa resistência indígena ao trabalho de extração
do pau-brasil e um tratamento bastante violento e opressivo dos
franceses para com os indígenas.
B) criar um verdadeiro clima de guerra e tensão entre índios e
portugueses, em virtude da necessidade de mão de obra nativa na
produção de alimentos para os franceses.
C) restringir o lucrativo comércio de mão de obra escrava entre os
portugueses e os índios potiguaras nas plantações de cana de açúcar e
nas áreas litorâneas da capitania.
D) dificultar a existência de trabalho compulsório como imposição dos
portugueses e facilitar o convívio e as relações de troca entre índios e
franceses.
E) impedir a conquista portuguesa do território brasileiro e a ampliação
00000000000

de novos espaços de terras para a produção de mercadorias de alto valor


no comércio interno.

02) (FCC/ MPE-RN/2010 - ANALISTA DE BANCO DE DADOS) Durante a


União Ibérica, a Capitania do Rio Grande do Norte passou a fazer parte
do interesse expansionista de Filipe II da Espanha, tendo em vista
A) o sucesso da economia de subsistência praticada pelos índios
potiguares no interior da capitania, cuja produção poderia fornecer altos
lucros no mercado consumidor de produtos tropicais.

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B) a constante invasão de povos estrangeiros na capitania,


particularmente de holandeses, que estabeleciam fortes laços de
aliança com os indígenas da tribo potiguar no sertão nordestino.
C) a posição geográfica da capitania, que possibilitava acesso
estratégico à colônia e exploração de todas as terras da costa brasileira,
especificamente da região nordestina.
D) a necessidade de expansão da colonização e a implantação de
núcleos de povoamento, a organização e a criação de órgãos
administrativos capazes de promover a expulsão dos franceses da
capitania.
E) o fracasso do sistema de capitanias hereditárias que favorecia
incursões estrangeiras, principalmente francesas, na capitania que
colocavam em risco o domínio espanhol em terras brasileiras.

03) QUESTÃO 51 (CESPE/UERN/2010 – AGENTE TÉCNICO


ADMINISTRATIVO) O processo de colonização do atual estado do Rio
Grande do Norte (RN) teve início em fins do século XVI, depois de
vencida a resistência indígena e cessados os ataques franceses. Uma
das primeiras construções portuguesas na área, um dos marcos iniciais
da colonização, foi
A) o Palácio Potengi.
B) o Cemitério do Alecrim.
C) a Vila de Estremoz.
D) a Capela de Cunhaú.
E) o Forte dos Reis Magos.

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04) (CESPE/UERN/2010 – AGENTE TÉCNICO ADMINISTRATIVO)


Decreto estadual instituiu o dia 7 de agosto como o aniversário do RN.
A data escolhida é uma alusão à fixação do
A) Marco de Touros.
B) Padrão dos Descobrimentos.
C) Padrão de Cananeia.
D) Marco de Angra.
E) Marco de Itamaracá.

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05) (CONSULTEC/CBM RN/2006 – BOMBEIRO) Em relação à conquista


e à ocupação do espaço geográfico brasileiro, especialmente a capitania
do Rio Grande do Norte, é correto afirmar:
01) Para assumir a posse da capitania dominada pelos franceses, os
portugueses se uniram aos índios Tapuias, cujo contato com os
invasores foi marcado por violência e agressividade.
02) A conquista territorial do Rio Grande do Norte efetivou-se durante
a União Ibérica, quando, após a derrota dos invasores franceses, os
luso-brasileiros ergueram o forte dos Reis Magos e iniciaram a fundação
do povoado que originou Natal.
03) O interior da capitania só pode ser conquistada quando os
bandeirantes paulistas contratados pela Coroa Portuguesa saíram à
procura de ouro e para aprisionar os índios.
04) O domínio holandês na região organizou expedições para o interior
à procura de áreas para expandir a lavoura da cana-de-açúcar,
provocando uma guerra sangrenta chamada Guerra dos Bárbaros.
05) O bandeirismo paulista foi uma alavanca no processo de expansão
territorial da colônia, sem contribuir para o aparecimento de vilas e de
povoados, já que sua meta era aprisionar índios e descobrir minas.

06) (CONSULTEC/CBM RN/2006 – BOMBEIRO) Nas últimas décadas do


século XVI, Portugal passou a ser dominado pela Espanha, formando a
União Ibérica. Como inimiga da Espanha, a Holanda ficou proibida de
comercializar o açúcar brasileiro e, como represália, invadiu o Brasil.
Sobre esse assunto, é correto afirmar:
01) O domínio holandês foi de curta duração porque, imediatamente
após a invasão, as capitanias nordestinas se uniram e expulsaram os
00000000000

holandeses.
02) A perseguição realizada pelos protestantes contribuiu para a fuga
dos católicos holandeses da Europa, que buscaram se instalar no
Nordeste brasileiro.
03) A capitania do Rio Grande do Norte foi invadida pelos batavos para
servir de ponto de entrada de escravos, comércio monopolizado pelos
holandeses.
04) Após a expulsão dos holandeses, os pernambucanos, livres dos altos
impostos pagos aos invasores, investiram na produção açucareira e
retornaram à posição de maiores produtores de açúcar.

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05) A lavoura de cana-de-açúcar entrou em decadência, após a expulsão


dos holandeses, que passaram a produzir açúcar nas Antilhas,
concorrendo com o Brasil.

07) (FCC/AL-RN/2013 - ANALISTA LEGISLATIVO - ANALISTA DE


SISTEMAS)
O feriado estadual de 3 de outubro no Rio Grande do Norte corresponde
à data
a) do massacre de fiéis católicos, ocorrido em Uruaçu, comunidade de
São Gonçalo do Amarante.
b) da beatificação dos mortos na capela do Engenho de Cunhaú,
município de Canguaretama.
c) da invasão da capela do Engenho de Cunhaú por holandeses aliados
a indígenas.
d) do pacto de aliança firmado entre indígenas e colonos portugueses
contra os holandeses invasores.
e) da conversão do indígena potiguar Poti ao cristianismo, após suas
ações contra a invasão holandesa.

08) (FCC/AL-RN/2013 - - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM) Durante o período
da ocupação holandesa no território que hoje corresponde ao Rio
Grande do Norte,
a) ocorreu grande crescimento da produção açucareira, superando
Pernambuco e Bahia.
b) não houve crescimento econômico, restando dele, segundo Tavares
00000000000

Lyra, “apenas uma triste lembrança”.


c) iniciou-se, no litoral, a exploração do pau-brasil, produto de grande
interesse comercial.
d) houve convivência pacífica entre indígenas tapuias e potiguares e
colonos luso-brasileiros, unidos contra os invasores.
e) foi criada a primeira alfândega brasileira em Natal, para controlar a
entrada de produtos europeus.

09) (FCC/AL-RN/2013 - - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM) Ao longo do século
XVI,
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a) os franceses frequentaram assiduamente o litoral do Rio Grande do


Norte, explorando o pau-brasil.
b) os portugueses firmaram sólidas e fraternais alianças com os índios
da região, os potiguares.
c) a Capitania do Rio Grande coube ao donatário Duarte Coelho, que a
transmitiu a seus descendentes.
d) os moradores de Pernambuco e Itamaracá uniram-se aos franceses,
no contrabando de madeira.
e) revelou-se a excepcional fertilidade das terras do Rio Grande para o
cultivo da cana-de-açúcar.

10) (CESPE/UERN/2010 - TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR) Quanto à


história do Rio Grande do Norte durante os séculos XVI e XVII, assinale
a opção correta.
a) Em maio de 1654, o domínio português estava restaurado em todas
as capitanias anteriormente ocupadas pelos holandeses.
b) A medida capaz de incentivar a ocupação das terras, após a expulsão
dos holandeses, foi a adoção do regime de capitanias hereditárias e o
povoamento da região com índios e portugueses, o que incentivou a
miscigenação dessas etnias.
c) A chamada Guerra dos Bárbaros foi uma luta que se estendeu por
cerca de cinquenta anos entre os índios cariris, aliados dos portugueses,
e os holandeses.
d) Durante os cinquenta anos que se seguiram à Guerra dos Bárbaros,
os índios tapuios foram perseguidos e exterminados pelo militar
Bernardo Vieira de Melo.
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e) O militar português Bernardo Vieira de Melo aliou-se aos holandeses,


ajudando-os a invadir o Forte dos Reis Magos.

11) (FCC/AL RN/2013 - TÉCNICO LEGISLATIVO - TÉCNICO EM


HARDWARE - PROGRAMADOR - OPERADOR DE SOM)
Sobre a pacificação dos índios potiguares no território que compreendia
o Rio Grande (mais tarde do Norte), é correto afirmar:
a) A pacificação deu-se por lento processo de mestiçagem, resultante
do casamento de inúmeros portugueses com índias potiguares, cujos
descendentes povoaram o atual Rio Grande do Norte.

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b) Os índios potiguares rejeitaram a intermediação de missionários


jesuítas nas negociações pelo acordo de paz, aceitando apenas as
tratativas feitas por Jerônimo de Albuquerque, mestiço de índio e
branco.
c) Os violentos confrontos entre colonizadores e potiguares ficaram
conhecidos na História do Brasil como Guerra dos Bárbaros, que
resultou, após o extermínio de grande parte da população indígena, na
pacificação.
d) Após muitos combates violentos contra colonizadores luso-
brasileiros, os índios potiguares aceitaram acordo de paz em 1599, com
intermediação de Jerônimo de Albuquerque e padres jesuítas.
e) Usa-se a expressão “pacificação dos índios potiguares” para
identificar o momento a partir do qual a prática do canibalismo foi
abandonada e a fé cristã foi adotada pelos índios.

01 - D 02 - C 03 - E 04 - A 05 - 02

06 - 05 07 – A 08 – B 09 - A 10 - A

11- D XXXX XXXX XXXX XXXX

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