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94 p. il.
Bibliografia
ISBN: 85-99748-06-8
CDU: 72.059
CDD: 729.2
DOUGLAS QUEIROZ BRANDÃO
Cuiabá
CEFETMT
2006
Editora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso
Rua Zulmira Canavarros, 95 – Centro
Cuiabá, MT - 78005-390
Tel.: (65) 3314-3558 e Fax: (65) 3321-0223
Internet: http://www.cefetmt.br
Apoio:
AGRADECIMENTOS..............................................................................................5
PREFÁCIO..............................................................................................................7
INTRODUÇÃO...................................................................................................... 11
1. DIVERSIDADE E PERSONALIZAÇÃO.............................................................13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................75
ANEXOS...............................................................................................................81
SOBRE O AUTOR.................................................................................................94
INTRODUÇÃO
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ponentes para atender incertezas de utilização, aumento da relação de planos verti-
cais por unidade de área construída, redução da compacidade da moradia, definição
de outras alternativas para a cobertura, dentre outras soluções de projeto. Todavia,
embora não sejam incluídos estudos comparativos que apresentem a exata dimen-
são destes custos adicionais de construção, há indicação prática de que os mesmos
sejam relativamente baixos. Isso sem falar na economia que se pode ter em cada
adaptação e ampliação que pode ser realizada com mais facilidade, aproveitando
a construção original, evitando demolições e desperdícios. E há ainda a qualidade
técnico-arquitetônica das intervenções que, tendo característica mais profissional,
tendem a valorizar o imóvel em etapa mais consolidada. Infelizmente, o custo inicial
de construção, não obstante sua importância, ainda é magnificado em detrimento a
um conjunto maior de benefícios ao usuário.
Apesar de focalizar projetos de habitação social unifamiliar, exemplificados
com casos mato-grossenses, sobretudo do Projeto Moradia, do Programa Habitare,
os conceitos, aplicações e recomendações aqui presentes podem ser adotados nos
projetos habitacionais e construções em geral, para qualquer região do país.
Este manual, um dos vários produtos resultantes do trabalho em equipe
proveniente da cooperação técnica firmada entre o Centro de Educação Tecnoló-
gica de Mato Grosso e a Universidade Federal de Mato Grosso, longe da inten-
ção de esgotar assunto tão envolvente, constitui, com certeza, uma contribuição
relevante na área. De fácil leitura, pode ser aproveitado não só pela comunidade
técnico-científica, mas também por auto-construtores leigos.
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DIVERSIDADE E PERSONALIZAÇÃO 1
Personalizar, ser diferente, é uma característica intrínseca do ser humano.
Além disso, vários são os fatores que têm contribuído para a diversificação do
morar em décadas recentes, tais como: a diversificação demográfica e dos modos
de vida, com o surgimento de novas configurações familiares, a mudança do perfil
e os novos papéis desempenhados pela mulher, a tendência do trabalho remune-
rado realizado em casa e a profusão de novos equipamentos, tecnologias e mídias
domésticas. A moradia, casa, lar, entidade complexa que define e é definida por
vários fatores, de significado dinâmico e multidimensional, necessita ser sensível
às solicitações de adaptação e evolução ao longo da fase de uso. Uma oferta de
habitações cada vez menos seriada, mais diversa e que permita personalização
a partir dos primeiros ocupantes, é considerada por vários autores como um pro-
cesso irreversível. Este capítulo tem como objetivo apresentar o conceito de habi-
tação evolutiva, o porquê da necessidade de modificar a moradia e a importância
das habitações flexíveis e adaptáveis.
SIGNIFICADO DE HABITAÇÃO
A habitação representa muito mais que um simples núcleo territorial. Ela é mais
que uma simples ordenação espacial, significa uma entidade complexa que define e é
definida por conjuntos de fatores arquitetônicos, culturais, econômicos, sócio-demográfi
cos, psicológicos e políticos que mudam durante o curso do tempo (LAWRENCE, 1987;
1990). A Figura 1.01 explica com mais detalhes este conjunto de variáveis.
A saúde e o bem-estar das pessoas, assim como as atitudes humanas e valores,
são relativos e mutáveis. O significado de habitação, de lar, de casa, varia de pessoa para
pessoa, entre grupos sociais e através das culturas. Este conceito multidimensional ex
plica, por si só, a razão pela qual esta entidade material deve permitir modificações, seja
no momento de sua construção, seja ao longo de sua utilização.
Habitação evolutiva
Uma habitação é considerada polivalente ou evolutiva quando, dada a maneira
como foram concebidos os seus espaços, permite alterar os usos dentro dela, ocupá-la
de maneiras variadas, distribuindo as funções diferentemente (Rosso, 1980). Embora o
termo enfatize a ampliabilidade das residências, ou seja, um aspecto particular, habitação
flexível ou habitação adaptável são aqui também utilizados com o mesmo propósito.
13
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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DIVERSIDADE E PERSONALIZAÇÃO
Figura 1.02 – Comunidade de Aranya, Índia: diferentes soluções dos moradores, fonte: www.vas-
tushilpa.org, foto do Prof. Vikram Bhatt, utilizada por Digiacomo (2004).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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DIVERSIDADE E PERSONALIZAÇÃO
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
LHO, 2004; PAYERAS, 2005). A demanda por personalização (flexibilidade inicial) das
unidades residenciais é crescente, tornando-se uma realidade inevitável. Ou ainda, irre-
versível, segundo alguns autores. As empresas de construção e incorporação não devem
simplesmente sobreviver a esta demanda. Devem incluir a flexibilidade como objetivo de
desempenho juntamente com custos, qualidade, velocidade e confiabilidade.
Figura 1.03 - A diversidade das unidades familiares nos anos oitenta; ilustração da TVE, Barcelona,
Espanha (Fonte: Galfertti, 1997, p. 11).
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS 2
Variadas são as definições e formas de aplicação da flexibilidade arquitetônica.
Muitos são os termos correlatos: em alguns, a definição prende-se à alternância ou sobre-
posição de funções sem intervenção construtiva; em outras definições, inclui mudanças
por meio de construção. No âmbito temporal, a distinção entre flexibilidade inicial e flexibili
dade permanente é das mais relevantes, uma vez que projetos bem concebidos devem
prever ambas as situações. A classificação pode se dar também quanto à produção da
flexibilidade e quanto à estratégia de comercialização. Este capítulo destaca cinco formas
distintas de flexibilidade: diversidade tipológica, flexibilidade propriamente dita (variabili
dade), adaptabilidade, ampliabilidade e possibilidade de junção e desmembramento.
Seis estratégias de ampliação da flexibilidade são também comentadas: reversibilida-
de de cômodos, cômodos multiuso, alternância entre isolar e integrar, baixa hierarquia,
comunicações adicionais e mobiliário planejado. O capítulo é concluído com um breve
comentário sobre as formas de planejar a flexibilidade no caso particular das habitações
de interesse social unifamiliares.
DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÕES
Muitas são as definições, conceitos e formas de flexibilidade. Vários são
os termos correlacionados. Cada autor estabelece uma classificação à sua manei-
ra, mas o que importa, explica Digiacomo (2004), é que todas buscam classificar
a qualidade do espaço físico de se adaptar com facilidade às necessidades e
desejos dos seus ocupantes.
Diversidade de conceitos
Joedicke (1979) define flexibilidade como sendo a possibilidade de modificar
a função sem modificar as partes construídas e, variabilidade, a possibilidade de
variar os elementos construídos. Assim, é flexível se permitir distintas funções, sem
modificar a construção, já a alteração em uma parede é considerada variação.
Estes conceitos equivalem aos de Wienands (1979) que relaciona as
quatro principais possibilidades de comportamento frente às modificações: a
multiplicidade de usos (flexibilidade); a modificação construtiva (variabilidade); a
modificação do lugar com elementos definidores de espaço transportáveis (mobi-
lidade); e, a capacidade de adaptação humana (adaptabilidade).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 2.01 - Corte transversal de apartamentos experimentais em Léganes, Madri, Espanha, 1995,
mostrando diferenças de nível dos pisos, camas retráteis e mesas dobráveis, num esquema reversí-
vel do tipo dia/noite (Fonte: GALFERTTI, 1997).
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Quadro 2.01 - Equivalência de conceitos sobre a forma de atuação das empresas do setor, visando
a oferta de imóveis personalizados (Fonte: BRANDÃO, 2002).
Conceitos Conceito apresentado no artigo Postura da Mercado
introduzidos por “Apartamentos sob medida” empresa
BRANDÃO (1997) (YAMAMOTO, 2001)
Flexibilidade Plantas abertas ou laje livre Pró-ativa, em Apartamentos de grande
permitida geral porte em geral
Projeto padronizado com Reativa, em geral Apartamentos pequenos e
negociação de pequenas médios
alterações
Flexibilidade Alternativas de plantas Pró-ativa Apartamentos de porte
planejada médio
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
FORMAS DE APLICAÇÃO
Uma ampla revisão da literatura e um longo período de análise das plantas da
oferta imobiliária brasileira, possibilitaram estabelecer cinco formas distintas de conce-
ber a flexibilidade espacial: a diversidade tipológica, a flexibilidade propriamente dita,
a adaptabilidade, a ampliabilidade e as possibilidades de junção/desmembramento
(BRANDÃO, 1997; 2002; BRANDÃO; HEINECK, 1998; 2003). Cada uma destas alter-
nativas de projeto tem suas características resumidas nas seções que seguem.
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Diversidade tipológica
Existência de diversidade de unidades-tipo em um mesmo edifício, ou
num dado conjunto de habitações unifamiliares. O empreendimento é conce-
bido com várias plantas diferentes no que se refere à área privativa e número
de dormitórios. As localizações das unidades-tipo são pré-definidas no caso de
edifícios multifamiliares e, normalmente, não há alternativas de modificação do
interior das unidades. No caso de habitações unifamiliares, a diversidade tipoló-
gica também é dada pela variabilidade de tipos, sem a possibilidade de alterar
o projeto. Nestes casos, os empreendedores entendem que a simples oferta
diversificada já implica em flexibilidade.
Figura 2.02 - Quatro entre doze variações de planta para apartamentos de 83,5 m2, Ulm-Wiblingen,
Alemanha, 1973 (Fonte: 12 VARIATIONEN, 1979).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Adaptabilidade
Critério que visa assegurar a polivalência mediante a descaracterização
funcional das peças de uma edificação, de forma a dar-lhes alternativas de uso.
As unidades são projetadas sem que sejam pré-determinadas as condições de
uso, deixando as decisões para os usuários. A ênfase está em possibilitar funções
simultâneas para o mesmo ambiente ou, ainda, a troca de função, com facilidade
e rapidez, sem serviços de construção. Estão inclusos aqui conceitos de neutrali-
dade (Figura 2.03), agregação de funções e ambientes multiuso. A integração ou
isolamento dos ambientes pode se dar por meio de uma variedade de tipos de
divisórias e painéis móveis e o uso de mobiliário com este fim também pode ser
muito explorado (BAUWENS; CAMPBELL, 1999; BRANDÃO, 2003).
Ampliabilidade
Concepção em que a unidade pode receber a adição de novos ambientes ou
cômodos. Nas habitações unifamiliares são representantes desta concepção a casa
mínima ou habitação-embrião. A aplicação deste princípio está vinculada às restrições
de ocupação do solo e a adição (add-on) de mais quartos implica o estudo de uma
disposição inicial que permita uma integração razoável no projeto final (vide exemplo à
Figura 2.04). Outra forma parte do conceito de dispor maior espaço interno que possa
ser melhor aproveitado em etapas posteriores (add-in). A Figura 2.05 mostra um exem-
plo de casa onde os princípios add-in e add-on são utilizados. As figuras 2.06 e 2.07
mostram outros casos interessantes de aplicação da ampliabilidade.
Há, ainda, a chamada ampliabilidade alternativa (ou flexibilidade de com-
binação) que consiste em dotar o projeto de condições que permitam agregar
alternativamente uma peça de uma habitação a outra adjacente, opção esta que
pode se aplicar a apartamentos contíguos (vide Figura 2.08).
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Figura 2.04 - Residência edi- Figura 2.05 – Sprout House, projeto de habitação evolutiva
ficada em três estágios; David do arquiteto Sevag Pogharian, Montreal, iniciado em 1992,
Sheppard, 1965-1969 (Fonte: adequado a famílias jovens com poucos recursos financei-
RABENECK et al., 1974). ros (Fonte: CANADA MORTGAGE AND HOUSING COR-
PORATION, 1996).
Figura 2.08 - Proposta flexível, Geislingen-Auchtweide, Alemanha, 1976, projeto de Werner Kohn;
nesta proposta, transformações simples permitem criar unidades diferentes: quitinetes, apartamen-
tos de 1 quarto e apartamentos de 2 quartos (Fonte: SCHNEIDER, 1998, p. xvii).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 2.06 - Comunidade de Aranya, Índia, Prêmio Aga Khan de Arquitetura, 1995: (a) acima à
esquerda, lotes urbanizados com embrião; (b) acima à direita, área da classe média; (c) abaixo,
esquema de ampliação; o primeiro croqui mostra o embrião composto de uma sala multiuso e o
banheiro compartimentado em dois, um espaço para o vaso sanitário e outro para o chuveiro (Fonte:
www.vastushilpa.org), citado por Digiacomo (2004).
Figura 2.07 - Comunidade de Belapur, Índia, projeto do arquiteto Charles Correa: (a) à esquerda, es-
quema de ampliação, de um embrião em meia água até uma casa urbana de classe média; (b) à direita,
acima, esquema de implantação dos lotes privativos, mostrando que as janelas são permitidas somente
nas paredes junto aos pátios; (c) à direita, abaixo, visão de uma casa ampliada (Fonte: CORREA, 2000).
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Junção e desmembramento
Estão incluídos aqui os casos de junção de duas unidades residenciais
(casas ou apartamentos) para formar uma maior, e também, o caso contrário,
quando uma unidade é desmembrada em duas. Difere da ampliabilidade alternati-
va pois, naquele caso, o apartamento absorve apenas uma parcela do apartamen-
to vizinho. No caso da junção/desmembramento, uma unidade residencial absorve
inteiramente a unidade adjacente, isto é, de duas se faz uma, e vice-versa.
Uma proposta que envolve o conceito de projetar para as necessidades de
mudanças futuras é a Casa Flexível de Howe (1990) (Figura 2.09). A proposta baseia-
se no projeto e construção de casas que, desde o início, sejam preparadas para prover
com simples mudanças os chamados acessory apartments. As plantas mostram que,
para fazer a transformação, o proprietário pode fechar a porta entre a sala de estar e a
cozinha originais, acrescentando uma pequena cozinha, armário e divisória.
Figura 2.09 - Casa flexível, E.U.A., perspectiva, implantação no terreno e plantas dos pavimentos:
(A) piso térreo sem transformação; (B) piso térreo com um apartamento acessório; (C) piso superior
(Fonte: HOWE, 1990).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
VIAS SUPLEMENTARES
Além destes cinco grupos ou formas de planejar arranjos espaciais flexí-
veis, seis vias ou diretrizes possibilitam ampliar ou maximizar a versatilidade dos
ambientes das habitações em geral, aplicáveis também ao caso das moradias
de interesse social. Estas podem se dar através de: 1. cômodos ou ambientes
reversíveis; 2. cômodos multiuso; 3. alternância entre isolar e integrar; 4. baixa
hierarquia; 5. comunicações e acessos adicionais; e, 6. mobiliário planejado. Im-
porta ressaltar que tais vias não são excludentes entre si, pelo contrário, podem
ser combinadas dentro de um mesmo projeto.
Cômodos multiuso
É importante que exista pelo menos um espaço ou ambiente considerado
como de múltiplo uso. Este cômodo deve estar situado em posição estratégica na
planta, geralmente mais centralizado, propiciando contribuir com a flexibilidade
do projeto. Os quartos multiuso em pequenas habitações são o exemplo mais
comum: além de dormitório, funcionam também como escritório e sala de TV e
som (BAUWENS; CAMPBELL, 1999; BRANDÃO, 2003). A Figura 2.10 mostra um
exemplo de quarto multiuso.
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Figura 2.10 - Exemplo de quarto multiuso Figura 2.11 - Yacht Coast Residence, Fortaleza,
com pelo menos três funções: sala de TV e Ceará: várias portas de correr, possibilitando
som, escritório e quarto de hóspedes (Fonte: isolar ou integrar os espaços a qualquer tempo;
OLDEMBURG, 2001). o banheiro possui dois acessos (Fonte: BRAN-
DÃO, 2002).
Baixa hierarquia
Obtêm-se quando cômodos são equivalentes ou mais próximos em tamanho e
forma, gerando, assim, maiores possibilidades de alternância de função (ver Figura 2.12).
Em geral, os projetos brasileiros, costumam visar a alta hierarquia, destinando-os à famí-
lia nuclear tradicional e, sendo também, fruto de projetos baseados no funcionalismo.
Mobiliário planejado
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 2.12 - Edifício Stay House, em Figura 2.13 - Residencial Recanto do Bosque,
Goiânia: quartos e banheiros com as mes- na cidade de Canela, Rio Grande do Sul: comu-
mas dimensões, caso incomum no Brasil nicação adicional entre a sacada da sala de estar
(Fonte: BRANDÃO, 2002). e a lavanderia, ligação pouco comum em aparta-
mentos (Fonte: BRANDÃO, 2002).
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
BOUDON, Philippe. Habitat ouvert ou fermé?, L’Architecture d’Aujourd’hui, n.148, fevereiro-março, 1970.
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Quadro 2.02 - Princípios de projeto para habitações econômicas durante os períodos do pós-guerra
(1945-59) e contemporâneo (1980-presente) (Fonte: FRIEDMAN, 1997)
Princípio Estratégia Implementação/Efeito Implementação/Efeito
Casas do Período Pós- Casas Contemporâneas
Guerra
Espaços Uso de plantas Prover o máximo de área no Solução recomendada para
reduzidos de pavimento pavimento com mínima terrenos de áreas rurais, de
e uso eficiente quadradas quantidade de paredes menor preço
do espaço
União de todas Maximizar a quantidade de Maximizar a quantidade de
as áreas de espaço utilizável; espaço utilizável; combinar os
estar Reduzir espaço de espaços da sala de estar com a
circulação sala de jantar
Utilização do Usar inicialmente como Usar como dormitório desde o
ático depósito e depois como início
dormitório
Introdução de A sala de estar foi ampliada O espaço é usado para
peças multiuso para se tornar um ambiente acomodar uma variedade de
multifuncional; a cozinha foi unidades de serviço de acordo
integrada com a sala de com o tipo da casa
estar
Utilização de Redução de custos de Redução dos custos de
core mecânico encanamentos com a encanamentos através de
proximidade de cozinha e paredes hidráulicas
banheiro
Criação de um Uso de janelas e portas em Janelas de dimensões normais,
senso de grandes painéis de vidro em sobrados geminados,
espaciosidade colocadas apenas na frente e
nos fundos
Uso de cortinas, painéis Soluções não muito comuns
sanfonados ou estantes e nos projetos contemporâneos
armários removíveis como
divisórias
Flexibilidade Expansão Deixar o ático sem Deixar o piso superior sem
Interior e interna acabamento para término divisão para definição posterior
Expansão posterior
Expansão O baixo custo dos terrenos Devido ao alto custo dos
externa; permitiam lotes largos nos terrenos e restrições de leis
construção em quais as pequenas casas municipais, esta estratégia não
estágios podiam ser ampliadas é mais tão comum atualmente
Projeto para Uso de divisórias móveis, Projeto planejado para
adaptabilidade removíveis e unidades de adaptabilidade na fase de pré-
armazenamento (armários e ocupação para diferentes
estantes) para divisão do usuários
espaço
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FLEXIBILIDADE ESPACIAL: CONCEITOS
Na França, atualmente, apenas cerca de 7% das residências são produzidas sob medida (inteira-
mente personalizadas), prevalecendo a construção industrializada com ênfase na pré-fabricação
e modulação. Como os sistemas são abertos e flexíveis, é possível obter grande variabilidade de
projetos (MOURÃO, 2006).
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MODIFICAÇÕES NA FASE DE USO 3
Analisar os tipos de modificação espontâneas realizadas pelo morador em
sua habitação e apresentar os problemas e as dificuldades comuns decorrentes
de projetos sem flexibilidade planejada são os objetivos deste capítulo. São apre-
sentadas as alterações típicas realizadas pelo usuário com o intuito de melhoria e
personalização da unidade, incluindo os tipos mais comuns de ampliação da resi-
dência, como a criação de dormitórios adicionais, varandas e garagem. São ações
que reforçam a negação da uniformidade e o exercício da territorialidade, condições
que permitem o controle físico e psicológico do espaço. Também são apresentados
exemplos de modificações em projetos não convencionais, bem como as principais
razões de desconfiança e rejeição das habitações experimentais por parte dos usu-
ários. Na segunda parte do capítulo, os arranjos espaciais que são freqüentemente
empregados para as moradias populares são criticados quanto às dificuldades em
permitir adaptações e ampliações de forma simplificada e facilitada, com baixo custo
e sem comprometimento arquitetônico.
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 3.01 - Personalização de casas de solo-cimento em Ouro Branco do Sul, Município de Iti-
quira, Mato Grosso: (a) à esquerda, por meio de um jardim; (b) à direita, por meio de pintura com
desenhos geométricos.
ALTMAN, I. The environmental and social behavior. Monterey, CA: Brooks/Cole, 1975.
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MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
Figura 3.02 - O automóvel, como parte da propriedade, é propulsionador de mudanças: (a) à es
querda, o carro guardado sem proteção poderá gerar o desejo de construir uma futura garagem
coberta; (b) à direita, a criação de uma cobertura para o carro, ainda que de forma precária (Ouro
Branco do Sul, Município de Itiquira, em Mato Grosso, abril de 2005).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 3.03 - Exemplos de ampliações realizadas pelos moradores no empreendimento Nova Au-
rora, em Chapecó, Santa Catarina: (a) à esquerda, a criação de garagem e colocação de gradil na
frente; (b) à direita, construção de uma unidade para aluguel e muro (Fonte: DIGIACOMO, 2004).
Ampliações
A casa popular, tipicamente oferecida, é de pequeno porte, com pequena
área construída, o que faz gerar necessidades (e/ou desejos) de ampliação. Num
primeiro momento, ampliações caracterizam a maioria dos tipos de modificação
que são feitas na casas populares. A Figura 3.03 mostra casos de ampliação late-
ral que afetam a fachada. A Figura 3.04 mostra ampliações para a frente e a Figura
3.05, ampliações para os fundos.
Uma outra razão para ampliar e modificar, também comum, está no uso
parcial da casa para comércio (Figura 3.06) ou trabalho remunerado em casa
(home-office). O fato é que morar e trabalhar sempre foi uma opção adotada na
história do homem ao longo dos séculos, sendo um dado que não pode ser es-
quecido pelos projetistas.
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MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
Figura 3.04 - Ampliações na frente: (a) acima, à esquerda, construção de base para ampliação; (b) acima,
à direita, criação de varanda; (c) abaixo, à esquerda, construção de pavimentação (calçada); (d) abaixo, à
direita, criação de garagem, varanda e muro (Itiquira e Ouro Branco do Sul, abril de 2005).
Figura 3.05 - Ampliações aos fundos: (a) à esquerda, construção de área multiuso, com tanque
de lavar, pia de cozinha e mesa para refeições; (b) à direita, preparação de alicerce (Itiquira, Mato
Grosso, abril de 2005).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 3.06 - Parte da casa foi destinada a funcionar como bar ou mercearia; nota-se que também
foi ampliada aos fundos (Ouro Branco do Sul, Município de Itiquira, Mato Grosso, abril de 2005).
Figura 3.07 - Casas originalmente construídas com tijolos de solo-cimento, com área inicial em torno
de 42 m2; a casa à esquerda se revela totalmente descaracterizada em relação ao projeto original
(Ouro Branco do Sul, Município de Itiquira, Mato Grosso, abril de 2005).
42
MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
dentro do que é possível, uma característica individual tanto dentro como fora.
Em geral, como já comentado no Capítulo 1, existe receio natural quanto à uni-
formidade. Há preconceito contra a repetição e a uniformidade, a despeito de que
construir em série seja sempre válido do ponto de vista produtivo, econômico.
A Figura 3.08 mostra um exemplo desta uniformidade, uma característica típica
dos conjuntos habitacionais. A Figura 3.09, por sua vez, já apresenta exemplos onde esta
repetição é evitada. Cada casa tem sua fachada personalizada, não só em variedade de
tipos de revestimento e pintura, mas também pelas diferenças em esquadrias.
Um exemplo extremo do pensamento em favor da personalização e de
negação da uniformidade, é dado por Alexander (1968 apud Cowan, 1969), su-
gerindo, de forma hipotética, que as casas deveriam ter paredes fofas de grandes
espessuras, de tal forma que as famílias pudessem esculpir nichos, esculpir sua
casa de forma que a casa se tornasse muito pessoal para elas.
Figura 3.09 - Casas personalizadas, com diferentes revestimentos, pintura, esquadrias e detalhes
construtivos de acabamento observados na parte externa; construídas pelo sistema de mutirão, com
tijolos de solo-cimento (Ouro Branco do Sul, Município de Itiquira, Mato Grosso, abril de 2005).
ALEXANDER, C. Thick wall pattern. Architectural Design, London, n.7, p.324, 1968.
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Quadro 3.01 – Síntese das modificações arquitetônico-espaciais efetuadas pelos moradores em oito
casas do Conjunto Habitacional Pedra 90, em Cuiabá (Fonte: MELO, 2005).
Casa Aumento Substituição de Modificação nas Substituição das Módulo
painéis por esquadrias esquadrias sanitário
alvenaria
para frente, somente em alvenaria
1
cobertura
para trás, em 3 janelas e 2 em alvenaria
2
alvenaria portas
para trás, somente 2 janelas e 1 porta
3
cobertura
para trás, somente 1 janela e 1 porta
5
cobertura
para frente, somente 2 portas
8
cobertura
para trás, somente 1 porta em alvenaria
9
cobertura
da frente e do 2 portas
10
fundo
para trás, em parede da lateral 3 portas e 3 em alvenaria
12
alvenaria esquerda janelas
Figura 3.10 - Conjunto Habitacional Pedra 90, em Cuiabá: (a) à esquerda, módulo sanitário todo em
alvenaria; (b) à direita, instalação feita pelo morador (Fonte: MELO, 2005, p.39).
Figura 3.11 - Painel de ventilação superior, em casas avaliadas do Conjunto Habitacional Pedra 90,
em Cuiabá (a) conforme o projeto original; (b) fechado pelo morador (Fonte: MELO, 2005, p.60).
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MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
Geometria da planta
Tomando a Figura 3.12, na qual observa-se que a planta original é exatamente
quadrada, dois casos de ampliação espontânea são apresentados. Na primeira casa,
o morador cria dois quartos em terreno lateral, além da ampliação feita nos fundos.
Nota-se que a solução só se viabiliza utilizando um dos quartos originais como circu
lação de acesso aos novos cômodos. Na segunda residência, um dormitório extra foi
criado aos fundos, além de varandas na frente e nos fundos. É visível que a planta
quadrada, associada ao formato do telhado (Figura 3.13), prejudicou, neste caso, a
possibilidade de criar plantas de ampliação melhores e mais facilitadas.
Cobertura
É na cobertura que as ampliações espontâneas realizadas em projetos en-
gessados mostram o que talvez seja o pior resultado: a falta de harmonia estético-
arquitetônica dos telhados, sem solução de continuidade e com mescla de materiais
diferentes. A Figura 3.13 mostra dois exemplos típicos de ampliação. A questão que
melhor se coloca aqui é: como responsabilizar o usuário por adaptações e amplia-
ções de geometria e estética ruim, se o próprio projeto original não contempla a
abertura para intervenções posteriores adequadas e interessantes?
Posicionamento do banheiro
Com freqüência, o banheiro é projetado em local central e aos fundos da
casa, como mostra a Figura 3.12. Esta configuração acaba por reduzir as possibi-
lidades de ampliação da casa para os fundos. Varandas são criadas, mas podem
reduzir a ventilação e a iluminação natural. Odores provenientes deste banheiro cen-
tralizado acabam sendo transmitidos ao novo ambiente que, tipicamente, costuma
ser uma nova copa-cozinha. A rigor, neste caso, a solução tecnicamente mais cor-
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
a b
Figura 3.12 - Ampliações espontâneas realizadas por usuários de casas construídas em solo-cimen-
to, Conjunto Habitacional Arco Íris II, Itiquira, Mato Grosso: (a) criação de dois dormitórios adicionais,
com acesso através de um dos dormitórios originais; criação de uma varanda com lavanderia aos
fundos, e uma área descoberta, de função indefinida; (b) criação de área de serviço multiuso e dor-
mitório aos fundos (Fontes: DADAM; BRANDÃO, 2005b e DADAM, 2006).
Figura 3.13 - Exemplos de ampliações: (a) à esquerda, a criação de dois quartos em toda a exten-
são lateral da casa; (b) à direita, a criação de quarto adicional aos fundos (corresponde, respectiva-
mente, às plantas da Figura 3.12).
48
MODIFICAÇÕES NA FASE DO USO
Posição de esquadrias
Os banheiros poderiam se situar aos fundos da planta desde que tivessem
sua janela voltada para o corredor lateral ou outro espaço para o qual existe a
certeza que não receberá ampliação futura. Na Figura 3.12.b observa-se que a
janela original do quarto ao lado do banheiro foi transferida para a parede lateral,
permitindo a criação do dormitório adicional aos fundos. As esquadrias, quando
mal posicionadas inicialmente, dificultam as ampliações, gerando mais trabalho e
custos que poderiam ser evitados.
A cozinha
Devido a limitação de área, as cozinhas são normalmente pequenas, não
permitindo funcionar também como copa. Esta função acaba sendo acumulada pela
sala de estar que também não comporta bem a mesa com cadeiras. Conclusão:
há casos em que criar um espaço amplo e único, multiuso, unindo sala, cozinha e
refeições, acaba fornecendo um resultado melhor.
Observações realizadas por meio de avaliações pós-ocupação mostram
que muitas das ampliações aos fundos são feitas para funcionar como nova cozinha
(às vezes, como uma segunda cozinha), com maior espaço para refeições. Outra
constatação é que grande parte das famílias de conjuntos mais carentes não possui
fogão, geladeira, armários e mesa de refeições com dimensões adequadas a uma
residência pequena. É freqüente que estes móveis (inclusive os de outros cômodos
da casa) serem maiores devido à forma com que foram originados: trazidos de re-
sidências anteriores, recebidos por meio de doação ou adquiridos no comércio de
móveis usados. É comum verificar a existência de fogões de 6 bocas fora do local
menor originalmente previsto pelo projetista para um fogão de 4 bocas.
49
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
ficar afastada o mínimo possível de uma das divisas laterais, permitindo espaços
ampliáveis no outro lado. Outra situação comum está em posicionar a casa muito
à frente, limitando as possibilidades de ampliação frontais: nova sala, quarto adi-
cional, garagem, etc.
Figura 3.14 - Empreendimento Nova Aurora, em Chapecó, Santa Catarina: tanque de lavar loca-
lizado em área descoberta, situação corriqueira nos projetos originais das habitações populares
unifamiliares no Brasil (Fonte: DIGIACOMO, 2004).
50
DIRETRIZES PARA PROJETOS 4
Este capítulo compreende o manual propriamente dito, ou seja, o conjunto
de disposições técnicas e diretrizes para projetos de habitação de interesse social
unifamiliares. Com base na literatura especializada e na experiência do autor com
o tema, incluindo resultados de avaliações pós-ocupação, foram definidas trinta
e uma recomendações técnicas que poderão ser consideradas por projetistas,
visando moradias adaptáveis e evolutivas. O capítulo inicia com a relação das
condições essenciais para a qualidade da habitação. Em seguida são apresen-
tadas as diretrizes, organizadas conforme os seguintes itens: 1. arranjo espacial
quanto à forma e dimensão dos cômodos; 2. arranjo espacial quanto ao sentido
de expansão da moradia; 3. esquadrias e aberturas; 4. cobertura; 5. estrutura; 6.
instalações; 7. divisão de ambientes e mobiliário; 8. terreno e tipologias; e, 9. apoio
ao usuário. Ao final, a questão do custo da flexibilidade é brevemente discutida
sob os pontos de vista de custo de construção e custo global da habitação.
51
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
6. Estética: a moradia tem que ser atraente tanto interna como externa-
mente. Deve estar integrada no seu entorno;
A moradia ideal
Especificamente no caso de habitação unifamiliar, o trabalho de Digiacomo (2004) é um dos mais completos em
termos de estratégias para o projeto de moradias sociais evolutivas, com a proposição de dezesseis diretrizes.
Para aprofundamento no assunto, são também sugeridas as seguintes fontes: Rabeneck et al. (1974), Albers et
al. (1989), Bauwens e Campbell (1999), Friedman (1997 e 2002), Brandão (1997 e 2002) e Moschen (2003).
52
DIRETRIZES PARA PROJETOS
53
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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DIRETRIZES PARA PROJETOS
Figura 4.02 - “Projeto XIV”, uma das propostas iniciais estudadas para o Projeto Moradia, Programa Habi-
tare, em Mato Grosso: (a) à esquerda, o arranjo do embrião composto por sala, cozinha, banheiro e serviço
externo descoberto, com as indicações dos vários sentidos de expansão (vide Anexo X); (b) oito alternativas
para acréscimo dos dois primeiros dormitórios da casa (Fonte: RODRIGUES; BRANDÃO, 2005).
Figura 4.03 - Casa de dois pisos, Vila Flora, mostrando uma seqüência de ampliações em duas
etapas: na primeira, a criação de uma copa integrada à cozinha; na segunda, a criação de uma
despensa (Fonte: www.rossiresidencial.com.br, v. DIGIACOMO, 2004).
55
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
56
DIRETRIZES PARA PROJETOS
Figura 4.05 - Sistema Stella, protótipo construído no campus da Universidade Federal de Santa
Catarina, com área de 47 m2, utilizando madeira de reflorestamento: (a) acima, vistas que mostram a
opção de casas geminadas; (b) as plantas destacam a possibilidade de ampliação no sentido lateral.
(Fonte: SZÜCS et al., 2004).
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 4.06 - Conjunto popular com casas geminadas duas a duas na cidade de Cotia, São Paulo,
projeto de Joan Villà e Silvia Chile: (a) o térreo compreende sala, cozinha e área de serviço; (b) no
primeiro pavimento há dois quartos e o banheiro; (c) uma escada externa liga o primeiro pavimento
ao terraço superior coberto, que funciona como área de expansão.
Esquadrias e aberturas
D.9 Posicionar estrategicamente a esquadria de cada cô-
modo. Como comentado na diretriz anterior, a posição da esquadria de cada
cômodo deve ser posicionada de tal forma a não ter que ser transferida no caso de
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DIRETRIZES PARA PROJETOS
Cobertura
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
60
DIRETRIZES PARA PROJETOS
Figura 4.09 – Projeto “Hab[A]”, unidade habitacional de baixo custo sob a ótica da flexibilidade, do
Núcleo de Projetos do Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto, São Paulo: na área cor-
respondente à torre central estão cozinha, banheiro e área de serviço; os demais espaços ao redor,
em formato de U, constituem a parte livre ou flexível (Fonte: VILLA; SILVA, 2005).
Estrutura
D.15 Separar, se possível, estrutura e vedações. A não ser
que a edificação seja em alvenaria estrutural, a separação entre estrutura e fe-
chamentos internos permite maior liberdade para as adaptações. Neste caso, a
utilização de sistemas de vedação leves torna-se possível.
61
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Instalações
62
DIRETRIZES PARA PROJETOS
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
Figura 4.10 - Habitação em madeira, modulada e ampliável, com a estratégia de divisórias desmon-
táveis (Fonte: OLIVEIRA, 2003).
Terreno e tipologias
D.28 Prever afastamento que permita ampliar para a fren-
te. Não é necessário implantar a casa usando o menor recuo permitido. Ou seja,
a casa não precisa ser construída muito à frente do terreno, permitindo, assim,
planejar ampliações futuras como garagem, varanda, nova sala, espaço produtivo,
etc., e ainda manter um jardim.
D.29 Adotar terrenos mais largos, se possível. Sempre que
possível, adotar lotes mais largos e menos profundos. Segundo Szücs et al. (2000)
e Friedman (2002), os terrenos mais largos são mais indicados para as propostas
de habitação flexível. Nestes lotes, a casa pode apresentar melhor circulação de
ar e maior exposição de luz nas fachadas, como explica Digiacomo (2004). É fácil
verificar que as casas podem ser ampliadas em vários sentidos nos lotes mais
64
DIRETRIZES PARA PROJETOS
largos. O principal entrave está mesmo no custo maior da infra-estrutura que esta
forma de urbanização promove, normalmente inviabilizando a idéia.
Uma alternativa em lotes mais largos poderia ser a geminação das casas,
duas a duas (figuras 4.04 e 4.11), o que minimizaria os custos de infra-estrutura
(SZÜCS et al., 2000). Já Digiacomo (2004) lembra que outras tipologias, como a
casa agrupada, a casa geminada em fita e a casa-pátio, também proporcionam
projetos flexíveis de forma satisfatória.
Enfim, cabe ao projetista determinar para cada situação, qual a tipologia
mais adequada.Independente do formato do lote e da tipologia, o importante é que
a habitação de interesse social possa ser ampliada de modo que a sua habitabili-
dade, nem a dos vizinhos, seja afetada negativamente.
Figura 4.11 – Uma das propostas de casas geminadas da Associação Brasileira de Cimento Por-
tland: perspectiva frontal e arranjo espacial (Fonte: ABCP, 2002).
Apoio ao usuário
D.30 Fornecer projetos de opções de possíveis amplia-
ções. Mesmo que estejam claros os sentidos de expansão da moradia, ou seja,
que as ampliações e adaptações venham a ser induzidas no espaço-embrião por vá-
rias das estratégias aqui apresentadas, ainda assim, é imprescindível que o usuário
receba um conjunto de projetos com as ampliações possíveis de serem executadas
após a entrega da casa. Esta é uma forma de assessoramento técnico para as famí-
lias mais carentes, que não podem contratar um arquiteto ou engenheiro.
D.31 Criar manual do usuário da habitação. Além das possibili-
dades de ampliação, o manual do usuário da habitação deve conter os projetos e
especificações técnicas da construção e recomendações para manutenção, princi-
palmente. Deve apresentar linguagem clara e objetiva e enfatizar as ilustrações.
65
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
66
DIRETRIZES PARA PROJETOS
Figura 4.12 – Relações entre a quantidade de planos verticais (paredes internas e externas) e área
de construção: (a) casa de 2 quartos de formato quadrado; (b) casa de 1 quarto em forma de L; (c)
casa de 1 quarto de formato alongado.
10 Índice de compacidade é a relação entre o perímetro de um círculo de área igual a do projeto avali
ado e o perímetro externo deste mesmo projeto, dada em porcentagem. Assim, o círculo tem Ic igual
a 100% e o quadrado, 88,6%.
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
68
AVALIANDO ALGUMAS PROPOSTAS 5
Este capítulo complementa o anterior, com a análise de onze projetos de
casa-embrião, de 1 e 2 dormitórios. Estes arranjos são oriundos de um catálogo
de projetos do Grupo Multidisciplinar de Estudos da Habitação, da Universidade
Federal de Mato Grosso, no qual estão também incluídos os estudos do Projeto
Moradia, do Programa Habitare. Inicialmente são apresentados dois arranjos cuja
configuração dificulta as ampliações necessárias na fase de uso da residência.
Em seguida são apresentadas as plantas consideradas interessantes por sua con-
cepção flexível: um caso de planta em forma de L; um caso cuja expansão é indu-
zida apenas para os fundos; quatro casos de expansão lateral; e, finalmente, três
projetos cuja expansão pode se dar com facilidade em todos os sentidos: frente,
fundos e laterais. As propostas de cobertura não são incluídas, mas devem seguir
as recomendações apresentadas no capítulo anterior. Para cada um destes proje-
tos são apresentadas algumas idéias de ampliação que foram consideradas mais
prováveis, reforçando muitas das diretrizes geométrico-espaciais deste manual.
69
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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AVALIANDO ALGUMAS PROPOSTAS
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HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
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AVALIANDO ALGUMAS PROPOSTAS
O espaço maior, em L, integra sala e cozinha (um atributo que costuma ser
valorizado no marketing imobiliário) e o banheiro, em formato quadrado, garante
maior economia quando da colocação do revestimento das paredes. Ainda na
fase de construção, pode-se optar por pequenas varandas na frente e na área de
serviço aos fundos, junto à porta da cozinha. Aplicado em sistema de mutirão este
projeto pode, assim, apresentar diversidade de fachadas já na fase de implanta-
ção inicial do conjunto, evitando a uniformidade.
Protótipo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de
Mato Grosso em parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato
Grosso, recebeu atenção especial no que se refere ao conforto térmico e à flexi-
bilidade espacial. Quanto a este segundo quesito, observa-se na Figura 5.08b, a
73
HABITAÇÃO SOCIAL EVOLUTIVA
11 Este painel-janela pode ser desenvolvido de várias formas, desde que garanta ventilação, iluminação, seguran-
ça e fácil remoção na etapa de ampliação. Pode ainda ser substituído por uma porta metálica, com sistema de
vidro basculante. Pode-se, ainda, pensar em elementos vazados de cerâmica ou concreto, persianas ou treliça-
dos de madeira, desde que conjugados com outros elementos que controlem a ventilação e a iluminação.
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80
ANEXOS
81
Anexo I - Casa geminada com 1 quarto, projeto da Caixa Econômica Federal.
82
Anexo II - Casa isolada no lote com 1 quarto, projeto da Caixa Econômica Federal.
83
Anexo III - Casa geminada com sala-dormitório, Residencial Tijucal, em
Cuiabá, Mato Grosso.
84
Anexo IV - Casa isolada no lote com sala-dormitório, empreendimento desconhecido.
85
Anexo V - Casa isolada no lote, com sala-dormitório, projeto da Caixa
Econômica Federal.
86
Anexo VI - Casa isolada no lote, com 2 quartos, Estudo no. 05 para o Projeto
Moradia, Programa Habitare, CEFETMT/UFMT.
87
Anexo VII - Casa isolada no lote, com 2 quartos, Estudo no. 03 para o Projeto
Moradia, Programa Habitare, CEFETMT/UFMT.
88
Anexo VIII - Casa isolada no lote, com 2 quartos, Protótipo I do Projeto Moradia, Pro-
grama Habitare, CEFETMT/UFMT, construído em Barra do Bugres, Mato Grosso.
89
anexo IX - Casa isolada no lote, com 2 quartos, Estudo no. 14 para o Projeto Mora
dia, Programa Habitare, CEFETMT/UFMT (depois denominado de “Projeto XIV”).
90
Anexo X - Planta-baixa com detalhes do embrião sala-cozinha-banheiro-serviço
do Projeto XIV.
91
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2.12, p.30: fonte: Brandão (2002)
2.13, p.30: fonte: Brandão (2002)
2.14, p.31: periódico Mini Máximo, fonte: Laclau (1997)
Capítulo 3
3.01, p.38: fotos do acervo do autor (2005)
3.02, p.39: fotos do acervo do autor (2005)
3.03, p.40: fotos: Mariuzza Carla Digiacomo; fonte: Digiacomo (2004)
3.04, p.41: fotos do acervo do autor (2005)
3.05, p.41: fotos do acervo do autor (2005)
3.06, p.42: foto do acervo do autor (2005)
3.07, p.42: fotos do acervo do autor (2005)
3.08, p.43: foto do acervo do autor (2005)
3.09, p.43: fotos do acervo do autor (2005)
3.10, p.46: Conjunto Residencial Pedra 90, Cuiabá; fonte: Melo (2005)
3.11, p.46: Conjunto Residencial Pedra 90, Cuiabá; fonte: Melo (2005)
3.12, p.48: fontes: Dadam e Brandão (2005), Dadam (2006)
3.13, p.48: fotos do acervo do autor (2005)
3.14, p.50: foto: Mariuzza Carla Digiacomo; fonte: Digiacomo (2004)
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Capítulo 4
4.01, p.53: fonte: Cavalcanti (2001)
4.02, p.55: projeto: Douglas Queiroz Brandão; fonte: Rodrigues e Brandão (2005)
4.03, p.55: fonte: www.rossiresidencial.com.br; v. Digiacomo (2004)
4.04, p.56: projeto: ABCP; fonte: ABCP (2002)
4.05, p.57: fonte: Szücs et al. (2004)
4.06, p.58: fonte: www.arcoweb.com.br/arquitetura/ arquitetura370.asp# (2003)
4.07, p.60: foto: Mariuzza Carla Digiacomo; fonte: Digiacomo (2004)
4.08, p.60: fonte: www.rossiresidencial.com.br; v. Digiacomo (2004)
4.09, p.61: fonte: Villa e Silva (2005)
4.10, p.64: fonte: Oliveira (2003)
4.11, p.65: fonte: ABCP (2002)
4.12, p.67: desenhos do autor
Capítulo 5
5.01, p.70: Conjunto Residencial Arco-Íris, Itiquira; fonte: Dadam; Brandão (2005)
5.02, p.70: ampliações projetadas pelo autor
5.03, p.70: Conjunto Residencial Despraiado, Cuiabá; cortesia: Lotufo Engenharia
5.04, p.70: ampliações projetadas pelo autor
5.05, p.71: projetos: Caixa Econômica Federal
5.06a, p.72: Conjunto Residencial Tijucal, Cuiabá; fonte: Camiá (1990)
5.06b, p.72: projeto: local e autor desconhecido; fonte: Souza Filho (1993)
5.07a, p.72: projeto: Caixa Econômica Federal
5.07b, p.72: projeto: Douglas Brandão, Estudo no.5, Projeto Moradia
5.08a, p.73: projeto: Douglas Brandão, Estudo no.3, Projeto Moradia
5.08b, p.73: projeto: Luciane Durante e João C. Sanches, Protótipo I, Projeto Moradia
5.09, p.74: projeto: Douglas Brandão, Projeto XIV (Estudo no.14), Projeto Moradia
Anexos (p.82-91)
Os projetos originais apresentados são os mesmos do Capítulo 5. Os projetos de
ampliação propostos foram projetados pelo autor.
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SOBRE O AUTOR
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