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Avaliação e Intervenção em Edificações Antigas
Avaliação e Intervenção em Edificações Antigas
JOINVILLE
2013
LUIZ CEZAR DAMIAN CASSOL
JOINVILLE
2013
Termo de Aprovação
Banca Examinadora
Orientador: ____________________________________________
Profª. Doutora Marianna Coelho Lorencet
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Membro: ____________________________________________
Profª. Doutora Nilzete Farias Hoenicke
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Membro: ____________________________________________
Profª. Mestre Sandra Denise Kruger Alves
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Aos meus pais Paulo Cezar Cassol e Irene Virginia Damian por acreditarem,
confiarem, darem suporte e condições para que eu conseguisse chegar até aqui.
A minha namorada Viviane Tedesco que me deu muita força nesta
caminhada, não me deixando desistir. Nas horas mais difíceis, em que precisei,
sempre esteve do meu lado.
A todos os amigos, parceiros conhecidos que de alguma maneira fizeram
parte dessa história, nas alegrias e nas tristezas, em especial aqueles que
compartilhamos horas intermináveis de estudo.
A minha orientadora Professora Marianna Coelho Lorencet pela orientação
deste trabalho e por ter depositado confiança em mim, ao setor de assessoria de
obras da UDESC-Joinville e ao Prof. Dieter Neermann pela disponibilização das
informações e auxilio na realização do trabalho.
A todos os professores da UDESC e do DEC, importantes não apenas na
minha formação acadêmica, mas que cooperaram principalmente para minha
formação humana.
A toda a família que sempre esteve ao meu lado e torceu por mim, minha Irmã
Marina por sua amizade e companheirismo e em especial aos tios Geraldo e Vera
por todo o apoio e amizade que sempre ofereceram.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que ajudaram a concretizar este sonho,
pessoas essas que são maravilhosas e estarão sempre guardadas no lado esquerdo
do peito, principalmente meus pais, minha namorada, minha Irmã, avós, avos, tios,
tias, primos, primas e amigos.
“Deixe o mundo mudar você e você
poderá mudar o mundo”
The old buildings built before the consolidation of the concrete as the main
building typology of structures in the 30’s of the twentieth century, are the living
memory of past times, many of them are abandoned and can be retrieved for re-use.
In many countries the recovery of old buildings is an important part of the
construction industry. This work aims to collect a set of technical information to assist
in assessments and intervention proposals of old buildings. Some parts of the
building are selected to be avaliated, and for each part the concepts, requirements,
evaluation methodologies and solutions were defined. Foundations, structural
system, floors and roofs were the parts that have been investigated. Based on the
bibliography research a case of study was developed, evaluating the conditions of
the building and proposing solutions to the pathologies the school Germano Timm, in
the city of Joinville. It was concluded that the information collected is a major
instrument of support in conducting the assessments and proposals for action in old
buildings.
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
2 METODOLOGIA................................................................................................................ 11
3 CONCEITOS INICIAIS ..................................................................................................... 12
3.1 PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CONSTRUIDO................................................... 12
3.2 INTERVENÇÃO EM EDIFICIOS ANTIGOS ......................................................... 15
4 AVALIAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES ................................................................................. 18
4.1 AVALIAÇÃO HISTÓRICA..................................................................................... 19
4.2 FUNDAÇÕES........................................................................................................... 20
4.2.1 Conceitos...................................................................................................... 20
4.2.2 Requisitos .................................................................................................... 20
4.2.3 Metodologia de avaliação ........................................................................... 22
4.2.4 Possíveis Problemas/Soluções .................................................................... 26
4.3 SISTEMA ESTRUTURAL/ESTRUTURA ............................................................. 29
4.3.1 Conceitos...................................................................................................... 29
4.3.2 Requisitos .................................................................................................... 31
4.3.3 Metodologia de Avaliação........................................................................... 33
4.3.4 Possíveis Problemas/Soluções .................................................................... 35
4.4 PISOS........................................................................................................................ 43
4.4.1 Conceitos...................................................................................................... 43
4.4.2 Requisitos .................................................................................................... 44
4.4.3 Metodologia de Avaliação........................................................................... 44
4.4.4 Possíveis Problemas/Soluções .................................................................... 44
4.5 COBERTURA........................................................................................................... 46
4.5.1 Conceitos...................................................................................................... 46
4.5.2 Requisitos .................................................................................................... 47
4.4.3 Metodologia de Avaliação........................................................................... 47
4.4.4 Possíveis Problemas/Soluções .................................................................... 48
5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 49
5.1 APRESENTAÇÃO DO IMÓVEL ........................................................................... 49
5.1.1 O município de Joinville............................................................................. 50
5.1.2 Preservação do Patrimônio Histórico em Joinville.................................. 53
5.1.3 Localização do Prédio ................................................................................ 57
5.1.4 História da E. E. B. Germano Timm......................................................... 58
5.1.4 Tipologia Construtiva................................................................................. 59
5.2 AVALIAÇÃO DA EDIFICAÇÃO ........................................................................... 62
5.1.4 Fundações .................................................................................................... 66
5.1.4 Paredes/Estrutura....................................................................................... 68
5.1.4 Pisos.............................................................................................................. 71
5.1.4 Cobertura .................................................................................................... 73
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 77
ANEXOS ................................................................................................................................. 79
9
1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
3 CONCEITOS INICIAIS
de não ser possível a sua reabilitação (TAVARES, COSTA e VARUM, 2011). Assim
se verifica a necessidade de se promover programas que facilitem e incentivem a
reabilitação desses edifícios. Em alguns países da Europa a reabilitação de edifícios
corresponde a uma parcela significativa do mercado da construção civil como
mostrado no gráfico 1.
4.2 FUNDAÇÕES
4.2.1 Conceitos
4.2.2 Requisitos
Figura 6: Danos nas paredes de construção por motivo de assentamento e junção num
mesmo pano de parede de materiais com comportamento diferente sem junta de dilatação
intercalar.
deterioradas.
4.3.1 Conceitos
Silva (2010) indica que a relação entre elementos estruturais e não estruturais
30
pode variar muito, mas em todos os casos a estrutura será responsável por dar
suporte aos elementos não estruturais. Em alguns edifícios as paredes, pisos e
telhado também podem ser elementos estruturais, capazes de resistir e conduzir
cargas. Em outros edifícios, a estrutura pode ser totalmente separada das paredes,
pisos e telhado.
A maioria das edificações anteriores ao século XX, desde os exemplos
eruditos, até as habitações correntes, incluindo prédios, foi feita a partir de uma
estrutura, que compreende fundações e paredes mestras em alvenaria de pedra ou
barro, pisos intermédios em madeira e cobertura em telhado, cujas peças cerâmicas
assentam sobre uma estrutura também em madeira (CABRITA E AMARAL, 2010).
No fim do século XIX, com o início da produção de vigas e pilares em ferro
fundido, surgiu a primeira ameaça ao domínio da alvenaria como solução estrutural.
Mas, somente no século XX, com a introdução da regulamentação (Reino Unido,
Franca e Alemanha) para estruturas de concreto armado, reduziu-se o uso da
alvenaria como material estrutural, pelo fato do concreto apresentar as
características de um material estrutural durável, resistente, moldável e econômico.
Anteriormente à utilização do concreto, os materiais disponíveis para a construção
de estruturas ficavam restritos praticamente a alvenarias (tijolos cozidos, adobe ou
pedras) e madeira (MARTINS, 2010).
A palavra alvenaria deriva do árabe “albanna”, estando as edificações em
alvenaria entre as construções que tem maior aceitação pelo homem, em todos os
tempos. Edifícios monumentais em alvenaria de tijolo ainda permanecem de pé
apesar da passagem do tempo. A alvenaria foi o principal método construtivo até o
inicio do século XX, e o tijolo um dos mais antigos materiais manufaturados ainda
com uso generalizado, e tal deve-se também as suas características.
Nos casos alvos do trabalho, em termos de estrutura normalmente não existe
concreto armado (a não ser que tenham ocorrido intervenções mais recentes), pelo
que prevalece a alvenaria de pedra ou barro, com os pisos de travejamento de
madeira e, nalguns casos, em pedra. Em zonas onde exista aglomerado habitacional
(normalmente zonas históricas), as edificações contíguas têm no travejamento dos
pisos uma continuidade, formando, assim, uma estrutura única, a qual exige muito
cuidado ao ser interrompida. (PIMENTEL e MARTINS, 2005) A figura 8 mostra uma
estrutura básica de edificações erguidas em alvenaria portante.
31
4.3.2 Requisitos
Portanto, é necessário que a estrutura seja suficientemente rígida para que não
ocorram deslocamentos excessivos. A rigidez de uma estrutura depende das
propriedades do material e da forma de sua seção transversal, e ela deve ser grande
o suficiente para evitar deslocamentos excessivos na estrutura.
Em resumo, os requisitos básicos de um determinado sistema estrutural são:
estrutural, assim a inspeção e diagnóstico deverão cobrir uma maior ou menor gama
de aspectos (COSTA et al., 2006).
Um estudo geométrico rigoroso permite desde logo detectar eventuais
irregularidades, tais como desvios verticais e horizontais relacionados com avarias
estruturais (COSTA et al., 2006), igualmente outros aspectos como o levantamento
do tipo de funções do edifício presentes ou passadas, processos de alterações,
ampliações da construção, ocorridos no decorrer da vida útil do edifício, o
levantamento estrutural e de localização de eventuais processos de reparação, ou
substituição de componentes são dados necessários para uma caracterização da
construção e planejamento da intervenção a preconizar.
O recurso a ensaios permite estabelecer dados mais precisos de avaliação
dos materiais, dos elementos constitutivos da construção e do seu efetivo nível de
desempenho. As técnicas de ensaio em estruturas existentes podem ser
diferenciadas entre destrutivas, ligeiramente destrutivas e não-destrutivas
(TAVARES, COSTA e VARUM, 2011).
Segundo Costa (2006), ensaios sônicos, de radar ou dinâmicos, são técnicas
de análise não destrutiva das estruturas e permitem obter informações como:
estimativa do módulo de elasticidade e da resistência à compressão;
homogeneidade das características dos materiais constituintes; presença de fendas
no material continuo; detecção de cavidades no interior de uma dada zona estrutural
e presença e efeitos de anteriores reforços. A figura 9 mostra um exemplo de ensaio
não destrutivo.
Figura 9: Ensaio sônico.
Fonte: Costa.
35
Fonte: Costa.
Fonte: Teoblado.
40
Fonte: Teoblado.
Tavares, Costa e Varum (2011), indicam que uma solução muito eficaz para
melhorar a coesão da construção e das ligações entre paredes, contribuindo para
um funcionamento unitário é a colocação de tirantes na zona de coroamento das
paredes e estrutura de pisos (Figura 15). Estes reduzem a possibilidade de
movimentos para fora do plano, excessivos, observável igualmente em situações em
que os danos na estrutura de madeira da cobertura criam impulsos horizontais nas
paredes e a consequente deformação da parede. Os tirantes metálicos são
colocados horizontalmente ligando paredes opostas, podendo ficar “escondidos” ou
ao nível da estrutura de madeira de piso ou de cobertura, sendo a sua presença na
fachada manifestada pelos elementos de ancoragem, normalmente a vista para
facilitar a manutenção ou eventuais ajustes a fazer ao longo do tempo.
41
Figura 16: Exemplo de malha metálica aplicada para reforço das paredes.
4.4 PISOS
4.4.1 Conceitos
4.4.2 Requisitos
superior dos cunhais. Os apoios das vigas nas paredes constituem assim um ponto
fraco de qualquer estrutura de madeira, por um lado devido a necessidade do apoio
acomodar os deslocamentos da viga e por outro pela possibilidade de retenção de
água caso não exista arejamento suficiente. Por esse motivo é necessário que o
apoio das vigas nas paredes seja realizado permitindo a circulação de ar, ou através
de um orifício na parede no prolongamento do topo da viga ou deixando um espaço
no topo e na parte superior da viga;
devem ser erradicados para evitar que causem maiores danos a estrutura. É
igualmente importante a utilização de madeiras com resistência natural adequada
nos processos de reabilitação, e um tratamento preservador nas restantes
(TAVARES, COSTA e VARUM, 2011).
4.5 COBERTURA
4.5.1 Conceitos
4.5.2 Requisitos
5 ESTUDO DE CASO
Figura 18: Localização da cidade de Joinville nos mapas do Brasil e de Santa Catarina.
Fonte: Wikipédia.
imigrantes que colonizaram a região, somam-se hoje pessoas das mais diferentes
origens étnicas, formando uma população de cerca de 515.250 mil habitantes. Hoje
Joinville vive o dilema de uma cidade que pretende preservar sua história e inserir-
se na modernidade (IPPUJ, 2011).
Fonte: Atholf.
53
Fonte: O autor.
Fonte: IPPUJ.
Tabela 2: Imóveis tombados por iniciativa da união e do estado de Santa Catarina (IPHAN e
FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA - FCC).
Fonte: IPPUJ.
55
Fonte: IPPUJ.
56
Fonte: IPPUJ.
57
Fonte: UDESC-Joinville.
Figura 21: Localização da escola em relação à prefeitura municipal de Joinville.
Fonte: Google.
58
Fonte: UDESC-Joinville.
59
Figura 23: Exemplos de escolas no projeto padrão para escolas das décadas de 20 e 30 no
estado de Santa Catarina. Da esquerda para a direita: Conselheiro Mafra – Joinville; Ana
Gondin – Laguna; Raulino Horn – Indaial.
Fonte: UDESC-Joinville.
Fonte: UDESC-Joinville
O prédio está fechado há sete anos, e embora não aparente nenhum sintoma
indicativo de problema que coloque em risco a estabilidade da estrutura, os sinais de
deterioração são visíveis conforme figuras 25 e 26. Na entrada da escola já é
possível ver os sinais de abandono. Há vários vidros quebrados, a pintura está
descascando, em alguns pontos a alvenaria está aparente e pichações se espalham
pelas paredes.
Figura 25: Porta de entrada da Escola.
Fonte: O autor.
63
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor
65
Fonte: O autor
Figura 30: Abaulamento e apodrecimento do piso.
Fonte: O autor
66
5.1.4 Fundações
Fonte: O autor.
67
As soluções para este problema passam por uma drenagem adequada e por
uma impermeabilização, física ou química, adequada das paredes e da sua interface
com o solo. De qualquer forma, deve-se evitar que a madeira tenha contato direto
com o solo.
Recomenda-se então que seja realizada a drenagem em todo o entorno da
edificação, e que se tenha o cuidado de posicionar as saídas de água das calhas
fora das fundações conforme figura 32.
Fonte: O autor.
5.1.4 Paredes/Estrutura
Figura 34: Fissura a 45° em parede interna na junção com a externa, possivelmente com
origem na expansão/retração térmica.
Fonte: O autor
Fonte: O autor
70
Fonte: O autor
Fonte: O autor
71
Essas duas últimas fissuras apresentadas devem ter sua causa investigada
mais profundamente e recomenda-se analisar a existência de qualquer tipo de
comprometimento do seu comportamento estrutural, para tanto, recomenda-se a
aplicação de ensaios.
5.1.4 Pisos
Fonte: O autor
Fonte: O autor
Fonte: O autor.
5.1.4 Cobertura
Fonte: O autor.
Figura 42: Detalhe do apoio da estrutura de madeira da cobertura no pilar de tijolo maciço.
Fonte: O autor
75
. Fonte: O autor.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS