Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ANGOLA-LUANDA
2017
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXACTAS E ENGENHARIA
ANGOLA-LUANDA
2017
DEDICATÓRIA
I
AGRADECIMENTOS
II
EPÍGRAFE
Filipenses – 4:13.
III
RESUMO
IV
ÍNDICE
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Introdução
Contextualização
5
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
6
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Extensão: a propriedade que possuem os corpos de ocupar um lugar no
espaço.
Peso: definido como a força com que a massa é atraída para o centro
da Terra varia de local para local.
Esforços mecânicos
Os materiais de construção estão constantemente submetidos a
solicitações como cargas, peso próprio, ação do vento, entre outros, que
chamamos de esforços. Dependendo da forma como os esforços se aplicam a
um corpo, recebe uma denominação. Os principais esforços aos quais os
materias podem ser submetidos são:
7
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Compressão: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário
que leva a um “encurtamento” do objeto na direção em que está aplicado.
Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido contrário que leva
o objeto a sofrer um alongamento na direção em que o esforço é aplicado.
Flexão: esforço que provoca uma deformação na direção perpendicular
ao qual é aplicado.
Torção: esforço aplicado no sentido da rotação do material.
Cisalhamento: esforço que provoca a ruptura por cisalhamento.
Os detalhes sobre como cada esforço age num material são apresentados na
animação que acompanha o material didático desta unidade.
8
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Contextualizações:
a) Quanto à origem:
9
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
10
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Areia
Obtidas da desagregação de rochas apresentando-se com grãos de
tamanhos variados. Podem ser classificadas, pela granulometria, em: areia
grossa, média e fina.
Deve ser sempre isenta de sais, óleos, graxas, materiais orgânicos,
barro, detritos e outros. Podem ser usadas as retiradas de rio e ou do solo
(jazida).
Não devem ser usadas a areia de praia (por conter sal) e a areia com
matéria orgânica, que provocam trincas nas argamassas e prejudicam a ação
química do cimento.
As areias são usadas em concretos e argamassas e para isso merecem
alguns cuidados como veremos a seguir:
Areias para concreto: Utiliza-se nesse caso a areia retirada de rio
(lavada), principalmente para o concreto armado, com as seguintes
características:
Grãos grandes e angulosos (areia grossa);
Limpa: quando esfregada na mão deve ser sonora e não fazer
poeira e nem sujar a mão.
Observar também: humidade, pois quanto maior a umidade
destas, menor será o seu peso específico.
11
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
de vazios na massa e para a diminuição do volume dos aglomerantes, cimento
e cal, na mistura, que são materiais de maior custo.
Pó de pedra
É a mistura de pedrisco e filler, não sendo, no entanto recomendado
para argamassas.
Filler
Entende-se por Filler, um pó mineral de grande finura, dimensões são
inferiores a 0,075 mm, podendo ser: Calcário, Pó de pedra, Carvão, Cinzas,
etc.
Substâncias Nocivas
As substancias nocivas nas areias, não devem exceder aos seguintes
limites:
Torrões de argila: 1,5 %;
Matérias carbonosas: 1,0 %;
Material pulverulento passando na peneira n° 200 (abertura da
malha igual a 0,074mm);
Impurezas orgânicas: realizado de acordo com a MB-10. Caso a
solução que esteve em contato com o agregado apresentar
coloração mais escura que a solução padrão, será o agregado
considerado suspeito;
Outras impurezas: esses limites deverão ser fixados pelo
engenheiro fiscal, ou técnico da obra; essas impurezas são,
micas, detritos vegetais e etc.
12
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Não conter terra, o que se conhece por não crepitar ou ranger quando
apertada na mão, e não turvar a água em que for lançada.
Função:
Entra na composição das argamassas, e contribuem para diminuição da
contração volumétrica da argamassa, tornando-a mais econômica.
Agregados grosso ou graúdo:
Agregados Grossos são todos os materiais granulosos de diâmetro
superior a 4,8 mm. Os principais agregados grossos são: seixos rolados,
pedras britadas, argilas expandidas, escórias, etc.
Britas
Provêm da desagregação das rochas em britadores e que após passar
em peneiras selecionadoras são classificadas de acordo com sua dimensão
média, variável de 4,8 a 76 mm.
13
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
As britas podem ser utilizadas também soltas sobre pátios de
estacionamento e também como isolante térmico em pequenos terraços.
As britas são comercializadas de acordo com seu diâmetro máximo,
sendo classificadas na prática como:
Classificação das Britas
Brita Diâmetro Diâmetro
mínimo(mm) máximo(mm)
0 4,8 9,5
1 9,5 19,0
2 19,0 25,0
3 25,0 50,0
4 50,0 76,0
14
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Capítulo – III: Aglomerantes
Contextualizações:
15
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Tipos de aglomerantes
Cimento
Material ligante pulverulento de cor acinzentada, resultante da queima
do calcário, argila e posterior adição de gesso.
16
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Distingue-se da cal hidratada por ter maior porcentagem de argila e pela
pega dos seus produtos ocorrer mais rapidamente e proporcionar maior
resistência a esforços mecânicos.
17
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Matérias primas para a produção do cimento
Calcário:
O calcário é o carbonato de cálcio (CaCO3) que se apresenta na
natureza com impurezas como óxidos de magnésio (MgO).
Sabendo-se que a cal, que é verdadeiramente a matéria-prima que entra
na fabricação do cimento. A dolomita fornece apenas 30,4% de CaO não é
utilizada na fabricação do cimento portland.
Argila:
A argila empregada na fabricação do cimento é essencialmente
constituída de um silicato de alumíno hidratado, geralmente contendo ferro e
outros minerais, em memores proporções. A argila fornece os óxidos SiO2,
Al2O3 e Fe2O3 necessários ao processo de fabricação do cimento.
Gesso:
O gesso é o produto de adição final no processo de fabricação do
cimento portland, com a finalidade de regular o tempo de pega por ocasião das
reações de hidratação dos sulfatos. É encontrado sob as formas de gipsita
(CaSO4.2H2O), hemidrato ou bassanita (CaSO4.0,5H2O) e anidrita (CaSO4).
18
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Preparo e dosagem da Mistura Crua:
Homogeneização
A matéria-prima devidamente dosada e reduzida a pó muito fino, após a
moagem, deve ter a sua homogeneidade assegurada da melhor forma
possível.
No processo de fabricação por via úmida, a matéria-prima é moída com
água e sai dos moinhos sob a forma de uma pasta contendo geralmente de 30
19
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
a 40 % de água, e é bombeada para grandes tanques cilíndricos, onde se
processa durante várias horas a operação de homogeneização.
No processo de fabricação por via seca a matéria-prima sai do moinho já
misturada, pulverizada e seca.
Normalmente os moinhos de cru do sistema por via seca trabalham com
temperaturas elevadas (300 - 400ºc) no seu interior, o que permite secá-la
(menos de 1 % de umidade). Para tal fim, são usados, em certos tipos de
moinho, os gases de combustão do forno, antes de serem enviados ao filtro
retentor de poeiras, e, em seguida à chaminé. O cru é transportado mecânica
ou pneumaticamente para o silo homogeneizador, onde se assegura a
homogeneização necessária da mistura e se corrige, eventualmente, a sua
composição.
Clinquerização
A matéria-prima, uma vez pulverizada e intimamente misturada na dosagem
conveniente, sofre o seguinte tratamento térmico:
Temperatura Processo Reação
Até 100ºC Evaporição da água livre Endotérmica
500ºC e cima Desidroxilação dos minerais
argilosos
900ºC e cima Cristalização dos argilo-minerais
decompostos
900ºC e cima Decomposição do carbonato
900ºC a 1200ºC Reação do CaO com os sílico-
aluminatos
1250ºC a 1280ºC Inicio de formação da fase vitrea
Acima de 1280ºC Formação de vidro e dos
compostos do cimento
(clinquerização)
20
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
o clínquer saem do forno a uma temperatura da ordem de 1200ºC a 1300ºC,
pois há um início de abaixamento de temperatura, na fase final, ainda no
interior do forno.
O clínquer sai do forno e passa ao equipamento esfriador, que pode ser
de vários tipos. Sua finalidade é reduzir a temperatura, mais ou menos
rapidamente, pela passagem de uma corrente de ar frio no clínquer.
Dependendo da instalação, na saída do esfriador o clínquer apresenta-se com
temperatura entre 50ºC e 70ºC, em média. O clínquer, após o esfriamento, é
transportado e estocado em depósitos.
Adições Finais e Moagem
21
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Cimentos Especiais
22
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
elementos pré-moldados e artefatos de cimento. O concreto feito com este
produto é mais impermeável e por isso mais durável.
Cimento Portland Composto CP II-E (com adição de escória
granulada de alto-forno)
23
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
avançadas. Apresenta características particulares que favorecem sua aplicação
em casos de grande volume de concreto devido ao baixo calor de hidratação.
Cimento Portland CP V ARI - (Alta Resistência Inicial - NBR
5733)
24
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5) Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC) - (NBR
13116)
25
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
calor e após certo tempo as pedras se esfarelam transformando-se em pasta
branca, a que se dá o nome de "CAL HIDRATADA".
26
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
O processo de pega do gesso inicia com 2 a 3 minutos após a mistura
com a água e termina 15 a 20 minutos após. Esse processo ocorre com
liberação de calor (processo exotérmico). O processo de ganho de resistência
do gesso pode durar semanas e é influenciado por:
tempo e temperatura de calcinação da gipsita;
finura do gesso;
quantidade de água de amassamento (água utilizada na mistura);
presença de impurezas.
27
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Definições:
Argamassa é a mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s),
aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com
propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou
em instalação própria (Argamassa = Massa Industrializada).
Tipos de Argamassa
As argamassas são classificadas, segundo a sua finalidade, em argamassas
para assentamento de alvenarias, para revestimento e para assentamento de
revestimentos.
Argamassas para assentamento de alvenaria
As argamassas para assentamento são usadas para unir blocos ou
tijolos das alvenarias.
Dependendo do tipo de bloco ou tijolo, podem ser utilizadas diversas
técnicas de assentamento com argamassa. Normalmente ela é colocada com
colher de pedreiro, mas podem ser utilizadas também bisnagas.
As três primeiras fiadas de uma parede de blocos ou tijolos devem ser
revestidas inicialmente com uma camada de argamassa de impermeabilização,
que protege a parede contra a penetração da umidade.
28
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
29
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Argamassa para assentamento de revestimentos
Revestimentos como azulejos, ladrilhos e cerâmicas são aplicados sobre
o emboço. Para esta aplicação, também são utilizadas argamassas.
No piso, utiliza-se uma camada de contrapiso e pode-se dar o
acabamento por sobre esta camada. Este acabamento é conhecido como
cimentado. O contrapiso é uma camada de argamassa de regularização e de
nivelamento.
Argamassas industrializadas
Atualmente está sendo cada vez mais comum o uso de argamassas
industrializadas, ou seja, a mistura dos componentes secos é realizada em
uma planta industrial. Assim, na obra, apenas deve ser acrescentada água à
mistura prévia. As argamassas industrializadas para aplicação de
revestimentos cerâmicos são conhecidas como argamassas colantes. Elas
apresentam os tipos AC-I, AC-II, AC III e AC III, segundo a norma NBR 14081.
A AC-I é recomendada para o revestimento interno com exceção de
saunas, churrasqueiras e estufas. A AC-II é recomendada para pisos e paredes
externos com tensões comuns de cisalhamento. A AC-III é recomendada para
pisos e paredes externos com elevadas tensões de cisalhamento e piso sobre
piso. A AC-IIIE é recomendada para ambientes externos, muito ventilados e
com insolação intensa.
30
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
31
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Propriedades da Argamassa
Para a obtenção de uma argamassa de boa qualidade, deve-se levar em
conta:
A qualidade do cimento e da cal, principalmente verificando se é
de um fabricante certificado;
A água, que também deve ser limpa, livre de barro, óleo, galhos,
folhas e raizes.
Outro ponto a ser observado é a forma como se faz a mistura, que pode
ser feita de forma manual, em betoneiras ou em centrais de mistura. Para a
obtenção de uma boa mistura, devem-se utilizar preferencialmente meios
mecânicos (betoneira ou centrais).
Uma característica importante da argamassa ainda fresca é a
trabalhabilidade, que é uma composição da plasticidade com o tipo uso da
argamassa e com a sua capacidade de aderência inicial. Em alguns usos,
como no revestimento, é adicionado um quarto componente à mistura, que
pode ser cal, saibro, barro, caulim ou outros, dependendo da disponibilidade e
uso na região. De todos esses materiais, chamados de plastificantes, o mais
recomendado é a cal hidratada.
Quando endurecida, a argamassa dever apresentar resistência e
resiliência, de forma a suportar adequadamente os esforços sem se romper.
32
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Contextualização:
Os primeiros materiais a serem empregados nas construções antigas
foram as pedras naturais e a madeira, por estarem disponíveis na natureza. O
ferro, o aço e o concreto só foram empregados nas construções séculos mais
tarde. O material considerado ideal para as construções é aquele que
apresenta conjuntamente as qualidades de resistência e durabilidade. A pedra,
muito usada nas construções antigas, tem resistência à compressão e
durabilidade muito elevadas, porém, tem baixa resistência à tração. A madeira
tem razoável resistência, mas a durabilidade é limitada. O ferro e o aço têm
resistência elevada, mas a durabilidade também é limitada em conseqüência
da corrosão que podem sofrer.
O Betão surgiu da necessidade de aliar a durabilidade da pedra com a
resistência do aço, com as vantagens do material composto poder assumir
qualquer forma, com rapidez e facilidade, e com o aço envolvido e protegido
pelo concreto para evitar a sua corrosão. Os materiais de construção feitos à
base de cimento, chamados de “ cimeatos”, podem ser considerados os
materiais mais importantes produzido pelo homem. A abundância das matérias
primas em quase todas as regiões, somada à sua grande versatilidade para
aplicação nas mais variadas formas, foram os principais motivos para o seu
desenvolvimento, desde os tempos primórdios até a atualidade.
Na antigüidade foram os romanos que mais se destacaram na aplicação
dos concretos e argamassas, que lhes possibilitou criar espaços amplos em
forma de arco, abóbadas e cúpulas, de grandes dimensões. O Panteão e o
Coliseu, foram umas das construções romanas, na qual foi aplicado o concreto.
O betão é o resultado da mistura de cimento, água, pedra e areia, sendo
que o cimento ao ser hidratado pela água, forma uma pasta resistente e
aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia), formando um bloco
monolítico.
33
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Constituição do Betão
O concreto é um material de construção resultante da mistura, em
quantidades racionais, de aglomerante (cimento), agregados (pedra e areia) e
água. Logo após a mistura o concreto deve possuir plasticidade suficiente para
as operações de manuseio, transporte e lançamento em formas, adquirindo
coesão e resistência com o passar do tempo, devido às reações que se
processam entre aglomerante e água. Em alguns casos são adicionados
aditivos que modificam suas características físicas e químicas.
Aglomerante
O cimento é um material cerâmico que, em contato com a água, produz
reação exotérmica de cristalização de produtos hidratados, ganhando assim
resistência mecânica. É o principal material de construção usado na construção
como aglomerante.
Agregado
A areia usada como agregado miúdo para emprego em argamassas e
concretos pode ser classificada como natural (rios, minas, várzeas) e artificial
(resíduo fino de pedreiras – pó de pedra).
A areia é extraída em unidades de mineração chamadas de areais ou portos de
areia, podendo ser extraída do leito de rios, depósitos lacustres, veios de areia
subterrâneos (minas) ou de dunas.
A pedra para uso como agregado graúdo em construção civil pode ser
classificada como natural (pedregulho ou seixo rolado, cascalho) e artificial
(pedra britada, argila expandida, escória, etc.).
A pedra britada é obtida em uma unidade industrial / mineradora
chamada pedreira, onde ocorre a desintegração, por explosão controlada, da
rocha que dá origem à brita. Após a detonação da rocha matriz, grandes
matacões são transportados para serem triturados em equipamento chamado
britador. Por fim, a brita é passada em peneiras onde é classificada de acordo
com sua granulométrica.
Tipos de Betão
Betão é basicamente o resultado da mistura de cimento, água, pedra e
areia, sendo que o cimento ao ser hidratado pela água, forma uma pasta
resistente e aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia), formando
um bloco monolítico. Com isto sugem vários tipos de concreto como:
Betão Convencional
Podemos dizer que o betão Convencional é aquele sem qualquer
característica especial e que é utilizado no dia a dia da construção civil. Seu
Slump Test (valor numérico que caracteriza a consistência do concreto) varia
em torno de 40 m a 70 m, podendo ser aplicado na execução de quase todos
34
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
os tipos de estruturas, com os devidos cuidados quanto ao seu adensamento.
Na obra, o caminhão pode descarregar diretamente nas formas, ou pode ser
transportado por meio de carrinhos de mão, gericas, gruas ou elevadores, não
podendo ser bombeado.
Betão Dosado em Central
Seja pela necessidade crescente de se construir com qualidade,
economia e rapidez; pelo desafio de se obter grandes resistências ou para
atender às determinações das normas brasileiras, a tecnologia do concreto não
para de evoluir. As exigências do mercado fizeram da simples tarefa de se
misturar cimento, água e agregados.
Uma estrutura feita em concreto pré-moldado é aquela em que os
elementos estruturais, como pilares, vigas, lajes e outros, são moldados e
adquirem certo grau de resistência, antes do seu posicionamento definitivo na
estrutura. Por este motivo, este conjunto de peças é também conhecido pelo
nome de estrutura pré-fabricada.
A resistência à tração do concreto está situada na ordem de 10% de sua
resistência à compressão, sendo geralmente desprezada nos cálculos
estruturais. Encontrar meios de fazer o concreto ganhar força neste quesito é
uma das eternas batalhas da engenharia, que tem como uma de suas grandes
armas, a pretensão do concreto. Ela pode ser definida como sendo o artifício
de introduzir na estrutura, um estado prévio de tensões, através de uma
compressão prévia na peça concretada (pretensão).
Betão Rolado
É utilizado em pavimentações urbanas, como sub-base de pavimentos e
barragens de grande porte. Seu acabamento não é tão bom quanto aos
concretos utilizados em pisos Industriais ou na Pavimentação de pistas de
aeroportos e rodovias, por isso ele é mais utilizado como sub-base. Seu baixo
consumo de cimento e sua baixa trabalhabilidade permitem a compactação
através de rolos compressores.
Sua adição tem como objetivo principal, a redução das tensões térmicas,
através da diminuição do calor de hidratação nas primeiras horas. Este
35
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
procedimento, além de evitar fissuras, mantém por mais tempo a
trabalhabilidade e gera uma melhor evolução da resistência à compressão. O
concreto resfriado é mais utilizado em estruturas de grandes dimensões, ou
seja, barragens, alguns tipos de fundações, bases para máquinas e blocos com
alto consumo de cimento.
Betão Leve
Os concretos leves são reconhecidos pelo seu reduzido peso específico
e elevada capacidade de isolamento térmico e acústico. Enquanto os concretos
normais têm sua densidade variando entre 2300 e 2500 kg/m³, os leves
chegam a atingir densidades próximas a 500 kg/m³. Cabe lembrar que a
diminuição da densidade afeta diretamente a resistência do concreto. Os
36
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
concretos leves mais utilizados são os celulares, os sem finos e os produzidos
com agregados leves, como isopor, vermiculita e argila expandida.
Sua aplicação está voltada para procurar atender exigências específicas
de algumas obras e também para enchimento de lajes, fabricação de blocos,
regularização de superfícies, envelopamento de tubulações, entre outras.
O Betão pesado
O Betão pesado é obtido através da utilização de agregados com maior
massa específica aparente em sua composição, como por exemplo, a hematita,
a magnetita e a barita. Este concreto tem sua aplicação mais frequente na
construção de câmaras de raios-X ou gama, paredes de reatores atômicos,
contrapesos, bases e lastros.
Betão submerso
O betão submerso é a denominação dada ao concreto que é aplicado na
presença de água, como alguns tubulões, barragens, estruturas submersas no
mar ou em água doce, estruturas de contenção ou em meio à lama bentonítica,
como é o caso das paredes diafragma.
Suas características principais são de dar uma maior coesão aos grãos,
não permitindo a dispersão do concreto ao entrar em contato com a água e
37
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
oferecer uma maior resistência química ao concreto. Sua dosagem é feita com
aditivos especiais e dependendo da agressividade do meio onde será inserido,
pode necessitar de cimentos especiais e outros tipos de adições em sua
composição. Este concreto propicia maior visibilidade e segurança aos
mergulhadores, facilidade de execução e uma diminuição na contaminação da
água, reduzindo o impacto ambiental.
Betão Armado
O betão armado é um tipo de estrutura que utiliza armações feitas com
barras de aço. Essas ferragens são utilizadas devido à baixa resistência aos
esforços de tração do concreto, que tem alta resistência à compressão.
Em uma estrutura de concreto armado, o uso de aço em vigas e pilares
torna-se indispensável e o dimensionamento precisa ser bem calculado
seguindo as normas vigentes dos órgãos reguladores.
O projeto de uma estrutura em concreto armado é realizado por
engenheiros especializados em cálculo estrutural. Também conhecidos como
calculistas, eles vão dimensionar a bitola do aço a ser utilizado e os elementos
que compõem a estrutura, como vigas, pilares, lajes, blocos, sapatas, etc,
assim como determinar a resistência do concreto e o espaçamento entre as
barras de aço.
Assim como todo tipo de estrutura, o concreto armado tem suas
vantagens e desvantagens. Para que um projeto seja bem sucedido, a
avaliação e comparação de alguns fatores no momento da escolha do tipo de
estrutura são indispensáveis para a redução de custos e adaptação técnica
para cada projeto.
38
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
39
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Para uma construção de um edifício de vários andares, a seção
dos pilares para uma estrutura em concreto armado é maior do
que a seção dos pilares em uma estrutura metálica.
O betão armado tem grande peso próprio (2.500 kg/m3).
Tempo de execução maior do que outros sistemas de construção,
devido ao tempo de cura (pode ser reduzido com uso de aditivos).
A demolição de uma estrutura em concreto armado é de difícil
execução, podendo ser inviáveis devido ao custo.
Metal
Características gerais
40
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Tipos de metais
41
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
ferro, cobre, estanho, chumbo, ouro e a prata estes dois últimos classificados
como metais preciosos.
Pepita de ouro.
Ligas Metálicas
Classificação
42
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Ligas ferrosas
São ligas que não possuem como constituinte principal o elemento ferro.
Ligas de cobre: o cobre, quando não se encontra na forma de ligas, é tão mole
e dúctil que é muito difícil de ser usinado.
Processos da fusão
Compressão
Processo eletrolítico
Oxidação
43
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
empregados para evitar ou retardar a oxidação, os mais comuns são a
aplicação de pinturas protetoras, a formação de ligas com outros elementos
que reduzam ou eliminem tal propensão e a conexão a pólos elétricos que
impeçam a ocorrência do fenômeno. É interessante o caso do alumínio, que,
em presença do oxigênio, forma uma delgada película de óxido que detém a
oxidação.
Aço Inox
Latão
44
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
940ºc. Por estas características o latão pode ser forjado, fundido, laminado e
estirado a frio de maneira mais fácil do que os próprios metais que o compõem.
Esta liga apresenta densidade maior que a dos aços, mas menor que as ligas
de cobre, sendo de aproximadamente 8600 kg/m³. Tem uma cor amarelada
semelhante à do ouro e é consideravelmente resistente a manchas. As
utilizações do latão são vastas e compreendem uma série de segmentos
industriais. Essa liga metálica é aplicada, por exemplo, na fabricação de tubos
de condensadores, armas, cartuchos de munição, torneiras, cadeados (a parte
dourada), rebites, núcleos de radiadores, instrumentos musicais de sopro,
aparelhos médicos e cirúrgicos, ornamentações, joias e bijuterias, terminais
eléctricos, tachos e bacias, moedas, parafusos, arames, vergalhões, válvulas,
rodas para carro, entre outros. Na Antiguidade o latão polido era utilizado como
espelho e suas primeiras utilizações apareceram ainda na pré-história.
Bronze
45
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
industrial, em material bélico, em moedas, na área de transporte, nas
aeronaves, na área de construção civil, aços inoxidáveis, ou
Contextualização:
Na condição de material de construção, as madeiras incorporam todo
um conjunto de características técnicas, econômicas e estéticas que
dificilmente se encontram em outro material existente.
Estrutura e composição da madeira
A secção transversal do tronco de uma árvore permite distinguir as
seguintes partes bem caracterizadas de fora para dentro (macroestrutura):
46
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
formada por tecidos mortos (dá proteção) e uma camada interna, constituída de
tecido vivo, mole e úmido, que é o veículo da seiva elaborada.
Câmbio: camada invisível a olho nu, situada entre a casca e o lenho,
formada de tecido meristemático (divisão de células). O crescimento da árvore
dá-se diametralmente pela adição de novas camadas proveniente da
diferenciação do câmbio.
Anel de crescimento: camada de tecido lenhoso formada anualmente.
Os anéis de crescimento permitem caracterizar as três direções diferenciais da
anisotropia do material:
1) Axial - segundo eixo da árvore;
2) Tangencial - tangente aos anéis;
3) Radial - normal aos mesmos;
Lenho: (Alburno e Cerne). É a parte resistente das árvores.
Alburno - células vivas - resiste aos esforços externos e transporta a
seiva das raízes às folhas;
Cerne – células mortas – resiste aos esforços externos. A alteração do
alburno amplia o cerne. As paredes das células se impregnam de taninos,
resinas e materiais corantes que obstruem os vasos e conferem ao cerne uma
cor mais forte. Tem mais peso, dureza e durabilidade; é menos sujeito ao
ataque de insetos e fungos.
Medula: Miolo central, mole, de tecido esponjoso e cor escura. Não tem
resistência mecânica nem durabilidade. Sua presença na peça desdobrada
constitui defeito.
Produção da madeira
Passos sequêncialmente obrigatório para a produção das peças de
madeira natural serradas:
Corte das árvores
Toragem
Falquejamento
Desdobro
Aparelhamento das peças.
47
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Também é freqüente serem “falquejadas” , ou cortadas a machado ou a
serra ficando a seção grosseiramente retangular.
No desdobro ou desdobramento – operação final na produção de
peças estruturais de madeira bruta. No desdobro são obtidos as pranchas com
espessura maior que 7cm e largura maior que 20cm. São dois os tipos de
desdobro:
Desdobro normal: quando as pranchas são tangentes aos anéis de
crescimento.
Desdobro radial: quando as pranchas são retiradas normalmente aos
anéis de crescimento. O desdobro radial produz prancha de melhor qualidade:
Na secagem, menor contração, menos empenos e rachaduras;
Maior homogeneidade de superfície; resistência uniforme ao
longo da peça.
48
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
h) Apresenta boas condições naturais de isolamento térmico e
absorção acústica. Seca, é satisfatoriamente dielétrica;
i) No seu aspecto natural, apresenta grande variedade de padrões
estéticos e decorativos;
j) Quando convenientemente preservada, perdura em vida útil
prolongada à custa de insignificante manutenção.
No entanto, a madeira somente adquiriu reconhecimento como
competitivo e moderno material de construção, em condições de atender às
exigências de técnicas construtivas recentemente desenvolvidas, quando
outros tantos processos de beneficiamento permitiram anular as características
negativas que apresenta em estado natural, como:
A degradação de suas propriedades e o surgimento de tensões
internas decorrentes de alterações em sua umidade, anuladas
pelos processos de secagem artificial controlada.
A deterioração, quando em ambientes que favoreçam o
desenvolvimento de seus principais predadores, contornada com
os tratamentos de preservação.
A marcante heterogeneidade e anisotropia próprias de sua
constituição fibrosa orientada, assim como a limitação de suas
dimensões, resolvidas pelos processos de transformação nos
laminados, contraplacados e aglomerados de madeira.
Utilização da madeira
Dados dos EUA, década de 70:
Como combustível - 53%
Na construção em geral - 37%
Em outros usos industriais - 10%
Como Combustível – fraco poder calorífico (4.500 cal/kg) só 3.500
cal/kg são aproveitados pelos fogões, lareiras, etc.
Carvão – poder calorífico maior (8.000 cal/kg), o aproveitamento do gás
de madeira transformaria a madeira em combustível valorizado.
Como material de construção – é um material de construção
tecnicamente adequado e economicamente competitivo para todas as obras de
engenharia, desde lastro de vias férreas até galerias, torres, pontes e estrutura
de coberturas em grandes vãos. Consumo médio na construção na forma de
madeira natural e derivados:
5 t por habitação na Europa
10 t por habitação nos EUA
49
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
50
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Nós
51
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
viga depende da sua posição, tamanho, número, direcção das fibras e
condição. Os nós da face superior em geral são comprimidos, enquanto os da
face inferior são traccionados. Pequenos nós, no entanto, podem estar
localizados na zona neutra da viga e aumentar sua resistência ao cisalhamento
longitudinal.
Cor
52
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Visto que a madeira mais antiga de um anel de crescimento é
geralmente mais escura em cor de que a madeira mais recente, este facto
pode ser utilizado na avaliação da densidade, e portanto a dureza e resistência
mecânica do material. Este é particularmente o caso com madeiras de
coníferas. Nas madeiras com anéis porosos, os vasos da madeira recente
aparecem frequentemente com uma aparência mais escuros do que a madeira
mais antiga e densa, ainda que nas secções cruzadas do cerne o reverso seja
comummente verdade. Excepto nesse caso, a cor da madeira não é indicadora
da sua resistência.
Teor em água
53
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
madeireira. A secagem consiste em extrair do interior da madeira o excesso de
água, de forma permitir a utilização do material nas suas diversas aplicações.
Contextualização
54
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Os vidros são geralmente transparentes (apesar de haver alguns
opacos), inalteráveis com o tempo e ao contato com ácidos e bases; são
impermeáveis aos gases e aos líquidos, e mais ou menos permeáveis às
radiações do espectro solar (ultravioleta e infravermelho).
O vidro é material conhecido há 5.000 anos e os romanos utilizaram-no
sob diversas formas, incluindo o envidraçamento de janelas;
Houve um período em que esta arte foi praticamente esquecida,
conhecendo um novo apogeu na mão dos venetos. O consumo, no entanto, só
se difundiu para o mundo a partir da publicação do livro “LARTE VETRARIA”,
em 1612, que divulgava a técnica desenvolvida em Veneza, famosa até hoje.
Fabricação
Matérias Primas:
Sílica - quartzo puro (moagem custosa), quartzitos e areias.
Usualmente os bons vidros são feitos com quartzos beneficiados; são os
vidros para cristais, vidros óticos, etc.
O vidro comum é feito com areias de boa qualidade. O ferro [Fe2O3],
deve ser evitado por tornar o vidro esverdeado. Nas garrafas comuns, por
exemplo, o teor desse óxido é grande, e daí a cor escura.
A alumina é obtida dos feldspatos, caulim ou outras rochas apropriadas.
Seu teor vai de 0 a 5% nos vidros comuns, e de 5 a 10% nos vidros de grande
resistência. A cal e magnésia são obtidas de seus minérios.
O óxido de sódio prejudica as propriedades mecânicas e químicas do
vidro, mas é necessário como fundente. É resultante do emprego do Na2CO3
(barrilha) ou Na2SO4 (no Brasil, na forma de salitre chileno).
Em alguns casos (cristais e vidros ópticos) o sódio é substituído pelo
potássio, na forma K2O, obtido de cinzas ou outros processos químicos.
O óxido de chumbo é usado na forma preferida de mínio ou zarcão.
O óxido de boro é obtido através do bórax e o ácido bórico.
Outra matéria prima importante é o próprio vidro moído, em grãos de 1 a
3mm. Ele faz baixar consideravelmente a temperatura de fusão do conjunto,
tanto que chega à proporção de 25 a 50% do volume total da mistura. Para isso
as firmas aproveitam as peças defeituosas ou quebradas.
Fabricação do Vidro:
Na prática, a fabricação é bastante complexa por causa das
temperaturas necessárias, dos fenômenos secundários e variedade de tipos.
As diversas fases da fabricação são:
a) Preparo da mistura (dosagem, moagem: grãos de cerca de 1mm)
55
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
b) Fusão (1.450 a 1.550oC) fornos: para cadinhos, tanques
intermitentes, contínuos
c) Refinação (eliminação das pequeninas bolhas de gases (1.350 a
1.450oC).
d) Moldagem (T = Cte, 1.200 a 1.300oC para os vidros alcalinos)
e) Recozimento
Propriedades
O vidro tem grande dureza (só é riscado pelo diamante, dureza
10 de Mohs).
É atacado apenas pelo ácido fluorídrico.
Pode ser obtido na forma de fios finos (fibra de vidro e lã de
vidro).
É mau condutor de calor. Comumente, deixa passar os raios
infravermelhos do sol, que irão aquecer a sala, mas é
impermeável aos raios ultravioleta irradiados pelos corpos
aquecidos. Por isso uma sala envidraçada aquece mais quando
isolada, sem ventilação.
Seu peso específico depende da composição e também dos tratamentos
térmicos a que foi submetido. Um vidro que foi esfriado rapidamente tem
densidade mais baixa que aquele esfriado lentamente. O recozimento aumenta
a densidade. Quanto mais alta a temperatura alcançada no forno, menor a
densidade.
Condutibilidade elétrica: é tão baixa a temperatura ambiente que pode
ser considerado isolante; no entanto, a altas temperaturas, a condutibilidade é
igual à dos bons condutores elétricos.
Com relação ao isolamento acústico, o vidro é relativamente bom, desde
que usado de maneira apropriada.
56
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
É melhor quando as superfícies são pequenas, porque nas grandes
chapas pode entrar em ressonância. Para melhores resultados, devem-se usar
duas ou mais placas, de espessuras diferentes, e não paralelas. Caso tenham
a mesma espessura e sejam paralelas, continuarão a ter a mesma transmissão
de som que um vidro simples da mesma espessura.
Durabilidade química: O vidro calco-sódico é bem resistente à ação de
produtos ácidos, exceto os ácidos fluorídricos. Produtos muito alcalinos
também atacam o vidro.
Um outro material que ataca o vidro é a água com cimento ou cal; nas
construções isto ocorre com a ação da água de chuva que esteve em contato
com concretos recentes.
Classificação do vidro
Quanto ao Tipo,
Quanto à Constituição,
Quanto à Superfície
Quanto ao tipo eles podem ser:
a) Vidro recozido – sem tratamento térmico (plano, transparente,
comum).
b) Vidro de segurança temperado – tratado termicamente para, ao
se quebrar, desintegrar-se em pequenos pedaços menos
cortantes que o vidro recozido.
c) Vidro de segurança laminado – composto de várias chapas de
vidro unidas por películas aderentes (ex: polivinil butiral)
57
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
f) Vidro Composto – unidade pré-fabricada formada de duas ou
mais chapas de vidro, selada na periferia, formando vários vazios
entre as chapas, contendo no interior gás desidratado, com a
finalidade de isolamento térmico e acústico.
Quanto à constituição:
a) Escuro – vidro de vasilhame (garrafas, âmbar ou verde)
b) Meio branco – o anterior, com descolorantes químicos
c) Cristais – obtido com o uso do óxido de chumbo.
d) Coloridos – recebem corantes
Quanto à superfície:
a) Liso – plano transparente comum ou vidraça
b) Estriado – variedade especial do vidro impresso (estriado comum,
fino e canelado)
c) Impresso ou fantasia – obtido quando os roletes são gravados.
58
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Opacos – impedem a passagem da luz
Opalinos – apresentam características de transmissão da luz
intermediária entre o vidro translúcido e o opaco, não
transmitindo entretanto a imagem dos objetos.
Quanto ao acabamento das superfícies:
Liso – leve distorção das imagens (pelo processo de
fabricação).
Polido ou cristal – permite visão sem distorção das imagens
(tratamento)
Fosco –Tratamento mecânico ou químico em uma ou nas
duas superfícies com a finalidade de torná-lo translúcido
Espelhado –Tratamento químico em uma das superfícies com
a finalidade de refletir praticamente a totalidade dos raios
luminosos que nele incidem.
Gravado –Tratamento mecânico ou químico em uma ou
ambas as superfícies, com a finalidade de torná-lo ornamental.
Quanto à coloração:
Incolor
Colorido.
Vidros de Segurança (aramados, laminados e temperados), São os
vidros que, quando fraturados, produzem fragmentos menos suscetíveis de
causarem ferimentos graves que os vidros comuns em iguais condições.
Como é feito o vidro blindado?
É feito como um sanduíche - no qual o vidro faz o papel do pão e o
recheio é formado de plástico ou resina sintética. O número de camadas, sua
espessura e a composição dos materiais varia conforme o calibre das balas
que ele deverá suportar. "A resina e o plástico servem tanto para colar um vidro
no outro quanto para amortecer o impacto da bala e impedir que o vidro se
estilhace", diz o industrial Nelson Simões, fabricante de vidros blindados.
Depois de pronto, o produto vai para o teste: é literalmente metralhado.
"Se passar nessa prova, a receita está aprovada para aquele calibre
específico", afirma Alexandre Luiz Bonato, coordenador do Comitê de Vidros
Planos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), entidade que
estipula normas para atividades industriais e de serviços no Brasil.
A camada de vidro externa é a primeira proteção. O impacto de uma
bala é semelhante à ação de uma furadeira: o projétil chega em alta rotação e
alta velocidade. Mas, como o vidro é um material abrasivo, consegue corroer e
deformar a bala;
59
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Em seguida, há a camada de resina ou plástico, que atua como
amortecedora, reduzindo a velocidade e a força da bala, até paralisá-la;
A última camada de vidro nunca é atingida pela bala, mas pode se
estilhaçar devido à propagação da energia provocada pelo seu impacto. Por
isso, o vidro blindado termina em uma fina película plástica, para prender os
estilhaços e impedir que atinjam alguém.
Fibras de Vidro
Altamente resistentes à tração - a reduzida seção transversal das fibras
reduz a possibilidade de que haja muitos defeitos de composição, o que
contribui para que as fibras tenham alta resistência à tração.
As fibras podem ter diâmetro de até 0,1mm e de grande comprimento.
São obtidas através da passagem do vidro fundido por pequenos orifícios
revestidos de platina e posteriormente soprados.
Dependendo do diâmetro dos orifícios e da pressão de insuflamento
obtêm-se fibras de diversos diâmetros até a lã de vidro.
Sua densidade varia de 15 a 150 kg/m3 e seu coeficiente de
condutibilidade térmica é de 0,028 a 0,035. Seu pouco peso, sua alta
resistência mecânica e ao calor, e sua inércia química são propriedades que
tem tornado a fibra de vidro um material cada vez mais empregado.
A lã de vidro é composta de fibra de vidro descontínua, em pedaços
pequenos (bastonetes). Os bastonetes são depois prensados com o auxílio de
um aglomerante apropriado, formando as mantas de lã de vidro.
Fiberglass
O fiberglass é compósito de matriz poliéster com reforço de fibras de
vidro; foi o primeiro compósito de engenharia empregado em larga escala.
As fibras de vidro são normalmente produzidas a partir da sílica (SiO2),
com a adição de óxidos de cálcio (CaO), boro (B2O3), sódio (Na2O) e/ou
alumínio (Al2O3).
As resinas poliéster insaturadas são muito usadas como matriz para
produção de compósitos de fiberglass, pois podem ser processadas no estado
líquido e curadas à temperatura ambiente, em moldes simples e baratos, o que
viabiliza a produção em pequena escala de peças grandes e complexas.
O fiberglass ganhou inúmeras aplicações, em diversos produtos, tais
como barcos, caixas de água, piscinas, painéis de fachada, automóveis, entre
outros, representando hoje cerca de 65% do volume total de compósitos
fabricados.
60
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Contextualização:
A geologia é a ciência que estuda a origem, os processos de formação,
a estrutura e a composição da crosta terrestre. Uma parte da geologia estuda
os processos de formação das rochas, os quais, em sua maioria, são resultado
do embate das forças da natureza que podem ser provenientes da dinâmica
interna ou externa da Terra.
Exemplo: Na dinâmica interna da Terra, temos a atividade dos vulcões e
terremotos que surgem, entre outras razões, da necessidade de acomodação
entre as camadas da Terra marcadas por descontinuidades entre si, conforme
é representado de forma simplificada na figura abaixo:
61
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
1) Local de instalações de obras: as rochas podem ser utilizadas
como fundações de obras, como material de base para túneis,
galerias, entre outros.
2) Material de construção: materiais como pedras brita, areia,
componentes de misturas cerâmicas, pedras para revestimento,
matérias-primas da cal e do cimento, são originários de rochas
estudadas pela geologia;
Independente da área de aplicação, cada rocha tem características
próprias que influenciam no seu comportamento. Entre as principais podemos
citar:
composição mineralógica: refere-se aos minerais que compõem
cada rocha.
textura: é o modo como os minerais estão distribuídos.
estrutura: refere-se à homogeneidade ou heterogeneidade dos
cristas constituintes.
O foco neste estudo é a aplicação das rochas de forma correta, porém, é
interessante conhecer alguns dos principais minerais que compõem as rochas.
Minerais
Os minerais são definidos como substâncias sólidas, naturais,
inorgânicas e homogêneas, que possuem composição química definida e
estrutura atômica caracterizada. São compostos químicos resultantes da
associação de átomos de dois ou mais elementos. A composição de uma rocha
quanto aos minerais nela presentes é determinada com o auxílio da análise
petrográfica. A seguir são apresentados, os principais minerais que compõem
as rochas mais utilizadas como material de construção e suas características:
1) Caulinita: É o principal componente de argilas. Sua massa
específica é de 2,6 e sua dureza é de 1.
2) Feldspato: É o material mais abundante na natureza. Apresenta-
se nas cores branca, cinza, rosa e avermelhada. Possui massa
específica entre 2,55 e 2,76 e a dureza é de aproximadamente 6.
Está presente na constituição de rochas ígneas (granito),
sedimentares (arenito) e metamórficas (gnaisses).
3) Quartzo: É um dos minerais mais comuns na natureza. Possui as
cores incolor, leitosa e cinza, Sua dureza é 7 e a massa
específica é de 2,65. Está presente na composição das rochas
ígneas (granito), sedimentares (arenito) e metamórficas
(quartzitos, gnaisses).
4) Mica: Possui composição química complexa. Possui dureza de 2
a 3 na escala Mohs.
62
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5) Calcita: Mineral solúvel em meio ácido. Apresenta cores incolor e
branca. Tem massa específica de 2,7 e dureza 3. Está presente
nas rochas sedimentares (calcáreo) e metamórficas (mármores).
6) Dolomita: Mineral menos solúvel em meio ácido que a calcita.
Apresenta cor branca e dureza de 3,5. Compõe as rochas
sedimentares (calcáreos dolomíticos) e metamórficas (mármores
dolomíticos).
63
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
O processo de formação das rochas sedimentares pode ser dividido em
duas etapas: quando ocorre a deposição, ou seja, o arranjo dos fragmentos de
rochas em camadas diferentes, temos as rochas primárias e o processo é de
origem mecânica. Após a deposição, ocorre um processo de origem química,
onde há transformação de sedimentos em rochas por meio de um conjunto de
processos químicos e fisícos, que ocorrem em condições de baixas pressões e
temperaturas, conhecido por diagênese. Nessa etapa, a rocha é chamada de
secundária. Como exemplos de rochas sedimentares podemos citar: arenitos,
calcários, carvão, entre outras.
Rochas Metamórficas
Resultam de outras rochas pré-existentes que, no decorrer dos
processos geológicos, sofreram mudanças mineralógicas, químicas e
estruturais, que provocaram a instabilidade dos minerais, os quais tendem a se
transformar e rearranjar sob novas condições. Como exemplos de rochas
metamórficas podemos citar: gnaisses, quartzitos, mármores, ardósias, entre
outras.
Principais características das rochas como materiais de construção
A escolha de uma rocha natural como material de construção depende
de diversos fatores dentre os quais podemos destacar os critérios técnicos e
econômicos. Os critérios econômicos referem-se ao custo do material e a sua
disponibilidade no local ou próximo ao local de utilização. Os critérios técnicos
referem-se à caraterísticas que o material possui que atendem às finalidades
da aplicação pretendida. Para definir se uma rocha é ou não adequada a
determinado uso, precisamos analisar suas propriedades e, para isso, é
necessário conhecer as principais propriedades das pedras naturais e como
influenciam nas caraterísticas do material. Além da composição mineralógica,
textura e estrutura vistas anteriormente, Petrucci (1975) cita as seguintes
propriedades como algumas das principais:
Resistência mecânica: definida como a resistência que a pedra
oferece ao ser submetida aos diferentes tipos de esforços
mecânicos, como compressão, tração, flexão e cisalhamento,
além da resistência ao desgaste e ao choque (tenacidade). De
maneira geral, as pedras naturais resistem melhor à compressão
do que aos demais esforços.
Durabilidade: a durabilidade é a capacidade que tem o material
de manter suas propriedades e desempenhar sua função no
decorrer do tempo, dependendo de várias características entre
elas a porosidade, a compacidade e a permeabilidade. A
compacidade é o volume de sólidos na unidade de volume da
rocha natural e pode ser medida pela relação entre a massa
específica aparente e a massa específica absoluta. A massa
específica aparente é a relação entre a massa de um material e
seu volume aparente (volume real do material somado ao volume
64
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
de vazios incorporado ao material) e a massa específica absoluta
é a relação entre a massa e o volume real do material. A
porosidade é a relação entre o volume de vazios e o volume total
da pedra e a permeabilidade é uma medida indireta da ligação
entre esses vazios, que permite a entrada de gases e líquidos na
massa de rocha. Portanto, quanto mais permeável é uma rocha,
mais suscetível está à ação de agentes agressivos. Em regiões
de baixas temperaturas a água absorvida pela pedra pode
congelar e, o aumento de volume consequente da transformação
de água em gelo, pode ser prejudicial à durabilidade da pedra.
Por outro lado, uma porosidade adequada melhora a aderência
da pedra à argamassa de assentamento. A durabilidade também
está relacionada à alterabilidade da pedra, ou seja, a modificação
de suas caraterísticas e propriedades por agentes agressivos,
que pode prejudicar o desempenho do material.
Trabalhabilidade: é a facilidade de moldar a pedra de acordo
com o uso. Depende de fatores como a dureza e da
homogeneidade da rocha. Como visto anteriormente, a dureza é
a resistência ao risco ou ao corte e no caso da trabalhabilidade
das rochas indicará o meio de corte mais adequado. De acordo
com Petrucci (1975), peças mais brandas podem ser cortadas
com serras de dentes enquanto peças mais duras demandam
corte com diamante. Segundo o mesmo autor, uma rocha
homogênea é aquela que apresenta as mesmas propriedades em
amostras diferentes e que ao choque do martelo se quebra em
pedaços e não em grãos, como ocorre nas rochas não-
homogêneas. Dessa forma, a homogeneidade permite a obtenção
de peças com formatos adequados.
Estética: depende da textura, da estrutura e coloração da pedra,
características que estão relacionadas aos minerais que compõem a mesma.
Principais rochas utilizadas como material de construção
Granitos: é uma rocha ígnea que, devido a seu processo de formação,
é classificada como uma rocha plutônica. É composto principalmente de
quartzo, feldspato e minerais ferro-magnesianos e as tonalidades de cor variam
de cinza a rosa/avermelhada. Como principais caraterísticas da rocha,
podemos destacar a homogeneidade, a isotropia (mesmas propriedades
independente da direção dos minerais), alta resistência à compressão e baixa
porosidade.
Na construção civil é utilizado na confecção de fundações (em forma de
bloco), de muros, calçamentos, como agregado para concreto e rocha
ornamental em pisos, paredes, tampos de pias, lavatórios, bancadas e mesas,
e em detalhes diversos. A fixação do granito como rocha ornamental é feita
com o uso de argamassas próprias para o tipo de rocha. Na figura abaixo é
apresentado um exemplo de rocha granito.
65
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
66
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
67
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
68
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
maioria dos propósitos da engenharia. A figura abaixo mostra um exemplo de
gnaisse.
69
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
calor. Além disso, o uso dos produtos cerâmicos produzidos a partir do
cozimento das argilas surgiu da necessidade de um material similar às rochas,
nos locais onde havia escassez das mesmas.
De acordo com Petrucci (1975) os povos assírios e caldeus utilizavam
tijolos cerâmicos para obras monumentais como os Palácios de Khorsabad e
Sargão. Já na Pérsia, o tijolo era utilizado para casas populares e no Egito,
apesar de as pirâmides serem construídas com a utilização pedras, os
operários que trabalharam nas suas construções moravam em casas de tijolos.
Por outro lado, os romanos levaram seus conhecimentos sobre os produtos
cerâmicos a várias partes do mundo e os árabes deixaram exemplos notáveis
de aplicação dos tijolos como a Mesquita de Córdova, a Giralda em Sevilha e a
Alcazaba de Granada.
70
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Fusíveis: são aquelas que se deformam a temperaturas menores
de 1200ºC. Utilizadas na fabricação de tijolos e telhas, grés,
cimento, materiais sanitários.
Infusíveis: resistentes a temperaturas elevadas. Utilizadas para a
fabricação de porcelanas.
Refratárias: não deformam a temperaturas da ordem de 1500°C e
possuem baixa condutibilidade térmica, sendo utilizadas para
aplicações onde o material deva resistir ao calor, como na
construção e revestimentos de fornos.
A argila apresenta algumas características que explicam o seu
comportamento como material de construção. Entre as principais podemos
destacar as citadas por Silva (1985) e Petrucci (1975):
Plasticidade: um material possui plasticidade quando se deforma
sob a ação de uma força e mantém essa deformação após
cessada a força que a originou. A plasticidade das argilas é
função da quantidade de água presente no material. De acordo
com Silva (1985), quanto mais água, até certo ponto, maior a
plasticidade da argila e a partir desse ponto, se for adicionada
mais água, a argila se torna um líquido viscoso. Quanto mais pura
a argila, mais plástica é a sua mistura com água e quanto maior a
temperatura, menor a plasticidade, porque a quantidade de água
é reduzida.
Ação do calor: nas argilas, a ação do calor pode ocasionar
variação na densidade, porosidade, dureza, resistência,
plasticidade, textura, condutibilidade térmica, desidratação e
formação de novos compostos. As argilas cauliníticas perdem
pouca água em temperaturas inferiores a 400°C, mas acima
desta temperatura perdem água de constituição (água combinada
quimicamente), modificando sua estrutura. As argilas em que
predomina a montmorilonita perdem quase toda a água a 150°C e
as micáceas a 100ºC, sendo que ambas começam a perder água
de constituição a partir de 400°C.
Retração e dilatação: De acordo com Silva (1985) a caolinita se
dilata de modo regular, perdendo água de amassamento de 0°C a
500°C e contrai-se em temperaturas de 500°C a 1.100°C. As
argilas micáceas dilatam-se progressivamente até 870°C,
contraindo-se em seguida.
Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total
de material. Quanto maior a porosidade maior a absorção de
água e menor a massa específica, a condutibilidade térmica, a
resistência mecânica e a resistência à abrasão. Quanto maior a
comuniação entre os poros, maior é a permeabilidade, ou seja, a
facilidade de líquidos e gases de circularem pelo material. A
71
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
porosidade das argilas depende dos seus constituintes, da forma,
tamanho e posição das partículas (argilas de grãos grossos são
mais permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de
fabricação.
Composição e Impurezas: alguns constituintes presentes nas
argilas podem melhorar suas propriedades, enquanto alguns
podem ocasionar defeitos aos produtos. Compostos de sílica e de
aluminio fazem parte da constituição principal das argilas. A sílica
pode estar presente de maneira livre ou combinada. Quando livre,
segundo Silva (1985) aumenta a brancura do produto cozido,
diminui a plasticidade, reduz a retração, diminui a resistência à
tração e à variação de temperatura e causa variações na
refratariedade. Os compostos de alumínio diminuem o ponto de
fusão e a plasticidade e aumentam a resistência, a densidade e a
impenetrabilidade do produto cozido. Compostos alcalinos e de
ferro diminuem a plasticidade e a refratariedade, sendo que o
último dá cor vermelha ao material. Compostos cálcicos
desprendem calor e aumentam de volume, podendo ocasionar
rompimento da peça.
72
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
corrente e podem ser classificados em A, B e C, conforme sua resistência à
compressão:
Tijolos comuns e sua resistência à compressão
CLASSE RESISTÊNCIA MÍNIMA À COMPRESSÃO (MPa)
A 1,5
B 2,5
C 4,0
Já os tijolos especiais, observe, podem ser fabricados em formatos e
especificações de acordo com o uso, porém obedecendo aos critérios da NBR
7170. Essa norma recomenda as seguintes dimensões nominais para o tuijolo
maciço:
Comprimento: 190 mm
Largura: 90 mm;
Altura: 57 ou 90 mm;
Apesar das dimensões apresentadas pela norma, são encontrados no
mercado tijolos de diversos tamanhos, pois muitos fabricantes desconhecem as
normas referentes ao produto. Diferentes tamanhos de tijolo maciço
encontrados no mercado:
os diferentes tamanhos de tijolo maciço. Fonte: Revista Equipe de Obra (2008)
COMPRIMENTO (cm) LARGURA (cm) ALTURA (cm)
19,0 9,0 5,3
24,0 11,5 6,0
24,0 19,0 9,0
29,0 14,0 6,5
29,0 19,0 9,0
73
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
CLASSE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO NA
ÁREA BRUTA (MPa)
10 1,0
15 1,5
25 2,5
45 4,5
60 6,0
70 7,0
Paredes de 20 cm
74
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Paredes de 25 cm
Telhas Cerâmicas
Além de serem empregados na elevação das paredes, os materiais
cerâmicos também podem estar presentes nas coberturas das edificações. As
telhas cerâmicas se apresentam sob diferentes formatos e tamanhos, mas
segundo Petrucci (1975), independente do tipo, as telhas cerâmicas devem
apresentar as seguintes características:
Regularidade de forma e dimensões.
Arestas finas e superfícies sem rugosidades (para facilitar o
escoamento das águas).
Homogeneidade de massa, com ausência de trincas, fendas, etc.
Cozimento parelho.
Fraca absorção de água e elevada impermeabilidade.
Peso reduzido.
Resistência mecânica à flexão adequada, mesmo em condições
saturada de água.
O processo de fabricação das telhas cerâmicas é semelhante ao dos
tijolos. Segundo Yazigi (2009), a moldagem das telhas varia, podendo ser feita
por extrusão seguida de prensagem ou diretamente por prensagem. A argila
deve ser mais fina e homogênea e a secagem tem de ser mais lenta que a dos
tijolos, para diminuir a deformação e possíveis fissuras que possam
comprometer a impermeabilidade de material, visto que as telhas têm a função
75
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
de proteger a edificação onde serão empregadas, principalmente da ação da
água.
Classificação das Telhas Cerâmicas
A NBR 15310 apresenta uma classificação para as telhas cerâmicas, de
acordo com o número de peças que compõem a telha e da forma de encaixe:
Telhas planas de encaixe: são telhas cerâmicas planas que se
encaixam por meio de sulcos e saliências, apresentando pinos,
ou pinos e furos de amarração, para fixação na estrutura de
apoio. Um exemplo desse tipo é a telha francesa.
Telhas compostas de encaixe: são telhas cerâmicas planas que
possuem geometria formada por capa e canal no mesmo
componente, para permitir o encaixe das mesmas entre si,
possuem pinos, ou pinos e furos de amarração, para fixação na
estrutura de apoio. A telha romana é um exemplo desse tipo de
telha.
Telhas simples de sobreposição: telhas cerâmicas formadas
pelos componentes capa e canal independentes. O canal
apresenta pinos, furos ou pinos e furos de amarração, para
fixação na estrutura de apoio; a capa está achou dispensada de
apresentar furos ou pinos. As telhas do tipo colonial e paulista são
exemplos de telhas simples de sobreposição.
Telhas planas de sobreposição: telhas cerâmicas planas que
somente se sobrepõem, podem ter pinos para o encaixe na
estrutura de apoio ou pinos e furos de amarração para fixação.
Telha Francesa
A telha tipo francesa é classificada com uma telha plana. Também
chamada de telha tipo Marselha, possui encaixes laterais, nas extremidades e
agarradeiras para fixação às ripas da estrutura do telhado. A resistência
mínima para este tipo de telha é de 70 kg, ou seja, este é o peso mínimo que a
telha precisa suportar caso venha a se danificar (YAZIGI, 2009). Em geral,
possui bom rendimento, sendo que o número de peças utilizadas por metro
quadrado de telhado é reduzido em relação a outros tipos de telha. A norma a
que se refere este tipo de telha é a NBR 7172.
76
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Telha Colonial
Do tipo capa e canal ou curvas. Como o próprio nome diz, são
compostas por duas peças: o canal, cujo papel é conduzir água e a capa que
faz a cobertura entre dois canais (BORGES, 2009). De acordo com Yazigi
(2009), esse tipo de telha pode ser com encaixe, sem encaixe ou de cumeeira.
A particularidade da telha colonial é que as duas peças que a compõem
possuem a mesma largura.
Telha Paulista
De acordo com a Revista Construção e Mercado (2003), a telha paulista
é derivada da telha colonial e se caracteriza por apresentar a capa com largura
ligeiramente inferior ao canal.
77
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Telha Plan
É uma variação entre a telha colonial e a paulista, com o diferencial de
possuir arestas retas.
Telha Portuguesa
A telha portuguesa deriva das telhas coloniais, possuindo os segmentos
correspondentes à capa e canal em uma única peça.
Telha Romana
A Telha Romana surgiu a partir da telha plan, que será apresentada
adiante, sendo composta de uma peça única. Devido a seus encaixes no
sentido longitudinal e transversal, possui boa vedação e estabilidade sobre o
ripamento.
78
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Telha Americana
Foi criada a partir da telha portuguesa e a vantagem de ter um
rendimento maior por m² de telhado quando comparada com a telha que lhe
deu origem.
Telha Plana
De acordo com a Revista Construção e Mercado (2003), as telhas
planas são utilizadas em países onde o inverno é rigoroso. Os telhados são
bastante inclinados para que a neve escorra. No Brasil, são usadas para
compor coberturas de estilo enxaimel (casas coloniais alemãs, suíças).
79
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
A telha cerâmica deve trazer, obrigatoriamente, a identificação do
fabricante e os outros dados gravados em relevo ou reentrância, com
caracteres de no mínimo 5 mm de altura, sem que prejudique o seu uso. Para
fins de comercialização, a unidade é o metro quadrado de telhado
A norma também define o valor da retilinearidade (flecha máxima
medida em um ponto determinado das bordas, ou no eixo central, no sentido
longitudinal ou no transversal) para telhas planas, que não deve ser superior a
1% do comprimento efetivo bem como da largura efetiva. O valor da
planaridade (flecha máxima medida em um dos vértices de uma telha estando
os outros três apoiados em um mesmo plano horizontal) não deve ser superior
a 5mm, independente do tipo de telha
Além disso, as telhas cerâmicas não devem apresentar defeitos como
fissuras, desvios de dimensões, arestas quebradas, entre outros. Devem ter a
superfície pouco rugosa, tonalidade uniforme e um acabamento que facilite a
montagem do telhado e a ligação entre as peças e devem ter impermeabilidade
compatível com o uso. Yazigi (2009) descreve um método expedito para
avaliação da impermeabilidade das telhas cerâmicas, que consiste em moldar
sobre a telha um anel de argamassa, no interior do qual se deposita água até
5cm de altura. Conforme o autor, uma boa telha não deixa infiltrar umidade em
menos de 24 horas do início do ensaio, sendo que a umidade só aparece após
48 horas e sem gotejamento.
Revestimentos Cerâmicos (Mosaico)
Ladrilhos e Pisos Cerâmicos
Assim como os materiais já estudados, os produtos cerâmicos
destinados ao revestimento de pisos podem ser obtidos por processos de
extrusão ou prensagem. Esses produtos podem apresentar uma face
esmaltada, que é revestida com uma camada vítrea conferindo um aspecto
brilhoso ao material e uma face porosa, também chamada de tardoz ou face de
assentamento. Algumas peças possuem as duas faces não-esmaltadas, sendo
que uma fica exposta e outra é destinada ao assentamento.
A face de assentamento é aquela que entra em contato com a
argamassa que fixará a peça cerâmica no local da aplicação e, por isso, deve
possuir certa rugosidade para facilitar a aderência. Em alguns tipos de peças
existem ranhuras para melhorar a aderência e a fixação. Quando o
revestimento é esmaltado, recebe a sigla GL (do inglês glazed – que significa
envidraçado) e quando não é esmaltado caracteriza-se pela sigla UGL
(unglazed). O revestimento esmaltado pode ser polido ou não-polido.
Os revestimentos cerâmicos estão disponíveis em diversos formatos,
predominando os quadrados e retangulares. Quanto aos tamanhos a variedade
é ainda maior encontrando-se peças com dimensões da ordem de 6 cm a 60
cm. A descrição completa da classificação e dos requisitos que os
revestimentos cerâmicos devem obedecer encontra-se na NBR 13817 e na
NBR 13818. Em geral, os revestimentos cerâmicos possuem algumas
80
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
características principais que auxiliam na escolha do material mais adequado a
cada caso, entre as quais podemos destacar: a absorção de água, o método de
fabricação, a resistência à abrasão, a facilidade de limpeza e a resistência a
agentes químicos.
Quanto menor a absorção de água maior é a resistência do revestimento
cerâmico contra quebra, fissuração da camada esmaltada, descolamento, entre
outras patologias. Essa caraterística é muito importante em locais onde exista o
risco de choques e variações de temperatura e umidade. A execução de um
revestimento com peças de elevada porosidade em um ambiente úmido
possivelmente levará ao surgimento de patologias, entre as quais podemos
destacar o descolamento das peças.
A absorção de água também está relacionada ao método de fabricação
utilizado para confeccionar o revestimento cerâmico. De acordo com o método
de fabricação, os revestimentos cerâmicos são classificados em 3 tipos:
1) Placas cerâmicas extrusadas (A): produzidas por processos de
extrusão;
2) Placas cerâmicas prensadas (B): produzidas por processos de
prensagem;
3) Placas cerâmicas produzidas por outros processos (C).
Revestimentos Cerâmicos (Azulejos)
São materiais cerâmicos empregados normalmente no revestimento de
áreas molhadas e fabricados a partir de uma argila quase isenta de óxido de
ferro, o que confere ao material a coloração branca. Assim como alguns dos
revestimentos cerâmicos já estudados, possui uma face vidrada e outra não
vidrada, que corresponde à face de assentamento ou tardoz.
Normalmente possuem formato quadrado de 15x15 cm ou 20x20 cm,
sendo que alguns possuem formato retangular como 20x30 cm. A espessura
média das peças gira em torno de 5,4 mm. Estão disponíveis nas mais diversas
cores e acabamentos, com opções de peças lisas ou decoradas.
Critérios para escolha dos revestimentos cerâmicos
O primeiro critério a ser observado na escolha de um revestimento
cerâmico é a superfície onde o mesmo vai ser aplicado: piso ou parede. Em
paredes, pode-se usar peças com menor resistência à abrasão, pois o risco de
desgaste é reduzido, enquanto que para revestimento de pisos ocorre o
contrário.
Em segundo lugar, deve-se observar a que tipo de uso se destina o ambiente que
será revestido: residencial, público ou industrial. A tabela a seguir apresenta os critérios
mínimos recomendados para os revestimentos cerâmicos em função do uso:
USO RESIDENCIAL Ambientes Internos Banheiros residencias
e quartos de dormir:
81
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
PEI 1, absorção entre
0 e 10%;
Ambientes
residenciais sem
portas para fora: PEI
2;
Ambientes
residenciais com
portas para fora PEI 3.
Ambientes Externos PEI 4;
Facilidade de limpeza;
Baixa expansão por
umidade.
USO PÚBLICO Ambientes Internos PEI 4;
Facilidade de limpeza
Ambientes Externos PEI 5;
Baixa absorção de
água e alta resistência
mecânica.
USO INDUSTRIAL Baixa absorção de água;
Espessura Grande;
PEI 5;
• Elevada resistência a produtos químicos
Argila
A argila como material de construção começou a ser utilizada pela sua
abundância, pelo custo reduzido e por ser um material que, na presença de
água, pode ser moldado facilmente, secando e endurecendo na presença de
calor. Além disso, o uso dos produtos cerâmicos produzidos a partir do
cozimento das argilas surgiu da necessidade de um material similar às rochas,
nos locais onde havia escassez das mesmas.
A argila é um material composto principalmente por compostos de
silicatos e alumina hidratados. De acordo com Petrucci (1975) as diferentes
espécies de argilas, consideradas como puras, são na verdade misturas de
diferentes hidrossilicatos de alumínio, denominados de materiais argilosos. Os
materiais argilosos se diferenciam entre si pelas diferentes proporções de
sílica, alumina e água em sua composição, além da estrutura molecular
diferenciada. Os principais materiais argilosos que têm importância como
material de construção são a caulinita, a montmorilonita e a ilita.
Silva (1985) e Petrucci (1975) apresentam as principais formas de
classificação das argilas, segundo os critérios de estrutura dos minerais e
emprego do material. De acordo com a estrutura do material, as argilas podem
ser classificadas em: estrutura laminar e estrutura foliácela. As argilas de
estrutura laminar têm seus minerais arranjados em lâminas e são as argilas
82
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
utilizadas na fabricação dos produtos cerâmicos. Entre as argilas de estrutura
laminar podemos destacar :
Caolinita: são as argilas consideradas mais puras. Utilizadas na
fabricação de porcelanas, materiais refratários e em cerâmicas sanitárias.
Montmorilonita: Por ser um material muito absorvente é pouco utilizada
sozinha. É aplicada em misturas às caolinitas para corrigir a plasticidade.
Micáceas: utilizadas na fabricação de tijolos.
Quanto ao seu emprego, as argilas são classificadas em:
Fusíveis: são aquelas que se deformam a temperaturas menores de
1200ºC. Utilizadas na fabricação de tijolos e telhas, grés, cimento, materiais
sanitários.
Infusíveis: resistentes a temperaturas elevadas. Utilizadas para a
fabricação de porcelanas.
Refratárias: não deformam a temperaturas da ordem de 1500°C e
possuem baixa condutibilidade térmica, sendo utilizadas para aplicações onde
o material deva resistir ao calor, como na construção e revestimentos de
fornos.
A argila apresenta algumas características que explicam o seu
comportamento como material de construção. Entre as principais podemos
destacar as citadas por Silva (1985) e Petrucci (1975):
Plasticidade: um material possui plasticidade quando se deforma sob a
ação de uma força e mantém essa deformação após cessada a força que a
originou. A plasticidade das argilas é função da quantidade de água presente
no material. De acordo com Silva (1985), quanto mais água, até certo ponto,
maior a plasticidade da argila e a partir desse ponto, se for adicionada mais
água, a argila se torna um líquido viscoso. Quanto mais pura a argila, mais
plástica é a sua mistura com água e quanto maior a temperatura, menor a
plasticidade, porque a quantidade de água é reduzida.
Ação do calor: nas argilas, a ação do calor pode ocasionar variação na
densidade, porosidade, dureza, resistência, plasticidade, textura,
condutibilidade térmica, desidratação e formação de novos compostos. As
argilas cauliníticas perdem pouca água em temperaturas inferiores a 400°C,
mas acima desta temperatura perdem água de constituição (água combinada
quimicamente), modificando sua estrutura. As argilas em que predomina a
montmorilonita perdem quase toda a água a 150°C e as micáceas a 100ºC,
sendo que ambas começam a perder água de constituição a partir de 400°C.
Retração e dilatação: De acordo com Silva (1985) a caolinita se dilata
de modo regular, perdendo água de amassamento de 0°C a 500°C e contrai-se
em temperaturas de 500°C a 1.100°C. As argilas micáceas dilatam-se
progressivamente até 870°C, contraindo-se em seguida.
83
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total de
material. Quanto maior a porosidade maior a absorção de água e menor a
massa específica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a
resistência à abrasão. Quanto maior a comuniação entre os poros, maior é a
permeabilidade, ou seja, a facilidade de líquidos e gases de circularem pelo
material. A porosidade das argilas depende dos seus constituintes, da forma,
tamanho e posição das partículas (argilas de grãos grossos são mais
permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de fabricação.
Composição e Impurezas: alguns constituintes presentes nas argilas
podem melhorar suas propriedades, enquanto alguns podem ocasionar
defeitos aos produtos. Compostos de sílica e de aluminio fazem parte da
constituição principal das argilas. A sílica pode estar presente de maneira livre
ou combinada. Quando livre, segundo Silva (1985) aumenta a brancura do
produto cozido, diminui a plasticidade, reduz a retração, diminui a resistência à
tração e à variação de temperatura e causa variações na refratariedade. Os
compostos de alumínio diminuem o ponto de fusão e a plasticidade e
aumentam a resistência, a densidade e a impenetrabilidade do produto cozido.
Compostos alcalinos e de ferro diminuem a plasticidade e a refratariedade,
sendo que o último dá cor vermelha ao material. Compostos cálcicos
desprendem calor e aumentam de volume, podendo ocasionar rompimento da
peça.
A fim de eliminar ou reduzir as impurezas, a argila pode passar por
processos de purificação. Esses processos podem ser de natureza física como
uma lavagem ou peneiramento e de natureza química, que envolvem
modificação na temperatura, combinação entre alguns compostos e inibição da
atividade de outros.
Contextualização
Os materiais plásticos são compostos de resinas naturais ou resinas
sintéticas. Quase todas as resinas plásticas são de natureza orgânica, tendo
em sua composição Hidrogênio, Carbono, Oxigênio e Azôto. As matérias-
primas para a fabricação dos materiais plásticos provêm do carvão mineral, do
petróleo ou de produtos vegetais.
84
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
formas, por deformação plástica. Todos os métodos utilizados para obtenção
da forma desejada baseiam-se na aplicação de calor e pressão, juntos ou
independentemente.
Muito grandes são as possibilidades de uso do plástico na construção
civil. Segundo a ABIPLAST, a construção civil já participa com 10% do
mercado.
Materiais Poliméricos
Utilizados em diversas áreas da construção civil
Tubulações hidrosanitárias e elétricas
Materiais de isolamento térmico
Fibras
Pinturas
Adesivos
Aparelhos de apoio
Capas para fios elétricos
Tomadas
Disjuntores
Assentos para vasos sanitários
Materiais de impermeabilização
Outros
Classificação
Os plásticos são correntemente divididos em três grupos principais:
Termoplásticos: Polímeros que podem ser fundidos e se dissolvem em
alguns solventes. São aqueles que amolecem quando aquecidos, sendo então
moldados e posteriormente resfriados. No entanto não perdem suas
propriedades neste processo, podendo ser novamente amolecidos e moldados.
Termofixos (Termorrígidos): Nestes, o processo de moldagem resulta
da reação química irreversível entre as moléculas do material, tornando-o duro
e quebradiço, não podendo ser moldado outra vez. Não se fundem,
85
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
transformam-se em pó (fuligem) ao ser aquecido acima de determinada
temperatura. Também não se dissolvem em solventes.
Borracha (Elastômero): Substância elástica feita do látex coagulado de
várias plantas, principalmente a seringueira, a goma-elástica, o caucho, etc, ou
por processos químicos-industriais. Beneficiados para a indústria. Os
elastômeros mais usados e suas características são:
Natural (NR): produto extraído de plantas tropicais, possui
excelente elasticidade, flexibilidade e baixa resistência química.
Envelhece devido ao ataque pelo ozônio, não recomendado para
uso em locais expostos ao sol ou em presença de oxigênio.
Limites de temperatura: -50ºC a 90ºC;
86
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
5) Colorantes.
Papelão Hidráulico
Os papelões hidráulicos destinam-se à vedação de tubulações com
vapor saturado, água quente ou fria, soluções neutras, solventes, e produtos
químicos. As juntas confeccionadas em papelão hidráulico oferecem elevada
resistência ao esmagamento, baixo relaxamento, resistência à altas
temperaturas e a produtos químicos.
87
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
São fabricados com fibras minerais ou sintéticas ligadas com
elastômero. As fibras são responsáveis pela elevada resistência mecânica e o
elastômero, vulcanizado sobre pressão e temperatura determina a resistência
química e as características de selabilidade, flexibilidade e elasticidade. As
borrachas mais usadas na fabricação do papelão hidráulico são a natural (NB),
neoprene (CR), nitrílica (NBR) e sintética (SBR).
No caso das fibras as mais usadas são:
Amianto - Mineral incombustível, inerte a maioria dos produtos
químicos;
Fibra Aramida - Material sintético, orgânico com excelente
resistência mecânica e boa resistência a produtos químicos;
Fibra de Carbono - Material sintético, com excelente resistência
química e mecânica;
Fibra Celulose - Material natural de limitada resistência à
temperatura.
88
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Normalmente as tintas de revestimento são classificadas como:
Tintas Imobiliárias/Arquitetônicas
Tintas para Automóveis
Tintas Industriais
Componentes
Os componentes básicos da tinta são:
Resina: é a parte não-volátil da tinta, que serve para aglomerar as
partículas de pigmentos. A resina também denomina o tipo de tinta ou
revestimento empregado. Assim, por exemplo, temos as tintas acrílicas,
alquídicas, epoxídicas, etc.
Antigamente as resinas eram à base de compostos naturais, vegetais ou
animais. Hoje em dia são obtidas através da indústria química ou petroquímica
por meio de reações complexas, originando polímeros que conferem às tintas
propriedades de resistência e durabilidade muito superiores às antigas.
Pigmento: material sólido finamente dividido, insolúvel no meio.
Utilizado para conferir cor, opacidade, certas características de resistência e
outros efeitos. São divididos em pigmentos coloridos (conferem cor), não-
coloridos e anticorrosivos (conferem proteção aos metais).
Pigmento – Classificação e exemplo dos diversos tipos
Tipo Origem Ativos ou Opacos Inertes ou
Cargas
Inorgânicos Naturais Terra de Siena Talco, Mica,
Ocres sulfato de bário,
Caulim, CaCO3
Sintéticos Óxido de Zinco, Óxido de Barita e CaCO3
Titânio, precipitados
Litopônio, Zarcão,
Azul da Prússia, Verde de
Cromo, Amarelo de Zinco,
89
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Negro de Fumo
Metálicos Pó de:
Zinco, Alumínio e Bronze
Orgânicos Sintéticos Bordeaux: vermelhos, laranjas
e amarelos permanentes.
Amarelo Hansa, Vermelho
Toluidina, Azul e verde
Ftalocianina
90
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
6) Tintas resistentes ao calor: As temperaturas elevadas causam
a destruição das tintas comuns. As modernas tintas e esmaltes
resistentes à temperatura, são formuladas com veículos à base
de “silicone”, pós metálicos e pigmentos estáveis ao calor. São
usadas para acabamentos de fornos, chaminés, colunas de
destilação, etc.
7) Tintas retardadoras da combustão: a efetividade da camada
protetora depende da decomposição dos componentes da tinta
pelo calor, quando desenvolvem amônia, ou água ou CO2 ,etc.
Tais componentes podem ser: fosfato de cálcio e amônio, fosfato
de magnésio e amônio, vários baratos, carbonatos, compostos
orgânicos clorados, etc.
8) Tintas indicadoras de temperatura: As tintas que contêm
matérias que apresentam uma mudança de cor em temperaturas
definidas podem ser usadas para indicar pontos quentes em um
equipamento, deficiência de um isolamento, etc.
9) Fluorescentes: usadas em mostradores de aparelhos e sinais de
tráfego. Os principais pigmentos fluorescentes são: sulfato de
zinco com cádmio, prata, cobre, etc.
10)Fosforescentes: fornecem brilho de longa duração após breve
exposição. São usados sulfetos de zinco e cálcio relativamente
impuros (fosforescências verdes, amarelas e alaranjadas);
exposição de 10s a 1 min.
91
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
corante. A primeira laca fabricada em larga escala foi obtida dissolvendo-se a
nitrocelulose em um solvente adequado. Essa laca trouxe grandes benefícios à
indústria automobilística, pois fornece uma cobertura resistente, brilhante, que
pode ser facilmente aplicada e seca em tempo relativamente curto. A
nitrocelulose pode ser substituída por PVA, acrílicos ou resinas de formaldeído.
Conforme sua composição pode resistir à ação do calor.
Esmaltes
Essas tintas, uma vez secas, adquirem um aspecto de porcelana. São
também a óleo, mas com características diferentes. Os esmaltes a óleo são
obtidos pelo aquecimento de tintas a óleo misturadas ao breu. Uma vez
aplicadas formam uma película dura e pouco elástica, por isso não servem
para madeiras. Existem esmaltes sintéticos de secagem normal e rápida, esses
são mais elásticos.
Os tanques para transporte de soda cáustica, soluções salinas, álcoois,
petróleo, ácidos diluídos, etc. são protegidos com películas de esmalte à base
de resina epóxi, submetido a um processo de cura térmica e cinco demãos.
Contextualização
O esferovite é a espuma rígida de poliestireno, depois de expandido. É
um material leve e com maior resistência ao envelhecimento em relação a um
outro material moderno para isolamento térmico.
O esferovite é um material que se tornou indispensável devido as suas
qualidades. É priveligiado pelo custo e o benefício.
O esferovite tem uma crescente importância na nossa consciência
cívica, tanto ambiental como económico.
O poliestireno é um material derivado petróleo, no Brasil é conhecido na
forma expandida pelos seguintes nomes comerciais, isopor e estipor. O
poliestireno em Portugal é conhecido como esferovite.
O poliestireno ou esferovite é um material usado como, isolamento
térmico e eletrico na fabricação de objetos plásticos. Também é um material
termoplástico duro e quadradiço com transparência cristalina semelhante ao
vidro. O mesmo foi descoberto em 1839 por Eduard Simon, em Berlim, a partir
de uma resina de âmbar destilada.
Características do Poliestireno ou esferovite
Fácil processamento por moldagem a quente;
Fácil coloração;
92
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Baixo custo;
Elevada resistência a álcalis e ácidos;
Fácil reciclagem;
Baixa resistência ao calor e intempéries;
Baixa desidade e absorção de húmidade;
3) PS de alto impacto
Contém 5% à 10% de elastômero (Borracha), é incorporado através da
mistura mecânica, no processo de polimerização através de enxerto na cadeia
polimérica. Usado na fabricação de utensílios domésticos e brinquedos.
4) PS expandido
O plástico é polimerizado na presença do agente expansor ou então o
mesmo pode ser absorvido posteriormente. Durante o processamento do
material aquecido ele se volatiliza gerando as células no material. Baixa
densidade e bom isolamento térmico.
Ex: bandejas para embalagem de hortifruti, isolantes térmicos,
geladeiras isotérmicas,
93
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Conclusão
94
TECNOLOGIA DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Referencias bibiliograficas
COUTINHO, Joana; “Materiais de Construção I – parte 1 e 2: FEUP, 2003.
PETRUCCI, Eládio G.R.; “Materiais de Construção”; Editorial Globo, Porto
Alegre, 1976.
HAGEMANN, Sabrina Elicker; MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO BÁSICOS
VERÇOSA, Énio J.; “Materiais de Construção” - Vol. 1 e 2; Livraria Editora e
Distribuidora Sagra, 1975, Porto Alegre.
Sites bibliograficos:
www.google.com.br
http://www.abcp.org.br
95