Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SCHOLA DIGITAL
2018
Materiais de Construção I
UNIDADE 1 – ROCHAS
Aula 2: Geologia........................................................................................................................10
UNIDADE 2 – AGREGADOS
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Unidade 1 – Rochas
A história dos materiais de construção acompanha a própria história do homem, pois este
sempre buscou em casa um local de abrigo e segurança imprescindível à sua sobrevivência e
um ponto de referência fundamental para o seu relacionamento com o mundo. A importância
dos materiais na história do homem é tal que, nos primórdios, ela foi dividida conforme a
predominância do uso de um ou de outro: Idade da Pedra, Idade do Bronze; ou por seus
melhoramentos: Idade da Pedra Lascada e Idade da Pedra Polida.
1. Evolução Histórica
1
Aula 1 – Conceitos Iniciais
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Através dos anos, os materiais e técnicas de construção foram mudando. Não que o
processo construtivo esteja relacionado a modismos, mas por causa de uma super oferta de
novas tecnologias, que fizeram avançar esta área. Apesar de certos aspectos terem se
mantido constantes, outros variaram muito. Enquanto surgiram produtos e processos novos
e inovadores, outros se tornaram obsoletos e arcaicos, assim como as necessidades do
homem.
2
Aula 1 – Conceitos Iniciais
UNIDADE 1 – ROCHAS
Alguns conselhos e critérios devem ser utilizados nas especificações materiais aos
clientes e operação. Dentre eles, podemos destacar as seguintes atitudes:
3
Aula 1 – Conceitos Iniciais
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
As entidades normatizadoras dos vários países são coordenadas pela ISO (International
Organization for Standradization) e por comitês continentais como a COPANT (Organização
Pan-Americana de Normas Técnicas).
As normas, porém, não são estáticas. Vão sendo aperfeiçoadas e alteradas com o
tempo, acompanhando a evolução e a técnica. E ainda, alguns materiais novos no mercado,
ainda não possuem normas de controle de qualidade. E também, nem todos os produtos
que estão no mercado são certificados, o que não lhes garante estar atingindo os padrões
mínimos de qualidade estabelecidos pela norma. É nosso dever especificar e orientar para
que se adquiram os produtos que garantam a qualidade de nossas obras.
Os critérios podem ser divididos em três grupos principais, sendo eles apresentados a
seguir.
Este fator é, de certa forma, mais subjetivo que os outros dois. Depende do gosto de
quem está especificando. Mas não somente disso. Para que tenha um peso considerável,
4
Aula 1 – Conceitos Iniciais
UNIDADE 1 – ROCHAS
deve seguir uma conceituação de projeto, uma proposta geral. Não apenas o gosto isolado
por um elemento/material. O material será escolhido, esteticamente, de acordo com o que
se propõe no projeto. Por exemplo: Será utilizado piso de tábua corrida na sala, porque se
propõe um ambiente sofisticado e, ao mesmo tempo aconchegante. Desta forma,
descartaram-se opções por pisos cerâmicos ou pedras, que são pisos frios. A madeira
adequa-se a esta proposta, porque é um material nobre e resistente. O tipo de madeira
escolhido foi o marfim, porque é uma madeira clara, que ampliará o ambiente. As respostas
como: porque cai bem, fica bonito ou é charmoso não são aceitas como justificativas
estéticas para o uso de um material.
𝑉𝑉
𝜂= . 100%
𝑉𝑇
5
Aula 1 – Conceitos Iniciais
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
6
Aula 1 – Conceitos Iniciais
UNIDADE 1 – ROCHAS
É a carga máxima que suporta o material quando flexionada sem fissurar. Depende do
material e das dimensões da peça.
7
Aula 1 – Conceitos Iniciais
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
8
Aula 1 – Conceitos Iniciais
UNIDADE 1 – ROCHAS
Ba s ea do e a da ptado Verços a
(2000), Bl a ckburn (1989), Prof. Ms c.
Ma ya ra Quei roz Mora es . Edi ções
s em prejuízo de conteúdo.
9
Aula 2 – Geologia
UNIDADE 1 – ROCHAS
Aula 2: Geologia
Nosso planeta, a Terra, existe a aproximadamente 4,5 bilhões de anos e trabalha como um
sistema de muitos componentes interativos, tanto sob sua superfície como em sua atmosfera
e em seus oceanos. A Geologia é uma ciência que estuda como estas interações atuam na
formação de rochas e solos, observando como estes processos ocorrem atualmente e inferindo
com o que se observa no registro geológico. Alguns processos ocorrem lentamente como os
depósitos dos sistemas fluviais, ou de forma súbita como a explosão de um vulcão.
1. Introdução
10
Aula 2 – Geologia
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
fragmentos citados anteriormente são transportados para outros locais e dão origem a
outros tipos de rochas e solos.
11
Aula 2 – Geologia
UNIDADE 1 – ROCHAS
2. Rochas
Direcionando o estudo para as rochas como parte das Construções, podemos destacar
duas finalidades das mesmas:
12
Aula 2 – Geologia
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Como o foco é a aplicação das rochas de forma correta, não será aprofundada a
análise destes três tópicos, porém, é interessante conhecer alguns dos principais minerais
que compõem as rochas se irão estudar.
2.1. Minerais
13
Aula 2 – Geologia
UNIDADE 1 – ROCHAS
O processo de formação das rochas sedimentares pode ser dividido em duas etapas:
quando ocorre a deposição, ou seja, o arranjo dos fragmentos de rochas em camadas
diferentes, temos as rochas primárias e o processo é de origem mecânica. Após a deposição,
ocorre um processo de origem química, onde há transformação de sedimentos em rochas
por meio de um conjunto de processos químicos e físicos, que ocorrem em condições de
baixas pressões e temperaturas, conhecido por diagênese. Nessa etapa, a rocha é chamada
de secundária.
14
Aula 2 – Geologia
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Todas as rochas se alteram, mas a maneira e a taxa em que isso ocorre é variável e são
quatro os fatores que a controlam:
15
Aula 2 – Geologia
UNIDADE 1 – ROCHAS
3. Solos
Para que se possa iniciar o estudo do solo como material de construção, é necessário
que se saiba diferenciar o que é com certa frequência chamada, em construção, terra crua
daquilo que é denominado terra cozida (terracota). Em ambos os casos, está se falando em
elementos construtivos cujo material básico é o solo, só que quando se fala em terra crua
estamos nos referindo a elementos construtivos elaborados com solo não submetido a
processo de transformação pelo fogo. Assim sendo, construções ditas em terra crua são
aquelas em que o solo é utilizado de maneira que adquira consistência sem que haja a
queima.
O solo é, pois, um material denso e resistente (constrói-se sobre ele, melhor estudado
na disciplina de Mecânica dos Solos e Fundações, onde todos os conceitos apresentados
aqui serão revisitados) composto por uma mistura natural de diversos minerais, às vezes
contendo matéria orgânica, que pode ser escavado simplesmente com equipamentos
manuais ou mecânicos pouco sofisticados.
16
Aula 2 – Geologia
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Pode-se fabricar um solo, caso necessário, bastando para isto que se conheça as
características do solo que será preciso e das jazidas de empréstimo (locais de onde serão
retiradas as frações a serem utilizadas na mistura).
3.2.1. Residual
É o solo que permanece no mesmo lugar de sua formação, ou seja, sobre a rocha-mãe
que lhe deu origem. É bastante comum no Brasil. Como exemplo, podemos citar a terra-
roxa, encontrada sobre basalto (região Centro-sul do Brasil) e o massapê, encontrado sobre
folhelho (Recôncavo baiano).
É aquele solo que, após a sua formação, é removido da superfície da rocha matriz por
ação de algum agente transportador. Pode receber denominações variadas, a depender
exatamente do meio de transporte que o deslocou. A homogeneidade dos solos
sedimentares e o tamanho e a forma das suas partículas estão condicionados à capacidade
(intensidade) de transporte dos agentes.
17
Aula 2 – Geologia
UNIDADE 1 – ROCHAS
Exemplos de solos sedimentares: areia de dunas, solo de leito de rios, loess (depósito
eólico, fino e homogêneo, siltoso), bacia sedimentar do Recôncavo.
3.2.3. Orgânico
Assim, de acordo com o tamanho de suas partículas, os solos podem ser classificados
em:
• Solos Grossos: apresentam grande percentagem de partículas visíveis a olho
nu (∅ > 0,075 mm), com formas variadas (angulosas, arredondadas,
poliédricas). O comportamento destes solos é determinado basicamente pelo
tamanho de suas partículas. São compostos por:
✓ Pedregulhos: com dimensões maiores do que 2,0 mm (ABNT) ou 4,78
mm (DNER), consistem em acumulações incoerentes de fragmentos
de rocha. São normalmente encontrados nas margens dos rios em
depressões preenchidas por materiais transportados pelas águas
fluviais;
✓ Areias: suas dimensões variam entre 2,0 mm e 0,06 mm (ABNT) ou
4,78 mm e 0,075 mm (DNER). São ásperas ao tato e não apresentam
plasticidade.
• Solos Finos: Suas partículas têm dimensões menores do que 0,06 mm (ABNT)
ou 0,075 mm (DNER). Possuem formas lamelares, fibrilares, tubulares ou
aciculares, de acordo com o mineral presente. O comportamento destes solos
é definido pelas forças de superfície (moleculares, elétricas) e pela água, à
qual têm afinidade. Compõem-se de:
✓ Siltes: possuem granulação fina (entre 0,06 mm e 0,02 mm,
conforme a ABNT; entre 0,075 mm e 0,005 mm, segundo a
18
Aula 2 – Geologia
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Existem diversos outros tipos de classificação dos solos, porém, para o estudo na
construção, estas são suficientes. O assunto será aprofundado na disciplina Mecânica dos
Solos e em Materiais de Construção II, onde serão abordados os materiais cerâmicos.
Ba s ea do e a da ptado de Cybèl e
Cel es tino Sa ntia go, Sa bri na
El i cker Ha gema nn. Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
19
Aula 3 – Pedras Naturais I
UNIDADE 1 – ROCHAS
O uso das pedras naturais na construção teve início há milênios. O Egito abriu as primeiras
pedreiras para a extração de blocos de calcário e sienito para a construção das pirâmides,
marco histórico da civilização. Na Grécia Antiga e no Império Romano, por exemplo, prédios,
monumentos, esculturas, estradas, viadutos e portos eram construídos com diferentes tipos
de rochas ornamentais, como o mármore, arenito e granito. Muitas destas obras perduram
até hoje, devido à durabilidade e resistência desses materiais. Sabe-se que as rochas são
elementos de larga aplicação em obras de engenharia, tais como fundações, túneis, pontes e
tantos outros revestimentos. Cada tipo de rocha, em si, possui características particulares que
devem ser analisadas para definir a melhor escolha para cada finalidade a fim de se executar
o processo com o menor custo, a maior segurança e não menos importante, a melhor
qualidade do trabalho final.
Definida como a resistência que a pedra oferece ao ser submetida aos diferentes tipos
de esforços mecânicos, como compressão, tração, flexão e cisalhamento, além da
resistência ao desgaste e ao choque (tenacidade). De maneira geral, as pedras naturais
resistem melhor à compressão do que aos demais esforços.
20
Aula 3 – Pedras Naturais I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
1.2. Durabilidade
1.3. Trabalhabilidade
1.4. Estética
21
Aula 3 – Pedras Naturais I
UNIDADE 1 – ROCHAS
Além das supracitadas, tal quais rochas como são, outras propriedades fundamentais a
serem consideradas das pedras naturais que devem ser relembradas são:
22
Aula 3 – Pedras Naturais I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Todas as rochas podem ser usadas em nestas etapas da construção civil, mas cada uma
tem um propósito. Segundo autores, o material diferencia-se pelo tipo de solo em que foi
constituído, pelos minerais de sua composição e ainda pelo processo geológico em que foi
submetido. “São essas variações que determinam como as rochas devem ser aplicadas”,
esclarecem os profissionais.
Existe o alerta ainda que a utilização inadequada do material pode levá-lo ao desgaste
precoce e a prejuízos econômicos. Por isso, é importante considerar o meio físico e as
recomendações de uso para cada tipo de rocha.
2.1. Manutenção
Ainda sobre mármores e granitos, os pisos que levam esses materiais devem ser
limpos assim que possível, já que a areia ou sujeira do chão podem arranhar a pedra com o
tráfego de pessoas. Quanto às demais rochas, de maneira geral, devem receber os mesmos
cuidados que os mármores e granitos, mas são mais resistentes.
2.2. Sustentabilidade
23
Aula 3 – Pedras Naturais I
UNIDADE 1 – ROCHAS
2.3. Mercado
24
Aula 3 – Pedras Naturais I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
3.1. Granitos
O Granito é uma rocha ígnea que, devido a seu processo de formação, é classificada
como uma rocha plutônica. É composto principalmente de quartzo, feldspato e minerais
ferro-magnesianos e as tonalida-des de cor variam de cinza a rosa/avermelhada. Como
principais caraterísticas da rocha, podemos destacar a homogeneidade, a isotropia (mesmas
propriedades independente da direção dos minerais), alta resistência à compressão e baixa
porosidade.
3.2. Basaltos
O basalto é classificado como uma rocha ígnea vulcânica. Dentre as rochas que
ocorrem em forma de derrame pode ser considerado dos mais abundantes. As cores variam
de cinza escura a preta, com tonalidades avermelhadas/amarronzadas, devido a
óxidos/hidróxidos de ferro gerados por alteração intempérica. É constituído principalmente
por feldspato e uma das caraterísticas marcantes é a elevada resistência e a maior dureza
entre as pedras mais utilizadas.
3.3. Dioritos
25
Aula 3 – Pedras Naturais I
UNIDADE 1 – ROCHAS
3.4. Arenitos
3.6. Ardósia
3.7. Quartzitos
3.8. Mármores
26
Aula 3 – Pedras Naturais I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
3.9. Gnaisse
Ba s ea do e a da ptado de Prof.
Sa bri na El i cker Ha gema nn, Gra fi ra
Di a s , Ca rl os Rubens Ara újo
Al enca r. Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
27
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
1. Introdução
Rocha para revestimento é definida pela ABNT, como rocha natural que, submetida a
processos diversos e graus variados de desdobramento e beneficiamento, é utilizada no
acabamento de superfícies, especialmente pisos e fachadas, em obras de construção civil.
Essa definição pode ser considerada similar à que a American Society for Testing and
Materials (ASTM, 2001) propõe para dimension stone: pedra natural que foi selecionada,
regularizada ou cortada em tamanhos e formas especificados ou indicados, com ou sem
uma ou mais superfícies mecanicamente acabados.
28
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
29
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
Ainda são muito raros os ensaios em rochas beneficiadas (ladrilhos ou chapas polidas),
que visem parâmetros para dimensionamento e de previsão de desempenho e durabilidade
de rochas para revestimento de fachadas e pisos. O conjunto básico de ensaios para a
caracterização tecnológica de rochas está relacionado abaixo, juntamente com a sua
finalidade.
30
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
O ensaio de tração na flexão (ou flexão por carregamento em três pontos, ou ainda,
módulo de ruptura) determina a tensão (MPa) que provoca a ruptura da rocha quando
submetida a esforços flexores. Permite avaliar sua aptidão para uso em revestimento, ou
elemento estrutural, e também fornece um parâmetro indicativo de sua resistência à
tração.
31
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
2.9. Flexão
Normalmente para este tipo de ensaios utiliza-se o PUNDIT (Portable Ultrasonic Non
Destructive Digital Indiceting Test). Sua importância reside em ser um dos poucos ensaios
não destrutivos disponíveis para verificação de propriedades rochosas, sendo assim,
também muito empregado na avaliação da degradação de rochas, especialmente nos
estudos de recuperação de monumentos históricos em rocha.
32
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
33
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
ASTM e CEN parecem ser, atualmente, as entidades mais produtivas no tocante ao setor de
rochas ornamentais.
5. Especificações de Emprego
Pode-se dizer que melhor será a qualidade da rocha, ou seu desempenho em serviço,
quanto menor forem: a presença e os teores de minerais alterados ou alteráveis, friáveis ou
solúveis, que possam comprometer seu uso, durabilidade e o custo de manutenção; a
porosidade e capacidade de absorção e retenção d’água; o desgaste por atrito; etc. E,
quanto maior for sua resistência mecânica (à compressão, flexão etc.).
34
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
As informações disponíveis apontam para a ASTM como o único órgão que estabelece
especificações para as rochas que se destinam ao revestimento de edificações; “granitos”
(ASTM C 615) “mármores” (ASTM C 503), calcários (ASTM C 568), “rochas quartzosas”
(ASTM C 616) e ardósias (ASTM C 629). A Tabela mostra os valores estabelecidos pela ASTM.
35
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
No caso das rochas ornamentais, as modificações físicas das rochas pelos processos de
extração e de beneficiamento, podem levar ao aumento do fissuramento, porosidade e
outros, que irão contribuir para a acentuação dos efeitos deletérios dos agentes
intempéricos ou devidos à interferência humana (manutenção e limpeza inadequadas etc.).
36
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
A American Association for Testing and Materials (ASTM, 2001), por sua vez, define
durabilidade como a medida da capacidade da rocha ornamental de manter as
características essenciais e distintivas de estabilidade, resistência à degradação e à
aparência. A durabilidade é baseada no período de tempo em que a rocha pode manter
suas características inatas, em uso. Este tempo dependerá do meio ambiente e do uso da
rocha em questão (p. ex., em exteriores ou interiores).
37
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
O ensaio por exposição ao SO2 baseia-se na norma ABNT/ NBR 8096. Consiste em
ciclos de 24h cada, em número ainda não padronizado, nos quais a câmara é mantida
aquecida por 8h, e posteriormente ventilada por 16h. A avaliação das degradações é
realizada visualmente, por comparação com corpos-de-prova padrão que não foram
expostos.
38
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
39
Aula 4 – Pedras Naturais II
UNIDADE 1 – ROCHAS
8. Degradações - Patologias
Em fachadas aeradas (com placas de rocha fixadas por insertos metálicos) o fenômeno
mais provável, mas felizmente incomum, é o fissuramento ou fraturamento provocados
pelas variações térmicas ou sobrepeso do material.
Uma vez instalada a patologia, não se dispõe, ainda, de técnicas eficientes para a
restauração e/ou recuperação do material rochoso. Por isso, tem-se buscado a prevenção
das deteriorações por meio do desenvolvimento de ensaios de alteração acelerada ou pelo
melhor conhecimento de suas características, através dos estudos diagnósticos, a seguir
exemplificados.
40
Aula 4 – Pedras Naturais II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Como mostrado, ainda não existem normas para a qualificação dos produtos pétreos
e já há uma relativamente extensa gama de degradações resultantes tanto do
desconhecimento das características tecnológicas da ampla gama de materiais hoje
comercializados, como das técnicas de colocação, manutenção e limpeza desses materiais.
41
Aula 5 – Introdução aos Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Unidade 2 – Agregados
Agregados para construção civil são materiais minerais, sólidos, inertes que, de acordo com
granulometrias adequadas, são utilizados para a fabricação de produtos artificiais resistentes
mediante a mistura com materiais aglomerantes de ativação hidráulica ou com ligantes
betuminosos. Também se enquadram os materiais granulares rochosos para pavimentos com
ou sem adição de elementos ativos, lastro de ferrovias e enrocamentos para proteção à
erosão hidráulica.
1. Generalidades
1.1. Areia
42
Aula 5 – Introdução aos Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
1.2. Brita
1.3. Cascalho
43
Aula 5 – Introdução aos Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
A areia pertence ao grupo dos agregados para construção civil (areia, brita e cascalho)
que ocupam 1º lugar em quantidade e 2º em valor na produção mineral mundial. Os baixos
preços unitários resultam da relação entre limites de distância de distribuição (uso local) e
larga distribuição de pequenos empreendimentos.
Devemos ter em mente que um bom concreto não é o mais resistente, mas o que
atende as necessidades da obra com relação à peça que será moldada. Logo, a consistência
e o modo de aplicação acompanham a resistência como sendo fatores que definem a
escolha dos materiais adequados para compor a mistura, que deve associar trabalhabilidade
à dosagem mais econômica.
44
Aula 5 – Introdução aos Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
Isto implica em uma regionalização nos tipos de pedras britadas, areias e seixos que podem
fazer parte da composição do traço.
Com relação ao tamanho dos grãos, os agregados podem ser divididos em graúdos e
miúdos, sendo considerado graúdo, todo o agregado que fica retido na peneira de número 4
(malha quadrada com 4,8 mm de lado) e miúdo o que consegue passar por esta peneira.
Podem também ser classificados como artificiais ou naturais, sendo artificiais as areias
e pedras provenientes do britamento de rochas, pois necessitam da atuação do homem
para modificar o tamanho dos seus grãos. Como exemplo de naturais, temos as areias
extraídas de rios ou barrancos e os seixos rolados (pedras do leito dos rios).
Outro fator que define a classificação dos agregados é sua massa específica aparente,
onde podemos dividi-los em leves (argila expandida, pedra-pomes, vermiculita), normais
(pedras britadas, areias, seixos) e pesados (hematita, magnetita, barita).
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) é o órgão que define estes ensaios
e suas formas de execução. Os resultados dos mesmos vão implicar na aprovação dos
agregados para sua utilização no concreto. Uma das vantagens do concreto dosado em
central é, portanto, que este pacote de ensaios já está embutido na contratação dos
serviços de concretagem. É importante resumir algumas informações:
45
Aula 5 – Introdução aos Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
• Agregado Miúdo: Grãos que passam pela peneira ABNT # 4 (peneira de malha
quadrada com abertura nominal de 4,8 mm) e ficam retidos na peneira ABNT
# 200 (malha com abertura nominal de 0,075 mm);
• Agregado Graúdo: Grãos que passam pela peneira ABNT com abertura
nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT # 4 (abertura de 4,8
mm).
46
Aula 5 – Introdução aos Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
47
Aula 5 – Introdução aos Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
48
Aula 5 – Introdução aos Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
É o método de lavra utilizado em cavas secas a céu aberto. Esse método de lavra
consiste primeiramente na retirada do excesso de umidade do terreno. Após isso, inicia-se a
retirada de capa de material estéril (solo e argila).
A camada de areia que se encontra sob a argila fica então aflorante, permitindo desse
modo a sua extração com escavadeira hidráulica. A lavra de areia em ambiente seco
adotado por algumas empresas atualmente consegue elevar a produção em relação às
metodologias tradicionais proporcionando custos operacionais menores e auxiliando na
recuperação ambiental.
3.2. Britagem
Nesse processo é efetuada a limpeza das bancadas, com máquinas e caminhões a fim
de remover a argila e outros materiais impróprios para a britagem.
49
Aula 5 – Introdução aos Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Esse processo tem como função receber o material proveniente da britagem primária,
onde é lançado para dentro do britador Hydrocone e triturado de acordo com a abertura do
britador, reduzindo ainda mais suas dimensões.
Ba s ea do e a da ptado de Grupo
Hobi , Ma ya ra Mora es Cus tódi o,
Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
50
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
UNIDADE 2 – AGREGADOS
Agregados Miúdos (areias) são sedimentos clásticos gerados por processos de fragmentação
de rocha constituídos basicamente por partículas de quartzo, podendo conter minerais
secundários. Os processos de desagregação e transporte podem ocorrer em meio aquoso ou
eólico. As características físicas dos grãos, tais como as dimensões, grau de arredondamento e
de esfericidade estão relacionadas com a distância de transporte e o meio no qual as
partículas foram transportadas. A areia é um elemento fundamental em qualquer construção.
É usada em várias partes, desde as fundações até as coberturas passando pela estrutura,
vedações e acabamentos.
1. Apresentação
51
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
2. Características Gerais
A areia fina é geralmente a mais usada na construção civil. Suas principais aplicações
são:
O termo de areia fina é usado para designar o inerte com grãos com diâmetros entre
0,05 a 0,42. A areia fina empregada na fabricação do concreto e das argamassas deverá ser
constituída predominantemente por areia natural podendo ser implementada por produtos
provenientes de britagem para preencher as lacunas da granulometria das areias naturais.
Deverá, em especial, a areia fina satisfazer as seguintes condições:
52
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
UNIDADE 2 – AGREGADOS
A Areia média lavada é muito usada, pois seus componentes permitem que seja usada
em praticamente todas as fases da obra. Além das aplicações na construção civil e
fabricação de artefatos de concreto aparente, esse tipo de areia é muito utilizado para áreas
de lazer, praias artificiais, campos de futebol de areia, vôlei de praia e tanques para
recreação infantil.
O termo de areia média é usado para designar grãos com diâmetro entre 0,42 a 2 mm.
A areia grossa é utilizada para fazer concreto em geral e, assim com a areia média,
também pode ser utilizada para fazer o chapisco, como em muros e paredes externas. É
ideal para a mistura na massa de cimento. Também é a mais empregada como agregado
miúdo na construção civil para fabricação de concretos e assentamentos de tijolos em
paredes que serão rebocadas.
O termo de areia Grossa é usado para designar grãos com diâmetro entre 2 a 4 mm.
53
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
3. Ensaios Experimentais
3.4. Granulometria
54
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
UNIDADE 2 – AGREGADOS
São materiais indesejáveis que estão presentes nas areias e que devida sua origem
orgânica exercem ação prejudicial sobre a pega e o endurecimento das argamassas e
concretos. A verificação das impurezas orgânicas da areia é feita através de comparação da
amostra de agregado miúdo, misturado com uma solução de hidróxido de sódio, e de uma
solução padrão de ácido tânico. A intensidade da cor da solução que continha a areia em
relação à solução de ácido tânico, informa se esta areia tem quantidade inferior ou superior
a 300 ppm.
4. Estocagem
55
Aula 6 – Agregados Miúdos: Areias
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
• Caso as baias não se localizem sobre uma laje, deve ser construído um fundo
cimentado para evitar a contaminação do estoque pelo solo;
• Deve ser providenciada uma drenagem das baias para minimizar o problema
de variação de umidade do agregado. Esta drenagem pode ser feita
inclinando-se o fundo cimentado da baia em sentido contrário ao da retirada
do material;
• Uma outra opção, caso não se deseje fazer o fundo cimentado, pode ser
desprezar os últimos 15 cm das pilhas, sendo estes depositados em solo
previamente inclinado.
56
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
UNIDADE 2 – AGREGADOS
1. Generalidades
57
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Na figura acima, do lado esquerdo está uma mistura de dois tamanhos de pedra
resultando em uma mistura bem granulada, pois é mais compacta, ou seja, tem menos
vazios. Já o lado da direita mostra um concreto feito com agregados de mesmo tamanho, o
resultado é uma massa com muitos vazios e que e, portanto, é menos desejável, pois
aumenta o consumo de areia e, principalmente, de cimento.
Como visto na Aula 5, as Britas têm diversos tipos de graduação, indo desde o pó de
pedra à brita 5, segundo a ABNT. Podem ser expressas também, pelas suas nomenclaturas
regionais. Algumas delas com as devidas aplicações podem ser expressas de acordo com a
classificação a seguir:
58
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
UNIDADE 2 – AGREGADOS
emboço. Junto com o Pedrisco, também são muito aplicados como matérias-
primas de massas asfálticas;
• Pedrisco ou Brita 0: Malha 12 milímetros. Produto de dimensões reduzidas,
em relação à Brita 1, é muito requisitado na fabricação de vigas e vigotas,
lajes pré-molduradas, intertravados, tubos, blocos, blokrets, paralelepípedos
de concretos, chapiscos e acabamentos em geral;
• Brita 1: Malha 24 milímetros. É o produto mais utilizado pela construção civil,
muito apropriado para fabricação de concreto para qualquer tipo de
edificação de colunas, vigas e lajes assim como em diversas aplicações na
construção de edificações de grande porte. A brita 1 constitui-se no produto
mais nobre e é aplicada, essencialmente, em concretos esbeltos e
bombeados.
• Brita 2: Malha 30 milímetros. É voltada para fabricação de concreto que
exijam mais resistência, principalmente em formas pesadas. Usada para
fabricação de concreto bruto, para maior resistência, na construção de
fundações e pisos de maior espessura;
• Brita 3: Malha 38 milímetros. Muito conhecida como pedra de lastro pois é
constantemente utilizada em aterramentos e nivelamentos de áreas
ferroviárias e drenos.
• Brita 4 ou Rachão: Malha 76 milímetros. Usada na construção civil para
confecção de filtros de decantação de dejetos sanitários, drenagem,
estabilização de solo e concreto ciclópico.
• Brita 5 ou Pedra Marroada: Malha 150 milímetros. Usada normalmente em
grandes muros de contenção, barreiras, aterramento, assentamento, etc.
3. Utilizações Específicas
3.1. Brita 0
59
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
necessidade de um asfalto mais resistente do que das ruas de carros de passeio. Uma
maneira de generalizar a produção do asfalto é que o betume é misturado à areia, ao
pedrisco (brita 0) e gravilha a 200°C. É essa mistura que vemos sendo derramada nas ruas e
assentadas por compressores quando as ruas estão sendo asfaltadas. A sua distribuição é
regulamentada pela ABEDA – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto.
Vergas, blocos estruturais de concreto, pavers, postes, manilhas, etc. Estas são
algumas das peças fabricadas com o Pedrisco. Isto de dá devido à facilidade ao manuseio e
aplicação destes concreto que, geralmente apresentam um aspecto mais fluido com
plasticidade mais baixa. É também utilizado em concreto para lajes pré-moldadas.
3.2. Brita 1
Material com módulo de finura de 6,97 e abrasão Los Angeles de 36% de desgaste. É
uma das padras mais utilizadas, assim como a Brita 2, na confecção de concretos usinados.
Devido suas dimensões, ela é preterida para lançamento de concreto com bombas.
3.2.1. Superestruturas
60
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
UNIDADE 2 – AGREGADOS
3.3. Brita 2
Material com módulo de finura de 7,68 e abrasão Los Angeles de 34% de desgaste.
Utilizado como aterramento para subestações elétricas, e grandes concretagens como:
tubulões, sapatas, formas deslizantes, bueiros, canaletas, concreto ciclópico, etc. A Brita 2
também é muito utilizada para envelopamento de tubos perfurados de drenagem,
protegidas por uma manta geotêxtil.
3.3.1. Fundações
3.4. Brita 3
Possui módulo de finura de 8,87 e abrasão Los Angeles de 27% de desgaste. Utilizada
para lastro ferroviário, decantação de fossas sépticas e drenagem de solo. A Brita 3 é
61
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
comumente utilizada para Drenos e é a matéria prima da rebritagem que é o processo que
dá origem a outras pedras como a Brita 1 e 2.
62
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
UNIDADE 2 – AGREGADOS
3.5. Brita 4
Esta brita é mais conhecida como rachão, sendo bastante utilizada em obras de
pavimentação, drenagem e terraplenagem, entre outras.
3.5.1. Gabião
Estrutura metálica em formato de gaiola, feita com telas de aço ou arame e preenchida
com pedra britada (geralmente rachão) ou seixos. Os gabiões são considerados muros de
arrimo por gravidade e são utilizados como barreiras de contenção ou estabilização de
taludes. Também são muito utilizados em obras hidráulicas e pequenos quebra-mares por
sua grande capacidade drenante.
63
Aula 7 – Agregados Graúdos: Britas
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
4. Estocagem
64
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
Agregados são relativamente baratos e não entram em reações químicas complexas com a
água; portanto têm sido usualmente tratados como um material de enchimento inerte no
concreto. Entretanto, devido à crescente compreensão do papel desempenhado pelos
agregados na determinação de muitas propriedades importantes do concreto, este ponto de
vista tradicional dos agregados como materiais inertes está sendo seriamente questionado.
1. Introdução
2. Amostragem de Agregados
65
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
2.2. Definições
66
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
67
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
3.2. Definições
3.3. Especificações
68
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
69
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
70
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
4.2. Definições
4.3. Procedimentos
• O recipiente (aferido e pesado) deve ser preenchido com uma concha ou pá,
sendo o agregado lançado a uma altura de 10 a 12 cm do topo do recipiente;
• Alisar a superfície do recipiente com uma régua (para agregado miúdo) -
figura 4 - e compensar as saliências e reentrâncias no caso de agregado
graúdo;
• Pesar o recipiente com o material nele contido. A massa do agregado solto é a
diferença entre a massa do recipiente cheio e a massa do recipiente vazio.
71
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
4.4. Cálculos
𝑚 + 𝑚𝑟
𝛿=
𝑉𝑟
Onde:
4.5. Resultados
72
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
5.2. Definições
• Equipamentos:
✓ Balança (com capacidade mínima de 1 kg e sensibilidade de 1 g ou
menos);
✓ Espátula, funil, pipeta, estufa, cápsula de porcelana;
✓ Frasco Chapman (de vidro e composto de dois bulbos e de um
gargalo graduado). No estrangulamento existente entre os dois
bulbos deve haver um traço que corresponde a 200 cm³, e acima dos
bulbos situa-se o tubo graduado de 375 cm³ a 450 cm³.
• Procedimentos:
✓ Secar a amostra em estufa a 110ºC, até constância de peso;
✓ Pesar 500 g de agregado miúdo;
✓ Colocar água no frasco Chapman, até a marca de 200 cm³;
✓ Introduzir cuidadosamente as 500 g de agregado no frasco, com
auxílio de um funil;
✓ Agitar o frasco, cuidadosamente, com movimentos circulares, para a
eliminação das bolhas de ar (as paredes do frasco não devem ter
grãos aderidos);
✓ Fazer a leitura final do nível da água, que representa o volume de
água deslocado pelo agregado (L);
✓ Repetir o procedimento.
73
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
5.4. Cálculos
𝑚𝑠 500
𝜌= =
𝐿 − 𝐿0 𝐿 − 200
Onde:
5.5. Resultados
Principio de Arquimedes: "Todo corpo mergulhado num fluido em repouso sofre, por
parte do fluido, uma força vertical para cima, cuja intensidade é igual ao peso do fluido
deslocado pelo corpo." (Peso Aparente = Peso real – Empuxo).
74
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
Quando lidamos com água (𝜌 = 1g/cm³), a massa que gera a força de empuxo tem o
mesmo valor numérico do volume do material submerso. Portanto, (m – mA) = VOLUME DO
MATERIAL SUBMERSO.
• Equipamentos:
✓ Balança (com capacidade mínima para 10 kg e resolução de 1 g,
equipada com um dispositivo adequado para manter o recipiente
que contém a amostra suspenso na água, no centro do prato da
balança);
✓ Recipiente constituído de um cesto de arame com abertura de malha
igual ou inferior a 3,35 mm e capacidade para 4 dm³ a 7 dm³;
✓ Tanque de água (recipiente estanque para conter água onde será
submerso o recipiente com a amostra).
• Procedimentos:
✓ Lavar completamente o agregado graúdo para remover o pó ou
outro material da superfície. Secar a amostra de ensaio a (105 ± 5)°C
até massa constante e deixar esfriar à temperatura ambiente
durante 1h a 3h;
✓ A massa mínima de amostra a ensaiar é definida na tabela.
75
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
6.4. Cálculos
𝑚𝑠 𝑚𝑠
𝜌𝑠 = =
𝑚𝑠𝑠𝑠 − 𝑚𝐴 𝑉
Onde:
𝑚𝑠𝑠𝑠 𝑚𝑠𝑠𝑠
𝜌𝑠𝑠𝑠 = =
𝑚𝑠𝑠𝑠 − 𝑚𝐴 𝑉′
Onde:
76
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
𝑚𝑠 𝑚𝑠
𝜌𝑎𝑝 = =
𝑚𝑠 − 𝑚𝐴 𝑉′
Onde:
𝑚𝑠𝑠𝑠 − 𝑚𝑠
A= . 100
𝑚𝑠
Onde:
6.5. Resultados
77
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
• Seco em estufa: devido à alta e constante temperatura que uma estufa pode
manter, agregado encontra-se completamente seco, tanto no seu exterior
quanto no seu interior (vazios permeáveis);
7.3. Definições
78
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
• Equipamentos:
✓ Balança com capacidade compatível com a massa da amostra de
ensaio.
✓ Estufa ou fonte de calor com capacidade de manter a temperatura
constante na faixa de 105°C - 110°C.
✓ Recipiente em material resistente ao calor e adequado
dimensionalmente à massa e ao volume da amostra.
✓ Haste de mistura de tamanho conveniente.
• Procedimentos:
✓ Coletar e reduzir a amostra de campo, formando a amostra de
ensaio, com massa mínima de acordo com a tabela;
79
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
7.5. Cálculos
𝑚𝑖 − 𝑚𝑓
h= . 100
𝑚𝑓
Onde:
8.2. Definições
• Equipamentos:
✓ Balança com capacidade de 1 kg e sensibilidade de 1g ou menos;
✓ Frasco de Chapman.
• Procedimentos:
✓ Colocar água no frasco até a divisão de 200 cm³;
80
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
8.4. Cálculos
Onde:
8.5. Resultado
• Equipamentos:
✓ Conjunto speedy;
✓ Ampolas com cerca de 6,5g de carbureto de cálcio (CaC2);
• Procedimentos:
✓ Determinar a massa da amostra e depositá-la na câmara do
aparelho;
✓ Introduzir duas esferas de aço e a ampola de carbureto;
✓ Agitar o aparelho;
✓ Efetuar leitura da pressão manométrica;
81
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
9.3. Cálculos
ℎ1
h= . 100
100 − ℎ1
Onde:
82
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
83
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
• Equipamentos:
✓ Balança (com resolução de 0,1% da massa da amostra de ensaio;
✓ Estufa capaz de manter a temperatura no intervalo de (105 ± 5)°C;
✓ Peneiras das séries normal e intermediária, com tampa e fundo, que
atendam às exigências das normas NM-ISO 3310-1 ou 2;
84
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
85
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
10.5. Cálculos
Para cada uma das amostras de ensaio, calcular a porcentagem retida, em massa, em
cada peneira, com aproximação de 0,1%. As amostras devem apresentar necessariamente a
mesma dimensão máxima característica e, nas demais peneiras, os valores de porcentagem
retida individualmente não devem diferir mais que 4% entre si. Caso isto ocorra, repetir o
peneiramento para outras amostras de ensaio até atender a esta exigência.
Após isso, calcular as porcentagens médias, retida e acumulada, em cada peneira, com
aproximação de 1%. Depois, determinar o módulo de finura, com aproximação de 0,01 e
traçar a curva granulométrica (em escala logarítmica) com as porcentagens acumuladas
PASSANTES.
Definir os limites nos quais a curva mais se encaixa, de acordo com as porcentagens
acumuladas RETIDAS.
11.2. Definições
86
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
• Equipamentos:
✓ Encerado de lona;
✓ Balanças;
✓ Recipiente padronizado (NBR 7251), régua, concha ou pá, proveta
graduada;
✓ Estufa e cápsulas com tampa;
✓ Betoneira (opcional).
• Procedimentos:
✓ Secar a amostra em estufa (com o dobro do volume do recipiente
padronizado) até constância de massa, resfriá-la sobre a lona,
homogeneizar e determinar sua massa unitária conforme NBR 7251;
✓ Adicionar água sucessivamente para umidades de 0,5%, 1%, 2%, 3%,
4%, 5%, 7%, 9% e 12%. Para cada adição de água:
▪ Homogeneizar a amostra;
▪ Determinar sua “massa unitária úmida”;
▪ Coletar material em cápsulas para determinação da
umidade em estufa.
11.4. Cálculos
Para cada massa unitária determinada, checar o teor de umidade do agregado e para
cada teor de umidade, calcular:
𝑉ℎ 𝜇 100 + ℎ
CI = = ×
𝑉𝑠 𝜇ℎ 100
Onde:
CI = coeficiente de inchamento;
h = umidade do agregado (%);
𝜇 = massa unitária do agregado seco (kg/dm³);
𝜇ℎ = massa unitária do agregado com h% de umidade (kg/dm³).
Próximos passos:
87
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
Materiais pulverulentos são partículas minerais com dimensão inferior a 0,075 mm,
inclusive os materiais solúveis em água, presentes nos agregados.
88
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
• Equipamentos:
✓ Balança com resolução de 0,1 g ou 0,1% da massa da amostra;
✓ Peneiras de 0,075 mm e 1,18 mm;
✓ Recipiente para agitação do material;
✓ Estufa capaz de manter a temperatura no intervalo de 100 a 110 °C;
✓ Dois béqueres de vidro transparente;
✓ Haste para agitação.
• Procedimentos:
✓ Secar a amostra em estufa (100°C a 110°C) até massa constante
(aproximadamente 24 horas) e registrar a massa (Mi). A massa
mínima para o ensaio é proporcional à dimensão máxima do
agregado e deve estar de acordo com a tabela:
89
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
12.4. Cálculos
𝑀𝑖− 𝑀𝑓
% 𝑚𝑎𝑡. 𝑝𝑢𝑙𝑣. = . 100
𝑀𝑖
Onde:
12.5. Resultados
NOTA: A peneira 1,2 deve ser posicionada sobre a peneira 0,075 m, para protegê-la
contra esforços provocados por excesso de material ou por partículas de grandes dimensões
que eventualmente sejam carregadas pela água de lavagem.
90
Aula 8 – Ensaio de Agregados
UNIDADE 2 – AGREGADOS
Impurezas orgânicas são materiais indesejáveis que estão presentes nas areias e que,
devido a sua origem orgânica, exercem ação prejudicial sobre a pega e o endurecimento das
argamassas e concretos. É regido por especificação (NBR 7211): limite para uso em
concretos → 300ppm.
• Equipamentos:
✓ Balança;
✓ Provetas (10 e 100 ml) e béquer (1 litro);
✓ Frasco Erlenmeyer (250ml);
✓ Funil, papel filtro;
✓ Tubos Nessler (100 ml).
• Reagentes e Soluções::
✓ Água destilada;
✓ Hidróxido de sódio;
✓ Ácido tânico;
✓ Álcool 95%.
• Preparo das soluções:
✓ Solução de hidróxido de sódio a 3% (30g hidróxido de sódio + 970g
de água);
✓ Solução de ácido tânico a 2% (2g de ácido tânico + 10ml de álcool +
90ml de água);
✓ Solução padrão - 3 ml da solução de ácido tânico com 97 ml da
solução de hidróxido de sódio em repouso durante 24 horas;
• Procedimentos:
91
Aula 8 – Ensaio de Agregados
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
13.4. Resultados
Ba s ea do e a da ptado Engª Ci vi l
Ma ya ra Mora es Cus tódi o, M.Sc.
Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
92
Aula 9 – Cimentos I
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Unidade 3 – Aglomerantes
Aula 9: Cimentos I
Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é formar
uma pasta que promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na obtenção das
argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção de natas. As
pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido aos
efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos de
azulejos e ladrilhos. As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são
utilizadas em pintura e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de
superfícies lisas.
1.1. Classificação
93
Aula 9 – Cimentos I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
• Adobes;
• Pau-a-pique;
• Taipa de pilão;
• BTC – Bloco de terra comprimida;
• Terra – palha.
• Simples: constituído por uma única matéria-prima e que depois de cozido não
recebe outro produto;
• Compostos: mistura de um aglomerante com materiais denominados
hidraulites (escória de alto forno ou pozolana);
• Mistos: mistura de 2 ou mais aglomerantes simples;
• Com adições: são aglomerantes aos quais foram adicionados produtos fora
das especificações.
1.2. Propriedades
94
Aula 9 – Cimentos I
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
95
Aula 9 – Cimentos I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
e) Estabilidade dimensional.
2. Cimentos
Em geral são consideradas duas abordagens para classificar cimentos, uma em relação
à composição e a outra relativa às propriedades correspondentes ao desempenho dos
cimentos.
96
Aula 9 – Cimentos I
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
• Gipsita: CaSO4.2H2O;
• Anidrita: CaSO4;
• Rocha calcária: calcário, giz, dolomita e mármore;
• Argila: enxofre monoclínico, caulinita Al4Si4O10(OH)3 (branca), montmorilonita
Al2(Mg, Fe)3Si4O10(OH)2.nH2O (rosada) e ilita KAl2Si4O10(OH)2 (branca);
• Marga: rocha sedimentar constituída de carbonato de cálcio argiloso;
• Bauxita: depósitos residuais aluminosos contendo argila, gibsita (H3AlO3 ou
Al2O3.3H2O) e diásporo (Al2O3.H2O);
Dentro desta classe existe uma grande variedade de cimentos. Entre eles o Portland,
que terá estudo detalhado nesta e na próxima aula.
97
Aula 9 – Cimentos I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
De duas a quatro partes de pozolana com 1uma parte de cal hidratada. As pozolanas
naturais são tufos vulcânicos. Uma pozolana artificial importante é a moinha de cinzas.
O cimento de Pozolana foi fabricado na Roma antiga com calcário calcinado, água e
cinzas vulcânicas da região de Pozzuoli. Atualmente, este cimento é constituído por clínquer
com aditivos hidráulicos adicionados em quantidades que variam entre 20 a 50% e que
podem ser rocha vulcânica porosa, rochas sedimentares constituídas principalmente por
sílica amorfa (diatomita e trípoli) ou sílica contendo resíduos industriais. O cimento de
Pozolana é usado principalmente para estruturas submersas e de subsolo, mas não podem
ser usados em locais onde ocorrem grandes variações de temperatura além de secarem
lentamente.
98
Aula 9 – Cimentos I
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
3. Cimento Portland
99
Aula 9 – Cimentos I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
coque promove uma rápida decomposição do CaSO4 a 1400 oC. Os gases contém 9% de SO2
que é transferido para uma planta onde, pelo processo de contato, é transformado em
ácido sulfúrico.
Quando a sílica e o calcário são aquecidos juntos, formam quatro compostos distintos:
o metassilicato de cálcio (CaO.SiO2) que não faz parte do cimento Portland; a rankinita ou
C3S2 (3CaO.2SiO2) que também não está presente nos cimentos; o ortossilicato de cálcio ou
C2S, presente no cimento e o C3S que é o principal constituinte do cimento.
O sistema cal e alumina apresenta quatro compostos estáveis: o 3CaO.Al 2O3 (C3A)
presente no cimento Portland; CaO.Al2O3 (CA) um dos principais constituintes do cimento
aluminoso; CaO.2Al2O3 (CA2) presente no cimento aluminoso porém inativo e CaO.6Al2O3.
Os sistemas que envolvem cal, sílica e alumina são fundamentais pois os três óxidos
que o constituem são 90% dos cimentos Portland e 80% dos cimentos aluminosos. Estas
fases podem ainda formar sub-fases com outros compostos presentes no cimento como o
sistema binário que envolve C2S e 2FeO.SiO2 (F2S), forma-se uma olivina de cal e ferro
(CaO.FeO.SiO2). O composto entra em solução sólida com C2S.
As fases que podem ter alguma relevância na constituição dos cimentos Portland são
CaO-C3S-solução sólida de FeO em CaO e C3S-C2S-solução sólida de CaO em FeO. Existem
ainda os sistemas que envolvem MgO e o sistema quaternário CaO-SiO2-Al2O3-Fe2O3 que
constitui 95% ou mais da composição do cimento Portland.
100
Aula 9 – Cimentos I
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Este coeficiente tem utilidade no sentido em que tanto a queima quanto as reações
podem ser incompletas, levando a um aumento da quantidade de cal livre no clínquer,
diminuindo o teor de C3S e a quantidade de cal livre é uma medida da ineficiência da
queima (do processo). De posse do valor desejado de KS e dos dados obtidos das análises
químicas das matérias primas (rocha calcária e argila), calcula-se suas porcentagens na
carga. Para o cimento Portland, o coeficiente de saturação está entre 0,8 e 0,95 e quanto
menor o valor de KS, maior será o conteúdo de C2S no clínquer e menor a atividade do
cimento.
3.1. Fabricação
O forno é aquecido com coque, gás ou óleo combustível. A interação resulta nos
processos sucessivos de evaporação da água, desidratação mineral, dissociação do calcário
e reações entre o óxido formado (CaO) e os compostos da argila (SiO 2, Al2O3 e Fe2O3). Na
zona de sinterização, o clínquer é finalmente formado a 1450 oC. Resfriado com ar até 50 a
60 oC através de grades de resfriamento e estocado para extinção (hidratação) da cal livre,
admissão de aditivos, para se combinar com a cal extinta, e gesso (controle do tempo de
estocagem). Por fim, a moagem e embalagem do material.
101
Aula 9 – Cimentos I
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
102
Aula 10 – Cimentos II
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Sendo assim, As propriedades físicas do cimento Portland são consideradas sob três
aspectos distintos: propriedades do produto em sua condição natural, em pó, da mistura de
cimento e água e proporções convenientes de pasta e, finalmente, da mistura da pasta com
agregado padronizado – as argamassas.
103
Aula 10 – Cimentos II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
definidos nos métodos e especificações padronizados, oferecendo sua utilidade quer para o
controle de aceitação do produto, quer para a avaliação de suas qualidades para os fins de
utilização dos mesmos.
1.1. Densidade
1.2. Finura
A finura do cimento é uma noção relacionada com o tamanho dos grãos do produto. É
usualmente definida de duas maneiras distintas: pelo tamanho máximo do grão, quando as
especificações estabelecem uma proporção em peso do material retido n operação de
peneiramento em malha de abertura definida, e, alternativamente, pelo valor da superfície
específica (soma das superfícies dos grãos contidos em um grama de cimento).
104
Aula 10 – Cimentos II
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
105
Aula 10 – Cimentos II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas depois
do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se
verifica poucos minutos após o seu início.
106
Aula 10 – Cimentos II
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
O ensaio para determinação dos tempos de pega é preconizado pela NBR 11.581 –
Determinação dos tempos de pega – Método de ensaio.
1.5. Expansibilidade
É fundamental que a pasta de cimento, após a pega, não sofra uma grande variação de
volume. Em particular, não deve haver uma expansão apreciável, que, sob condições de
contenção, poderia resultar a desagregação da pasta de cimento endurecida.
107
Aula 10 – Cimentos II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
A cal livre não pode ser determinada por análise química, pois não é possível distinguir
a CaO que não reagiu e o Ca(OH)2 produzido por uma hidratação parcial dos silicatos
quando o cimento fica exposto ao ar. Por outro lado, a análise do clínquer logo após a saída
do forno, mostraria o teor de cal livre, pois nesse momento não existe cimento hidratado.
Um cimento também pode ser expansivo devido à presença de MgO, que reage com a
água de um modo semelhante ao CaO. No entanto, somente o periclásio (MgO cristalino) é
capaz de reagir e causar o problema e o MgO presente na fase vítrea é inócuo. Até cerca de
2 % de periclásio, em relação à massa de cimento, combina com os compostos principais do
cimento, mas teores maiores geralmente causam expansão e podem resultar um
desagregação lenta.
108
Aula 10 – Cimentos II
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
109
Aula 10 – Cimentos II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
110
Aula 10 – Cimentos II
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Nos concretos em contato com a água e com a terra podem ocorrer fenômenos de
agressividade. As águas, como as terras, podem conter substâncias químicas suscetíveis a
reações com certos constituintes do cimento presentes nos concretos. Nestes últimos, o
cimento constitui o elemento mais suscetível ao eventual ataque, já que os agregados são
de natureza predominantemente inerte. Os silicatos de cálcio mais ou menos hidratados e
principalmente a cal hidratada, presentes no cimento hidratado, são os elementos
submetidos a ataque químico. O hidróxido de cálcio presente na proporção de 15 a 20 % do
peso do cimento original constitui o ponto mais vulnerável.
As águas ácidas, como por exemplo, a água de chuva, com certa proporção de gás
carbônico dissolvido, age sobre a cal do cimento hidratado segundo processo que varia em
função da concentração do anidrido carbônico. Se a concentração é baixa, o sal formado é o
carbonato de cálcio, pouco solúvel, que obstrui os poros, constituindo proteção a ataques
posteriores.
As águas podem ser igualmente agressivas quando contém outros ácidos, como
acontece com os resíduos industriais e águas provenientes de charcos contendo ácidos
111
Aula 10 – Cimentos II
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
orgânicos. Tanto num caso como no outro, há exaustão da cal, e um ataque posterior dos
sais constituintes do cimento hidratado deixa no concreto um esqueleto sem coesão e
inteiramente prejudicado nas suas características mecânicas e outras. Para estimar a
resistência química de um cimento à água pura e ácida, é útil conhecer seu índice de Vicat,
isto é, a relação sílica mais alumina dividida por cal. Se é inferior a 1, tem-se o cimento rico
em cal, como o Portland, portanto, um cimento metalúrgico, cimento pozolânico, trata-se
de material pobre em cal e capaz de reduzir à agressividade da água dissolvente.
A água sulfatada ataca o cimento hidratado por reação do sulfato com aluminato,
produzindo um sulfoaluminato com grande aumento de volume. Essa expansão interna é
responsável pelo fissuramento que, por sua vez, facilita o ataque, conduzindo o processo a
completa deterioração do material. Águas paradas, contendo mais de meio grama d sulfato
de cálcio/litro, e águas correntes com mais 0,3 g podem, em geral, ser consideradas
perigosas.
A água do mar contém numerosos sais em solução, entre os quais os sulfatos de cálcio,
o sulfato de magnésio e o cloreto de sódio. A presença deste último contribui para
aumentar a solubilidade da cal. O pequeno conteúdo de ácido carbônico contribui
ligeiramente como medida de proteção, pela formação de carbonato insolúvel. Já os
sulfatos, principalmente os de cálcio, agem da maneira que acabam resultando no final a
um ataque progressivo dos cimentos ricos em cal pelas águas do mar.
112
Aula 11 – Cal
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
A cal é um aglomerante aéreo, ou seja, é um produto que reage em contato com o ar. Nesta
reação, os componentes da cal se transformam em um material tão rígido quanto a rocha
original (o calcário) utilizada para fabricar o produto. A cal pode ser considerada o produto
manufaturado mais antigo da humanidade. Há registros do uso deste produto que datam de
antes de Cristo. Um exemplo disto é a muralha da China, onde pode-se encontrar, em alguns
trechos da obra, uma mistura bem compactada de terra argilosa e cal. Pela diversidade de
aplicações, a cal está entre os dez produtos de origem mineral de maior consumo no planeta.
Estima-se que sua produção mundial esteja em torno de 145 milhões de toneladas por ano.
1. Abordagem Geral
113
Aula 11 – Cal
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
2. Processos
2.1. Fabricação
assegura um produto com baixo teor de sulfato. Este processo produz a cal virgem (CaO).
hidratação correta é de fundamental importância para fazer uma cal hidráulica natural ser
vendido.
2.2. Calcinação
Este processo gera poluição pois uma tonelada de rocha calcária gera 440 kg de gás
carbônico durante a calcinação.
114
Aula 11 – Cal
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
A cal virgem, como se apresenta não está apta a ser utilizada na construção civil,
necessitando primeiro sofrer um processo de hidratação ou extinção.
Expansão muito grande, o Ca(OH)2 ocupa volume 20% maior que o CaO, este processo
afeta as ligações moleculares e com isso as pedras de cal virgem se transformam em pó
branco e fino rapidamente.
Liberação de calor: a hidratação da cal virgem é uma operação importante que deve
ser cuidadosamente controlada, pois é dela que vai depender o desempenho da cal como
aglomerante.
2.4. Carbonatação
A cal extinta é utilizada em argamassa com areia e água; ela confere à argamassa uma
plasticidade e endurece por recombinação do Ca(OH) 2 com o gás carbônico.
115
Aula 11 – Cal
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
3. Cal Hidratada
Até algumas dezenas de anos atrás toda obra tinha lá seu tanque de queima de cal,
onde as pedras de cal virgem eram moídas, misturadas com água e deixadas a “curtir”,
preparando a chamada “cal hidratada”. Este processo era necessário para que se
obtivessem as vantagens que só a cal hidratada pode oferecer em termos de poder
aglomerante e plasticidade.
A cal hidratada é extremamente fina e leve, por isso permite o preparo de maior
quantidade de argamassa com a redução do custo do metro cúbico. Ao serem misturadas
com água, suas partículas muito finas funcionam como um tipo de lubrificante reduzindo o
atrito entre os grãos de areia. O resultado é melhor trabalhabilidade (ou liga), boa aderência
e maior rendimento na mão-de-obra.
A cal hidratada tem enorme capacidade de reter água em torno de suas partículas,
formando na argamassa uma dupla perfeita com o cimento. As argamassas à base de cal
hidratada têm resistência suficiente quanto à compressão e aderência, tanto para
assentamentos como para revestimentos.
Por ser um produto alcalino, a cal hidratada impede a oxidação das ferragens e,
também por essa característica, atua como bactericida e fungicida. Além disso, evita que se
formem manchas e apodrecimento precoce dos revestimentos.
Proporciona economia de tinta, pois permite acabamento mais liso e de cor clara,
sendo compatível com qualquer tipo de tinta e também com outros acabamentos como
fórmica, lambris e papéis de parede. Nestes últimos casos, deve-se respeitar o tempo de
cura, mínimo de 28 dias para que se completem todas as reações químicas.
116
Aula 11 – Cal
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
3.1.1. Partícula
3.1.2. Argamassa
A especificação da cal hidratada para argamassa está prescrita na NBR – 7175, que
define três tipos de cales:
117
Aula 11 – Cal
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
A cal pode ser entregue em sacos de papel com massa liquida de 8 kg, 20 kg, 25 kg ou
40 kg. Estes sacos devem ter impressos, de forma visível, em cada extremidade, as siglas CH-
I, CH-II ou CH-III e, no centro, a denominação normalizada, a massa líquida, o nome e a
marca do fabricante.
118
Aula 11 – Cal
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Quanto maior a finura da cal maior a retenção de água das pastas e argamassas, maior
a trabalhabilidade e maior aderência da argamassa à alvenaria.
3.2.4. Rendimento
• Cal gorda → 1 metro cúbico cal fornece mais que 1,82 metros cúbicos de
pasta;
• Cal magra → 1 metro cúbico cal fornece menos que 1,82 metros cúbicos de
pasta.
Na construção civil, o principal uso da cal são de argamassas mistas de cimento, cal e
areia. As principais propriedades da cal nas argamassas são:
Ba s ea do e a da ptado de Forum da
Cons truçã o, Li a Lorena Pi mentel .
Edi ções s em prejuízo de
conteúdo.
119
Aula 12 – Gesso
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
O futuro da construção civil aponta para o uso cada vez maior do gesso, seja em
revestimentos, rebaixamentos ou divisórias, o que deverá fazer com que aumente a procura
por profissionais qualificados. O gesso para construção civil é um material pulverulento (pó)
branco, obtido pela calcinação de uma rocha, a gipsita. O Brasil possui grandes reservas de
gipsita, mas o aproveitamento do gesso na construção civil ainda é muito pequeno,
comparado aos grandes países produtores de gesso, que são os Estados Unidos, Canadá e
União Europeia, principalmente França e Espanha.
1. Abordagem Geral
(140ºC)
CaSO4 . 2H2O + calor (CaSO4 . ½ H2O) + 1,5 H2O
gesso hemidrato
120
Aula 12 – Gesso
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Esse gesso hemidrato é conhecido como gesso rápido (quanto à pega), gesso
estuque ou gesso Paris e endurece entre 15 e 20 minutos, apresentando uma
dilatação linear de 0,3% e, após seu endurecimento, este retrai bem menos
do que sua dilatação inicial, sendo, portanto, muito usado em moldagem;
b) A partir de 250 oC, o gesso torna-se anidro (sem água) e o resultado é a
formação de anidrita solúvel, ávida por água, e que, rapidamente, na
presença desta, transforma-se em hemidrato;
(600ºC)
CaSO4 . 2H2O + calor CaSO4 + 2H2O)
anidro insolúvel
c) Entre 400 e 600 oC, a anidrita torna-se insolúvel e não é mais capaz de fazer
pega, transformando-se num material inerte, participando do conjunto como
material de enchimento.
d) Entre 900 e 1200 oC, o gesso sofre a separação do SO3 e da CaO, formando um
produto de pega lenta (pega entre 12 e 14 horas) chamado de gesso de
pavimentação, gesso hidráulico .
2. Propriedades do Gesso
121
Aula 12 – Gesso
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
2.1. Pega
Sobre estes itens, pode-se afirmar que os gessos hemidratados (CaSO 4 . ½ H2O) dão
pega em poucos minutos, mas os gessos anidro solúveis podem ter pega tão lenta quanto se
desejar. Os anidros insolúveis não dão pega e a finura dos grãos é responsável pela
aceleração da pega, em função da maior superfície específica disponível para hidratação.
São 6 corpos de prova com (4 x 4 x 16 cm.) utilizados na flexão, com carga pontual (P)
em seu centro. Com os resultados obtidos, tira-se a média aritmética, sendo que cada
resultado deve obedecer o limite de 15% (para mais ou menos, em relação a sua média).
122
Aula 12 – Gesso
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
Só é permitido que, no máximo, 2 resultados estejam fora dessa média. Caso existam
mais, deve-se repetir o ensaio.
2.2.2. Aderência
As pastas e argamassas de gesso aderem bem a tijolos, pedras, ferro e aderem mal à
superfícies de madeira. A aderência gesso-ferro é boa, mas pode ocasionar a oxidação do
ferro. Não se deve fazer gesso-armado como cimento-armado, argamassa armada ou
concreto. Mas pode-se utilizar armação de ferro galvanizado com o gesso. O gesso, devido a
sua fácil solubilidade, não deve ser utilizado no exterior.
2.2.3. Isolamento
As pastas e argamassas de gesso são bons isolantes térmicos, acústicos. Conferem boa
resistência ao fogo pois, tendo sua água evaporada, reduz-se a pó. Ex.: Uma estrutura,
recoberta com gesso com 3 cm. de espessura, resiste até 45 minutos a fogo de 1000 oC
devido ao gesso. São observações importantes:
3. Fabricação
No forno rotativo usa-se um processo mais econômico para calcinação do gesso. São
fornos sem revestimentos refratários, que produzem 100 toneladas por dia de gesso. Nesse
caso, a gipsita não é previamente pulverizada, sendo apenas britada em fragmentos de 1 ou
2” . Esses fragmentos, embora aquecidos a temperatura de 200 a 300 oC, possuem sua parte
central não totalmente desidratada, o que obriga, após o cozimento, a permanência do
123
Aula 12 – Gesso
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO I
4. Particularidades
Com esse cimento Keene, pode-se imitar pedras naturais (mármore) e formar
mármore artificial, misturando-se o cimento + mica + pó de mármore.
124
Aula 12 – Gesso
UNIDADE 3 – AGLOMERANTES
O material é muito bom para esse tipo de serviço, aplicado como pasta (gesso com
água) ou misturado com areia (argamassa). No Brasil, o custo do gesso é alto e os
revestimentos utilizados são com argamassas de cal, areia e cimento ou argamassas
industrializadas.
Nos dias atuais, cresce a aplicação interna, na construção civil, do gesso acartonado,
substituindo as alvenarias de vedação. Até casas utilizando novo sistema de estrutura com
perfil leve metálico (Steel Frame) e madeira (Wood Frame) estão sendo fabricadas, com
paredes utilizando o gesso acartonado, possibilitando economia quanto à redução de peso
da obra.
Esse gesso acartonado permite ondulações, cortes fáceis para todo tipo de instalação e
menos entulho na obra, com menor perda de material. Também estão sendo fabricados
tetos removíveis de gesso com película de PVC, que possibilitam a utilização dessas placas
até em locais úmidos, como cozinhas industriais. Para locais úmidos (banheiros), já existem
placas de gesso com tratamento interno com silicone, que as deixam imune à umidade.
As placas de gesso podem utilizar pasta de gesso acrescida de fibras naturais (celulose)
ou artificiais, como fibras de vidro, para produzirem placas com fins estruturais.
Ba s ea do e a da ptado de Centro
Técni co UFF - Uni vers i da de
Federa l Fl umi nens e. Edi ções s em
prejuízo de conteúdo.
125