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CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES

ARQUITETURA E URBANISMO

MAXWELL SILVA LAURENTINO

ESTUDO PRELIMINAR PARA IMPLANTAÇÃO DE PONTE ENTRE O


MUNICÍPIO DE COQUEIRO SECO E DE MACEIÓ

MACEIÓ

2019
MAXWELL SILVA LAURENTINO

ESTUDO PRELIMINAR PARA IMPLANTAÇÃO DE PONTE ENTRE O MUNICÍPIO DE


COQUEIRO SECO E DE MACEIÓ

Pesquisa apresentada como requisito parcial


de avaliação da disciplina de Seminários de
TFG, ministrada pelo Prof. Me. Fabio
Henrique Sales Nogueira, no 1º semestre de
2019.

MACEIÓ

2019
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................4
2. OBJETIVO GERAL............................................................................................................................5
2.1. Objetivos Específicos..............................................................................................................5
3. QUESTÕES NORTEADORAS OU HIPÓTESE......................................................................................6
4. JUSTIFICATIVA................................................................................................................................7
5. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................................................................8
6. METODOLOGIA.............................................................................................................................17
7. CRONOGRAMA.............................................................................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................................20
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1. INTRODUÇÃO

O tema escolhido neste projeto veio a partir de análises sobre a importância do


desenvolvimento econômico de uma cidade mediante ao seu acesso. Ao se analisar o
município de Coqueiro Seco, Alagoas, viu-se que este apresenta uma significativa carência de
bom acesso viário.

As razões que levaram a escolha do tema são adjuntas de estudos e pesquisas


feitas durante o período acadêmico e, por consequência, resultam em sensos críticos e na
tentativa de explicar a ascensão de cidades subdesenvolvidas, tendo em vista que outras
cidades, no estado, no país e no mundo, estão crescendo proporcionalmente a facilidade de
seus acessos e consequentemente novas políticas públicas. Para melhor entendimento sobre a
necessidade de abrir caminhos, é necessário analisar os caminhos de comportamento
adotados pela sociedade no contexto em que esta se insere. Através das pesquisas feitas,
observou-se que a sociedade pouco muda e muito se adapta as novas tecnologias e meios de
sobrevivência.

A proposta embasa-se em analisar os possíveis benefícios conseguidos da


facilitação do acesso por meio de pontes asfaltadas, agregando a elas equipamentos urbanos
como espaços de convivência e equipamentos desportivos, o que inclui também a
possibilidade de melhoria na infraestrutura da cidade em geral, gerando novas perspectivas e
oportunidades para população. Adota-se para análise uma perspectiva econômica liberal e
política desenvolvimentista.
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2. OBJETIVO GERAL

O objetivo principal e geral da proposta é possibilitar o desenvolvimento


socioeconômico da cidade a partir da facilitação do acesso com estudo preliminar da
implantação de uma ponte.

2.1. Objetivos Específicos

 Compreender o histórico da cidade e seu contexto cultural


 Realizar uma análise no intuito de impor melhorias urbanas na cidade
 Melhorar as relações da população com as cidades circunvizinhas;
 Apresentar estrutura desejável a possíveis investidores da construção civil;
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3. QUESTÕES NORTEADORAS OU HIPÓTESE

Como o acesso pode interferir no desenvolvimento de uma cidade? Qual a importância de


construir caminhos para a melhoria da interação social? Quais problemas sociais podem ser
resolvidos a partir da edificação de uma ponte?
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4. JUSTIFICATIVA

O tema escolhido neste projeto veio a partir de análises sobre a importância da


estruturação viária juntamente aos equipamentos públicos para os moradores do município de
Coqueiro Seco, Alagoas. Trata-se de um município carente de estrutura viária aceitável e
espaços qualificados para a população local.

O município apresenta uma enorme carência de estrutura viária, no que se refere a


asfalto, espaço qualificado para o pedestre e equipamentos destinados aos transeuntes. A
maior parte da cidade apresenta uma quantidade significativa de espaços ociosos, e livres e
esquecidos pela administração pública, o que envolve a falta de equipamentos públicos de
cultura e lazer, centro em processo de aglutinação, região centralizada e acesso atipicamente
dependente de municípios vizinhos, e por fim, a falta de estrutura nos acessos aos demais
municípios circunvizinhos, o que gera grande segregação social e ausência de
desenvolvimento.
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5. REFERENCIAL TEÓRICO

É fundamental iniciar este capitulo apresentando algumas definições importantes,


apresentadas pela ótica de alguns autores que se diluem tanto na arquitetura quanto na
geografia humanista. Os conceitos não são simples exposições, mas também servem como
rompimento de uma possível “ignorância”. Apesar de ativos no vocabulário da arquitetura,
ainda a distorções quanto a sua interpretação, é necessário esclarecer que em certos
momentos parecem ser semelhantes e se diferenciam nas relações que fazem com quanto ao
indivíduo.

Para se entender o princípio e necessidades de melhorias é indispensável o


conhecimento dos conceitos de espaço público e espaço privado. Usar-se-á para espaço
público o termo “cidade”, visto que neste esboço, a cidade será sempre uma buscadora em
cumprir seu papel.

De acordo com Raquel Rolnik (1988), desde sempre, antes de se tornar local
permanente de trabalho e moradia, a cidade é um imã. A ideia de Rolnik deixa a entendimento
que os interesses em comum atraem indivíduos a um espaço em comum, constituindo uma
comunidade que seria conhecida por cidade – nosso espaço público.

É de sensatez reconhecer que os espaços falam muito a respeito de seus ocupantes,


pois o uso do espaço é um fator determinante para se estudar uma cidade desde os costumes
ao seu modo coletivo de pensamento. Daí surge os questionamentos: O espaço tem dono? Se
sim, quem é o dono do espaço? Estaria o espaço servindo a seu respectivo dono? Para
justificar a necessidade da requalificação do espaço é necessário procurar os cernes das
questões norteadoras cujo entendimento corroborará para melhoria de políticas públicas.

A cultura cristã contribui para o entendimento da História, visto que a Bíblia, base da
doutrina cristã, narra acontecidos das civilizações antecedentes à era cristã. Os semitas,
descendentes de Noé, teriam dominado a agricultura pelas condições favoráveis oferecidas
pela Crescente Fértil, espaço privilegiado pela presença de água, bom relevo e
consequentemente boa vegetação nativa e terra boa para plantio. A partir daí temos uma
aglomeração de indivíduos para um bem em comum: melhores condições de sobrevivência e
conquistas. Logo se chega a uma determinada conclusão que a requalificação de um espaço
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consiste na melhoria das condições de sobrevivência e amplitude de possibilidades para as


conquistas dos indivíduos.

Para melhor estruturar a defesa da requalificação do espaço público, deve-se buscar o


conhecimento da fronteira que divide o público do privado. Entende-se público por “algo do
povo”, logo responde-se o questionamento: O espaço tem dono? Em regra, sim. Logo parte-se
para a retomada do segundo questionamento: Se sim, quem é o dono? Se público, o povo.
Visto que o espaço o “público” é sustentado pelo povo para benefício próprio, daí a retomada
do terceiro questionamento: Estaria o espaço servindo a seu respectivo dono? Este último
questionamento deverá ser encarado mais analiticamente e, sempre que possível, junto de uma
forma mais retórica a fim de gerar outros questionamentos que poderão trazer à tona um
melhor entendimento sobre políticas públicas e consequentemente melhorias de tais.

Para entendermos melhor a necessidade da requalificação, deve-se também examinar o


passado semelhante para se entender o presente. Na Antiga Grécia, berço da democracia, as
cidades costumavam ser pequenas e não muito populosas comparadas a cidade romana que
agregava mais de um milhão de habitantes num contexto semelhante. Banhada pelo mar, a
cidade grega girava em torno do comércio marítimo, o que justifica sua autonomia mesmo se
tratando de cidades pequenas. (BENEVOLO, 2011)

Figura 1 - Cidade grega


Fonte: (Eurodicas, 2018)
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Por muito tempo os transportes marítimos ocuparam protagonismo na humanidade,


seja na antiguidade, civilização fenícia, seja mais adiante no Renascimento Cultural, onde,
com apoio da ciência, possibilitou-se a Expansão Ultramarina em nome do mercantilismo,
dando surgimento à globalização e ao atual sistema financeiro capitalista. Num contexto de
colonizações, “nasce” o Brasil e desde Colônia à República Nova, o transporte marítimo é um
dos principais meios de locomoção no país.

No século XX, década de 50, nasce a indústria automobilística brasileira. Na mesma


década, já no modernismo, quase 64% da população brasileira vivia na zona rural. Vinte anos
depois, apenas 44% permanecia na zona rural (SEGAWA, 2014), neste intervalo de tempo,
surgem novas cidades brasileiras. Em Alagoas, nascem Rio Largo, Satuba e Coqueiro Seco.
(IBGE, 2015)

Coqueiro Seco, município escolhido para a pesquisa, apresenta uma estrutura onde é
possível e perceptivelmente necessário promover uma notável intervenção.

O desenvolvimento de infraestrutura física acompanhada por


oportunidades na educação e formação de competências pode gerar
melhoramentos significativos no modo de vida e geração de renda, e resultar
em melhor compartilhamento dos frutos do crescimento econômico com
áreas pouco desenvolvidas. (OHLAN, 2013)

Coqueiro Seco fica situado às margens da Lagoa Mundaú e tem seu nome originário
dos encontros frequentes de mercadores e viajantes à sombra de um coqueiro de palhas
queimadas diferenciado dos demais, onde eram realizados grandes negócios. Após a chegada
de missionários franciscanos, houve uma tentativa de mudança do nome para Monte Santo,
porém sem sucesso, pois os moradores, jaz familiarizados com o antigo nome,
desconsideraram a tentativa dos franciscanos e mantiveram Coqueiro Seco.
Em 1962, a cidade foi emancipada politicamente, pois antes pertencera aos municípios de Rio
Largo e Satuba, respectivamente. Teve instalada oficialmente sua autonomia administrativa
em novembro daquele mesmo ano. Coqueiro Seco tem na Lagoa Mundaú com 4 km de
extensão, em linha reta, até Maceió, seu maior acidente geográfico e sua principal atração
turística. (IBGE, 2019)

Semelhantemente a cidade grega jaz citada, Coqueiro Seco tinha sua autonomia
vinculada ao comércio marítimo, o que pode ter influenciado em sua emancipação, no entanto
deve-se considerar que Coqueiro Seco, inserido no estado de Alagoas, não acompanhava o
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desenvolvimento dos grandes centros metropolitanos brasileiros – o que pode também ter
influenciado na emancipação da cidade – e o Brasil, em harmonia com parte significativa do
mundo, rendia-se ao fordismo, onde os automóveis passariam a ser o meio de transporte mais
utilizado e consequentemente mais influenciador da sociedade, ofuscando os demais meios de
transporte urbano.

Naqueles anos, Coqueiro Seco, no contexto de Alagoas, muito pouco se beneficiou


dos avanços oriundos do Regime Militar: desenvolvimento urbano, miraculoso crescimento
econômico, desenvolvimento científico e marco na construção civil. No Regime Militar, foi
criado o álcool combustível. Mesmo sendo Alagoas um dos maiores cultivadores de cana-de-
açúcar do nordeste, Coqueiro Seco, que tinha como sua fonte primária de renda a cana-de-
açúcar (Instituto Arnon de Melo, 2012), pouco se desenvolveu. O álcool combustível ajudou
na consolidação do carro como principal meio de transporte urbano, tanto que neste período,
foi construída, no Rio de Janeiro, a maior ponte brasileira: a Rio-Niterói, o que extinguiu,
naquela região, o uso do barco como principal meio de transporte.

Figura 2 - Ponte Rio-Niterói


Fonte: (Herrera, 2014)

Coqueiro Seco utilizava como principal meio de transporte intermunicipal o barco e,


posteriormente, a lancha (FERREIRA, 1959). Como já falado, graças ao fordismo, o carro
ofuscou os demais meios de transporte urbano, sendo assim, seguindo a tendência, o cidadão
coqueirense passa a permutar de cidade através das vias.
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Num contexto semelhante, a cidade de Marechal Deodoro é presenteada com uma


ponte que a liga à Maceió diretamente, permitindo sua conurbação (MANHAS, SANTOS,
MANHAS, & FERRARE, 2009). Marechal Deodoro se desenvolve e ganha investimentos no
setor industrial com o Polo Industrial de Marechal Deodoro.

Figura 3 - Ponte Divaldo Suruagy


Fonte: (Cada Minuto, 2011)

Analisando o contexto histórico de Coqueiro Seco, surge novo questionamento: É


possível o desenvolvimento de uma cidade sem estrutura para o principal meio de transporte
urbano contemporâneo?

A cidade se constrói a partir da estrutura do seu território: revestimentos e pavimentos,


degraus e passeios pedrados, o asfalto e outros aspectos. O solo-pavimento é um aspecto
muito importante no espaço urbano e sujeito a várias mudanças. (GARCIA, 2011). Oferecer
estrutura urbana qualificada implica em ampliar a margem de desenvolvimento de uma
comunidade, visto que boas rodovias atraem investimentos diversos, principalmente na área
de construção civil.

O revestimento asfáltico de pavimento rodoviário tem por função


reduzir as tensões impostas pelo tráfego e oferecer conforto e segurança aos
usuários. (SANTANA, Robson Rabelo de, SANTOS, Rosiane dos,
CAVALCANTE, Erinaldo Hilário, & CARDOSO, Gisélia, 2018)
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No último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,


2016), Coqueiro Seco apresentou 16.4% de domicílios com esgotamento sanitário adequado,
66% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 3.9% de domicílios urbanos
em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e
meio-fio). Economicamente, e consequentemente, foi colocado dentre os municípios com a
menor média de remuneração ao trabalhador, com salário médio mensal de 1.9 salários
mínimos. Diante disso, surgiu um questionamento sobre como o sistema viário interfere na
estrutura urbana de uma cidade e quais condições podem contribuir para a transformação da
mesma. É válido afirmar que Coqueiro Seco é o único município próximo à cidade de Maceió
cujo acesso é insatisfatório e também o único município nesta localidade que está entre os
municípios alagoanos que apresentam menor média salarial por trabalhador.

Figura 4 - Indicador de renda por trabalhador por município alagoano


Fonte: (IBGE, 2019)

Diversos fatores poderiam ser apontados para o desinteresse do estado para a ascensão
de Coqueiro Seco. É válido lembrar que, em regra, cidades pouco populosas não são
prioridades do estado, visto que o número de eleitores ativos naturalmente é proporcional a
população do local. O senso comum pode nos levar a crer que aplicar capital sem retorno
eleitoral é encarado como gasto pela classe política tradicional e não como investimento. Com
base histórica e contemporânea fora e dentro do Brasil, chega-se a conclusão de que,
semelhantemente a cidade de Niterói no Rio de Janeiro e Marechal Deodoro de Alagoas, será
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necessário um canal que ligue Coqueiro Seco com a zona metropolitana de Maceió a fim de
que Coqueiro Seco conurbe e desenvolva. Retomar-se-á a questão: Analisando o contexto
histórico de Coqueiro Seco, é possível o desenvolvimento de uma cidade sem estrutura para o
principal meio de transporte urbano contemporâneo? Analisando o contexto contemporâneo,
não. As tecnologias, juntamente às necessidades cotidianas da população, se adaptam cada
vez mais aos automóveis: ambulâncias, viaturas, os coletivos, trailers, aplicativos de viagem,
etc.

É de suma importância considerar que os países em desenvolvimento mostram um alto


grau de autonomia combinado com políticas verticais de infraestrutura. Com base nas
sinergias entre os setores público e privado, os projetos de infraestrutura visam desenvolver a
economia, promover setores e inovar, com foco na melhoria da competitividade econômica.
Portanto, eles são frequentemente associados a proeminência na política industrial e no
planejamento governamental. (SEBBEN, 2018)

Não há dúvida sobre a atual necessidade de pensar a questão das


necessidades urbanas, atrelada a novos conceitos de desenvolvimento urbano
mais sustentável e com foco na qualidade de vida das pessoas. Ou seja, o
aumento das densidades faz parte também da preocupação em trazer de volts
as pessoas como protagonistas da cidade (AWAD, 2014).

A URBAN HUB, famosa plataforma interativa para quem se interessa pelo no futuro
das cidades e da mobilidade, as pontes são responsáveis pelo desenvolvimento econômico de
grandes cidades como Nova York, e várias cidades chinesas, visto que seis das maiores pontes
do mundo estão na china.

As pontes possuem os mais variados formatos e tamanhos e


contribuem muito para unir comunidades e melhorar o cotidiano. Por
exemplo, a Brooklyn Bridge fez de Nova York uma cidade líder da
economia dos Estados Unidos. (URBAN HUB, 2016)

Criar uma estrutura para o uso de veículos está longe de convergir em não projetar
para pessoas, até porque os veículos existem para suprir a necessidade dos indivíduos como
um todo. A projeção da ponte há de buscar, sem excludência, além do desenvolvimento
econômico, ofertar instrumentos para melhoria da qualidade de vida da população.

Atualmente, as vias são pensadas priorizando carros, pois os carros são o elemento
vital da cidade contemporânea. O uso do automóvel está sendo o maior fator determinante
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para o desenho do traço urbano. O carro não pode ser banido da vida social, este é exímio
ajudador nas atividades cotidianas das pessoas (SPECK, 2017). Não se requalifica sistema
viário apenas com asfalto, pois antes do carro vem o ser humano e é por este que o carro
existe.

Cabe a Administração Pública reconhecer a necessidade de oferecer espaços


qualificados para a sociedade, visto que as pessoas são o alvo das políticas públicas. Quando
estas falham em suas atribuições, outros problemas podem ser gerados ou potencializados
pela má gestão, logo deve-se acrescentar aos projetos de melhoria da cidade a procura de
oferecer pontos de encontro para que as pessoas se sintam convidadas a utilizá-lo. Jan Gehl
assim corrobora quando afirma que as pessoas reúnem-se onde as coisas acontecem e
espontaneamente buscam outras pessoas. Ainda que a Administração Pública seja a
responsável pelo espaço urbano, a interferência da iniciativa é de grande importância, visto
que o peso da lei é maior para o setor privado, o que o responsabiliza com mais rigor e o força
a buscar maior eficiência na prestação do serviço

Requalificar vias implica em oferecer boas interações entre bairros e comunidades,


esta posição induz a tomar por certo que a construção do espaço físico passa pela arquitetura
(GARCIA, 2011). Requalificar o sistema viário de uma cidade pode constituir um plano de
crescimento, visto que boas condições de uso para o espaço urbano movimentam capital
direta e indiretamente.

As pessoas precisam fazer suas atividades cotidianas, como por exemplo, trabalhar,
estudar, transportar. São atividades necessárias que serão feitas em qualquer condição, logo
deverão ser classificadas de acordo com seu grau de necessidade, pois cidade são feitas de
pessoas para pessoas (GEHL, 2010), o que corrobora que melhor seria oferecer a elas espaço
qualificado para que possam exercer suas atividades com êxito e qualidade junto às vias.

Caminhar na cidade permite longo tempo para vivenciar aquilo que


as áreas ao nível da rua têm a oferecer, e saborear a riqueza de detalhes e
informações. As caminhadas tornam-se mais interessantes e significativas, o
tempo passa rapidamente e as distâncias parecem mais curtas. (GEHL, 2010)

Os requisitos meramente quantitativos são frequentemente atendidos e os sistemas e


serviços são desagradáveis, carecem de qualidade arquitetônica e significado cultural porque
os arranjos de uso e a quantidade de elementos de requeridos não estão sendo transmitidos em
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ambientes urbanos. (GARCIA, 2011). Para que uma cidade venha ser convidativa, é
necessário que ela oferte um espaço cuidadosamente projetado que supra as necessidades da
vida urbana. Cidades convidativas são aquelas que geram interesse nas pessoas de utilizá-las
(GEHL, 2010). As cidades, quando conseguem inteligentemente qualificar seu sistema viário
e, sem excludência, oferecer aparatos para uso das pessoas, vencem ao ter a população
usufruindo dos espaços públicos, típico de cidades bem projetadas, e estas ganham
visibilidade e servem de exemplo para outras cidades.

O caminhar é mais do que se mover de um lugar a outro, o transeunte deverá, com


folga, alternar sua direção, velocidade e atividade durante a caminhada com transições suaves
que têm uma forte influência sobre as atividades e as atratividades do espaço urbano. (GEHL,
2010). O espaço urbano deverá ser projetado primeiramente para as pessoas, a melhoria das
vias visa facilitar os acessos dos veículos e, sem excludência, a caminhada das pessoas, o que
requer dinâmica e planejamento, levando em consideração as necessidades da população.
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6. METODOLOGIA

Como qualquer outra monografia os passos iniciais desta pesquisa serão


desenvolvidos com bases em bibliografias que tratam diretamente ou até indiretamente
sobre a requalificação do sistema viário de Coqueiro Seco, a priori, são consultadas fontes
primarias como livros e artigos científicos, ou seja, a pesquisa bibliográficas, e ainda a
documental obtida a partir das fontes diretas, relacionando-as ao que se pretende e na
contextualização do povoado.

O Método de abordagem hipotético-dedutivo será imposto com o propósito de se


constatar ou não um fato já percebido como por exemplo a influência direta do agente
político na construção do cenário atual do município. O Método de procedimento
histórico, comparativo não necessariamente será obrigatório, mas caso seja utilizado irá
auxiliar comparativamente o município com outros semelhantes ou circunvizinhos
entendendo o que acontece com eles na atualidade.
Independente da conjectura grande parte delas ou se não todas serão respondidas e
analisadas a partir de consecutivas derivas, permitindo caminhar e experimentar o lugar se
desprendendo da ordem pré-estabelecida, sendo fundamentais para sentir o espaço não
somente pela ótica de visitante, mas também moradores locais e do entorno.
Poderão ser realizadas entrevistas, que irão ajudar a entender as influências como
citadas anteriormente e ainda como os indivíduos enxergam o Coqueiro Seco sobre
diversos aspectos. No desenvolvimento do trabalho, pesquisa explicativa, irá buscar uma
maior imersão no assunto para identificar as possíveis causas que levam a Coqueiro Seco a
tornar-se um cenário estruturalmente carente, do ponto de vista físico, quanto do
intangível. A abordagem da pesquisa será feita mediante a pesquisa qualitativa com o
objetivo de estudar as deficiências predominantes no sistema viário do lugar, observando
também a analise comportamental dos indivíduos nativos.
Por fim o trabalho fará também um novo método de intervenção, baseado nas
intervenções modernas utilizadas pela administração política militar no século anterior, na
vertenteda tecnocracia, intervenções baseadas nas conclusões intermediarias, analisando
agora o usuário por meio do seu habitat, propor uma intervenção que possa não só atingir
somente os moradores de Coqueiro Seco, mas também os municípios que o margeiam a
fim de entender como eles interagem e como eles deveriam interagir a partir de um
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protótipo imagético.

7. CRONOGRAMA

AGO SET OUT


ATIVIDADES

Visitas a Vila
Pesquisa
Bibliográfica
Composição
do produto
Elaboração de
questionário
Coleta e
análise de
dados
2º Edição do
produto
Entrega
intermediária
1.
19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AWAD, J. M. (2014). Desmistificando a questão das densidades urbanas. In: F.

CAVALCANTE, Comunidades planejadas. Maceió, Alagoas, Brasil: Viva Editora.

BENEVOLO, L. (2011). História da cidade (5ª ed.). São Paulo, SP, Brasil: Editora

Perspectiva.

Cada Minuto, R. (21 de 07 de 2011). Trabalhos são interrompidos e ponte Divaldo Suruagy é

liberada até domingo. Acesso em 31 de 05 de 2019, disponível em Cada minuto:

https://www.cadaminuto.com.br/noticia/129907/2011/07/21/ponte-divaldo-suruagy-

esta-liberada-ate-domingo

Eurodicas. (14 de 06 de 2018). Tudo sobre a Grécia. Acesso em 06 de 06 de 2019, disponível

em Site Eurodicas: https://www.eurodicas.com.br/tudo-sobre-a-grecia/

FERREIRA, J. P. (1959). Enciclopédia dos municípios brasileiros (Vol. XIX). Rio de

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GARCIA, J. M. (2011). Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundação Calouste

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Herrera, R. (08 de 11 de 2014). Los 20+8 puentes más largos del mundo. Acesso em 31 de 05

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20

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https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/coqueiro-seco/historico

Instituto Arnon de Melo. (2012). Enciclopédia Municípios de Alagoas. Maceió, AL, Brasil:

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MANHAS, A. C., SANTOS, J. V., MANHAS, M. P., & FERRARE, J. O. (2009). A

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http://www.fau.ufal.br/posgraduacao/deha/Trabalhos%20Apresentados%20em

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Fonte: Scielo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-

70762018000100432&lang=pt
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SEBBEN, F. D. (Setembro de 2018). Economia e Sociedade. Infraestrutura e

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http://www.urban-hub.com

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